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Escrita por: Eduarda Castro
Betada por: Barbara Oliveira







Capítulo Único


London - England
18:09 da tarde.


Tinha tudo para ser mais um dia comum na minha vida, eu estava deitada sobre o sofá que ficava na varanda do apartamento do meu namorado, a chuva caia lá fora e ouvia o barulho dela, junto ao seu vento forte. O Home Theater repetia a mesma música a alguns minutos, Thinking Out Loud, Ed Sheeran. Fechei meus olhos, aproveitando a música, por alguns segundos -eu acho- e os três anos que passei ao lado de passaram pela minha mente, mas logo senti alguém me abraçar, abri meus olhos sorrindo e o vi ali.

-No que pensava, meu amor? -ele disse, com aquele sorriso que eu tanto amo em seus lábios.
-Já parou pra pensar em como as pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas? -eu disse olhando em seus olhos.
-Pra falar a verdade, não. -ele riu- Mas, por que está pensando nisso?
-É que tem dias que bate uma insegurança, nunca imaginei que você se apaixonaria por mim, a garota que você conheceu no hospital do câncer. -eu ri fraco.
-Eu nunca imaginei que iria me apaixonar, mas sabe, você era diferente. Você me achou especial, não porque que eu era rico e famoso, mas pela pessoa que eu sou por trás da mídia.
-Tenho medo de um dia todo esse amor que sentimos acabe. -passei a mão em seus cabelos molhados.
-Ei, você acha que eu estava brincando quando disse que era pra sempre? -ele riu e selou nossos lábios- Eu sei que um dia nós vamos envelhecer, você não vai aguentar andar. Não vai ser como quando saímos passear e suas pernas doem, mas ai eu te pego no colo e te carrego. Um dia, eu não vou aguentar te carregar quandos suas pernas doerem, porém, vou estar ao seu lado em uma poltrona, igual naquele desenho que você adora assistir. -eu ri e ele permaneceu sorrindo.
-É Up, não é um desenho qualquer, é um filme muito fofo. - fiz uns gestinhos estranhos com as mãos e ele pegou uma dela, depositando um beijo encima- Ah, , eu devo te agradecer, certo? -sorri pra ele.
-Pelo que, exatamente? -seus olhos brilhavam, não sabia se era pela luz que batia ali ou qualquer outra coisa que eu não saberia explicar.
-Por nunca desistir de mim, mesmo quando dei todos os motivos para isso. Não sei direito o que te faz ficar comigo, mas obrigada por ter me dito aquele olá, naquele hospital quando eu menos esperava que alguém aparecesse. Confesso que ainda fico intrigada com esse seu interesse em mim, eu era só mais uma pessoa sentada naquele corredor comovida por ver a mãe com um câncer terminal ali. -disse baixo, fragilizada pelas lembranças daquele hospital.
-Sabe, eu tinha ido lá pela primeira vez e me senti mal ao ver tanta gente triste naquele lugar, eu não tinha o que fazer lá, mas quando eu te vi rir daquela menininha que também tinha tudo pra estar triste, mexeu comigo. Os seus olhos sorriram junto com suas bochechas, suas covas não deixavam você esconder a felicidade tão inocente daquela menininha. -ele disse e eu senti meus olhos lacrimejarem- E quando conversei com você percebi que você era diferente, portanto única.
-Eu amo o que você me faz ser, , o jeito que meu coração acelera quando vejo seu nome piscar na tela do meu celular. E, bem, eu nem me importo mais com o que dizem, quando a gente está sozinho você me prova que tudo isso vale a pena. Quando me perguntam de você eu não consigo dizer nada... apenas sorrir. -eu ri baixinho, envergonhada.
-Você sabe, não é? Que vou te amar mesmo que o tempo passe, quando tivermos 70 anos, meu coração ainda se apaixonará diariamente por você como se tivessemos 23. , eu achava que precisaria correr muito para achar o amor, mas sabe, talvez eu tenha encontrado o amor bem aqui onde estamos.-uma lágrima escorreu do meu olho e ele por imediato a enxugou, como sempre faz, sorri mais ainda, se é que é possível e o beijei calmamente.

Nosso primeiro beijo também tinha sido ali, mas naquela noite havia milhares de estrelas a brilhar no céu, se hoje eu continuo aqui foi por conta de palavras. Sim, palavras, elas me seduzem se ditas com amor e verdadeiramente. Ele separou o beijo e depositou um pequeno beijo em minha testa, me deitando sobre seu peito, ouvia seu coração bater ritmado e sua respiração em minha cabeça.

-Você ainda vai me amar quando eu estiver com rugas e a pele flácida? -eu perguntei segurando o riso.
-É justo, não? Um dia meu cabelo vai parar de crescer, minha memória irá falhar, plateias não vão mais gritar meu nome, talvez nem se lembrem dele, minhas mãos não tocarão as cordas do mesmo jeito, mas você ainda irá me amar. -disse normalmente, com um sorriso.
-Se um dia minha memória falhar, tenho quase certeza que a única coisa que vai permanecer nela é o seu sorriso. Eu gostei de você naquele dia, porque você se importava com outras pessoas, não ollhava só o próprio umbigo. Depois de tanto tempo, ou não, eu percebi que você decifrou. Meus 300 tipos de sorrisos, um pra cada momento. Minhas 47 maneiras de chorar, cada uma mostrando o quanto eu persisto, alegrias ou dores que vivem dentro de mim. Meus 538 olhares diferentes, os quais você entende tão bem. E, olha, eu vou envelhecer e eu quero que seja ao seu lado. -ele me encheu de beijos pelo rosto e pescoço- Viu como as pessoas se apaixonam de formas misteriosas. -eu ri adorando o momento.
-Ei, , preciso te dizer uma coisa. -eu olhei nos olhos dele.
-Diga! -ri, sentindo um arrepio na espinha.
-Inutile de dire Je te aime. -ele já havia me dito isso anos atrás, mas eu ainda me sentia feliz ouvindo isso, não importa em que idioma.


FIM



Nota da autora: (15.01.2015)


Nota da beta:Qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
Para saber quando essa fic vai atualizar, acompanhe aqui.





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