(Coloque para tocar The Wanted - Heart Vacancy)
Sentado na cadeira, estava ele, balançando-se, era possível ver os cabelos brancos em sua cabeleira. Estava com um sorriso triste no rosto, sua amada havia lhe deixado. chorou, tudo o que pôde e o que não pôde. Ele não podia mais chorar, não havia mais lágrimas, certa parte havia ido junto com sua linda esposa. Enquanto outra estava feliz. Feliz por todos os momentos que passou ao lado dela. Lembrava-se de suas manias, de seus jeitos, do seu cheiro, seus beijos e principalmente de seus abraços.
Era uma noite como qualquer uma, o céu estrelado, a lua cheia. Aquele momento era deles. Naquele dia havia anunciado que estava esperando uma pequena obra de em sua barriga. torcia para ser uma menina, enquanto queria um lindo menino. Que perfeito seria, uma cópia de andando pela casa.
se levantou, indo em direção à cozinha, o corpo levemente curvado, as rugas transpareciam em sua pele. Com certa dificuldade, pegou sua xícara de chá e voltou a ler o pequeno diário com algumas lembranças dela.
Com sete meses de gravidez, fazia tudo quanto era vontade de ; uma vez acordou às 03:00 da manhã para buscar frango porque ela estava com vontade.
Uma noite involuntária, com oito meses e três semanas de gravidez, ela começou a sentir dores fortes. Estava sofrendo um aborto involuntário, a levou para o hospital às pressas. Acompanhou todo o parto e sorria, deixando as lágrimas escorrerem. Sua pequena não quis esperar, queria conhecer os pais. sabia que por ser um parto antes do tempo haveria riscos, mas como o médico havia lhe alertado que eram poucas chances de algo acontecer, ele se amenizou. Claro, havia chances, mas eram poucas. O médico saiu da sala de parto e pediu para que fosse buscar algumas roupas, para a filha e para sua esposa.
No caminho, cantarolava algumas músicas que tocava no radio, estava feliz e nada poderia estragar seu dia. Nada?!
Ao chegar no hospital, o médico havia lhe avisado que haviam tido complicações na hora do parto. não aguentou e morreu, mas antes havia conseguido pegar no colo e dar um longo beijo estalado na cabeça da pequena. Havia morrido com no colo.
caiu no chão e não conseguiu conter as lágrimas. Não tinha vergonha. A única pessoa que lhe deu felicidade havia partido. E ele não estava ali, nem para se despedir. A dor em seu peito era enorme. Mas ele não podia morrer junto com , tinha sua filha como incentivo para seguir o caminho. Uma parte dele havia morrido, enquanto outra havia nascido.
No enterro, levou a pequena junto, que chorava e parecia entender o motivo de estar ali. Até os céus estavam escuros, parece que até Deus estava entendendo a dor de . Ele nunca encontrou alguém que pudesse completar o espaço que estava aberto em seu peito. Alguns anos ele acordara por causa da sua pequena que acordava a noite por querer comida, ou apenas a presença materna.
Os anos foram complicados, às vezes queria saber da mãe, algumas vezes apenas explicou. Lembrar de era a coisa mais difícil a se fazer, tinha que se libertar daquele sentimento que o prendia ao passado. Mas ele não queria se livrar daquele sentimento. Queria ali, com ele, como todas as vezes falando que ele ficaria bem, e que ela estava ao seu lado, mas naquela hora e naquele momento ela não estava.
Hoje a pequena já não é tão pequena, está com 30 anos, uma linda advogada com três filhos. Ela estava em uma viagem de família para comemorar o aniversario dos gêmeos. foi convidado, mas preferiu ficar em casa, olhando as fotos de sua mulher.
A aliança dourada ainda brilhava no seu dedo. E num momento de esquecimento, a caneca com chá caiu da mão de . E ali ele soube que era hora de ver sua amada depois de tanto tempo.
FIM
Nota da Beta: Qualquer erro nessa fanfic é meu, então me avise por email ou mesmo no twitter. Quer saber quando essa fic vai atualizar? Fique de olho aqui. Obrigada. Xx.