Já Ouvi Essa Música Antes
Por Sonia Cury

Prólogo

Meu pai era o paisagista da propriedade dos Horan. Com duzentos mil metros quadrados, tratava-se de um dos últimos imóveis desse porte na Inglaterra.
Numa tarde de sábado de agosto, há 22 anos, quando eu tinha 6 anos de idade, meu pai decidiu que, embora fosse seu dia de folga, ele precisava ir até lá para conferir a iluminação externa recém instalada.
Os Horan dariam uma festa naquela noite para duzentas pessoas. Já numa situação difícil com os patrões por causa de seu alcoolismo, papai sabia que, se as luzes dispostas no jardim não funcionassem direito, seria o fim de seu emprego.
Como vivíamos sós, ele decidiu me levar junto. Deixou-me num banco no jardim com instruções rígidas para que eu permanecesse ali até ele voltar.
E acrescentou:
– Pode ser que eu demore. Se você precisar ir ao banheiro, vá até aquela porta de tela. Você vai ver o vestiário dos empregados.
Esse tipo de permissão era exatamente o que eu precisava. Eu ouvira meu pai descrever o interior da enorme mansão de pedra à minha avó, e minha imaginação correra à solta. A casa fora construída no País de Gales no século XVII e tinha até uma capela na qual se celebravam missas. Em 1948, o primeiro Niall Horan botou a mansão abaixo e a reergueu, pedra por pedra, em Cambridge. Eu sabia, pela descrição de meu pai, que a capela tinha uma pesada porta de madeira e ficava no fim do segundo andar.
Eu tinha que vê-la.
Esperei cinco minutos, até que ele desaparecesse no jardim e corri para a porta. A escada dos fundos ficava à direita e subi em disparada. Se encontrasse alguém, iria dizer que estava procurando o banheiro.
No segundo andar, atravessei na ponta dos pés o corredor. Então vi a porta de madeira que meu pai descrevera. Ela rangeu quando a puxei, mas abriu o suficiente para que eu entrasse.
A capela era muito menor do que eu esperava. As paredes e o chão desta capela eram de pedra e o ambiente parecia úmido e frio. Uma estátua lascada da Virgem Maria era o único artefato religioso e uma vela iluminava o cômodo. Dois bancos corridos se voltavam para a pequena mesa de madeira que devia servir de altar.
Ouvi a porta ranger e me dei conta de que alguém a estava abrindo. Fiz a única coisa que podia fazer: corri entre os bancos e me abaixei, escondendo o rosto com as mãos.
Pelas vozes, descobri que um homem e uma mulher tinham entrado na capela. Os sussurros, ríspidos, ecoavam na parede de pedra. A mulher exigia dinheiro e o homem argumentava que já lhe pagara o suficiente. Então ela disse:
– Esta vai ser a última vez, eu juro.
E ele respondeu:
– Já ouvi essa música antes.
Sei que minha lembrança até esse momento é exata. Desde a época em que entendi que não tinha mãe, eu pedia à minha avó que me falasse dela. Entre as lembranças que dividíamos, havia a de minha mãe estrelando uma peça no ensino médio, cantando uma música chamada I Heard That Song Before. "Ah, , ela cantou tão bem... Todo mundo gritava bis! Ela teve que repetir." Então minha avó cantarolava a melodia pra mim.
A partir da resposta do homem, não ouvi o resto do que foi dito, a não ser pelo "não se esqueça" sussurrado da mulher, ao deixar a capela. O homem havia permanecido. Eu ouvia sua respiração ofegante. Ele começou a assoviar a canção que minha mãe cantava na peça. Acho que devia estar tentando se acalmar. Depois de algumas notas, parou e saiu.
Esperei pelo que me pareceu uma eternidade e saí também. Desci correndo a escada e nunca contei nada ao meu pai. Mas a lembrança não se apagou, e tenho certeza do que ouvi.
Quem eram aquelas pessoas, eu não sei. Hoje, 22 anos depois, é importante descobrir. Mas essa informação talvez não seja o suficiente para salvar a vida do meu marido, se ele, de fato, merecer ser salvo.

Capítulo 1 – O Artigo

Atualmente a residência mais clássica de Cambridge é a mansão dos Horan, a construção parecida com um castelo, na qual eu havia entrado às escondidas quando criança.
Todos esses pensamentos se agitavam em minha cabeça quando, pela segunda vez na vida, atravessei o portão da propriedade. Vinte e dois anos, pensei, lembrando da menina curiosa de seis anos que eu fora. Talvez tenha sido a lembrança de meu pai sendo demitido duas semanas depois pelos Horan, mas, de repente, me senti constrangida.
A manhã ensolarada de outubro se transformara numa tarde úmida de vento. Eu havia prendido meu cabelo em um coque, mas o vento o desmanchou quando subi a escada para tocar a campainha. Um homem que parecia ter cinquenta anos, com lábios finos, abriu a porta. Usava um terno preto e eu não sabia se era o mordomo, ou um secretário, mas, antes que eu pudesse falar, ele disse que o Sr. Horan estava à minha espera. Acompanhei-o pelo corredor até a biblioteca.
– A Srta. está aqui, Sr. Horan. - anunciou ele - Estarei no escritório.
Com essa observação, imaginei que fosse o assistente.
Quando era pequena, eu fazia desenhos do tipo de casa que eu gostaria de morar. Um dos meus cômodos preferidos de imaginar era aquele em que eu passaria as tardes lendo. Nesse cômodo sempre haveria uma lareira e estantes de livros. Eu não conseguia traçar a imagem exata na cabeça ou no papel, mas sabia o que queria. Era o tipo de cômodo que estava agora.
Niall Horan estava sentado em uma grande cadeira de couro.
O abajur da mesa ao seu lado não iluminava só o livro, mas também seu rosto bonito.
Eu já o vira de passagem na cidade, bem como em fotos nos jornais e revistas, mas estar no mesmo cômodo que ele era diferente. Niall Horan emanava autoridade mesmo ao sorrir e estender a mão.
– Sabe escrever uma carta persuasiva, Srta. .
– Obrigada por me receber, Sr. Horan.
Seu aperto de mão era firme. Os olhos eram de um azul vívido. Rosto fino, com traços harmoniosos, cabelos loiros. Ele usava um casaco marrom escuro. Se me pedissem que adivinhasse sua profissão, com base na aparência, eu diria professor universitário.
Sabia que ele tinha 42 anos. Isso significava que teria em torno de vinte no dia em que entrei furtivamente naquela casa. Imaginei se ele teria participado da festa. Era possível: no fim de agosto, talvez ainda não tivesse ido para Oxford, onde estudava.
Ele me convidou para sentar numa poltrona próxima à lareira.
– Eu estava querendo uma desculpa para acender o fogo - disse. - Esta tarde o tempo colaborou.
Eu me formei em biblioteconomia; minha paixão pelos livros tornou essa uma escolha natural de profissão. Há cinco anos trabalho na Biblioteca Municipal de Cambridge e estou envolvida no projeto de alfabetização da nossa comunidade.
Estava programando um coquetel a fim de arrecadar dinheiro para o programa de alfabetização e queria que ele fosse grandioso. Havia uma maneira, eu tinha certeza, de fazer com que as pessoas pagassem duzentos euros por um coquetel: que o evento acontecesse naquela casa. A mansão dos Horan se tornara parte do folclore de Cambridge e das comunidades vizinhas. Eu estava certa de que a perspectiva de estar ali dentro faria toda a diferença no sucesso ou não de nossas vendas.
Geralmente fico à vontade no trato com as pessoas, mas sentada ali, eu me sentia acanhada. De repente, eu era novamente a filha do paisagista que bebia demais.
Dando em mim mesma uma sacudida mental, iniciei o apelo de que ele deixasse fazer o coquetel em sua residência. Observei a mudança em sua expressão e vi o "não" se formar em seus lábios.
– Srta. - Começou ele.
– Pode me chamar de .
, eu posso fazer um cheque...
O interrompi.
– É mais do que apenas dinheiro. Precisamos de voluntários para ensinar as pessoas a ler, e a melhor maneira de consegui-los é fazer com que queiram participar de um evento e então inscrevê-los. Seria por apenas duas horas e significaria muito para muita gente.
– Vou pensar. - Disse Niall, ao se levantar.
O encontro chegara ao fim. Decidi que eu não tinha nada a perder fazendo um último acréscimo:
– Sr. Horan, durante anos, esta foi uma das casas mais hospitaleiras do Condado de Cambridgeshire. Seu pai, seu avô e seu bisavô apoiavam eventos beneficentes e atividades comunitárias. Ajudando a nossa causa, você faria um grande bem e não seria tão difícil para você.
Ele não respondeu, e fui embora, certa de que fizera minha segunda e última visita à mansão.

___

Dois dias depois, uma fotografia de Niall estampava a primeira página do Camb, um tabloide de fofocas semanal, distribuído em todo o país. Mostrava-o saindo de uma delegacia 22 anos antes, após ser interrogado sobre o desaparecimento de Susan Althorp, então com 18 anos, que sumira depois de uma festa na mansão dos Horan. A manchete de letras garrafais, “SERÁ QUE SUSAN ALTHORP AINDA ESTÁ VIVA?”, seguia com a legenda de uma foto de Niall, "Empresário ainda suspeito do desaparecimento de Susan Althorp que completaria 40 anos esta semana".
O artigo incluía também um resumo das circunstâncias que envolviam a morte de Grace Horan, grávida de Niall. Grace, notória por se embriagar, dera uma festa para o filho da madrasta de Niall, Ryan Walker.
Niall chegara a casa, vindo da Austrália, e ao notar o estado da mulher, tirou o copo de sua mão e jogou o conteúdo no tapete e perguntou: "Você não sente pena da criança que está carregando?" Então foi se deitar. De manhã, a empregada encontrou Grace Horan, ainda usando o terninho da festa, no fundo da piscina. A autópsia revelou que ela estava três vezes mais bêbada do que o limite permitido por lei. O artigo terminava assim: "Horan alegou ter dormido imediatamente e só ter acordado momentos antes de telefonar para a polícia."
Uma semana depois, na biblioteca, recebi uma ligação de Zayn Malik, que me lembrou que eu o havia conhecido quando me encontrei com Niall.
– O Sr. Horan - disse ele - decidiu permitir o uso da casa para seu coquetel. E sugeriu que você coordene os detalhes do evento comigo.

Capítulo 2 – Coisas de Família

Zayn Malik tinha um escritório nos fundos da mansão. Ele o escolhera por causa das portas envidraçadas, que não apenas ofereciam uma bela visão do jardim, como também serviam como uma passagem particular, por onde entrar e sair sem ser notado.
O problema era que a madrasta de Niall, Ellen, que morava numa casa da propriedade, não tinha o menor pudor em invadir o escritório sem bater. Era o que ela acabava de fazer.
– Zayn, existe alguma maneira de você convencer o Niall de desistir da ideia de fazer esse evento aqui? Era de se imaginar que, depois de toda a publicidade terrível do Camb, ele deveria saber que é melhor chamar o menos possível de atenção.
Embora ficasse irritado com a intrusão, Zayn não podia deixar de notar a beleza de Ellen. Aos 66 anos, Ellen Walker Horan, com seu cabelo louro-cinza, olhos azuis, traços clássicos e corpo esguio, ainda era capaz de virar muitas cabeças. Ela se sentou numa poltrona de frente para Zayn.
Vestia um terninho preto. As joias consistiam em brincos de diamantes, um colar de pérolas e a aliança de diamantes que ainda usava, embora o marido, pai de Niall, estivesse morto havia quase vinte anos.
Sua lealdade à memória dele, Zayn bem sabia, se devia às condições do acordo do casamento, que lhe permitia viver ali pelo resto de sua vida contanto que não se casasse de novo, e lhe assegurava uma pensão anual de um milhão de euros.
– Niall e eu conversamos sobre isso - começou Zayn. - Não se esqueça de que a empresa da família abriu o capital há dois anos atrás e, embora Niall seja de longe o maior acionista, há a opinião crescente de que ele deveria abrir mão do cargo de presidente. Ser suspeito do desaparecimento de uma mulher e da morte de outra está longe de compor uma boa imagem para o dirigente de uma empresa internacional. É por isso que ele precisa ser visto como um indivíduo que apoia serviços comunitários, e seus atos de filantropia têm de ser divulgados.
Ellen se levantou.
– Zayn, você é um idiota. Está expondo Niall, em vez de protegê-lo. Quando vai ser o evento?
– Vai ser dia seis de dezembro. , que está organizando tudo, precisava de sete semanas para a divulgação.
– Existe um limite de venda?
– Duzentos bilhetes.
– Vou comprar um. Ryan também. Estou indo para a galeria. Ele está oferecendo um coquetel para uma de suas novas pintoras.
Ela abriu a porta e saiu.
Malik a observou se afastar. Ryan Walker era filho do primeiro casamento de Ellen. “Ela está pagando por esse coquetel”, pensou ele. “O dinheiro da família Horan sustenta aquele vagabundo desde que ele tinha vinte anos”.
Zayn se lembrou de como Grace ficava furiosa quando Ellen achava que podia entrar na casa principal sempre que bem entendesse. Uma medida inteligente de Niall foi não deixar que Ellen se mudasse de volta pra lá depois que Grace morreu.
Não pela primeira vez, Zayn Malik imaginou se havia algo por trás da tolerância de Niall à madrasta.

___

Eu estava na biblioteca quando recebi o telefonema de Zayn. Nem preciso dizer que fiquei radiante e decidi dividir minha alegria com Maggie, minha avó materna, que me criou e ainda morava na mesma casa que cresci, em Cambridge.
Eu moro no segundo andar de uma casa dividida por apartamentos. É um lugar pequeno, mas tem lareira, um quarto espaçoso e cozinha separada.
A filha dela - minha mãe - morreu quando eu tinha apenas duas semanas de vida. Ela estava me amamentando, sentada em sua cama, quando sofreu um infarto. Meu pai telefonou para casa e ficou preocupado quando ela não atendeu ao telefone. Ele foi correndo para lá e a encontrou sem vida, com os braços entorno de mim. Eu estava dormindo.
Meu pai era um engenheiro que fizera jardinagem, uma profissão de horário integral. Criava jardins, muros de pedra, cascatas e trilhas sinuosas, motivo de ter sido contratado pela madrasta de Niall Horan, Ellen, que não gostava da severidade do gosto de sua antecessora em paisagismo.
Meu pai era oito anos mais velho que minha mãe; tinha 32 quando ela morreu. Àquela altura, estabelecera uma sólida reputação na área. Tudo poderia ter dado certo, só que, depois da morte de minha mãe, ele começou a beber demais. Por conta disso, eu passava mais tempo com a minha avó.
Um dia depois de Ellen Horan demiti-lo, ele não foi me pegar na casa de Maggie. Seu carro foi encontrado estacionado à margem de um rio, uns trinta quilômetros de Cambridge. A carteira e a chave estavam no banco dianteiro. Nenhum bilhete. Nenhum adeus. Nada a indicar que ele sabia o quanto eu precisava dele. Eu o amava loucamente, e ele sempre parecera me amar da mesma forma.
O corpo nunca foi encontrado.
Ainda lembro-me de nós dois preparando o jantar. Ele falava de minha mãe "Nunca se esqueça de que ela teria dado tudo para ver você crescer." dizia.
Ainda não consigo perdoá-lo por não se lembrar disso quando decidiu dar um basta em sua vida.
Todos esses pensamentos cruzavam minha mente quando eu me dirigia à casa de Maggie para lhe dar a notícia.
Mas quando entrei na sala e lhe contei a novidade, vi o seu olhar de desaprovação quando mencionei o nome Horan.
– Você me disse que estava pensando em pedir àquele homem para deixar que o coquetel fosse na casa dele.
– Maggie, é uma ótima ideia. - argumentei. - A mansão dos Horan é enorme. Vamos cobrar duzentos euros por convite. Não conseguiríamos isso em nenhum lugar, Niall Horan não poderia ter sido mais simpático quando o encontrei para conversar sobre o evento.
– Você não me disse que o encontrou.
Por que eu não havia contado? Talvez porque Maggie estivesse certa de que ele era o responsável pelo desaparecimento de Susan Althorp e de que talvez estive envolvido na morte de sua esposa.
"Pode ser que ele não a tenha empurrado na piscina, ", ela disse um dia, "mas aposto que, se a viu caindo, não tentou salvá-la. E quanto à Susan, foi ele que a levou para casa. Aposto qualquer coisa que ela saiu escondida para encontrá-lo depois de os pais pensarem que estava na cama".
– Maggie, estou com fome. Vamos sair pra comer lasanha. Por minha conta.
Quando a deixei em casa, uma hora e meia depois, ela hesitou um instante e então disse:
, entre. Quero ir a esse coquetel. Vou fazer um cheque.
– Isso é loucura! - protestei. - É dinheiro demais para você.
– Eu vou. - insistiu ela.
Sua expressão não deixava espaço para discussão.
Minutos depois eu avançava por uma ponte, a caminho de casa, com o cheque dela na carteira. Sabia o motivo de Maggie insistir em comparecer. Ela seria minha guarda-costas enquanto eu estivesse na mansão dos Horan.

___

Gladys Althorp estudava o retrato da filha desaparecida. A fotografia fora tirada na mansão dos Horan, na noite em que Susan sumira. Ela usava um vestido branco que se ajustava ao corpo delgado. O cabelo louro, comprido, caía sobre seus ombros. Ela não sabia que estava sendo fotografada e sua expressão era séria, até melancólica.
No que estava pensando? Gladys se perguntou mais uma vez. Será que tinha um pressentimento do que lhe aconteceria? Ou finalmente se dera conta, naquela noite, de que o pai tinha um caso com Ellen Horan?
Gladys suspirou ao se levantar lentamente, apoiando-se no braço da poltrona. Brenda, a empregada, servira o jantar numa bandeja e se retirara para seu quarto. “Realmente não estou com fome”, pensou Gladys ao levar a bandeja para cozinha. Jogou a comida no lixo, passou um pouco de água no prato e o colocou no lava-louças.
Agora estou tentando botar em ordem a parte mais importante da minha vida, antes que seja tarde”. Pensou Gladys.
"Uns seis meses", os médicos haviam concordado ao lhe darem o veredicto que ela ainda não contara a ninguém.
Antes de morrer, tenho que saber o que aconteceu com ela, prometeu. Talvez esse investigador encontre algumas respostas”.
Seu nome era Liam Payne. Ela o vira na televisão. Depois de sair do Departamento de Polícia, ele abrira sua própria firma e se tornara conhecido por solucionar crimes que pareciam insolúveis.
"As famílias das vítimas só precisam de uma conclusão", dissera numa entrevista. "Só então pode haver paz para elas. Felizmente, todos os dias surgem métodos e ferramentas que possibilitam uma nova abordagem de casos que ainda estão em aberto."
A campainha soou exatamente às oito. Gladys pediu a Liam que viesse esse horário porque o marido, Charles, não estaria em casa.
Assim que abriu a porta, Liam a cumprimentou, ela gostou do fato de que o seu aperto de mão era firme e de que ele a olhou dentro dos olhos.
– Obrigada por vir. Sei que o senhor deve ser muito solicitado por pessoas como eu.
– Tenho duas filhas. - disse Liam. - Se uma delas desaparecesse, eu só teria paz quando a encontrasse.
Então acrescentou em voz baixa:
– Mesmo que o que viesse a descobrir não fosse aquilo que esperava.
– Acho que Susan está morta. - admitiu Gladys. - Ela não teria desaparecido por conta própria. Alguma coisa aconteceu e acho que Niall Horan foi o responsável. Qualquer que seja a verdade, eu preciso saber. Você estaria interessado em me ajudar?
– Claro.
– Juntei tudo que tenho referente ao desaparecimento de Susan. Está no meu escritório.
Liam Payne seguiu Gladys pelo largo corredor. No escritório, viu um retrato de Susan Althorp na mesa, ao lado de um saco cheio de papéis. Avançou para a mesa e pegou o retrato.
– Era essa a roupa que Susan estava usando quando sumiu? - perguntou.
– Era o que ela estava usando no jantar dos Horan. Eu não estava me sentindo bem e meu marido e eu deixamos a festa antes do fim. Niall prometeu trazer ela para casa.
– Vocês ainda estavam acordados quando ela chegou?
– Estávamos, mais ou menos uma hora depois. Charles estava assistindo o noticiário da meia-noite em seu quarto. Eu a ouvi falar com ele.
– Não é cedo para uma adolescente de dezoito anos chegar em casa?
– Charles era um pai superprotetor.
Liam notou os lábios de Gladys se contraírem. Observou a palidez de sua pele e deduziu que ela estivesse muito doente e de que fosse essa a razão de contatá-lo.
Deixou a casa meia hora depois, levando o saco que continha todas as informações que Gladys Althorp havia reunido sobre o desaparecimento da filha.
Em sua investigação preliminar, Payne anotara o endereço da propriedade dos Horan. Num ímpeto, decidiu passar por ela. Ficou surpreso com a proximidade das duas casas. Niall Horan teria demorado menos de cinco minutos para levar Susan aquela noite se, de fato, foi o que ele fez, e menos de cinco minutos para retornar.
Quando Liam voltava para seu escritório, percebeu que já estava enfiado no caso.

Continua...


N/A: Estou começando essa fic e eu realmente espero que vocês gostem. Essa fic é totalmente diferente da minha outra fanfic - The Mission que também é do One Direction e também é postada aqui no FFOBS – e acredito que diferente das outras fanfics postadas sobre eles aqui no site. As pessoas sempre que vem falar comigo no Twitter perguntam como surgem ideias diferentes na minha cabeça, eu sempre respondo que não sei (e isso é verdade), eu apenas tento fugir do clichê “eu conheci meu ídolo” por isso fiz uma fanfic um pouco mais leve e de comédia, que é a The Mission na qual eles são agentes secretos e essa agora.
Fiz com o Niall fixo porque além de ser meu 1D favorito, eu achei interessante colocá-lo no posto de vilão e mocinho ao mesmo tempo, afinal sempre o vimos como o “príncipe em busca de sua princesa”, achei que seria legal colocar em conflito essa imagem e mais bacana ainda ele ter uma idade mais avançada do que a protagonista que no caso é você. Aliás a história toda é com adultos.
Desculpem pelo fato de os outros meninos não serem interativos, mas para escrever, quando menos interatividade nessa fic, melhor!
Ah quase me esqueço, se quiserem falar comigo meu Twitter é @1DSplitter. Quero aproveitar e deixar um beijo pra minha beta que já está comigo na outra fic e agora eu lhe dei mais trabalho com essa. Beijoooos Ness... Obrigada!

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