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Capítulo 1


“Nunca é o fim, sempre é o início de um novo capítulo” – Jonas Brothers.


’s POV
– Eu te amo, . – falou, ainda fitando o chão.
Olhei-o assustada.
– Como assim você me ama? – hesitei. – Deve estar confundindo as coisas. – me levantei. – Talvez seja melhor eu ir embora. – tentei sair.
Mas, antes que eu o fizesse, ele se levantou e me puxou, fazendo-me ir ao encontro de seu corpo. E antes que pudesse protestar, ele me beijou. Um beijo calmo, mas que não representava nada. Pelo menos não ainda.
– Eu disse que te amo, e não menti. – falou cortando o beijo, me deixando sem nenhuma ação.

(...)

– Me solta! Você está me machucando! – gritei, sentindo lágrimas escorrerem dos meus olhos.
– Não! Primeiro você vai me escutar! – ele estava alterando a voz.
– Eu não tenho mais nada para falar com você! – falei, tentando soltar meu braço de sua mão, que o apertava cada vez mais.
– Não é o que você está pensando. – disse apertando mais meu braço.
– Me deixa em paz! Eu não pensei. Eu vi e ouvi!
– Não é mais a mesma coisa, ... Eu... Eu agora te amo.
– Me solta! Eu te odeio! Tenho nojo de você! Como tem coragem de continuar mentindo? – tentei me soltar.
– Você não entende! – ele finalmente me largou.
– Nunca mais fala comigo. Me esquece, para sempre. – falei, abrindo a porta e saindo o mais rápido que podia.

(...)

Senti uma lágrima solitária descer em meu rosto, fazendo-me perceber que todas aquelas lembranças, que estavam voltando a minha cabaça, não tinham passado de um sonho. Um sonho que aconteceu há três anos, que jamais queria que voltassem.
Tirei meus fones, que, nesse momento, tocavam The A Team do Ed Sheeran, e percebe que já estávamos posando em Londres. Local onde nunca mais imaginaria voltar e onde prometi que nunca mais estaria. Mas aqui estou eu. E tudo por culpa de meus pais, que praticamente me jogaram dentro desse avião. Com a desculpa de “sua avó está com saudades!”, “você não pode ficar sozinha em casa, enquanto viajamos”. Se eles ainda não perceberam, eu já tenho 18 anos, e posso muito bem me cuidar sozinha. Afinal, não eram tantos dias assim que eles iriam passar fora.
Passei pela grande porta de vidro, logo avistando meu tio, que estava com um sorriso estampado no rosto.
... – ele gritou, acenando.
– Oi, tio. – Dei um abraço nele.
– Vamos? Sua avó está esperando. – disse, pegando minhas malas.
Dei um pequeno sorriso e o segui. Ainda era meio estranho para mim, essa estória de ver minha família depois de tantos anos, sem nos falarmos. Não por escolha deles, mas sim por minha. Tive alguns problemas depois da minha última estadia aqui, na qual não queria voltar tão cedo. Na verdade, não queria voltar nunca, porém, meus pais me obrigaram. Esse é o verdadeiro motivo por estar em Londres novamente.
Olhei através do vidro do carro, vendo uma casa com janelas de vidro e um jardim com algumas flores. É, sem dúvida essa é a casa da minha avó. Abri a porta e saí, podendo ver assim meus avôs na frente da pacata casa.
– Estava com muita saudade! – falei os abraçando.
– Imagina a gente. Quando seus pais disseram que viria, não acreditei. – minha avó disse.
Dei um pequeno sorriso envergonhada. Sabia que toda essa distância e essa falta de tempo de visitá-los era minha culpa, sendo ela proposital. Meus avôs não deveriam pagar por escolhas minhas ou por ele, que foi o principal motivo de me afastar tanto.
– Vamos entrar? – convidou meu avô.
– Fiz seu bolo preferido. – minha avó falou, puxando meu pulso.
– Só vou pegar minhas coisas. – falei me virando.
– Eu levo. – disse meu tio pegando as minhas malas no carro. – Só não se acostuma.
Sorri.
Acima de tudo, era bom está de volta. Acho que se minha vida não estivesse tomado um rumo tão diferente, era capaz de ainda ter passado grande parte dela aqui, onde fiquei a grande parte da minha infância, já que sempre nas férias eu vinha para aqui, e lembro ter aqui minhas lembranças boas (exceto uma).

Niall’s POV
– É amanhã que o Harry volta? – Louis perguntou pegando um sanduíche.
– É. Só espero que ele não traga a Taylor pra aqui. – falei com a boca cheia de comida.
– Niall, não fala nada. – Liam me repreendeu. – Ela é a namorada do Harry.
– E eu não gosto dela. Ela é tão... Tão... – Não encontrei a palavra certa.
– Estranha? – Zayn complementou.
– É...
– Dudes, o Hazza está com ela e devemos aceitar, ou pelo menos tentem.
– Liam sendo como sempre o sensato. – Zayn comentou.
– Só não quero que nós briguemos. Vocês sabem como fica quando isso acontece!
– Sim senhor – Dei de ombros, me levantando e sentando no sofá e, em seguida, pegando o controle.
Não tinha os melhores programas de TV passando agora. Era como se todos tivessem evaporado no ar.
– Para de passar os canais descontroladamente, Nialler. – Louis reclamou.
– Não dá. O botão do controle travou. – falei, tirando meu dedo de cima do próprio.
– Me dá isso! – Malik falou tomando da minha mão. – E é assim que se faz.
– Me devolve. – tentei pegar.
– O que você estava assistindo? – Zaza se esquivou.
– Nada. Mas me dá o controle. – disse me esticando, o fazendo me devolver.
– Pode ficar. Eu vou para o meu quarto. Vou sair com a Perrie mais tarde. – Olhou para o relógio que havia em seu pulso.
– Merda! Eu também tenho que sair com a Eleanor. – Tomlinson falou se levantando. – Temos que fazer com que os paparazzis tirem fotos da gente juntos enquanto ainda temos alguns dias de folga.
– E mais uma vez sobrou eu e você, Liam.
– Agora só eu e você que não temos namorada, Niall, então se conforma.
– Eu não estou reclamando. – Dei de ombros.

’s POV
– Não acredito que hoje foi o último dia de aula. – falei, me jogando no sofá da casa da .
– Nem eu. – disse tirando meus pés para que pudesse sentar. – O que vamos fazer hoje?
– Dormir? – perguntou, sentando ao meu lado. – Amanhã a gente combina algo. Hoje a única coisa que quero agora é dormir.
– Ah não. Vocês não podem está se esquecendo que hoje à noite tem a festa na casa do Lucas. – nos lembrou.
– Nem pense que eu vou pra essa festa! Não quero volta à casa do meu ex-namorado tão cedo. – resmungou.
– Qual é, ... Você não vai querer perder a última festa do nosso penúltimo ano estudantil, vai? – perguntou.
– Sem dizer que ela vai bombar! – incentivou.
– Por que vocês querem tanto que eu vá? – indagou.
– Porque primeiro, vai ter comida. Segundo, vai ser uma festa de bombar e terceiro, vai ter gatinhos e mais comida. – respondi contando em meus dedos.
– Como vocês podem me convencer tão fácil?! – se deu por vencida.
– Nossos argumentos são bem convincentes, fazer o quê? – deu um sorriso.
– Se seu namorado sonha que você vai para uma festa sem ele... – começou.
– Se vocês não contarem, ele nem vai saber. – continuou. – Ele está no Brasil, nunca vai nem duvidar. Sem falar que ele também deve se divertir por lá.
Nossa conversa foi interrompida pelo soar da campainha. se levantou, quase rastejante, e foi abrir a porta, mas, quando ela chegou a própria, vimos a paralisar.
? – Surgiu um sorriso em seus lábios. – Ah meu Deus... Que saudade! – falou a abraçando.
Corremos para a porta, vendo nossa amiga que não víamos há três anos.
– O que você...? – Não pude complementar.
– Por que não ligou mais? – perguntou a abraçando.
– Achei que tinha morrido. – brincou.
– Muitas perguntas. – sorriu quando todas já tínhamos abraçado-a. – Primeiro... Estava morrendo de saudade de vocês, e não, nunca me esqueci de nenhuma de vocês. Segundo, vou explicar tudo, mas com calma.
Direcionamos-nos para a sala, para ser mais precisa, ao sofá, onde estávamos inicialmente.
– Por que você passou tanto tempo sem aparecer e sem ligar? – perguntou.
– Porque... Bem... – tentou.
– É por causa DELE, né?! – falou olhando para suas unhas.
– É.
– E por que você voltou agora? – questionou.
– Meus pais praticamente me obrigaram.
– Você está arrependida? – indaguei.
– Não diria arrependida. Acho que isso era uma vontade minha, repreendida pelo medo de encontrá-lo de novo. Mas acho que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer mesmo. Então, só quero esquecer tudo que ocorreu no passado.
– Ok então. – falamos em uníssono.
– Você vai passar quando tempo aqui? – perguntou se aproximando dela.
– As férias inteiras, por quê? – perguntou confusa.
– Ótimo. Temos muitas coisas para fazer. E a propósito, hoje vamos para uma festa. – disse animada.
– Como? – perguntou.
– Na casa do Lucas. – falou um tanto sem interesse.
– Mas ninguém vai perder, né, ? Porque mesmo que ele seja seu ex, não vai perder essa festa por nada. – a incentivei.

Louis’ POV
Estava andando por um parque com a Eleanor e já havia sido parado pelo menos umas dez vezes pelas fãs, querendo uma foto ou algo do tipo. Eu gostava da Els, depois de um certo tempo, você acaba gostando da pessoa se você convive muito com ela, mas não é o mesmo amor que todos pensam que existe entre mim e ela. É um amor de amizade, nada mais que isso.
– Lou, o Simon ligou para mim mais cedo. Ele também ligou para você? – ela me perguntou, fazendo com que saísse de meus devaneios.
– Ligou. Ele quer ter uma reunião com a gente amanhã.
– Você tem alguma ideia sobre o que ele quer falar?
– Não. Mas não liga pra isso. Deve ser besteira. – falei a olhando e sorrindo.
– Se você diz... – ela hesitou. – Só que eu queria te fazer um convite.
– Pode falar, Els.
– É que hoje vai ter uma festinha na casa de um amigo meu... E bem... Eu estava pensando, se você não queria ir comigo?
– É que...
– Não, deixa. É besteira. É só que pensei que iria ser bom nos verem em uma festa.
– Quer saber?! Vamos, eu vou com você a essa festa.
– Obrigada, Lou, você é ótimo. – Eleanor falou me abraçando.
– Magina. Vem, vamos tomar um sorvete. – falei a puxando. – Estou com vontade. – Dei de ombros.
– Só você mesmo. – ela sorriu.
Não tinha por que não aceitar ir para essa tal festa com a Els, já que lá não haveria nada demais, e, como todos pensavam que éramos um casal, então isso poderia até ser melhor.

’s POV
Não podia acreditar que estava a poucos minutos de ir para a casa do Lucas. É, como já deu para perceber, nosso término não foi um dos melhores, e, para falar a verdade, prefiro não comentar sobre isso. Só sei que agora o que menos quero é ir para essa festa. O Lucas, desde que terminamos, não sai do meu pé, tentando uma reconciliação que não vai acontecer.
Já estávamos todas na casa da e , onde tínhamos marcado para nos encontramos para irmos juntas, já que era sempre assim que fazíamos, quando meu celular vibrou, sendo seguido pelos das meninas.
– Mentira! – elas exclamaram.

“A festa babou. Meus pais chegaram mais cedo de viagem. – Lucas”
– Bem a cara dele! – falei irritada. – Era por isso que eu não queria ir!
– Que saco! – falou se jogando no sofá.
– Pode se levantar daí. Nós vamos mesmo assim. – a empurrou.
– Se você não percebeu, os pais do menino apareceram. – lembrou-a.
– E quem disse que vamos para a festa dele? Tem muitas baladas boas em Londres. – falou animada.
– Eu já sei qual podemos ir. – se levantou em um pulo.
– E lá vamos nós de novo. – falei saindo pela porta, junto com as meninas.
Pegamos um táxi e logo chegamos à Fabric. Um ótimo espaço para dançar até o dia clarear, tenho que admitir. Passamos pelos dois grandes homens de preto e, assim que entrei, pude notar os jogos de luzes, que deixavam o ambiente mais “animado”.
– Vamos pedi uns drinks? – nos puxou.
, vê se não bebe muito, tá?! – se preocupou. – Não queremos te levar arrastada para casa.
– Pode ficar tranquila, mamãe. – brincou.
Todas pedimos um drink e fomos dançar. Tenho que admitir que estava me divertindo, e já tinha dançado com pelo menos uns dois ou três meninos. Fui até o barzinho novamente para descansar um pouco.
– Cadê as meninas? – perguntei à , que estava tomando um drink.
– Não sei. Estão por aí. – falou, tomando tudo de uma vez.
– Bebe mais devagar. – falei olhando-a. – Quantos você já tomou?
– Acho que uns cinco ou seis, sete...
– Muito bem, fica bêbeda, assim volta para a casa sozinha e tomara que seja estuprada.
– Só estou aproveitando, . – falou meio sem nexo, me dando um beijo na bochecha, que logo foi limpo.
Rolei meus olhos até a pista, onde vi as meninas se divertindo, e, mesmo que estivesse um pouco preocupada com a , ela já é bem grandinha e já sabe se cuidar muito bem. Não precisa de babá para isso. Eu tinha era mais que me divertir, porque estava solteira há duas semanas e ainda não tinha me divertido o tanto que gostaria.

Zayn’s POV
Meus planos não saíram tão certos quanto eu esperava. Afinal, como iria esperar que brigasse com a Perrie? Tudo por ciúmes da parte dela. Normalmente, ela não é muito de ter crises de ciúmes, mas hoje não foi um desses dias, e, como não queria ficar em casa pensando nisso, preferi vir para uma festinha em uma boate muito conhecida por mim.
Fui até o primeiro bar e pedi algo para beber. Não tomaria muitos, mas eu estava querendo mesmo era me divertir. Fui até a pista de dança, onde avistei uma garota muito bonita, de cabelos escuros. Me aproximei dela, e, como já havia tomado mais drinks que pretendia, não estava muito ciente de minhas ações. Ela dançava seduzente, porém, de uma forma não vulgar, ao contáario da maioria das outras garotas que estavam ali, e aqueles movimentos que ela fazia com o quadril me deixava louco. Ela chamava minha atenção e de outros garotos que tinha no espaço. Aproximei-me dela e comecei a dançar com a própria, que me acompanhava nos movimentos. Não era muito meu forte dançar, mas, quando se bebe um pouco mais que o aceitável, não se liga para isso.
Já estava dançando com a tal garota há bastante tempo, sem se quer trocarmos uma palavra. Havia percebido que ela também não estava 100% sóbria, e isso nos deixava cada vez mais soltos.
– Como é seu nome? – eu perguntei perto do ouvido dela.
, e o seu? – Ela chegou mais perto, para que eu pudesse escutar.
– Zayn. – Me surpreendeu por ela não me conhecer.
Ela me olhou com dúvida, como se quisesse se lembrar de algo, mas não conseguiu.
– Vamos pegar um drink? – ela me perguntou.
– Acho que para mim já deu.
– Vamos. Você não vai me deixar beber sozinha, vai? – Ela me convenceu.
Voltamos para o bar, onde creio ser o caminho que mais fazia.
– Então, , você não me conhece de verdade? – perguntei enquanto ela tomava um gole de sua bebida colorida.
– Não. Achei que sim, mas não. Definitivamente não. Por quê? Deveria me lembrar de você? – ela perguntou meio insegura.
– Não, não. Acho que não. – falei tomando um gole da minha bebida, que, pelo visto, era o que tinha de mais forte ali.
– Vem, vamos voltar para a pista. Cansei de conversar. – Ela me puxou.
– Você não é muito de falar, né?!
– Sou mais ação. – ela falou entre a dança, nos deixando mais próximos.
Enquanto dançávamos, íamos chegando mais perto. E cada vez mais sentia vontade de beijar sua boca, que ainda tinha seu batom quase intocável nela. Fui me aproximando. Já não aguentava mais reprimir essa vontade, e, quando dei conta de mim mesmo, já estávamos nos beijando. Pedi passagem, sem ela hesitar em dar. Ela queria esse beijo tanto quanto eu também o queria.

’s POV
Já eram quatro da manhã, e, mesmo que eu gostasse de festa e que fôssemos dormir na casa das garotas, eu já estava cansada. Assim como as meninas. Menos , que ainda não tínhamos encontrado para irmos para casa. Não sabíamos onde ela estava. Da última vez que a vi, foi no começo da festa.
– Aonde ela está? Tenta ligar para o celular dela de novo, . – me pediu.
– Já liguei, mas ela não me atende. – respondi.
– Não precisa mais ligar. Eu acabei de achá-la. – falou , apontando para uma direção.
Quando todas olhamos, nossos queixos caíram. Como assim a estava beijando um garoto?
– Quem diria, a pegando geral. – brincou . – Essa puta mesmo com namorado ainda faz isso!
– A gente tem que tirá-la dali. – comentou.
– Ela está se divertindo. Quem mandou ficar bêbada? Deixa-a aí. – deu de ombros.
– Você ficou louca? Só podemos voltar com ela. – .
Olhamos de novo para a direção em que estava e ela e o menino estavam se olhando e mais uma vez, beijo e selinho e blá, blá, blá. Definitivamente teríamos que tirá-la dali, se não ela iria acabar na cama com ele.
se soltou do garoto e logo ele pegou o celular, onde o olhou e logo em seguida deu outro selinho nela, se despedindo.
– Essa é nossa deixa. – falei para as meninas.
Fomos até onde a estava, a encontrando ainda limpando sua boca borrada do batom vermelho.
– Já deu, não acha, ? – perguntou um tanto brava.
– AGORAQUEAFESTACOMEÇOUMENINAS! – ela falou com dificuldade, pela bebida.
– Não, você já aprontou muito por hoje. Só quero ver quando seu namorado descobrir que você beijou outro. – falou pegando em seu pulso, para tirá-la dali.
– Ai! Me solta! – puxou o braço. – Eu quero é mais que o Steven se foda. – falou rindo.
– Alguém pega essa menina ou eu vou bater nela se ela não falar mais baixo! – disse com raiva.
– Vem, , vamos embora. – falei a empurrando enquanto ela falava coisas sem nexo.
Pegamos um táxi e seguimos para a casa das meninas, onde arrumamos a menina bêbada em seu quarto, e seguimos para conversar na sala.
– Da próxima vez que ela beber assim, eu bato nela! – exclamou.
– Eu só quero ver amanhã como ela vai acordar. – falei, tirando meus sapatos.
– Só não vai ser eu que vou cuidar. Quem mandou beber tanto?! – disse se deitando com a cabeça no colo da .
– Quando for você da próxima vez, a gente também não cuida de você tá, ?! – sorriu sínica.
– Eu garanto que não vai ser eu. – retribuiu o sorriso.
– Meninas, vamos parar? Ainda são cinco da manhã para vocês começarem a brigar. – repreendeu-as.
– Tudo bem. – elas confirmaram.

Harry’s POV
Adentrei na casa, encontrando o Louis e Liam no sofá e o Niall na cozinha.
– Harry? – Niall perguntou.
– Achei que ia chegar mais tarde. – Liam se levantou. – Como foi a viagem?
– A mesma coisa de sempre e...
– Você não veio com a seca da sua namorada, não é?! – Nialler levou uma almofada na cara, que foi arremessada pelo Payne.
– Não... A gente terminou. – falei me jogando no sofá, ao lado do Lou.
– Sério? Por quê? – Liam questionou.
– A gente brigou e ela foi embora. Acho que... Só nunca deu certo de verdade. – respondi, pegando o controle.
– Finalmente você pensou direito, Hazza. – o loiro falou da cozinha.
– É o que parece né, Horan?! – falei dando de ombros. – E você? Por que está tão calado? Você não é disso, Tommo.
– Se alguém me deixar. Desde que você chegou, o irlandês não para de falar. Desse jeito, fica fácil de achar que era ele que queria algo com Taylor. – Lou riu.
Niall o fuzilou.
– Cadê o Zayn? – perguntei, dando de ombros.
– Está no quarto. Ele saiu com a Perrie ontem, e parece que chegou hoje. – Tomlinson me respondeu.
– Ele chegou às cinco da manhã e porque eu liguei, se não tinha ficado até mais tarde. – Payne disse.
– Liam, estragando a festinha do nosso amigo? – brinquei.
– Que nada. Eu duvido muito que ele estivesse com a Perrie. – Daddy comentou.
– Como assim? – todos nós nos interessamos.
– Eu não escutei a voz dela quando falei com ele, e sim de outra garota. – ele pareceu pensar.
– Então quer dizer que nosso Malik não estava mesmo com a namorada. Isso está ficando interessante. – analisei.

’s POV
Acordei com o sol batendo em meu rosto, me fazendo levantar a cabeça do travesseiro e sentir uma dor de cabeça imensa. Gemi um pouco com aquilo, e só rolei para o outro lado da cama, onde não havia sol. Não estava muito disposta a acordar, muito menos a me levantar. Mas assim que fechei os olhos novamente, escutei a porta ser aberta cautelosamente.
– Ela ainda está dormindo.
– Cala a boca, ! – falei tampando meus ouvidos.
– Ou não. – riu.
– Será que vocês poderiam me deixar em paz? Estou morrendo de dor de cabeça. – falei irritada.
– Por isso que eu trouxe seu remédio. – falou se aproximando.
– Obrigada. – agradeci enquanto pegava o comprimido e a água.
– Se quiser, tem café na cafeteira. – disse.
– Vou querer sim. Pega pra mim? – pedi.
– Folgada. – se levantou. – Só vou pegar porque você está de ressaca.
– Quando trouxer, deixe no criado mudo, porque vou voltar a dormir.
Ela assentiu, e eu voltei a enterrar minha cabeça no travesseiro.
, você se lembra de algo que aconteceu ontem? – se pronunciou pela primeira vez.
– Não. – neguei, eu não lembrava mesmo.
– Não mente! Isso deve ser é dor na consciência, por ter traído o namorado.
Abri os olhos imediatamente, os arregalando e olhando .
– EU O QUÊ? – gritei, depois sentindo minha dor na cabeça aumentar.
, cala a boca! – a repreendeu.
– Não, agora você vai contar! – insisti.
– Não, agora você vai descansar, mais tarde ela te conta. – falou empurrando a para a porta.
– Não. Esperem!
Elas fingiram não me escutar, fechando à porta. Mas que estória era essa que eu fiquei com um menino? Eu traí de verdade o Steven? Meu Deus! Ele não pode saber nunca. Mas pelo menos o menino era bonito? , para. Você tem que esquecer disso, e falar com as meninas, aí sim você vai saber o que aconteceu de verdade.
Tentei me levantar, mas a dor de cabeça aumentou, se é que era possível, me fazendo deitar novamente. Depois falava com elas, não estava com psicológico preparado para uma notícia dessas. Me virei na cama, achando uma posição confortável e fechei meus olhos, tendo minha mente invadida por lembranças.

Flashback On:
Já estava um pouco embriagada, quando um menino muito bonito se aproximou e começou a dançar comigo. A essa altura, já não me lembrava que tinha namorado nem nada, para falar a verdade, não sei como ainda estava dançando, e eu poderia jurar que já tinha visto aquele garoto em algum lugar. Porém, não consegui identificar de onde. Deveria ser apenas um carinha da escola, ou alguma coisa assim, já que, pelas suas roupas, se notava que estava bem vestido. Não deveria ser um dono de supermercado que eu frequento, ou coisa do tipo.
– Como é seu nome? – ele perguntou me tirando de meus devaneios.
, e o seu? – falei, chegando mais perto para que ele pudesse escutar, já que a música estava muito alta.
– Zayn.
Assim que escutei aquele nome, tive quase certeza de que já o conhecia. Esse nome não era tão estranho assim para mim. Mas, mesmo assim, não consegui identificar de onde era. Estava muito bêbada para isso.
– Vamos pegar um drink? – perguntei.
– Acho que para mim já deu. – ele falou sem jeito.
– Vamos. Você não vai me deixar beber sozinha, vai? – eu o convenci.
Voltamos para o bar, onde eu ia frequentemente, e nos sentamos nos banquinhos que ali haviam, pedindo mais um drink.
– Então, , você não me conhece de verdade? – me perguntou enquanto eu tomava um gole de minha bebida colorida.
– Não. Achei que sim, mas não. Definitivamente não. Por quê? Deveria me lembrar de você? – Fui sincera.
– Não, não. Acho que não. – disse tomando um gole de sua bebida.
– Vem, vamos voltar para a pista. Cansei de conversar. – O puxei.
– Você não é muito de falar né?!
– Sou mais ação. – falei entre a dança, nos deixando mais próximos.
Ele mordia seu lábio inferior, fazendo-me querer beijá-lo. Já não sabia mais o que era certo ou errado. O álcool que já havia em minhas veias não me deixava raciocinar direito, então, a medida em que nos aproximávamos, eu acabei o beijando. E, definitivamente, foi o melhor beijo de toda a minha vida. Os lábios dele eram macios e convidativos. Ele aprofundou o beijo e eu não hesitei em deixar. Era um beijo quente, que me fazia ir à loucura. E definitivamente ele tinha pegada. O que me deixava mais em êxtase.
Flashback Off.

– CARALHO, EU FIQUEI COM ZAYN MALIK! – gritei, dando um pulo da cama.
Agora tudo tinha se esclarecido em minha mente. EU HAVIA FICADO COM ZAYN MALIK DA ONE DIRECTION. Como assim? Eu fiquei com aquele gato? Ele estava cego ou o quê? Ai meu Deus!
, você está bem? – As meninas entraram assustadas no quarto.
– O menino que eu fiquei era ZAYN MALIK DA ONE DIRECTION! – falei ainda sem acreditar.
– Bem que eu sabia que já tinha visto ele em algum canto... – começou. – Mas pela luz e como ele estava de costas, não deu para notar que era ele.
– Se minha irmã sonha, ela me mata. – falei me lembrando.
– Se eu fosse você, me preocuparia mais nas directioners descobrirem. E outra coisa: vocês dois têm namorados. – me lembrou.
– Verdade, e como é mesmo o nome da namorada dele? Minha irmã já disse algumas vezes que não gostava dela e achava que...
– Acorda, ! Você pode está agora em todas as revistas de fofoca do mundo. Se tiver muita sorte, ninguém viu! – falou me sacudindo.
– Puta merda, o Steven! Se ele descobre, adeus namoro. – falei com a mão na cabeça.
, você beijou um dos garotos mais desejado do mundo, e você está preocupada com o seu namorado? Você nem gosta dele tanto assim. – deu de ombros.
– Como se você se importasse muito se ele é muito desejado. E sim, eu gosto muito do Steven, mas se a gente terminar e o meu pai descobre, ele enfarta! – falei me jogando na cama.
– E não me importo mesmo. Só sei que Zayn é um gato e todos aqueles amiguinhos dele. – disse.
– Isso é verdade.
Começamos a rir da cara dela.
– Assim eu vou ficar louca! – falei ainda rindo. – Eu tenho que ligar para o Steven e ver se ele sabe de algo. – Me levantei.
– Antes toma banho, que vamos para o shopping... – começou.
– Tá, tá. Só esperem eu ver como está essa estória.
– Não se esquece de não falar à Melody que você beijou o suposto marido dela. – debochou.
– Muito engraçada vocês! – Sorri amarelo.

Liam’s POV
– Zayn, sai do banheiro, só falta você! – falei ,batendo na porta.
Já fazia pelo menos uma hora que ele estava ali dentro, e eu e os meninos esperando para podermos ir à tarde de autógrafos que teríamos hoje.
– Estou pronto. – falou Malik abrindo a porta.
– Melhora a cara. – pedi.
– Não dá, estou com sono ainda. – reclamou.
– Se você não estivesse chegado tão tarde, não estaria.
– Sermão à essa hora da manhã não, Liam, por favor.
Assenti e seguimos para a vã, onde os outros já estavam.
– Onde é mesmo que vamos dar os autógrafos? – Niall perguntou inquieto.
– No shopping, em uma livraria. – Paul respondeu.
– Oba! Assim podemos comer e... – Nialler falou animado.
– Nada disso, Horan. Vocês não vão fazer como da vez anterior, que fugiram. – Paul nos lembrou.
– Não esteja tão certo disso, meu caro Paul. – Louis bateu de leve no ombro dele.
– Você já deveria está acostumado. – Harry caçoou.
– Meninos, se vocês fugirem, eu dessa vez vou falar para o Simon, que não vai gostar nada de saber nisso. – ele nos ameaçou.
– Bem que você podia deixar a gente aproveitar um pouquinho, né, Paul?! – tentei convencê-lo.
– Meninos, vocês sabem que não podem, então não me arranjem problemas.
Bufamos com aquilo, mas daríamos um jeito de tornar aquilo mais divertido. Sempre fazíamos isso mesmo, com autorização ou não. Só que depois iríamos escutar sermões do Simon de “Vocês são irresponsáveis!”, “Essa não é primeira vez?”, “Vocês não são mais crianças!” e blá, blá, blá. De uma coisa ele estava certo: não éramos mais crianças, porém, uma vez ou outra tínhamos que sair sem nossos “guarda costas”. Mesmo que eles mantivessem uma distância aceitável, era um pouco chato não podermos ficar um pouco sozinho, andando como qualquer garoto de 19 anos.


Capítulo 2


“Te ver e não te querer é improvável, é impossível.” – Te Ver, Skank.


Zayn’s POV
Essa enxaqueca estava me matando, e o pior era que eu não podia sair daqui sem dar a todas aquelas fãs seus autógrafos, que não seria impossível, se ao menos elas não gritassem tanto. Tomei mais um comprimido enquanto outra directioner se aproximava.
– Oi, como é seu nome? – perguntei, pegando o seu Take Me Home.
– Ah... Hã... É... Samanta. – falou em um tom baixo.
– Foi um prazer te conhecer, Samanta. – sorri.
– Eu te amo, Zayn! – falou, me abraçando.
– Eu também te amo, pequena. – retribuí o abraço.
Ela saiu olhando uma vez ou outra para trás, enquanto eu continuava a assinar em outros objetos de várias garotas.
Era sempre a mesma coisa. Dar autógrafos, falar com fãs e coisas do gênero. Não que eu estivesse reclamando, só que quando você passa a noite acordado e toma um porre daqueles, não quer acordar tão cedo. Principalmente quando se lembra do que fez, e que será possivelmente descoberto. Mas espero que isso não tenha acontecido, afinal, eu nunca mais vou ver aquela garota, que nem ao menos sabia quem eu era, ou estava muito bêbada para isso.
– Zayn? – fui acordado de meus devaneios por uma fã, que me olhava confusa.
– Hã? Oi. – falei, saindo do transe.
– Você poderia assinar isso para mim? – ela sorriu cínica, e aquilo foi meio estranho.
Peguei a revista que estava em sua mão e, assim que a abri, vi uma foto minha na capa da própria, com a enquete: “Zayn Malik foi visto saindo de uma boate, sujo de batom, sem sua namorada. Será que o boy traiu a integrante da Little Mix?”.
– Zaza, você traiu a Perrie de verdade? – a menina me olhou querendo uma resposta, na qual eu não sabia dar.

’s POV
É, pelo menos eu não estava mais com dor de cabeça, mas não sabia como conseguia estar em pé para chegar até aqui. Ah é, depois do lembrado, não teria como conseguir dormir novamente. O bom foi que o Steven não sabia de nada, nem ele, nem ninguém, exceto minhas amigas, e, por isso, estava bem mais aliviada.
– Caramba! Olha a quantidade de pessoas que resolveram vir ao shopping hoje! – reclamei, vendo a quantidade de pessoas ali.
– Nunca tinha visto tanta gente aqui antes... – concordou , olhando cada extremidade do espaço.
– Vamos pra onde primeiro? – perguntou um pouco impaciente, enquanto andávamos até a escada rolante.
– Praça de alimentação? – perguntou .
– Não, vamos pro cinema. Quero ver se tem algum filme bom. – pediu.
Concordamos e seguimos até o terceiro piso, onde se encontrava o cinema, mas, para a nossa surpresa, não estava passando nenhum filme que prestasse. Pelo menos, não em nosso horário ou perto dele.
– E então, vamos agora pra praça de alimentação? – questionou.
– Não, eu tenho que comprar um livro pra minha irmã, vamos aproveitar que já estamos aqui mesmo. E depois descemos pra lá. – falei enquanto tentava me lembrar de qual era o nome do livro.
– Não sabia que a Melody gostava de ler. – me olhou desconfiada.
– E ela não gosta, é só porque é o livro de um daquela banda que ela gosta. – falei essa última parte baixo, lembrando-me do acontecido.
– O MESMO QUE VOCÊ FICOU ONTEM? – praticamente gritou.
– Fica calada! – tampei a boca dela. – Não, não é dele. – tirei minha mão.
Logo já estávamos na entrada da livraria, onde tinha uma quantidade muito grande de pessoas. Digamos que a metade ou mais das pessoas que costumeiramente estariam andando pelo shopping estavam lá. E alguns dos funcionários ali presentes tentavam acalmar algumas das jovens que choravam, gritavam, riam e tudo mais.
– De repente todo mundo resolve gostar de livros?! – reclamou , me tirando de meus devaneios.
, desista. Depois compramos esse livro. – pediu.
– Eu sei, mas é pra minha irmã e ela vai ficar enchendo meu saco se eu não comprar. – falei, ficando nas postas dos pés para ver o que estava acontecendo.
– Qual é... Você não vai tentar ser a melhor irmã do mundo agora, vai? – me olhou desconfiada.
– Essa fila não pode ser só pra comprar livros... – não liguei muito para o que minha amiga falou. – Deve ser pra... Com licença. – fui até uma das garotas que gritavam. – Por que tudo isso?
– A 1D... Ahhhhhhhhhhhh! – ela gritou mais alto.
Arregalei meus olhos e quase corri até minhas amigas.
– É, acho melhor irmos. Vai demorar muito mesmo, depois compro isso... – saí falando até que fui puxada de volta. – Ai!
– Não, , a Melody quer tanto esse livro, e agora você pode até levar um autógrafo deles pra ela. – falou , fazendo as meninas rirem.
– Ela não vai se importar é só um livro mesmo... – tentei sair novamente.
– Não, , não podemos fazer isso com ela. Quem sabe assim você não consegue até outro beijinho com o Malik. – falou essa última parte mais baixo, para que só a gente pudesse ouvir.
– Vocês são tão engraçadas... – dei um sorriso amarelo, que só as fez rir mais.
– Vamos, antes que a resolva ir até o “namorado” dela, e sejamos lixadas. – deu ênfase em namorado.
– É serio, ainda não vi a graça. – falei sem humor.
– Mas a gente sim. – se pronunciou.
– Vocês são umas vadias mesmo. – saí sem esperá-las.

Louis’ POV
Olhamos para o Zaza, sabendo que ele não tinha resposta para a pergunta da garota que estava em sua frente.
“É, essa seria uma boa hora pra “fugir””. Pensei.
Olhei para os garotos e eles já sabiam o que eu queria dizer, se não, eles, veriam agora.
Levantei-me da cadeira e gritei “Simon!” Apontei para um lado da livraria, e imediatamente elas viraram olhando para direção onde eu havia apontado. Todas no exato momento. Chegava a ser engraçado, mas não esperamos até que elas virassem de volta.
Começamos a correr, menos o Zayn, que não estava entendendo nada e eu tive que puxá-lo.
– O Paul dessa vez nos mata! – falou Harry, correndo.
– Foi por uma boa causa. – expliquei.
– Já pode ir pensando na sua desculpa, Malik. Assim que a Perrie souber o que você fez, ela vai te matar! – Liam o preveniu.
– Sem falar no Simon. – o irlandês acrescentou.
– Eu sei... – Zaza disse, já ficando sem ar.
– Elas já devem ter perdido a gente de vista. – Niall falou cansado, ficando curvado por um tempo.
– Acho que não. – Payne apontou para o começo do estacionamento, que já era onde estávamos depois desse tempo correndo.
– Corre! – Zayn gritou.
– De novo não! – Nialler reclamou.
– Se quiser pode ficar, e quem sabe assim você não volta nunca mais pra casa? – Styles comentou.
Descemos para o último piso com a tentativa de fugir, e, assim que saímos e viramos a “parede” de concreto, Liam esbarrou em uma garota, que estava olhando para o chão enquanto falava no celular e ele olhando para trás, não dando tempo de nenhum de nós ou das amigas da garota falarem nada. Porém, para menina não cair no chão, Daddy a segurou pela cintura, fazendo cada um dos dois olhar nos olhos um do outro.
– O que você pensa que... Já pode me soltar! – ela o encarou.
– Desculpe. – Liam falou sem jeito. – Eu não quis te derrubar.
– Não, claro que não. – a garota pausou e depois prosseguiu. – Quer saber? Tanto faz. – falou ela, olhando para o Zayn, que estava tentando não olhar para as garotas. Especificamente para UMA.
O que eu perdi?
– Olha, ... Eram vocês que a gente estava procurando... – a loirinha das garotas disse.
– Vocês são directioners? – perguntei, sem entender porque não haviam gritado, já que todas faziam isso.
– Ãhn? – a morena perguntou.
– Nossas fãs. É assim que as chamamos – Horan explicou.
– Aquelas que estão vindo ali? – a quarta menina, de cabelos ondulados, apontou para onde surgiam milhões de garotas.
– Droga! – escondi-me atrás de um carro, assim como os meninos.
– Boa sorte pra vocês. – elas riram.
– Por um acaso vocês não vieram de carro, não é mesmo?! – perguntei descaradamente.
– Claro que viemos, por quê? – a loira olhou confusa.
– Bem, vocês podem levar a gente?! – sugeri.
– Oi? Como é? Não! – disse a menina de cabelos pretos, que pela primeira vez se pronunciou, fazendo Zayn olhá-la.

’s POV
– Por que não, ? Vai ser divertido. – insisti.
, não. Por favor! – ela falou baixo.
, amor, experiências novas... – falei só para ela. – Vamos! – chamei os meninos.
suspirou forte com aquilo. Ela sabia que eu só estava fazendo aquilo para chateá-la. Só para ver minha amiga se mordendo de raiva. Mas isso era só para ela nunca mais beber daquele jeito, não estava servindo de babá, ainda. E, para falar a verdade, estava adorando tudo aquilo. E, só para melhorar a situação, a mãe dela iria hoje para o apartamento das meninas, e era por isso que já estávamos voltando. Imagine só quando a Melody vê-los... Seria mais engraçado ainda. Se eles pensavam que iriam para casa, estavam muito enganados. Primeiro, irei me divertir com eles e a , e depois via o que fazíamos.
Seguimos para onde meu carro estava estacionado, com cuidado para que os meninos não fossem descobertos. Porém, enquanto isso, eu ficava olhando o Zayn, que parecia não estar muito confortável naquele ambiente – nem preciso dizer por que – e para , que andava na frente de todos, um pouco distante, em uma posição que ela julgava ser segura. Coitada, ela ainda não viu nada!
– Ela é sempre assim? – fui tirada de meus devaneios por um loiro, que, se não me engano, se chamava Naill ou seria Niall? Não sabia ao certo.
– A ? – perguntei para ter certeza.
– É o nome dela? – ele apontou para a própria.
– É sim. – suspirei. – Ela só está com alguns problemas. – sorri maliciosa.
– Que problemas? – ele quis saber.
– Não acha que você está muito folgado, pra quem se acaba de conhecer? –olhei-o.
– Não. – falou descontraído.
Logo chegamos ao carro e, para a surpresa de todos, e sorte dos meninos, viemos todas em dois carros. O meu e o da , só que, mesmo assim, eu iria fazer com que a fosse no mesmo carro que o Malik. Só para me divertir mais um pouco com isso. Eu sei, sou ótima no que faço.
– Pronto. , Zayn (esse havia sido um dos poucos que tinha decorado o nome), o de cabelo cacheado e Louis vão com a e os outros comigo. – dividi.
– Meu nome é Harry! – ele me fuzilou.
– Tanto faz...
, por que não coloca os meninos todos em um mesmo carro? – me perguntou. Santa paciência, estava tentando brincar aqui!
– Porque não cabe, e vamos logo antes que as suas fãs apareçam.
– Você me paga, ! – protestou baixo.
– Quanta raiva, meu amor. – brinquei.

Liam’s POV
Ok, tudo aquilo estava meio estranho, mas não podia negar que o Lou teve uma boa ideia. Afinal, de outro modo, não teríamos como sair dali sem que nossas fãs vissem. O problema era que a menina que estava dirigindo não estava indo para nossa casa.
– Pra onde você esta indo? – perguntei.
– Pra casa a e . – respondeu ela, calmamente.
– Vocês não iriam deixar a gente primeiro em casa? – Niall olhou para ela confuso.
– Não! Vou levar vocês pra lá e depois vocês veem como fazem. – ela não desviou nenhum momento o olhar da rua.
Olhei para o Nialler e ele voltava a se recostar no banco do carro, logo em seguida me olhando, com o mesmo olhar que eu deveria estar.
, não seria melhor deixar os meninos na casa deles? A mãe da vai chegar e a Melody... Bem... – a moreninha de cabelos ondulados hesitou.
– Que isso, , vamos dar esse presente pra Mel. – ela sorriu.
, você não presta. – a amiga dela voltou a olhar para rua.
Tá, então o nome da loirinha era , não podia esquecer! E qual era mesmo o nome dessa outra...?
– Vocês não sabem no que se meteram... – a outra menina, que vinha ao lado do irlandês, comentou.
E, a princípio, foi a mesma menina que eu derrubei no shopping, que, a propósito, acho que não gostava de mim, pois desde que trocamos a primeira palavra, ela não tinha sido muito amigável.
– Por quê? Vocês não vão sequestrar a gente, ou coisa do tipo, né?! – o loiro perguntou, olhando assustado para a garota.
– Não, não temos vocação pra ser criminosas. – ela olhou de relance. – Só o seu amiguinho que vai precisar tomar um pouco de cuidado.
– Quem? O Liam? – Horan a questionou.
– Não, o Zayn. – a tal da respondeu, rindo.
– Por quê? – quis saber.
– Vão ver. – a , se não me engano, se pronunciou.
Não estava gostando do rumo da conversa. Isso estava muito estranho. Para falar a verdade, essas meninas eram estranhas. A todo tempo com códigos indecifráveis para mim, e sem falar que o clima neste carro não estava muito bom. Só esperava que chegássemos logo ao destino.
Não demorou muito e já estávamos no tal apartamento, e, para nossa surpresa, os outros já estavam lá.
– Até agora não entendi o fato de estarmos aqui! – Hazza reclamou.
– Seguinte. Vocês precisavam de carona, e a gente precisava de vocês, então fazemos a troca. – a o respondeu.
Pelo que até agora tinha entendido, ela era a que estava desenvolvendo algo que ainda não entendia o que era.
– Como assim? – o Tommo quis saber.
– A irmã da gosta de vocês... – a tal garota que não gostava de mim começou.
– Até demais. – a moreninha tentou disfarçar com uma tossida falsa.
– Não! – a tentou protestar.
– E vocês vão dar um alô ou qualquer coisa desse tipo pra ela, só pra agradar e tals. – a quinta menina completou.
– Não precisa não. Vocês já podem ir... Não escutem essas malucas... – gesticulou muito para concluir a frase.
– Que isso, , é o melhor que eles podem fazer, por termos “salvado-os”. – deu ênfase na palavra SALVADO.
– Não nos incomodamos. – eu me pronunciei. – Ela é uma directioner?
– Você não imagina quanto ela gosta de vocês. – as meninas sorriram para amiga, que não estava nada à vontade, assim como o Malik.

’s POV
A tinha pegado meio pesado com relação a armar tudo aquilo (propositalmente), só para fazer a “pagar” por causa de tudo que aconteceu ontem, só que fiquei com pena dos garotos, pois assim que a Melody chegou, quase morreu ao vê-los aqui e não os deixou em paz depois disso. Mas pelo menos estavam todos se divertindo, menos a e o Zayn, que não estavam com uma cara muito boa. Principalmente quando a Mel disse que iria se casar com ele. A minha amiga murchou completamente na hora, imaginava que porque ela pensou que se a irmã soubesse de tudo que aconteceu ontem, enlouqueceria. Porém, de uma certa forma, isso era bom, me fazia rir um pouco. Não sendo má, tá! É só que não podia negar que isso estava me rendendo muita risada.
Senti meu celular vibrar, fazendo-me sair de meus devaneios. Imediatamente saí do quarto onde todos estavam e fui até a cozinha, onde eu poderia ler minha mensagem sem interrupções.

“Amor, está em casa? – Zac”

Imediatamente sorri involuntariamente com a mensagem.

“Estou. Por quê? –

Digitei rapidamente a mensagem.

“Pode me encontrar às 17:00h no Starbucks da rua da empresa? – Zac”

“Posso. Até mais tarde <3 – .”

O que será que o Zac queria comigo? Não era normal meu namorado marcar algo comigo pela semana, já que nas férias ele trabalhava na empresa de seu pai. Só esperava que não estivesse me esquecendo de nada importante. Afinal, só fazíamos dois anos de namoro daqui a dois meses.
– Onde posso pegar um copo?
Dei um pulo ao ser despertada de meus devaneios por aquela voz rouca, que, assim que virei para olhar, me deparei com um par de olhos verdes, que brilhavam intensamente. Olhei fixamente para o dono dos próprios, que sorria de um jeito sexy.
– Oi? – só consegui dizer isso.
– Um copo, onde encontro? – ele voltou a perguntar.
– Ah... No armário à esquerda. – respondi, voltando a olhar meu celular para tentar ver a hora.
– Obrigado. – ele pegou o copo e colocou água. – Por que você está aqui dentro?
Arqueei a sobrancelha.
– Por que quer saber? – questionei.
– Porque está sorrindo maliciosa pra mim desde que cheguei. – ele sorriu daquele jeito de novo, fazendo-me mexer o maxilar.
– Eu não... Pare! – ordenei.
– O quê? Não estou fazendo nada. – sorriu de lado.
Olhei-o, não acreditando no quanto sínico ele era. Desde que me olhou, quando chegou nesta cozinha, vi seu olhar transbordar malicia, e seu sorriso não mostrou diferença, e ainda tinha coragem de dizer que era eu que estava fazendo isso.
– Ainda bem que você não é o favorito da Melody. – fui até ele e tomei a garrafa de água da sua mão.
– Eu sei... Sobra mais pra você. – ele deu um beijo em minha bochecha, que me deixou imóvel.
– Harry Styles, o maior pegador do One Direction e o maior galã barato. – virei novamente para ele. – Já está na hora de mudar suas táticas, não acha?
– Teste que você verá. – ele me analisou.
– Sinto muito, mas galinha não é muito meu forte. – coloquei a garrafa de água na geladeira novamente e o encarei.
– Quem sabe não passa a ser? – ele me puxou para si. – Ainda não. – deu-me outro beijo na bochecha, me largando.
– Você é um idiota!
– Por isso que elas gostam de mim. – ele me encarou. – Agora vamos, antes que achem que estamos tendo alguma coisa. – e saiu.
Eu fui logo atrás. Pela primeira vez em muito tempo, fiquei confusa com o que um garoto me disse. Ou esse garoto era louco ou eu não sei.

Niall’s POV
Estávamos já há algum tempo brincando e conversando com a nossa mini fã, e, se querem saber, ela era uma graça. Tirando a parte em que acho que ainda não acreditava muito que estávamos aqui com ela, ou pelo simples fato de não acreditar muito bem.
– Então foi por isso que você disse que o Zayn ia precisar tomar um pouco de cuidado? – falei para a – é, eu consegui me lembrar do nome dela –, que estava ao meu lado.
– Claro. – ela respondeu, analisando a Melody, que estava conversando com o Malik sobre a Perrie, e digamos que ele não estava muito a fim do assunto. – Você ainda não viu nada. – falou, desviando o olhar para mim.
– É, já imaginava que isso não era nem o começo. – sorri para ela.
Logo escutei meu celular tocar e, assim que tirei para ver quem era, me arrependi no mesmo segundo.
– É o Simon. – olhei para os garotos, que imediatamente pararam o que estavam fazendo e me olharam.
– Não atende, Niall. – Louis tomou o celular de minha mão. – É melhor desligar isso.
– Ele deve estar nos procurando como louco. – Hazza concluiu.
– Agora não tem como voltar mais atrás. O Simon vai nos matar de qualquer forma. – Liam se levantou.
– Pois é, né, Zayn. – chamei sua atenção.
– Não obriguei ninguém a nada e sem falar que a ideia não foi minha. – Malik se justificou.
– Na hora ninguém reclamou e agora está feito. – Tomlinson me devolveu o celular. – Agora não o tire do bolso.
– Por que vocês têm tanto medo desse tal de Simon? – a – era assim o nome dela? – perguntou.
– Não fala besteira, . Os meninos não têm medo do tio Simon. – Melody a olhou, como se aquilo fosse muito óbvio.
– Não é medo, e sim porque ele é nosso empresário. Sem ele e nossas fãs, não seríamos nada. Então devemos respeito, e, para tudo, temos que fazer o que ele manda. – Liam explicou.
– É tipo uma regra que deve ser cumprida. – Lou complementou.
– Mas então por que não querem falar com ele, e qual o motivo de terem fugido de suas fãs? – o questionou, fazendo Mel nos olhar estranho.
– Vocês fugiram da gente? – ela pareceu não acreditar em suas próprias palavras.
– Meu amor, eles não fugiram "de vocês", eles só estavam tentando ter um tempinho pra passar com você. – a fez entender melhor, ou quase.
– Eu sabia que vocês me amavam, mas não sabia que era tanto assim! – ela sorriu genuinamente.
É, eu concordava que essa foi uma das melhores formas de se explicar algo a uma criança, principalmente quando não se podia contar a verdade a ela para que a própria não se decepcionasse.
Sorri para e ela retribuiu outro, mas meu olhar foi desviado para olhar o Zayn, que tinha um olhar forte entre mim e ela. Fiquei meio confuso com aquilo. Mas não vi nenhum mal, afinal, não tinha o que ver – eu acho.
– Meninos, eu tenho que ir com a Melody, mas já deixei uma lasanha pronta pra vocês jantarem. – a mãe da e Mel entrou na sala onde estávamos.
– Não, mãe... – a pequenina pigarreou.
– Meu anjo, a gente tem que ir antes que fique tarde, seu pai está nos esperando em casa. – ela olhou para filha mais nova.
– Não precisava, Sra. Nós já estávamos indo. – Malik disse.
– Não é incômodo nenhum, vocês estão fazendo minha Melzinha feliz, isso é o mínimo que posso fazer. – a mais velha insistiu.
– Vou sentir saudade – beijou a bochecha da mãe – Venha mais vezes, e da próxima traga o papai.
Neste momento, pude jurar que vi uma lágrima escorrer dos olhos da .
– E você, pequena? – ela abraçou a irmãzinha.
– Obrigada pelo presente e eu te amo muito.
– Imagino, Melody, depois de uma dessa. – elas riram.
– Tchau, meninos. – a mãe delas se despediu.
– Tchau. – todos respondemos.
– Tchau e obrigada pela visita. Não se esqueçam de ligar, pode ser a qualquer hora.
– Claro, Mel, sempre. – rimos com aquilo e elas se foram.
Depois disso, um silêncio se estalou no espaço. Ninguém ali pronunciava nada, ou pelo motivo de não querer falar, ou para não ser inconveniente, já que na situação que nos encontrávamos... É, não tinha o que comentar.
– Mesmo que vocês estejam aqui por uma troca... Obrigada, foi muito importante para a Mel. – falou com um olhar diferente para gente, acho que era gratidão.
– Magina, é maravilhoso ver no rosto de uma fã a felicidade que Melody estava e saber que foi por nossa causa. – respondi.
Ela assistiu e voltou a encostar-se ao sofá. E antes mesmo que alguém pudesse falar alguma coisa, o ambiente foi tomado por o som de música. E aquela melodia eu conhecia. Era I Wish da Cher Lloyd. Olhei para a única pessoa que se moveu, e ela logo pegou o celular que estava em seu bolso.

’s POV
se levantou e saiu para que tivesse privacidade com a outra pessoa da linha, que eu poderia jurar que era o Zac, já que ela quase pulou quando viu o visor do celular.
– Vocês estão com fome? – perguntei para quebrar o silêncio.
– Claro, estou morrendo aqui. – Nialler respondeu rapidamente.
– Então eu vou pegar a lasanha e ou pratos. – se levantou. – Alguém me ajuda?
– Eu vou com você. – Liam se levantou.
Ela o olhou e se virou, indo para cozinha. Payne a seguiu.
– Ótimo! – sentou no sofá, fazendo todos olharem pra ela.
– O que foi? – quis saber.
– O de sempre. – ela sorriu amarelo.
E logo eu sabia do que se tratava. Com toda a certeza era do traste do namorado dela, que, em minha opinião, não a merecia. Tudo bem que ele era gato e tudo mais, porém, mesmo que só fosse um adolescente, já tinha responsabilidades de adulto. Não que isso fosse ruim, mas a era uma pessoa que gostava de se divertir, e não levava as coisas muito à sério. Então digamos que ele não era o tipo de pessoa tão perfeito para ela.
– Vocês têm algum tipo de jogo aqui? – fui tirada de meus devaneios pelo Louis.
– Deve ter no quartinho debaixo da escada. – respondeu.
– E onde fica isso? – ele perguntou.
– Vem, te levo. – levantei-me.
Segui para lá com o Lou logo atrás de mim. E, assim que avistei a pequena portinha, abri-a.
– Te apresento o quartinho onde as meninas guardam os trecos não utilizáveis mais. – liguei a luz. – Ou parcialmente.
– Legal aqui. – ele analisou o lugar. – Se não fosse tão pequeno.
– Pois é, agora me ajuda a procurar um jogo. – falei, olhando dentro de algumas caixas.
– Encontrei um aqui. – falou, ele mostrando a caixa que tinha o nome DETETIVE em letras maiúsculas e pintadas de preto.
– Esse... Acho melhor não. – procurei outro na caixa. – Que tal esse? – mostrei uma caixinha de vidro, que continha um baralho dentro. – Sabe jogar?
– Quem não sabe? – me olhou.
– Esta me intimidando, Louis Tomlinson? – fitei-o.
– Entenda como quiser. – ele pegou as cartas de minha mão.
– Eu aposto que ganho de você na primeira rodada! – estendi minha mão para que ele a pegasse.
– Está apostado! – ele apertou minha mão.
Aposta é aposta. Pena que ele não sabia com quem estava se metendo. Não costumava apostar e não ganhar. Aprenda: jamais, em hipótese alguma, entre em uma aposta comigo. Nunca. A menos que queira perder!

’s POV
Fui para a cozinha, sem acreditar que o único que tinha me oferecido ajuda era o chato do tal do Liam. Peguei a lasanha e coloquei no forno para esquentar.
– Você pode colocar os copos na mesa. – falei sem o olhar.
– Finalmente falou direito comigo. – percebi que ele se desencostou da porta da cozinha. – Onde estão os copos?
– Se quiser, não falou com você. Não faço questão! – fui até o armário onde peguei os pratos e apontei para os copos.
– O que eu fiz pra você? Só me trata mal desde que me viu. – ele passou do meu lado para pegar os copos.
– Primeiro: você quase me derrubou...
– Foi ser querer e já te pedi desculpas. – ele me interrompeu.
– Me deixa terminar de falar! – dei uma pausa e ele fez sinal para que continuasse. – Segundo: não tenta ser meu amigo. – voltei a encará-lo. – Você não é!
Ele só deu de ombros e voltou a arrumar a mesa comigo. Depois disso, reinou um silêncio eterno. Tudo bem que eu estava fazendo pouco caso sem razão, só que... Só não gostava dele. Não sei por quê. Afinal, nem o conhecia, mas já não gostava dele. Para falar a verdade, nunca gostei muito de gente famosa, pois segundo o que já ouvi e sei, essas pessoas, pelo menos, grande partes dela, são esnobes e só pensam em si mesmas. E não gostava disso. Só que não tive problemas com os outros garotos, muito pelo contrário, mesmo não tendo conversado muito com eles, achei que eram legais. Principalmente o loirinho, o que eu mais gostei foi ele. Para falar a verdade, foi o que eu mais simpatizei, e o que mais conversou comigo. Mas já o Liam... Só a cara dele me dava raiva. Sabe quando você não simpatiza com uma pessoa mesmo? Pois foi o que aconteceu. Não tinha explicação, só não gostava dele e ponto.
– Acho que a lasanha já está pronta. – disse ele, me acordando de “meu mundinho”.
– Ãhn? – não prestei atenção no que ele tinha falado.
– Como sabe se a lasanha está pronta? – ele me questionou.
Peguei um pano de prato e abri o fogão.
– Se o queijo estiver derretido. – falei, pegando a travessa de lasanha.
Coloquei a travessa na mesa, com cuidado para que não me queimasse. E percebi que foi a primeira vez que tinha falado dom o Payne por cinco minutos e não tinha “brigado” com ele.
– Vai chamar os outros? – ele me acordou de novo de meus devaneios.
Respirei fundo para não esganá-lo.
– Vou! – virei para porta. – E da próxima vez... Não me acorde dos meus pensamentos. – falei, saindo da cozinha, não escutando a sua resposta.

’s POV
Aquela situação estava meio que incômoda, mas, pelo que percebi, nenhum dos amigos dele faziam ideia sobre o que estava acontecendo. Muito diferente de minhas amigas, ou dele, que também não estava muito confortável com tudo aquilo. Pelo menos, me mantive mais longe possível dele. Não queria problemas, mais do que já tinha.
– Onde fica o banheiro? – Zayn perguntou.
Não o olhei. Se voltasse a olhá-lo, me lembraria da noite de ontem e meus olhos percorreriam seu rosto, atrás de sua boca e eu sentiria uma vontade imensa de senti-la novamente fazendo pressão com a minha.
Sacudi minha cabeça, tentando fazer com que aqueles pensamentos sumissem de minha mente. Não podia pensar aquilo. Isso só estava acontecendo por causa da . Eu a mataria!
– Na primeira porta a esquerda, do corredor. – fui retirada de meus devaneios pela voz da .
– A lasanha está pronta. – chegou da cozinha avisando.
Todos nos levantamos para ir até à cozinha.
– Onde está o Lou e a ? – Niall perguntou.
– Eles ainda não voltaram. – o respondeu.
– Deixa que eu vou atrás deles. – falei, saindo da sala.
Fui direto para o quartinho que havia debaixo da escada, mas, para a minha surpresa, eles não estavam lá. Onde eles haviam se metido? Subi as escadas, mas eles não estavam lá também. Onde esses putos se meteram? Estão me achando com cara de babá para estar atrás deles? Resolvi procurar então nos quartos da casa. Fui até o corredor.
? Louis? – chamei.
Enquanto andava a procura dos dois pelo corredor, uma porta se abriu, e eu fui puxada para dentro. Poderia gritar, se a pessoa que me puxou não estivesse com a mão em minha boca.
– Não grite.
Imediatamente reconheci o dono daquela voz, mas até agora não havia entendido por que ele havia me trazido para dentro do... Do... Meu quarto?
– O que você...? Por que estamos no meu quarto? – perguntei quando ele me soltou.
– Não sabia que era seu quarto. – ele analisou o próprio.
– Por que me trouxe aqui? – questionei curiosa.
– Você não pode contar a ninguém, , você não pode!
– Pode ficar tranquilo. Não pretendo contar a ninguém, porque, assim como você tem sua namorada, eu tenho o meu. – falei essa parte mais para mim do que para ele. – Além do mais, não quero ser odiada por suas fãs e pela minha irmã, como a puta que faz Zayn Malik trair a namorada.
– Você falando assim é pior do que eu tinha pensado. – ele se sentou na cama.
– Bad boy, você é uma ótima pessoa, só que se você prometer nunca mais falar sobre isso que aconteceu, eu também prometo que nunca ocorreu. – propus.
– Então nunca aconteceu?
– Não, nós nunca nos beijamos. – falei, olhando para meus pés, envergonhada, ao perceber o quanto essas palavras pesavam.
– Queria que na mídia as coisas fossem tão fácil quanto com você... – ele começou.
– Eles já sabem? – arregalei meus olhos.
– Não sabem que foi com você. – ele me tranquilizou. – Fica tranquila, seu namoro está salvo.
Bufei com aquilo. Como se meu namoro já não estivesse mais complicado antes desse beijo.
– Fica tranquilo, com menos de uma semana eles inventam alguma coisa e isso é esquecido. – agora era minha vez de melhorar a situação.
– Assim esperamos. – ele concordou.
De uma coisa eu estava certa: o que eu tinha proposto era bom para os dois, que, para tudo, estavam comprometidos. Então, nada aconteceu. Menos um problema para me preocupar. Já estava cheia com os meus problemas em relação a esse beijo e o Steven, então foi melhor assim. Agora só tinha que agir normalmente com meu namorado, sem que deixasse transparecer qualquer pista que fosse para que não faça como da outra vez, que ele perguntou se tinha acontecido alguma coisa. Só esperava que fosse fácil. Apesar de tudo, eu gostava muito do Steven, ele era uma ótima pessoa e tudo mais, sem falar que meu pai o adorava, e já tinha um plano de vida para nós dois. Não gostaria de decepcioná-lo só por um beijo. Mas também não podia negar que não gostei do beijo do Zayn, e não posso dizer que ele não me deixou confusa.

Harry’s POV
OK, a e o Tommo já haviam chegado, mas a , que tinha ido buscá-los, ainda não. Nem ela nem o Zaza, que havia ido ao banheiro.
– Vamos esperá-los ou já podemos comer? – o irlandês quis saber.
– Já podemos comer. Estou morrendo de fome e ninguém sabe se eles voltam logo. – falou, pegando o refrigerante e colocando em seu copo.
Todos os outros deram de ombros e se serviram. Para falar a verdade, acho que ninguém ali estava muito a fim de esperar mais algum minuto para que pudesse atacar a lasanha, que estava com uma ótima cara (espero que o gosto também).
Todos se serviram e, quando menos esperávamos, e Malik brotaram na entrada da cozinha, juntos. – Onde vocês estavam, ? – a questionou.
– Eu estava procurando esses dois aí. – ela apontou para e Tomlinson. – E encontrei o Zayn perdido. – ela foi pegar um prato.
– Então, já que são os últimos, ficam com a louça. – deu um beijo na bochecha da amiga.
– Mas... – ela tentou protestar.
– São as ordens da casa, , e você deveria saber melhor do que todo mundo! – disse.
– Vocês bem que podiam ter ido avisar que já estavam aqui, né?! – falou.
– Assim perderia toda a graça, gata. – Lou pegou seu prato e colocou na pia.
– Obrigado, pelo menos isso. – Zaza se referiu ao prato na pia.
– Não importa onde vão estar, você ainda vai ter que lavar, Zayn. – me levantei da mesa.
– Ajuda aí, Styles. – ele me pediu.
– É a regra da casa, lembra? – brinquei.
– Nem olhe pra mim, já ajudei a arrumar a mesa. – Liam respondeu, saindo da cozinha.
– Nem pra mim, já esquentei a lasanha e ajudei a arrumar a mesa. – também se retirou.
– Vocês são os últimos. – despejou o prato na pia, assim como o Louis.
– Arrumar a cozinha não é para mim. – Horan se levantou como eu fiz.
– Da próxima vez, são vocês! – bufou.
– Não mesmo. – negamos.
Saí da cozinha, sendo seguido pelo Nialler. Mas logo senti meu celular vibrar. Droga, como ele poderia estar ligado, se jurava que o tinha desligado? Talvez o tivesse ligado enquanto estava com Melody, ou coisa assim.
Peguei-o e vi que, além de ter muitas chamadas perdidas de Simon e do Paul, tinha uma mensagem que tinha acabado de chegar, de uma pessoa que nunca esperaria.

“Me encontre no mesmo lugar de sempre, na mesma hora. Preciso falar com você. Não estou brincando, Harry!“


Capítulo 3


“A gente aceita o amor que acha que merece.” – Do livro As Vantagens de Ser Invisível.


Louis’ POV
Havíamos acabado de chegar em casa com o Paul, que estava dando bronca na gente, mas nada comparado a qual Simon daria assim que encontrasse conosco amanhã cedo.
– Vocês já podem ir para o quarto. Amanhã às 8:00h estou aqui pra pegá-los.
Nos levantamos.
– Você não, Zayn. Quero falar contigo.
Olhei para o Malik, que voltou e sentou no sofá a frente do Paul e logo após eu fui para meu quarto.
Joguei meu celular no criado-mudo e fui até o cabide detrais da porta, onde estava minha toalha. Peguei-a e fui até o banheiro, onde tomei um banho quente, que era o que estava precisando depois de um dia conturbado como o de hoje.
Troquei-me e fui até a minha cama, onde me joguei, sentindo logo em seguida meu rosto atolar no travesseiro. Virei-me, desliguei o abajur e antes que me desse por mim, já estava dormindo. Depois que você começa a dormir em qualquer horinha que se tem tempo, não demora tanto para que já se pegue no sono.

(...)

Acordei com o meu celular vibrando. Demorei um pouco para encontrá-lo, já que como o tinha jogado no criado-mudo, ele estava meio longe do meu alcance. Tive que me levantar, e foi como o encontrei.
Peguei-o e vi que era a Eleanor.
– Oi, Els. – falei com voz de sono.
– Oi, Lou, te acordei?
Pergunta obvia pra qualquer pessoa.
– Pra falar a verdade, sim. O que foi que aconteceu?
– Por que ontem quando te liguei você não atendeu? Esqueceu que depois dos seus autógrafos tínhamos marcado de sair?
Sim, eu havia esquecido. Mas isso ela não precisava saber.
– Ontem foi tão corrido que nem me lembrei. Desculpa, outro dia marcamos direito.
– Entendo, sei como é.
– Louis, acorda... – o Liam apareceu gritando em meu quarto. – O Paul já está nos esperando. – falou mais baixo, notando o telefone.
Assenti.
– Els, tenho que desligar, vou falar com o Simon.
– Ok, tchau, Louis. Depois liga?
– Claro. Tchau.

’s POV
Abri os olhos, sentindo a luz forte do sol me encadear. Aquilo já estava virando incômodo diário. Teria que me lembrar de fechar a cortina depois de olhar as estrelas durante a noite, caso o contrário, sempre acordaria cedo.
Espreguicei-me, tentando encontrar forças para me levantar e enfrentar mais um dia em Londres, mas parece que isso não era o aceitável pelas minhas pernas. Mesmo assim, me levantei, indo ao meu espelho e encontrando uma figura com o rosto todo amassado e os cabelos mais parecendo um ninho de rato.
Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, colocando essa roupa e logo em seguida descendo as escadas, encontrando minha avó na sala.
– Já acordada?
– Esqueci de fechar a cortina. De novo.
Ela deu um sorriso e complementou.
– Se quiser, já pode comer, eu vou ao mercado e já volto. Seu tio foi trabalhar e seu avô saiu com o Peter.
Estremeci ao escutar esse nome. Não pelo dono dele, mas sim pela pessoa a quem era próxima. Então só assenti da forma mais descontraída que consegui.
– Eu não demoro. – disse minha vó, saindo pela porta da frente de casa.
Eu sabia que ELE estava perto. Sabia o medo que ainda representava em mim. Como depois de tanto tempo ainda podia me fazer sentir medo, medo de que a verdade fosse descoberta? De uma coisa eu tinha certeza: de que mais cedo ou mais tarde eu o encontraria novamente, porém eu estava pronta para encarar essa parte de meu passado que escondi tão brutalmente?
Naquela época, eu era jovem, e era compreensível minha insegurança. Mas e agora? Eu fugiria novamente? Descontaria o MEU erro em pessoas que não eram culpadas mais uma vez? Eu não sabia, creio que só saberei a verdade quando estiver cara a cara com ELE, mas, para isso, eu teria que esperar. ELE provavelmente ainda não sabia que eu tinha voltado, porém isso não demoraria muito para acontecer.

Niall’s POV
Enquanto saímos do prédio gigantesco que era onde Simon trabalhava, lembrei-me das broncas que tínhamos acabado de receber, que, como já havíamos imaginado, foi mais ou menos do tipo: "Vocês fugiram?", "Eu não estou trabalhando com crianças!", "Vocês têm noção do que fizeram?", "O Paul me disse que essa não foi a primeira vez!", "O que vocês querem, afinal?", "E tudo isso por quê?" e blá, blá, blá e mais desse gênero, sem que ao menos ele nos deixasse explicar algo que não tinha explicação.
Agora nos sentíamos culpados, é claro, mas como o Louis disse, foi por uma boa causa. Zayn, neste momento, estava muito encrencado, já que o Simon depois quis falar com ele e a Perrie depois que saímos. Acho que isso tinha algo a ver com o término deles dois, logo ontem, após chegarmos da casa das garotas. Provavelmente Simon ia tentar convencê-los a reatarem, ou pelo menos fingirem isso. Ele devia conseguir, afinal, "É uma boa imagem que consta". Palavras dele, não minhas.
– Niall, por que está tão pensativo?
Fui tirado de meus devaneios pelo Liam, que me olhava enquanto eu mofava no banco da van.
– Estava só pensando um pouco. – respondi.
Não demorou muito e já havíamos chegado em casa.
– Não esqueçam que o Simon disse pra serem vistos pelas câmeras o menos possível, principalmente o Zayn. Então não facilitem. – falou Paul enquanto saíamos da van.
– Pode deixar. – concordei.
– Não prometo nada. – Harry levantou os braços em forma de quem não garante.
– Hazz...
– Relaxa, Paul, não tem com o que se preocupar. – Styles deu leves tapas nas costas dele.
– Da última vez que você falou isso, tive que fazer escolta sua por mais de um mês, já que, do contrário, suas fãs matariam você e a Taylor.
Harry parou por um instante, como se estivesse lembrado de algo e sem fazer nenhum protesto continuou andando para seu quarto, já que estávamos dentro de casa.
– Ele está assim estranho desde ontem, depois da casa das meninas. – Tommo observou.
– Acho que desde que chegou de sua viagem que não deu certo com a palmitona. – falei, fazendo todas rirem.
– Niall... – Paul tentou me repreender.
– Palavras de nossas fãs, não minhas. – me joguei no sofá. – Não que seja mentira.

Zayn’s POV
Aqui estou eu há mais de uma hora com o Simon, esperando a Perrie chegar. E, enquanto isso, ele me dava meio que sermões, principalmente pelo fato de querer que eu resolvesse a situação com ela. Mas não tinha como. Eu ainda gostava dela, é claro, porém eu não a culpava de ter terminado tudo.
Então, concordei com o Simon por motivos totalmente diferentes dos dele, mas acho que por mais que eu não tivesse gostado, era o melhor a se fazer. Era o melhor para ela.
Não defendia minha parte. Sei que não deveria fazer o que fiz, mas já era tarde para se arrepender.
– Você está me entendendo, Zayn? – Simon me acordou de meus devaneios.
– Desculpa, mas não escutei o que falou. – fui sincero.
– O sensato é você nunca mais ver a menina, caso alguém os tenha visto juntos.
Só assenti. Não se tinha mais o que fazer, além disso.
– Nós temos que fazer com que essa menina não fale nada...
– Ela não falará. – interrompi-o. – Ela também tem namorado, e prometeu que fingiria que nada aconteceu.
– Você confia nela? – ele me questionou.
Pergunta difícil para quem só se conhece há um dia.
– Sim.
Arrisquei, só esperava que não me arrependesse.
– Melhor, assim tudo fica mais fácil. – ele fez uma pausa. – Zayn, agora sua imagem está degradada. Você está conhecido como o traidor impune e a garota como a menina que fez o Zayn trair a namorada. O casal perfeito desmoronou, e agora todos vão achar de verdade que vocês dois não namoravam, era só estória nossa. Temos que melhorar sua imagem. – ele me olhou. – Pelo menos há uma possibilidade de não terem visto a menina, isso é menos mal. – Ele suspirou. – Você tem contato com ela, pelo que percebi.
Era estranho, mas não. Eu só a conhecia há menos de 24h e a primeira vez que a tinha visto foi quando... Bem, vocês sabem.
– Não. – neguei.
– Então como ela te prometeu que não falaria nada?
Não poderia falar a verdade, ele me mataria se soubesse que ela foi uma das meninas que nos ajudou a fugir.
– Eu tenho o telefone dela. – menti. – Então seria melhor você cortar laços com essa garota, pelo menos por enquanto. Não podemos arriscar de te pegarem com ela.
Que parte de ELA TEM NAMORADO ele não entendeu? Mas antes que eu pudesse responder, uma batida na porta foi ouvida e, logo em seguida, vi minha namorada ex entrando e sentando ao meu lado sem ao menos olhar para mim. Percebi que ela havia chorado, pois seu nariz estava vermelho e o rosto inchado. Imediatamente me senti terrivelmente culpado pelo que fiz.
– Perrie, te chamei aqui para termos uma conversa...
– Se for sobre uma reconciliação, está fora de cogitação. – ela o interrompeu.
Percebi naquele momento o quanto sua voz estava alterada, me fazendo ficar pior.
– Perrie, você está lançando agora um novo álbum com as meninas e não seria nada bom um término desses...
– Simon, eu não vou... – ela o interrompeu mais uma vez.
– Perrie, entenda. Você quer jogar sua imagem fora? A que tanto lutou pra conseguir?
– Aonde quer chegar? – ela o cortou.
– Se não quer reatar, pelo menos não confirme o término. Uma coisa dessas só traria repercussão na mídia. – ela, pela primeira vez, me olhou.
– Não confirmarei nosso término, porém o Zayn não pode me fazer passar pelo extremo. Caso o contrário, desminto tudo. – Perrie voltou o olhar para Simon.
– Ótimo. Assim estamos acertados. – fez uma pausa – E se a mídia perguntar, desconversem. Não quero novos boatos à toa e tomem cuidado.
Assentimos.
– Podem se retirar e Malik, não esqueça o que te falei.
Fiz um gesto positivo enquanto via minha atual ex se levantar da sua cadeira a frente de Simon e sair.
– Nos vemos em outra ocasião. – ela falou enquanto se virava para nos olhar na frente da porta, e logo saiu, fechando-a.
Levantei-me e fiz um gesto para que ele soubesse que eu precisava falar com ela. Então saí correndo até o elevador, que era onde ela estava no momento.
– Vou de escada. – ela disse saindo, mas eu puxei sua mão, fazendo com que Perrie me olhasse.
– Preciso falar com você.
– Achei que já tínhamos falado tudo. – ela virou o rosto, não me encarando e a porta do elevador fechou.
– Não, não conversamos direito. – suspirei. – Eu só...
– Pare, Zayn. Você acha que é justo? Justo que eu te perdoe depois que você me traiu? Acha justo sem você ao menos ter falado na minha cara?
Não sabia o que dizer.
– Você não entende. – ela deu uma pausa. – Doeu, Zayn. Doeu muito. – vi lágrimas em seus olhos.
– Eu sinto muito. – senti minha garganta secar. – Eu... Eu não sei o que te dizer de verdade. Eu só não... Queria ter feito o que fiz.
– Eu sei, você nunca quis. – ela enxugou as lágrimas, que escorriam em seu rosto.
O elevador se abriu.
– Deixa como está. Não tenta mudar o que não tem como. Só... Não me procura mais.
E ela saiu, deixando-me lá com o rosto mais triste que tinha. Como eu podia ter sido tão egoísmo a esse ponto? Ela merecia coisa melhor do que eu, do que, de verdade, eu poderia representar para ela.

Harry’s POV
Olhava para o visor de meu celular indeciso. O que aquela mensagem representava? Por que ELA queria falar comigo? Várias perguntas não saiíam de minha mente. E tudo por culpa de míseras palavras que talvez, só talvez, não fizessem sentido.
Afinal, foi ELA quem fez assim. Olhei a hora em meu celular e ela se aproximava. 16h04min, a mesma hora de sempre. Se todos fossem muito espertos, saberiam disso, o que não era possivelmente falso, já que ninguém teve tanta inteligência a esse ponto. Mesmo com todos aqueles paparazzis sedentos por informação em ambos dos lados, nenhum percebeu nossa tática de encontro. Até que... Bem... Não existisse mais nada.
15h45min marcava o relógio quando resolvi me levantar. Eu estava fazendo certo em ir até ELA? Não sei ao certo, mas já era tarde para desistir.
Peguei a chave do meu carro e saí de meu quarto. Passei pelo corredor e logo em seguida pela sala.
– Aonde vai, Harry? – Louis me perguntou.
– Só vou tomar um ar puro.
– Hazza, o Paul pediu pra não sair. – Liam me lembrou.
– Não demoro.
Eu, de verdade, esperava que não. Abri a porta do meu carro e assim que entrei, liguei o som. Senti o celular vibrar e uma nova mensagem surgia em sua tela.

"A hora se aproxima. Acho melhor não me deixar esperando."

Joguei o celular no banco de carona, caso outra daquela chegasse, e segui meu caminho.
Logo, ali estava eu. Rodeando a pracinha que tanto era conhecida por mim, que tinha a apresentado a ELA. Eu deveria parar? Antes mesmo que pudesse responder a minha própria pergunta, estacionei o carro em uma vaga, e já era tarde. Saí do carro direto para o ponto de encontro, e encontrei uma figura de aproximadamente 1,77 de altura com seus cabelos loiros e longos.
– Na hora, Styles. Como sempre pontual. – ELA continuava de costas e me admirei por saber que era eu.
– O que você queria com isso? – perguntei seco.
– A pergunta é: por que você veio? – ELA finalmente me olhou.
– Deixa de rodeios, Taylor, e vai ao ponto.
– Você não vê o quanto ainda tenho poder sobre você?! – ela se aproximou.
– Eu não tenho tempo pra isso. – me afastei.
– Claro que tem. – Taylor chegou mais perto. – Se não, por que estaria aqui? – chegou em um ponto perigoso. – A gente poderia recomeçar de onde paramos naquela ilha. – aproximou-se para me beijar.
– Você perdeu sua chance. – me afastei dela. – Você ganhou quanto por esse teatrinho? A mesma quantidade de fama pra namorar comigo?
– Harry, eu te amo. No começo, poderia ser pela fama, mas agora não! – ela tentou se defender.
– Eu não acredito em uma só palavra sua. – caminhei até o outro lado.
– Se não acredita, tudo bem. Nunca acreditou em mim mesmo. – ela deu de ombros.
– Taylor, por que você está fazendo isso? Aonde você quer chegar com tudo isso? – eu continuava de costas.
Ela se virou para mim.
– Você sabe aonde... – ela chegou por trás de mim e me virou pra encará-la. – Bem aqui. – Taylor me puxou e selou nossos lábios.
A princípio, segurei em sua cintura, intensificando o beijo por instinto, mas quando aquelas imagens voltaram a minha mente, me afastei.
– Você é louca? – perguntei, limpando minha boca.
Senti vários flashes em nossa direção e não precisei olhar para saber do que se tratava.
– Harry, olha pra cá.
– Mais um beijo pra câmera.
– Então o casalzinho voltou?
Cobri meu rosto com meu casaco e saí em disparada. Não sabia para onde, nem para onde ela foi, mas tinha que sair logo dali. Eu sabia que ela faria alguma coisa desse tipo de novo.
Corri o mais rápido que pude até que encontrei um pequeno Starbucks vazio, onde poderia me esconder. Entrei e só me joguei na primeira cadeira de uma das várias mesas que tinham lá, onde havia uma garota que lia um livro atentamente. Ela tomou um susto quando me viu, mas imediatamente pedi que ela não falasse nada com meu dedo, e roubei peguei seu chapéu, que estava em sua cadeira e seu Ray-Ban que estava na mesa.
– Ei! Acha que só por que me conheceu pode pegar minhas coisas assim?
Imediatamente reconheci aquela voz, que escutei ontem mesmo. Aquela pele levemente morena, com aqueles cabelos ondulados, que tinham um caimento até o fim das costas.
– Silêncio. Estou me escondendo. – eu tampei sua boca.
– Acho que ele entrou aqui. – falaram alguns paparazzis, que entraram no Starbucks.
– Vem! – puxei-a.
– Meu livro! – ela voltou e o pegou.
– Vem logo! – puxei-a de novo.
– Quem disse que vou com você? – ela me perguntou enquanto saíamos pela porta dos fundos.
– Eu estou dizendo. Não posso fugir sozinho, eles sabem que eu estou sozinho, então tenho que ficar com você.
– Harry!
– Não fala meu nome, !
– Pra onde você pretende ir?
– Pro meu carro!
– E pra que vai me levar?
– Não reclama e vem!
Saí a puxando pelas ruas daquele bairro até que avistei meu carro. Fui com ela até ele, jurando que tínhamos despistado os paparazzis.
– Por que toda vez que te encontro tenho que fugir? – ela me perguntou, entrando no carro.
– Eu sou famoso, não espere menos. – dei partida no carro.
– Styles... – ela me chamou, olhando para trás.
– Quê?
– São eles de novo. – apontou para o retrovisor.
– Merda!

’s POV
– Está fazendo o quê? – perguntei a minha prima enquanto sentava no sofá com um prato de cocada americana.
– Procurando uns cursos. – ela continuou mexendo em seu notebook.
– Curso? Pra quê?
– Acho que nas férias irei começar um curso de fotografia.
– Ah... Legal. Quer? – ofereci.
– Por que não trouxe pra mim, sua vadia?
– Porque... Não. – respondi, colocando outra colher na minha boca.
– Me dá um pouco. – pediu.
– Por que mesmo você quer fazer esse curso? – estendi a sobremesa para ela.
– Sempre me interessei por fotografia, e você sabe. – ela pegou uma colherada.
– Mas nas férias? Isso não é sua cara, . – olhei desconfiada.
– Só não quero ficar sem fazer nada. – ela pensou um pouco. – Ok, essa não sou eu.
Rimos.
– É sério. Por quê? – insisti.
– Sei lá. Só quero. – ela me entregou minha cocada americana. – Me sinto bem tirando foto.
– Você é estranha. – ri.
– Olha quem fala, !
Rimos.
– As meninas deram notícia? – ela me questionou.
– Não falo com elas desde ontem. – respondi.
– Liga pra elas. Quero saber o que vamos fazer hoje. – fechou o note.
– Eu não! Liga você. – fingi não estar nem aí.
– Aprenda a mentir melhor, . – rla pegou o celular de sua bolsa e discou.
? Está em casa? As meninas marcaram alguma coisa? Então vamos dá uma brotada lá? Tá, então te esperamos na casa da .
– E aí? – questionei.
– Partiu brotar na casa das meninas.
– E se elas não estiverem, ?
– Aí não tem o que fazer. – se levantou do sofá, levando o notebook. – Você não vai se arrumar? – me olhou.
– Estou com preguiça... – resmunguei.
– Então fica assim! – ela subiu as escadas. – Vou só guardar o note. – ela gritou para que pudesse ouvir.
– Vencida por... O que mesmo?
Levantei-me, ainda pensando em minhas palavras. Por que mesmo eu havia falado isso, sem ninguém para escutar? Só podia estar com algum tipo de distúrbio. Fui até meu quarto e encontrei minha prima olhando uma das poucas fotos que tinha em meu mural do começo do ano, uma das melhores épocas que tivemos.
– Você tem essa bosta por que mesmo? – ela tirou uma das fotos que lá tinha.
– Porque eu gosto dela. – falei enquanto trocava de roupa, já que tinha tomado banho há pouco tempo.
– Logo essa? – ela me entregou. – Com o Lucas?
Parei para pegar a mesma.
– Desculpa, nem lembrei que isso estava aí. Vocês terminaram há tão pouco tempo. – joguei a foto na cama. – Mas se quiser, não coloco mais aí.
– Por favor, faça isso. – ela suspirou. – Lixo não se guarda.
– Não deveria ter tanta raiva dele assim. – me olhei no espelho.
– Você sabe que nunca o perdoarei. – ela pegou a foto novamente.
– Você era muito feliz naquela época. – disse descontraída.
– Seria uma pena se tudo fosse falso. – suspirou. – Se ao menos ele não tivesse feito o que fez... – jogou a foto na lixeira do meu quarto.
– Não era falso, e você sabe disso. – olhei-a.
– Talvez no começo, mas qual é a outra explicação para o que ele fez?
– Eu não sei, . De verdade, não sei.
Ela desviou o olhar para o lixo.
– Não ouse tirar isso daqui. – ela se referiu à fotografia.
– Você manda.
Nossa conversa foi interrompida pelo soar da campainha.
– Deve ser a . – minha prima saiu do quarto.
– Valeu por me esperar.
– É um prazer. – ironizou.

’s POV
Eu não podia acreditar que estava saindo com o Harry. Não para um encontro, mas sim para ajudá-lo a sair de seus problemas, vê se mereço. Eu só podia estar maluca quando aceitei isso.
– Eles ainda estão nos perseguindo? – Styles me acordou de meus devaneios.
Olhei para trás.
– Sim, mas ali na frente, no semáforo, podemos despistá-los.
Ele assentiu.
Logo conseguimos os despistar, como eu havia previsto. Hazza diminuiu a velocidade, já que não precisávamos mais "fugir".
– Ok, agora vamos pra onde mesmo? – perguntei.
– Quer ir pra onde? – ele me olhou por rabo de olho.
– Casa, talvez?
– Ok, só que você sabe... – Haroldo analisou a rua. – Onde estamos?
Agora tinha percebido. Onde nós estávamos? Tínhamos passado tanto tempo entrando em ruas e saindo, que nem lembramos de nos preocupar em qual estávamos entrando.
– Harry, você deveria saber!
– Eu? Por que eu?
– Você... Você mora aqui!
– Você também. – rebateu.
– Mas você dirige, eu não! Então a culpa é sua, até porque não fui eu que te arrastei.
– Isso não vai resolver nada, precisamos saber onde estamos.
– Poderíamos pedir informação, se não estivesse em um carro com um famoso, que facilmente seria reconhecido!
Estava começando a me chatear.
– Então vamos ficar andando até que encontramos uma rua conhecida.
– Eu não posso ficar com você o dia inteiro. Eu tenho uma vida! – reclamei.
– Eu também, e agora muitos problemas. Porém, não precisa agir assim. Ficar chateada não vai adiantar.
– Pode ser que não. – não admitiria que ele estava certo.
Já que não tinha o que fazer, resolvi ligar o som, onde tocava With 'Ur Love da Cher. Ele me olhou com cara de “quem disse que você podia mexer?” Dei de ombros e só o olhei de volta respondendo da mesma forma. “Eu”.
Styles foi com o dedo até o som e em vez de desligar (o que eu achava ser o mais provável), ele só aumentou.
Baby you the best, 'cause you worked me out. I keep building walls up, but you tear 'em down – ele cantou o começo da música seguindo o som. – I'm fighting, I don't wanna like it, but you know I like it, but you know I like it, like it, like – me surpreendi por ele saber cantá-la.
Used to always think I was bulletproof, but you got an AK and you're blowing through – acompanhei-o.
Explosive, you don't even know it. I want you to know it. I want you to know it, know it, know – cantamos juntos.
All of them other boys can walk away. They ain't even in the game, 'cause they know that you own it. You got this swag you got this attitude, wanna hear you say my name – ele deixou que eu cantasse sozinha.
'Cause you got me flying with ur love, shining with ur love, riding, with ur love. I feel like I'm on top of the world with ur love. One hit, with ur love. Can't quit with ur love. So sick, but so what. I feel like I'm on top of the world with ur love.
Everybody wants what I got with you, 'cause I'm standing on top with a killer view – Hazza cantava e eu o acompanhava.
Inspired, felling like a million. I'm one in a million, I'm one in a million, million, million – eu voltei a cantar sozinha.
I ain't even here, I'm in other space. Like I'm Venus, you're Mars, in the Milky Way. It's crazy what you doing to me. How you do it to me, how you do it to me, to me, to – finalmente havia percebido o quanto ele cantava bem, e fiquei envergonhada pela minha voz.
All of them other boys can walk away. They ain't even in the game, 'cause they know that you own it. You got this swag you got this attitude, wanna hear you say my name – baixei o tom de voz.
'Cause you got me flying with ur love, shining with ur love, riding, with ur love. I feel like I'm on top of the world with ur love. One hit, with ur love. Can't quit with ur love. So sick, but so what. I feel like I'm on top of the world with ur love – Haroldo fez um movimento para que eu aumentasse a voz.
You got it, yeah, yeah. You got it. I could slow it down speed it up, how you want it girl, all night long and I don't even care. If you sing my songs wrong.
First date, first base. Second date, second base. Third date, you're looking at me funny. You got a hard shell, but the middle's so Yummi – ele cantou sozinho.
Flying, baby, I'm shining. Baby, I'm riding with ur love. One hit, baby, I can't quit. Baby, I'm so sick but so what. Flying, baby, I'm shining. Baby, I'm riding with ur love. One hit, baby, I can't quit. Baby, I'm so sick but so what. Flying with ur love, shining with ur love, riding, with ur love. I feel like I'm on top of the world with ur love. One hit, with ur love. Can't quit with ur love. So sick, but so what. I feel like I'm on top of the world with ur love – terminamos de cantar os últimos refrões da música juntos, e foi quando eu baixei o som.
– Não sabia que você gostava das musicas da Cher, muito menos que as soubesse cantar. – me admirei.
– Eu participei do The X Factor com ela, claro que eu conheço as músicas dela. Não mantemos tanto contato quanto antes, mas ainda somos amigos. – Harry deu um sorriso.
Depois das palavras de Styles, se instalou um silêncio no carro que estava me incomodando, já que não suportava ficar calada por muito tempo. Encostei minha cabeça no vidro da porta do carro, e levei um susto quando ele falou.
– Já sei onde estamos.
Levantei a cabeça.
– Onde? – quis saber.
– Pra que quer saber? – me olhou de rabo de olho.
– Raptar alguém é crime, sabia? – encostei novamente minha cabeça na janela.
Logo avistei o parque, finalmente sabia onde estava. Chegava a ser engraçado o fato de morar tanto tempo aqui, e ser contada nos dedos as vezes que já andei por esse parque.
– Por que olha tanto pra essa janela?
– Faz tanto tempo que não venho aqui. Morar longe não ajuda. – sorri amarelo. – Só vinha com o Zac. – respirei fundo.
– Quem é Zac? – quis saber.
– Meu namorado.
– E por que ele não te traz mais aqui?
– Ele não... Tem tempo pra mim.
– Então nós vamos lá!
Olhei-o.
– Como? Não precisa, Styles, é sério, não precisa. – tentei.
– Eu quero. Então nós vamos, e não se fala mais nisso.
Não assenti nem nada. Só fiquei na mesma posição que estava, enquanto via-o mudar de rua, indo para a mesma do parque.

Liam’s POV
– Niall, por que quando você acaba com toda a comida, esquece de avisar? – olhei-o.
– Vai comprar então. – deu de ombros.
Bufei e me dirigi à porta, só parando na mesinha próxima a própria para pegar a chave do carro. Abri a porta, dando de cara com o Zayn.
– E aí, cara! – fizemos um aperto de mão. – Como foi lá?
– Difícil. – bastou essa palavra.
– Imagino.
– Está indo pra onde? – Malik questionou.
– Fazer compras, já que o Nialler comeu tudo. Quer ir?
– Dispenso, pretendo ficar em casa descansando um pouco.
– Então tá. – dei um tapa de leve em suas costas.
Fui até o carro, abri a porta, entrei, coloquei a chave na ignição, olhei o retrovisor e dei partida. Não demorou muito até que chegasse ao mercado. Adentrei e logo fui reconhecido, não muito diferente de sempre. Peguei um carrinho e fui para o departamento de laticínios.
– Moço, você sabe quanto custa isso? – uma senhora de cabelos grisalhos me perguntou.
– 3,00 euros. Tem aqui na bancada. – mostrei para ela enquanto devolvia o queijo.
– Como sou desatenta. – ela riu. – Obrigada mesmo assim.
– Imagina. – sorri.
– Você não me é estranho... – pareceu pensar. – Você é um daqueles de uma banda daqui, não é?!
– Sou sim. – sorri mais uma vez.
– Muito bem então. Não vou dizer que te conheço, porque só tenho uma neta e ela não passa muito tempo comigo desde... Muito tempo.
– Tudo bem então. – fiquei sem saber como agir.
– E eu aqui te atrapalhando! Vou deixar você fazer suas compras em paz.
– Não, tudo bem. – dorri sem jeito, e ela se foi.
Não demorou muito para que tivesse terminado minhas compras e voltado para casa, mas antes passando em um McDonald's que havia perto do mercado, já que com a fome que estava, não suportaria ter que ainda fazer algo para comer.

(...)


– Estou sentindo que Simon vai nos matar. – Horan olhava para a tela de seu celular abismado.
– O que foi dessa vez? – perguntei, entrando pela porta com sacolas nas mãos.
– Tem o que de bom? – o irlandês ficou analisando as sacolas enquanto colocava-as na mesa.
– Guarde sem comer, Niall. – comecei a tirar as coisas das sacolas. – O Louis já saiu?
– Faz tempo, mas tinha sido melhor que ninguém tivesse feito isso.
– Por quê?
Nossa conversa foi finalizada por uma batida de porta forte.
– Lou, desse jeito você quebra a porta!
– Não enche, Liam. – ele passou direto para o quarto.
– Por que ele está assim? Por acaso...
– Ele brigou com a Eleanor enquanto caminhavam, um paparazzi escutou e tirou fotos. Então já dá pra imaginar. – ele me interrompeu.
– Então foi por isso que você disse que Simon vai nos matar?
– Uma parte. – o loiro pegou um biscoito. – Também tem o Harry que foi pego beijando a Taylor e depois fugindo sem ela e o negócio do Zayn. Então não estamos sendo os favoritos de Simon no momento.
– Acho que nossas férias não vão mais demorar tanto tempo para acabar. – concluí.
– Quanto tempo você acha que ele vai demorar pra ligar? – perguntou com a boca cheia de bolacha.
– Acho que o mais rápido possível. Me admira ainda não ter ligado.
– Também acho. Ou pode ser que ele esteja esperando ainda acontecer alguma coisa.
– E ainda tem o que acontecer, irlandês?
– Vai se saber. Quem sabe não é a gente?
– Você fez alguma coisa?
– Não, nem saí de casa, Liam.
– E eu não fiz nada até agora. Pelo menos, acho que não. – saí da cozinha.
– Acha ou tem certeza? – Horan me seguiu.
– Não temos como saber. Muitas vezes eles distorcem as coisas, então...
– Só sei que não tenho do que temer, afinal, fui o único a não sair daqui hoje.
– Claro, você não faz nada além de comer, e também não tem namorada ou uma suposta. – sorri.
– Talvez seja isso. – ele se jogou no sofá.
– Talvez não, você sabe que é. – ri.
– Isso são detalhes. – ele parou para pensar. – Estou precisando de uma namorada.
– Niall, você não quer uma namorada. Se quisesse de verdade, já teria arrumado uma.
– Não é tão fácil assim, Payne, e você deveria saber, já que depois da Dani, não arranjou mais ninguém.
– Eu não pretendo prender uma pessoa a mim sabendo que não vou ter muito tempo pra me dedicar a ela. E sem conversa, Nialler, você não quer, pelo menos ,ainda, se envolver com alguém.
– Payne, o que você tem hoje?
– Nada, por quê?
– Querendo saber sobre minha vida amorosa...
– É porque estou apaixonado por você, Horan. – fiz uma voz gay.
– Eu sempre soube, amor. – imitou minha voz.
– Se vocês vão continuar assim, vão para um quarto. – Zayn brotou, indo para cozinha.
– Quer participar também, Zaza? – chamei.
– Não, obrigado. – negou.
Eu e Niall rimos da careta que ele fez.

’s POV
Já estávamos a uma grande quantidade de tempo na casa das meninas, e nada da .
, traga a pipoca. – pedi enquanto colocava o filme.
– Já estou indo. – ela respondeu.
– Eu vou buscar o refrigerante. , me ajuda a levar os copos? – pediu.
– Tá. – se levantou.
– A não mandou mensagem ou ligou pra nem uma de vocês? – pareceu preocupada.
– Não. – negamos.
– Ela saiu mais ou menos que hora? – questionou.
– Pela manhã, mas que eu saiba só ia até a livraria que ela vai sempre e ficaria lendo um pouco no Starbucks lá perto, como ela faz sempre, porém, há essa altura, já deveria ter voltado.
– Ela deve ter ido ficar com o Zac. – sorriu maliciosa.
– Só tem um jeito de saber. – peguei meu celular. – Ligando pra ele. Zac?
– É ele, quem fala?
– É a , amiga da .
– Sim... Oi, , em que posso ajudar?
– A por acaso não estaria com você, não é?
– Não, não a vejo faz um tempo, estou muito ocupado com o trabalho. Por quê? Aconteceu algo com ela? – ele se preocupou.
– Não, não. É só que ela foi ao mercado e ainda não voltou mais... Olha aí, ela chegou. Desculpa o incômodo. Tchau.
– O que foi isso? – elas me olharam.
– Ele não sabia dela. Não podia preocupá-lo, vai que não aconteceu nada?
... E agora?
– Você acha que eu sei, ? Liga de novo, vai que dá certo dessa vez.
Ela tentou novamente.
– Só chama. – ela nos olhou.
– Vamos ver o lado positivo, notícia ruim chega logo.
, não brinca, isso é serio. – a repreendeu.
– Já, já ela aparece. Vocês vão ver. – me sentei no sofá.
– Espero que esteja certa. – pareceu triste.
Eu também, pensei.

(...)

Não passou mais de três horas e o filme já havia acabado.
– Meninas, vou ter que ir, minha mãe já deve esta louca atrás de mim. – peguei minha bolsa. – Qualquer coisa, podem ligar pra mim. E se a aparecer, mandem notícia.
– Pode deixar. – concordou.
– Relaxa, ela só deve esta se divertindo um pouco. – abracei-s. Ela estava de verdade preocupada. – O BO só pode ser feito depois das 24:00h, então se ela não aparecer até lá, nós vamos até a delegacia.
Ela assentiu.
– Tchau, qualquer coisa que marcarem amanhã, liguem pra mim.
– Ligamos qualquer coisa.
Saí do apartamento das meninas e segui pelo caminho da minha casa. Hoje, pelo incrível que pareça, só que não, Londres estava em um terrível engarrafamento, que levaria mais ou menos duas horas para que pudesse finalmente sair dele. Para fechar meu dia com chave de ouro, mais essa. Peguei meu celular e coloquei minha playlist em aleatório, já que iria ficar ali por algum tempo, pelo menos me divertiria um pouco.
Enquanto escutava música, olhei meu Twitter, Facebook, Tumblr, meu Email (para saber se não tinha chegado algo importante), respondi minhas mensagens e meu Whatsapp e nada do engarrafamento melhorar. Resolvi então voltar à internet para dar uma olhada em como era o meu curso e, enquanto isso, finalmente pude sair daquele engarrafamento infernal.
Segui por mais algum tempo e para completar... Escutei um estouro vindo do carro. Imediatamente o parei, e quando saí para olhar o que era... O pneu. Para melhorar o meu dia... A porcaria do pneu havia estourado. Pelo menos eu ainda tinha um... Como se chama mesmo? Um estepe. Isso mesmo, mas enfim, só tinha um problema, mais um: eu não sabia como o trocar. Até tentei, mas nada, o máximo que consegui foi sujar minhas roupas de graxa de pneu.
Peguei meu celular, mas estava descarregado após passar tanto tempo escutando música e mexendo. E agora? O que faria? Só teria uma forma. Levantei-me da calçada e fui até a casa que meu carro estava estacionado na frente. Tentei dar uma arrumadinha em minha roupa, para que assim que o dono da casa abrisse a porta, não tivesse um susto. Tudo bem, o que eu estava fazendo poderia me acarretar problemas, só que de que outro modo sairia dali?
Toquei a companhia e, em pouco tempo, vi a porta se abri, deixando que eu encontrasse um rosto já reconhecido por mim, (nem tanto). Com aquele cabelo loiro e olhos azuis, que já havia visto antes. Ele me olhou e sei que me reconheceu, pois vi um sorriso que poderia se transformar em um sorriso escandaloso em segundos.
– Se você rir, não vai poder mais ter filhos. – sorri amarelo.
– Desculpe, mas... – ele começou a rir escandalosamente.
– Niall, o quê... – Louis apareceu na porta. – Nossa! – pareceu admirado.
– Não sabia que minhas condições estavam tão ruins assim.
– Por que você está assim? – Horan perguntou, ainda rindo.
– Meu carro quebrou e eu estou sem bateria.
– Mostra pra gente. – Louis pediu.
Levei-os até lá.
– Você não disse que o carro havia quebrado? – Nialler olhou para o pneu.
– Na verdade, é o pneu mesmo.
– E você tentou trocar, não é? – Lou me olhou de cima a baixo.
Assenti.
– Então nós vamos trocar e você pode tomar um banho lá em casa. Se quiser, pode pegar uma roupa em meu guarda roupa, pra não ficar com essa toda suja.
– Tá, você me acompanha pra me mostrar onde fica as coisas? – estava parecendo muito na defensiva.
– Claro. Tommo, já volto pra te ajudar.
Fui com o irlandês até a casa.
– Você pode tomar banho em meu quarto, não tem ninguém lá.
Olhei-o.
– Cadê os outros meninos? – quis saber.
– O Harry ninguém sabe. O Liam está no quarto, o Zayn também e o Tomlinson, você sabe. – falou, abrindo a porta do quarto. – Quando estiver pronta, pode ir lá pra fora. – disse, saindo.
Entrei, tranquei a porta e fiquei admirando o quarto. Das duas, uma: ou ele tinha alguém que arrumava o quarto todo dia, ou ele o conservava muito bem.
Fui até o banheiro, me despi e tomei um banho, que verdadeiramente estava precisando. Enxuguei-me e fui de toalha até o guarda-roupa do Niall. Abri-o e procurei alguma coisa que pudesse usar, mas assim que encontrei uma camisa vermelha, com a manga dobrada, da marca Ralph Lauren, a peguei.
Tinha certeza de que já havia visto antes em algum lugar. Peguei meu short que não estava muito sujo e o vesti. Penteei meu cabelo e me olhei no espelho.
É, estava pronta para sair.
Abri a porta e foi quando tomei um susto.
– Nossa, o Nialler já está assim? Até com a blusa dele já está, ? – brincou.
– Cala a boca, Zayn.
– O que você está fazendo aqui uma hora dessa e com a blusa que o Irlandês usou em Up All Night?
Então era daí que conhecia essa blusa. Não que eu tivesse assistido o DVD, é só que a irmã da sempre o via.
– Meu carro quebrou e eu estava toda melada de graxa, aí ele deixou que eu pegasse emprestado uma roupa.
– As outras meninas estão aí? – seu sorriso mudou.
– Não, a não está aqui, só eu. Não sei como, mas tive a sorte de meu carro quebrar na frente da sua casa.
– Não estou perguntando sobre a .
– Malik, eu sei, tá?! Eu estava com ela no dia, mas fica tranquilo, não pretendemos contar a ninguém, só aperreá-los um pouco.
– Você é tão engraçada. – sorriu amarelo.
– Sempre. – mandei um beijo.

Harry’s POV
– Harry... Por favor, só uma vez, vai...
– Vou pensar no seu caso. – falei enquanto andávamos pelo meio das barraquinhas de todos os tipos de jogos. – Por que você não escolhe um jogo que não se mexa tanto?
– Como o quê, Styles?
– Sei lá, um desses de mini basquete, talvez.
– Ai, Hazza, eu tinha esquecido do seu problema de mal de Parkinson, por isso que não acerta o buraco com precisão.
sorriu vitoriosa.
– Vamos ali pra dentro do carro que te mostro quem não acerta o buraco. – olhei-a.
– Desculpa, mas não pretendo trair meu namorado com qualquer um. – rebateu.
– Que bom, porque eu não tenho ciúmes. – sorri.
– Você não cansa de ser galinha não?
– Com você... Não.
– Você ainda não me pegou pra ser galinha comigo... – começou.
– Muito bem, ainda não, mas ainda vou. – sorri mais.
– Olha, vai à merda. Você sabe o que eu quis dizer, e cala a boca, Haroldo, e vai pegar meu urso.
– Tá, mas se não acertar nenhuma das três vezes...
– Você não tem mira boa, eu sei... – me interrompeu.
– Vai ficar sem ganhar seu urso. – me referi às piadinhas dela.
Ela riu.
Nos dirigimos até a barraca, onde tinha o tal urso que ela queria. Pedi três balas. Cada uma podia acertar um pato, que vinha com um brinde.
De primeira, acertei um que veio com o urso que queria. Na segunda tentativa, nada e na terceira, você poderia escolher qualquer uma das coisas que estivesse na caixa nos fundos da loja.
Nos dirigimos aos fundos da barraquinhas e, para a minha surpresa, não tinha só uma, e sim três caixas. Cada uma com bichinhos de estimação diferentes.
Ela me olhou.
– Onde você os conseguiu? – ela perguntou ao dono da barraca.
– A gente tem uma parceria com o abrigo. Os que não são escolhidos voltam pra lá.
me olhou mais uma vez e olhou para as caixas.
– Você escolhe, ele vai ser seu.
Ela foi até a única caixa que achei que não iria. A dos hamsters. Ela demorou um pouco para escolher, até que finalmente pegou um que tinha o pelo acinzentado com a barriga branca.
– Eu quero esse. Ela é bem inquieta.
– É ele. – o homem esclareceu.
– Ah... – ela deu um pequeno sorriso. – Vamos?
– Tem certeza de que quer esse? – olhei o animal que estava em sua mão.
– Tenho. Você pode colocá-lo em uma caixa? – pediu ao senhor.
Ele o pegou e colocou, trazendo o animal logo em seguida. Ela pegou a caixa e saímos dali.
– Eu não acredito que você escolheu isso.
– Ei... Não fala assim do Haroldo. Ele é bonitinho.
– HAROLDO? – parei de andar e olhei a .
– Em sua homenagem. – ela riu.
– Claro. – voltamos a andar.
– Fica shiu, Styles, ele tem sentimentos. – ela fechou os olhos e colocou a mão no coração.
– Ele é um rato.
– E você é um galinha e eu não faço nada.
– Imagina se fizesse.
– Destrava o carro e cala a boca. – ela falou quando chegamos.
– Está com fome? – ela me olhou de rabo de olho. – E depois sou eu quem é o tarado.
– Quem tá falando isso é você. – ela levantou as mãos. – E a princípio, estou sim, morrendo.
– Quer ir pra onde? – questionei.
– Sei lá, diga aí você que é acostumado a levar meninas pra jantar.
– Mas é só pra restaurantes finos.
– De boas então!
Revirei os olhos.
... O que foi?
– Não... Tudo bem, eu não tenho tanto valor quanto suas putas.
– Não é assim. É só que não estamos com roupas apropriadas, além de que eu prefiro mais um lanche no McDonald's.
– É... – ela se fez de difícil.
– Faz assim: eu te levo pra jantar fora qualquer dia então.
– Vou pensar no seu caso.
Balancei a cabeça em forma negativa e saímos. permaneceu grande parte do caminho calada, o que imagino ser muito difícil para ela.
– O que você tem contra hamster? – mexia na caixa enquanto falava.
– Nada. Por que teria alguma coisa contra? Quando era menor, tive até um. – sorri ao lembrar.
– E por que não gostou quando escolhi Haroldo?
– Não foi que não gostei. É só que é difícil uma menina não ter nojo. – confessei.
– Aprenda. Não sou igual às outras.
– Isso eu já aprendi.
Ela voltou a olhar a rua, mas logo desviou o olhar para o celular que tocava sem parar. o pegou, olhando para o visor e em seguida atendendo.
– Oi, amor. – ela me olhou. – Estou voltando pra casa, por quê? Foi porque o mercado estava muito cheio, aí demorei um pouco. Amanhã? Você tem certeza de que pode? Não vai desmarcar? Então tá. Depois marcamos direito. Eu te amo. Tchau. – ela desligou.
– Seu namorado?!
– O próprio. – ela falava mexendo no celular. – Merda!
– O que foi?
– As meninas estão loucas porque ainda não voltei. – ela me olhou. – Desculpa por mentir, porém as meninas inventaram que eu estava no mercado, aí tive que encobrir.
– Tudo bem, mas por que elas disseram que você estava no mercado?
– Sei lá, porque elas nem sabem que estou com você, então não tem pra quê.
– Então tá. A propósito, chegamos.

Louis’s POV
Havia deixado o Niall sozinho com a para que eu pudesse tomar um banho. Mas relaxar era a única coisa na qual não estava conseguindo no momento.
Deitar-me e minha mente ser invadida por lembranças era o que estava acontecendo, mas antes mesmo que pudesse pegar meu celular para ver as manchetes sobre minha briga com a Els, meu telefone me acordou de meus devaneios e apareceu um nome bem visível em sua tela. Simon.
Peguei-o e atendi, já esperando os gritos.
– Louis, você brigou com a Eleanor! E o que é pior: na frente de um paparazzi! Já não bastava o Zayn ter aprontado aquela, ainda vocês terem fugido, o Harry ter voltado com a Taylor, ainda por cima escondido?! Vocês querem o quê? Destruir a imagem que tanto lutaram para construir? Depois de tanto esforço, vão jogar tudo fora?
– O Harry e a Taylor voltaram? – fiquei surpreso.
– Nem você sabia? Ótimo! O que vocês pensam que estão fazendo? Amanhã quero TODOS aqui em meu escritório, sem falta. – desligou.
De verdade, ele estava fumegando, e o que eu poderia fazer?

Flashback On:
– Louis, você não entende!
– Eleanor, eu não vou fazer isso! Já está passando do limite! Eu não vou fazer isso!
– Você tem que fazer! O Simon vai gostar.
– Eu não vou me casar!
– Não precisa casar. Só precisa fingir. – ela deu de ombros.
– Eu estou cansado de fingir algo que não existe. Farto de mentir pra todos. Eu sei que devemos, mas por quê?
– Pelas suas fãs?
– Por elas? – ri sem humor. – Elas não gostam disso.
– Ok, elas não gostam de mim. Você sabe, eu sei. Elas me ridicularizam, isso é fato. MAS ELAS NUNCA VÃO GOSTAR DE NINGUÉM QUE TENHA QUALQUER RELACIONAMENTO COM VOCÊ! ELAS CHEGAM A SER EGOÍSTAS COM ISSO!
– OU TALVEZ SEJA SÓ COM VOCÊ! – aquela conversa já estava me dando nos nervos.
– OU TALVEZ SEJA VOCÊ QUE NÃO SABE FINGIR!
Logo sentimos vários flashes em nossa direção e em seguida vários paparazzis brotaram do chão. Olhei para a Els e segurei sua mão. Saímos o mais rápido que podíamos dali, mas parecia que era pior, pois isso só os fazia aparecer mais.
Flashback Off.

De três coisas eu estava certo: primeiro, eu estava terrivelmente encrencado. Segundo, não era o único. E terceiro, Simon iria nos matar. Minha situação não estava uma das melhores. Nem a minha, nem a de nenhum dos meninos. Mas pelo menos o Hazza estava sumido. Não que isso fosse bom. Na verdade, acho que não era. O bom era para ele, que ainda não devia estar sabendo de nada, mas quando soubesse... Acho que vocês já sabem o que isso significa.

’s POV
Pois é, o susto que a me deu não valeu à pena. Ela só estava com o Styles se divertindo um pouco. Só não me pergunte como, aonde e como eles se reencontraram, que eu não sei. O mais incrível era que quando não se quer encontrar uma pessoa, é o que mais acontece, tudo por causa da ordem da vida, ou coisa assim.
Mas vamos ver meu lado positivo: minha vida andava pacata e desanimada. Por um lado, é bom, vendo no que aconteceu da outra vez, lembrando que as piores coisas não aconteceram comigo, até porque meu namorado nem sonha que o traí.
Um coisa ruim: ia passar uma semana das minhas férias com minha família na nossa chácara. Não que ficar com eles fosse ruim, o problema era que... Eles esperavam que eu fosse algo, que eu não sei se queria, e por isso me pressionavam principalmente meu pai, coisa que me dava nos nervos.
E um fato que todos já sabem: por fim das contas, acabou que não sabia mais nada que tinha acontecido comigo e o Zayn, sendo que, até agora, não vi nenhum mal para mim, e posso até concordar que minha vida estava muito boa. Sem escola, "sem problemas" (o que era uma raridade), sem ninguém para pegar no meu pé, bem que eu poderia aproveitar para, sei lá... Viajar ou ir para uma festa, quem sabe algo assim? Ir à praia, (se aqui tivesse uma). Só não queria ficar parada em plenas férias. Talvez amanhã marcasse com as meninas para irmos ao London Eye, que, além de ser perfeito, fazia tempo que não íamos. Tudo isso eram ideias que pretendia executar, mas dessa vez com moderação, porque da última eu meio que ia me ferrando. Ainda acho um milagre que ninguém tenha descoberto, e por mim isso nunca vai ser. Ainda não queria ser morta por acabar o relacionamento de um dos casais mais fofos (ou não) de Londres.
Levantei-me da cama com minha barriga roncando. Deixei o notebook de lado e fui até a cozinha. Não podia acreditar que já se passava das 23:30h. Quando as pessoas diziam que o tempo passava voando quando se estava na internet, elas precisamente não estavam brincando, até porque hoje foi uma das maiores provas disso.
Pensando que, por um lado, estava sem sono. Poderia assistir um filme de terror, mas sozinha não rolava e a não acordava assim tão fácil. Um de comédia... Seria bom, se não estivesse assistido todos. Pois é, acho que já deu para perceber que tinha um problema com sono. Principalmente ultimamente, que não estava conseguindo dormir direito. Não sei bem por quê. Quando dormia cedo, passava a noite inteira acordando. Quando dormia tarde, acordava no outro dia parecendo um zumbi, com um cemitério embaixo dos olhos. Esses eram os fatos que precisam ser omitidos, mas eu não o faço.
Abri a geladeira e passei algum tempo lá só com a porta aberta, como se o friozinho gelado me fizesse pensar melhor no que comer, ou como se a comida fosse aparecer pronta na minha frente. Mas nada disso aconteceu, é claro.
Por fim, decidi pegar um iogurte, mas quando estava abrindo-o, o soar da campainha me fez ter um susto. E o iogurte acabou sendo derramado no chão. QUEM PODERIA SER O INFELIZ QUE ME FEZ FAZER ESSA PROEZA? Pois então, agora só de ruim ia esperar.
Peguei o pano de limpeza da pia e limpei o chão onde o iogurte havia caído. E a pessoa do outro lado tocando a campainha. Lavei minhas mãos e foi quando decidi ir abrir a porta. Mas quando ela revelou aquele com cabelos castanhos, olhos castanhos, pele meio bronzeada pela quantidade de sol, minhas pernas ficaram bambas, e tenho certeza de que fiquei branca da cor de um papel. Parecia que tinha uma batata em minha garganta que não me deixava falar qualquer coisa. Minhas mãos começaram a ficar soadas e juraria que cairia a qualquer momento.
, não vai me convidar pra entrar?


Capítulo 4


“A vida é como um romance. Você não tem ideia do que vai acontecer até virar a página” – Sidney Sheldon


’s POV
– NÃO!
Meu corpo estava suado, lágrimas escorriam sem parar de meus olhos, minha garganta estava seca, meu coração estava acelerado e respirava ofegante, como se o ar estivesse desaparecendo. Minhas mãos tremiam, não diferente de todo o meu corpo. Aquele terrível dia tinha voltado como sempre para os meus sonhos.
Limpei as lágrimas teimosas que escorriam pelo meu rosto, a fim de que assim pudesse esquecer de tudo que aconteceu, mas como esqueceria? Meu pai era uma das coisas mais importantes em minha vida, como poderia esquecê-lo? Isso era fácil. Não podia, nunca conseguiria.
Levantei-me da cama e saí do meu quarto, com a intenção de ir até a cozinha. Desci as escadas e percebi que a luz da sala estava ligada. Fui até lá e encontrei minha mãe dormindo, com a TV ligada. Fui até ela e a enrolei, com o coberto que ela própria havia trazido. Certamente deveria ter se esquecido dele. Peguei o controle que estava em sua mão delicadamente e desliguei a televisão.
Como nós duas nos tornamos vulnerável depois que ele se foi, não foi fácil para nenhuma. Mesmo ela mostrando que estava forte todo o tempo, eu sabia que ela estava sofrendo. Claro, ele era o marido dela, meu pai. Com quem passou 20 anos de casada, coisa que hoje em dia era muito.
Dei uma última olhada nela e fui até a cozinha. Peguei um copo com água e resolvi que o levaria cheio, caso sentisse sede novamente. Subi as escadas e voltei ao meu quarto. Coloquei o copo no criado mudo ao lado da minha cama e me deitei. O que seria difícil era conseguir dormir. Quando costumava ter esses pesadelos, não conseguia dormir rápido como de costume, então simplesmente peguei meu iPhone e fui mexer. Olhei meu Twitter, nada de diferente (milagre), meu Facebook (com alguns comentários de fotos que recém tinha postado), o Whatsapp (que, como sempre, não para, mas não estava a fim de responder ou falar qualquer coisa, para ser sincera) e o Instagram (que basicamente não tinha muito o que eu queria ver). Então apenas liguei a TV e coloquei em um filme.

Zayn’s POV
Mais uma vez estávamos no escritório de Simon, recebendo reclamações e tudo mais que se tinha direito. Dois dias seguidos na sala dele e não era por nossa livre e espontânea vontade, e sim porque tínhamos que receber na cara o que havíamos feito de errado. Coisa que vocês já devem imaginar que Samon fazia com a maior vontade. Mas até que eu o entendia, afinal, se ele não fizesse isso, quem o faria, para que assim pudéssemos ter responsabilidade? Tinha que ser ele mesmo.
– A folga de vocês foi reduzida, e só tem mais uma semana. Depois disso, vocês têm que fazer algumas entrevistas e tardes de autógrafos, em shoppings, livrarias e coisas assim. Mas pra essa semana, Zayn, você provavelmente vai ser muito abordado por ter terminado com a Perrie, então nem diga que sim, nem que não. Desconverse e deixe a dúvida no ar.
Assenti.
– E, Louis, não quero você brigando com a Eleanor, muito menos na frente de qualquer pessoa que queira ver. Vocês são famosos e têm que tomar cuidado com isso. E a coisa do casamento ainda está em alta.
– Desculpa, Simon, mas eu não aceito fazer isso. Posso aceitar ou fazer qualquer outra coisa, menos isso. Já não basta o quanto já mentimos pra elas? Eu não vou noivar com a Eleanor.
– Tomlinson, vocês estão construindo uma imagem com isso...
– Simon, eu não... Sinto muito, porém vou negar até o final.
– Ok, Lou, então também vou ver o que faço com você. – ele agora olhava para o Harry. – Styles, eu achei que você tinha acabado com a Taylor, pelo menos foi o que você disse da última vez.
– Eu não tinha. Eu acabei, mas ela... Argh. Ela armou pra gente se beijar, eu não tive como saber, e, quando dei por mim, já tinha paparazzi de todo canto.
– E por causa disso, está em todo canto que vocês nunca se separaram. É tudo que a mídia quer. Não quero que você apareça tão cedo em fotos novamente, e dessa vez é SÉRIO! Nenhum dos cinco! Pelo menos até que eu resolva a situação de vocês. Se eu souber de qualquer vertigem de qualquer foto de vocês com mais boatos, vão ter que arrumar outro empresário! Nenhum de vocês é mais criança, então cresçam!
– Simon, você não pode esta falando sério.
– Nunca falei tão sério, Liam, e se acham que eu não teria coragem, acreditem, eu teria. Agora já estão dispensados.
Nos levantamos.
– O Paul vai ficar vigiando vocês, então não façam nada de errado, se conseguirem.
– Então não vamos pode sair? – Niall, pela primeira vez, se pronunciou.
– Vão, só que com a companhia de Paul. Caso vocês se comportem bem, até o fim da semana ele não precisará ser babá de vocês.
– Acho que não precisamos de "babá" – dei ênfase em babá.
– O jeito que estão se comportando não demonstra isso. Agora já podem ir, tenho uma reunião importante daqui a dez minutos.
Seguimos para a porta e saímos.
– Eu não acredito que agora vamos ter uma espécie de babá! – Haroldo reclamou.
– Só que a diferença é que não é uma daquelas que todo mundo vê em filmes, e sim Paul. – rimos com o comentário do Tommo.
– Mas eu acho que o Paul deixa a gente fazer algumas coisinhas, vocês o conhecem. Ele não é igual o Simon. – o irlandês retrucou.
– Ou podemos nos comportar durante um ou dois dias... – Liam começou. – Não...
– O interessante é se divertir. – falei enquanto chegávamos até a van.
– Mas dessa vez vocês pegaram muito pesado, e ele pareceu não brincar com o que falou. – Payne nos precaveu.
– Dessa vez não foi muito nossa culpa... – Hazza começou.
– Eu acho que se passarmos um tempo sem causar problema, ele esquece isso. – continuei.
– O problema foi que aconteceu muita coisa ao mesmo tempo. – Louis foi o primeiro a entrar no carro.
– Agora já está feito e pronto, é só fazer o que o Simon mandar e problema resolvido. – Horan concluiu.
– Eu não vou me casar, já disse! – Louis explodiu.
– E como foi isso mesmo, Lou? – questionei.
– A Els brotou com a ideia de que devíamos ficar noivos, que o Simon iria gostar, as fãs aprovariam e tudo mais. Só que eu não concordei, então acabamos brigando e eu sei que de certa forma eu exagerei, mas estou cansado de ser uma marionete nas mãos dos outros, e é isso que você vai começar a ser, Zayn, caso aceite tudo que eles disserem! – Tomlinson parecia irritado.
– Como você fala, parece que o Simon é uma pessoa ruim. – falei.
– Ele não é uma pessoa ruim. Não é ele que tem palavra final, e sim a Modest. O Simon repassa tudo pra gente, porém a aprovação é deles.
Não falei nada. Era estranho ter tudo meio que jogado na cara, daquele jeito. É, talvez eu tivesse começando a ser mesmo uma marionete na mão deles, mas isso seria totalmente ruim? Eu ainda não tinha me feito essa pergunta antes, e, de certa forma, acho que ainda não tivessem feito nada tão grande quanto um suposto casamento, por isso estava de boas. Até agora, pelo menos.
Permanecemos o caminho de casa sem comentarmos nada a respeito daquilo.

’s POV
Lá estava eu, deitada com lágrimas nos olhos, sem poder deixá-las cair. Ao contrário, ele as perceberia, e me perguntaria por quê, coisa que eu não podia, ou não tinha como responder.
Era bom tê-lo por perto. Na verdade, sempre foi, só que agora era diferente, não seria a mesma coisa, já se tinha passado tanto tempo depois que ele foi para o Brasil. Tudo mudou desde então. Não sei ao certo se o que sentia por ele também, mas ainda era cedo para tomar essa decisão.
Suspirei, tendo aquela lembrança voltada em minha mente.

Flashback On:
, não vai me convidar pra entrar?
Minha garganta estava seca de mais para que pudesse responder qualquer coisa.
– Não esta feliz em me ver? – o sorriso tão lindo que estava em seu rosto sumiu.
– Claro. Estou sim. É só que... surpresa. – abri mais a porta para que ele pudesse entrar.
Ele, de fato, não entrou. Primeiro, me deu um selinho. Não o correspondi, ainda estava muito chocada para isso.
Steven entrou.
– Você ainda mora com sua amiga?
Assenti.
– Ela está aí?
– Sim, ela está dormindo.
– Você está bem, amor? Parece que não gostou da minha surpresa. – ele sentou no sofá.
– Não é isso. – finalmente caí em mim. – Claro que gostei. – o abracei. – Só ainda não consigo acreditar que você voltou. Confesso que mesmo você dizendo que vinha me visitar, desacreditei. Mas agora... está aqui mesmo. – Steven me deu um beijo, e dessa vez o correspondi.
– Eu quis fazer uma surpresa pra você, mas não vou ficar muito tempo, só até as férias acabarem. – ele me abraçou forte.
– Mas por que vai voltar, então? – o questionei.
– É parte do acordo de intercâmbio. Na verdade, era para eu ficar no Brasil, mas como meu tio morreu, eu pude ficar aqui nas férias para ficar com a família, nada mais que isso.
– SEU TIO MORREU?
Ele assentiu.
– Ai, meu Deus! Eu não sabia, ninguém me falou, Steven.
– Tudo bem, achei mesmo que minha mãe não tinha te falado.
– Você vai ficar na casa dos seus pais?
– Vou sim. – ele olhou para as suas malas. – Porém primeiro resolvi ficar aqui com você.
– Nossa, que honra. – brinquei. – Vou fazer alguma coisa pra você comer. Nos levantamos e fomos até a cozinha.
Peguei um espaguete que tinha na geladeira e o esquentei. Era a coisa mais rápida que conseguia fazer. Entreguei o prato para ele e o observei comer.
– Não vai querer?
Neguei, não estava com fome. Depois disso, ele permaneceu calado, terminando seu prato, enquanto eu ficava pensando o quão boa atriz eu estava sendo. Mesmo com toda aquela surpresa do começo, consegui perceber que eu não podia agir daquele jeito, ao contrário ele saberia que tinha algo errado.
? – Steven me arrancou de meus devaneios.
– Terminou?
Ele assentiu, colocando o prato na pia.
– Vem, vamos para o meu quarto, você deve estar com sono.
Seguimos para o mesmo e eu só fiz me deitar, enquanto ele tomava banho. Afinal, já estava tudo pronto para dormir, menos meu psicológico. Não demorou muito e ele se deitou ao meu lado, com uma calça de moletom e sem camisa, deixando que eu tivesse a visão privilegiada de seu abdômen bem definido, que há tanto tempo não via. Steven me abraçou e beijou minha cabeça, me colocando em seus braços.
Minha cabeça logo se encaixou em seu peito enquanto eu escutava seu coração batendo.
– Está pensativa. – falava, mexendo em meus cabelos.
– Só estou cansada, a semana foi difícil. – passaram as lembranças em minha mente da semana inteira.
– Então durma, meu amor. – me deu outro beijo na cabeça.
Flashback Off.

Steven ainda dormia, enquanto eu, nada. Desde que ele chegou, não preguei o olho, não consegui. A lembrança de me ver traindo-o sempre voltava, era como um imã. E era terrível saber que eu era tão repugnante a esse ponto.
Funguei mais uma vez, sentindo-o se mexer e rapidamente enxuguei os vestígios de lágrimas ainda presentes em meus olhos.
– Bom dia – ele sorriu.
– Se você disser que estou feia, te mato! – brinquei.
– O que foi? Estava chorando? Os olhos estão vermelhos e você está menos bonita que o normal.
Fuzilei-o.
– Não consegui dormi. – confessei.
– Por minha causa?
Podia dizer que sim, mas não o fiz.
– Na verdade, não sei por quê. – menti. – Vem, vamos tomar café. – me levantei.
Coloquei meu robe e amarrei meus cabelos em um coque com ele mesmo, e fiquei esperando-o colocar uma camisa. Assim que o fez, seguimos até a cozinha, encontrando uma cantarolando.
– Bom dia, . – cumprimentei.
– Bom dia... – ela se virou. – Steven?

Niall’s POV
Estava em meu quarto, olhando meu Twitter que estava cheio de menções, quando começou a tocar Boyfriend de Big Time Rush, me fazendo soltar meu celular em meu rosto.
– Arhg! – reclamei.
Levantei minha cabeça, tentando saber de onde vinha o som, e acabei encontrando um iPhone, que não era o meu, tocando sem parar.
Me levantei e percebi que só podia ser da , afinal, foi ela a última pessoa a estar aqui. Mas era estranho, afinal, ele não estava descarregado? Pelo visto, ela se enganou. Ri com aquilo, como ela poderia ter se enganado assim? E foi quando percebi que ele estava com a tecla de ligar quebrada, então facilmente ele podia ligar e desligar quantas vezes quisesse.
O celular voltou a chamar, me fazendo acordar de meus devaneios. Olhei bem para o visor, onde tinha “MÃE” em letras bem legíveis.
– Alô?
– Alô. Você é a mãe da ?
– Não, é ela mesmo que está falando. – escutei-a soltar a respiração em forma de quem estava sem paciência.
, é o Niall, você esqueceu seu celular aqui.
– Ainda bem, pensei que tinha perdido. Você colocou pra carregar? Ele estava descarregado.
– Não, a tecla dele está quebrada, então pode ligar ou desligar com um simples toque nela.
– Ah... por que não atendeu antes? Quase morro de ligar!
– Desculpa, só vi agora. – dei uma pausa. – Eu não estava em casa, estava em uma reunião.
– Já imagino por quê. Em todos os sites de fofoca tem falando sobre os últimos acontecimentos. – ela pigarreou.
– Acho que todos já sabem mesmo.
– É... Mas o Zayn ainda está com a namorada, né?!
Hesitei.
– Não. Acho que não. Eles estavam brigando da última vez, mas não sei no que deu. Você também vai querer saber se ele a traiu?
– Desculpa pela pergunta. Não, não vou precisar. Porque eu sei a verdade. – foi rude e grossa. – Eu passo mais tarde pra pegar meu celular. Tchau.
– Eu posso ir aí deixar. – falei antes de ela desligar o telefone.
– Não precisa, você deve ter muita coisa pra fazer, como aprender a não ser grosso com as pessoas que só fazem uma pergunta.
– Desculpa, é que todos só fazem essa pergunta.
– Eu não sou todos, Horan.
– Eu sei, sinto muito.
– Tanto faz. Mando meu motorista pegar. Até...
– Onde é a sua casa? – a interrompi novamente.
– Pra que você quer saber?
– Eu vou deixar aí seu celular.
– Tá! Quem vai estar gastando a gasolina é você mesmo. – podia vê-la dando de ombros.
– A rua?
– Mando por Twitter.
– Aproveitadora. – brinquei.
– Você não viu nada. – desligou.
definitivamente era louca. Totalmente. Ri com meus pensamentos. Coloquei seu iPhone no criado mudo para não esquecer e guardei o meu no bolso. Saí do quarto e fui até a sala, encontrando o Louis jogado no sofá enquanto jogava FIFA.
– É um prazer te ver em um dia como o de hoje, sem sair com a Eleanor ou estar jogado no quarto. – brinquei.
– Até que Simon veja algo pra gente fazer, não é bom que saia com ela. Além do mais, ela está chateada comigo. Nós meio que brigamos. – falou, dando pausa no jogo.
– É em vezes como essa que gosto de não ter namorada, mesmo que não seja tão de verdade. – Lou me olhou.
– Indireta mais que direta.
– Não foi uma indireta, só falei. – dei de ombros.
– Claro. – Lou deu play no jogo.
– Vai ficar jogando aí?
– Caso o contrário, o que faria?
– Assistir, talvez?
– Não estou a fim. – ele me olhou de rabo de olho. – Quer jogar?
– Não. Vou assistir alguma coisa no meu quarto.
Voltei para lá. Se não estivesse meio que proibido de sair, até arriscaria um cinema, mas com quem? Ficar em casa mofando era agora o que mais tinha como coisa privilegiada em minha agenda. Até não me importava tanto no começo, só que uma vez ou outra sempre era bom dar uma espairecida.
E mais uma vez fui tirado de meus devaneios pelo telefone da , que tocava sem parar, mais uma vez. O peguei e era ela novamente.
– Quando quiser pode me seguir, tá? Caso ao contrário, não tem como passar meu endereço.
– Tinha esquecido disso. – sorri.
Peguei o meu telefone e fui até o Twitter, a seguindo.
– Pronto.
– Suas fãs vão surtar quando virem isso. – ela riu. – Pronto, mandei.
Voltei a pegar meu celular assim que ele vibrou, avisando que tinha chegado uma DM.
– Sei onde fica. – falei, analisando o nome da rua. – Quando posso ir?
– Quando quiser, acho que não vou sair hoje.
– Tudo bem, então. Depois apareço por aí.
– De boas... Tchau, Niall.
– Tchau. – desligou.
Já tinha o que fazer durante uma parte da tarde. Peguei minha toalha, que estava estendida em uma cadeira a frente da mesa onde se encontrava o notebook, e segui ao banheiro. Afinal, não podia aparecer na casa da menina sem estar limpo e cheiroso.

’s POV
– Bom dia! – escutei a voz da atrás de mim.
– Bom dia. – me virei para olhá-la. – Steven?
– Oi, . – ele sorriu sem jeito.
– O que você está fazendo aqui? Não estava no Brasil?
– Vou ficar aqui nas férias e depois volto para o Brasil. – ele esclareceu.
Dei um olhar para a de "você contou?" e ela me olhou respondendo "não".
– Bem... O café já está pronto, tem waffles na mesa. Eu vou tomar banho. – falei, saindo, deixando minha amiga e seu namorado sozinhos.
Segui para o meu quarto. Me despi e entrei dentro do chuveiro. Não pensaria no que nos últimos minutos esteve presente na minha visão, achei melhor assim. Não queria e não tinha estômago para isso. A estava bastante complicada antes dele voltar, e agora? O que será que minha amiga ia fazer? Dava para perceber em seu olhar que nem ela sabia, mas que também não era hora para pensar nisso. Saí do chuveiro, espremi meus cabelos, os enrolei com uma toalha e me enrolei em outra.
Saí do banheiro, indo direto ao meu closet. Olhei, olhei e olhei e acabei optando por uma roupa nem muito arrumada, nem muito desarrumada, só normal. Até aí, tudo bem, só que agora vinha a pior parte: escolher minha roupa para o encontro com o meu namorado. Só esperava que ele não cancelasse tudo novamente.
Remexi meu closet e nada. Vesti roupa, tirei roupa. Me olhei no espelho. E nada, não tinha um vestido que dissesse "você está perfeita!", nenhum mesmo! Olhei ao meu redor e as roupas estavam todas espalhadas pelo meu quarto, ótimo! Isso agora era o menor de meus problemas, de fato, ele só passaria quando tivesse que arrumá-lo.
Peguei a montanha de roupas que estavam espalhadas por toda a extensão do meu quarto e só fiz jogar de volta no closet. Agora o que faria? Caí na cama, frustrada com isso. Poderia pedir que a fosse ao shopping comigo. É claro, se ela não estivesse com seu namorado, que acabou de voltar, e, é claro, com isso, ela já tinha problemas demais.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para as meninas.

"Preciso de ajuda! – "
"Que foi? – "
"Você sabe que horas são? – "
"O que aconteceu? – "
"Não tenho roupa para meu encontro com o Zac. Quem topa ir ao shopping comigo? Xx – "
"Não vai dar. E a ? Chama ela. – "
"Eu vou. Já, já chego aí, só vou me arrumar. Xx – "
"Partiu! Vou só tomar café e estou aí. Xx – "
"Ótimo. A já esta com muitos problemas. O Steven brotou de volta! – "
"Como assim? – "
"Ele não estava estudando no Brasil? – "
"O namorado da ? – "
"Não sei, só sei que ele está com ela na cozinha. Estava, só que agora está aqui. Ele mesmo. Não sei o que aconteceu, depois perguntamos a ela. Estou esperando vocês. Xx – "


Joguei meu celular na cama e decidi ficar esperando as meninas. Já tinha tomado banho, já estava vestida, só faltava elas chegarem, e a única coisa que eu não queria fazer era sair do quarto, não agora. Não ia ser eu que iria ficar olhando o Steven achar que tudo estava do jeito que ele tinha deixado quando foi embora. Eu não tinha cabaça para isso.
Ainda não sabia se minha amiga tinha contado a verdade a ele, então achava melhor ficar trancada aqui para não fazer merda. Me virei na cama, dando "de cara" com meu closet explodindo de roupas. Das duas, uma: ou arrumava agora, ou depois. E acho que vocês devem imaginar qual ganhou.
Segunda, sem dúvida. Podendo arrumar depois, por que ia fazer agora? E mais com a preguiça do mundo todo que eu estava. Me ajeitei, ficando de bruços para cima e fitando o teto branco de meu apartamento. Estava muito concentrada fazendo isso – a que ponto de tédio eu tinha chegado! –, tão concentrada que me assustei com o vibrar de meu celular. Peguei-o, vendo que se tratava de uma mensagem da .

"Já estou chegando. Xx – ."

O SMS dela me fez ter coragem de me levantar e calçar minhas bota. Finalmente saí do quarto, encontrando a lavando a louça e o seu namorado a enxugando.
– Muito bem, . Coloca pra trabalhar, senão se acomoda. – brinquei.
– Ele que se ofereceu. – ela me respondeu.
– Está tentando fazer média, Steven?
– Tem que fazer uns pontinhos, né?! – entrou na brincadeira.
– É assim agora? – melou a ponta do nariz dele de espuma. – Vai pra onde? – se referiu a mim.
– Shopping, tenho que escolher um vestido pra hoje. – fomos interrompidas pelo soar da campainha. – E minhas companhias chegaram. Tchau pra vocês.
Saí do apartamento, encontrando e me esperando na frente do próprio.
– Vamos? – perguntou.
– Vamos. – respondi.

Liam’s POV
Já se passavam das 15:00h quando todos, com exceção de Niall, nos reunimos na sala para fazer o que ultimamente fazíamos de melhor: nada!
– Ficar aqui está pior do que quando estamos em turnê, trancados no ônibus. – Harry reclamou.
– O que você ainda esta fazendo aqui, Hazza? Você, de costume, sai mesmo que Simon mande não sair.
– Dessa vez é diferente, Liam. Ele tem razão! Odeio quando isso acontece.
Rimos com a reclamação de Styles.
– Ué! Niall, vai pra onde? – Louis perguntou enquanto o irlandês saía de seu quarto.
– Na , vou entregar o celular que ela esqueceu. – Horan respondeu.
– O Paul está na cozinha. – Zayn o lembrou.
– Não tive nenhum problema até agora, então não tenho com o que me preocupar. – Nialler pegou a chave do carro.
– Pra onde você pensa que vai? – Paul brotou da cozinha.
– Casa da namorada. – Lou brincou.
– O Simon foi bem rígido quanto a isso, vocês não podem sair. Pelo menos, não sem mim.
– Paul, vai lá, só dessa vez... Não saio da casa dela. – ele tentou.
– Vou com você.
– Claro, Niall, sua namorada vai adorar saber que você tem babá. – Zaza o zoou.
– Deixe-o. – falei, segurando o riso.
– Paul, deixe-o ir, o Nialler não fez nada dessa vez, ele só quer ficar com a namorada um pouco. Já faz muito tempo que está na seca. – Styles implicou.
Não conseguimos segurar o riso dessa vez e todos caímos na gargalhada, vendo o irlandês nos fuzilar.
– Ela não é minha namorada! Só estou indo fazer um favor. – continuou insistindo.
– Eu sei que vou me arrepender, mas... pode ir. Só dessa vez e não apronte, só tenho que ficar com vocês até amanhã, então façam esse favor a todos.
Rimos mais com o apelo de Paul e Horan se foi.
– Ótimo, só até amanhã. – comentei.
– Se não morrer de tédio até lá. – Malik se levantou do sofá. – Eu vou dormir. Se tiver algo diferente... não me chamem.
– O que a gente vai fazer? – questionei.
– Vocês vão ficar bem quietinhos aqui.
Olhamos para o Paul como quem dizia: "você acredita mesmo nisso?".
– Não ganho tanto pra isso. – ele voltou para a cozinha.
– Nada de lugar muito público... – comecei.
– Nada de locais já muito conhecidos por frequentarmos... – Tommo continuou.
– Por que não vamos ao estúdio? – Haroldo perguntou.
– O que iríamos fazer lá mesmo? – Tomlinson quis saber.
– Ensaiar, fazer as últimas músicas para o Take Me Home... Só falta uma pra podermos lançar próxima semana.
– É... É... – pigarreamos.
– Acho que pra isso o Paul vai ficar de boas, e pode até ir com a gente.
Todos concordamos que isso era o melhor a se fazer, afinal, tínhamos que de qualquer forma terminar as músicas do novo álbum, e já que estávamos sem fazer nada mesmo... Acredito ser a melhor forma de gastar nosso tempo, até porque não íamos precisar fazer melodias no ônibus enquanto intercalávamos entre os últimos shows da turnê Up All Night.
Comunicamos ao Paul, que ligou para o Simon, que organizou tudo com um dos sócios da gravadora e, por fim, tudo estava pronto. Só faltava chegar lá.

Louis’ POV
A caminho da gravadora, era para onde estávamos indo agora. Só eu, Harry e o Liam, já que o Niall estava com a “namorada” e o Zayn preferiu ficar dormindo, e olha que fomos chamá-lo, mas, como vocês já sabem, Zaza não era muito fã de ser acordado, então em vez dele vir conosco, preferiu dormir mais um pouco.

(...)

Não demorou muito e a van estava adentrando o estacionamento da gravadora. Parecia ser um milagre, mas não tinha nenhum paparazzi no local, acho que era até surpresa para a gente estar aqui, então não tinha como eles saberem. Se bem que eles rastreavam você, mesmo que estivesse no inferno, então provavelmente não demorariam muito para que aparecessem por aqui, como sempre faziam.
Assim que a van estacionou, saímos dela e seguimos para o elevador, que nos levaria até o andar onde teríamos uma sala de gravação, no qual poderíamos fazer a música e ensaiá-la. Saímos do elevador e fomos designados até um escritório, onde provavelmente o tal sócio que falou com Simon estaria.
– Podem entrar, meninos. – a atendente dele falou.
– Passa aqui. Tenho uma encomenda pra sua avó. Não é pesado. – ele soltou uma gargalhada, se virando e notando que estávamos lá. – Eu estou com clientes agora, então passa aqui quando sair do shopping pra levar a encomenda da sua avó, tá?! Tchau. – ele desligou o celular. – Desculpa, meninos, estava resolvendo alguns problemas pessoais.
– Sem problemas. – concordamos.
– O Simon me disse que vocês queriam ensaiar as próximas músicas do álbum, é isso?
Assentimos.
– Então eu vou pedir pra minha assistente mostrar a vocês onde vão ficar. – ele apertou o interfone. – Jennifer, por favor, venha à minha sala. – desligou.
Logo a porta foi aberta pela tal Jennifer. Pelo menos, eu acho que era ela.
– Sim, Sr. Albert?
– Jennifer, leve esses meninos pra sala seis.
– OK. Venham, meninos. – ela saiu da sala.
– Foi um prazer conhecê-los, meninos.
– Igualmente. – nos despedimos.
Seguimos a mulher por um corredor comprido e assim que chegamos a tal sala seis, ela passou o cartão para que pudesse abrir e me entregou, já que eu vinha logo atrás dela.
– Meninos, podem ficar o tempo que quiserem e se precisarem de algo, é só me chamar.
Assentimos e ela se foi.
Entramos na sala e percebemos um sofá bem grande, uma mesa de centro e por trás da divisória, um estúdio, onde eram gravadas as músicas. Liam pegou o violão. Não era o melhor tocando, claro, ele sabia, mas não era a pessoa mais qualificada para fazer isso. Acreditem, o Liam era melhor no piano.
– Vamos ensaiar primeiro ou terminar a música? – Payne questionou.
– Acho melhor continuarmos a música. – Harry se pronunciou.
– Onde paramos mesmo? – quis saber.
– Vou cantar a parte do Zayn, que é o começo, e depois desenrolamos. – Daddy tocou a primeira nota. – Can't believe you're packin’ your bags, tryin’ so hard not to cry. Had the best time and now it’s the worst time, but we have to say goodbye – Liam começou.
– Tem que continuar com alguma coisa que confirme o que disse. – pensei.
– Por que não... – Hazza começou. – Don't promise that you're gonna write, don't promise that you'll call. Just promise that you won't forget we had it all…
‘Cause you were mine for the summer, now we know its nearly over. Feels like snow in September, but I always will remember. You were my summer love, you always will be my summer love – Liam entrou no ritmo.
– Complementando com... Wish that we could be alone now, if we could find some place to hide. Make the last time just like the first time. Push a button and rewind – prossegui.
– E agora? – Styles perguntou.
Paramos um pouco para pensar. Várias ideias já tinham surgido, mas nenhuma boa o bastante, até que...
Don't say the word that's on your lips, don't look at me that way. Just promise you'll remember when the sky is grey – Liam iniciou.
– E repete o… ‘Cause you were mine for the summer, now we know its nearly over. Feels like snow in September, but I always will remember. You were my summer love, you always will be my summer love – falei.
– Que tal... So please don't make this any harder, we can't take this any farther, and I know there's nothin’ that I wanna change, change – insistiu Harry.
– E finalizando com ‘Cause you were mine for the summer, now we know its nearly over. Feels like snow in September, but I always will remember. You were my summer love, you always will be my summer love – Liam concluiu.

’s POV
Já estávamos no shopping olhando roupas há horas. Eu e a tentávamos ajudar ao máximo, só que a era indecisa e não estava conseguindo encontrar o vestido perfeito. Logo ela saiu do provador com um vestido de tubinho azul. Negamos com a cabeça e sabia que não seria ele – sempre fazíamos isso para ajudá-la – e, por fim, ela sempre acabava voltando para o provador. Sabíamos que ela queria arrasar, queria mostrar ao Zac o que ele perdia a cada vez que desmarcava algo, e era o que ela iria conseguir, claro. Nós a juraríamos a fazer isso.
Meu celular começou a tocar. Saí da loja e o peguei rapidamente para atendê-lo. Era meu tio.
– Alô? Tio?
, você está aonde?
– Estou no shopping com minha amigas, por quê?
– Quando estiver saindo, passa aqui. Tenho uma encomenda pra sua avó.
– É pesado?
– Não é pesado. – ele riu. – Eu estou com clientes agora, então passa aqui quando sair do shopping pra levar a encomenda da sua avó, tá?! Tchau. – ele desligou o celular.
Voltei para a loja e a já estava com outra roupa. Um vestido rodado bege, e também não deu certo. Depois disso, ela experimentou uns três ou quatro, até que encontrou um vestido perfeito, que caiu muito bem nela.
– Você vai matar o Zac. – brincou.
Rimos com o seu comentário.
– Só que vou precisar de uma lingerie nova branca.
– Hoje a noite promete. – impliquei.
– Cala a boca. – entrou de novo no vestiário.
Enquanto ela se trocava, eu e esperávamos do lado de fora do provador.
– Ela hoje está ousada. – minha amiga comentou.
– Ela deve saber o que vai fazer. Ela o ama, mas você acha que ele a ama?
– Deve amar. Ele, mesmo estando longe, cuida dela, só pode ser muito amor pra aguentá-lo ausente, ou a falta de amor. – deu de ombros.
– Como assim? – fiquei com dúvida.
– É simples. Quando você se acostuma com algo, se acomoda, acho que é isso.
– Mas a e o Steven já estavam longe há mais de um ano, e não mudou muita coisa.
– Mudou. Se não tivesse mudado, ela não o teria traído e muito menos mentido. É o que eu disse: em relacionamento, mais cedo ou mais tarde tudo esfria. Por isso que estou preferindo ficar sozinha ultimamente.
– Nem me fale. Se dependesse de mim, nunca mais me apaixonaria. – lembranças daquele dia vieram a minha mente.
– Você ainda sofre muito por isso, né?!
Neguei.
– Não quanto antes, é só que você passa a não confiar em certas coisas, como amor. Não que ele não exista, só que não com você.
me abraçou.
– O que é isso? Momento confraternização? – saiu do vestiário.
– Vai levar essa mesmo? – questionei.
– Vocês gostaram? – o estendeu em seu corpo.
Assentimos.
– Então vou levar. Se quiserem, podem ir para a loja de lingerie, só vou pagar aqui.
– Vamos te esperar. – decidimos.
Ficamos esperando-a voltar e assim que ela o fez, seguimos para a tal loja e logo quando fomos atendidas, pedimos à atendente que nos mostrasse de preferência as de tonalidades brancas.
Não demorou a voltar com algumas de renda, cinta liga, espartilho, umas mais delicadas com pequenas flores, e, por fim, depois de muitas provas, minha amiga escolheu a de renda, a mais tradicional que tinha.
– Você vai mesmo fazer isso? – perguntei enquanto ela pagava a peça de roupa íntima.
– Comprá-la? Vou, sim.
– Obrigada. – a vendedora agradeceu.
Sorrimos para ela.
– Não, a está se referindo a transar com o Zac.
parou no meio do caminho.
– Por que não contou para a gente antes? – questionei.
– Porque eu não vou. – voltou a andar. – Ele não mencionou nada.
– E por que você está comprando a lingerie mesmo? – perguntei.
– Ele não precisaria comentar nada para acontecer. – insistiu.
– Primeiro: comprei a lingerie por causa do vestido e porque as minhas estão velhas. E segundo: o Zac não é desse tipo, ele está mais pro careta.
Rimos com o comentário dela.
– Quem diria... , essa , namorando com um cara careta.
Rimos mais com o comentário de .
– Não... Ele não é tão careta, só não aproveita a vida como a gente. Isso até que é bom. Em um relacionamento tem que ter alguém que tem cabeça no lugar.
– E você não é a pessoa mais adequada pra isso. – eu comentei.
– Possivelmente.
Rimos mais um pouco.
– Agora casa? – perguntou.
– Não, eu tenho que passar na gravadora do meu tio e pegar uma encomenda pra minha avó. Mas se quiserem, vou sozinha.
– Não, eu vou com você, afinal, somos vizinhas e já ia mesmo pra casa com você. – disse.
– Eu também vou, não quero ficar segurando vela em casa. E meu encontro só é às 20h30min, até lá, já estou em casa.
Concordei e pegamos um taxi, que logo chegou à gravadora onde meu tio era um dos sócios. Já tinha vindo aqui antes, porém não ultimamente. A última vez que vim aqui foi há três anos, e como ela estava diferente desde então.
Pagamos o táxi e adentramos o local. Passamos pela entrada e fomos até, creio eu, o segurança, para sabermos qual seria o andar.
– Moço, qual é o andar do escritório do dono? – perguntei.
– O décimo segundo.
– Obrigada. – agradeci.
Pegamos o elevador de metal e subimos até o décimo segundo andar, no qual era o último. Assim que as portas se abriram, seguimos por um pequeno corredor, encontrando Jennifer, sua assistente. Acreditem se quiserem, mas ela era uma das poucas pessoas que eu me lembrava gostar nesse lugar.
– Oi, Jenni. – a cumprimentei, fazendo com que ela me notasse.
? – ela se levantou. – Nossa, como está grande. – me abraçou. – Quanto tempo não te vejo... e quem são essas? – me soltou.
– Minhas amigas, e .
– Prazer. – elas a cumprimentaram e Jennifer as abraçou.
Eu sei, e acho que vocês já sabem. Ela amava abraços.
– O que te faz vir por aqui? – questionou.
– Meu tio disse que tem uma coisa pra minha vó, ele está na sala?
– Não, ele está na sala seis com uns meninos de uma boyband. Vocês vão gostar de conhecer, eles são lindos e bem simpáticos.
– Jura? Acho que já sei de quem você está falando. – olhei para as meninas.
– Sabem? São apenas três meninos...
– Três? Então não sabemos. – analisou.
– Então vão lá, é só seguir nesse corretor.
– Tudo bem, foi um prazer te ver.
– Igualmente.
Seguimos pelo longo corredor que ela disse e assim que abrimos a porta, escutamos uma melodia bem calma, mas tenho que dizer... era perfeita.

’s POV
– Niall, me devolve meu sorvete! – corri atrás dele.
– Vem pegar! – ele ria enquanto corria pelo meu quarto.
Tudo bem, vocês não devem estar entendendo nada. Há algumas horas, o Nialler havia vindo deixar meu celular e tinha se convidado para ficar, quando eu perguntei se ele ainda tinha alguma coisa para fazer ali. E, desde então, estávamos na varanda de meu quarto conversando. Muitas vezes ficávamos os dois em silêncio, até que algum de nós, eu, perguntava algo.
Nesse longo período de tempo, descobri algumas coisas sobre o Horan, coisas que a Melody deveria saber, mas nunca parei para perguntá-la. Coisas de uma pessoa normal, como que ele pintava o cabelo (não vou mentir, o chamei de mulherzinha na mesma hora, só para chateá-lo), que o melhor restaurante de Londres é o Nando’s, que ele jurou um dia me levar (mais iludido que eu), que ele era irlandês (coisa que eu já sabia pelo sotaque), que ele amava frango frito... Esse tipo de coisa que você acaba falando enquanto um assunto muda rapidamente para outro.
E há poucos minutos estávamos comendo sorvete, até que o bonitinho decidiu tomar o sorvete sozinho, e é claro que eu não deixei.
– Queridinho, o sorvete não é só seu! – corri mais.
– Se quiser, tem que vir... – antes dele terminar a frase, tropeçou no tapete que havia em meu quarto e caiu. E eu acabei tropeçando nos pés dele e caí em cima dele, empurrando o sorvete com a mão e fazendo-o voar e cair na cara do loiro.
Comecei a rir descontroladamente. Ele também começou a rir e, quando dei por mim, estávamos os dois rinchando no chão do meu quarto, um em cima do outro. (N/A: Sem malícia, por favor)
– Fica mais bonito assim. – falei, tirando mais sorvete do pote e passando em seu cabelo.
– Tá melado aqui em você. – ele falou, tentando se levantar.
– Onde? – limpei o sorvete que estava em meus dedos em minha blusa e passei minhas mãos no rosto.
– Aqui! – ele pegou mais e passou sorvete pelo meu rosto todo.
– Nialler viado! – me levantei, correndo atrás dele novamente.
Nessa altura, ele já tinha descido as escadas correndo, e eu estava logo por trás. (N/A: não maliciem... de novo). Ainda bem que meus pais não estavam em casa. Caso o contrário, isso não ia ser muito legal a fazer.
Já estávamos na área de lazer quando consegui alcançá-lo. A essa altura, já não tínhamos mais sorvete na mão para que pudéssemos tacar um no outro, e havíamos esquecido o pote em meu quarto. Sandália? Isso também não me pertencia mais, porque com a mira que eu tinha, acertaria fácil nele.
– Niall, para! – dei um tapa no ombro dele.
– Ai, ! – ele passou a mão onde eu tinha batido.
– Isso é por você ter feito isso. – mostrei meu rosto.
– E isso é por você ter feito tudo isso. – ele mostrou o corpo, logo depois me empurrando na piscina.
Para que não caísse sozinha, enlacei meus braços em seu pescoço, e o puxei comigo. Caímos os dois feito pedra na piscina. Me desvencilhei dele para que pudesse voltar a superfície.
– VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA?! – gritei enquanto passava a mão em meus cabelos.
– Não! Eu tenho você.
Parei de passar as mãos compassivamente pelos cabelos e o olhei.
– Você é um lesado mesmo.
– Só porque disse que se minha cabeça tivesse merda, era você?
– Eu não sou merda! – joguei água em seu rosto.
– Relaxa, só tentei te insultar. – agora foi a vez dele de passar a mão no rosto e cabelo. – Você é estressada. – ele riu.
– Você por acaso porta down?
– Quê? – fez careta.
– Nada. – comecei a rir da careta dele. – Para. – joguei mais água nele.
– Não! – ele jogou água em mim.
– Ei! – joguei mais.
Ficamos por algum tempo nessa brincadeira, até que ficamos bem próximos, até demais. Horan olhou em meus olhos e antes que eu percebesse, já tínhamos parado de jogar água um no outro. Eu olhei naqueles olhos azuis feito a cor do oceano e me arrepiei pensando nisso.
Fomos chegando mais perto, até que...
!
Desviei do olhar de Niall, que também olhou para a mesma direção que eu.
– Pai? – arregalei meus olhos.

Harry’s POV
Terminamos de separar as partes nas quais cada um ficaria, e, por fim, a melodia também já estava pronta, quando, se não me engano, Albert apareceu na sala.
– Como estão, meninos? Está dando tudo certo?
– Está sim. – respondi.
– Terminamos agora a melodia e a separação de quem ficaria com as partes. – Louis falou.
– Se importariam em tocar para eu ouvir? – ele perguntou.
– Não. Deixa eu só... – Liam tocou a primeira nota. – Pronto. – Liam começou o toque.
Can't believe you're packin’ your bags, tryin’ so hard not to cry. Had the best time and now it’s the worst time, but we have to say goodbye. – Don't promise that you're gonna write, don't promise that you'll call. Just promise that you won't forget we had it all.
‘Cause you were mine for the summer, now we know its nearly over. Feels like snow in September, but I always will remember. You were my summer love, you always will be my summer love.
Wish that we could be alone now, if we could find some place to hide. Make the last time just like the first time. Push a button and rewind.
Don't say the word that's on your lips, don't look at me that way. Just promise you'll remember when the sky is grey.
‘Cause you were mine for the summer, now we know its nearly over. Feels like snow in September, but I always will remember. You were my summer love, you always will be my summer love.
So please don't make this any harder, we can't take this any farther. And I know there's nothin’ that I wanna change, change.
‘Cause you were mine for the summer, now we know its nearly over. Feels like snow in September, but I always will remember. You were my summer love, you always will be my summer love.
Tonight let's get some, and live while we're young. – terminamos a canção. Mal tínhamos terminado de cantar, quando a porta foi fechada. Olhamos todos para lá e encontramos as mesmas meninas que havíamos encontrado no shopping. , e .
, chegou?
– Oi, tio. – ela o abraçou. – Oi, meninas. – ele cumprimentou as outras.
– Oi... – elas sorriram e olharam para a gente.
– Harry?! – veio até mim. – Meninos... – ela acenou. – O que estão fazendo aqui?
– Essa pergunta era pra ser feita a vocês. – olhei-a.
– Então já se conhecem.
– Já, foi a gente que os ajudou uma vez. – disse.
– Ah, sim. , a encomenda da sua vó está no meu escritório, pode levar quando for embora. – ele olhou para a gente. – Meninos... Muito bem, a música está perfeita, parabéns. Mas agora eu tenho que ir. Nos vemos mais tarde, . – ele falou, saindo.
– Pego a encomenda quando estiver saindo. – falou enquanto o tio saía.
– Quando a Jennifer disse que tinha uma boyband aqui, pensamos que não eram vocês, afinal... – começou.
– A banda não era de cinco? Cadê o Zayn e o Niall? – complementou.
– Não é sempre que fazemos músicas estando os cinco. – Liam olhou diretamente para .
– Além do mais, porque o Zayn não pôde vir e o Niall está com a amiga de vocês. – Tommo sorriu.
– Como? – elas falaram em uníssono.
– Nialler está com a , vocês não sabiam? – fiquei surpreso, afinal, não eram meninas que costumavam contar essas coisas umas para as outras?
– Não, contem isso direito. – se sentou no sofá ao lado do Liam.
– Eu não sei direito, ele não contou o que ia fazer lá. – fui honesto.
– Acho que ontem quando ela foi lá em casa, aconteceu alguma coisa. Senão, não teria lógica eles se encontrarem hoje. – Lou disse.
– Ela foi lá ontem? Mas achei que ela tinha ido pra casa. – sentou ao meu lado.
– E ela ia, só que o carro dela quebrou na frente da nossa casa, aí ela foi lá. – Tomlinson explicou.
– E isso aconteceu quando mesmo? – não me lembrava de nada disso.
– Enquanto você não estava em casa. Por acaso, onde você foi ontem, depois de ser flagrado com a Taylor? – desviei meu olhar do Lou para a .
– Isso a pode responder. – debochou.
Todos a olharam.
– Como assim? Hazza, você estava com a ? – Liam me olhou.
– Estava, só que a gente não sabe fazendo o quê. – falou.
– Como o assunto mudou do Horan e pra gente, hein, Styles? – me perguntou.
– Não sei, e quer saber? – sorri malicioso para ela. – A gente estava fazendo... Vocês querem mesmo saber quem ficava em cima e quem embaixo?
– Sem detalhes. – sorri vitorioso, recebendo uma almofada do rosto.
– Até porque você ia contar. – ela sorriu cúmplice.
– Não tenha dúvidas disso.
– Dá pra vocês dois pararem de joguinho? A gente já sabe que se comeram. – levantou os braços.
Eu e começamos a rir sem parar.

’s POV
O Steven já tinha ido embora há algum tempo, e eu ainda estava meio desorientada pelo fato e da quantidade de coisas que haviam acontecido durante essa semana. Quando eu achava que já não tinha mais com o que me preocupar, aí o Steven voltava para a minha vida. E tudo virou de cabeça para baixo. Eu não sabia se contava a verdade, não sabia se sustentava a mentira, não sabia se ainda o amava ou se só me confortava sua presença. Eu estava confusa, e o pior era que não sabia como isso seria resolvido. Um fato é que amanhã estaria viajando com meus pais e agora, o Steven.
Descobri isso há pouco tempo quando liguei para meu pai, para acertar tudo, e descobri que ele e meu namorado já tinham se falado. Não comentei nada, porque sei que meu pai e ele sempre foram muito amigos, até porque foi ele quem mais aprovou quando contei que eu e o Steven estávamos namorando. Meu pai sempre gostou dele e de sua influência. Mas que sempre achei isso estranho não é mentira. Mudei aleatoriamente alguns canais, tentando procurar um que me agradasse e foi quando vi uma reportagem que me chamou atenção, pois se tratava de mim.
– No começo da semana, um de nossos paparazzi tirou uma foto do jovem cantor da boyband One Direction saindo de uma boate com a boca melada de batom, e fontes conformaram que o jovem não havia chegado com a namorada Perrie, integrante da banda Little Mix, o que comprova a saída do boy sozinho, confirmando a traição. Mas quem será que foi a jovem que fez Zayn Malik acabar um namoro de tanto tempo? Fontes que reconheceram o boy tiraram fotos da tal traição.
Minha garganta secou. Nesse momento, começaram a intercalar duas fotos que eles tinham. Uma que dava para ver bem o Zayn e eu, obviamente perceberam que não era a Perrie pela tonalidade de cabelo, afinal, o meu era preto e o dela, loiro. Acho que até se você fosse daltônico perceberia a diferença. E logo após a segunda, na qual ele beijava meu pescoço. Mas como? Isso eu não lembrava! Juro! Meu Deus! Isso não era a gente! Eu tinha certeza! Certeza, certeza, eu não tinha. Até porque estava bêbada naquela noite, só que... Não, não tinha marcas em meu pescoço, teria notado. Tudo bem que não tinha prestado atenção, mas eu acho que o Steven teria notado, e provavelmente surtado, e adeus, namoro. Meu pai me mataria por acabar com ele e adeus tudo.
Saí do meu transe, voltando a prestar atenção na "reportagem", que estava mais para fofoca.
– Não se sabe ainda quem é a tal menina, mas as mesmas fontes dizem que é uma estudante de 17 anos. Porém, como as fotos estão meio desfocadas, não dá para identificá-la muito bem.
Soltei todo o ar que havia em meu corpo, aliviada, esperando que nunca voltasse a mexer nesse assunto. Mas, no fundo, eu sabia que não fariam isso. O tempo estava pouco; ou eu contava. ou ele acabaria descobrindo. Que droga eu tinha feito?! Eu tinha que trair meu namorado com alguém famoso?! Parei de gritar comigo mesma assim que meu celular começou a tocar. Era um número estranho, que nunca tinha visto na vida. Peguei-o e atendi.
– Alô?
? – reconheci aquela voz.
– Como conseguiu meu número?
– Descobriram tudo, , eu sinto muito.

Louis’ POV
Estávamos todos os seis na sala da gravadora, quando as meninas insistiram para que a gente cantasse a nova música para elas, e foi o que fizemos. Acho que elas não faziam ideia de como eram os nossos tipos de música, pois pareceram surpresas quando terminamos.
– Nunca tinha levado fé quando a Mel disse que vocês cantavam bem, achei que era coisa de "criança apaixonada" – deu ênfase.
– Você acha o quê? Que ganhamos fama com nossos rostinhos lindos? – me fingi de ofendido.
– Pra falar a verdaden sim, mas vocês me surpreenderam. – se esticou no sofá.
– O que não faz muito sentido, porque vocês não são lá essas coisas.
As meninas começaram a rir com o comentário da , e eu a fuzilei.
– Você fala como se fosse a coisa mais linda do mundo. – Harry desafiou.
– Eu não falo, eu sou. – ela aproximou seu rosto do dele. – Eu me garanto, Styles. – deu tapinhas de leve com as duas mãos no rosto do Hazza, e, pelo o que conhecia dele, sabia que tinha adorado.
Haroldo sempre gostou de meninas seguras de si, e que especialmente o desafiassem. Essas, sim, segundo ele, valiam a pena. As outras que se atiravam nele com a esperança de terem mais que uma noite eram as quais ele só se divertia. As fáceis. Eu sei, isso parece esnobe, ou seja, como quiserem chamar, mas até que fazia sentido.
Se uma mulher te dava o que você quer na primeira noite, o que ela tinha de diferente das outras? O que vai te fazer querer dela, se ela já te deu o que você queria? É sinal de que, se ela encontrar algo melhor, que a pegue, provavelmente irá te largar. Então as difíceis sempre são mais procuradas para uma coisa mais séria.
– Eu também. – Harry me acordou de meus devaneios.
– Styles, deixa de flertar com a , que a gente ainda está aqui. – Liam reclamou.
– Como se isso fosse impedimento de alguma coisa. – comentou.
– Isso é fato. – Hazza confirmou.
– Cachorro uma vez, sempre cachorro. – se levantou. – Ops... Galinha, quis dizer. – foi a caminho da porta. – Vou comer algo, alguém quer ir?
– Eu quero. – falamos em uníssono.
Nos levantamos e saímos da sala.
– Vou levar o cartão, não vamos mais precisar dele. – Payne o tirou do dispositivo.
– Droga! Esqueci meu celular, vou pegar. Me dá o cartão. – pedi.
– Ele demora pra poder fechar, vai lá que ainda está aberto. – me disse.
– Vou te ajudar a procurar. – veio comigo.
– Só não fecha a porta, senão vai ficar preso! – gritou.
– Pode deixar! – gritei de volta.
Enquanto os outros desciam, fomos até a sala onde estávamos há pouco tempo, e como havia previsto, ainda estava aberta. Entramos e ficamos procurando. Deixamos a porta aberta por precaução. Procuramos por todo lugar até que...
– Seu celular! – falou.
– Onde? – quis saber.
– Aqui. – ela veio até mim.
Passou a mão ao meu lado e foi quando percebi que ela falava da mesinha, que existia ao meu lado. Mas ela acabou esbarrando na mesa, que se afastou, prensando a porta e fazendo-a fechar, sem falar no vaso que havia caído no chão.
Nos abaixamos na mesma hora para pegar os cacos do objeto.
– Acho que vamos ter que comprar um vaso novo para aqui. – analisei.
– Relaxa, o tio da é gente boa, não vai ligar pra isso. – ela colocou alguns cacos na mesa. – Acho que a gente está piorando. – ela começou a rir.
– Acho melhor chamarmos alguém da limpeza, vamos fazer um favor. – me levantei do chão, logo em seguida estendendo minha mão para ela.
– Obrigada. – ela se levantou. – Sabe, Louis, sempre achei que vocês fossem... Sei lá, metidos. Tudo aquilo que se vê em filme de pop star, mas vocês não são, então... É isso aí.
– Você não sabe dizer que estava errada, não é?
– Não mesmo, então não me cobre. – ela admitiu.
– Você sabe que não precisava falar isso, não é mesmo?
– Eu sei, mas gostei. – confirmou com a cabeça. – Gosto de você, Lou.
Olhei-a, querendo saber onde ela queria chegar com isso.
– Me entenda bem, você é uma ótima pessoa e se parece comigo. De certa forma, acho que me entende.
– É porque louco com louco se entende.
– Concordo plenamente, agora podemos ir? Está me dando fome. – ela pediu assim que parou de rir.
– Claro. – me virei para a porta. – ...
– Tomlinson, abre a porta.
– Não dá.
– Como assim não dá? – ela me empurrou, entrando na frente. – Como...? Merda! – ela lembrou do acontecido.
Estávamos tão distraídos com o jarro que esquecemos da porta.
– Louis, estamos trancados!


Capítulo 5


“Qualquer pessoa pode se transformar em algo belo.” – Do livro A linguagem das flores.


’s POV
Descemos os quatro para a lanchonete e ficamos conversando sobre coisas banais. Cada um fez seu pedido, havíamos decidido que quando e Louis chegassem, escolheriam o que quisessem comer.
Não demorou muito e nossos pedidos chegaram. No meio de uma conversa que a estava tendo com o Harry, sobre um tal de Haroldo, que, se ela tivesse sido uma amiga boa, teria contado sem que eu precisasse perguntar, que era o novo animal de estimação e que, teoricamente, Styles havia dado a ela, mas enquanto eles conversavam sobre isso, eu e o Payne boiávamos totalmente na conversa, agradecendo mentalmente o momento em que a comida chegou. Pelo menos com ela nos distraíamos um pouco.
Vocês devem estar se perguntando por que eu não comecei a conversar com o Liam. Até que no começo ele tentou, só que desistiu. Quando ele falava, só sorria com cara de lesada, desinteressada na conversa, o que possivelmente não era mentira, já que tudo que saía da sua boca não me interessava. Ele poderia ser bonito, blá, blá, blá, porém eu não estava nem aí para isso, ele sempre seria o famoso e eu uma pessoa normal que não gostava dele. Não que eu estivesse dizendo que não o suportava por ser um pop star, claro que não. Se ele tem uma banda e gosta disso, é para ter sucesso, isso é óbvio, e até que eles cantavam bem. Eu os tinha escutado hoje, (ok, eles cantavam muito bem, mas não precisava admitir isso para ele). O fato é que só não gostava dele, e, para mim, isso bastava. Não era como as outras garotas que se apaixonavam por um par de braços e ombros definidos, já fiz isso uma vez e foi o pior erro de minha vida. O que acontece uma vez é só para você aprender para não acontecer de novo, e pode ter certeza de que aprendi a lição.
Me mexi na cadeira,desconfortável, comendo o meu último pedaço de misto quente, enquanto percebia que a conversa havia cessado, tornando o silêncio mais incômodo do que a conversa daqueles dois.
– Estranho, o Lou e a já deveriam ter voltado. – Liam comentou, enquanto tomava o último gole de sua coca.
– Dessa vez concordo com você. Já faz o quê? Quarenta minutos?
– Relaxa,, eles só devem estar se divertindo um pouco. – sorriu maliciosa.
Foi a vez do Hazza de se mexer desconfortável na cadeira. (Não sei por que agora todos estavam tão estranhos).
– Acho melhor irmos lá, por precaução.
Concordei com Payne.
Por mais que eu não estivesse gostando da ideia de hoje estarmos com (praticamente) os mesmos pensamentos, era o certo e odiava isso! Porque estávamos tão parecidos, afinal?
Nos levantamos e fomos pagar a conta.
Seguimos para o elevador, parando no décimo segundo andar, como antes, e dessa vez Jennifer não estava. Continuamos andando até o corredor e quando chegamos até a porta da sala seis, Liam pegou o cartão e deixou no dispositivo.
Assim que abrimos a porta, encontramos os dois sentados no sofá. curvada, com a cabeça em frente às coxas, e Lou esparramado no sofá. Ao lado da porta, cacos de alguma coisa que haviam quebrado. Os olhei.
– O que vocês estavam fazendo aqui? – questionei.
– Ficamos trancados. A porta se fechou por acidente. – minha amiga respondeu, se levantando.
– Claro, até porque vocês quebrariam um vaso por isso. – tirou sarro.
esbarrou na mesa e o vaso caiu. Peça desculpa a seu tio por mim. – Tomlinson me olhou.
– Tudo bem, eu acho. – observei o vaso ou ex-vaso.
– E porque não ligaram? – Harry perguntou.
– Esquecemos disso! – bufou.
– Acho melhor irem chamar alguém da limpeza pra arrumar isso. – Payne propôs.
– Nós vamos, e vou aproveitar pra comer algo. – Tommo falou, saindo.
– Espere que também estou com fome, agora não vamos ficar trancados, por favor... – falou, saindo.
– E a louca sou eu! – reclamei.
, você é. – falou calma, como se estivesse explicando aquilo a uma criança.
– Vai dar o cu, vai... Esqueci, vai dar hoje. – comecei a rir e fui fuzilada.
– Cala a boca!
Enquanto eu ria, os meninos nos olhavam sem entender nada, e nem podiam.
– Para,! – ela reclamou.
– Parei. – segurei o riso.
– Acho melhor a gente ir embora, só esperar a voltar... Já está ficando tarde. – ela olhou a hora em seu celular. – A menos que vocês queiram ficar?!
– Não tenho o que fazer aqui, só vim pegar a encomenda mesmo. Vou com você e te ajudo.
– Tarde? – Styles falou, duvidoso. – Ainda são 18h30min. – interrompeu nossa conversa.
– Mas a tem compromisso hoje, então ela tem hora. – expliquei.
– Acho que também devemos ir, já fizemos o que tínhamos pra fazer aqui. – Liam disse.
– É... Talvez. Deixa o Louis voltar que a gente decide isso. – Hazza se jogou no sofá, pegando o celular em seguida, que vibrava, e o do Liam logo após.
– O que é isso? Sincronização, ou aqueles desenhos em que os heróis têm um mesmo objeto que dá informação na mesma hora? – debochei.
– Mais ou menos isso, é só que o nosso é sincronizado quando tem alguma notícia ruim, que Simon quer que todos nós vejamos. – Payne analisava o telefone.
Hazza e ele se olharam com cara de poucos amigos.
– Algo errado? – quis saber.
– Nada que vocês possam se preocupar. – Liam ainda olhava o Harry do mesmo jeito.
– Claro que tem. – tomou o celular de sua mão e me mostrou.
Estremeci com aquilo.
! – falamos na mesma hora.
– O que a amiga de vocês tem a ver com isso? – Styles achou estranho.
Eu e minha amiga nos olhamos, confirmando uma para a outra que era a hora de contar.
– Foi ela que ficou com o Zayn naquela noite. – falei.
Eles ficaram perplexos.
– Merda! O Steven! – se lembrou.
Logo chegou correndo com o Louis ao seu encalço.
– Vocês viram? – ela perguntou.
Assentimos.
, o Steven está com ela, aqui! Se ele descobre... Vocês têm que fazer algo. – olhou para os meninos. – Não podem saber que foi ela.
– Como assim? O que está acontecendo? – Tomlinson parecia confuso.
– Simples. Zayn ficou com , ela tem um namorado que morava no Brasil, que voltou. O namoro do Malik já deve ter ido pelos ares, mas o dela não, então, por favor, tentem fazer com que nunca descubram que foi ela. – explicou.
– Tudo bem que a integridade dela e a vida se tornariam praticamente horríveis, e deve amar muito o namorado, mas só por isso? – Harry falou, duvidoso.
– Bem... O pai dela... Ele não vai aceitar isso muito bem, ele é do tipo tradicional, e não gosta nada dessa estória. – explicou.
– Mas se ela explicasse? – Liam perguntou.
– Com o pai dela é mais complicado. Que pai ia querer ver a foto da filha espalhada em todas as revistas de fofoca do mundo, sabendo que ela iria sofrer? Nenhum. – argumentei.
– Sinto muito, queríamos prometer, só que não dá. Vamos tentar, mas é incerto. Pode ser adiável, só que por pouco tempo. – Payne lamentou.
– Resumindo... se ferrou. – ficou frustrada.
– Zaza também, o Simon vai surtar. – Louis se lembrou.
– Mas uma coisa é certa: não sabem quem é ela. – Styles tentou ver o lado positivo.
– Mas sabem que não é a Perrie. – Liam o lembrou.
– Isso é coisa de tempo, daqui a pouco já sabem de tudo. – disse.
– O Simon... Temos que falar com ele, ele vai saber o que fazer. – Tomlinson falou.
– Então vocês vão falar com ele e a gente com a . Nos comunicamos pelo celular. – peguei minha bolsa.
– Me dá o número de vocês, eu não tenho. – Harry pediu.
Passamos nossos números para os meninos e vice-versa, nos separando em seguida. Eles foram para casa e a gente foi atrás da . O que faríamos agora? Eu não sei. Assim que chegássemos em casa, veríamos isso, o problema é que estava acontecendo coisas demais ao mesmo tempo. Será que vamos conseguir fazer algo que preste assim? Isso eu não sabia, mas teria que apostar para ver.

Niall’s POV
– Venham aqui. – um homem de aproximadamente 40 anos a chamou.
A olhei sair da piscina e a segui.
– Pai, deixa eu explicar... – se aproximou dele.
, quero falar com ele. – me olhou.
Engoli aquelas palavras em seco.
– É um prazer conhecê-lo, senhor. – estendi minha mão.
– Prazer... – apertou minha mão.
– Niall, Niall Horan.
– Pai, o Nialler é só um amigo.
, eu estou falando com ele. Vai se enxugar e traz uma toalha para o Niall. – senti minha garganta secar mais enquanto ela se afastava. – Niall, seja sincero comigo. O que você quer com a minha filha? Esse negócio de amiguinho eu fazia muito na escola pra ficar com as garotas, então eu sei o que está fazendo...
– Não, eu não... – o interrompi. – Somos só amigos mesmo, nada mais.
– É bom mesmo. – ele deu alguns tapinhas em minhas costas enquanto de aproximava. – Caso o contrário, se machucá-la, eu te mato.
– O que foi que você disse a ele? – ela me entregou a toalha.
– Nada, só estávamos conversando. A propósito, vai jantar com a gente, não é, Niall?
– Se não for incômodo... Só sinto pela roupa molhada.
– Tudo bem, a pega algo do irmão. Quando sua mãe chegar, me avisa, que vou estar no escritório. Foi um prazer te conhecer, Niall, e não se esqueça do que te falei.
Sorri amarelo.
– Tá. Vem, vou te dar uma roupa seca. – me chamou.
A segui e quando já estávamos no corredor, ela falou:
– O que ele te disse? Te ameaçou de morte?
– Quase. – ela riu.
– Acho que sua blusa ainda está no meu quarto, vem. – abriu a porta. – Deve estar no closet. Aí só pego uma calça. – falou, vasculhando o closet. – Aqui. – me entregou minha blusa vermelha. – Se troca, que já volto.
Fechei a porta assim que ela saiu e me enxuguei, colocando minha camisa. Não demorou muito para que eu escutasse a batida na porta e a abri. me entregou uma calça jeans.
– Acho que é do seu tamanho.
Assenti.
– Você quer tomar um banho? Esqueci de perguntar.
– Poderia ter perguntado isso antes.
– Vai lá... Vou te mostrar o quarto de hóspedes.
A segui novamente.
– Não sabia que tinha irmão. – quebrei o silêncio.
– Não tinha como saber, nunca contei. Na verdade, ele não mora mais com a gente, finalmente resolveu virar homem e sair de casa. – ri com o pensamento dela. – Pode entrar. Vai ter toalha limpa no banheiro. – falou quando chegamos à porta do quarto de hóspedes.
– Tá, nos vemos já, já. – entrei no quarto.
Corri meus olhos pelo local, reparando que havia tudo que se poderia encontrar em um quarto de qualquer morador da casa. Na verdade, se parecia muito com o que tínhamos na casa de minha mãe. Tudo tão simples e, ao mesmo tempo, não.
Segui para o banheiro e fechei a porta do próprio para que pudesse tomar meu banho. Me despi e fui até o chuveiro, onde a água estava agradavelmente quente. A temperatura se adequou ao meu corpo facilmente, e senti vontade de não sair dali.
Ainda não tinha tido tempo de pensar porque havia quase (disse quase) beijado a . Se o pai dela não tivesse chegado, provavelmente teria acontecido. Não, até esse momento, eu não tinha curiosidade, nem vontade, de provar seu beijo, e também não sei por que ela concedeu isso. Não sei se foi pelo calor do momento ou coisa assim, mas que foi estranho, não tenho dúvida. Como assim nenhum dos dois tinha essa pretensão e ia acontecendo? Pelo menos, também acho que ela não tinha. Melhor deixar isso como calor do momento e pronto, o que possivelmente não era mentira. Pelo menos, creio que não.
Terminei meu banho e saí do banheiro. Me troquei e tenho que dizer que a calça ficou um pouco grande, mas tudo bem. Me sentei na beira da cama, e fiquei um pouco lá, sentindo meu cansaço se aproximar. Me levantei e decidi descer. Fechei a porta do quarto e desci as escadas, sentindo o cheiro de lasanha vindo da cozinha impregnar em meu nariz.
Assim que cheguei lá, encontrei sentada em uma cadeira próxima à mesa, conversando com a mãe, cabisbaixa, enquanto a outra olhava a lasanha no forno. Ela parecia calma, como já tinha visto únicas vezes antes, enquanto conversávamos e ela analisava minhas respostas.
Um mecha de seu cabelo desceu pela lateral de seu rosto e não sei por quê, porém senti uma vontade imensa de ir até lá e colocá-la no canto onde estava, mas não a fiz e ela mesmo o fez, sem levantar o olhar ou seu rosto.
– Niall, prazer em conhecer. – a mãe dela falou assim que me viu, me tirando de meus devaneios.
– Igualmente. – sorri.– Está fazendo lasanha? O cheiro está ótimo.
– Obrigada, e é sim.
– Não puxe o saco não, tá? Ela depois fica enchendo o meu. – finalmente levantou o rosto.
! O que o seu amigo vai pensar de mim? – a repreendeu.
– O que todos os outros pensam. Que você é louca. – deu de ombros.
!
– Vem, Horan, vou te mostrar aquele negócio. – me chamou.
– O quê? – não lembrava de nada que ela tinha prometido mostrar.
– Aquilo, vem.
Fui atrás dela sem falar nada. E quando chegamos ao jardim, ela finalmente falou algo.
– Não dá corda para a minha mãe, não. Ela é louca.
– Ela parece legal.
– Só parece. – se sentou no gramado. – Se você der corda, aí é pior, pode acreditar. Sou filha dela e sei disso.
– Deixa sua mãe, ela só estásendo legal. A propósito, quero falar uma coisa com você.
Ela me olhou, pedindo que continuasse.
– Aquilo na piscina aconteceu porque você...
– Nialler, não esquenta, tá? Foi quase, não aconteceu, é melhor deixar as coisas assim.
Decidi ficar calado.
– Você deixou meu quarto uma zona pelo sorvete.
– Mas você gostou. – ela não me respondeu. – Tenho que pegar meu celular no seu quarto depois.
– Tudo bem. Quando jantarmos, você pega.
– Tá.
Permanecemos calados até que a mãe dela nos chamasse para comer. Nos levantamos e seguimos para a sala de jantar sem falarmos nada um com o outro, e aquilo já estava me incomodando, quando escutamos uma conversa dos pais dela enquanto nos aproximávamos.
– Fica quieto, eles só são amigos mesmo, a me garantiu isso. Você fala como se ela nunca tivesse tido um namorado antes. – a mãe dela repreendeu o pai.
– Ele também me disse isso. Mas o último eu não gostei dele, desse daí eu até que gostei. Quando eu aprovo, a não se interessa.
– Eles são só amigos, meu bem, só isso.
e eu nos olhamos. Ela parecia desconfortável com o que tínhamos acabado de escutar, já eu não estava nem aí. Só era estranho, mas nada de mais.Adentramos o espaço e os pais dela pararam de falar qualquer coisa. Ela sentou e eu sentei ao seu lado. A mãe dela trouxe a lasanha flamejando de quente e nos serviu. Colocou vinho em nossos copos e sentou ao lado do marido.
– Niall, você não é daqui, é? – o pai da me perguntou.
– Não, sou irlandês, mas moro aqui. – respondi.
– Ele tem uma banda, pai. – esclareceu. – Com outros quatro.
– Então é cantor?!
– Sou, sim. – dei uma garfada em meu pedaço de lasanha.
– Ele tem uma boyband muito famosa, mas acho que o senhor nunca deve ter prestado muita atenção, se é que já viu.
– Qual é o nome? – ele me perguntou.
– One Direction. – respondi.
– Já ouvi falar. Algumas filhas de minhas amigas apreciam muito a sua banda, Niall. – a mãe dela se pronunciou. – Vocês têm muito talento.
– Obrigado. – agradeci.
Depois disso, passamos o resto do jantar em silêncio, mas não estava muito afim de conversar nada, estava mais para o tipo desconfortável por tudo que tinha acontecido hoje . Acho que se o pai dela não tivesse me pegado quase beijando sua filha, eu não estaria nem aí, porém, acho que ele não engoliu muito bem a ideia de sermos só amigos, se é que somos isso. Gostei e tudo da família dela, não me entenda mal, eles eram bem simpáticos e estavam fazendo de tudo para eu ficar à vontade, só que não sei como o pai dela achava que namoraria a . Eu gostava dela, claro, ela era uma ótima amiga, mas era o tipo de pessoa totalmente diferente da qual já tive relações. Ela me tiraria do sério em semanas. Isso chegava a ser engraçado. Ela era uma ótima amiga, porém, como minha namorada, acho que não daria muito certo, nós dois juntos.

Zayn’s POV
– Como assim descobriram tudo? Zayn! – ela ficou assustada.
, eles vão descobrir que foi com você, eu sinto muito. Mais cedo ou mais tarde vai acontecer.
– O que vamos fazer? Zayn... Que merda eu fiz! – ela parecia com raiva de si mesma. – Terminou de ferrar meu último ano letivo. Acho lindo!
– Calma, , vamos tentar resolver. Passo aí e te pego, a gente vai lá no Simon.
– Ele vai resolver isso?
– Provavelmente.
– Então te espero. – ela desligou.
Coloquei o celular em meu bolso e fui até meu criado-mudo pegar a chave do carro. Assim que se acorda, a última coisa que se planeja ver é uma porra de uma reportagem sua te acusando de coisas que fez, e foi exatamente isso que aconteceu. Me frustrava essa coisa toda muitas vezes.
Saí de casa,indo ao meu carro. Arranquei-o dali, seguindo para a casa da . O tempo de Londres era de umas 19:00h quando cheguei à casa dela. Peguei meu celular novamente do bolso e mandei uma mensagem:

“Estou aqui embaixo. – Zayn.”

Não demorou muito para que a visse fechando o portão da entrada.
– Zaza, como eles descobriram? – ela falou, entrando no carro.
– Não sei... Eles apenas... descobrem. Achei que já tinham esquecido isso, mas, pelo visto, não.
Ela abaixou a cabeça e ficou assim pelo resto do percurso. A noite em Londres transmitia calma. Pelo incrível que pareça, não tinha movimentação nas ruas ou lojas, o que é meio incomum pela hora. Tudo ao nosso redor transmitia o contrário que estávamos sentindo no momento. Pelo menos, eu estava tendo uma luta interna com meus pensamentos para saber como isso ia acabar.
Nessa hora, não é só a que devia estar querendo me matar, também tinha o Simon e a Perrie. Que lista grande para uma pessoa só. Sem falar nas minha fãs (grande parte), que deviam estar me xingando,e algumas tentando me apoiar, pensando em mil e uma explicações, que não eram verdade. Isso eu tinha consciência que não eram.
– O que foi? – falou, me arrancando de meus devaneios.
– Nada. – voltei a olhar para a estrada.
– Acredito tanto em você quanto acredito emJim Carrey no filme O Mentiroso.
Sorri com a comparação dela.
– Você não é a única que quer me matar.
– Não quero te matar, esqueceu? Eu também tenho culpa. Se eu não tivesse te beijado, não estaríamos aqui. – ela se ajeitou no banco.
– Fui eu quem te beijou, não o contrário. – a olhei de rabo de olho.
– Tudo a mesma coisa, mas, se eu não quisesse, não tinha se intensificado, e você não sairia com batom na boca. De qualquer forma, não tem o que fazer, culpar um ao outro não vai voltar no tempo, é tentar resolver. – ela cruzou as pernas. – Ainda falta muito?
– Chegamos. – falei, estacionando o carro.
– Ele é chato? – perguntou, parecendo uma criança que vai conhecer os tios pela primeira vez.
– O Simon? Acho melhor você tirar suas conclusões sozinha. – ela me olhou duvidosa. – Vamos. – destravei o carro.
Saímos do carro e seguimos para a entrada do grande prédio. Passamos pela porta giratória e seguimos direto para o elevador. Apertei o botão do andar, enquanto via atentamente a se olhar no espelho e arrumar o cabelo.
– Quê? Tá me achando bonita?
Levantei minhas mãos em forma de quem se rendia.
Não demorou muito e as portas voltaram a se abrir. Saímos do cubo minúsculo e seguimos, logo encontrando a mesa da secretária de Simon.
– O Simon está aí?
– Sim, Sr. Malik. Só um minuto que vou avisá-lo. – ela se levantou e foi até a sala dele.
Olhei para e dei um pequeno sorriso.
– Ele vai me matar, né?! Ele deve estar achando que sou uma puta aproveitadora.
– Não...
– Qual é, Malik, eu sei que sim, também não era...
– Ele está te esperando, Sr. Malik. Pode entrar. – a assistente dele nos interrompeu.
– Obrigado. Vem,.
Bati na porta de seu escritório antes de abrir, e só quando ele respondeu, entrei.
– Zayn, você deve estar aqui pelas últimas noticias. – Simon continuava sentado em sua cadeira, me analisando. – E quem é ela?
Martins, que foi “flagrada” com o Zayn. – ela deu ênfase em FLAGRADA.
– Finalmente te conheci,.
– Igualmente, Simon.
Senti um clima tenso.
– Sentem-se. – obedecemos. – Então, vocês devem estar aqui pra saber o que vai acontecer agora. Se descobrirem que você traiu a Perrie mesmo, não vai ser bom nem pra você, nem para os meninos. Se descobrirem que a menina é a , ela é lixada, ameaçada de morte e odiada por não só as directioners, como também mixers. Portanto, temos que ver alguma forma de nenhum dos dois saírem prejudicados por algo que saiu do controle. – Simon pensou um pouco. – Zayn, você vai dizer quando te perguntarem, que já tinha acabado com a Perrie há algum tempo, só não tinha dado certo. E é sua nova namorada. Agora vocês têm um namoro falso, que pode durar só alguns meses e pronto, problema resolvido.
– Como? Eu tenho namorado, se você não entendeu. – foi mais para frente na cadeira.
– Que vai perder de qualquer forma. Veja bem, se você não for a nova namorada do Zayn, como vai explicar o beijo sem prejudicar nenhum dos dois?
– Eu... É só você fazer algo pra não descobrirem que sou eu. Pode dizer que o Malik foi agarrado por uma fã, problema resolvido. Ele até pode voltar com a namorada. – falava enquanto andava de um lado para o outro na sala.
– Ela não vai voltar, eu contei a verdade a ela.
– Ótimo, Zayn, você é um exemplo pra seguir, eu não!
– De qualquer forma, isso não daria certo. – Simon fez com que o olhássemos. – Quem acreditaria nisso?
– Melhor que sua ideia. – rebateu. – O Malik pode até concordar ou fazer, mas eu não, não vou ser uma marionete na mão de vocês.
– Garota! Você não percebe? Se fizermos isso, tem falhas. – Simon não gostou do desafio que ela fazia.
– Que tenha. Vai dar certo.
– Tenta, Simon, acho uma boa ideia. – falei.
– Tudo bem. Se vocês querem assim... Agora, depois não digam que não avisei.Já que vai usar que foi uma fã maluca, Zayn, vou falar com a Perrie. Se ela aceitar, vocês estão noivos a partir de agora. Marco uma coletiva segunda para os dois, que vão esclarecer tudo isso antes da volta aos palcos de vocês.
– Mas quem não ia ficar noivo não era o Louis? – perguntei.
– Sim, mas ele não aceitou, e agora a história fica melhor com você.
Engoli aquelas palavras em seco. Não estava em posição de reclamar ou intervir em nada.
– Passo grande de ex-namorado pra futuro marido. – debochou.– Desculpa, mas, diferente dele, eu não tenho que concordar com isso. Agora, já posso ir?
– Já, os dois. Depois acerto isso com você, Zayn.
Assenti e saímos da sala.
– Eu não sei por que você faz tudo que ele manda. – ela parecia frustrada.
– Está no contrato e eu não estou em posição de contestar nada, depois das últimas. – expliquei.
– E porque seu amigo o fez?
– Ele não está ferrado como eu. Sem falar que tudo isso é para que possamos crescer. Não sou só eu, tem os meninos, devo a eles.
– Mentira? Você deve isso a eles? – ela não gostava disso.
– E você não vai mentir para seu namorado também? – chamei o elevador.
Ela olhou para o chão.
– Desculpa, Zayn. Eu entendo, só que... Não faria isso. Casamento é tão sério pra brincar assim.
– Eu sei, mas o que posso fazer? , eu escolhi essa vida, escolhi ser famoso, é meu sonho que estou seguindo. Tem seus preços como qualquer outra coisa.
– Você está certo. Não deveria te julgar, sinto muito. – ela entrou no elevador e foi quando percebi que ele tinha chegado.

’s POV
Chegamos na minha casa e não tinha ninguém. Tentei ligar para , porém, ela tinha deixado o celular em casa. Então, a primeira coisa que fiz foi procurar em sua agenda telefônica o número do Steven. Peguei-o e disquei com as meninas me olhando.
– Alô? Steven?
– É ele, quem é?
– É a amiga da . Ela está com você?
– Não, já faz mais de horas que saí da casa dela. Tenta o celular dela que deve dar certo.
– Obrigada. – finalizei. – Ele disse que ela não estava com ele e mandou ligar pra ela. Querido, você acha que se tivesse conseguindo falar com ela, ligaria pra você? Claro que não. – falei, colocando o celular no centro da sala.
– Fica quieta,. Temos que pensar onde mais ela estaria. – me repreendeu.
– Sei lá... Ela pode estar em qualquer canto. Shopping, restaurante, loja, sei lá, qualquer um mesmo.– apresentava as ideias contando os dedos.
– Porra, queria que ela chegasse logo. Eu tenho um encontro daqui a uma hora e estou preocupada demais pra me arrumar. – reclamei.
– Passe pro banheiro! Você não me fez ficar mais de quatro horas em um shopping, entrando e saindo de loja, escolhendo, esperando você se trocar e decidir pra dizer que não vai? Pode cuidar,, agora te obrigo a ir. – me empurrava para a porta do banheiro.
– Não... não estou mais com vontade. – protestei.
– Se você não for por bem, vai por mal. – me olhou.
– Eu podia muito bem dizer que não ia poder ir, ele já fez tanto isso. – parei na porta do banheiro.
– Podia, mas não vai. Você vai lá, arrasar com a cara dele, e mostrar o que ele perdia cada vez que desmarcava um encontro. – me incentivou.
– Mas seja nojenta também, mostre a ele que ele vai ter que fazer o melhor de tudo para conseguir seu perdão. Poxa, ele vacila muito deixando você esperar pra ele ligar e dizer que não pode ir.
– Claro. – parei de sorrir. – Tomei uma decisão mais cedo.
– O que foi? – as meninas perceberam minha tristeza repentina.
– Se ele não for hoje, acabou. Cansei de ficar como uma palhaça esperando-o, eu já devia ter feito isso há muito tempo.
– Se eu fosse você, já tinha feito antes. Agora vai tomar banho antes que eu vá aí. – me ameaçou.
Entrei no banho, me despi e liguei o chuveiro. Decidi lavar os cabelos. Dessa vez quem iria esperar era ele. Não que isso já não tenha acontecido antes, mas eu não iria me apressar nem um pouco.Saí do banheiro com a maior calma do mundo. Fui ao meu quarto, coloquei minha lingerie nova, e decidi me maquiar primeiro para não melar o vestido, que era branco. E, em pouco tempo, a make já estava pronta. Peguei o vestido e o coloquei, sendo seguido pelo sapato. Percebi meu celular vibrar, mas o deixei lá. Ninguém ia me fazer ficar apressada, tinha raiva disso. Me olhei no espelho. Soltei os cabelos e dei uma arrumada. Peguei minha carteira e o celular. Passei perfume e saí.
– Que cheiro bom... – falei, chegando à cozinha para me despedir das meninas.
– A torta já está ficando pronta, quer um pedaço? – perguntou.
– Claro. Como estou? – dei uma voltinha.
– Linda. – me elogiaram.
– Obrigada. – sentei na cadeira.
– Você já não está atrasada?
Peguei meu celular para olhar a hora.
– Já sim. – falei, lendo a mensagem do Zac.

“Já cheguei, estou te esperando. – Zac”

“Pensei que ia me dar um bolo de novo, como fez nas últimas... o quê? Três vezes? –


Respondi enquanto via a tirar a torta do forno.
– Parece gostosa, me dá um pedaço. – pedi.
– Vai deixar o Zac esperando mesmo? – perguntou.
– Ele merece, agora me dá um pedaço.
Ela pegou um prato e me serviu. Enquanto comia, recebi outra mensagem.

“Está com raiva? Você sabe que foi pelo meu emprego, mas dessa vez estou aqui. – Zac”

Resolvi só responder quando estivesse no táxi, para mostrar que não estava tão ansiosa para vê-lo, o que poderia não ser verdade, porém, não o deixaria saber.
, pede um táxi pra mim.
– Acha que sou sua empregada? A fada madrinha da Cinderela é outra, querida. – ela deu uma garfada no seu pedaço.
– Vai lá... – pedi, enquanto terminava de comer.
– Eu peço,. – se levantou e foi até a sala pegar o celular.
– Isso que é amiga boa, você deveria aprender com ela!
– Não estou afim de ser a boazinha da história, isso me enoja.
– De boas,, de boas... – falei, me levantando e colocando o prato na pia. – Vocês vão ficar aqui esperando a ?
– Provavelmente.
– Ele já está vindo. – voltou da sala.
– Por que não dormem aqui? – propus.
– Tenho que ir pra casa, tenho que entregar a encomenda da minha avó, esqueceu? – me lembrou.
– E eu tenho que sair com a minha mãe amanhã. – falou.
– Vocês quem sabem, mas vão ficar até a chegar ou até eu?
– Sei lá, dependendo se você não chegar muito tarde. – falou, descontraída.
– Assim fico mais tranquila. Quando ela chegar, mandem uma mensagem, por favor.
– Não se preocupa e vai se divertir. – a voz da foi abafada pelo soar do interfone.
– Deve ser o táxi, vou lá. Até depois. – peguei minha carteira, que estava na mesa.
– Tchau, se divirta. – disse.
– E não esqueça de usar camisinha. – falou.
Desci e encontrei o táxi parado. Falei com o porteiro e saí. Entrei no carro e peguei meu celular para responder o Zac. Mas antes, pedi que o taxista seguisse para o Balthazar na Covent Garden. Enquanto o carro dava partida, eu respondi a mensagem de meu namorado.

“Não sei, estou chegando. –

Comparado ao normal, não demorou para que chegasse. Paguei a corrida e segui para a entrada do restaurante. Qualquer outro casal normal chegaria junto, mas a gente não. Sempre fazíamos assim, já que ele não tinha hora certa para sair do trabalho. Poderia ser que tivesse que esperar muito, então preferiu assim.
Logo que entrei, o vi. Com aquele cabelo meio castanho claro, meio mel, olhos claros e uma pele levemente bronzeada, pelo bronzeamento artificial. Foi involuntário sorrir. Segui em sua direção e assim que ele me notou, se levantou.
– Você está linda. – me deu um selinho.
– Obrigada. – tentei ser seca.
Ele puxou a cadeira e eu me sentei, logo depois fazendo o retorno para sentar na sua. Virei o rosto, vendo um garçom se aproximar com o menu.
Ele nos entregou e eu olhei o cardápio atentamente.
– Vou querer um Roast Halibut como prato principal e um Valrhona Chocolate Souffle como sobremesa. – falei assim que terminei de olhar o menu.
– E entrada? – Zac me questionou.
– Pode escolher.
– Por favor, de entrada, Dorset Crab & Scallop Lasagne, prato principal Roast Halibut e um vinho tradicional. – Zac pediu ao garçom.
– E sobremesa Sr.?
– Valrhona Chocolate Souffle. – respondi.
– Para os dois?
– Sim. – concordamos.
Após o garçom ir embora, ficamos calados. Algo estava me incomodado, mas não sabia o que era.
– Algo errado? – ele perguntou.
– Não. – menti.
– E por que está estranha?
– O dia hoje foi complicado. – expliquei.
– Temos a noite toda para você me contar.
– Não estou com vontade, sinto muito.
– Você está doente? não querendo falar sobre sua vida para outra pessoa? Precisamos de um médico aqui. – ele riu.
– Não vi graça.
– Eu sei que não. – ele se endireitou na cadeira.
Logo senti meu celular vibrar dentro da carteira, e o peguei.

chegou em casa. –

Suspirei aliviada, mas logo chegou outra.

“Não liguei porque pensei que você estava em seu tal compromisso. – Harry gostoso”

Sorri com aquilo. Ainda tinha noção de que não podia rir, porém, me perguntava internamente porque o Harry “gostoso” (só que não) havia mandado aquela mensagem. Poderia respondê-lo se o meu namorado não tivesse chamado minha atenção.
– O que foi? – quis saber.
– Ãhn? Nada. Besteira. – sorri.
Ele deu de ombros, ainda desconfiado, mas eu não estava nem aí. Estava com dor de cotovelo? Era bom mesmo que estivesse, porém, vê se pode? Eu e Hazza. Parecia até piada. Tudo bem que a gente se deu muito bem naquele dia, mas não passava de amizade. Só que é bom mesmo ele começasse a prestar atenção nas coisas, eu não vou estar aqui para sempre suportando tudo. Amava-o demais, mas não era a santa para ver tudo calada.

Louis’ POV

Estávamos em casa a mais de quarenta minutos, quando o Zayn resolveu aparecer. Depois que saímos da gravadora, viemos logo pra casa, mas ele não estava e o que podíamos fazer? Simplesmente nada, além de esperar, e foi exatamente o que fizemos.
– Zayn, onde você estava? – Liam foi o primeiro a falar quando ele apareceu na porta.
– Fui no Simon com a . – ele respondeu.
– Então você já sabe o que aconteceu, mas o que vão fazer? – Harry perguntou.
– Eu tenho uma seletiva segunda com a Perrie e vamos viajar logo depois, e Louis, você não vai precisar mais se casar. – ele se sentou no sofá.
– Como assim, o que o Simon decidiu? – quis saber.
– Eu vou ter que dizer na seletiva que a foi uma fã que me agarrou e, em troca, o Simon fará com que não saibam que foi ela e eu não tocarei em seu nome. Para fortalecer isso, direi que estou noivo da Perrie. Fim de problema.
– E você aceitou isso? – pareci exaltado.
– O que eu podia fazer? Nada, não estou em posição de falar ou fazer nada. Pelo menos, não por enquanto.
– E depois? Vocês vão se casar? Zayn, isso não existe! – Liam parecia frustrado. – Eu não concordo com isso, eu não apoio. Sinto muito, mas não vou ajudar ,Zaza.
– Eu também. Não concordava nem comigo, nem com ninguém. – voltei a me sentar no sofá.
– E foi o Simon quem pensou nisso? – Hazza falou, duvidoso.
– Não foi ele, foi a e sem dúvida alguma ele não gostou dela. – Malik deu um pequeno sorriso. – Quero dizer, a parte da fã. O casamento foi ele.
– Porque não? Ela parecia legal pelo pouco que ela falou, quero dizer. – me expliquei.
– Porque ela o enfrentou e dizia na cara dele quando não concordava, nunca vi alguém que falasse daquele jeito com ele. – Zayn parecia admirado.
– Apaixonou. – Styles tirou onda.
– Quê? Não, não. A gente... Não.
– Está confuso... Apaixonou-se. – zoei.
– Vocês são doentes. – Zayn se levantou. – Até parece, acabei de terminar com a Perrie, porque estaria gostando da ?
– E o beijo? Talvez você tenha gostado da , e por isso não se importou tanto de acabar com a sua ex. – Hazza disse.
– Pera. Como vocês sabem que foi a ?
– Primeiro: você acabou de dizer que saiu com ela para o Simon. E segundo: as meninas contaram. – Liam explicou.
– Vocês estavam com as meninas? – Malik parecia confuso.
– Pior foi Niall, que está com a até agora, só Deus sabe fazendo o quê. – vi Styles sorrir malicioso.
– E, sim, estávamos com as meninas. Nós encontramos com elas na gravadora. – Payne disse.
– Pelo incrível que parece, o tio da é um dos sócios de lá. – continuei.
– Nossa, como nossas vidas passaram a se chocar tanto com as dessas garotas?
– Você vem me perguntar isso, Zaza? – questionei.
– Foi pergunta coletiva, Louis. – ele revirou os olhos.
– Tanto faz. – dei de ombros. – Agora quem vai fazer algo pra comer?
– Eu vou sair. – Harry se levantou.
– Eu vou com você. – me ofereci.
– Eu vou sair com uma garota, Lou, depois saio com você. – ele me dispensou.
– Agora é assim... Depois que você dá o que eles querem, te jogam fora como lixo. – fiz voz de gay.
– Amor, não posso deixar que todos descubram nosso romance,por isso que tenho que sair com essas barangas. – Haroldo entrou na brincadeira.
– Te perdoo, mas só dessa vez. – mandei beijo no ar.
– É incrível o nível de viadagem de vocês dois. – Daddy balançava a cabeça, negando.
– Tem Tommo pra todo mundo, você também quer?
– Claro... – Liam mandou um legal para mim.
Comecei a rir.
– Ok, o Harry vai sair, o Niall não está, quem vai fazer algo pra comermos? – olhei para o Payne. – Daddy...
– Sabia que você ia me pedir isso. – Liam falou, se levantando e indo para a cozinha.
– Por isso que eu te amo. – sorri vitorioso.
Escutamos o trinco da porta ser aberto. Olhamos e vimos Niall entrar.
– Finalmente, achei que ia dormir na casa da namoradinha hoje. – zoei.
– O pai dela me chamou pra jantar, eu não pude recusar. – ele sentou no sofá.
– Sei... – Zayn começou. – Gostou de conhecer o sogrão?
– ELA. NÃO. É. MINHA. NAMORADA. – Nialler falou pausadamente.
– Já comeu, então não vai querer jantar, né?
– Lou, até parece que não o conhece, é claro que ele vai querer. – Malik olhou para o irlandês. – E essa camisa? Não era a que estava usando quando veio aqui naquele dia?
– Era, ela me devolveu. Eu tive um pequeno acidente com a piscina. – Horan explicou.
– O JANTAR ESTÁ PRONTO! – Payne gritou da cozinha.
Nos levantamos e seguimos para lá.
– O que você fez? – quis saber.
– Só esquentei uma pizza que tinha na geladeira.– Liam respondeu. – Já chegou, Niall.
O loiro só assentiu e sentou na mesa, assim como todos nós.
– Quando é mesmo que voltamos? – ele perguntou.
– A partir de segunda, depois de minha coletiva com a Perrie. – Zaza respondeu.
– Mas você e ela não tinham acabado? É algo a ver com dizer que vocês estão juntos? – Nialler parecia confuso.
– Longa história... – Zayn disse, dando uma garfada em seu prato.
– Complicado? – Horan perguntou.
– Sem dúvida. Segunda você vai saber.
Eu olhei para o Liam e ele me olhou de volta. Não gostávamos do que estava prestes a acontecer, nunca gostaríamos. Mas uma coisa é certa: o que Zayn podia fazer? Ele não podia dizer que simplesmente não fazia e não fazer. Não é assim. Quando assinamos um contrato,temos que fazer o que eles nos mandam fazer, senão, temos que pagar uma multa, e, bem... Só me salvei disso porque a ideia foi da Els e não deles, então eu ainda tinha essa escolha. Porém, se fosse ideia da Modest!, eu teria que fazer sem reclamar. Ainda bem que eles não haviam aceitado a ideia, não totalmente.

’s POV
Adentrei a porta de casa, encontrando duas das minhas amigas esticadas no sofá da sala.
– Finalmente, achei que tinha acontecido algo grave. Onde você estava? – me olhava.
– Fui com o Zayn resolver todo isso, já estava na hora de colocar um ponto final em tudo. – me sentei no braço do sofá ao lado dela.
– E conseguiu resolver? – me perguntou.
– Provavelmente sim.
– Como assim provavelmente? – questionou.
– O Simon fará de tudo pra não divulgar que fui eu e, em troca, podem dizer que foi uma fã maluca que agarrou o Malik. Ele vai confirmar isso segunda.
– Ok então. Vou mandar SMS pra dizendo que você chegou. – pegou o celular.
– Aproveita e diz que amanhã vou viajar cedo.
– Você vai pra onde? – quis saber.
– Chácara com a família e namorado. Esqueceu do programa semanal para o fim de semana? – caçoei.
– Pensei que você não ia mais. – se surpreendeu.
– Se eu não fosse, meu pai me matava. – me levantei. – Tenho que terminar de arrumar minhas coisas, vocês vão dormir aqui?
– Não, se a tivesse vindo de carro, mas não... Agora vamos ter que pegar um táxi. – falava, olhando nossa amiga, que dava de ombros.
– Cala a boca e liga logo pra merda do táxi, antes que fique mais tarde. – reclamava.
– Vocês já vão?
– Só estávamos esperando você chegar, minha avó deve estar querendo me matar! Você não tem noção.
– Tenho sim,, o pior que tenho. – voltei a me sentar. – Vou ficar com vocês até o táxi chegar, depois termino de arrumar minhas coisas.
– Tudo bem. – elas concordaram.

(...)


As meninas já tinham ido para casa há algumas horas, então, lá estava eu, arrumando minhas coisas e, para falar a verdade, não estava nem um pouco animada com isso. Fala sério! Sei que com tudo que estava acontecendo comigo, a primeira coisa que eu devia fazer era querer sair daqui e deixar o Zayn resolver tudo sozinho, assim como no começo, que jurei que ninguém iria descobrir. Porém, agora resolvi que cansei de fugir das coisas, só que, para isso, precisaria contar a verdade, tanto para o Steven, meu pai e o mundo. Isso eu... Não, devidamente não queria fazer. Apesar de tudo, tinha medo, mas algo me dizia que teria que superá-lo. Eu não era mais uma criança, então não poderia ficar fugindo como uma, me escondendo de meus medos na barra da saia de minha mãe. Por isso, agora tomei minha decisão. No final desse fim de semana, ia contar a verdade ao meu namorado, e espero que ele entendesse, espero que me perdoasse. Sei que nem tudo vai ser como antes, porém, tinha que fazer. Continuando a mentir seria injusto com todos. Mesmo que o Steven nunca queira olhar na minha cara, eu ia falar. O único problema ia ser “consolar” meu pai pelo meu término, já que, como já havia mencionado, meu próprio pai, acredito eu, gosta mais do Steven do que da própria filha. Acreditem, eu não estou mentindo.

(...)


Acordei com o celular despertando. Ainda eram 05:00h, então, ocasionalmente, não tinha sol, pelo menos, não ainda. Eu sei que era cedo e provavelmente ninguém em plenas férias acordaria uma hora dessa, a menos que esta pessoa fosse como eu, que teria que viajar uma hora dessa porque seus pais queriam que ela e o namorado chegassem o mais cedo possível, para que, assim, pudessem aproveitar o dia. É claro, se isso fosse possível, porque quando eles diziam: “cheguem o mais cedo possível, para que, assim, possam aproveitar o dia”, na verdade, querem dizer: “cheguem mais cedo para seu pai ficar conversando e tudo mais com o Steven, enquanto eu e você arrumamos a casa e fazemos coisas que mulheres fazem”. Alguém, por favor, faz com que esse final de semana termine logo.
Me levantei de minha cama e me troquei. A temperatura a essa hora em Londres estava baixa. Peguei meu moletom e o vesti. Dei uma última olhada em minha mala e escrevi um bilhete para a .

“Já viajei, não se preocupe. Quando chegar, mando um SMS. Xx –

O dobrei e fui até o quarto da minha amiga na postados pés para não acordá-la. Coloquei o papel em seu criado-mudo, ao lado da cama, e saí do quarto do mesmo jeito que entrei. Logo escutei meu celular começar a tocar TKO do Justin Timberlake, e, naquele momento, agradeci mentalmente por já ter saído do quarto. Peguei meu telefone do meu bolso de trás da calça e o atendi. Acho que vocês já imaginam quem era.
, você já estava acordada?
– Já, já estou pronta.
– Então já estou aqui embaixo. Quer que eu suba pra pegar suas bolsas?
– Não precisa, Steven, só estou levando uma mala, que consigo conduzir sozinha.
– Que eu me lembre, você sempre levava muita coisas, já que dizia sempre anda prevenida. – ele riu minimamente.
– Muita coisa mudou desde que você foi morar no Brasil. – engoli em seco. – Olha, já estou descendo. – desliguei.
Guardei o celular e passei a mão pelo meu rosto. Peguei minha mala e saí de casa. Tranquei a porta e desci as escadas. Assim que saí do prédio, encontrei o Ranger Rover cinza do Steven parado na entrada de meu prédio. Bati no vidro do carro e ele o destravou, logo em seguida saindo do próprio para pegar minha bagagem. Enquanto sentava em meu banco e colocava o cinto, o observava voltando para o carro.
– Oi, amor. – ele se aproximou, me dando um selinho.
Sorri. Eu tinha voltado à estaca zero novamente. Depois de tudo que aconteceu ontem e da minha decisão, eu simplesmente não podia voltar a fingir que não tinha nada de errado comigo, o que provavelmente me faria passar o resto da viagem dormindo só para não conversar com ele, o que não seria muito difícil.
– A gente vai passar na cidade de seus pais antes, ou vamos logo para a chácara?
– Vamos logo pra chácara, eles já estão lá. – olhei para a janela do carro, pretendendo olhá-la pelo resto da viagem.
O Steven deu partida, e o resto da viagem foi tranquila. Ele não comentou nada, muito menos eu. Dei alguns cochilos, porém nada que me fizesse dormir por longas horas. Enquanto nos distanciávamos cada vez mais, pensava quanto tempo demoraria para que pudéssemos chegar, além de que ficar horas em um carro nunca foi minha prioridade na vida. Para falar a verdade, nunca foi mesmo.
Resolvi, então, dar uma descontraída. Vasculhei em minha bolsa de colo, e peguei um livro que já estava lendo. O Lado Bom da Vida. Ele é um pouco complexo, mas, com o decorrer da história, você vai tomando gosto pelo personagem Pet, o qual te conquista aos poucos. Não por ser igual às outras pessoas, muito diferente disso. Por ser diferente de todos, uns dos poucos únicos. O Lado Bom da Vida te ensina a ver as coisas de outra forma, te mostrando quanto boa a vida pode ser.
Peguei o livro e comecei a ler. O tempo passa mais rápido quando você começa a ler e interagir com a história, e, sem que eu percebesse, já tínhamos chegado na chácara. Fechei meu livro, o marcando com meu marcador, e observei o caminho até a casa.
– Chegamos. – Steven falou, parando o carro.
Abri a porta e me estiquei. Já fazia muito tempo que não vinha aqui.
– Eu levo nossas malas pra dentro.
Assenti enquanto via meu namorado pegando nossas coisas o carro. Resolvi me mexer e fui a caminho da casa.
– Mãe, pai? Chegamos... – Falei, adentrando a casa.
... – Mel apareceu correndo, vindo até mim.
– Melody... – sorri. – Cadê a mãe e o pai?
– Mãe, na cozinha, e pai foi na casa do caseiro. Steven... – ela o abraçou. – Faz tempo que não te vejo, pensei até que você e tinham terminado.
– Também estou feliz em te ver, Mel, e não, eu e a sua irmã estamos mais firmes que nunca.
Sorri amarelo, engolindo aquelas palavras em seco.
– Olha quem chegou... – minha mãe apareceu da cozinha.
– Oi, mãe. – a abracei.
– Como foi de viagem? Steven, coloca as coisas de vocês no quarto. E venham depois tomar café.
– Tá, e cadê meu sogro?
– Foi na casa do caseiro, mas logo está de volta.
– Mãe, a gente vai primeiro desarrumar as coisas e descansar um pouco, depois vamos tomar café. – falei.
– Como quiser. – ela disse, voltando pra cozinha.
, depois vem até o meu quarto? Quero te contar uma coisa. – Melody me chamou.
– Vou, meu amor, só deixa eu arrumar minhas coisas, tá bem?
– Tudo bem. – ela fingiu ficar triste.
– Tá, eu vou. – me dei por vencida. – Você coloca nossas coisas no quarto?
– Só se você me der um beijo.
Sorri amarelo e dei um selinho nele.
– Eu disse um beijo, mas dessa vez passa. – ele sorriu.
Saí de perto dele e segui a Mel, que reclamava sem parar.
– Eca! Nunca vou fazer isso, a menos que seja com o Zayn, ou com um da 1D.
Senti como se tivesse uma batata em minha garganta que não me deixava falar. Melody me olhou.
– Não vai falar nada? Você sempre fala.
– O que você queria comigo mesmo? – desconversei.
– Ah... Então... Quero que você arranje um encontro com o Zayn pra mim. – ela abriu um sorriso enorme.
– OI? – fiquei perplexa com o pedido.
– Você o conhece, vai ser tão fácil...
– Mel, não é assim, ele deve ter uma agenda lotada e...
– Nessa época do ano, não. Eu já olhei. Além do mais, nesse mês eles só vão ter coisas mínimas, e apareceu do nada.
– Essa não é a questão. VOCÊ É UMA CRIANÇA! Como você estar pensando em ter um encontro com um garoto de 19 anos? Mel, você não deveria pensar nisso!
– Não é bem um encontro... Pode ser uma tarde juntos.
– Isso você já teve, lembra quando você foi me visitar?
– Então, você não vai me ajudar?
– Mel, eu entendo que o Zayn é pra você, só que ele é um homem e você, uma criança. Ele gosta de você porque você é uma fã dele. – suspirei. – Um dia, você vai encontrar um menino da sua idade, que goste de você de verdade, e que não seja Zayn Malik.
– Tá, tá, só que, de aniversário, eu quero o novo CD da 1D, que vai ser lançado daqui a uns dias.
– Combinado. – apertei a mão dela. – Mas ainda é no próximo mês. E o que você vai me dar de agradecimento?
– Hum... Um beijo. – ela deu um beijo em minha bochecha .
– Boa troca. – fiz cócega em sua barriga.
– Para. Para,... – Mel suplicava enquanto ria.

Harry’s POV
Já se passava das 13:00h quando eu me levantei da cama. Se eu tinha saído ontem? Não. Meu plano, a princípio, era sair com a , não como namorados, porque ela já tinha um, mas como amigos. A presença dela me agradava e digamos que aquele dia que passamos juntos foi muito agradável. Porém, ela estava com o namorado e recusou meu convite, prometendo que hoje sairíamos. No caso, eu iria pegá-la às 15:00h, iríamos para o London Eye e eu sei o que vocês devem estar pensando: “você é famoso, não vai demorar meia hora para que paparazzis apareçam tirando fotos”. Tudo isso eu sei, só que se eu aparecer com uma garota depois se ser “pego” “beijando” a Taylor vai fazer bem. A princípio, eles vão imaginar que é minha nova namorada, o que desmentiria minha volta com minha atual ex, mas quando eu desmentir que estou com a Taylor (o que é verdade, já que não estou com ela), reforçarão que estou com a , o que também desmentirei, dizendo que somos simplesmente amigos, e que ela tem namorado. O que os farão perguntar por que beijei a Taylor, e eu direi que essas fotos não eram tão atuais, eram na época eu ainda estava com ela.
Eu sei, podem me aplaudir. Eu sou brilhante. Mas o brilhante aqui estava com fome, o que me levou a parar de pensar e sair de minha cama. Me levantei e saí do meu quarto, seguindo para a cozinha. Estranhamente, a casa estava bem calma. Fui até a geladeira e peguei uma maçã. Fui até a sala e, como qualquer outro cômodo da casa, estava vazio. Cadê o Paul e os outros? Eu tinha perdido algo? Foi quando escutei a porta do quarto do Zayn ser aberta.
– Cadê os outros? – perguntei.
– Não sei, acabei de acordar.– ele respondeu. – Talvez por isso tenha conseguido dormir tanto. Não tinha ninguém em casa pra me acordar.
– Malik, você dorme em qualquer canto, a qualquer hora.
Zaza deu de ombros.
– E aí, vai fazer o que hoje? – Zayn me olhou.
– Vou sair com a . – dei uma mordida em minha maçã.
Zaza me olhou de rabo de olho.
– Não deu tempo nem terminar direito com a Taylor, Harry?! Esse é o verdadeiro Styles voltando.– ele deu uma pausa. – Afinal, qual foi o porquê mesmo que vocês terminaram?
– Ainda não é hora de ninguém saber. Quando for, bons entendedores entenderam. Mas e você?
– Filosofou. – riu. – Que eu saiba, nada, mas você sabe como é, do nada brota alguma coisa.
Concordei com a cabeça.

(...)


Eu já estava pronto pegando a chave de meu carro, quando a porta de casa foi aberta e me deparei com a , Louis, Niall, Liam, e adentrando a casa.
– Que invasão é essa? – brinquei.
– Culpa de seus amigos, que nos convidaram para irmos a um parque aquático. – respondeu .
Isso explicava as roupas e cabelos molhados (não mencionados antes).
– E por que eles fizeram isso mesmo? – os olhei. – Alguma coisa eles querem...
– Nada aver. Só não tinha nada melhor pra fazer. – Payne deu de ombros.
– Claro, até porque ,em plena Londres, nunca se tem nada pra fazer. – zombou.
– Na verdade, foi porque queríamos presença feminina, já que a sua não estava funcionando muito, Harry. – Lou deu tapinhas de leve em minhas costas.
– Agora é assim... Depois que usa, joga fora. – falei a mesma coisa que ele disse na noite anterior.
– Só assim presta, Styles. – piscou para mim, e como eu amava essa garota!
– E porque vocês não me chamaram? – questionei.
– Você estava dormindo com o Zayn. – Nialler fez desencadear um som de gargalhadas, que ecoava pela sala.
– Isso está parecendo é mais um encontro... Cadê as outras meninas?
– Isso não é um encontro e as meninas só não foram porque esá viajando com os pais e namorado. A disse que não ia porque estava cansada, e sabia que, se fosse, não teria disposição para sair com você, então não é um encontro, é só um grupo de amigos saindo juntos. – explicou.
– Não está mais aqui quem falou. – levantei minhas mãos. – Eu já vou, não pretendo me atrasar.
– Então você não conhece minha amiga. – disse.
– Fica tranquilo, Hazza, ela só vai demorar um pouco.
– Claro,. – as meninas riram.
Eu deveria ficar irritado com aquilo? Talvez, porém, não estava. Se ela demorava, isso não era legal. Mas ela é mulher e todas não fazem isso?
Me despedi de todos e saí de casa, indo ao meu carro. Dei partida e segui pelas ruas de Londres até o apartamento de , onde mandei um SMS para ela assim que cheguei.

“Estou te esperando aqui embaixo. – Harry”

Logo sua resposta chegou.

“Já estou descendo, estou passando perfume. Xx –

Esperei mais de dez minutos até que ela pudesse aparecer.
– Achei que você tinha dito que só estava passando perfume pra descer, e não que ainda ia na loja.
– Tão engraçadinho você, Styles. – ela falou, colocando o cinto.
– Por isso que você me ama. – dei partida.
– Até parece. – ela me olhou. –Eu não te amo, Hazza.
– Um dia você vai dizer o contrário.
– Vai sonhando, Styles.
– Se você diz...
– Pode parar, Harry, eu sei onde você quer chegar com tudo isso. – me repreendeu.
Dei de ombros, percebendo que já tínhamos chegado à rua do London Eye.
– Você tem certeza de que isso não vai te trazer problemas?
– Não, quer dizer, mesmo com todos os paparazzis aqui, é meio impossível nos fotografarem, afinal, quantas vezes você já viu fotos nossas aqui? – estacionei o carro.
– Pra falar a verdade, nenhuma. Nunca me interessei saber mais do que a Mel me falava sobre vocês, se é que eu a escutava. Na maioria das vezes, ignorava. – sorriu.
– Nossa, como você tem um senso... – sorri amarelo.
– Eu apenas estava sendo sincera. – ela deu de ombros.
-Sinceridade em pessoa, desce do carro e vamos.
Ela me obedeceu e caminhamos até o London Eye. Como já tinha comprado os ingressos pela internet, tudo ficou mais fácil, assim não tínhamos que pegar duas filas. Para ser sincero, me admirei por não ter muitas pessoas ali. Era final de semana, então custosamente isso não acontecia.
Entramos na primeira cabine e, com alguns euros a mais, deixaram com que fôssemos sozinhos. Eu adoraria ficar com ela sozinho. Em outros tempos, teria tentado beijá-la, ou coisa a mais, se é que vocês me entendem, mas ela tinha namorado (o que não diminuiria muito minha vontade). Porém,pelo incrível que pareça, não sentia essa vontade, não hoje, não aqui, não agora, não com ela. O que estava acontecendo comigo? Esse não era o verdadeiro Harry Styles que eu conhecia. Mas aqui, agora, nesse momento com ela, estava tão tranquilo, calmo. Nunca tinha me sentido assim com nenhuma menina antes. Talvez fosse porque estávamos bem próximos, e posso até arriscar dizer que nos tornamos amigos. Talvez fosse por isso que não sentia vontade de fazer com ela o que faria com qualquer uma. Como ela já tinha me dito antes... É diferente, e talvez por isso eu tenha me tornado seu amigo. Estranho, não? Quem diria que um dos maiores pegadores da história acabaria tendo uma amiga, sem nenhuma má intenção? Devidamente, não eu.
– O que está pensando? – ela me olhava atentamente. – Até agora não consigo acreditar que você pagou para virmos sozinhos, quando essa cabine cabe mais ou menos 25 pessoas.
– É bom ficar sozinho com você.
Ela me olhou, sorrindo genuinamente.
– Também acho. – ela olhou para o chão. – É tão bom conversar com você, Harry, mesmo com todas as nossas “discussões”.
Essa foi minha vez de sorrir.
– Acredita que você é a primeira menina que estou em um lugar sozinho e não quero me aproveitar disso? – deixei escapar.
– Ai, que bonitinho... – ela apertou minhas bochechas. – Pera. Essa é a primeira, então, quando você me levou ao parque, queria me comer?!
– Não, não. Tecnicamente não estávamos sozinhos, tinha outras pessoas lá.
– É... É... – ela voltou a encarar a paisagem. – Daqui dá pra ver o Big Ben.
– É uma das maravilhas de Londres, não é mesmo?! Daqui dá pra ver muitas coisas.
Ela se virou rapidamente para mim.
– Seu malicioso de um araque. – ela apontou o dedo para mim.– Até aqui?
– O quê? Eu não... eu não disse nada! – nesse instante, ela já me dava tapas.
– E o “daqui dá pra ver muitas coisas.” É o quê? – ela continuava me batendo.
– Você é doente? – segurei seus braços. – Eu não falei com essas intenções.A maliciosa aqui é você!
– O quê? Argh! – ela olhou os seus punhos. – Me solta.
– Não antes de um beijo. – pedi.
– Só se for um beijo de meu pé em suas partes. – ela sorriu amarelo.

’s POV
Eu sei, era bem estranho o fato de os meninos nos chamarem para sair, até porque só nos encontramos duas vezes, quero dizer, algumas de nós, porque a , e não. Então, especificamente só eu e a éramos as sacadas.
Não sei por quê, mas acabamos aceitando, e agora estávamos na casa deles, depois de outro convite. Agora estávamos na cozinha, esperando que a terminasse de fazer pipoca. Sei que isso não mata muito nossa fome, porém, íamos assistir um filme, então, perfeito. E antes que perguntem... Sim, ainda estávamos com roupa de banho, só que já estava mais enxuto, para que, assim, não danificássemos o sofá dos garotos, o que não posso negar que iria adorar.
– Ei... Que festa é essa aqui? – Zayn brotou na cozinha.
– Acordou, dude? – Louis o olhou.
– Faz tempo. O Harry já foi?
– Para o passeio com a ? Foi sim, Zaza. – Liam respondeu.
– E aí, meninas, o que vocês trazem de bom?
– Nossa presença já é coisa boa demais, não concorda, Malik? – sorri para ele.
– Claro, vieram fazer uma visitinha? Porque não me chamaram antes? Não podia perder a chance de ficar com essas gatas. – ele colocou os braços em meus ombros e no da , que já tinha colocado a pipoca em uma vasilha, e ela os tirou dali.
– Não se aproveita, não. – o cortou.
– É, Malik, quer assistir filme com a gente? – perguntou.
– Claro, porque não?
– Agora cada um pega seu copo e leva o meu, porque vou pegar os refrigerantes. – Niall se pronunciou.
– Tá. – pegou os dois copos.
– Gente... Milagre! Minha prima fazendo algo por alguém? Ai, meu Deus! – fingi ficar admirada.
– Tão engraçada, você, que me dá diarreia. – ela fez careta para mim.
– Nossa, a comparação foi péssima! – impliquei.
– Cala a boca e senta no sofá,. – mandou.
– Me obrigue. – a enfrentei.
– Você sabe que vou mesmo. – ela rebateu.
– As duas podem se sentar para podermos começar com o filme, por favor? – Liam pediu.
– O que vamos assistir mesmo? – perguntou.
– Rota de Fuga. – Niall respondeu, lendo a capa do DVD.
– Coloca aí. – pedi.
O filme começou com sua entrada produzida, como sempre é. Músicas e mais músicas chatas, coma logo da Paris Filmes. Se eu já tinha assistido? Não, mas, pelo que tínhamos lido na sinopse, parecia ser muito bom, principalmente por ser um filme de ação/suspense.
Peguei a vasilha de pipoca e me servi um pouco, enquanto tomava meu refrigerante, quando senti algo bater em minha cabeça. Olhei para trás, vendo o Louis disfarçar muito mal o que tinha feito. Imediatamente me virei e joguei toda a pipoca que estava em minha mão nele. Certamente acertou alguns dos outros, porque esses também começaram a jogar pipoca em mim.
– Ei... Foi o Lou que começou, não eu! – reclamei, mas, mesmo assim, as pipocas não pararam de chegar.
Então foi quando comecei a jogar para todos os lados e percebi que todos os outros também. Em pouco tempo, não tinha mais nem vestígios de pipocas na vasilha, só pelo resto da sala, que,nesse momento, tinha pipoca por todo o lado. O filme? Bem, esse daí já tinha sido esquecido há décadas.
– O que nós fizemos com a sala? – Zayn olhava para todas as direções.
– Festa?! – tentei. – Só estava brincando.
– Agora vamos ter que arrumar. Onde está a vassoura? Eu varro e vocês arrumam as outras coisas. – propôs.
– Arrumar? Nem... – me queixei.
– A finalmente começou a mostra sua preguiça diária. – ria.
– Olha quem fala! , amor, você também é assim, isso é mal de família. – sorri para ela.
– Se não tivéssemos feito tudo isso, não precisaríamos limpar, então é melhor começarmos logo. – Horan disse.
– Da próxima vez joga água, porque pelo menos seca sozinha, Tommo. – cerrei os olhos para ele.
– Com o maior prazer, amor. – ele respondeu.
Agora, em vez de ficarmos assistindo o filme quietos na nossa, teríamos que ficar limpando uma sala, que só estava suja pela nossa guerra de pipoca. Chegava a ser engraçado, eu não arrumava em casa para fazer isso na casa dos outros, mas é claro que eu reclamava, senão, não era eu.

(...)


Depois de algum tempo limpando a nossa bagunça, estávamos novamente jogados no sofá/chão, descansando para vermos o que faríamos em seguida.
– O Paul nem veio hoje? Achei estranho, afinal, ele não ficaria com a gente até hoje? – Zayn se sentou no sofá.
– O PAUL! – Liam deu um pulo, se levantando do sofá.
– É mesmo. Cadê a babá de vocês? – tirava sarro.
– Não o vejo desde... – comecei.
– Esquecemos dele no parque aquático. Merda! Ferrou. – Niall parecia preocupado.
Ok, isso era sério, mas que estava dando vontade de rir, isso eu não podia mentir. Era engraçado a cara ou careta que os meninos faziam. Eu sentia pena, e juro que me segurava para não rir, porém, era contra meus instintos.
– A gente tem que voltar lá. – Louis pegou a chave do carro. – Alguém vai comigo?
– É melhor todos irem, assim dissemos que não o esquecemos, e que apenas fomos dar uma caminhada na extremidade do parque. – Liam propôs.
– Então eu fico aqui, né?
– Claro, Zayn, você não tinha ido com a gente para o parque. – o respondeu.
– Vamos. – Lou chamou.
O seguimos até a van. Entramos e seguimos a viagem.
– Seria uma pena se não deixassem a gente entrar porque não estamos com as pulseirinhas. – olhei meu pulso.
– Aí é só ligar pra ele, pedindo que venha para fora. – Nialler disse.
– A intenção não era fazer com que ele não descobrisse que o tínhamos esquecido? – perguntou.
– Eu posso procurá-lo, ainda estou com a minha. – Liam falou.
– Eu também. Quem ainda tiver, vai, porque assim fica mais fácil de encontrá-lo rápido. – disse.
– Eu ainda estou com a minha. – Horan se esticou no banco. – E a também.
– Cala a boca, irlandês, a pessoa tentando tirar pra não sair do carro, aí ele vem e arremeda. – minha prima falava, parando de mexer na pulseirinha.
– Fica quieta,, e ajuda. – disse.
bufou, mas ficou quieta em seu banco.

(...)


– A gente vai entrar e vocês dois ficam aqui no carro. Por favor, não se tranquem nem façam o que eu não faria. – Liam suplicou.
– Boa, Payne, nem tinha me tocado. – sorri maliciosa para o Louis.
– Pode deixar que, da minha gata, cuido eu, Daddy. – Lou sentou do meu lado do banco.
Liam fechou a porta e saiu.
– Amanhã vamos fazer o quê? – Tommo se deitou com a cabeça em meu colo.
– Oi? A gente vai se encontrar amanhã? – perguntei.
– Porque não? Vocês são legais. Que tal... Noite de boliche?
– Tá, mas já vou avisando que você vai perder feio, eu sou ótima. – sorri vitoriosa.
– Duvido você ganhar de mim.
– Duvida, é? – me aproximei de seu rosto. – Vai sonhando, eu te venço em dois tempos. – olhei em seus olhos.
– Seus olhos são lindos... – ele deixou escapar.
– O quê? – percebi que assim como eu olhava em seus olhos, ele também olhava nos meus. – Os meus são normais.
– O do Liam e do Zayn também são normais, mas nossas fãs piram. – ele continuava olhando em meus olhos.
– Talvez porque sejam mesmo, porém, o meu é seco, esquisito.
– Não é não, que eu to olhando pra eles, e sabe de uma coisa?
Neguei com a cabeça.
– Eles são como você. Linda e diferente.
A voz do Louis saiu tão serena, como se de verdade ele estivesse falando sério, o que poderia ser verdade. E seus olhos fitavam os meus com um brilho, que, se não estivéssemos tão próximos, não seria capaz de ver. Se eu não tivesse noção nesse exato momento, o teria beijado.

’s POV
– Eu vou com o Niall e vocês dois vão juntos. – segurei no braço do Nialler.
– Não! Porque não pode ir nós duas ou eu e o Horan? – discordava.
, deixa de reclamar e vamos logo. – imitei a voz dela.
– Porque eu tenho que ir com o Liam? – ela continuava reclamando.
– Eu também não quero ir com você. – Payne fez uma careta pra ela.
– Se quiserem, se separem, eu vou com a , tchau. – Niall pegou em minha mão.
Seguimos pela extensão do parque segurando o riso, e quando nos distanciamos muito deles, comecei a rir.
– Você viu a cara que eles fizeram? – olhei para o loiro.
– Não sei o porquê deles se odiarem tanto...
– Nem eu, irlandês, mas é bom que eles aprendam a se darem bem. Achei que nunca em minha vida falaria isso, mas vocês são totalmente diferentes do que eu imaginei e... até gosto de vocês.
– Você disse isso mesmo,? Gente, o céu está caindo!
– Menino, deixa de ser exagerado. – dei um tapa de leve em suas costas.
– Essa sua brincadeira de bater não é legal! – ele me olhou.
– Se lasque. – dei de ombros.
– Dá pra falar uma frase sem me xingar?
– Hum... Deixa eu pensar em seu caso... Não! Dá pra fazermos o que viemos fazer desde o começo?
– Claro, foi por isso que estamos aqui, pra procurar o Paul.
– Como vamos saber se o Liam e a o encontraram antes? – perguntei.
– Eles devem ligar. – ele respondeu.
– Espero que tenham trazido o celular.
Seguimos procurando o Paul, que, por ser um homem tão alto, era para ser bem fácil encontrá-lo, porém, isso não era o que aconteceu. Andamos para lá, para cá e nada. Que merda era aquela? Já estávamos ali há mais de vinte minutos e nada desse Paul.
– Não tem como ele ainda estar aqui, Niall, já teríamos o encontrado.
– Também estou achando isso.
– Vou ligar pra . Se eles não o tiverem encontrado, aí vemos o que fazemos.
Peguei meu celular e disquei.
– Alô? ?
– Alô,, cadê vocês?
– Estamos perto do escorrego grande, e vocês? – falei, enquanto olhava ao meu redor.
– Estamos perto do banheiro, Liam está vendo se ele está lá dentro.
– Liguei pra saber se vocês já não o tinham encontrado. A gente estava procurando, mas até agora nada.
– Olha, o Payne acabou de chegar, só um minuto.
Silêncio na linha.
– Ele disse que o Paul não estava lá.
– Eu acho que ele não está mais aqui, já rodamos esse parque inteiro e nada. Não tem como ele ainda estar aqui.
– E aonde mais ele estaria,?
– Sei lá, vai que tenha decidido ir embora. Eu vou ligar para o Zayn e ver se ele está por lá, depois retorno.
– Tá, enquanto isso, vamos continuar procurando. – ela desligou. – Niall, liga para o Malik pra saber se o Paul não apareceu por lá.
Ele pegou o celular. Enquanto isso, o meu voltou a tocar.
, cadê vocês? – parecia irritada.
– Estamos procurando o Paul ainda.
– Então já pode voltar. O Zaza acabou de ligar para o Louis, dizendo que o Paul tinha chegado,e que estava irado com os meninos.
Fiz uma careta.
– Tá, vou ligar pra , tchau. Já, já te encontramos na van. – desliguei.
, o Zayn disse...
– Eu sei, o Paul já chegou.– o interrompi. – Acho melhor sairmos daqui.
Segui com o Horan para a entrada do parque aquático, enquanto mandava um SMS para .

“O Paul já está em casa, acho melhor vocês voltarem logo. Ele parece estar... É melhor voltarem logo. Xx –

Assim que chegamos a van, Lou e estavam jogados cada um em uma fileira de bancos, com o ar condicionado ligado.
– Vocês só no bom aqui, enquanto nós estávamos no sol procurando o Paul. – empurrei as pernas da minha prima para poder sentar.
– Que bom nada. O sol está de matar. – Louis disse.
– Você diz isso pra gente?– Niall falou, tirando a camisa.
Olhei para Nialler sem sua camisa e... então... Nossa! Se eu já o tinha visto sem camisa? Só enquanto estávamos aqui na piscina. E na minha casa? Não, ele estava com uma camisa azul escuro, então poderia contornar, mas não dava para ver nada, enquanto brincávamos/discutíamos na piscina de minha casa. Um fato é que mais cedo senti essa mesma coisa. O que eu estava tendo ultimamente? Tudo bem que o corpo do menino é nossa Senhora, porém... É, melhor não comentar.
– Não acredito que ficamos aqui esse tempo todo, pra nada. – entrou na van.
– Sem falar no calor. – Liam também tirou sua camisa, assim como o Horan.
– Vocês acham que aqui é um concurso de quem tira mais a roupa ganha? – se sentou no banco.
– Desculpa, mas estava calor. – Liam foi ao banco do motorista.
– Sendo assim, a gente também deveria tirar. – eu protestei.
– Porque vocês não seguem o exemplo do Lou e ficam com a camisa? – perguntou.
– Sinto muito se o Tommo ficou aqui e não sentiu calor. – o irlandês respondeu.
– Se quiserem que eu também tire, podem falar. Se quiserem também, podem ficar à vontade. – Tomlinson tirou a dele.
– É...? Então, pronto. – tirou a blusa, só ficando com a parte de cima de seu biquíni. – O quê? Achou que eu são seria capaz, Louis?
– Porque não? – olhou para mim.
Dei de ombros e nós duas, em poucos segundos, já tínhamos tirado nossa blusa, assim como a .
– Agora já pode dar partida, Liam, e não olhem muito, tá, só pra não se apaixonar. – se encostou na parte de trás do banco.
– A gente vai pra casa, ou vamos ficar ainda com os meninos? – perguntei às garotas.
– Os meninos ainda estão aqui e podem escutar muito bem. – Lou levou sua cabeça até a parte de cima de nosso banco.
– Então... A gente vai pra casa, ou vamos continuar na casa dos meninos? – voltei a fazer a mesma pergunta.
– Você tem alguma coisa pra fazer em casa?– me olhou.
– Não,acho que não. – respondi.
– Então, a resposta está aí. – ela sorriu.
Dei de ombros e voltei a me reencostar no banco.

(...)


– Como assim vocês me esqueceram lá?
– Paul... Desculpa, tá?! Não vai acontecer novamente. – Payne disse.
– Claro que não, porque, primeiro: não deixo mais a chave da van com nenhum dos cinco, e segundo: não sou mais a babá de vocês, pelo meu próprio bem. Em vez de isso ser um castigo pra vocês, foi pra mim.
– Então nada mais de babá? Estamos livres? – Niall perguntou.
– Estão, só não aprontem mais como dessa vez, não quero ter que passar isso de novo, não com vocês. Agora me deem a chave da van, que quero ir pra casa. – Paul pediu.
Liam entregou a chave e ele se foi.
– Um lado bom nisso é que agora não temos mais babá. – Niall comemorou.
– Pelo menos isso. – Zayn disse.
– O que vamos fazer agora? – perguntei.
– Estou com fome, o que vamos fazer para comer?– falou.
– Dessa vez não vai ser eu, tirem par ou ímpar. – disse.
Todos concordamos e, no final, quem sobrou fui eu, que não tinha sorte para nada, e o Nialler.
– Podemos fazer nós dois juntos. – ele propôs.
– Tanto faz, fazendo. – Lou deu de ombros.
Concordamos e seguimos para a cozinha.
– O que vamos fazer? – perguntou.
– Aí não tem pizza? Só pra precisarmos esquentar? – perguntei.
– Ontem já comemos pizza aqui.
O olhei.
– Você ainda comeu depois que chegou da minha casa?
Ele assentiu.
– Niall, pizza é a coisa pra toda hora, e que todos gostam de comer todos os dias, então tem pizza aí?
– Tem, vou pegar. – ele foi para a geladeira.
– Tá, eu vou ligar o fogão. – falei enquanto o fazia.
Assim que me levantei, me virando, vi que o Niall estava com dificuldade de tirar o plástico da pizza.
– Deixa que te ajudo. – peguei uma faca, cortando a embalagem. – Assim que se faz.
Peguei a pizza e quando ia colocar no forno, ela ia escapando da minha mão, e tropecei na perna da mesa, porém, ela caiu bem em cima da mesa. Eu não sei como não fiz a proeza de fazer com que ela caísse no chão, mas ela caiu perfeitamente na mesa, só fazendo um pequeno estrondo. Porém, meu corpo ia ao encontro do chão, quando senti as mãos no Niall passarem pela minha cintura, tornando ali firme. Ele me puxou para mais perto, aproximando mais nossos corpos.
Meus olhos assustados olhavam diretamente os seus, enquanto os dele ficavam alternando entre os meus e minha boca. Ele nos aproximava cada vez mais, até que senti seus lábios quentes encostarem os meus. Minhas mãos foram momentaneamente para a sua nuca, e as dele seguraram minha cintura mais firme, como se eu quisesse escapar dali, e ele não deixasse. Niall pediu passagem para aprofundar o beijo e eu cedi. Mesmo assim, o beijo continuou calmo, mas com desejo, um desejo que nunca tinha sentido antes.

Liam’s POV
Continuávamos na sala esperando Niall e terminarem o jantar, que tinham ido fazer há algum tempo.
– O que vamos fazer enquanto eles fazem a comida? – parecia frustrada.
– Um jogo? – Louis propôs.
– Jogo de quê? – Zayn perguntou.
– Tabuleiro. Eu vou pegar. – me ofereci.
Saí da sala, indo ao quarto de jogos onde se tinha uma estante no fundo, em que guardávamos todos os jogos de tabuleiro que tínhamos. Procurei, procurei e não encontrei nada. Olhei na outra estante e nada. Sai do quarto e voltei à sala.
– Não achei o Banco Imobiliário. – falei assim que cheguei na sala.
– Tudo bem, eu estou com fome. Alguém pode ir ver se eles já terminaram? – Zayn pediu.
– Eu vou voltar a procurar o Banco, enquanto isso. – respondi.
– Eu vou ver se eles já terminaram o jantar, também estou com fome, e não me confio muito neles fazendo comida. – se levantou.
– O pior é que o Niall cozinha bem. – falei, enquanto seguia com ela até a cozinha, que, por coincidência, passava até chegarmos à sala de jogos.
– Mas a não. – ela abriu a porta.
Encontramos a e o Nialler em um beijo envolvente, e permanecemos calados. Eu olhei para a e saímos de fininho dali, fechando a porta de leve.Ela colocou o dedo em minha boca, indicando que era para eu ficar em silêncio, o que eu fiz sem reclamar.
– Vem, depois de uma dessas, vou até te ajudar a procurar o jogo. – ia na frente.
– Nossa, o Nialler é bem rápido. – falei enquanto passávamos pela porta do quarto.
– E o Zayn? Seus amigos são bem rápidos. – ela riu. – Onde poderia estar o jogo?
– Em uma das estantes. – respondi.
Procuramos por mais algum tempo.
– Eu disse. Esse jogo não está aqui. É inútil continuar procurando.
– E isso aqui é o quê? – ela apontou para uma imensa montanhas de jogos, que estavam bem escondidos, entre uma aresta da parede.
– Pega aí. – falei.
Ela puxou o jogo e os outros caíram bem em cima dela. colocou as mãos na cabeça, tentando proteger. Assim que eles pararam de cair, me aproximei dela.
– Você está bem? – me aproximei dela.
– Estou. – ela começou a rir. – Me ajuda?
– Claro. – me sentei no chão. – Esse seu lado eu não conhecia.
Ela me olhou, confusa.
– Quero dizer, você nunca gostou muito de mim, e agora está aqui rindo comigo. – me expliquei.
– Eu não gosto de você. Só estou tentando me acostumar com essa ideia, de nossos amigos serem amigos. Você deveria fazer o mesmo. Não precisamos nos gostar para conseguirmos fazer isso.
– Sinto muito, mas eu não gosto de joguinhos e muito menos mentiras. – fechei a cara.
– Você parece o contrário.
– O que você está insinuando, garota? Você nem me conhece.
– E nem quero, porque quem gosta de bosta é sanitário.
Segurei os pulsos dela, na altura de meu rosto, fazendo com que ela me olhasse.
– Eu não tenho medo de você, Payne. O que é? Vai me bater? – ela me desafiou.
– Não, mas vou fazer outra coisa.
A puxei para perto de mim.
– Não se atreva! Eu grito! Você está me escutando?
– Não se sua boca estiver ocupada.
– Tão engraçadinho você.Pelo visto não são só seus amigos que são rápidos.
– É mal de quem anda com eles.
– Mas não pra mim, então me largue!
– Por que eu faria isso? – a desafiei. – Você se faz de durona,, quando na verdade sei que quer mais que eu.
– Então você quer me beijar? Sinto muito, porém eu não quero.
– Prove que não quer. Grite, vai grite. – a desafiei mais uma vez.
Ela ficou parada, me olhando, pelo visto não esperava essa ação minha. Eu não sei o que tinha dado em mim, mas não estava mais a fim de escutá-la sempre me xingando ou coisa do gênero, eu não sou obrigado a ficar escutando aquilo calado, e nada melhor que fazer com que ela calasse a boca desse jeito. Eu sei que ela queria, por mais que ela me criticasse, xingasse e dissesse que tinha raiva de mim , sei que ela sentia o contrário. Ao contrário não teria por que fazer tudo isso com quem nem conhecia.
– Como eu imaginava. – sorri, vitorioso.
– Você é um babaca, Liam Payne! – tentou se levantar. – Dá pra soltar meus punhos?
Os soltei.
– Nossa, ele é educado... Pelo menos isso. – tentou se levantar novamente.
– Você vai aonde? – falei, segurando, agora, uma de suas mãos.
– O que é? Agora vai ficar me controlando? Me solta, Liam! – ela puxou a mão, se desequilibrando de sua posição, semi sentada.
Ela me puxou, sem querer, me fazendo cair em cima dela. Me aproximei dela, que me olhava nos olhos, como se soubesse o que ia acontecer, quisesse impedir, porém, suas ações não eram mais comandadas pela razão, e sim pela vontade. Ela lutava internamente consigo mesma, isso eu via em seus olhos, foi quando decidi que agora agiria com minha razão e não com a dela. Me aproximei mais dela e a vi fechar os olhos. Fechei os meus e segui com minha boca até seu ouvido.
– Eu não vou fazer isso, não dessa vez, agora não me provoque mais. – sussurrei em seu ouvido.
– Eu acho que dei um mau jeito em meu tornozelo. – ela também sussurrou em meu ouvido.
Saí de cima dela. A olhei e ela se ajeitou, colocando as mãos no tornozelo.
– Deixa eu ver. – segurei seu tornozelo.
Ela gemeu.
– Acho que deu mesmo um mau jeito.
– A culpa é sua, quem mandou ficar tentando me beijar?
– Se você não quisesse, teria gritado, como eu já te falei.
– Vai à merda e me ajuda a levantar.
– Vem. – me levantei.
Peguei-a no colo.
-Acho que nada mais de comida ou jogo.
– Que negócio é esse? Nada de jogo, a comida nem pensar, ainda estou com fome.– ri com aquilo.
– Você tem que ir no hospital ver isso.
– Primeiro: a culpa é sua. Segundo: você não é meu pai pra me dizer o que fazer.
– Então fica com o tornozelo assim.
– Fico mesmo.
Chegamos à sala e não tinha ninguém ali. Seguimos para a cozinha e estava o maior barulho, todos conversando muito alto.
– Por que você está trazendo-a nos braços? – perguntou.
– Ela deu um mau jeito no tornozelo. – respondi.
– Como? – quis saber.
– Eu me desequilibrei e caí. – me olhou.
– É melhor a levarmos a um hospital. – Zayn disse.
– Não antes que eu coma alguma coisa, estou morrendo de fome. Liam, me coloca na cadeira.
Assim como ela pediu, eu fiz.
– Você é o quê? Um Nialler dois? – Louis brincou.
– Outra igual a mim. Roubar personalidade é crime, sabia?– Horan disse.
– Niall, não estou roubando sua personalidade coisa alguma, só que comer é a melhor coisa o mundo. – sorriu. – Vai sentar, não? – Me olhou. – Aproveita e me serve.
– Só porque você está com o tornozelo machucado. – peguei dois pratos e coloquei dois pedaços de pizza.
– Você é o culpado. – ela pegou o prato de minha mãe.
– Sou não, não tenho culpa se você é estabanada. – me defendi.
– Se você não tivesse puxado minha mão.
– Se você não tivesse tentado sair.
– Se você não tivesse perguntado pra onde eu ia.
– Se você fosse sincera com você mesma...

’s POV
Depois do jantar, todos resolvemos sentarmos na sala para assistir alguma coisa, sempre fazíamos isso. Meu pai na poltrona reclinável, minha mãe e Melody em um dos dois sofás e eu e o Steven em outro. Assistíamos as novelas que meus pais sempre gostaram de ver.
, eu e seu pai vamos nos deitar e a Mel não quer ir agora. Depois você a ajeita?
– Claro, mãe, eu cuido dela. – sorri para Melody.
– Boa noite, Steven. Boa noite, minha filha. – meu pai se despediu.
– Não fiquem acordados até muito tarde.
– Não se preocupe, mãe.
Eles se foram e a gente ficou assistindo.
– Me deixa mudar?
– Fique à vontade, Mel. – Steven respondeu, fazendo carinho em meu rosto.
Se eu já tinha contado a ele? Não. Como já tinha dito antes, só vou fazê-lo no domingo, quando estivermos nos despedindo. Sei que isso parece muito injusto de minha parte, porém, não estava afim de destruir esse fim de semana com minha família.
Melody ficou mudando os canas enquanto Steven me dava selinhos e foi quando escutei.
– Não acredito que ainda estão falando dessa traição. Por favor, o Zayn traiu a Perrie, isso é óbvio, mas também quem a mandou traí-lo com aquele menino naquela festa da Little Mix? Ele não é o único culpado.
– Mel, tira isso! – me afastei do Steven.
– Não! – ela escondeu o controle de trás da almofada.
, deixa sua irmã assistir.
– Não, Steven, isso não é pra criança! – me aperreei.
– Finalmente descobrimos quem foi a tal menina que Zayn Malik traiu sua namorada. – engoli em seco o que a “repórter” falava.
– MELODY, MUDA ISSO AGORA! – gritava cada vez mais alto com a minha irmãzinha, porém, ela não estava nem aí para o que eu falava ou deixava de falar, só prestava cada vez mais atenção a reportagem.
Martins, a estudante da Boarding Schools, é a tal garota misteriosa que foi pega beijando Zayn Malik da One Direction. Ainda não conseguimos falar com a garota e Zayn não esclareceu nem falou nada.Porém, fontes confirmam que os dois estavam juntos na tal boate. É... O que parece é que o nosso querido Zayn não era como todos pensavam.
Ligeiramente abaixei minha cabeça. Minha garganta estava seca, meus olhos se enchiam de lágrimas e sentia os olhos da minha irmã pesarem sobre mim. Imediatamente senti Steven se levantar bruscamente.

Coloque essa música para tocar.

– Steven, me perdoa... Eu não tive a intenção... – ainda não o encarava.
– NÃO TIVE A INTENÇÃO? – ele riu sem gosto. – VOCÊ ACHA QUE EU SOU BURRO? MAS EU SÓ POSSO SER ISSO MESMO!
– Mel, vai para o seu quarto, por favor. Depois conversamos, meu amor.
Ela não falou nada e foi.
– Steven, por favor, meus pais estão aí, se controla!
– AGORA VOCÊ SE IMPORTA COM SEUS PAIS? MAS NA HORA DE ME TRAIR NÃO SE IMPORTOU COM ELES SEREM EXPOSTOS, MUITO MENOS COMIGO! EU TENHO NOJO DE VOCÊ,! – sua voz já estava exaltada.
– Eu sei... Eu sinto muito, eu não queria que tivesse saído do controle...
– ENTÃO, NÃO IA ME CONTAR? VOCÊ NÃO MELHORA NADA ISSO!
– Eu ia! Só que não tive coragem. – já chorava a essa altura. – Eu sei que o que eu fiz foi errado! Caramba, Steven, eu estava bêbada. Se eu estivesse sóbria, não teria ficado com ele nem com nenhum!
-EU NÃO ACREDITO EM NENHUMA PALAVRA SUA! – ele cuspiu aquelas palavras em mim.
– Você fala como se nunca tivesse me traído! – ri sem gosto. – Até parece! Você no Brasil e não ter feito isso? Por favor...
– Fiz mesmo, e não me arrependo, não depois disso que acabei de ver.
– Encare como uma vingança minha.
– Nunca foi tão pior, nunca fiquei com ninguém famoso, MAS QUANDO VOCÊ FAZ, FAZ DE VERDADE! – ele voltou a gritar.
– Faço mesmo! E agora quem não se arrepende sou eu! Que você me traía nunca duvidei, porém, ainda tinha esperança do contrário!
– Agora você sabe. – ele riu falso. – Como as brasileiras são diferentes de você! Elas sempre foram melhores que você! As minha brasileiras sempre me deram o que você nunca deu.
Imediatamente, antes que ele pudesse falar qualquer outra coisa, bati em seu rosto. Nunca deixaria que ele falasse aquilo, poderia estar errada. Porém, ele não podia falar assim comigo, nem antes nem agora.
– O quê? – ele riu amargurado. – Você está agindo como elas. Também deu pra ele?!
Bati com toda a força que eu tinha em seu rosto e ele segurou meus punhos, porém, com meu pé, dei um chute em suas partes, o vendo cair no chão.Avancei nele e ainda consegui arranhar seu rosto, antes que ele apertasse meus punhos, tornando uma dor que me fez soltar o rosto dele.
– SEU NOJENTO! EU NÃO SOU SUAS PUTAS! EU NÃO FAÇO O QUE ELAS FAZEM! – falei, esfregando compulsivamente as mãos em meus punhos.
Ele se sentou no chão.
– Me desculpa por fazer isso com você,. – ele começou a chorar. – Eu já tinha te traído, mas não passou de uma vez. – ele riu seco. – Isso é bem gay. Eu não queria dizer nada disso com você. Mas... Eu já te amei tanto. Mais do que a mim mesmo. Porque você fez isso?
– Steven, me perdoa, eu não... – suspirei. – Eu não te amo mais, você foi embora e eu... sinto muito.
– NÃO PODIA TER DITO APENAS QUE QUERIA TERMINAR? PRECISAVA TER ME TRAÍDO PARA TODOS SABEREM? – ele gritou.
– Eu já pedi desculpas! Será tão difícil você entender que não fiz por mal? Eu sei que pode ser que nunca me perdoe, eu sei, mas... – eu não sabia mais o que falar, não tinha mais argumentos.
– Acabou,, não dá mais. Faça o que quiser agora. Não tem mais como seguirmos em frente.
– Eu já imaginava. – abaixei a cabeça.
Steven se levantou e foi até o quarto onde estávamos, voltando de lá com sua mala.
– Onde você...? Você não vai voltar, né?
– Não tenho mais o que fazer aqui. – ele abriu a porta.
– Está tarde, passa a noite e depois vai.
– Eu prefiro ir agora. Não quero te fazer mal,, então... É melhor eu ir agora.
– Steven...
– É melhor eu ir, vai ser melhor pra todos. – e ele se foi.
Me levantei, sabendo que amanhã a parte pior estava por vir. Mais lágrimas escorreram de meus olhos, não por eu lamentar meu término com o Steven, eu estava triste, claro, porém o que falei não era mentira. Já não o amava mais, caso o contrário, não estaria como estou. Sei que as lágrimas que derramava eram por pura tristeza comigo mesma, por nossa discussão, (que foi bem pesada), pela minha família, por tudo. Quanto tempo mais eu aguentaria? Eu estava cansada de tudo que estava acontecendo em minha vida. Triste de mim que não sabia, que o pior estava mais perto do que imaginava.


Capítulo 6


“Todo mundo precisa de alguém para conversar.” – Do livro Querido John.


Zayn’s POV
Acordei com meu celular tocando. Ainda eram 8:00h, então não tinha nem ideia de quem estaria ligando. Peguei-o e fiquei preocupado no mesmo instante, afinal, por que o Simon me ligaria a uma hora daquelas? Será que é algo com a coletiva que ele ia marcar? Tudo já não estava resolvido? Eu não sabia, mas com certeza agora ficaria sabendo.
– Alô? – falei com voz de sono.
– Eu disse que não ia dar certo! Mas como vocês não quiseram me escutar... Parabéns! E agora sou eu que vai ter que resolver as coisas!
– Simon, do que você esta falando? – estava confuso.
Como assim tinham descoberto tudo? Eu não estava entendendo nada daquilo.
– Então você não sabe? Está em todo canto, Zayn! Parabéns pra você e sua amiguinha. Descobriram que você traiu a Perrie, e que foi com a .
Estava extasiado. Que merda! Por que dessa vez? Que porra! Tudo ia se resolver tão bem!
– Eu disse que essa ideia tinha muitas falhas, mas não... Vamos pensar em outra coisa... Eu avisei! Vocês não quiseram me escutar, e agora? O que vão fazer? – não sabia o que responder, não tinha ideia. – Sobrou pra mim pra resolver, imagino. – continuei calado. – Não quero nenhum dos cinco saindo. Vou ver o que faço, depois retorno a ligação. E quero que você localize a o mais rápido possível.
– Ela esta viajando com os pais. – respondi.
– Ótimo, assim vai ser mais difícil encontrá-la. Vou ver como consigo resolver e depois retorno. Não saia de perto do celular antes disso. – desligou.
Me mexi desconfortável na cama. Hoje não olharia nem mexeria em qualquer coisa como blogs, Twitter, sites de fofoca, que só estariam divulgando minha desgraça, e que só queriam que eu me danasse para que, assim, pudessem usufruir do meu fracasso.
Minhas pálpebras ainda pesavam pelo sono e eu estava cansado. Uma hora dessas a já deveria saber o que tinha acontecido, eu não tinha como entrar em contato com ela. Se tinha o seu número? Claro, consegui isso quando a esqueceu o celular aqui e fui mexer, mas não estou falando nesse sentido. Que eu saiba, ela estava viajando com os pais e o namorado, que provavelmente estava ao lado dela toda hora, então, possivelmente, não me atenderia ou talvez até atendesse. Nunca saberei, pois não liguei.
Rolei na cama, ainda com sono. Eu estava cansado, sei que passei quase a tarde dormindo ontem, mas quando o Liam foi com a no hospital, as meninas foram com eles e o resto de nós ficou aqui na sala. Eu fui jogar FIFA com o Niall e o Louis. O Harry? Esse eu não sei. Desde que eu soube que ele tinha saído com a , ainda não o tinha visto. Pelo menos, quando fui me deitar, ele ainda não tinha chegado.
Me levantei da cama, tendo a noção de que não conseguiria dormir novamente. Então, resolvi tomar um banho. Me despi e entrei no banheiro, seguindo pelo chuveiro. A água estava agradavelmente quente, e, por alguns minutos, pude esquecer-me de todos os meus problemas. Por um minuto, jurei não estar nada errado em minha vida. Pena que tudo não se passou de alguns minutos agradáveis.
Saí do banheiro, enxugando meus cabelos, quando escutei meu celular tocar. Adivinhem quem era?
– Simon.
– Zayn, acorde os meninos e arrumem as coisas de vocês. Já falei com os pais do Liam, e eles concordaram. Vocês vão passar a semana na chácara da família dele.
– Mas na segunda não íamos viajar?
– Não vão mais. Quero que arrumem as coisas e a tem que ir com vocês. Se virem, deem um jeito, mas a levem. Ela tem que ir, não quero que ela fique aqui.
– Mas não íamos lançar o CD?
– Vai ser adiado.
– E como vai ficar?
– Eu vejo isso depois. O importante agora é que vocês não fiquem aqui.
– A não vai querer ir, não sozinha comigo.
– Se vire. Ela tem que ir, ela não pode ficar. Caso o contrário, os paparazzis vão rodeá-la, como urubus atrás de carniça, e vai estragar tudo que já está ruim. Faça o que tiver que fazer, leve quem tiver que levar, mas ela tem que ir com vocês. O Paul vai pegar vocês às 11:00h, estejam prontos, não quero atraso.
– A não chegou, ela está com os pais.
– Nem que vocês tenham que pegá-la lá. Às 11:00h quero vocês saindo de casa. Antes disso, nem pensem em sair. Lembre que a essa hora, os paparazzis já estão aí. Se eles perguntarem algo, não responda, eles vão sempre tentar conseguir algo. Caso algo saia errado, me ligue imediatamente.
– Certo. Vou ver se consigo convencê-la.
– Não é ver, é conseguir, Zayn. Eu quero progresso. Tenho que desligar, vou resolver o resto das coisas.
– Tá, tchau. – desliguei.
Passei as mãos pelo meu cabelo, ainda úmido, e joguei o celular na cama.
Fui até meu closet e peguei uma calça jeans e uma camiseta qualquer. Vesti-os e voltei a pegar meu celular.
– Alô? – ela fungou.
? Está chorando?

’s POV
Me mexi na cama desconfortável, meu tornozelo ainda me incomodava. O bom é que, segundo o médico, não era nada grave, então hoje, provavelmente, estaria melhor, o que não era mentira. Ele só pediu que eu ficasse dando massagem frequentemente com gelol, que descansasse, que tomasse analgéticos e que colocasse compressa de gelo (coisa que fiz a noite inteira), por isso que não estava mais tão inchado. Na verdade, só estava um pouquinho. Acho que até andar eu devia estar conseguindo, acho que só fiz aquele drama todo na hora por susto, ou para deixar o Liam agoniado, coisa que não consegui muito bem.
Coloquei a meia ortopédica (N/A: Para quem não sabe, é aquelas coisas que vende na farmácia, que usamos quando se dá mau jeito em parte do corpo) e me ajeitei na cama.
Minha cabeça estava meio aérea depois dos últimos acontecimentos. O Liam era um filho de uma... Não, a mãe dele não merecia isso. Então, o Payne é o filho de uma boa mãe, que não merece o filho que tem. Aquele infeliz ficava fazendo aquelas insinuações, e para quê? Para fazer com que eu torcesse o meu tornozelo? Ai, que ódio! Como se eu quisesse beijá-lo! Claro que não! Eu nunca ia beijá-lo, eu não queria beijá-lo e não ia ser enganada... Eu não... LIAM PAYNE É IGUAL AO... O... A ELE! Aquele cretino! Como não percebi antes? Talvez fosse por isso que nunca tinha gostado dele... O jeito, o modo de se fazer de bonzinho, como se aquilo fosse me enganar. Era como ELE agia, como ELE fazia. Nenhum deles tem o direito de me enganar, nunca tiveram e nunca vão ter. Que droga! Meu Deus, como eu demorei tanto tempo para perceber? Talvez só hoje eu tenha perdido tempo pensando nele, só hoje eu comecei a prestar atenção nele, como ele agia comigo... E sim, as táticas eram são as mesmas que a DELE. Se aproximar de mim, fingir ser um amigo, me fazer pensar que gosta de mim, me fazer me apaixonar por ele, então...
Lágrimas escorreram de meus olhos, lembrando daquele dia, do dia que foi o mais triste de minha vida. Se o Payne achava mesmo que ia me enganar, ele estava completamente enganado. Dessa vez, era minha vez de jogar, assim como ELE fez comigo, e assim como Liam queria fazer. Seria uma pena se eu fosse mais esperta que você, Liam James Payne. Você vai achar que está brincando comigo, mas sou eu que dou as cartas agora, e, nesse jogo, agora eu sei jogar. Aprendi com o melhor, mas que, infelizmente, não soube chegar até o final. Eu agora tinha pena de você. Ou talvez não. Quem quer brincar com fogo, acaba se queimando. Mas não mudarei muito minhas táticas, e quando você achar que eu já estou na sua... Eu ganho, pelo menos dessa vez.
Isso parece um quanto ruim, mas não é. Quando você passa por certas coisas, a decepção, o ódio, o que for, só te torna mais forte para passar por cima de tudo e todos que te fizeram mal. Não me entenda mal, mas, se ele quer brincar comigo, por que não posso fazer isso com ele antes? No fundo, todos são iguais, só querem uma coisa. Ok, isso soou feminista, porém talvez tenha sido por isso que estou aqui. Mas, primeiro, teria que fazer algo com ELE, porque assim seria menos um problema em minha mente. Nessa altura, o infeliz já devia saber que estava aqui, o que não vai demorar para fazer o viado vir atrás de mim. O que eu fiz para merecer dois seres querendo brincar comigo? Será que um já não era mais que suficiente? Aí o Liam também teve essa brilhante ideia. Só que com ele era diferente, porque sei quais vão ser suas jogadas, mas ELE já jogou e perdeu, e o que mais aquele viado iria querer? , você está sendo paranoica, ELE nem veio atrás de você, ELE não quer mais nada com você, ELE sumiu de sua vida (amém). Então aproveita enquanto o infeliz desbotou e reorganiza suas jogadas, para o Payne. ELE é passado, mesmo que ELE tenha feito tudo que fez, não seria nunca uma boa ideia o reencontrar. Você não sabe mais do que ele é capaz. Ele mudou, assim como você. Na época, você era muito nova, hoje você sabe como ELE era...
, já está acordada? – minha avó perguntou, batendo na porta.
– Já, vó, pode entrar se quiser.
– Já está vestida? Tenho uma visita pra você.
– Visita? Quem é?
– Você vai gostar. – podia vê-la sorrindo.
– Então pode entrar, já estou vestida.
A porta se abriu, revelando um lindo jovem de cabelos pretos, olhos pretos e a pele branca, com um sorriso encantador no rosto. Engoli tudo aquilo em seco. O que ele estava fazendo ali?
, soube que tinha machucado o tornozelo, estava preocupado. O quê? Vai me dizer que não se lembra do seu velho amigo?
– Victor. – e, falando no diabo, aí estava ele.

’s POV
A noite tinha sido um verdadeiro inferno. Não dormi nada, estava inquieta, com medo de que algo estivesse acontecido com o Steven, porque ele saiu daqui muito tarde e não estava muito bem. Então, fiquei com medo de ele sofrer um acidente. Me sentiria culpada pelo resto da minha vida se isso acontecesse. Também tem a questão de que estou com medo da reação do meu pai quando descobrir, primeiro: que eu terminei com o Steven, e segundo: que eu o traí com um famoso, e olha... Fotos minhas iam aparecer em todos os cantos, com manchetes que provavelmente estariam me difamado e ao Zayn também. Melhor não podia ser.
? – Mel bateu na porta.
– Pode entrar, meu amor. – falei, me sentando na cama.
– A mamãe está chamando pra tomar café. – ela foi saindo.
– Melody, vem cá. – ela me olhou e veio. – Mel, me perdoa, tá?! Eu sinto muito, mas não é mentira o que aquela mulher falou. Eu fiquei com o Zayn, sim, eu traí o Steven, sim, e me sinto horrível por isso. Eu também sei que o Malik é o seu favorito, mas eu não pude fazer nada e...
, você está apaixonada pelo Zayn? Eu sei, ele é apaixonável. – ela sorriu.
– Não, Melody, eu não estou apaixonada por ele. A gente só ficou uma vez, só isso, e agora somos amigos, nada mais que isso.
eu te amo, você é minha irmã mais velha, não vai ser por Zayn Malik que eu vou deixar de te amar. Eu o amo, porque ele é meu ídolo, como você mesmo disse ontem, e, pra falar a verdade, não me importo nem um pouco se você o beijou. Se eu pudesse, também teria beijado. Além do mais, assim ele vai acabar com o namoro falso com a Perrie, então estou de boas.
– Não era falso, Mel, ele gostava dela mesmo. E sim, já acabou o namoro dele.
– Era de verdade? Que saco! Mas pelo menos não existe mais Zerrie, então estou de boas. – ela me abraçou. – Eu ia adorar que você o namorasse, assim eu não ia ser a namorada dele, mas pelo menos passaria bastante tempo com os dois.
– Já pensando em se aproveitar, né?! Mas vamos, porque a mamãe e o papai já devem estar comendo.
Caminhamos até a cozinha, encontrando nossos pais.
– Nossa, o que foi isso, ? Parece que não dormiu a noite toda.
– E não dormi. – respondi minha mãe.
Meu pai me olhou de rabo de olho.
– Não faz isso, pai, só não consegui dormi. – me sentei à mesa.
– Você e o Steven discutiram ontem? Escutamos alguma coisa.
– A gente acabou. – abaixei minha cabeça, esperando a briga.
, o menino mal chegou e você já foi arrumar briga com ele? Você vai falar com ele, e reatar hoje mesmo.
– Por que eu faria isso? Eu não o amo mais.
– Mas você vai fazer mesmo assim. O Steven é filho de um dos maiores empresários da Inglaterra, e você não vai jogar tudo isso fora por uma besteira dessa.
– Lá vem você falando do dinheiro do Steven! Eu nunca o namorei por isso, por que faria agora?
– Porque eu estou mandando. O Steven é o marido ideal pra você, minha filha.
– Você quer dizer ele ou sua conta bancaria? O senhor sempre apoiou esse namoro porque ele era de grande influência, nunca se importou se, de fato, eu o amava! E tudo isso por quê?
– EU PENSO NO SEU FUTURO!
– Mas quem disse que eu quero isso pra mim, pai? O tempo da mulher ser sustentada pelo homem acabou! Eu não o amo, será que é tão difícil de entender?! Se gosta tanto dele assim, por que não fica com ele o senhor? Ou melhor, com o dinheiro dele?
, EU SEI O QUE É MELHOR PRA VOCÊ! – a essa altura, minha mãe já tinha levado a Mel para algum canto da casa que não desse para escutar a discussão.
– Você acha que sabe o que é melhor pra mim, MAS NÃO SABE! – gritei. – EU SEMPRE FIZ TUDO PARA SER A SUA FILHA PERFEITA, A QUE VOCÊ SEMPRE QUIS, MAS QUANTO A MIM? CANSEI DE SER A PERFEITINHA PRA VOCÊ! EU NÃO SOU ASSIM!
– EU SEMPRE QUIS ISSO PENSANDO EM VOCÊ, EM COMO IA SER SEU FUTURO!
– Futuro... Futuro... – ri sem gosto. – Só sabe falar disso? E meu presente? EU TENHO 17 ANOS! EU SOU UMA ADOLESCENTE, QUERO APROVEITAR! Caramba, pai.
– ABAIXE O TOM DE VOZ QUANDO FOR FALAR COMIGO! EU SOU SEU PAI, VOCÊ ME DEVE RESPEITO. NUNCA ERA PRA EU TER PERMITIDO VOCÊ MORAR EM LONDRES SOZINHA. A PARTIR DE HOJE, VOCÊ VAI VOLTAR PRA CASA. CASO O CONTRÁRIO, TERÁ QUE VOLTAR COM O STEVEN SE QUISER FICAR LÁ.
– VOCÊ NÃO PODE MANDAR EM MIM ASSIM! EU O TRAÍ, OK? VOLTAR COM O STEVEN NÃO VAI ACONTECER NEM SE EU QUISESSE. ALÉM DO MAIS, VOCE NÃO PODE ME OBRIGAR A MORAR COM VOCÊS!
– VOCÊ AINDA É DE MENOR, EU MANDO EM VOCÊ! QUANDO VIVER SOBRE O MEU DINHEIRO, VAI SEGUIR AS MINHAS REGRAS, , E VOCÊ ESTÁ DE CASTIGO! PRA SEMPRE!
– VAMOS VER. – saí com passadas fortes e fui até meu quarto, fechando a porta com força.
– TENTE FAZER ALGUMA COISA QUE EU TE COLOCO EM UM COLÉGIO INTERNO!
Aquelas foram as últimas palavras que ousei escutar do meu pai. Assim que cheguei em meu quarto, me joguei na cama, e cobri minha cabeça com o travesseiro, tentando abafar o som.
Lágrimas escorriam de meus olhos, sem cessar. Eu não podia acreditar nessa discussão que acabamos de ter. Eu simplesmente não podia.
Tirei o travesseiro da minha cabeça e o abracei forte, sentindo mais lágrimas descerem de meus olhos.
Estremeci ao escutar meu celular vibrar, pensei em várias pessoas que poderiam estar ligando, mas era quem eu menos esperava.
– Alô? – funguei.
? Está chorando?
– Zayn... – aquele nome foi capaz de me fazer chorar mais ainda.
, você já descobriu... Eu sinto muito. E sinto mais por ter acabado seu namoro. – ele parecia desapontado.
– Não sinta. Não existia faz tempo o meu namoro. – enxuguei minhas lágrimas.
– Não entendo, você parecia tão apaixonada...
– Nem eu entendo, quem dirá você. Eu acho que já não o amava fazia tempo, todos sabiam disso, menos eu.
– Sei como é, mas por que estava chorando? – ele parecia preocupado.
– Meu pai, não se preocupa, tá? Vai passar, tudo passa.
... Vamos pra chácara da família do Liam? O Simon organizou tudo e passamos a semana lá, o que acha?
– Só eu e você?
– Os meninos vão e eu pensei em chamar as garotas.
– Eu topo, porém não sei se meu pai me deixa ir, mas eu resolvo.
– Tá, quer que a gente vá te buscar? Onde você esta?
– Perto de Newcastle.
– Passamos aí.
– Eu espero.
Agora só faltava meu pai deixar, o que não ia ser fácil, principalmente depois da briga.

Harry’s POV
Acordei com meu celular tocando. Era o Zayn, e, quando esfreguei meus olhos, percebi que não estava em meu quarto. Olhei para o meu lado, e encontrei a , dormindo genuinamente. Sim, ela estava vestida, como eu.
Meu celular voltou a tocar, me acordado de meus devaneios. Peguei-o e atendi.
– Alô?
– Harry, onde você está?
– Na casa da .
– Achei que vocês estavam brincando, mas, pelo visto, não.
– O que você quer, Malik? – voltei a encostar minha cabeça no travesseiro.
– O Simon disse que vamos para a chácara da família do Liam, então, se eu fosse você, viria logo pra casa. Ah, chama a pra ir.
– Como assim? Mas não íamos viajar amanhã? E o lançamento do Take Me Home?
– Simon vai resolver tudo isso, porém foram adiados, porque, não sei se você sabe, mas descobriram que traí a Perrie.
– Nossa... Eu não sabia, porém, de qualquer forma, apareço aí daqui a pouco.
– Tá, o Paul vai passar aí às 11:00h, não se atrasa.
– Tudo bem. – desliguei.
Esfreguei meus olhos, sentindo a se mexer na cama.
– Harry? O que está fazendo aqui? – ela falou rouca.
– Não sei se lembra que quando chegamos aqui, você me convidou pra ficar?
– Não. – ela gemeu. – Pega um dorflex (N/A: Remédio pra dor de cabeça, pra quem não sabe) na minha cômoda, por favor.
Me levantei e peguei um copo com água na cozinha.
– Toma. – ela pegou.
– E isso aconteceu depois de que mesmo?
– Isso o quê? – me deitei na cama novamente.
– Isso de você vir pra cá. – ela explicou.
– Depois do London Eye fomos a um parque, depois a um restaurante e, por fim, um barzinho.
– VOCÊ ME LEVOU PARA UM BARZINHO? SÉRIO, STYLES? – ela gritou, depois colocou a mão na cabeça.
– Você quem insistiu. – dei de ombros. – Vou fazer algo pra matar sua ressaca, e o que acha de irmos para a chácara da família do Payne?
– Só eu e você?
– Não, os meninos também vão e acho que as meninas também.
– Tá, eu vou. Agora vai fazer meu café. – ela jogou uma almofada em mim.
Saí dali e fui direto para a cozinha. Peguei algumas coisas e comecei a fazer nosso café, que acho que só eu ia comer, porque a resaca que a estava... E vocês apostam quanto que ela ia me culpar? Mas vejam bem... A gente depois do restaurante estávamos querendo ir para uma boate, só que não estávamos arrumados o suficiente, então fomos para um daqueles pubs, e ficamos lá.

Flashback On:
– Vamos pra onde agora? – ela me perguntou, enquanto entravamos no carro.
– Pra onde você quer ir? – a olhei de rabo de olho, enquanto dirigia.
– Sei lá. Queria dançar.
– Então vamos a uma boate. Isso vai ser fácil de entrar.
– Claro, até porque eu, com essa roupa, vou seduzir todo mundo. – ela passou as mãos, mostrando a roupa.
Sorri.
– Então você quer ir pra onde?
– Um pub? Algo assim, talvez.

(...)


Depois de já termos cantado, dançado e termos feito nossa própria festa no pub (sem falar que já tínhamos muito álcool no sangue, a mais que eu), já estávamos extasiados, e finalmente decidimos ir para casa dela. Já se passava das 3:00h e, assim que chegamos, nos jogamos na cama do quarto da .
– Sai da minha cama, Styles! Não divido com você. – ela me empurrou.
– E você acha que vou dormir aonde?
– Se lasque. A cama é minha. – ela se virou e adormeceu.
Me deitei ao seu lado, assim que ela pegou no sono. Sabia que quando ela acordasse poderia me matar, mas e daí?
Flashback Off.

’s POV
Me levantei da minha cama. Teria que arrumar minhas coisas ainda, e, nesse momento, a única coisa que pensava era como seria essa semana inteira, em uma casa com minhas amigas e os meninos, mais especificamente um em especial, que começa com N e termina com L. O viado do Niall. Ele só podia ser um fresco mesmo.
Esse era um dos meus maiores problemas. Ele não era fresco, viado, gay, como vocês quiserem chamar. Ele tinha me provado ser bem longe disso na noite passada, e isso era o que eu não queria, ser provada de novo, ou talvez quisesse, mais do que eu mesma conseguia raciocinar. Por fim, resolvi me levantar. Com toda preguiça do mundo, consegui e fui arrumar minha mala. Se minha mãe sabia? Ainda não, até eu mesma acabei de ser convidada, quem dirá se ela soubesse. Mas eu iria avisá-la, claro. Assim que minhas malas estivessem prontas, eu o faria.

(...)


Minhas malas já estavam prontas, minha mãe avisada e eu só estava esperando o... o... Paul (?), que, segundo o Zayn, vinha me pegar para que quando viesse buscar os meninos, já para que fôssemos direto para a chácara, assim prevenindo que nenhum paparazzi nos visse. Como ele sabia onde eu morava? Talvez o Nialler, assim, só acho.
! – minha mãe gritou.
– Quê, mãe? – gritei de volta.
– O carro que vinha te pegar chegou!
Peguei minha bolsa e desci as escadas, encontrando minha mãe no pé da escada.
– Eu volto na próxima semana.
– Tá, se cuide e não dê trabalho.
– Tá, tchau. – me despedi com um abraço de minha mãe.
Segui para frente da minha casa, encontrando a van preta (a mesma que fomos para o parque aquático, com o mesmo homem).
– E aí, Paul? – fui simpática.
– Oi... ?
– É, . – sorri.
Ele abriu a porta, e eu entrei, entregando a mala a ele.
Olhei para dentro da van, notando que a , o Harry, a e a já estavam lá. Só não entendi porque o Styles já se encontrava lá com a mesma... mesma... roupa de ontem? E por que a estava com a cabeça em seu ombro?
– Eu perdi algo? – olhei para as meninas.
– Não fala alto, o remédio ainda não fez efeito. – cobriu os ouvidos.
– Então... Não vou nem perguntar nada a vocês dois, porque não quero imaginar mais do que supus. – apontei para os dois.
– Você faz bem. – me olhou.
O Hazza deu de ombros, enquanto a me estendia o dedo do meio. Devolvi o gesto e me ajeitei na frente do banco deles, em que estavam e minha prima. Não comentamos mais nada até chegarmos à casa dos meninos, que, a propósito, estava cheia de paparazzis.
– Não saiam do carro, eu volto já. – Paul falou, saindo da van.
Não tardou para que os meninos começassem a sair de casa um por um, e entrassem no carro. O primeiro foi Louis, depois o Zayn (o que fez o maior alvoroço), Liam e por fim... o loiro, que sentou atrás de mim, ao lado da minha amiga e o Styles.
– Próxima parada, Newcastle. – Zaza disse.

’s POV
Guardei algumas coisas que estavam espalhadas em “meu” quarto, e, por fim, fechei minha mala. Agora era a parte difícil. Meu pai.
Saí do quarto e fui até a sala, onde meus pais estavam.
– Eu estou indo embora.
– Pra onde você pensa que vai? – meu pai se levantou.
– Eu preciso sair daqui, só isso. Eu vou passar um tempo na casa de uns amigos.
– Eu não disse que você podia ir. Além do mais, já escolheu qual das duas alternativas vai querer?
– Mas eu disse que ela pode ir. Você não vai impedir nada disso! – minha mãe ficou de pé. – Você já se meteu tempo demais na vida da , agora é a vez dela de viver, e ela vai sim. Eu deixo, filha, e se divirta muito. Quando voltar, nós conversamos. Você vai como?
– Meus amigos veem me buscar.
– Quem manda aqui sou eu, e vamos ver se ela vai! – meu pai falou autoritário.
– Não! A vai, e já está decidido. Ai de você se tentar impedir e minha filha... – minha mãe se virou para mim. – Não se preocupe, nada que seu pai disse vai acontecer. Quando você voltar, vamos ver o que fazer.
Assenti e dei um beijo em minha mãe e em minha irmãzinha, dando só um sorriso para o meu pai, fazendo com que ele virasse o rosto. E foi quando escutei a buzina de um carro. Corri lá para fora e vi que eram meus amigos. Voltei apressada e dei um abraço apertado em minha mãe e na Mel, olhando para um pai.
– Eu não quero passar mais de alguns meses sem te ver, e não te dar nenhum abraço. – o olhei, vendo sua carranca cair.
Abracei o meu pai.
– Desculpa, tá?! Eu não queria deixa o senhor decepcionado, só aconteceu e acabou.
– Eu sei, , e eu só quero que você tenha um futuro brilhante.
– Eu vou ter, e não vai ser pelas custas do Steven. – me soltei de seus braços. – Tenho que ir. – sorri. – Tchau.
Peguei minha mala e fui até a porta.
– Se cuide e, assim que voltar para Londres, avisa. Precisamos conversar com calma depois.
– Tá. – gritei, saindo de casa.
Segui até a van e, assim que abri a porta, vi as seguintes pessoas, nas seguintes ordens.
No último banco, e Harry, sendo seguido pela , e , no banco da frente. Depois Louis, Liam e Niall. Zayn estava tirando uma soneca em um compartimento de bancos, sozinho.
Entreguei minhas malas ao Paul e fui até o banco onde o Malik estava.
Levantei sua cabeça do assento para me sentar.
– Por que o Zaza está dormindo? – olhei para os demais lá dentro.
– É o Zayn, o que esperava? – Niall disse.
– Zayn... Zayn... Zayn! – empurrei sua cabeça.
– Ai! O quê...? ? Você já está aqui?
– Cheguei agora. – sorri, olhando em seus olhos.
– Já pode deixar minha cabeça no seu colo, pra eu voltar a dormir. – ele deitou novamente.
– Então não reclama se bagunçar seu cabelo. – coloquei minhas mãos nos próprios.
Como automaticamente, minhas mãos começaram a massagear seus fios e eu o vi sorri lindamente com os olhos fechados, o que me fez sorrir também.

Louis’ POV
Finalmente havíamos chegado, e, como sempre, eu fui o primeiro a sair do carro.
– Finalmente terra firme. – Nialler se jogou no chão.
– Tão dramático... – saiu logo em seguida da van.
Horan a olhou com desdém.
Oi? Eles não eram cheios de nhem, nhem, nhem?
– Eu vou voltar. Vou pedir para deixarem um carro de aluguel aqui pra vocês, só para se precisarem de algo. Volto na próxima semana para levá-los pra casa. – Paul falou quando todos saímos do carro.
– Tá, Paul, boa viagem. – Liam se despediu.
– Não façam o Simon se arrepender de mandá-los para aqui.
– Sossega, Paul. O que poderíamos fazer aqui? – o olhei.
– São vocês. Eu não duvido de nada. – ele deu partida no carro.
Demos de ombros e seguimos para a entrada da casa.
– Liam, como vão ficar os quartos? Eu não estou me sentido bem, queria descansar. – parecia cansada.
– Eu não... Tem quatro quartos na parte de cima da casa, e um na casa da parte de laser.
– Tudo bem, acho que não vamos precisar. Acredito que só vamos usar as daqui mesmo. – colocou suas coisas no sofá.
– Então ficam três em dois quartos e dois, de dois nos outros. Se as camas derem, é claro. – .
– Dão sim. Todos os quartos têm cama de casal e dois têm uma de solteiro, pelo incrível que pareça. – Payne a olhava critico.
– Então pronto. Quem fica comigo? – Harry perguntou.
– Eu, Hazza. Esqueceu que você é meu? – me fiz de ofendido.
– Então fica Zayn, Liam e Niall no outro, eu e em um e vocês três no outro. Tudo bem assim? – olhou para as meninas.
Elas deram de ombros, e todos voltaram a pegar suas bolsas para subirem as escadas. Se a casa estava limpa? Sim, a família do Daddy sempre paga para uma pessoa vir limpar, toda semana. Como eu sabia? Claro que perguntei. Sou Louis William Tomlinson, você acha o quê?

(...)


Já tinha colocado minhas coisas no quarto, no qual ficaria com o Styles,e já estava dando uma volta pela extremidade da casa, quando fui despertado pelo meu celular.
Fazia algum tempo que não recebia ligações desse número. Bem que me lembre, desde que brigamos naquele dia.
– Alô? Eleanor?
– Louis, ãhn... Acho que...
– Els, eu já queria ter te ligado antes, mas queria estar tudo resolvido para que pudesse te dizer o que vai acontecer futuramente. Porém, não foi o que aconteceu. Já que estamos com alguns problemas inadiáveis mais na frente, então não tive como resolver essa situação.
– Eu sei. As notícias aqui estão bem atualizadas e sinto muito pelo alvoroço. Mas e o negócio... bem... do...
– Casamento? – a interrompi. – Até então não ia precisar acontecer.
– Ah... não? – ela parecia desapontada (?).
– Não, mas quando eu voltar, acho que o Simon já vai ter uma ideia montada sobre o que vamos fazer.
– Tudo bem, eu só não queria... Acima de tudo, Lou, eu gosto muito de você, e...
– Eu sei, criamos uma amizade meio louca em cima de tudo isso. – sorri. – Eu também gosto muito de você, Els.
– Mas não é desse tipo de... Louis, quando você voltar, eu queria conversar.
– Aconteceu algo?
– Não, eu só quero resolver umas coisas.
– Então tá. Quando voltar, te procuro.
– Tá. – ela parecia sorrir. – Mas agora eu tenho que desligar, tenho uma seção de fotos.
– Ok, tchau e bom trabalho. – desliguei.
O que será que ela queria falar comigo? Eu não entendi nada. Como assim não era daquele tipo de gostar que ela se referia? Eu não... não! Será que...? A Eleanor apaixonada por mim? Não, acho que não. Só se...
– E aí, Tomlinson?! – fui arrancado de meus devaneios por uma louca pulando em mim.

’s POV
Sem que ao menos eu me desse conta, havia adormecido e, após acordar, estava me sentindo como nova em folha. Minha dor de cabeça tinha passado, eu estava descansada, relaxada e de bem.
Me levantei da cama, me olhando logo em seguida no espelho, me vendo com uma aparência nada atraente.
Peguei minha toalha, resolvida a tomar um banho. Coloquei meu celular com minha playlist já tão escutada e entrei no banheiro.
Dessa vez, eu pretendia tomar um banho rápido, mas, como vocês devem imaginar, não era muito meu feitio, então creio que só demorou mais.
Assim que saí do banheiro, meu celular começou a tocar, e não era porque eu tinha colocado uma música novamente.
Quem me ligava naquele momento era meu namorado.
– Zac?
, você está em casa? – e foi nesse momento que me lembrei de que não tinha avisado a ele que tinha viajando.
– Não, eu... Você não está trabalhando?
– Estou, mas era porque eu queria marcar para sairmos hoje à noite. Quero que conheça uma pessoa.
– Amor, não vai dar. Eu estou viajando.
– Viajando? Como assim? Está visitando seus pais?
– Não, estou passando alguns dias em uma chácara.
– Então aproveite, só queria te apresentar uma pessoa.
– Fazemos assim: quando eu voltar, você me apresenta essa pessoa tão importante.
– Tá, tudo bem, e quando você volta mesmo?
– Eu te aviso.
– Ok, eu tenho que voltar a trabalhar. Liga pra mim antes de dormir?
– Claro. Eu te amo, beijo.
– Também. – desligou.
Quem seria essa tal pessoa que ele tanto queria me apresentar? Eu deveria ficar receosa com isso? Não. Isso era coisa da minha cabeça neurótica, como sempre atacando. Eu só deveria estar imaginando coisas pelo meu último teatrinho. Quando saímos para nosso encontro e em vez de dar atenção a ele, eu fiquei conversando com o Harry por SMS, coisa que o deixou um pouco puto, mas, também, ele não podia reclamar, afinal, ficava também no celular dele com fornecedores da empresa. Só queria ver como ele ia fazer quando voltasse às aulas. Provavelmente ia terminar o último ano e, pronto, trabalhar com o pai. Mas eu não, porque eu queria me formar antes de tudo, e ainda era jovem. Queria me divertir muito antes de tomar conta de qualquer empresa, se é que eu ia tomar conta de alguma.
Sacudi minha cabeça, tentando parar de pensar naquilo. Me troquei e fui até a sala, onde imaginei que todos estariam, mas, para a minha surpresa, só quem se encontrava ali era o Niall, , Zayn e Harry. Onde os outros poderiam estar? Onde eu queria ir: conhecendo as extremidades do local, que imaginava ser lindo.
– Alguém me leva pra conhecer o local? – perguntei.
– Eu mostro, não estou mais a fim de ficar vendo TV. – Nialler se levantou.

Niall’s POV
– E, por fim, aqui é a área de lazer. – falei, finalizando nosso passeio.
– Uau! Aqui é grande mesmo. – se sentou em uma das duas cadeiras que tinha na área de lazer.
– Você achava o quê? Que era uma casinha?
– Não, mas também não imaginava que fosse tudo isso. – ela se reencostou na cadeira. – Mas e você?
– Eu o quê?
– Sei lá, está pensativo, não sei. Aconteceu alguma coisa com você e a ?
– Como assim aconteceu algo? – engoli em seco.
– Vocês brigaram? Estavam tão estranhamente juntos e agora estão se ignorando. Só porque eu não estava muito bem não significa que não estive prestando atenção.
– Não, nada a ver! Só estou confuso.
– Quer conversar?
– Não, obrigada.
– Niall, todos precisamos de alguém pra conversar.
– Primeiro, eu... Olha. Se prepara pra escutar...
Ela me olhou, pedindo que continuasse.
– No tempo em que eu passei com a , eu vi duas partes dela. A parte grossa, que não é fácil de lidar, e a parte insegura. Ela é sua amiga, e você deve saber disso. é uma ótima pessoa, divertida, especial e tudo mais. Como amiga, ela é a melhor pessoa do mundo, pois tenho que admitir que, quando estou com ela, mesmo com as grosserias cotidianas, ela te conquista por ser diferente, e ela, sem ser isso, reconheço que não seria perfeita como ela é, só que... Tenho que confessar que, como namorada, ela parece não ser a melhor, já que teria medo de levar na cara todo dia, e foi por isso que fiz um discurso para mim mesmo, dizendo que nunca ficaria com ela e tudo mais, e, de verdade, não sabia porque tínhamos quase nos beijado na piscina na casa dela, mas jurei nunca mais acontecer, porque eu não queria de forma nenhuma ter mais que amizade com ela. – olhei para a e ela estava me olhando sem expressão alguma. – Mas quando foi ontem à noite, nós ficamos e... Eu sei lá porque a beijei, só sei que gostei e estou arrependido mais que tudo de ter dito tudo aquilo pra mim mesmo, porque quando a beijei... Foi... Não sei explicar, só sei que quero que aconteça de novo. Mas, ao mesmo tempo, não sei como agir, o que fazer, nem nada. É como se estivesse com minhas mãos atadas.
– Você gosta dela...
– Não sei. – abaixei a cabeça.
– Por que não deixa as coisas acontecerem? O que tiver de ser, será.
– Plágio de outras pessoas também é crime, .
– Só estou tentando te ajudar. – ela sorriu. – Mas é sério, deixa as coisas rolarem, que tudo no final vai se resolver.
– Tá, vou seguir seu conselho, só que, se não der certo, te culpo. – apontei para ela.
– Por Deus, Niall. – ela levantou os braços como forma de redenção.

Liam’s POV
Estava na velha casa da área de lazer, vendo como era bom o tempo em que estive lá. Já faz mais ou menos quanto tempo que não pisara ali? Seis meses? Um ano? Na verdade, oito. Oito longos anos. Mas, mesmo assim, ela continuava perfeitamente conservada, como sempre esteve. Os móveis no mesmo lugar que ela gostava. Desde que ela foi embora, essa foi a primeira vez que tive coragem de voltar até aqui. Por ela eu vinha todo fim de semana, ela era minha segunda mãe (literalmente) e eu a amava muito. Lembro de não saber ao certo por que ela se mudou para aqui, depois de tantos anos morando na parte urbana da cidade, porque escolher se mudar logo quando tinha 70 anos? No final da vida? Sempre me perguntava sobre isso. Na época, meus pais não falaram nada, e nem deviam. O que uma criança de 12 anos, cheia de seus próprios problemas, poderia fazer? Nada.
Acho que vocês já devem ter entendido alguma parte da história. Quem morava aqui era minha avó, isso antes de ela morrer oito anos atrás. Desde então, não pisei mais aqui, mas meus pais insistiram em manter organizada e limpa, como ela sempre quis. Porém, esse lugar me trazia lembranças felizes, é óbvio, mas me deixava com saudade de tudo que se foi e não volta, essa é a verdade. Minha avó sempre foi muito importante pra mim, e quando ela morreu... Foi aí que meus problemas pioraram...
– Aí está você! – olhei para a pessoa que estava atrás de mim.
– O que é? – coloquei o porta-retrato que tinha em minhas mãos na lareira.
– Todos estão morrendo de fome e... Aconteceu algo, Liam? Você não parece muito bem. – me olhou.
– Não é nada, coisas minhas.
– Tenho a tarde toda para escutar. – ela se sentou no sofá que tinha na sala.
– O que você vinha dizendo sobre todos estarem morrendo de fome? – tentei desconversar.
– Ah, sim, todos estão com fome, e queriam que você fosse pegar algo na cidade. O carro que o Paul alugou já chegou, então... Ei! Não desconversa.
– O que é? Agora quer conversar comigo? Ontem me xingou por “quebrar” seu pé e tudo mais, e agora quer conversar comigo? – dei ênfase em quebrar.
– O quê? Pensei melhor e por que não podemos ser amigos? E, de qualquer forma, meu pé já está melhor e te perdoei por isso. – ela apontou para o tornozelo.
– Sério? Você não está doente? Querendo ser minha amiga? Você só pode ter batido a cabeça ontem. – me sentei ao seu lado.
– Ai, Payne, você que ficou insinuando aquelas coisas e eu decidi mudar, se não quiser tudo bem, só estou tentando ser sua amiga.
– Amiga?
– Se você quiser assim... – ela se aproximou. – Vai me contar ou não?
– Coisa antiga, não vale a pena, mas podemos fazer coisa melhor. – a olhei malicioso.
Queria saber até onde ela ia. Era impossível mudar de água para o vinho em uma só noite.
– Como o quê? Achei que queria conversar, estava com um olhar triste.
– Como eu disse, aqui me traz lembranças antigas. Da minha avó, para ser mais específico. Aqui era a casa dela, e, como qualquer casa de avó que mima o neto, quando ela vai embora, deixa saudade.
– Sinto muito, eu não imaginava.
– Nem você nem ninguém, já não venho aqui há anos. – dei de ombros.
– Aqui deve te trazer muitas lembranças boas, você parece gostar muito dela. Seu olhar ficou diferente quando a mencionou. – ela me olhou.
– Onde você quer chega com todo esse teatrinho, ? – a olhei, incrédulo.
– Me desculpa, tá? Eu te julguei mal, e, sem saber nada da sua vida, decidi te detestar, mas ontem à noite percebi que tudo que você falou era verdade. Talvez eu goste de você mesmo. – ela me olhou. – Mas quero descobri isso com você.
Olhei-a sem nem saber como pensar ou reagir. De verdade, ela me pegou desprevenido, e antes que eu pudesse ao menos falar qualquer coisa, senti seus lábios macios em contato com os meus. O beijo dela era calmo. Mesmo depois que eu o aprofundei, ele continuou com a mesma intensidade. Confuso, mas sem nenhuma malícia ou coisa assim. Só estávamos ali, nos beijando, calmamente, sem que precisássemos deixar aquilo mais quente, simplesmente estava na medida certa.

’s POV
– O que você...? ! – Louis me olhou.
– Diz que gostou?
– Claro, até porque uma pessoa pular em você, quando se está desprevenido, é tudo de bom. – ele fingia irritação.
– Pode parar com a tentativa de encenação que já está bom.
– Ok, sua louca, o que você quer fazer? – ele me olhou.
– O que se tem de bom para fazer aqui? – saí de seu colo, sentando ao seu lado.
– Hum... Piscina?
– Hum... Tá! Vamos?
– Está tão frio...
– Deixa de ser viado, e você vai! – me levantei, o puxando.
– O que você não me pede que eu não faço?
– Quer saber? Acho que não existe. – neguei com a cabeça.
– Não, né?! – ele fez careta.
– Deixa de ser bobo...
– Bobo lesado ou bobo fofo? – o olhei sem saber ao certo o que ele queria dizer com aquilo. – O quê? Pergunta retórica.
– Bobo, bobo. Também lesado, convencido, quer mais? – perguntei, abrindo a porta e encontrando alguns dos outros ali. – Querem ir para a piscina?
– Quero, vou me trocar. – se levantou e seguiu para seu quarto.
– E vocês? – Louis olhou para os outros meninos.
– Tá, eu vou. – Harry se levantou. – Mas só se brincarmos de briga de galo. – ele me olhou.
– Por que não? – devolvi o seu olhar. – E você, Zayn? Não vai?
– Não sei nadar e não estou muito a fim, quem sabe depois? Vou ficar aqui assistindo. – ele respondeu.
– Tudo bem, eu vou trocar de roupa e vocês também. – olhei para o Lou e Styles, que já encaminhavam para a escada.
– Já estamos indo, só não demora três anos. – Tomlinson disse.
– E vocês não se comam no quarto enquanto isso, não queremos escutar gemidos a essa hora.– brinquei.
– Olha o recalque, amiga, só fala isso porque não tem essa bunda na sua cama todas as noites. – Tommo bateu na própria e seguiu para o quarto.
Ri com aquilo e foi quando a porta foi aberta com força. Olhei para ela e lá estava minha prima com lágrimas nos olhos.
...
– Não, agora não. – ela subiu as escadas com pressa.
A segui e corri em seu encalço, ao quarto.
– O que aconteceu? , você está bem? – olhei minha prima jogada na cama.
– Mas eu sou uma idiota mesmo, ele que vá se lascar! Ai, que ódio! Não era pra eu ter ficado com ele, e agora ele está lá, contando o quanto eu sou tudo de ruim, e que não queria me beijar! Que galinha! Eu poderia pensar isso de qualquer pessoa, menos dele! – ela se jogou na cama.
– Do que você está falando? – não estava entendendo nada.
– O Niall, ! Ele disse à que tinha que confessar que, como namorada, eu parecia não ser a melhor, já que ele teria medo de levar na cara todo dia, e foi por isso que ele fez um discurso para si mesmo, dizendo que nunca ficaria comigo e tudo mais, e de verdade não sabia por que tinha quase me beijado na piscina da minha casa, mas jurou nunca mais acontecer, porque ele não queria de forma nenhuma ter mais que amizade comigo. E tudo isso depois que ficamos ontem na casa dele!
– Não, isso não parece ser coisa que o Nialler diria. Você tem certeza de que foi ele?
– Eu ouvi isso sair da boca dele. Essas palavras em bom som e alto.


Capítulo 7


“Nunca deixe a raiva tirar o melhor de você. – Do filme Estrada Para a Glória.”


’s POV
– Mas se ele acha que eu vou ficar com ele de novo, está muito enganado! Como eu fui tão burra? – bati em meu travesseiro. – Quer saber? Esse lesado não merece uma lágrima minha. – passei minha mão pelo meu rosto.
, ainda não acredito que ele fez isso. – se sentou em minha cama.
– Mas ele falou. Eu escutei tudo enquanto estava voltando para dentro de casa, eu escutei! Ele só quer ser meu amigo, porém nem isso ele vai ser mais.
– Por que você esta tão incomodada? Ele só disse que não ia mais ficar com você. Quantos meninos não dizem isso e ficam várias outras vezes?
– Mas comigo não é assim, quem não quer mais ficar com ele sou eu!
– Você está é com o orgulho ferido, ou... gostando dele?!
– QUÊ? NÃO! DEFINITIVAMENTE NÃO! Eu só não gosto que brinquem comigo.
– Ele não brincou com você. Vocês só ficaram uma vez, ele não gostou e não quer mais, só isso. É a vida.
?!
– O quê? Só estou sendo realista! Do mesmo jeito que você tem esse direito, ele também tem. Agora tira sua bunda dessa cama e vamos pra piscina.
– Estou sem vontade.
– Então fica com a gente lá. – ela se levantou da cama e foi até sua mala.
– Ele está lá, não quero encontrá-lo, não agora.
– Deixa de coisa! Essa não é minha prima, se levanta e vamos. A gente vai passar uma semana aqui com o Nialler, então não vê-lo é impossível.
– Você tem razão. – dei um pulo da cama. – Essa não sou eu.
– Ótimo, agora vamos pra piscina?
– Não, não estou a fim de verdade, eu vou só ficar olhando vocês lá.
– Você quem sabe. – deu de ombros e foi se trocar.
Fui até o banheiro enquanto ela se trocava, para que lavasse meu rosto. Os olhos não estavam inchados, pois não chorei muito, só estavam levemente avermelhados, o que poderia dizer que era uma irritação. Saí do banheiro e já estava com seu biquíni , me esperando para que pudéssemos ir.
– Vamos?
– Aham. – assenti.
Saímos do quarto, descendo as escadas e encontrando , Harry e Louis.
– Vamos? – eles falaram em uníssono.
– Vamos, a vai ficar lá com a gente.
– Tá.
– Vão indo que encontro vocês lá, estou com fome, vou preparar algo pra comer antes.
– Ok, te esperamos lá. – disse.
Eles foram para a piscina e eu, para a cozinha. Peguei um copo no armário, e coloquei um pouco de suco de laranja. Voltei à geladeira e peguei alguns pães para fazer torrada. Coloquei na torradeira e me encostei à pia para esperar.
Logo a porta da cozinha se abriu, e eu vi um loiro de olhos claros sorrir para mim. Como ele era falso! Virei para a torradeira, percebendo que minhas torradas já estavam prontas. Tirei-as e coloquei em um prato.
– Oi, . – ele parecia sorrir.
– Niall. – coloquei a torradeira de volta em seu canto.
– Aconteceu algo?
– Não sei, aconteceu? – virei, o encarando.
– Se você estiver assim por causa do beijo ontem, era sobre isso mesmo que eu queria falar.
Finalmente ele tinha virado homem e ia me falar que não queria mais.
– Não precisa, eu escutei você falando com a , e quer saber? Também acho que nunca mais deveríamos ter nada. – saí da cozinha em passadas largar e fortes, esquecendo minhas torradas e suco lá, mas não voltaria nem morta.

Coloque essa música para tocar.

’s POV
Cortei o beijo e abri os olhos lentamente. Liam me olhava, surpreso. Não, de forma alguma ele imaginava que eu o beijaria, e era aí que eu estava ganhando. Jogos foram feitos para ganhar, e adivinhem quem ia perder?
– Você é louca?! Só pode ser! – Payne se levantou.
– O quê? Achei... Você ontem deu a entender que queria isso. Afinal, não foi você quem insinuou que era eu que queria?! – me levantei, ficando em sua frente.
– Então é isso?! Tudo é por causa de ontem? Como você...? Eu não acredito! O seu jeito de “amar” é estranho, não acha? Onde você queria chegar com tudo isso?
Fiquei calada. Como assim ele queria fazer a mesma coisa comigo? Por que estava me dando lição de moral?
– O gato comeu sua língua? Nossa, e eu pensando que você era só uma daquelas pessoas que não querem se aproximar por outras, por medo de perder. Mas você é uma imbecil! Que não mede consequências. Quanto seu “eu te amo” vale? Nada!
– Cala a boca! Você acha que é quem pra me dar lição de moral? Até parece que não queria fazer o mesmo comigo, só que eu fui mais esperta, não é, Payne?! Desculpa se seu “planinho” não deu certo. – me virei para a porta, com a ideia de sair, mas ele me segurou pelo braço.
– Do que você está falando? Fazer o que com você, garota?
– Não se faça de santo! Você queria fazer o que todos fazem! Me fazer me apaixonar por você, e, depois de se aproveitar, vai me dar um pé na bunda. Depois de me comer, vai me jogar fora, que nem lixo! VOCÊ NÃO É MELHOR QUE ELE! – gritei essa última parte.
– Você não me conhece de verdade. – ele soltou meu braço. – Eu sinto muita pena de você, por sofrer por uma pessoa que te fez tanto mal, e sinto mais por, depois disso, você perder toda a fé de que pessoas podem amar outras, de verdade. Mas não foi porque alguém foi um babaca com você que todos serão. – ele passou a mão nos cabelos. – Porém, de uma coisa você estava certa. Nós não seremos amigos, você não merece amigos. Você quer o quê? Jogar do mesmo jeito que fizeram com você?! Aprenda a confiar nos outros, que vai ganhar mais. – ele se virou para a porta, como se fosse sair. – Só mais uma coisa. Não espere mais nada que pena de mim, se não confiava em você antes, quem dirá agora?! Como você queria, só ficaremos no mesmo local por nossos amigos, porque perdi qualquer vontade de ser qualquer coisa sua. – ele saiu.
– EU NÃO PRECISO DA SUA PENA, LIAM! EU TE ODEIO! VÊ SE NÃO FALA MAIS COMIGO! VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE MIM, SEU LESADO! N-A-D-A! – gritei, sem saber se me escutaria.
Mesmo sem perceber, lágrimas começaram a escorrer de meus olhos. Caí de joelhos no piso da casa antiga, vendo flashes daquele dia voltarem à minha mente.

Flashback On:
– Você já conseguiu?
– Não, mas de hoje não passa. – ele riu. – Ela vem aqui em casa. Faz exatamente um mês de namoro, e adivinhe quem vai arrumar tudo pra fazer o que bem entender? – ele ria com gosto.
Flashback Off.

Talvez o Payne estivesse certo em tudo que disse. Fazia muito tempo que não acreditava no amor, pelo menos, no amor de homem e mulher. Também poderia ser que nunca mais voltasse a crer. A que ponto eu tinha chegado? Eu me tornando um ser repugnante feito ELE? Feito o Victor? Eu não podia. Eu era melhor que isso.

Harry’s POV
– Eu disse que queria brincar de briga de galo! – protestei.
– Tudo bem, então eu e a subimos em vocês e quem derrubar o outro primeiro perde. – falou, prendendo o cabelo em um coque molhado.
– Isso aí. Eu e a contra vocês dois. – apontei para o Louis e .
– Tudo bem, a gente vai ganhar mesmo. Só que cadê a ? Ela poderia servir como juiz. – Lou olhou de um lado para o outro, até que a viu se aproximando.
– Me procurando, Tommo? – ela o olhou.
, pode nos ajudar na brincadeira? – perguntou.
– Dependendo do que for. – se aproximou mais.
– É só para vê quem ganhou na briga, tudo bem? – falei.
– Aham, então tá, eu ajudo. – ela se sentou em uma cadeira, debaixo da cobertura que existia perto da piscina.
– Já podemos começar? – perguntou.
– Claro. Harry, mergulha para eu subir. – pediu.
Assim como ela pediu, eu fiz. Quando voltei à superfície, já estava em cima do Louis. Nos aproximamos e começou os empurrões, até que caiu.
– Não vale!
– Seja uma boa perdedora, . – dava de ombros.
– É melhor você colocar mais força, não gosto de perder. – Tomlinson a colocou em sua corcunda.
– Segundo round! – gritou.
Desta vez, foi a que caiu. Ficamos nisso mais algumas vezes, até que...
– E os vencedores são... e Harry! – gritou nossos nomes.
– Na próxima, a gente ganha. – Tommo falou, saindo da piscina.
– Vai sonhando. – falei, o seguindo.
– Vocês já vão sair? – perguntou.
– Estou com fome. Afinal, a não tinha ido pedir pro Liam comprar algo? – Tomlinson disse.
– É, mas até agora nenhum dos dois apareceu. – reclamou.
– Ei, o Liam está chamando pra almoçar. – brotou na área de lazer.
– É só falar. – falei enquanto dava uma jogada de cabelo .
Saímos da piscina e seguimos para a casa.
– Tem pizza em cima da mesa. Quem quiser, se sirva. – Liam se jogava no sofá com seu prato, que continha duas fatias de pizza.
Dei de ombros e fui até a cozinha, onde peguei um prato e um copo.
– Pega um prato pra mim, Hazza. – pediu.
– Só porque é pra você, gata. – peguei um copo e a entreguei. – Hoje a gente arrasou com eles.
– Claro, você esperava menos que isso? – ela me olhou.
– Não. – dei um beijo em sua bochecha. – Foi um prazer fazer parte da sua equipe.
– Digo o mesmo. – ela sorriu.
Me aproximei da mesa, peguei dois pedaços de pizza e coloquei em meu prato. Sentei ao lado da , que já estava comendo.
– O que vai ser nosso prêmio? – ela me olhou.
– Hum... Hoje e amanhã quem faz o jantar são vocês. O que acha?
– Ótimo, porque eu estava cansada de ficar cozinhando pra vocês. – se sentou a mesa.
– Tudo bem, agora, se vocês morrerem, não nos culpe. – deu de ombros.
– Deixa de ser dramática, você não cozinha mal coisa nenhuma. – deu sua última mordida em seu primeiro pedaço.
– Não estou falando de mim, e sim do Louis. – ela o olhou.
Rimos com seu comentário.

Niall’s POV
Ainda não tinha conseguido falar com a novamente. Depois que nos encontramos na cozinha, e ela falou algo que não condizia com a realidade, não consegui voltar a conversar com ela. E, de verdade, eu precisava fazer isso, afinal, de onde ela tinha tirado essa conversa? Porque eu, pelo menos, acho que não falei isso para a , ou... Essa não! Ela só escutou a parte ruim da conversa, nada do que eu disse de bom dela, só a parte em que minha cabeça doente dizia tudo aquilo, que eu achava que só podíamos ser amigos.
Agora? Eu não sei. Pensei em deixar as coisas acontecerem e tomarem seu rumo. Só o que tiver de acontecer, vai ser, mas agora eu tinha um problema maior. Convencê-la disso.
Andei para a área de lazer. Eram mais ou menos 16:00h e quase todos estavam na piscina, menos e , que estavam no quarto, fazendo só Deus sabe o quê. As meninas estavam de um lado da piscina conversando, enquanto os caras estavam jogando um jogo com uma bola.
Tirei minha camisa e pulei na piscina.
– E aí, dude? – Zayn disse.
– E aí? Estão jogando o quê?
– 1... 2... 3. – Liam respondeu.
– Quer jogar? – Harry perguntou.
– Claro. – dei de ombros.
O jogo percorreu e eu sempre perdia, porque, na verdade, não estava prestando atenção nele, mas sim na loira que estava do outro lado da piscina, conversando com as amigas. A nossa conversa tinha me perturbado um pouco, e eu queria tirar tudo a limpo.
– Niall! – senti a bola em meu rosto. – Cara, presta atenção! – Hazza se estressou.
– Nialler, desse jeito, você só vai perder. – Payne falou.
– Tudo bem, eu vou sair. – falei enquanto saía da piscina. – Já estava cansando de levar bolada.
Saí da piscina e me sentei em uma das cadeiras da área de lazer. Peguei meu celular, que estava enrolado com a camisa, e comecei a mexer. Se ali tinha área? Tinha, porém era a pior possível. Esse é o aspecto ruim de se estar no campo.
Levantei meu olhar, vendo a sair da piscina e ir em direção à casa.
Eu não podia perder essa oportunidade perfeita de falar com ela. Me levantei da cadeira e segui para a casa, a adentrando sem me importar se a molharia ou não. Olhei a extremidade do espaço e não a vi. Onde ela estaria? E foi quando escutei um batido de panela na cozinha.
Segui para lá, a encontrando agachada, pegando uma panela no chão. Ela me olhou assim que se levantou.
– Preciso falar com você.
– Fale. – ela se virou para a pia, colocando a panela na mesma.
– Você entendeu errado, . Quando eu disse à que não queria ficar com você, foi antes, quando não te conhecia de verdade.
Ela deu de ombros.
– DÁ PRA PRESTAR UM POUCO DE ATENÇÃO? – me aproximei dela.
– O que é? Já não falou o que queria? Eu entendi, Niall. – ela se virou para mim.
– Não, não entendeu. – eu olhei em seus olhos. – Nós somos amigos, eu não quero acabar com isso. Me desculpa se foi errado te beijar, mas não posso mentir pra você. Foi um acidente, não foi proposital, e eu já tinha mesmo dito que nunca ficaria com você, porque achava que você não combinava comigo, mas isso foi antes de te conhecer bem. Agora te conheço e gosto de ser seu amigo.
– Então por que você em vez de falar isso com ela não falou comigo?
– Porque eu ia chegar em você e dizer “Ei, eu tinha uma ideia diferente de você, agora sei como você é, e peço desculpas por isso”?!
– É! É tão mais fácil.
– Provavelmente você me chamaria de louco, ou coisa assim.
– Talvez, mas você nunca vai saber, sabe por quê? Você nunca o fez. – ela se voltou para a pia.
– Porque vocês mulheres são tão... bipolares?
– É um dom. Ainda tem algo pra falar?
– Não quero perder sua amizade.
– E não vai, não agora.
Me aproximei dela, a virando.
– Quê? – me olhou.
– Um beijo.
– Não!
– Só um.
– Niall, se continuarmos ficando, quero que sejamos amigos acima de tudo. Não quero que os outros saibam, porque não é nada sério, então seja discreto. É só ficar, então podemos ficar com outras pessoas. E o mais importante: não se apaixone.
– Sim, senhora! Mas você também não pode ficar escutando minhas conversas com outros, e os termos valem para os dois!
– Tudo bem. Agora se afasta.
– E o beijo?
– Seja discreto, lembra?
– Tá. – roubei-lhe um selinho.

’s POV
– Nossa! Mas você ainda gostava dele? – me olhou.
– Todos fazem essa pergunta. – passei a mão no travesseiro que estava em meu colo. – Acho que não. Sabe quando você não sente nada? Só decepção com você mesma?
– Acredite, eu sei.
, você amava muito o Victor?!
– Eu era muito apaixonada por ele, foi tanto que nunca sofri daquele jeito, mas, hoje, só consigo ter raiva.
– Entendo. Se tivessem feito comigo o que ele fez com você, também o odiaria. Mas e ele? Teve notícia?
– Nesses últimos anos, não. Só nos últimos dias. Ele apareceu de surpresa na casa da minha avó, e disse que queria conversar comigo, todo hipócrita. Eu neguei e simplesmente saí de perto dele antes que ele fizesse algo.
– E ele teve a coragem de fazer isso?
– Teve, e o pior é que ele me fez ficar com mais raiva do Liam.
– Oi? O que o Payne tem a ver com isso?
– Nada, mas eu pensei que ele queria fazer o mesmo que o Victor fez comigo, porque ele começou a me falar umas coisas que me induziria a pensar estar apaixonada por ele. Do mesmo jeito que o Victor fez, e eu sou uma burra por ter pensado, em fazer o mesmo com ele. Agora Liam só conseguiu me humilhar, falando coisas terríveis de mim, o que eu sei que é verdade, e agora me sinto um lixo por pensar em fazer algo tão repugnante com ele. Mas também não sei se tenho mais raiva por ele ter me humilhado!
– Nossa! Uau! E quando foi que isso aconteceu?
– Mais cedo. Eu o beijei e depois discutimos, e pronto.
– E agora?
– Nada. Não tem mais nada.
– Você o odiou desde a primeira vez, não sei por quê.
– Desde sempre, nunca fui com a cara dele.
– Será que sua má interpretação com ele não está errada?
– Talvez, mas acho que não.
– Você tem uma ideia tão ruim do Liam, . Por que não dá uma chance a ele?
– E você tem uma visão tão boa que parece falso.
– Por que não começa a dar uma chance a ele?
– Por que todos acham que deveríamos ser amigos? Não vamos ser isso nunca, porque nenhum dos dois quer isso!
Dei de ombros.

Louis’ POV
Saímos da piscina para que pudéssemos tomar banho e nos organizar. Tínhamos decidido comer em um restaurante e depois ir até a cidade, para, quem sabe, ir ao cinema. Se tudo corresse como o planejado, faríamos isso.
Subi as escadas correndo, sabendo que só tinha três banheiros na casa, e, como eu já imaginava que a fila seria longa, pelo fato de serem dez pessoas para três banheiros, queria ser o primeiro a entrar, em um dos três. Peguei rapidamente as coisas no meu quarto e fui o primeiro a entrar no banheiro do meu quarto.
Passei mais ou menos uns três minutos (?) e pronto, lá estava eu saindo, com os outros marmanjos doidos para entrar no banheiro. Claro, não foram espertos como eu para chegar primeiro.

(...)


– Qual vocês preferem? – perguntou .
– Peça duas grandes. – respondeu o Harry.
– Aí não dá. Uma sozinha é para o Niall. – brinquei.
– E a outra para a . – completou.
Todos começaram a rir, menos os dois.
– Tão engraçados, vocês... Mas ainda não vi graça. – fez careta.
– Até parece que vocês também não comem... – Nialler protestou.
– E não comemos mesmo, pelo menos, não eu. – disse.
– Até parece... , querida, estamos falando da mesma pessoa? Você também come muito. – falou.
– Isso é recalque de vocês. – ela deu de ombros.
– Agora a verdade virou recalque. Aham, tá... – debochou.
– Fica calada, . – ela mandou.
– Vai sonhando, . – respondeu.
– Já podem parar. Aqui não, vocês brigam em casa. – disse.
Elas estreitaram os olhos e depois voltaram a agir, como se nada tivesse acontecido.
– Enfim, vamos pedir quantas? – Zayn questionou.
– Peça três grandes. Qualquer coisa, levamos pra casa, se sobrar.
– O Daddy sempre sendo o que sabe de tudo. – dei dois tapinhas nas costas dele.
– Ok, mas de quê? – Styles perguntou.
– Frango com catupiry, quatro queijos e chocolate. O que acham? – Niall perguntou.
– Tanto faz. – demos de ombros.
Chamamos a garçonete e fizemos nosso pedido. Após ela ir embora, começamos a ter uma conversa gostosa e ininterrupta, até o momento em que a comida chegou.

Liam’s POV
Acordei com o sol em meu rosto. Quem havia deixado a janela aberta? Esfreguei meus olhos e saí da cama. Fui ao banheiro e fiz minha higiene. Depois de trocado e com um aspecto aceitável, saí do quarto. Desci até a cozinha, para ver se tinha algo pronto para comer. Assim que entrei, percebi que a estava conversando com o Zayn, só que em um tom baixo.
– Bom dia. – os cumprimentei.
– Bom dia, Daddy. – Zayn respondeu.
– Bom dia, Liam. Está com fome? Estou fazendo torradas pra mim e para o Malik. Se você quiser, posso fazer pra você também.
– Quero sim e obrigado. – me sentei na mesa ao lado do Zaza. – Mas o que foi que ele fez pra conseguir alguém para cozinhar?
– Digamos que eu tenha meus encantos. – Zayn sorriu.
– Digamos que eu resolvi fazer uma boa ação. – ela contradisse.
– A situação está ruim, hein, Malik?! – brinquei.
– Mas ainda tenho você, amor. – ele fez voz de gay.
– Me sentindo sobrando. – colocou as torradas em um prato na mesa, junto com a geleia uma caixa de suco.
– Valeu. – agradeci.
– Por isso que eu te amo, . – Malik deu um beijo na bochecha dela.
Peguei meu prato, e, com algumas fatias de torrada e um copo de suco, fui para a sala. Não queria servir de vela, se é que vocês me entendem. Cheguei na sala e instantaneamente me arrependi. Ela estava lá. A estava semisentada/deitada no sofá, lendo um livro, momento no qual ela parecia ser tão indefesa, coisa que, de verdade, não era. Me preparei para sair, quando escutei sua voz.
– “O guardião” de Nicholas Sparks, o canceroso. Eu sei, mas até que eu gosto das histórias dele. Mesmo tendo toda a coisa de câncer, mostra que se pode superar a vida.
Me virei novamente para ela.
– Se quiser, pode ficar. Eu leio em outro lugar, a casa é sua. – se levantou.
– O quê? Agora vai agir como se fôssemos amigos? – sim, eu ainda estava com raiva.
– Não. Se fôssemos “amigos”, eu pararia de ler para ficar com você e não sairia. – ela deu ênfase em amigos. – Mas ainda sei ser educada. Pode não parecer, mas sei.
A observei sair. Sem dúvida ela conseguia ser mais doida do que eu já achava que ela era. Esqueci da parte bipolar também. É incrível como algumas pessoas são... Esquece.
Me deitei no sofá onde ela estava antes, tentando esquecer todos os últimos acontecimentos que ela provocou. Mas adivinhem? Não consegui. Parece que quanto mais se quer ter certeza de que se conhece uma pessoa, mais ela foge de suas certezas. Quando eu acho que a conheci, me dou conta que não. Não sei nem ao menos quem ela é. Tento saber para que tenha um pouco de controle e... nada! Isso era frustrante! Principalmente para mim!

Zayn’s POV
Noite, terceiro dia. Nossa, como os dias se passam rápido e não percebemos? Lá estava eu, sentado na varanda com a , conversando sobre coisas banais. As noites costumeiramente eram jogos, filmes, sair para jantar, essas coisas, mas como hoje ninguém estava a fim de fazer nada, só nos dividimos, como fazemos durante o dia: todos fazem o que bem entendem, quando bem quiserem, com quem bem quiserem.
– Você é lesado, Malik... – ela ria esbaforida da minha cara.
– O que foi? Não sei por que você está rindo feito uma louca. – dei de ombros.
– Ainda se faz de desentendido?! – ela colocou a mão no peito, recuperando o ar.
– Eu, de verdade, não sei do que você está falando. – me fiz de ingênuo.
– Ah, não? – ela se levantou e parou na minha frente, com as mãos apoiadas no quadril. – Vem cá que eu te mostro.
– Qual parte do “eu danço parecendo um pato bêbado e manco” você não entendeu?
– Vem... Eu te ensino. – ela puxou meu pulso, e eu me levantei. – Que tal Where Have You Been da Rihanna só pra começar?
– Você é louca. – a olhei.
– Então seja louca comigo. Seja meu essa noite?! – ela sorriu.
Desta vez, quem começou a rir fui eu.
– Já me fizeram essa proposta várias vezes, mas não nesse sentido. – tentava controlar meu riso.
– Vou considerar isso um sim.
– O que eu ganho dançando com você? – questionei.
– Você escolhe. Que tal? Vai, Zayn... Não seja mal, é só uma dançinha.
– Eu não acredito no que vou dizer, mas está bem... Você venceu, só não sei se isso vai dar certo.
– Me sentindo no livro “O Lado Bom da Vida”. – ela colocou play na música. – Não sei por que você diz que dança mal se, quando te conheci, dançamos juntos na festa.
– Eu estava bêbado! Isso não conta.
– Vem e dança! – ela me puxou de novo.
Das duas, uma: ou ela fazia aula de dança ou eu não sei. Se enquanto estava bêbado, no dia que nos conhecemos, me impressionei, quem diria hoje. Ela dançava muito! Mexia o quadril com sintonia, não diferente do corpo inteiro. Ela tentou me ensinar, até que eu, como boa pessoa que sou, resolvi bagunçar e fazer com que ela parasse de dançar, segurando-a pela cintura.
– Tá bom, desisto, não ganhei nada. Eu não danço bem e ponto final. Faço o que você quiser, só não danço mais.
– Seu chato! – ela deu a língua. – Então fica aí, que eu quero dançar, e me solta.
Eu a apertei mais em meus braços. Ela me olhou.
– Olha que eu faço você pagar por não ter dançado... – ela ameaçou.
– Como? – questionei.
Ela não respondeu e continuou me olhando. Parecia me avaliar. E logo sua expressão relaxou. Ela se aproximou de mim, e, antes que eu desse por mim, os lábios dela estavam colados com os meus. Encostei-a na parede, para que o espaço que nos separava ficasse menor. As mãos dela foram para a minha nuca, e lá ela depositou arranhões de leve. Eu pedi passagem e ela cedeu. Começamos um beijo feroz e cheio de vontade. Minhas mãos percorriam a cintura dela, apertando o local. Diferente da primeira vez que ficamos, esse beijo tinha algo diferente, não era mais um erro, era algo novo, que eu não sabia o que era, mas não queria que acabasse, até que a falta de ar foi maior.
Nos afastamos, demorando para abrirmos os olhos.
– Sinto muito, eu não...
Não esperei que ela terminasse a frase e a beijei novamente. Dessa vez, o beijo foi mais calmo, mas com a mesma sensação, poderia dizer até que maior.

’s POV
Estava deitada na minha cama quando escutei alguém bater em minha porta. Quem poderia ser? Continuei deitada e mandei que a pessoa entrasse, mas confesso que me surpreendi, afinal, aquele hipócrita não estava nem aí para mim desde que chegamos, porque só ficava com o Louis e a .
– Quem diria! O Styles lembrou que eu existo! Que milagre, achei que isso era impossível. – virei para o outro lado da cama, a fim de não vê-lo.
– Está com ciúmes?! Sim, você está com ciúmes. – ele se jogou na minha cama, junto comigo. – Não se preocupa, tem Harry pra todas!
– Eu não quero o Hazza pegador! Eu quero meu amigo, que esqueceu de mim!
– Tão dramática... Você sabe que eu te amo, né?!
– Será?
– É! E por isso preciso da sua ajuda... – ele sorriu daquele jeito que só ele sabia.
– Tinha que ser pra você vir me procurar! – me sentei. – Conta.
– Me ajuda a ficar com a ?!
– COMO? – quase engasguei com minha própria saliva. – Desculpa, OI?
– O quê? Quero ficar com ela. Preciso de você porque ela brinca comigo, mas parece não levar a sério.
– É a , o que você espera?
– Você vai me ajudar?
– Não. Eu já tenho os meus problemas, e outra coisa. Você é muito galinha e mesmo que a seja a ... Não te ajudo. Ela até merecia, mas não. Você é um pegador safado e tarado. O que me garante que não vai induzi-la a ir pra sua cama? Nada, então não.
– Você falou, falou e não disse nada com nada.
– Se vira, Harry. Você sabe muito bem fazer isso. – dei de ombros.
– O que custa? – ele me olhou.
– Meu tempo e minha paciência. Duas coisas que custam muito.
– E eu achando que você era minha amiga.
– E eu sou, só que dos dois! Não me mete nessa, seu idiota. Se vocês quiserem ficar, não sou eu que vou ajudar. – deixei escapar.
– Por que não?
– Porque... Vocês são dois idiotas, e se der algo errado, vão me culpar pra sempre!
– Prometo que não.
– Harry...
– Faz assim: pergunta a ela se ela ficaria comigo e pronto. Só isso. Aí depois eu me viro.
– Por que você mesmo não faz isso?
– Você é amiga dela, fica mais fácil.
– Ai... E essas merdas sobram pra mim! – dei uma pausa. – Tudo bem. Eu faço o que você me pediu. Só dessa vez, seu idiota.
– Valeu, mas para de me chamar assim. Que coisa mais chata. – ele voltou a se deitar na minha cama. – Mas e você? Que problemas são esses para resolver?
– Nada pra se preocupar, eu acho. Só meu namorado, que estava meio estranho hoje quando liguei, mas nada de mais.
– Cuidado, viu, homem quando está estranho não é coisa boa.
– O que está insinuando? – olhei.
– Não sei...
– Só porque você é um puto, não significa que todos sejam, Hazza.
– Quem está dizendo isso é você, não eu. – ele deu de ombros.
– Cala a boca, você só fala merda. – joguei uma almofada nele. – Olha que não te ajudo mais.
– Me calei.
– Imbecil. – sorri.

’s POV
! Vai logo ao ponto! – eu já estava ficando impaciente com os rodeios dela.
– O Harry... Se vocês depois ficarem falando merda, eu mato!
Olhei-a, mandando prosseguir.
Ela bufou.
– Ele quer ficar com você.
– Ah, então é isso? O Hazza é um gato, mas não vou ficar com ele. – dei de ombros.
– Por que não? – ela me olhou, surpresa.
– Por sua crise de ciúmes.
– Que ciúmes?
, você passou 30 minutos tentando arrumar desculpas para que eu não quisesse ficar com ele, indiretamente.
– Eu? Não, , só estou pedindo que não me culpem se algo der errado.
Olhei-a como se dissesse “sério?”.
– Ciúmes de amigo. Já ouviu falar? – ela se deu por vencida.
– Aham, tá... Mas enfim, você está com Zack e o ama, não é?
– O quê? Claro que eu o amo, não estou apaixonada pelo Styles. É só que aquele idiota me largou! Só isso, mais nada. – ela suspirou. – Não quero que tenha que me dividir entre vocês.
– Isso não vai acontecer, tá?! Somos maduros o suficiente para lidarmos com isso.
– Então tudo bem. – ela deu de ombros. – Pode ficar com ele.
, eu não vou te prometer nada, até porque se o Harry me pegar em uma festa bêbada, eu posso muito bem ficar com ele, mas se você não quiser, eu não fico de jeito nenhum.
– Não... Tudo bem, mas não vou dizer que estou com ciúmes, só que... Pode ficar com ele.
– Você gosta dele. – me ajeitei na cama.
– O QUÊ? – ela gritou. – Não! Não! Eu não gosto dele! Deixando isso bem claro.
– E por que toda essa prescrição?
– Então tá! Fica com ele, se comam, tenham filhos, morem em uma casa com um cachorro. Eu não ligo! – ela se levantou apressada. – Só quero que se ferrem! – ela saiu do quarto, batendo a porta com força.
... Eu estava brincando. Volta aqui...
Que estresse, e depois diz que não gostava dele. Aham, até parece. Algo me diz que Zack não estava mais em alta. Não que ele algum dia merecesse estar, ele não mereceu nunca. Quem mandou não valorizá-la? Agora perdeu.
Me levantei da cama, não acreditando que iria atrás dela. Tentei, mas não consegui encontrá-la. Aonde aquele ser havia se metido? Principalmente àquela hora da noite?
– Tá procurando o quê? – Louis brotou (literalmente).
. Ela ficou meio chateada depois que insinuei uma coisa que não gostou.
– Eu a vi indo pra área da piscina, vai atrás dela?
– Hum... Acho que vou deixá-la se acalmar um pouco. – me virei para ele. – Mas e você? O que está fazendo?
– Nada de especial, só acabei de falar com o Simon.
– Ah... E aí?
– Ele só disse que o lançamento do CD iria ser adiado para novembro, e que eu não vou precisar mais me “casar” porque as coisas já estão complicadas, e eles querem que as meninas fiquem calmas agora. – ele deu ênfase em casar.
– Como assim você ia “casar”?
– Longa história da Modest, que não vale a pena ser contada.
– Eu quero saber, e tenho tempo suficiente. – eu fiz cara de paciente.
– É só que... – ele me olhou. – Acho que você não sabe, mas meu namoro com a Eleanor é falso. – esperou minha resposta.
Eu só assenti, pedindo que prosseguisse.
– Então... É porque antes de acontecer tudo isso, tinha ficado de discutirmos se eu ia, ou não, ficar noivo da Els, não sei se chegaria a casamento. – deu de ombros. – Mas briguei com ela, e aconteceu tudo isso de uma vez, então, agora, o Simon quer que fiquemos mais na nossa. Para que tudo não vire uma bomba-relógio, pronta para explodir a qualquer momento.
– Sei... Então você não vai ficar mais noivo?
– Creio que não.
– Ótimo! Mas um com a bundona livre no mundo. – eu deixei escapar.
Ele me olhou, não acreditando em minhas palavras.
Eu abri a boca em um “o” perfeito.
– Saiu. – eu coloquei a mão na boca, não acreditando que tinha falado aquilo.
Ele começou a rir de uma forma gostosa, e eu me peguei olhando para ele, admirando aquele seu sorriso. Foi ali que percebi que ele era lindo.

Niall’s POV
– Niall... Pa-para... – implorava, já ficando sem ar.
– Não! Só se você me der um beijo.
– Eu... eu... dou... – ela falava entre risos.
Parei e ela me deu um selinho.
– Seu manipulador, descuidado. – ela voltou a se sentar. – Você é louco. Lembra das regras?
– Sim, senhora, mas não é fácil ficar te vendo e não fazer nada.
– Claro que é, só basta não ficar me olhando toda hora e pronto.
– Chata. – dei um selinho nela.
– Acho melhor voltarmos para dentro. Daqui a pouco, vão notar nossa falta.
– Provavelmente não. Todos estão separados, e o que teria de mais se dois amigos estivessem no jardim, conversando?
– “Conversando”, né, bonitinho?! – dei ênfase.
– Isso aí, como você aprende tão rápido?
Ela deu um tapa em meu braço.
– Você não tem graça! – ela apontou o dedo para mim.
Eu aproveitei que ela estava daquele jeito e me aproximei, começando um beijo. Minha mão passou pela sua cintura, e suas unhas foram para minha nuca, em que começaram a arranhar levemente. O beijo era calmo e com sentimento. Pedi passagem para aprofundar o beijo e ela cedeu. Os lábios dela eram macios. Uma de minhas mãos foi para seu rosto, o alisando.
Já estávamos ficando sem ar e cortamos o beijo. Nos olhamos e percebi que ela sorria. Se eu imaginava algum dia ficar com a ? Não, nunca, mas cada vez ficava mais certo de que foi o certo. Vê-la sorrindo, ver seu olhar... Tudo nela era motivos para eu estar mais convicto disso.

’s POV
O que eu tinha ido mesmo fazer ali? Será que era pensar mesmo? Minha cabeça estava cheia de dúvidas naquele instante, naquele dia, ou talvez sempre. Desde que o Victor fez o que fez com a minha vida, tudo simplesmente ficou confuso em minha mente. Não sabia mais o que era confiar, gostar, amar, querer estar perto, ter amigos... Minha vida simplesmente tinha virado de cabeça para baixo, ou o meu castelo de cartas, que foi derrubado por um simples sopro.
Sentei no antigo sofá e suspirei. Como eu conseguiria resolver toda a confusão em minha vida? Estava começando a me perguntar se essa que eu era agora era a certa. Essa era quem eu queria ser? Como saber?
Suspirei mais uma vez, frustrada. Minha cabeça estava perdendo para um ninho de rato de tão confusa. Eu sabia que eu estava errada, que não queria ser mais a que não confia em ninguém, mas também não queria ser a que acreditava em todos. Outra decepção eu não aguentaria... Mas se talvez eu... Só talvez, eu pudesse me permitir, ser tudo que um dia já fui, quem sabe dessa vez eu conseguisse fazer diferente? Era só não ser mais tão ingênua, afinal, tinha crescido e amadurecido. Esperava que os anos que passaram tivessem me feito mais esperta nesse sentido. E tudo estaria bem, se o Liam não me confundisse a cada segundo que passasse comigo. Como isso podia ser possível?
Eu estava confusa com ele e comigo. Tudo parecia tão nublado em minha mente nesse sentido. Se passasse mais tempo assim, enlouqueceria. A questão é: eu não sabia o que ele queria de mim, e por isso não sabia o que queria dele. Simples assim. Como podia querer algo de uma pessoa que não sabia o que queria de mim? Se eu pudesse ter uma conversa sensata com ele sem brigar... Não, isso era impossível, preferia ficar com minhas dúvidas e tentar resolver só.
Escutei o barulho da porta sendo aberta e me virei.
– O que está fazendo aqui?


Capítulo 8


“Descubra quem você é e seja de propósito. – Do filme Um Amor Para Recordar”.


Liam’s POV
Todos estavam por aí na casa, cada um fazendo o que bem entendia, e lá estava eu, jogado no sofá, quando resolvi me levantar para ir lá fora. Quando vi a passando como um foguete para a área da piscina, resolvi ir atrás dela, para saber o que tinha acontecido.
Passei pelo jardim, quando percebi que a porta da casa da minha avó estava aberta. Eu podia jurar que a tinha fechado. Fui até lá para fechá-la, quando percebi uma silhueta sentada no sofá. Abri mais a porta e percebi quem era.
– O que está fazendo aqui?
Ela já me olhava.
– Não sei. – parecia cansada.
– Tudo bem... Você está bêbada ou algo assim? – falei, entrando na casa.
– Não. – ela suspirou. – Eu só queria ficar sozinha. Eu vou sair daqui. – ela se levantou, passando por mim.
Segurei sua mão, a impedindo disso. me olhou.
– O que aconteceu? – perguntei.
pareceu soltar todo o ar de seu corpo.
– O que você quer de mim?
– Como assim?
– O que você quer de mim? Não sei como agir com você, porque me confunde. Eu só quero me entender e você simplesmente não deixa.
– Como eu não te deixo se entender?
– Eu não sei. – ela abaixou a cabeça. – Só tenho medo. Medo de que todos que se aproximem, me magoem e me façam sofrer. Só não aguento não te entender.
Naquele momento, percebi que ela chorava, e, pela primeira vez desde que nos conhecemos, nos abraçamos de verdade, sem nenhum joguinho. Ela se aninhou em meu peito e chorou.
– Sinto muito por... Eu não sei como pude fazer aquilo. – ela só soluçava.
– Tudo bem, já passou – eu a abraçava.
– Nós não nos damos bem. – sorriu.
– Não. – concordei.
– Eu não quero mais brigar com você, Liam. Por eles e por nós, vamos tentar nos dar bem? – ela se afastou de mim.
– Era o que eu queria, mas você não aceitava.
– Não... Você queria amizade, e não trégua.
– Tá, tá. Sem brigas.
enxugou suas lágrimas.
– Obrigada. – ela sorriu. – Até que você não é tão ruim quanto eu imaginava.
– Não julgue um livro pela capa antes de conhecer o conteúdo.
– Já ouvi muito isso.
– Mas até hoje não aprendeu.
– Cala a boca.
– Eu estou mentindo?
Ela bufou.
– Acho que isso não vai dar certo. – saiu pela porta.
Ri e a segui.

’s POV
– Eu não acredito que amanhã já vamos embora. – me joguei na cama.
– Não está sentindo falta de seu namorado, ? – colocava as coisas em sua mala.
– Claro, só que nos últimos dias que falei com ele, estava estranho, sei lá. Perguntei sobre a pessoa que ele queria me apresentar e ele disse que era a secretária nova. Fiquei meio “oi?”, mas aí ele disse que ela era amiga dele da antiga escola, então não dei a mínima. – dei de ombros.
– Essas são as piores. As antigas, que já os conhecem como a palma da mão.
– Cala a boca. – joguei uma almofada nela.
Ela desviou.
– E o seu, atual ex? Como ficaram?
– Ele, magoado, e ponto. Só terminamos e decidimos que futuramente vamos conversar, mas não pretendo voltar com ele.
– Acha que ele vai voltar para o Brasil?
– Não faço ideia. – ela deu de ombros.
– E o Zayn, você sabe como ele vai ficar?
– Não. Ele não me falou nada, mas vou perguntar.
– E por que está sorrindo em falar dele? – sorri para ela.
– Eu? Você está louca.
– Aham... Tá bom. Pode começar a contar tudo. – me sentei para encará-la.
Ela sorriu.
– Eu fiquei com o Zayn.
– Novidade zero.
– De novo. – ela corrigiu. – Duas vezes.
– COMO ASSIM? E eu jurando que não tivesse passado da festa.
– Foi aqui a chácara. Essas duas últimas.
– Mas vocês vão ficar de novo?
– Não sei, quem sabe?
– Você quer ficar de novo?
Ela sorriu maliciosa e eu já sabia a resposta.
– Gostou, hein?!
Ela gargalhou.
– Cala a boca, .
– Só estou dizendo o que está na sua cara.
Ela deu de ombros e voltou a arrumar sua mala.
– Você vai ficar aí, pensando no seu boy, e eu vou arrumar alguma coisa para comer, porque não é só a e o Niall que sentem fome aqui. – me levantei.
– Vai lá.
Desci as escadas e fui direto para a cozinha. Encontrei o Louis e o Harry lá.
– E aí, garotos?
. – eles me cumprimentaram.
– O que de bom vocês estão fazendo? – perguntei enquanto me dirigia à geladeira.
– Conversando, e você? – Lou perguntou.
– Vou comer e depois estava pensando se não teria uma trilha para fazermos. Tipo, já estamos no penúltimo dia, e só fazemos as mesmas coisas.
– É uma trilha cairia bem. – Hazza pareceu gostar da ideia. – Eu vou falar com o Liam sobre isso.
– Vai, que eu vou terminar meu café. – peguei meu copo de suco que havia colocado.
Styles se foi e eu e Tomlinson ficamos na cozinha.
– E aí, gato? Está calado demais para você. – me sentei no local que Harry ocupava a poucos segundos atrás.
– Talvez seja porque é cedo. – ele deu de ombros.
– Por que todos querem esconder algo, hein?
– Porque talvez você veja algo que não existe.
– Qual é, Louis...
– Tchau, . – ele se levantou.
– Lou... – o chamei, enquanto o via sair.

Zayn’s POV
– Acho que isso não vai ser difícil, vai?
– Eu tenho mesmo que me afastar dela? – passei as mãos pelo rosto.
– É o necessário, pelo menos por enquanto. Vocês não podem ser vistos juntos. A imprensa está caindo em cima de você, e já tem uma entrevista, junto com os garotos na segunda, assim que voltarem. Provavelmente vão perguntar algo, mas você dirá para não tocarem no assunto.
– Tudo bem. – suspirei, frustrado. – Era só isso?
– Por enquanto, só. Se mudar alguma coisa, te aviso.
– Ok. – e eu desliguei.
Eu já estava frustrado depois daquele telefonema. Quando as coisas parecem unicamente estar certas, algo vai e as faz desmoronar. Como eu iria chegar para a e dizer: “Não podemos mais ser vistos juntos, pelo menos por enquanto, então a gente volta a conversar, quando tudo isso acabar. Adeus!”? Teria que dar minha cara a tapa e falar isso, só que não dessa forma.
Suspirei pesadamente.
Por que eu só fazia tudo errado? Sempre era eu que levava a coisas a se estragarem. Claro, eu tinha mão para isso. Decepcionar pessoas estava ficando fácil em minha vida, como isso era fácil para mim. E o pior era que eu não podia fazer de outra forma, já que tinha regras para seguir, porque, como sempre... Eu estraguei tudo desde o começo.
– Malik, estão pensando em fazer uma trilha. Vamos? – chegou no quarto, me arrancando de meus devaneios.
Sorri para ela.
– Vou sim. Vai ser bom descontrair.
Ela parou.
– Aconteceu algo? Você está estranho.
– O Simon ligou para mim e não tenho uma notícia muito boa.
– O que foi? Aconteceu mais alguma coisa?
– Não pelo que me parece, tudo está se resolvendo perfeitamente, mas para isso... – fiz uma pausa. – Parece que não vamos mais poder ser vistos juntos. Pelo menos por enquanto.
continuou parada.
– É pela sua carreira?
Confirmei com a cabeça.
– Eu quase a destruí uma vez, então... Se é a única solução, eu faço. Mesmo sendo ideia do Simon.
– Você não gosta dele. – afirmei.
– Isso você já sabia. – ela amarrou os cabelos em um coque quase perfeito. – Acho que temos pouco tempo juntos, então vamos logo fazer essa trilha. – ela sorriu lindamente.
– Eu sinto muito. – cheguei perto dela.
– Não sinta. Nós que fizemos essa bagunça toda, então vamos arcar com as consequências.
Eu a olhei nos olhos. Como alguém podia ser tão maravilhosa? Me aproximei dela e depositei um selinho calmo, em sua boca. Ela era linda, por dentro e por fora.

’s POV
– De quem foi a ideia de acordar uma hora dessas para fazer uma trilha? – eu perguntava, irritada, enquanto andávamos em meio a uma mata.
– Deixa de reclamar, . Ninguém te obrigou a vir, deixamos bem claro quem não quisesse poderia ficar, e, se você não sabe, estava incluída nas pessoas que podiam ficar. – falou.
Eu lhe estendi a língua, que foi devolvida.
– Estamos perto? – perguntou, cansada.
– Segundo o mapa, sim. – Liam analisava o papel.
– Você ainda não tinha vindo aqui? – perguntou.
– Não. – ele deu de ombros.
– Então se nos perdermos... – começou.
– Não vamos nos perder, . Não escutou o Daddy? Já estamos chegando. – Louis a tranquilizou.
– Caso o contrário, vocês têm cinco gatos, e um mais que os outros, para protegerem vocês. – Harry se vangloriava.
– É mais fácil você sair correndo gritando. – Niall tirou sarro.
Hazza o olhou com cara feia.
– Acho que chegamos. – Zayn falou, chamando a atenção de todos.
Quando olhei, me admirei. Era lindo. Um campo verde, com algumas arvore ao longe e algumas flores espalhadas nos ramalhetes de grama.
– Verdade. Chegamos, e me parece que mais a frente tem um lago ou rio. – Payne voltava a analisar o mapa.
– Deixa de olhar esse mapa e olha isso. – arrancou o papel de suas mãos.
– Ei! – ele reclamou.
– E então? As coisas ficam aonde? Quero armar logo essa barraca para ir ao lago. – falei, interrompendo o início de briga dos dois.
– Acho que podem armar as barracas por toda essa extensão. – Louis dizia.
– Ótimo. Os meninos ficam armando a barraca e nós vamos arrumando as coisas dentro, e procurando gravetos para a fogueira mais tarde. – deu a ideia.
– E depois nos encontramos aqui para irmos ao lago. – terminei.
– Essa menina está com uma fixação com esse lago! – minha prima tirou onda.
– Se você não percebeu, quero me livrar do serviço. – respondi.
, sempre . – deu de ombros.

Niall’s POV
O dia hoje havia passado voando, diferente de sempre. Todos já estavam reunidos em círculo, na frente de uma fogueira, assando marshmallows, cantando, tocando, agasalhados em seus casacos ou ainda com edredom, para os que sentiam mais frio, como a e .
– Niall, você sabe tocar Brave do Josh Groban? – me perguntou.
– Conheço. – toquei a primeira nota e ela me acompanhou.
A música saiu fluindo. Mas meu olhar sincronizava unicamente na mesma pessoa que procurava todos os dias. . Ela estava ao lado do Liam, em uma posição descontraída. Seus cabelos caíam perfeitamente por suas costas, e como ela ficava bonita a luz do luar.
– Qual a próxima? – Harry perguntou, me tirando de meus devaneios.
E foi nesse minuto que percebi que tinha parado de tocar.
– Mas a música ainda não terminou. O Niall que parou de tocar. – bateu em meu ombro.
– Desculpe, esqueci o resto da cifra. Não sei muito bem essa música. – menti.
Não queria que ninguém se desse conta de que o motivo do meu esquecimento era a . Cada dia percebia que ficava mais difícil fingir que não existia nada entre a gente, quando, na verdade, nos pegávamos direto quando não tinha ninguém olhando.

(...)


– Apesar dos dias terem sido ótimos, estou feliz de finalmente ir para casa. – entregava suas coisas ao Paul.
– É assim que nos sentimos em turnê. A única diferença é que é menos descanso e mais trabalho. – Zayn entrava na van.
– Todos já estão no carro? – Paul fechou o porta-malas.
– Já! – gritamos em uníssono.
O que ele fez foi só entrar no carro e dar partida. Agora era definitivo. Estávamos voltando para Londres, e, a partir de hoje, já teríamos uma entrevista, para um programa local, com pequenos esclarecimentos. Ou seja, a loucura começaria novamente. Não que fosse ruim; cansativo, mas gratificante.

(...)


Mais algumas horas de estrada e... Londres! A viagem tinha sido cansativa, como sempre, mas o importante era termos chegado.
– Quem fica primeiro? – Paul perguntou.
– Eu e a . Acho que são as casas mais próximas. – se pronunciou.
– Tudo bem. Pra onde vamos? – ele voltou a perguntar.
– Victoria Street. – respondeu.
Ele seguiu pelas ruas de Londres, e o silêncio se alastrou no carro, até que chegamos à casa da avó da .
– Obrigada, meninos, por tudo, e nos vemos depois. – se despediu e saiu do carro.
– Tchau, . – falamos em uníssono.
– Seus viadinhos, o final de semana foi perfeito, e não esqueçam de me chamar para outro desse. Caso o contrário, mato vocês. – fez careta.
– Tinha que ser quem... ? – Louis começou.
– Tchau, . – nos despedimos.
Próximas paradas: , e, por último, , que era a que morava mais perto de nossa casa. Pois é, e agora? Algo mudaria? Isso eu não sabia, mas, como eu já tinha mencionado, deixaria as coisas acontecerem e ponto.

’s POV
Chegar em casa e ter uma notícia dessa é a pior coisa do mundo. Se soubesse, tinha ficado na casa de uma das meninas ou coisa assim.
– Mas eu não posso, vó! – insistia para ela me deixar fora daquilo.
– E o que você vai fazer de tão importante? – ela me analisava.
– É que... Eu não posso te contar... – tentei arranjar tempo.
– Então, já que você não pode me contar, aproveita e vem para o jantar com a família de seu amigo.
Bufei.
– Eu não posso, porque... a está muito ruim, ela terminou com o namorado. Ela o amava demais, por isso que a mãe dela pediu pra eu ir dormir lá. – torci para ela acreditar nessa minha história.
– E a sua amiga, essa , não morava com a outra menina?
– Sim... Mas a outra não está na cidade, porque foi visitar os pais, que não moram aqui. – menti.
... Se você estiver me enganando, eu vou saber. Mas tudo bem, se é por sua amiga. Só que da próxima vez não tem desculpa. Como o Victor vai ficar chateado, quando souber que você não vai estar... Ele está com muitas saudades suas. Lembra como era quando você tinha quinze anos? Bons tempos...
Aquelas palavras vagaram em minha mente. “Lembra como era quando você tinha quinze anos?” Sim, eu lembrava, e como lembrava! “Bons tempos...” Quanto a isso... Não, não foram bons tempos. Assim como ela, eu também achava que tivessem sido, mas, pelo visto, não. Tudo não tinha passado de uma enganação e de uma brincadeira, que me custou caro. Até mais do que eu gostaria que tivesse custado.

Flashback On:
– Para... Alguém pode nos ver. – eu ria, enquanto ele depositava beijos em meu pescoço.
– Eu te amo. Você sabia disso? – Victor parou, me analisando.
– Sei sim. Você sempre diz isso. – sorri para ele.
– Porque é verdade. Mas você não me ama. – ele me aproximou mais de si.
– Por que diz isso? Eu te amo, só não declaro a todo instante como você. – eu lhe dei um selinho.
– Se me ama, me prova. – Victor me soltou.
– Como? Que prova você quer?
– Amanhã quero te fazer uma surpresa. – ele sorriu lindamente. – Quando você chegar na minha casa, vai saber do que estou falando.
– Mas em que isso vai demonstrar meu amor por você?
– Você vai ver. – Victor me deu um selinho.
Flashback Off.

Harry’s POV
– O que vocês acham? – perguntei.
– Não sei não, Hazza. Depois de tudo que aconteceu nas últimas semanas, irmos para uma festa não me parece uma boa. – Liam falava.
– Por isso mesmo. Precisamos descontrair. Concordo com o Harry. – Louis me apoiou.
– Não sei por que vocês estão tão preocupados. Todos compraram aquela de que eu e a Taylor ainda estávamos juntos, e só acabamos recentemente, devido ao fato de que nenhum tinha declarado nada. Depois dessa entrevista, tudo se acertou. – falei.
– Verdade. Até acreditaram naquela história do Zayn. – Niall confirmou.
– Acho que porque parecia bem verdadeira. – Zaza deu de ombros.
– Mesmo assim, não acho bom a gente ficar vacilando. – Payne continuava a insistir.
– Acho melhor eu não ir. O que aconteceu comigo está ainda muito recente para eu ser visto em outra festa. – Malik se jogou no sofá.
– Tudo bem. Se vocês não quiserem ir, eu e o Lou vamos com as meninas. – dei de ombros.
– E elas vão? – Nialler parecia animado.
– Ainda não chamamos, mas aposto que vão querer ir. – sabia que, assim, eles iriam querer ir. – E aí, vocês vão?
– Talvez. – eles deram de ombros.
Sabia!
– E você, Zayn? – questionei.
– Se você não se lembra, não posso ficar no mesmo local que a . – ele parecia frustrado.
– Foi mal, cara. – dei uns tapinhas de leve em seu ombro.
– E por que você não combina de ficar lá com ela? – Tommo jogou a ideia. – Duvido que ela vá recusar.
– Pode ser. – ele se ajeitou no sofá.
– Deixa de fingir que não se importa e vai ligar pra ela, que eu vou ligar para as outras meninas. – o empurrei.
Tudo bem que isso era mais ou menos descumprir uma ordem do Simon, mas eu não estava nem aí. Quantas vezes já tínhamos feito isso e nada? Nada não. Claro que algumas vezes, como recentemente, aconteceram coisas não programadas, mas daí? Os riscos são feitos para isso. Se não se arriscar, não vale a pena.

’s POV
Eu só podia ter ficado louca quando aceitei dançar com o Niall. Coisa boa vai ser quando amanhã eu aparecer em todos os sites de fofoca como a mais nova “namorada” dele. Era o básico: quebrar nossas regras. Regras que eu não pretendia quebrar tão cedo, porque tinha medo de quebrá-las. Como tudo ficaria, se elas não existissem? Com ele foi diferente dos outros. Nunca me senti com medo de algo que nem havia começado direito, acabar e ponto. Para falar a verdade, nunca me ligava muito nisso. Se acabava, era ponto e segue. Mas com ele era... inexplicável. Só conseguia afirmar isso.
– Vem cá. – ele me puxou do meio da pista para uma área mais afastada das pessoas.
– O que foi? – o olhei.
– Nada. Só queria ficar um pouco só com você.
Eu depositei um selinho em seus lábios.
– Olha... Está aprendendo direitinho.
– E com você pode vacilar? – Niall sorriu.
– Claro que não! Acha o quê?
Ele me calou com um beijo intenso. Nialler pediu passagem e eu cedi. A cada toque nosso, o beijo ficava mais quente. Nosso desejo um pelo outro era evidente, quem passasse por ali perceberia isso facilmente. Minhas unhas arranhavam sua nuca com desejo e suas mãos apertavam minha cintura contra seu corpo. Aquele momento estava perfeito, e se eu não estivesse precisando muito de ar, não o teria acabado.
Me afastei dele com um sorriso no rosto.
– Quero uma bebida. Pega pra mim? – perguntei.
– Claro. – ele me deu um selinho. – Fica aqui, já volto.
Assenti e o vi se distanciar para o bar de drinks.
... É você? – uma voz conhecida me fez desviar o olhar do irlandês, que há pouco tempo estava ao meu lado.
– Desculpe? – olhei para a menina de cabelos pretos e curtos, que estava em minha frente.
– Morgan... da aula de música. – ela sorriu. – Como você está diferente!
– Ah... sim... Morgan! Você é quem está diferente. – sorri para ela. – Foi bom te ver.
– Igualmente. Depois de quanto tempo? Um ano?
– Por aí. – olhei para além dela. – Me desculpe, mas tenho que procurar uma pessoa.
– Tudo bem, aqui não é o melhor local para se conversar. Nos vemos por aí.
– É... Tchau.
Saí dali. Eu só queria mais uma desculpa para não ficar muito perto dela. Morgan era uma pessoa legal antes de virar puta. Andava comigo, até virar uma cadela que dava a qualquer um. E quando digo qualquer um, É QUALQUER UM MESMO!
Voltei para olhar o bar de drinks e meus olhos, com a mesma intensidade que olharam, se encheram de ódio. Eu havia pedido uma bebida para ele, e não que ele fosse ficar com uma puta que estava do seu lado, sentada! Fechei minhas mãos em punho. Eu voaria nos dois e os mataria em segundos, mas não, eu não podia fazer isso. Engoli todo o meu ódio, e me direcionei até o bar. Eles ainda continuavam se beijando, quando peguei o drink do homem que estava ao lado dele e derramei na cabeça dos dois. A puta de cabelos ruivos tingidos me olhou com ódio.
– Desculpa se atrapalhei vocês. – sorri cínica e saí.
Horan imediatamente segurou minha mão.
, não é o que você está pensando...
– O que foi? Quer mais drink em seu cabelo? Acho que assim até ficou melhor para disfarçar essa palha que você chama de cabelo! – me desvencilhei dele e voltei a andar com passadas fortes.
Antes que ele pudesse me segurar novamente, agarrei o primeiro menino que apareceu na minha frente, e olha que ele era bem rapidinho... Mas aqueles lábios... Aquele jeito de pegar... O seu toque... Os seus cabelos... Era como se eu já os conhecessem. Minha mão passou pelo seu peitoral, indo para sua nuca, e foi ali quem eu sabia que era. Me afastei dele rápido, assim que raciocinei. Não podia acreditar que eu tinha o beijado. Logo ele, tendo tanta gente nessa festa! Ele me olhava sorridente.
, pra quem não queria nem me ver, você já deu uma adiantada boa. – ele sorriu.
– Vai pro inferno! – cuspi aquelas palavras em seu rosto.

’s POV
– Cala a boca Zayn! Quero assistir o final do filme. – pedia, ainda concentrada nas últimas cenas.
– Ela salva a irmã como uma forma de amor, mas vira gelo, e depois volta ao normal, porque conseguiu uma demonstração de amor verdadeiro.
Olhei-o, chocada.
– EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ME CONTOU O FINAL DO FILME, MALIK! – eu joguei uma almofada do sofá na cara dele.
– O que? Safaa me fez assistir isso mais de cem vezes! Eu não podia guardar o final.
– Seu gay! – reclamei, desligando o aparelho de DVD. – Eu queria descobrir isso sozinha!
– Gay? Quem? Vamos ali pra dentro, que te mostro quem é o gay. – ele se levantou.
– Você não seria homem suficiente para fazer isso, Malik. Convenhamos. – o olhei, desafiador.
Ele não esperou mais um minuto sequer e, quando percebi, ele já tinha me imprensado entre a parede e seu corpo. Demorei algum tempo para raciocinar. Seus lábios percorriam meu pescoço, beijando e dando chupões. Suas mãos apertavam minha cintura, e eu arfava com seus movimentos. Logo, seus lábios subiram para a minha boca, começando um beijo selvagem. Zayn mordeu meu lábio inferior, me fazendo soltar um pequeno gemido de aprovação.
Suas mãos percorriam toda a extensão de meu corpo, enquanto ele me imprensava cada vez mais na parede. Nossas bocas travavam uma guerra interminável. Ele me impulsionou para cima, e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura. Ele me carregou até meu quarto, me colocando em minha escrivaninha. Minhas mãos passaram para dentro da sua camisa, em que eu depositei alguns arranhões. Seus beijos desceram para o meu colo, o qual ficava intercalando entre aquela área e meu pescoço.
Eu já estava tomada pelo êxtase da situação. Ele sabia muito bem o que estava fazendo comigo, e aquilo me deixava completamente louca. Zayn passou as mãos para dentro de minha blusa, e, assim que ele ameaçou a tirá-la, eu o empurrei, como se um choque de realidade tivesse me atingindo.
– Me desculpe. – eu falava, recuperando a consciência.
– O que foi? – Malik me olhou com dúvida.
– Eu não... – eu saí da escrivaninha. – Eu não posso fazer isso. – passei as mãos pelos meus cabelos. – Eu sou virgem, Zaza.
Ele me olhou.
– Eu sinto muito, eu não deveria ter deixado as coisas... Eu... Desculpa. – sorri sem graça.
– Tudo bem, , relaxa. – ele sorriu.
– Eu só acho que não estou pronta... – abaixei minha cabeça.
– Você não me deve explicação, tá?! – ele a levantou com seu polegar. – Por que não pedimos uma pizza e comemos o resto do sorvete que trouxe?
– Você quer me engordar... – falei, pegando meu celular. – Quero de chocolate, e você?
– Qualquer coisa. – ele deu de ombros.
– Desculpa, mas qualquer coisa não tem no cardápio.
– Nossa! Quanta graça... Só faltou rir! – ele me puxou mais para si. – Tudo bem mesmo, tá?! Não fica assim. – selou nossos lábios.

Louis’ POV
– E seu namorado? Não quis vir?
– E você acha que ele sai muito comigo, Louis? – me olhou.
– Vai saber. – dei de ombros.
– E a sua?
– É mais complicado. – não queria ter que dizer ali, a ela, que era falso.
Ela deu de ombros.
– Mais um, por favor. – pediu ao barman.
– Quer dançar? – perguntei.
– Claro, por que não? Deixa só minha bebida chegar. – ela se virou para a pista.
Depois de alguns minutos após chegarmos à festa, todos tinham ido para locais diferentes. Só eu e a que ainda estávamos no bar. Os outros, não sabia, e também não fazia ideia de quanto tempo fazia que eles haviam sumido. A música alta, as luzes de neon e os drinks já consumidos não me deixavam mais raciocinar bem.
– Vem! – me puxou para a pista, assim que sua bebida chegou.
Começamos a dançar animadamente ao som de The Monster. Dançávamos de acordo com a música. Estávamos nos divertindo, acima de tudo. Todos no local da festa não estavam nem aí para nada, até que surgiu uma agitação incomum.
– O que será que está acontecendo? – me olhou, preocupada.
– Só não espero ser com nenhum dos meninos.
Nos aproximamos mais, e percebemos que a “briga” era insignificante, já que todos ali estavam muito ocupados bêbados para poderem dar conta do resto em sua volta.
Quando chegamos bem próximos, percebemos que o Niall empurrava um garoto, de aproximadamente dezoito anos, mas bem musculoso para sua idade. A também estava no meio e os afastou.
– Merda! – correu para o lado da amiga. – Lucas, deixa isso pra lá. Os dois vão ser expulsos, vem comigo.
Então eles se conheciam!
– Esse cara que veio pra cima de mim, ! – ele se defendeu.
– Vem, Nialler. – eu já estava puxando meu amigo, aquela altura.
Aquilo não podia ficar pior, caso o contrário, tudo viraria uma bosta.
– Me solta, Lou! – Horan tentava se soltar.
– Pelo amor de Deus! Vocês dois vão se ferrar! Desisto. Se matem! – saiu com passadas largas e forte entre as pessoas.
– Vem... – tentou puxar o tal de Lucas.
– Não. Tudo bem. – ele se desvencilhou dela e seguiu pela multidão, como se nada tivesse acontecido.
Olhei para onde há pouco tempo tinha visto o loiro, mas não o vi mais.
– Pra onde ele foi? – questionei.
– E você acha que eu sei?
– E esse cara? Quem era?
– Ex da . Longa história... Tem tempo? – ela segurou minha mão.
– Acho que barzinho de novo.
– Com toda a certeza.

’s POV
Eu dançava mais animada que sempre. O álcool já se fazia presente em meu sangue, e o Harry não ficava atrás nesse quesito. Ainda não estávamos completamente bêbados, tínhamos alguma parte nossa que ainda tinha consciência.
Dançávamos agarrados e eu me mexia com o movimento da música. O Styles, sempre que podia, chegava mais perto, e mais perto. Seus lábios chegaram ao ponto de roçarem em meu pescoço, me fazendo arrepiar. O afastei um pouco de mim, olhando em seus olhos verdes, que estavam mais escuros naquela noite. Seu sorriso galanteador me fazia querer beijá-lo.
Dançamos mais duas ou três músicas, até que eu pude sentir seus lábios nos meus. Não sei explicar, quando, como e em que parte da música isso aconteceu, só sei que, quando dei por mim, meus lábios já estavam beijando os do Hazza e nossas línguas já travavam uma guerra. O jeito como ele me pegou tinha me deixado sem ar.
Nos afastamos para recuperar o ar, e, quando o olhei, ele sorriu.
Eu podia não esperar que ele me beijasse, mas já que tinha acontecido... Eu me aproximei dele, e nos selei. Harry colocou as mãos em minha cintura, nos aproximando mais.
As pessoas que tinham ao nosso redor não ligavam para o que se acontecia em sua volta, portanto, não queriam saber se era um famoso ou não que eu estava beijando. Algumas delas esbarravam na gente, o que nos fazia nos soltar um do outro.
Depois de alguns pegas, voltamos a dançar.
– Onde vocês dois estavam? – uma voz me fez sair de meus devaneios.
Olhei de quem era, e descobri que se tratava do Liam, que trazia consigo a , que, pelo seu olhar mortal, não estava nada feliz de ser “arrastada” por ele, este que segurava seu punho.
– Dançando. – analisei os dois.
– E cadê os outros? – ele voltou a questionar.
– Liam querido, se você não percebeu, eles não são GPS. – parecia de verdade irritada.
Payne a fuzilou com um olhar.
– A gente já vai indo, vocês querem ir? – nos olhamos.
– Não. – falamos em uníssono.
– Então tá, se encontrarem os outros, avisem, e não se matem. Agora a gente já vai, porque já deu. – chegou perto de mim. – Use camisinha, amiga.
Estendi meu dedo do meio pra ela, e eles se despediram e saíram. A festa para a gente só estava começando, não iríamos embora agora, de jeito algum.

Niall’s POV
Segui a até lá fora, que foi o único local que ela parou no meio do caminho e olhou para trás.
– Dá pra parar de me seguir?! – ela parecia irritada.
– Não, não dá! – parei na frente dela. – Aqui não é o lugar para discutirmos. – analisei que vários paparazzis poderiam estar escondidos ali.
– E quem disse que vou falar com você? – ela me deu as costas e começou a andar novamente.
– Qual é, ! – andei mais rápido para alcançá-la.
Parei em sua frente, não permitindo sua passagem, segurando seus braços.
– O que foi aquilo ali dentro?
– O que foi, Horan, não gostou do seu novo creme de... O que era aquilo mesmo?
– Tão engraçadinha você... – serrei meus olhos, lembrando da cena. – Foi você que quis assim.
– Desculpa, querido, mas não fui eu que mandei você ficar se atracando com uma vadia depois de não fazer nem cinco minutos que estava ficando comigo. E olha que nem o Lucas foi não puto assim! – ela puxou seus braços, se soltando de mim.
– Ela me agarrou! – me defendi.
– Claro... Você só chegou lá, e ela pulou em seu pescoço e saiu te beijando, até porque né, você odiou... Não era o que parecia!
– As suas regras foram bem claras quanto a isso, não? Nada de envolvimento, ! – cuspi aquelas palavras nela.
– Eu sabia que isso não ia dar certo, desde o começo... – ela passou a mão nos cabelos.
– Você nem sequer tentou! O que você queria? Que seguíssemos regras? Isso não é um jogo, é vida real! Quando se opõe regras, alguém se machuca. – eu já controlava minha voz.
– A questão não é essa! Você é um puto!
– Por que eu sou um puto? Por seguir “nossas regras”?
Ela parou por um minuto.
– Eu passaria por cima delas se... – não continuou. – Eu não quero mais ouvir sua voz. Eu vou pra casa.
Ela tentou voltar a andar, mas eu a segurei.
– Você não entende, não é mesmo?
– ENTENDO O QUÊ, NIALL? – ela já gritava. – QUE EU NÃO SOU BOA O BASTANTE? Parabéns... Você não foi o primeiro a notar isso. – ela baixou o tom de voz.
– Não... – segurei suas mãos. – Eu não quero seguir aquelas regras, porque eu quero ficar com você, eu quero algo sério.
Ela me olhou.
– Com você. É isso que quero. O beijo não foi nada, nada comparado aos seus.
não esperou que eu dissesse mais nada e me beijou. Dessa vez, o beijo foi rápido e cortado rapidamente.
– Se você fizer isso de novo, eu te mato! – ela me deu um selinho.
Sorri.
– Quem era aquele tal de Lucas?
– Você ainda vai ter tempo para entender muito bem. – ela voltou a nos selar.


Capítulo 9


“A vida não é um ensaio, temos que aproveita-la a cada dia.” – Do Filme Santuário.


Zayn’s POV
A semana passou voando. Depois dos últimos acontecimentos, não tivemos mais tempo de nos encontrar com as garotas. A semana tinha se resumido em somente... resolver problemas que tínhamos nos envolvido, entrevistas, tardes de autógrafos e preparação para o clipe Live While We're Young, que só saía no próximo mês, mas que precisávamos gravar as cenas. E, de fato, tudo estava sendo muito corrido.
Estávamos ainda nos primeiros pulos da carreira e era daí que tudo poderia desabar. Pelo menos tudo havia se acalmado no sentido dos boatos verdadeiros, com direito a foto e tudo. O que era menos mal, em relação a mim e a ... Não conversamos muito sobre isso, pois acho que isso não era assunto para se sentar e conversar. Só estávamos ficando, pelo menos por enquanto. Sentar e conversar, ia deixar isso para quando estivesse em algo sério, isso sim.
– Finalmente casa! – Harry saiu da van.
– Eu estou morto! – Liam seguiu o Hazza.
Eu me levantei e saí, assim como os outros. Quando cheguei na sala, me joguei no sofá, vendo em seguida os outros meninos entrarem.
– Ainda bem que amanhã temos uma folga. Já não aguentava mais. – Niall entrou reclamando.
– Eu acho que vou dormir. – Louis passou direto para o quarto.
– E eu vou ligar para a . – Horan pegou o celular.
– Afinal, o que vocês têm? – perguntei.
– Acho que estamos namorando, ou algo assim. – deu de ombros. – Disse que queria algo sério, e acho que recebi um sim. – ele pareceu pensar. – Com certeza um sim.
– Quem diria... o irlandês, logo ele, namorando! Acho que nem todos vão reagir bem a isso. – Liam se mexeu no sofá.
– É fato. Eu amo minhas fãs, mas uma hora elas vão ter que entender que, do mesmo jeito que elas vão um dia ter um namorado, eu também vou ter uma. – o loiro deu de ombros, seguindo para seu quarto.
– Eu vou tomar um banho. – deixei aquelas palavras soltas no ar.
Meu plano era tomar banho e dormir muito. Os últimos dias foram mais cansativos do que eu imaginava, e o que estava precisando era dormir mais que algumas poucas horas.

’s POV
– Sério mesmo, cara? – se jogou no sofá.
– Isso só acontece com a gente mesmo. – me joguei na outra ponta do sofá.
– Nossa, como vocês são folgadas! A casa não é nem de vocês, e já ficam todas esparramadas no meu sofá! – se deitou no tapete, com uma almofada na cabeça.
– Agora que vocês já beberam suas águas, posso colocar o filme? – perguntava com sua total delicadeza.
– Pode. Quero saber logo o final. – se ajeitou entre eu e .
– Você já leu o livro. – a olhou de rabo de olho.
– O filme nunca é igual ao livro. Pode até ser semelhante, mas nunca igual. – explicou.
– Vocês querem assistir essa bosta ou não? – estava visivelmente irritada.
– Eu, hein... E essa TPM toda? – perguntei.
– O Horan não ligou pra você ainda, ou está assim porque ainda não deu a ele? – tirou onda com a prima, levando uma almofada na cara em seguida.
– O filme. – ela deu play sem falar mais nada.
A sala imediatamente entrou em um silencio infinito. Filme? Em Chamas. (N/A: Gente... Sou tributo, então...) Ou seja, definição para perfeição.

(...)


– Por favor, né... – reclamei.
– Ela só fala isso, porque sabe que é verdade. – me empurrou, enquanto terminava de se arrumar.
– Coloca o sapato preto, que fica melhor! – opinou.
– Afinal, você descobriu quem era a tal pessoa que seu namorado queria te apresentar? – perguntou.
– Hoje é que vou conhecer. – deu de ombros, terminando de se arrumar. – Ele só me ligou agora pedindo que me arrumasse, então não tivemos tempo para conversar.
– Quem você acha que é? – questionou.
A curiosidade era evidente nos olhos de todas.
– Esse é o problema. Não faço ideia. – se analisou no espelho, e nos olhou. – Como estou?
Ela estava linda. Seu vestido lhe caiu muito bem. Sua maquiagem combinava, assim como todos os detalhes de sua roupa. Como se tudo fosse feito de um catálogo de moda, pronto para ela usar. Definitivamente parecia totalmente ela mesma.
– Vai matar seu namorado do coração. – brincou.
Todas rimos.

’s POV
Eu mal podia acreditar naquilo. Eu estava sentada em uma mesa para três, boiando completamente, entre a conversa que meu namorado tinha com sua secretária. Como vim parar nisso? Explico a vocês. Adivinhem quem era a tal pessoa, tão importante para ele? Megan, sua nova secretária. Acho que vocês também deram uma bugada legal. Pelo que entendi, os dois eram amiguinhos antes de muito tempo e, quando se reencontraram, não acreditaram. Então... Aqui estou eu, com esses dois, dando uma de maior castiçal, quando o namorado em questão é o meu!
O garçom finalmente chegou com os nossos pratos, e, enquanto eles conversavam, nem notaram isso! Definitivamente eu estava sendo bruscamente ignorada, e não, não gostava disso. Limpei minha garganta, fazendo os dois me notarem.
– Ah... O prato chegou. – Zac sorriu.
É, chegou, e eu estou quase o enfiando em sua cabeça!
Suspirei, tentando encontrar a calma, o que não adiantou muito.
– Então, ... Já sabe o que vai cursar? – Megan me olhou.
Seu cabelo preto acentuava perfeitamente seu rosto. De fato, ela era linda.
– Estou pensando ainda. É algo que vou fazer pelo resto da minha vida, então acho que não posso agir com impulso sobre isso. – sorri amarelo.
– Nossa, já é seu último ano e ainda não sabe? – ela sorriu falso.
– Pelo visto muito ao contrário de você, né?! Já está trabalhando com o Zac e tudo.
– Pois bem. Como o Zac, minha família, desde sempre, valorizou muito o trabalho, e como quero seguir como empresária, creio que começar de onde estou é ótimo.
– Sério mesmo?
– Claro, também não acha que começar de baixo é a base? – ela deu uma garfada em seu prato.
– Sim, acho, mas não acho que isso seja certo, quando se dá em cima de seu chefe.
Zac engasgou.
– Perdão?
– Ai, eu disse algo errado? Desculpe se fui mal interpretada, mas você quer o velho ou o novo?
– Oi? Do que você esta falando? – Megan se fazia de desentendida.
... – Zac tentava me repreender.
– O quê? Estou só falando o que esteve claro durante todo o jantar! – sorri, cínica. – O quê, Zac? Vai me dizer que nunca notou?
– Você só pode ser louca, garota! Fracamente, Zack, eu achava que você sabia escolher melhor sua namorada.
Aquela foi minha deixa. Me levantei, vendo o prato que estava em sua frente, o peguei e passei pelo seu cabelo e rosto daquela vadia.
– Quem sabe assim fica mais com sal? – sorri.
A boca de todos no restaurante formavam um perfeito “o”, inclusive ela.
– Sua... – ela se levantou e tentou puxar meu cabelo.
Segurei seu pulso, o entortando para trás. Ela gemeu com a dor.
– Se eu fosse você, eu não faria isso. – soltei-a no chão. – Acredite, eu sei me defender muito bem.
Limpei minhas mãos em um guardanapo, enquanto o Zac me olhava. Sem dizer mais uma só palavra, saí dali, levando minha bolsa. Escutei-o chamar meu nome várias vezes, mas em vez de olhar, continuei andando, me sentindo podendo com tudo aquilo. Se ele não tinha me traído, pensaria duas vezes antes de fazer isso com aquela vadia.

Niall’s POV
... – eu reclamava.
Ela ria de mim.
– Deixa de ser bobo. – não parava de rir. – Ele já te conhece e gosta de você. Não lembra da primeira vez que jantou aqui?
– Lembro, mas não era como seu namorado. – eu estava desconfortável.
– Você já passou o dia todo aqui e mais... Namorado? – ela me olhou.
– Não é isso que somos? – perguntei.
Ela sorriu.
– Aproveita que seu sogro está com bom humor e conta a novidade. – pegou minha mão.
Descemos as escadas, encontrando logo em seguida seus pais na cozinha.
– Mãe, pai, o jantar já está pronto? – os fez nos notar.
– Sim, meu amor, já estou indo colocar na mesa, vamos? – a mãe dela me viu. – Oi, Niall!
– Sra. – sorri.
– Me chama de você. Não sou tão velha assim. – o seu sorriso parecia com o da sua filha.
– Se sinta em casa, Niall. – o pai dela deu alguns tapinhas em minhas costas.
Nos sentamos na mesa de jantar, enquanto a mãe dela nos servia.
– Então, , o que era que você queria tanto nos contar? – o pai dela a olhou.
Ela desviou o olhar para mim, e eu quase engasguei com minha própria saliva. Ela soltou um pequeno riso ao notar meu constrangimento.
– Depois, pai.
– Por quê? Aconteceu algo? Você não está grávida, está? – o pai dela arregalou os olhos.
Eu engasguei com minha comida.
– O QUÊ?! NÃO! Mãe... – olhou para a mais velha.
Era impressionante como aquilo já tinha se tornado um jantar constrangedor.
– A não esta grávida, disso tenho certeza. Deixe-a falar.
– Obrigada, mãe. – engoliu seu último pedaço de comida. – É porque... Bem... O Niall é meu novo namorado. Pronto, falei. – ela os olhou.
Os pais dela me analisaram.
Tenho certeza de que, naquele momento, meu sangue se esvaiu do meu corpo.
– Se você a magoar, eu te mato! – o pai dela se ajeitou na cadeira.
A mãe dela sorriu.
– Cuide bem da minha menina, Niall. Ela é assim, mas, no fundo, só precisa ser cuidada.
– Por favor! – cochichou. – Seção vergonha já passou, então vamos, Nialler?
– Mas eu ainda nem terminei...
, deixa o menino comer! – a mãe dela a repreendeu.
Eu voltei a pegar meu prato e comer. Assim que terminei, percebi que todos também já o tinham feito. Passamos algum tempo conversando, até que eu e a nos levantamos para sair. Até que não foi nada como tinha imaginado. Como ela tinha dito, os pais dela posso dizer até que gostaram de saber do nosso namoro ou não se importaram. Isso era bom, me aliviou muito.

Liam’s POV
Estávamos reunidos na sala, jogados no sofá ou sentados perto da mesa, jogando baralho.
– Ganhei! Vocês não são páreos para mim. – Harry se auto-vangloriava.
– Tem como ser mais gay?! – brincou.
Todos rimos.
– Quer que eu te prove quem é gay? – Hazza a desafiou.
– Obrigada, mas meu namorado sabe fazer isso bem direitinho.
A sala foi enchida por vaias e risos.
– Ei! Calem a boca aí! Tenho uma proposta para fazer. – se levantou. – Minha mãe convidou todos vocês para passarem um fim de semana em um hotel de um dos sócios dela. O que acham?
– Quando? – perguntei.
– Isso fica a critério da gente. Quando vocês estiverem livres. E não se preocupem com fãs ou coisa do tipo, pois é um condomínio em Malibu que só entra quem for hóspede, mas lá tem praia, piscina, quadra de tênis e tudo que vamos precisar, portanto, não vamos precisar estar saindo. – explicou.
– Temos que falar com o Simon, mas acho que dá certo. – Zayn analisou.
– Temos folga daqui a uma semana, pode ser? – perguntei.
– Claro que pode, você acha que elas vão perder nossa presença? – Louis brincou.
– Até porque morreríamos sem conviver com o Lou... – debochou.
Todos rimos.
– Pode marcar com a sua mãe, , daqui a duas semanas estamos indo para Malibu. Mas e as passagens? Como é o hotel? – se animou.
– Temos que ver tudo isso, afinal, as roupas tem que se adequar. – concordou.
– Malibu é conhecida pelo mar, praias e as festas das mansões, então já sabemos o que esperar... – pegou o celular. – E gatos!
– Tudo bem, amiga, mas já estou dando uma olhada aqui. – mexia em seu celular.
– Vocês não acham que estão animadas demais não? – Harry desconfiou.
As meninas se entreolharam.
– Por que estaríamos?

’s POV
– Seu quarto é bem diferente do que eu imaginava. – analisei. – Pensei que seria mais gay...
– É... Eu queria que fosse, mas a casa já estava decorada quando compramos. – Lou fingiu uma voz desanimada.
– Tem como ser mais gay? – me joguei na cama.
– Tem como ser mais folgada?
– Coloca as meninas em seu quarto, que vai saber. – ri.
Senti meu celular vibrar, identificando a resposta de minha mãe.

“Ok, meu amor, já está tudo organizado. Pode dizer aos seus amigos que deu tudo certo. – Xx Mãe”.

– Tudo confirmado, Louis. Malibu nos espera daqui a alguns dias.
– Só falta confirmar com o Simon. Vamos falar com ele amanhã, então espero que dê tudo certo.
– Algum problema?
– Não, pelo menos, espero que não. Ele só disse que precisava falar com a gente.
– O que será?
– Não faço ideia, mas, quando souber, te aviso.
Pensei um pouco.
– Você pretende levar sua namorada?
– Ela tecnicamente não é minha namorada. É falso. – ele não me olhou.
– Ah... Que bom amigo, você. Tem uma namorada falsa, e nem para mencionar!
– Não é o tipo de coisa que se sai contando por aí. – deu de ombros.
– Deixe-me adivinhar: você é gay mesmo, não é brincadeira, por isso do namoro falso?!
Ele me fuzilou.
, quer que eu te prove quem é gay? – subiu em cima de mim.
– Adoraria que me mostrasse isso. – brinquei.
Ele se aproximou de mim. Meus olhos encararam os seus, que prendiam uma cor escura. Seu corpo pressionou mais o meu contra a cama. Tomlinson beijou meu pescoço, me fazendo fechar meus olhos. Seus beijos eram calmos, e, pelo incrível que pareça, não precisou mais de nada para me fazer fechar os olhos e aproveitar aquela sensação.
Me peguei pensando naqueles lábios macios beijando minhas boca, nossas língua travando uma guerra e me arrepiei com tal pensamento. Meus olhos ainda se mantinham fechados, enquanto o sentia subir seus beijos pelo meu maxilar. Suas mãos passaram pela minha cintura, a apertando. Eu me mantinha imóvel, me permitindo senti-lo mais próximo.
Subiu com carícias até meu ouvido, onde mordeu o lóbulo da minha orelha. Minhas mãos foram para seus cabelos, o bagunçando. Ele parou e eu abri meus olhos, o encarando. Fomos aproximando nossos lábios, dando menção de nos beijar, mas ele só beijou o canto da minha boca.
Continuei o encarando, até que ele saiu de cima de mim, seguindo para o banheiro. Trancou a porta e eu fiquei na cama, pensando o porquê daquilo tudo. Mas logo ele estava de volta como se nada tivesse acontecido. E foi então que minha cabeça bugou.

Louis’ POV
Escutamos duas batidas na porta, que não nos permitiu falar nada.
, já estamos indo. – a voz era da .
– Ok, eu estou saindo. – ela se levantou da minha cama. – Tchau, Lou, depois nos falamos. – abriu a porta, saindo com a amiga.
Suspirei, deitando mais uma vez na minha cama. Seu cheiro ainda era presente nela. Enterrei minha cabeça nos lençóis, lembrando das sensações que tinha me causado. Sua pele em contato com a minha, meus lábios percorrendo seu pescoço... Tudo aquilo me fazia querer cada vez mais ela. Mas eu não podia tê-la.
Tive que me segurar muito para não beijá-la e contentar meu desejo de tê-la só para mim. era minha amiga, o que estávamos fazendo era brincadeira, ela de fato não esperaria que continuássemos com aquilo. A minha única escapatória foi me levantar dali, o mais rápido possível. Foi idiota, mas foi a única que tive tempo de pensar.
Ela não gostava de mim, e sim do Harry. Eles já tinham ficado, há algumas noites. E sim, meu amigo também gostava dela, só não sabia quanto dessa parte era, porém não seria eu a pedra no sapato dos dois. Ele nunca me perdoaria se o fizesse, eu nunca me perdoaria.
Me levantei, pretendendo tomar alguma coisa na cozinha. Segui para ela, encontrando os meninos lá.
– Hey, dudes! – cumprimentei.
– Vai fazer o quê, Tommo? – Zayn questionou.
– Comida, talvez?! – impliquei.
– Sério?! – revirou os olhos. – Faz pra mim?
– Se me deixar em paz...
Zaza deu de ombros. Ótimo.
Nos direcionamos para a porta. Assim que a escutamos sendo aberta, encontrando o irlandês.
– Como foi? – Liam perguntou.
– Melhor do que eu imaginava. – ele se aproximou de nós. – O pai dela só disse que me mataria se a machucasse, e a mãe me deu alguns conselhos.
– Se você também a machucar, está ciente de que as meninas e nós o matamos, né?! – Harry falou.
– Eu sei. Isso não vai acontecer. – Nialler deu de ombros.
– É o que todos esperamos. – me voltei para a geladeira.
Me preocupei em procurar algo para fazer, não me permitindo prestar atenção na conversa dos meninos. Eu estava preso demais em meus pensamentos para me importar com isso.

’s POV
Acordei com o barulho das panelas batendo. Me levantei, imaginando o que a estaria a uma hora daquela fazendo na cozinha, e foi quando me admirei já ser 11:00h. Me levantei, me olhando no espelho. Parecia que tinha um ninho de passarinho em minha cabeça. Fui até o banheiro, onde tomei um banho e fiz minha higiene pessoal. Segui para meu closet, me arrumando, e logo fui até a cozinha, que já se mantinha em total silêncio.
A mesa estava completamente arrumada. Estranhei aquilo.
– Por que tudo isso? – questionei minha amiga.
– Adivinha? Meus pais me ligaram dizendo que estão no aeroporto e estão vindo almoçar comigo.
Ri.
– Sério?
– Aham, por isso essa minha correria.
– Então eu vou vazando... – tentei sair de fininho.
– Nem pense nisso, , você tem que me ajudar. Parece que não conhece meus pais!
... Por que não chama seu namorado para comer com eles?
– A gente brigou. Ele ligou mais cedo querendo me dar lição de moral e você sabe como eu sou. Desliguei na cara dele e me recuso a conversar até que eu decida a hora. Ele também...!
– Entendo... Eu tenho outra escolha além de almoçar com vocês?
– Não!
– Ótimo. Estou louca para ouvir a tia conversar sobre o futuro que ela acha que você vai ter como médica. – me sentei à mesa.
– Nem me fala! Ela ainda sonha com isso, pena que não vai acontecer. Bem que poderia deixar isso para o Jake.
– Seu irmão só tem cinco anos. Não coloca a pressão disso nele.
– Acredite, ele gosta da ideia.
– Você também gostava.
– Até eu descobrir que tenho pavor de agulha e horror a sangue. – fez careta.
– Nem me lembra. – comecei a rir.
Minha risada foi interrompida pelo soar da campainha.
– Pronta? – perguntei, me levantando.
– Nunca. – seguiu para a porta.

’s POV
– Acabei de falar com a . Elas não podem vir. Estão presas com a família da , que resolveu aparecer para uma visita. – expliquei.
– Sério mesmo? E o que vamos fazer só a gente hoje? Porque os meninos estão em uma reunião com o Simon e as meninas, em um almoço em família. – reclamou.
– E você de um ótimo humor... – comentou.
– Você não tem ideia de quanto!
– E tudo isso por quê? – questionei.
– Ninguém... Um pé no saco, que não era para eu estar nem aí.
– Como assim? – não estávamos entendendo nada.
– Dá pra abrir a boca logo?
– Sonhei com o Tomlinson! – minha prima parecia frustrada.
A encaramos.
– O quê?! – deixou escapar.
– Conta! – mandei.
– Nem morta!
, sua puta, pode contar agora! – apontei o dedo para ela.
– Eu esqueci... Sabe aquele tipo de sonho que você sabe com quem é, só não o quê?
– Deixa de mentir! Eu conheço essa tática. Faço direto. – a acusou.
– Só pode ter sido algo muito erótico para ela não querer contar.
– Se você considera erótico fazer sexo a noite toda, sim, foi erótico. – falou como se fosse a coisa mais normal do mundo, que acontece sempre.
– Você sonhou fazendo isso com ele a noite toda, do nada? – duvidou.
– Foi isso aí. – Deu de ombros. – Vê se sonho não é coisa louca. Acordei meio atordoada com isso. Nunca vou pra cama com ele.
– Se bem que ele tem uma bundona... – comecei.
– Verdade! E aquelas coxas... – incentivou.
– Deve ser uma loucura ele na cama. – começou a rir.
– A namorada dele é que deveria aproveitar isso. – comentei.
– É falso. Eles namoram por mídia.
– Sempre achei! – acusei. – Nunca gostei dela mesmo.
– Você nunca nem a viu. – minha prima revirou os olhos.
– Nunca tive o desprazer de conhecer, mas a cara dela é de falsa. Já vi fotos dela. – dei de ombros.
– O fato é que... Meu sonho foi estranho.
– Com toda a certeza, amiga, mas não significa que seja impossível. – deu uma piscadela.
– Até porque ainda não fiquei com ele. Seria mais possível com o Harry, que já ficamos.
– VOCÊ FICOU COM QUEM? – gritei.
– Só uma vez! – se defendeu.
– Muito bem. Trepa com ele e fala o resultado depois. Só não esquece que sua amiga nutre um sentimento por ele, lesada! – a repreendeu.
– Ela tem namorado e foi ela quem pediu. – tentou se defender.
– E você acha que anda como o namoro dela? Tinha que ser você, né?! – suspirei.
– Ele que me agarrou primeiro! Ela nem viu e foi só uma vez! Ele disse que gosta de mim. – falou essa última parte baixo.
– Desde quando você se preocupa com isso? – questionei.
– Não me importo. Ele é o Harry, não se prende tão fácil só por ter ficado uma vez com uma garota, afinal, depois disso, não comentamos nada.
– Menos mal. Espero que ele estivesse bêbado demais para lembrar disso. – disse.
– Eu também. – falou.
– Pois eu não. Eu quero é que ele se lembre pra essa puta tomar vergonha na cara. – apontei para minha prima.
Ela deu a língua para mim.
– Você não podia ter ficado com ele...
, está bom! Não tem mais o que fazer. Agora é só essa lesada não ficar mais com ele e pronto. – disse.
– EU. NÃO. VOU. MAIS. FICAR. COM. O. STYLES. – falou pausadamente. – Está bom assim?
– Mais um pouco de convencimento. – fiz careta.
Minha prima me arremessou uma almofada.

Harry’s POV
Eu mal podia acreditar que tínhamos trocado de produtor. Era simplesmente inacreditável isso ter acontecido, depois de tanto tempo. Afinal, todas as ameaças que ele tinha feito sobre isso, agora tinham sido cumpridas. Agora não era mais o Simon que “mandava” na gente, mas sim a Modest!. Era estranho esse modo de raciocínio, e quase impossível de se compreender ou aceitar.
Tínhamos acabado de assinar um contrato com a Modest!, dando total exclusividade a eles. Era assim que funcionava os contratos, como se fôssemos marionetes que seguiam as suas ordens. Caso não cumpridas, pagaríamos uma multa, o que não nos deixava sem podermos opinar, mas a escolha é deles. Seria facilmente compreensível não assinar nada, porém se quer crescer de verdade em algo, tem que ter um produtor que conseguirá tudo para você, e é isso que, afinal, eles irão fazer, então o preço é ter que seguir as “regras”. Mas quando seu sonho está em jogo, tudo vale a pena.
O bom nisso foi que o Louis não ia mais precisar fingir um relacionamento falso com a Eleanor, o que o fez ficar menos tenso. Isso estava o matando por dentro, sem que se deixasse transparecer. Eu conhecia meu amigo muito bem para saber disso. Desde o começo, isso nunca o agradou, principalmente quando a parada começou a ficar séria, para casamento. Acredito que essa tenha sido a melhor decisão tomada. Era possível ver a alegria no olhar dele novamente. O Lou não era mais um robô que estava sendo orientado e comandado a fazer, o que “seria melhor”. Não, finalmente ele estava fazendo o que queria, e, a partir de agora, tudo poderia ser diferente, já que seria livre.
Em sentido da nossa viagem, também comentamos algo. Eles ficaram de pensar sobre isso, não tendo nada completamente aceito, mas esperamos que isso fosse positivo, afinal, estávamos loucos para essa viagem. Alguns de nós mais animados que outros. Um exemplo disso eram as meninas, que parecem bem animadas, o que é evidente. Não sabíamos o porquê disso, e era daí que vinha nossa conversa.
– Só eu que achei estranho isso? – Liam questionou.
– Ainda bem que a não estava aqui... Afinal, por que estão incomodados com isso? Elas só são amigas de vocês. – Niall nos encarou.
– E não podemos ter ciúmes e querer cuidar delas? – Zayn questionou.
– Claro... Mas acho que elas já estão bem grandinhas para isso. – Nialler sorriu. – Isso não é o que vocês estão dizendo... Vocês estão é gostando delas!
– Claro que gostamos delas. Elas são nossas amigas! – Louis falou o óbvio.
– Não desse jeito, babaca! – Horan disse.
– Vocês estão parecendo um grupo de meninas falando sobre o príncipe do baile. – debochei.
– Falou o menino que ficou com a , mas não fez de nada para ficar com ela de novo, sendo que dizia gostar dela. – Malik comentou.
– Vocês me conhecem... A gente só ficou. Ninguém queria nada sério. Vocês deveriam ser mais assim como eu. Tá vendo como tudo deu certo?! A gente continua amigos, mesmo depois de termos ficado. Isso é normal. – dei de ombros.
– Harry sendo... Ah, o Harry mesmo. – Louis disse.
Revirei os olhos.
– O que vocês esperavam? E por que estão incomodados? Vão é tratar de ficar com a de vocês, antes que venha um idiota e leve. O Niall é quem fez certo, já ficou com a . Se vocês as querem, vão atrás. Eu estou bem aqui... Solteiro. – me levantei.
Aquele assunto de Harry e não sairia da cabeça de ninguém? Se eu e ela não estávamos nem aí, por que os outros teriam que estar? Depois que acabei revelando isso por acidente, todos estavam enchendo meu saco! Se não perceberam, não significou nada para nenhum dos dois, então para que o drama?
Fui até meu quarto, sem vontade de escutar mais reclamações sobre isso. Me joguei, encarando o teto branco. Meus olhos começaram a pesar, meus músculos a se descontrair. O cansaço estava me vencendo. Me virei, interando minha cabeça no travesseiro e, sem que ao menos percebesse, já estava dormindo.
Não sabia o quanto cansado estava, mas depois que se começa a fazer turnê, se adquire uma habilidade de dormir a qualquer segundo e esconder muito bem o cansaço, até de você mesmo. É uma ótima tática para shows e premiações.

’s POV
Acordei com meu celular vibrando. Peguei o mesmo a fim de jogá-lo pela janela. Mas quando vi quem era, fui decidida a resolver isso de uma vez por todas. Durante o dia com meus pais, ele não parou de me ligar, até que desliguei meu celular, para que os membros da minha família não me enchessem de perguntas.
Voltei a pegar meu celular, me levantando. Lá estava um SMS dele.

“Estou aqui embaixo. Você não pode mais fugir de mim, precisamos conversar! – Zac.”

Era impressionante como um dia as mensagens de amor, que tinham sido feitas a menos de semanas, se tornavam hoje... O que era isso? Eu mesma não sabia. Mas de uma coisa tinha certeza: cortavam meu coração.
Não sabia se o que sentia por ele ainda era tão forte ou se tinha virado acúmulos, que queriam se desprenderháa muito tempo, mas que estavam sendo impedidos pela minha total falta de coragem de perdas. Nunca lidei muito bem com isso. Nunca me dei bem com desapegar ou esquecer.
Mas não se tratava de esquecer. Se tratava de mudar, e talvez algumas pessoas, quando mudam, não suprem mais a mesma necessidade que um dia supriram, e temos que as deixar. Afinal, se continuarem no mesmo local que um dia foi designado, podem nos fazer sofrer. O que é bem pior.
Me levantei da cama, respondendo sua mensagem.

“Concordo com você. Sobe enquanto me troco. – ”.

Fui até meu banheiro e escovei meus dentes o mais rápido que pude. Corri até meu quarto e peguei a primeira roupa que vi, escutando a campainha soar. Me troquei o mais rápido que pude, sem ter tempo de colocar nada no rosto. Corri para a porta, enquanto amarrava meu cabelo em um coque mal feito. Abri a porta, encarando meu namorado.
– Te acordei?
– Você sabe que sim. – não me importei em não ser grossa.
Revirou os olhos, entrando.
... – respirou fundo. – Eu quero saber o que você quer.
– O que eu quero? Do que você está falando? – o encarei.
– Estou falando da ceninha de ciúmes que você fez no restaurante.
– Ceninha de ciúmes? CIÚMES PORRA NENHUMA! Eu só estava mostrando pra aquela vadia, que você chama de amiga, o lugar dela.
– E precisava fazer tudo aquilo, inventando o que não tem?
– O QUE NÃO TEM? SE VOCÊ É CEGO E NÃO VÊ ELA SE A TIRANDO PRA CIMA DE VOCÊ, TUDO BEM, MAS NÃO ME PEÇA PARA ASSISTIR ISSO CALADA! NÃO VOU DEIXAR QUE VOCÊ ME TRAIA OU PENSE NISSO! NÃO DEPOIS DE TUDO QUE EU FIZ POR ESSE RELACIONAMENTO!
– TUDO QUE VOCÊ FEZ? E EU?
Nós dois já exaltávamos as vozes.
– Você o quê? Nunca se sacrificou nem por um segundo para tentar fazer tudo dar certo. Eu que tinha que ficar aturando bolos e mais bolos da sua parte, sendo a namorada compreensível, que você sabe que não sou! – era perceptível a magoa em minha voz.
– E eu? Quantas vezes não tive que deixar trabalho redobrado para dias, para passar algumas horas com você, que nunca viu o que eu fazia pela gente!
– EU TE PEDI ALGUMA VEZ ISSO? EU TE PEDI ALGUMA VEZ PARA SER MEU NAMORADO? – meus olhos já marejavam.
– Não... Mas eu via nos seus olhos seu desapontamento. Era cobrança do lado da empresa, do seu lado! EU TAMBÉM SÓ TENHO 18 ANOS, !
– EU SEI! Mas é você que parece não perceber isso! Eu só queria que você agisse como um namorado normal, era só isso! Mas não... Você tinha que fazer o que bem entendia. NUNCA SE PREOCUPOU DE VERDADE SE ERA BOM PRA MIM!
– MIM... MIM... COMO VOCÊ É EGOÍSTA! BEM QUE A MEGAN FALOU...
– Isso... FICA COM ELA, BABACA! VAI ATRÁS DELA, NÃO ESTOU PEDINDO PARA VOCÊ FICAR AQUI. SE A QUER, VAI! VOCÊ SEMPRE FOI UM IMBECIL MESMO.
– FUI IMBECIL POR UM DIA TER PENSADO QUE VOCÊ PODERIA MUDAR, SER DIFERENTE DO QUE É. QUERER UM FUTURO...
– SER UMA MARIONETE PARA VOCÊ? OBRIGADA, MAS NÃO! ESSE FOI O SEU PROBLEMA. VOCÊ SEMPRE ESPEROU MUITA COISA DE MIM, ACHANDO QUE EU IA MUDAR, MAS EU NÃO TENHO O QUE MUDAR! EU SOU ASSIM E NUNCA VOU ME MUDAR PARA AGRADAR NINGUÉM. SE NÃO GOSTA, ADEUS! – caminhei até a porta, a abrindo.
– Não sei como um dia eu pude gostar de você... Você nunca me mereceu. – aquelas palavras me atingiram em cheio.
– VAZA! EU TE ODEIO, ZAC! ME ARREPENDO DE TER ESTRAGADO GRANDE PARTE DA MINHA VIDA COM UM IDIOTA COMO VOCÊ! EU TE ODEIO! ODEIO, ODEIO! – o empurrei até a porta. – AGORA SOME DA MINHA VIDA, E VÊ SE É PARA SEMPRE. – fechei a porta com força em sua cara.
Desci deslizando na porta, permanecendo no chão, chorando. As lágrimas agora pareciam sem fim. Os dois haviam dito coisas que nunca tínhamos imaginado dizer um para o outro. Mas o fato era que estávamos muito magoados, estressados e cansados de brigas internas e contra nossas próprias famílias, que não nos apoiavam, mais a dele do que a minha, mas tudo de qualquer forma estava sendo contra demais para tentar mais uma vez. Só seria desgastante.
Me levantei, segurando as lágrimas que ainda queriam sair. Enxuguei meu rosto, sentindo muita raiva para deixar que mais lágrimas ousassem cair. Naquele momento, eu estava dividida entre a decisão de chorar até definhar ou engolir tudo. O que me causaria doença. Então simplesmente fui para meu quarto, me trancando. Me joguei na cama, me agarrando com meu edredom e sentindo meu rosto molhar.
Pelo incrível que pareça, senti uma vontade repentina de uma pessoa ali. Não sei por quê, mas precisava dele. Ele era meu melhor amigo, pelo menos agora. Peguei meu celular, sem pensar muito naquilo, só discando o número dele. Tocou cinco vezes antes que pudesse escutar sua voz rouca pelo sono.
– Alô?
– Harry? Preciso de você aqui em casa... – funguei.
? – ele pareceu acordar por completo. – Você está chorando?
– Não pergunta, Hazza, só vem. Por favor. – minha garganta teimava em doer pelo choro.
– Já estou indo, pequena. Me espera, já estou chegando.

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