Je T'Aime, Australie


Escrita por: Gabs Manzano
Betada por: Carolina Bezerra




CAPÍTULOS: [1] [2] [3] [4] [5]



Prólogo
O ano era 2011, e eu tinha apenas 13 anos, quando minha mãe decidiu se mudar do Brasil para Sydney, Austrália. Foi realmente um grande choque para mim, eu havia acabado de chegar à escola nova, estava começando a me adaptar e fazer amizades, o que não era muito meu forte pelo fato de sempre ter sofrido bullying por ser um palitinho ambulante. Naquela manhã eu fiquei totalmente desestruturada, não sabia o que fazer.
- , filha querida, ande ou vamos perder o avião. Temos muitas coisas para resolver em Sydney, meu amor.
Minha mãe falava calmamente apesar de colocar certa pressão em mim. Ela sempre fora uma mulher muito calma, era difícil vê-la estressada, mamãe sempre foi um amor de pessoa, porém sempre tive um pouco de dó dela. Mãe solteira cuidando de uma adolescente de 13 anos não parecia ser tão fácil, ainda mais envolvendo seu emprego que lhe fazia se mudar de cidade e até mesmo de país constantemente.
- Calma mãe, estou terminando de pegar meu violão e meus CDs.
Ah, a música. Com certeza sempre será a coisa que eu mais amo depois de minha mãe. Quando eu me sentia sozinha, deprimida ou coisas do tipo, era a música que me acalmava e me deixava bem. Desde meus oito anos minha mãe me fez ter aulas para aprender a tocar, cantar, falar inglês e todas essas coisas. Era realmente cansativo, mas apesar de tudo fazia eu me sentir bem.


Capítulo 1
A Austrália é realmente um lugar lindo, tanto o país como as pessoas. Não demoramos a pegar as malas e já nos direcionamos para fora do aeroporto, pegando um taxi e indo para o endereço o qual minha mãe havia passado ao motorista. Durante o caminho todo eu olhava pela janela imaginando como seria essa minha nova vida, quanto tempo eu ficaria naquele lugar desconhecido - minha mãe nunca ficava trabalhando em um lugar por mais de três anos - eu tinha bons pressentimentos sobre aquele lugar, não sei se era coisa da minha cabeça, se eu estava tonta devido ao fuso-horário, ou se realmente tinha um bom pressentimento. Após 15 minutos circulando sem parar dentro de um carro apertado pelas ruas de Sydney, chegamos em frente a uma bela (e grande, MUITO GRANDE) casa. Havia um extenso gramado na frente, com um caminho feito de tábuas que o atravessava e o ligava diretamente a porta da casa, observei mamãe girar lentamente a maçaneta e empurrar a porta, quando a mesma já estava completamente aberta pude ver o quanto aquela casa era ainda maior por dentro. Não pude deixar de abrir a boca com uma expressão obvia de quem vira algo realmente incrível. Como era de se esperar a casa já estava mobiliada, subi rápido pelas escadas e abri a primeira porta que vi, era um quarto enorme, cujas paredes eram azuis, uma das minhas cores favoritas, havia uma grande cama de casal no canto do quarto e uma escrivaninha com um computador novo. Dinheiro nunca foi um problema para minha mãe, ela tinha um bom emprego que lhe pagava super bem, além de que vivíamos em duas o que tornava as coisas ainda mais fáceis economicamente. Não hesitei em pular na cama e me esparramar toda como aquelas meninas fazem nos filmes. Sem que eu percebesse minha mãe apareceu na porta do quarto toda eufórica.
– Filha, temos visita!!!! Ai que emoção.

Eu podia ver minha mãe dando gritinhos e pulando de felicidade enquanto caminhava em direção a escada. Pulei da cama e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo de lado frouxo como costumava fazer no Brasil e desci as escadas saltitando. Chegando lá, encontrei com uma mulher loira, pouco mais baixa que minha mãe, e um menino loiro cujos olhos eram tão azuis que poderiam deixar até um cavalo em transe (ótima comparação, ) cumprimentei os dois com um aperto de mão, afinal eu tinha acabo de conhecer meus novos vizinhos, não ia chegar dando um beijo na bochecha de cada um, seria muito estranho.
– Filha, esses são Luke e Liz, eles são nossos novos vizinhos e você vai começar na mesma escola que Luke na segunda, isso não é ótimo?
Percebi pela voz da minha mãe que ela queria realmente que eu me desse bem com esse garoto, e do jeito que ela é afobada, provavelmente queria que eu futuramente namorasse com ele (minha mae tem problemas mentais, esqueci de mencionar?).
– Olá, prazer, sou a , mas podem me chamar só de mesmo.
Sorri e logo corei, eu era extremamente tímida em relação a conhecer pessoas novas. Sentei entre Luke e mamãe, que não parava de conversar com a tal Liz nem um segundo sequer. Eu já ia levantando quando o garoto direcionou algumas palavras para mim, as quais eu não compreendi, pois estava saindo do sofá.
– Como?
Perguntei brevemente, me virando para ele e erguendo as sobrancelhas.

– Eu disse oi.
Ele respondeu curto e grosso. Não me deixando escolha a não ser sentar de novo ao seu lado e me virar para seus grandes olhos azuis.
– Ah, oi.
– Então... Você vai estudar comigo, não é?
– É o que parece. Mas fica tranquilo, eu não vou ficar andando com você, sei que você deve ter seus amigos e ficar andando comigo pela escola não seria uma boa.
Dei um sorriso de lado, quase mínimo e prevendo que sua resposta seria em concordância, o que deixaria a entender que ele queria distância de mim.
– Na verdade... Eu ia falar pra você andar comigo, sabe, não sou muito popular, não tenho muitos amigos. E eu posso te apresentar aos poucos que tenho.
Ele sorriu (SENHOR, QUE SORRISO PERFEITO) envergonhado e abaixando a cabeça e bagunçando os cabelos. Sorri junto e comecei a puxar assunto, o único assunto que eu sabia bastante era música e tudo relacionado a ela.
– Então Luke... Você gosta de música?
Perguntei me esticando no sofá e soltando meu cabelo que caiu totalmente bagunçado sobre meus ombros, não liguei muito e voltei a conversa que acabara de iniciar com Luke, que antes que pudesse responder foi cortado por sua mãe, que pelo visto estava prestando atenção na nossa “conversa”.
– O Luke ama música! Ele toca violão e canta como ninguém! Eu sempre falei para ele gravar alguns vídeos cantando e postar no YouTube, mas ele nunca deu ouvidos.
Liz dizia olhando séria para Luke, mas ao mesmo tempo rindo discretamente.
– Olha , um parceiro para tocar e cantar com você! Olha que ótimo! Suba e pegue seu violão, mostre alguma coisa para nós.
Mamãe falou toda empolgada e com um belo sorriso no rosto, mas não dei ouvidos, apesar de ser legal ter alguém para passar algumas horas tocando violão e cantando comigo eu tinha muita vergonha, minha voz não era das melhores e eu também não era tão fera no violão. E de jeito nenhum eu iria “mostrar alguma coisa” para eles. Mal os conhecia e já iria cantar e tocar pra eles? Nunca.
– NÃO!
Eu gritei e me pus de pé. Que diabos eu estava fazendo? Eu não sou assim.
– Quero dizer, sim, não. Ah, não sei. Se o Luke topar cantar e tocar junto pode ser.
O que tem de errado comigo? Sério, que bicho me mordeu? Mal conhecia o garoto e já estava dando a ideia de cantar juntos, o que isso seria? Uma dupla sertaneja da Austrália?
– Claro, espere um minuto, vou ir em casa pegar meu violão. Quer ir comigo?
Luke levantou batendo as mãos na calça e ajeitando-as, assim que estava de pé virou-se para mim e estendeu a mão na esperança de que eu a pegasse e fossemos para sua casa. Foi o que eu fiz. Me levantei e fomos andando até a casa do lado, que por fora parecia ainda maior que a minha, entramos pela porta de frente que dava para uma sala enorme com um grande TV e um sofá que estava ocupado por um garoto que parecia ser irmão mais velho de Luke. Ele jogava sem piscar um jogo que eu desconfiava ser COD.
– Ben, levanta, temos visita.
O loiro parou o jogo e se levantou do sofá vindo em minha direção, e eu não pude deixar de reparar que assim como o irmão mais novo, ele era lindo.
, esse é meu irmão Ben. Ben essa é a , nossa nova vizinha. Ela vai começar na minha sala segunda.
– Olha só o Hemmo, mal conheceu a garota e já está trazendo ela em casa. Esse é meu irmãozinho!
Ben agarrou Luke de lado e esfregando o punho nos cabelos de Luke e abriu um grande sorriso.
– Não vem com essa Ben, só viemos pegar meu violão. Vamos tocar e cantar um pouco.
Luke se soltou do irmão rapidamente e correu para as escadas, virou para mim e me chamou com a cabeça. Fiquei vermelha, nunca tinha entrado na casa de um garoto e muito menos em seu quarto, que era onde estávamos indo. Era um quarto bem simples. Uma cama de solteiro completamente desarrumada, algumas roupas espalhadas pelo chão e vário papéis que eu imaginava ser algumas letras de músicas. Eles pegou seu violão e me deu um leve cutucão para que saíssemos de seu quarto. Descemos as escadas e assim que passamos pela sala, Ben lançou um olha para Luke, um olhar cujo eu já sabia o significado (Eu estou prestes a fazer 14 anos, não sou nenhuma criança). Luke revirou os olhos e prosseguiu em direção à porta. Passamos horas tocando e cantando músicas sobre os olhares de nossas mães, minha mãe olhava Luke com um olhar tenso como se ele tivesse segundas intenções comigo. Já Liz olhava Luke com orgulho como se previsse um futuro promissor para o filho e sobre mim... bom, seus olhos quase nunca pairavam sobre mim.
Na segunda feira eu acordei bem mais cedo que o esperado, estava ansiosa para meu primeiro dia de aula. Conhecer pessoas novas seria uma ótima e meu medo de sofrer bullying diminuíra (Obrigada puberdade, hormônios...), eu não era mais aquela menina mirrada, mas também, do meu ponto de vista, não era considerada “gostosa” afinal, tenho praticamente 14 anos. Antes que pudesse tirar minhas roupas para tomar um banho ouvi meu nome sendo chamado e logicamente levei um susto que me fez praticamente ir do outro lado do quarto até minha cama em questão de 2 segundos.
? Está aí?
Eu conheço essa voz.
– Luke? Onde você tá?
Eu revirava meu quarto com os olhos me perguntando como ele iria conseguir entrar la.
– Olha pela janela.
Fui em direção a janela e claro! A janela do meu quarto dava de frente com a janela do quarto de Luke.
– O que você está fazendo ai?? Tá me espionando ou coisa do tipo?
Perguntei séria sem ao menos dar um sorrisinho irônico e o encarando com um olhar de repreensão.
– Me desculpa, não queria te assustar, mas foi hilário o pulo que você deu. – Ele riu com a cabeça baixa e logo voltou a me encarar. – Enfim... Tem como me dar uma carona para a escola? Meus pais não vão poder me levar.
– Claro Luke, se arruma e vem pra cá.
Não demorou muito até que Luke aparecesse em casa. Tomamos café em silencio com minha mãe e logo fomos para a escola.
A escola parecia aquelas de filme, as meninas usavam saias lisas vermelhas que batiam um pouco antes do joelho, blusas brancas e um casaco também vermelho. Os meninos usavam calças azuis, uma espécie de colete na cor branca e uma gravata preta. Eu realmente gostava das roupas, pelo fato de me sentir bonita naquele conjunto meigo, e me sentir bonita era uma coisa que raramente acontecia comigo.
Durante o tempo todo naquela gigantesca escola me mantive ao lado de Luke, o que fez arrancar alguns olhares desconfiados das pessoas ao nosso redor. Não demorou muito a encontrar alguns amigos de Luke sentados numa mesa. Eram dois meninos e uma menina, que ao ver Luke, abriu um sorriso de orelha a orelha e correu na direção dele e pulou para um abraço.
– Você não me falou que tinha uma namorada, Luke.
Sorri e dei um oi simpático com a cabeça para a garota e me sentei no banco.
– Não falei porque não tenho. Essa aqui é , ela é minha amiga desde que me entendo por gente.
Ele sentou-se do meu lado e colocou alguns materiais que carregava sobre a mesa.
– Gente, essa aqui é a , ela se acabou de mudar do Brasil para cá, é minha nova vizinha e vai estudar com a gente. esses são Ashton e Pedro.
Ashton era um garoto extremamente lindo, tinha os cabelos bagunçados presos por uma bandana e os olhos cor de avelã que eram hipnotizantes. Pedro tinha os cabelos pretos assim como os olhos, era tão branco que fazia meus olhos arderem.
Ficamos cerca de 15 minutos conversando animadamente até que uma grande sombra pairasse sobre Luke. Virei-me para trás em um piscar de olhos e dei de cara com um menino gordinho (mas nem tanto, ele só tinha poucas gordurinhas a mais), tinha cabelos loiros e os olhos verdes. Com ele vinha um garoto baixinho e magrelo com cabelos escuros, parecia ser asiático [oi summers, levem na zoera], apesar disso ele era indiscutivelmente fofo.
– Qual é, Hemmings? Deu pra arranjar uma namorada agora?
O gordinho falou todo cheio de marra e deu um empurrão nas costas de Luke, que comia uma maçã todo encolhido na mesa. O garoto continuava empurrando ele até que surtou e deu um belo tapa na orelha de Luke, que caiu de lado no banco. Sem perder tempo me coloquei de pé e encarei o gordinho.
– Quem você pensa que é?
Gritei e bati de frente com o garoto.
– Sou o Michael, mas pra você é só Mike. E eu acho que você é areia demais para o caminhãozinho do Hemmings. Devia parar de andar com esse ótario sabia? – Ele cruzou os braços e revirou os olhos parando-os em mim. – Você devia andar comigo e com meu parça Calum aqui. Você só tem a perder ao lado desse babaca.
Numa questão de instantes esqueci os bons modo de menininha moça que minha mãe havia me ensinado e virei um soco na cara do tal Michael, ele cambaleou para tras e voltou com ódio nos olhos.
– Que lindo, Hemmings... Não sabe se defender e usa a própria namorada para isso.
– Não sou namorada de ninguém!
Dei dois passos para trás, percebendo que Michael e Calum vinham em minha direção com sede de vingança.
– Chega com isso aqui! – Luke gritou e colocou os braços na frente de Calum, que estava a ponto de me bater. – você não tem nada a ver com isso, deixa que eu me viro ok?
Sentei e deixei que Luke fosse resolver as coisas com Michael e Calum e depois de uns 5 minutos, Hemmings havia sumido. O que me deixou aflita por que sabia que se Michael quisesse, quebrava Luke sem o mínimo esforço. Levantei-me e comecei a caminhar na direção que tinha os visto pela última vez. Dava passos calmos e segurava minhas mãos com certo medo. Michael também me quebraria facilmente. Antes que pudesse avançar, senti uma mão me pegando pelo ombro, num susto virei e dei um tapa na cara de seja lá quem fosse. Mas me arrependi quando vi Ashton passando as mãos na bochecha que estavam com uma marca de mão perfeitamente desenhada.
– Meu Deus Ashton! Me desculpe, pensei que fosse Michael ou Calum. Me desculpa mesmo!
– Está tudo bem. – Ele fez uma careta de como quem arrumasse a clavícula. – Se eu fosse você eu não ia atrás. Eles provavelmente devem estar dando uma surra em Hemmo ou até mesmo afogando ele na privada.
– Como assim? – Meus olhos se arregalaram e minha expressão se tornou obvia de quem estava preocupada. Não que eu estivesse gostando de Luke nem nada, mas ele era meu “único” amigo ali. – Precisamos fazer alguma coisa, Ash (até parece que sou íntima, vai vendo). Eu vou atrás e não quero nem saber.
– Eles vão te machucar também. É sério... Não vai.
Pude ver o medo nos olhos de Ash, mas mesmo assim não liguei e continuei no meu caminho para achar Luke ou o que restava dele. Não demorei a encontrar ele levando uma surra atrás da arquibancada. Corri em direção a ele sem me importar com a presença de Michael e Calum. Empurrei os dois antes que dessem mais um soco no estomago de Luke.
– Parem com isso, seus imbecis! Vão matar ele! PAREM! Agarrei Luke antes que ele caísse no chão e olhei para os patifes que riam descontroladamente da cena.
– Ai Hemmings... uma pena sua namoradinha ser bonita. Vai ser chato para mim ter que deformar ela.
Michael vinha em direção a mim com os punhos cerrados e um olhar de dar medo. Seus braços levantaram e senti o soco chegando de olhos fechados. Minha cabeça estremeceu quando senti a dor, mas não deixaria fácil. Dei um chute no meio de seus documentos. Ele caiu no chão urrando de dor e aquilo me abriu um enorme sorriso. Eu estava ferrada e sabia disso assim que vi Calum vindo em minha direção e pulando em cima de mim me jogando no chão. Minhas costas bateram com força no chão de concreto. Não demorou muito para ele me dar um soco na boca que resultou em um corte. Involuntariamente comecei a chorar e ao ver a cena ele simplesmente se levantou, olhou para Michael ainda estendido no chão e para Luke que estava levantando com muita dificuldade e vindo em minha direção. Não demorou para o menino sair correndo do local com medo nos olhos (medo?), Michael fez o mesmo e sumiu de nossa vista.
– Falei para você deixar isso para mim. Não se mete de novo, por favor. Luke me ajudou a levantar e limpou as minhas costas sujas pelas pequenas pedras do concreto.
– Não vou deixar eles te machucarem assim, Luke. Se eu não viesse você poderia estar morto... Sabe disso.
– Para de me chamar de Luke, me chama de Hemmo por favor. E obrigado, . Mas da próxima vez quem vai bater em você sou eu.– Ele abriu um sorriso e piscou para mim. – Vamos. O pessoal deve estar preocupado.


Capítulo 2
Depois de uma semana agitada na escola, cheia de provocação de Clifford e Hood, finalmente tive meu primeiro fim de semana em Sydney. Eu esperava sair ou fazer coisas legais, mas só fiquei no meu quarto ouvindo música, tocando e até compondo. Tinha horas do dia que podia ouvir Hemmo cantando de seu quarto. Ele realmente cantava bem e se seguisse os conselhos da mãe de colocar vídeos no youtube ele realmente ia longe na carreira da música. Acabei me distraindo com um livro mas fui interrompida quando meu celular que estava no meio das cobertas vibrou.
“Está na sua casa?”
Não entendo por que Luke fica me mandando mensagens se ele pode simplesmente gritar da janela do quarto dele que eu vou ouvir.
”Sim Luke... Eu tô em casa e sim, eu tenho comida e sim você pode vir comer.”
As vezes eu previa o que o Luke queria. Apesar de conhecer ele a apenas uma semana eu já conhecia ele muito bem, afinal eu passava quase o dia todo com ele.
”Como você sabia???? Abre a porta que eu tô chegando”
Desci as escadas e observei pela janela da porta aquele ser magrelo e loiro correndo pelo gramado. Seria uma pena se alguém decidisse ligar a agua para molhar as plantas naquele momento. Ok... não fiz isso mas juro que estava morrendo de vontade de ver aquele cabelo meio Justin Bieber todo molhado.
– Você tem fome 25 horas por dia, não é possível! – Exclamei arregalando os olhos enquanto fechava a porta. – Você já sabe o caminho da cozinha.
Mal virei as costas e Luke já tinha sumido. Caminhei calmamente em direção a cozinha e quando cheguei la, ele estava se deliciando com um bolo de chocolate que minha mãe tinha feito mais cedo antes de sair.
– Isso aqui tá uma delicia! É o melhor bolo que eu já comi na minha vida!
Sorri e me sentei num banco perto da bancada em que ele comia sem parar. Sem perder tempo peguei um grande pedaço de bolo para mim, Luke ia acabar com aquele negocio em questão de minutos.
– Luke...
– Oi? Ele respondera cortando mais um pedaço grande de bolo e enfiou goela abaixo.
– Por que você não grava vídeos cantando e coloca no YouTube?
De um segundo para outro, ele parou de comer, soltou o bolo no prato e sentou.
– Para ser mais um motivo das piados do Clifford? Não obrigada!
– Não Luke... pelo contrário. Você ia mostrar pra ele o quanto é bom nisso. Que você o supera em alguma coisa. Hemmo, olha pra mim. Eu tô falando sério, você só tem a ganhar com isso.
Ele que estava com a cabeça baixa apenas levantou o olhar e colocou as mãos juntas sobre a mesa. Respirou fundo e colocou a cabeça para trás.
– O que você quer que eu cante?
Imediatamente um sorriso enorme se abriu em meu rosto e eu comecei a dar pulos e bater palmas.
– Sério isso Luke? Serio mesmo?
Ele se levantou da cadeira, se pôs de frente a mim, revirou os olhos e concordou com a cabeça. Pulei do banco e o abracei forte enquanto dava beijos em sua bochecha que por motivos desconhecidos [desconhecidos, sei...] ficaram vermelhas na hora.
– Você vai gravar isso agora! Já! Anda, vamos pra sua casa.
– Você só pode tá brincando, né?
Ele se afastou e me olhou todo confuso. Lógico que estava falando sério. Não teria motivos para brincar.
– Não, não estou. Vamos logo porque você tem que criar uma conta no YouTube e gravar um vídeo. Vamos, vamos! Levantei e puxei Luke que mal andava e fazia passos moles. Ele realmente não queria fazer aquilo, mas até que uma hora cedeu e fomos para sua casa. Entramos pela porta da frente e novamente Ben estava jogando vídeo game na sala, ele pausou o jogo para ver a movimentação na entrada da casa e logo me viu. Não perdeu tempo e lançou o mesmo olhar de outro dia pra Luke, que provavelmente vira, mas não deu muita atenção. Passamos reto e fomos em direção à escada, subimos rapidamente e entramos no quarto de Luke. Ele pegou o violão, sentou em uma cadeira de frente ao computador e abaixou a cabeça.
– Sério que você quer que eu faça isso?
– Luke, por favor. É meu aniversário semana que vem. Pense como se fosse um presente para mim.
Ele levantou os olhos em minha direção, respirou fundo e ligou o computador.
– Vamos fazer isso logo vai. Eu preciso de uma música. Pega a minha pasta, por favor.
Ele apontou para uma pasta preta que estava em meio a vários cadernos. Peguei e rapidamente procurei alguma musica que me agradasse. O que não demorou muito porque Luke tinha músicas ótimas na pasta.
– Essa aqui. – Disse pegando o papel que tinha o nome Mike Posner. – Amo essa música. É ela que você vai gravar.
Ele me olhou e olhou para o papel em minha mão. Pensou duas vezes e puxou a letra de minhas mãos. Ligou a webcam e sem perder tempo começou a cantar e tocar. Sua voz parecia ainda mais bonita, era relaxante ver seus lábios se movendo conforme a música seguia, e seus olhos concentrados no violão para que não errasse nenhuma nota. Estava feito. Depois de alguns minutos, criamos a conta e não demoramos a postar o vídeo.
– Agora é só esperar para que alguém veja.
Eu sorri e me assustei quando ele fez o mesmo. Já falei o quanto sou apaixonada pelo sorriso dele? Ficamos nos encarando por alguns minutos e então ele cortou o silencio.
, eu...
– Você...
– Eu quero tentar uma coisa.
Ele se virou com a cadeira para mim e passou a mão nos cabelos.
– Que tipo de coisa, Luke?
– Eu nunca fiz isso antes, então pode parecer muito estranho.
– Olha Luke, seja lá o que você quer tentar. Faça logo.
Ele foi se aproximando e eu já deveria saber o que estava prestes a acontecer. Senti sua respiração bem perto da minha e meus olhos se fecharam. Era obvio que ele ia me beijar, e ia ser meu primeiro beijo. E eu estava certa de que queria que aquilo acontecesse. Mas antes que nossos lábios estivessem colados uma voz veio em direção à porta e eu já podia imaginar quem era.
– EU SABIA!!! – Maldito Ben! – Sabia que vocês dois andavam se pegando. Eu sabia!
Ben meio que fazia uma dança na porta do quarto de Luke, que afastou o rosto do meu lentamente de cabeça baixa.
– Sai daqui Ben! Agora! SAI!
Luke empurrou Ben para fora do quarto, mas antes que pudesse fechar a porta eu coloquei o pé na frente.
– Eu acho melhor eu ir pra casa agora... Depois a gente conversa.
– Não, . Fica por favor.
Eu pude ver seus lindos olhos azuis brilhando e implorando para que eu ficasse. Mas eu realmente achei que era melhor ir embora.
– É melhor você explicar direito essa cena que o Ben acabou de ver.
Saí do quarto e a última cena que pude ver era Luke se sentando na cama, passando as mãos no cabelo de uma maneira repreensora e depois se deitando.
O fim de semana demorou uma eternidade para passar, não sei se foi pelo fato de Luke e eu não termos conversado mais naqueles dois dias ou se era a vontade de ver ele na segunda feira. Como era de se esperar levantei super cedo, tomei um demorado banho, me arrumei para escola e desci para tomar café com a mamãe. Eu quase não vi minha mãe no fim de semana pelo fato dela ter ficado esses dois dias fora trabalhando, então colocamos o assunto em dia e começamos a falar do meu aniversário, que felizmente cairia na sexta daquela infinita semana. Eu queria chamar alguns amigos (Pedro, Luke, Ash e Isadora... quantos amigos... nossa) para fazer algo em casa e passar o tempo jogando conversa fora. Mamãe concordou e disse que se quiséssemos, poderíamos fazer uma espécie de acampamento na casinha que tinha atrás da minha. Era uma casinha para visitas, era bem simples e aconchegante. Topei na hora e decidi que assim que chegasse à escola, a primeira coisa que faria era comunicar a todos que eles passariam a sexta comigo. E foi o que eu fiz assim que cheguei naquele grande prédio. Avisei-os que adoraram e aceitaram o convite na hora e como era de costume ficamos sentados no banco esperando os minutos passarem até termos que entrar para sala de novo. O que não demorou muito. Eu e Luke levantamos, pegamos nossas coisas e seguimos juntos até a sala. No caminho não fora dita nenhuma palavra. Estávamos indo tranquilamente pelo corredor até que Michael apareceu, e como se não bastasse veio peitar com Luke, mas dessa vez não para brigar, o que realmente me surpreendeu, ele veio falar que tinha visto o vídeo do Luke no YouTube, e que cantar era a única coisa boa que ele sabia fazer. Luke ficou meio que sem reação ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de Michael Clifford, seu maior inimigo, ele apenas se levantou e agradeceu Michael. Aquela cena ia ficar marcada na minha mente por um bom tempo.
– Você toca bem, poderíamos tocar um dia juntos. Eu sei tocar algumas coisas. O que acha? Deixar essa briga sem motivos de lado?
Pude ver o sorriso no rosto de Luke quando Michael pronunciou “deixar essa briga de lado”. Sem perder tempo, Michael se juntou a nós e achei conveniente chamar ele e Calum pra minha “festa do pijama” na sexta. A semana foi super tranquila após aquele dia. Tirando o fato de eu e Luke não termos tocado no assunto “deixa eu tentar uma coisa em você”, apesar de eu realmente querer muito aquilo, eu cheguei a conclusão de que era muito cedo ainda. Apesar das minhas únicas amigas no Brasil já terem beijado, eu achei melhor esperar mais um pouco.
A sexta chegou e lá estávamos eu e Luke sentados na beira da piscina 30 minutos antes de todos chegarem. Ficamos parados jogando poucas palavras pelo ar e esperando o tempo passar, ele falou do vídeo que estava ganhando cada vez mais visualizações e que estava pensando em postar mais, eu adorei a ideia e quem sabe mais para frente ele e Michael poderiam postar vídeos juntos. Apesar de terem um passado de ódio, brigas, Luke de olho roxo e tudo mais, o futuro deles ia ser ótimo, tinha certeza de que seriam grandes amigos.
Não demorou muito até que todos chegassem e começássemos a assistir filmes, comer muito e quase derrubar uma árvore. Já estava ficando tarde e todos estavam relativamente cansados. Até que a brilhante Isadora deu uma ideia.
– Por que não brincamos de verdade ou consequência?
Todos toparam sem exceção, até que ela continuasse a falar.
– Vale tudo.
Pude ver um sorriso malicioso em seu rosto, afinal Isadora tinha quase 16 anos e estava clara que queria segundas intenções naquela brincadeira. Todos concordaram, mas ficaram meio desconfiados do que aconteceria ali. Eu era a mais nova e com certeza fui a que mais fiquei com o pé atrás.
– Deixa que eu começo.
Calum se voluntariou e começamos a brincadeira, que com certeza não acabaria bem. Ele girou uma colher que tínhamos pegado para servir de roleta e começamos aquele inferno de jogo. Jogamos aquilo por cerca de 40 minutos e Isadora conseguiu o que queria, beijou alguém. Michael como era de se esperar topou na hora beijar a loira que se jogava para cima dele. Estávamos na ultima rodada e Ash girou a colher.
– Verdade ou Consequência, Luke?
– Consequência, mas pega leve.
Ash pensou por 3 segundos e falou pausadamente.
– Eu quero... que você beije a . – E sorriu de lado. – Na boca.
Merda Irwin! Eu queria e não queria. Seria estranho assim, forçado, na frente de todos. Meu primeiro beijo seria com alguém que eu particularmente gostava. Luke se tornou meu melhor amigo, mas não sei se isso era o certo.
– O QUÊ?
Eu e Luke falamos juntos com os olhos arregalados em direção a Ash, que dava gargalhadas da cena.
– E-eu não vou fazer isso, Ash.
Luke ficou totalmente corado.
– Lógico que pode Hemmings. Anda logo, larga mão de ser bixinha. Vai dizer que nunca deu um beijo numa menina antes?
Michael provocava, mas Luke não iria lhe falar a verdade e correr o perigo de ser zoado.
– Ela não quer, tenho certeza.
Calum continuou provocando Luke, que estava de cabeça baixa. Ser rejeitado por outras pessoas não deve ser muito bom. Mas, por que não?
– Na verdade, eu...
Todos olharam assustados para mim. Todos, sem exceção. Luke me olhou com cara de surpresa e abriu um sorriso bobo no rosto. Eu queria aquilo, ele queria aquilo. Por que não?
– Mas não quero que seja aqui na frente de todo mundo. Sabe, é estranho fazer isso com pessoas em volta, olhando. Vocês me entendem?
Eles assentiram enquanto eu e Luke levantávamos e íamos para a casinha na arvore. Eu estava realmente muito nervosa.
– Eu realmente não sei o que falar. Eu... nunca beijei ninguém na vida.
Eu falei, sentando do lado dele e olhando pro chão.
– Eu também. Mas se você não quiser, eu entendo.
– Eu quero Luke. Mas não sei se quero isso agora. Por um lado sim e outro não. Você se tornou um grande amigo desde que mudei pra cá. Apesar de ter sido só duas semanas eu já sinto que você ocupa um grande espaço no meu coração entende?
Me virei e encarei ele que ainda estava com o olhar fixado no chão mas que logo em seguido levantou e encontrou o meu.
, eu sei que é meio cedo para falar isso, mas... eu gosto muito de você.
– Eu também Hemmo.
Luke abriu um sorriso perfeito, um sorriso de quem finalmente conquistara algo bom na vida. Como era de se esperar seu rosto foi se aproximando do meu, chegando tão próximo que eu podia sentir sua respiração ofegante. Nossos lábios estavam para serem colados, mas algo teria de atrapalhar.
– Ainda tão nessa moleza? Pela mor de Deus, desçam logo, vai. Vocês estão aí faz mó tempo.
Luke abaixou a cabeça assim que a voz de Ash ecoou naquela velha casinha. E não, não nos beijamos. Descemos e Isadora, Calum e Michael já haviam capotado.
– Quanto tempo ficamos lá dentro?
Perguntei, imaginando que a resposta seria que tínhamos ficado lá uns 20 minutos.
– Vocês tão lá tem uma hora. Sem brincadeira. Vocês enrolam muito.
Olhei assustada para Luke, passamos uma hora lá? Como assim?
Pedro levantou-se, pegou a almofada em que estava sentado e foi para dentro da casa de visita, Ash, Luke e eu seguimos o branquelo que se acomodou e deitou assim que entrou na sala da casa.
– Aonde vocês vão dormir?
Ash perguntou já sonolento e se ajeitando no sofá.
– Aqui mesmo.
Apontei pra o colchão que estava arrumado no canto da sala e percebi que minhas mãos estavam entrelaçadas na de Luke durante o tempo todo. Não fiz questão de soltar, eu estava gostando daquilo. Luke se deitou de frente para mim e ficamos nos encarando até o relógio marcar 3 horas da manhã. Eu realmente perdia a noção do tempo quando mergulhava naqueles olhos de Luke.
– Eu queria ter tido mais atitude com você na casinha, fui muito lerdo.
– Luke, você é lerdo. Mas isso é uma questão de tempo.
– Eu não quero esperar mais, .
Corei, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa os lábios de Luke grudaram nos meus. Eu tinha dado meu primeiro beijo e não foi forçado!!!! Eu estava feliz demais para descrever aquilo. Mas era bom. MUITO BOM. Luke parecia não querer parar nunca aquilo e eu poderia ficar por horas naquela posição desconfortável só para beijar ele.
– Isso é realmente estranho.
Riu quando terminou o beijo e suas mãos acariciavam meu rosto. Pude olhar fundo nos olhos de Luke e sabia que queria ele comigo. Não como amigo. Ele estava sendo meu primeiro amor. E eu estava amando! Ai meu Deus, isso é uma novidade para mim. Eu não queria falar nada. Só queria que ele fizesse carinho em mim até que eu pegasse no sono, e foi o que ele fez. Acordamos de manhã cedo e para minha surpresa todos já tinham acordado.
– Eu vi vocês cumprindo o desafio ontem. Seus safados.
Ashton falou em meio a bagunça que a sala se encontrava. Todos viraram e encararam a mim e Luke, que não sabíamos onde enfiarmos a cara. Michael soltou um grunhindo enquanto batia palmas em direção ao Luke. Calum dava tapinha nas costas dele e Isadora me olhava com cara de poucos amigos. O porquê? Eu também queria saber. Mas isso não vem ao caso. Saímos da casa e minha mãe havia deixado pronto um café da manhã maravilhoso antes de sair. Depois de termos comido, todos sentamos em frente à TV e esperávamos a vez de cada um ir embora. Até que sobrou apenas eu, Luke e Isadora em casa. Após horas conversando ela finalmente decidiu ir. Luke e eu ficamos assistindo um filme até que eu realmente ficasse cansada e quase o expulsasse de casa. Jamais faria isso, só dei indiretas para que ele percebesse meu cansaço e decidisse ir, o que não demorou muito. Acompanhei-o até a porta, e apenas disse tchau com um sorriso no rosto. Ele por sua vez sorriu e me beijou no rosto. Uma cena fofa se Jack, o outro irmão de Luke, não tivesse gritado na frente da minha casa. E lá se passava mais um fim de semana parado, mais uma semana parada e assim se prosseguia.


Capítulo 3
Como era de se esperar Luke, Michael e Calum se juntaram e começaram a postar covers juntos no YouTube, não demorou muito para que Ash se juntasse a eles e formassem a 5 Seconds of Summer.
Passaram-se alguns meses e minha relação com Luke deu um grande passo no dia 25 de abril de 2012, quando ele chegou à escola com o violão pendurado nos ombros e um lindo buque de flores nas mãos. Eu jamais esperaria por aquilo, me pegou totalmente de surpresa afinal, Luke era muito tímido. Ele veio andando pelo corredor em minha direção cantando Lucky, uma música que definia perfeitamente o nosso estado no momento. E em meio aos olhares apaixonados das meninas da escola, ele terminou de cantar quando estava a alguns centímetros de distância de mim, o suficiente para que ele pudesse se ajoelhar, dar o violão para o Cal e pegar o buque que Mike ficou segurando.
, em meio a todos os olhares de todos os lugares, eu escolhi o seu. Em meio a todos os sorrisos o seu é o mais lindo e o que mais me faz feliz. Por cada beijo e cada carinho eu me apaixonei perdidamente... – Senti algumas lagrimas de felicidade escorrendo pelas minhas bochechas violentamente coradas. – Eu só queria te dizer o quanto eu me sinto completo quando estou ao seu lado, o quanto eu me sinto perdidamente louco quando você fala e a sua voz é a única coisa que eu escuto e eu rezo para aquilo não passar rápido e quando você está longe eu conto os segundos pra te ver. Só queria que você soubesse , que eu te amo. – Me desabei a chorar sem me importar com as pessoas me olhando. – Namora comigo?
– Hemmings, você é o ser mais trouxa, babaca, idiota e retardado que existe! – Ele me olhou confuso e abaixou a cabeça, desapontado. – E é por isso que eu te amo, panaca.
Ele levantou e se aproximou de mim.
– Isso é um sim?
Ele tremia mais que um chihuahua.
– Isso é um claro que sim, Hemmings!
Ele me beijou sem se importar com as pessoas em volta que aplaudiam e sorriam para a cena. Algumas meninas deixavam cair algumas lágrimas ao ver tudo aquilo. Nosso namoro foi realmente a melhor coisa que aconteceu para mim. Quase nunca brigávamos e quando acontecia era por ciúmes de ambos e tudo acabava com um filme de terror, muita pipoca e muitos beijos.
O tempo passou e como era de se esperar o talento dos meninos foi bem reconhecido e eles começaram a fazer alguns shows por várias cidades, dando-lhe algumas centenas de fãs. Apesar da distância, Luke e eu continuamos namorando e sempre que não estava ensaiando com a banda ou coisa do tipo, ele passava algumas horas comigo.
Meses e anos se passaram e para minha surpresa, eu e minha mãe já estávamos em Sydney há quase três anos e eu estava imensamente feliz por poder continuar por lá. ESTAVA. Minha mãe ficou extremamente e sabia que não aguentaria muito tempo naquelas condições, seu corpo estava visivelmente debilitado e ela ficava cada vez mais pálida, foi ai que ela decidiu me emancipar. Eu não tinha mais nenhum parente além dela. Meu pai, um renomado piloto de avião, morreu ao tentar pousar o avião de uma maneira brusca e eu tinha apenas sete meses de vida, todos os meus avós haviam morrido pouco antes de eu nascer e eu não tinha tios. Minha mãe sabia que eu não ia ficar sozinha, pois ainda tinha a família Hemmings, 5SOS e , que se tornou uma irmã para mim. Minha mãe e Liz se tornaram melhores amigas, eram como carne e unha.
Era triste ter que aceitar que minha mãe não duraria muito tempo e que de acordo com os médicos, poderia morrer a qualquer momento. Eu tinha 17 anos e seria difícil para eu enfrentar essa barra sozinha. Durante o dia eu aproveitava cada segundo ao lado dela, durante a noite a dor pesava e eu chorava no meu quarto, chorava alto e não ligava, pois ela tomava remédios extremamente fortes para dormir, um elefante poderia pular corda do lado dela que ela não acordaria. Luke algumas vezes escutava meu choro e vinha me acalmar, fossem 9 da noite ou 4 da manhã, ele sempre vinha.
Para minha felicidade mamãe melhorou pouco e não estava tão debilitada. Luke e os meninos saíram em turnê pelo país, eu estava realmente orgulhosa, mas também estava triste de não ter Luke por perto.
--//--
O dia estava parado como sempre então decidi ir para a casa de passar o tempo e talvez ir ao cinema com ela no fim do dia. Luke e os meninos já estavam em turnê tinha seis semanas e eu não aguentava mais de saudade de todos. Eu e Michael nos tornamos melhores amigos, ele era o irmão que eu nunca tive. Apesar de tudo, Hemmo ligava no Facetime comigo todos os dias sem exceção, ficávamos horas conversando e eu não me importava com o tempo, eu só queria ficar ali escutando a voz dele até enjoar. E eu nunca enjoava.
e eu estávamos dançando loucamente ao som de Calvin Harris no quarto dela até que meu celular tocou com aquele toque que eu amava ouvir, Hemmo cantando Lego House.
– Srta. ?
desligou o som ao ver minha cara de preocupada. Ninguém me chamava de “Srta. ” desde que minha mãe fora encontrada desmaiada no trabalho.
– Estamos ligando aqui do Hospital Westmead para informar que sua mãe acaba de ser internada aqui. De acordo com os paramédicos, as pessoas do local comentaram que ela começou a passar mal e veio a desmaiar.
– Ai meu Deus! Já estou a caminho!
Mal desliguei o telefone e recebi uma ligação de Facetime do Luke. A primeira coisa que ele deve ter visto era o meu desespero e as minhas lágrimas que saiam com facilidade.
!!! O que aconteceu???
Eu não conseguia reagir, só chorava cada vez mais e falava baixinho entre meus soluços o quanto eu o amava.
! Me responde! AGORA! O que está acontecendo??
O meu desespero de certa forma o atingiu e ele começou a chorar ao me ver naquele estado.
– Minha mãe, Luke... Ela está no hospital de novo.


Capítulo 4
Continuei a ligação de Facetime com Luke durante meu caminho até o hospital, ele e conseguiram me acalmar de certa forma, mas quando Luke mencionou querer voltar para ver minha mãe surtei e gritava dentro o carro falando que seria loucura pois estavam no meio de uma turnê e não podiam parar assim do nada.
– Só vamos cancelar três shows , relaxa. Precisamos descansar um pouco, Mike está ficando gripado e seria interessante ele repousar um pouco. Vamos voltar hoje , você querendo ou não. Tenho que desligar agora. Eu te amo e te vejo mais tarde.
Voltei a chorar em pensar sobre o estado de minha mãe, Luke realmente se preocupava com a sogra, ela fora como uma segunda mãe pra ele.
Chegamos ao hospital e corremos até a recepção, eu realmente esqueci que aquilo era um hospital e comecei a gritar como uma louca perguntando sobre minha mãe, não demorou para que atendessem meu desespero e me levarem para o quarto o qual minha mãe se encontrava. não pode entrar e também não poderia ficar ali muito tempo. Ela ligou para Liz e informou sobre tudo que estava acontecendo, Liz disse que já sabia, pois Luke tinha ligado para ela e ela teria que ir buscá-los no aeroporto. se ofereceu para tal ato já que o hospital era próximo ao lugar. Liz concordou e disse que estaria no hospital em alguns minutos.
--//--
Minha mãe teve que fazer outra cirurgia as pressas e pelo jeito não acabaria tão cedo. Fiquei sentada no corredor choramingado/rezando para que minha mãe ficasse bem. Era horrível estar ali sozinha apenas com meu celular e um carregador.
– Finalmente te achei!
Luke atravessou a porta e veio em minha direção, se jogando do meu lado e me abraçando enquanto eu desabava em seus braços.
– Vai passar ... Vai ficar tudo bem.
Ele acariciava meus cabelos e beijava minha testa me passando um ar de segurança. Passamos horas ali até que alguém nos levasse para o quarto em que minha mãe estava e me acomodassem ali. Eu estava caindo de sono. Luke sentou-se no sofá e eu deitei sobre seu colo, não demorou muito para que eu acabasse cedendo ao sono e dormindo.
Luke me acordou algumas horas mais tarde falando que o doutor logo apareceria com noticias de minha mãe, nesse meio tempo que dormi, Liz aparecera e ficara conversando com Luke durante um bom tempo. Quando finalmente me levantei pude finalmente beijar Luke, eu estava bem mais calma. Abracei Liz super forte e novamente voltei a chorar (de onde eu tiro tanta lágrima?).
– Está tudo bem, . Está tudo bem.
Ela me abraçava e fazia carinho na minha cabeça. Luke viu a cena e decidiu se juntar ao abraço.
– Eu também quero abraços!!
Ele fez a maior cara de neném e me abraçou, me fez rir o que no momento era muito bom. Eu precisava daquilo.
– Srta. ?
Um médico que aparentava ter seus 40/45 anos apareceu na porta do quarto.
– Você tem noticias da minha mãe, Doutor?
Eu estava aflita, nervosa e com poucas esperanças de noticias boas.
– Srta. , acho melhor se sentar. – Sentei ao lado de Luke e entrelacei nossas mãos. Eu sabia que não teria notícias boas. – Eu sinto muito mesmo em lhe dizer isto. Mas foi uma cirurgia arriscada e com poucas chances de sobrevivência. Dói em mim lhe dizer isso, mas sua mãe não aguentou. Ela foi forte, muito forte... Mas infelizmente não conseguimos salvá-la.
Liz começou a chorar tanto quanto eu, ela chorava tanto que teve que sair do quarto e ir para o ar fresco. Eu me abraçava cada vez mais em Luke e chorava muito pedindo para aquilo não ser verdade. Logo ele estava chorando comigo.
– Ela disse que te ama muito, e perguntou sobre Liz e Luke. Ela perguntou se eles estavam aqui, pois ouvira as vozes. Quando finalmente dissemos que estavam aqui, ela sorriu e foi em paz.
O médico terminou a frase, passou as mãos nos meus ombros e saiu do quarto.
--//--
Já havia se passado alguns dias desde a morte da minha mãe e eu só queria saber de ficar deitada no quarto o dia todo, escutando algumas músicas, lendo algum livro, pensando, sofrendo.
?
Michael estava encostado na porta do meu quarto de braços cruzados, me olhando com dó. Às vezes esqueço de trancar a porta de casa e qualquer hora isso ia me causar problemas.
– Ô Mike, entra aí.
Sentei na cama e ele puxou a cadeira da minha escrivaninha e sentou-se na minha frente.
, você está presa aqui no quarto faz dias. Você não atende o celular, Facetime, não responde as mensagens. Tá todo mundo preocupado com você, o Luke tá surtando. Vamos sair um pouco. O que acha?
– Ai Michael, não sei não. Eu prefiro ficar sozinha aqui em casa. Pensando no que eu vou fazer daqui pra frente. Minha mãe sempre foi minha base para tudo.
– Eu sei, mas , vamos esfriar a cabeça. O pessoal tá indo pra praia daqui a pouco e pediu para que eu viesse te chamar. Depois da praia vamos dar umas voltas por ai e achar alguma coisa pra fazer. Vamos?
Revirei os olhos, encarei Mike por alguns segundos e cai para tras na cama.
– Tudo bem Michael, você venceu.
Ele vibrou e se levantou num pulo.
– Beleza. Luke passa aqui daqui a pouco pra te levar.
Ele estava quase saindo do meu quarto e eu me dei conta que Luke não dera notícias ultimamente, o que era estranho, pois ele era meu vizinho e poderia ir em casa quando bem entendesse. Belo namorado esse que te abandona quando sua mãe morre.
– Michael... Onde o Luke está?
– Ele foi resolver umas coisas. Não veio aqui por que achou que você precisaria de um tempo sozinha.
– Tudo bem.
Dei um sorriso meio merda, melhor do que um sorriso falso, pois na minha situação era difícil dar um sorriso sincero. Michael foi embora e eu finalmente decidi que faria alguma coisa. Eu estava realmente acabada, meus cabelos estavam tão sujos que parecia que eu não tomava banho há meses, grandes olheiras se formavam debaixo dos meus olhos, eu usava só uma calça de moletom, uma blusa regata e pantufa. É, eu definitivamente precisava sair.
Peguei o celular que estava guardado na gaveta, liguei no carregador e logo mil mensagens e ligações perdidas explodiram na tela. 113 ligações de Facetime perdidas de Luke, 2000 mensagens não lidas, 150 ligações perdidas de todos meus amigos. A primeira coisa que fiz foi ligar para Luke, eu estava com uma saudade imensa de ouvir a voz dele.
O dia foi passando e quando era mais ou menos 8 da noite Luke apareceu em casa para irmos para praia. Sim, íamos à praia às 8 da noite. Não demoramos a chegar e todos estavam lá em volta de uma fogueira, com violão e tudo mais.
– Não sabia que ia ser um Luau.
Ri enquanto caminhava com Luke em direção a rodinha.
– Não é. Só vamos... Fazer coisas diferentes hoje. Você vai gostar, confia em mim.
Ele me beijou rapidamente e assim que chegamos à roda, todos vibraram e bateram palmas. Aquela ia ser uma longa noite.


Capítulo 5
(coloque para carregar https://www.youtube.com/watch?v=SYM– RJwSGQ8 e dê play quando eu avisar)
– E então, o que vamos ter para hoje?
perguntou abrindo uma garrafa de Absolut, que até agora estava escondida.
– Senhoras e senhores, temos uma bela programação para o dia de hoje, será com certeza uma noite inesquecível para todos.
Michael caminhava de um lado para o outro, com os dedos juntos e uma voz de guia de viagem.
– Pois bem então, conte-nos a bela programação que vossa senhoria arrumou.
Calum esticou as pernas e se apoiou nos cotovelos, ele fazia caras e bocas enquanto falava com Mike. Não pude conter o riso.
– Começaremos com essa roda em volta dessa belíssima fogueira que Ash preparou, vamos beber até ficarmos alegrinhos, depois vamos pegar o conversível da nossa querida e dar umas voltas pelas ruas de Sydney, por fim vamos invadir um condomínio abandonado perto da escola, vandalizamos algumas ruas e terminamos apreciando o lindo nascer do sol. O que acham?
– Michael Clifford – Me levantei e bati palmas me aproximando dele e apoiando meu braço em seus ombros, dei um longo gole na garrafa de Absolut e continuei – Você é um demoninho. Eu amei isso! – Espalmei minha mão em seu peito e todos foram à loucura.
Bebemos bastante até chegarmos no ponto em que riamos de qualquer coisa. Pegamos o conversível de e praticamente voávamos pelas ruas (mencionei o fato de ser uma da manhã?), a buzina do carro dela era ensurdecedora e provavelmente acordara algumas pessoas. Paramos em um bar para comer algo, ficar só na base do álcool não resultaria em muita coisa boa. Falando bem a verdade, aquela noite não ia resultar muita coisa boa. Apesar das besteiras que iriamos fazer, dos problemas que íamos ter, seria a melhor noite da minha vida.
Olhei no relógio e já fazia uma hora que estávamos naquele barzinho, só conversando e comendo algumas frituras. Nada saudável. Pagamos a conta e voltamos para o carro de . Estávamos do outro lado da cidade, então demoraria um pouco para chegar até o condomínio que Mike falou.
--//--
– Como a gente entra?
Ashton olhava para a portaria destruída do lugar. Aquele lugar poderia ser usado para gravar um filme de terror. Olhei no relógio, 2:45 da manhã.
– Por aqui, venham.
Michael caminhou até uma grade meio caída, escalou e finalmente entrou no condomínio. Eu estava morrendo de medo. Apesar de amar filmes de terror e sempre assistir com o Luke (não assistíamos), viver aquilo era como estar nos filmes. Ou seja, alguém ia se ferrar aquela noite.
– Muito bem, agora vamos entrando nas casas, e a mais assombrada vamos deixar por ultimo.
Mike falou e já foi andando pela rua que estava sendo iluminada por uma lanterna que ele trouxera. A primeira casa que entramos era enorme, assim que pisamos la dentro nossos passos ecoaram e eu me agarrei em Luke, ele me abraçou e me beijou, o que de certa forma me acalmou.
– Calma , eu tô aqui. Relaxa.
Luke acariciou meus cabelos e segurou forte a minha mão.
– Até parece que esse frangote vai te defender de algum espirito maligno. Ele é maior cagão , vai sair correndo no primeiro susto.
Calum zoava da cara de Luke, é claro que ele não ia deixar passar em branco isso.
– Essa casa é muito sinistra. – não tinha medo, ela realmente adorava esse tipo de coisa, deve ser por isso que ela já tinha subido e descido as escadas daquela mansão umas três vezes. – É... Não tem nada aqui de valor que possamos levar.
!!
Ashton repreendeu a menina que se sentou em uma cadeira velha de balanço.
– O que foi Ash? Nada aqui tem dono. É tudo promoção.
Ela riu alto, e o eco fez com que o som parecesse macabro.
– Ah claro, promoção. Pegue o que você quiser e leve grátis um espirito tentando te matar pelo resto da sua vida. Delicinha. - Ele revirou os olhos e entrou em um cômodo da casa. – Onde é o banheiro dessa joça?
– Eu não sei, mas já achei a cozinha. E tem carne aqui gente, carne fresca. Venham ver!!
Calum gritou do cômodo que ele dizia ser a cozinha e todos fomos ao seu encontro. Realmente tinha carne fresca lá, mas não era o tipo de carne que pudéssemos comer.
– Acho que alguém morreu aqui.
Luke arregalou os olhos quando viu de que a “carne fresca” se tratava de um braço aberto. Aquilo foi realmente assustador e traumatizante, tanto que decidimos sair da casa na hora para não correr perigo de sermos os próximos a serem encontrados aos pedaços.
– Qual a próxima parada, guia Michael?
Perguntei, esfregando as mãos com um sorriso no rosto. Eu estava com medo, sim. Mas nem por isso deixaria isso estragar aquela noite. Já que estávamos fazendo tanta besteira, vamos fazer direito.
– Quem é você e o que fez com a minha namorada?
Luke parou no meio da rua e ficou me olhando assustado, mas cedeu e começou a rir e correr em minha direção, me agarrando e girando no ar e por fim me beijando, que beijo bom, beijo quente e sincronizado, Luke realmente sabe beijar e sempre deixava um gostinho de quero mais.
– Ow vocês dois... Pelo amor de Deus né, esse não é o lugar apropriado para fazer essas coisinhas que os dois estão pensando em fazer. Vocês vão ter muito tempo depois que formos embora.
– Cala boca Calum, você sabe que eu e Luke nunca fizemos nada além de beijar e beijar e beijar. Sabe que somos puros.
Sorri sincera e ri da cara de Cal, que revirou os olhos e continuou andando.
3:55. Passamos bastante tempo naquela casa. E se continuássemos daquele jeito, não veríamos o nascer do sol.
– Mike, temos exatamente três horas até o nascer do sol. Se eu fosse você eu me apressava.
– Sim, claro , então vamos fazer o seguinte, vamos nos separar e daqui a uma hora e meia nos encontramos aqui. O que acham?
– Por mim tudo bem Mike, Eu e vamos juntos.
Luke me abraçou por trás e beijou minha bochecha.
--//--
Aquele condomínio realmente era enorme e ficava cada vez mais assustador a cada rua que passávamos. Luke estava me levando para a casa onde ocorreram séries de assassinatos, o porquê de ele estar me levando lá? Boa pergunta. Talvez fosse para testar meu nível de coragem, ou quanto tempo eu conseguia segurar a vontade de fazer xixi nas calças.
– Fica tranquila, só vamos entrar, ver o lugar e sair, ok?
– Você tem certeza que não é perigoso, Luke? Olha quantos avisos de “não ultrapasse”. Vai mesmo?
, esses avisos foram colocados há anos aí, duvido que alguém ainda more aí. Confia em mim, vai ser divertido. Vamos, temos uma hora ainda.
– Em uma hora, espero estar bem longe dessa casa.
Luke gargalhava do medo que transbordava em mim, viver um filme de terror não é tão gostoso quanto eu imaginava.
Abrimos o portão da grande mansão com uma facilidade incrível, afinal, estava enferrujado, bastou um empurrãozinho e aquilo foi para o chão em questão de segundos. A porta estava aberta, como se dissesse “entre, seja bem vindo, talvez você saia, talvez seu corpo apodreça aqui.” Era uma casa linda, e pelas fotos antigas e desbotadas que sobraram lá, pareciam uma família feliz, não sei o porquê de o pai ter matado a família toda. Drogas talvez.
– Vem cá, , quero te mostrar uma coisa.
Luke esticou a mão para mim enquanto subia a grande escada.
– Só espero que não tenha nenhum assassino esperando pela gente aí em cima.
Gargalhei apesar do medo, era bom assim, eu espantava o medo e ficaria numa boa sem meu namorado me zoar o tempo todo.
Entramos em um quarto enorme que parecia ser o do casal, tinha uma cama gigante e que apesar do tempo estava arrumada.
– O ninho de amor do casal Brinskley.
– Brin quem?
– A família que morava aqui tinha o sobrenome Brinskley. – Ele olhava cabisbaixo em direção à cama. – Eu estudei com a filha deles quando era bem pequeno, éramos muito amigos. Eles realmente eram uma família muito feliz. Eu vinha aqui todo fim de semana, nadávamos, brincávamos, corríamos feito loucos pelas escadas. – Luke deixou algumas lágrimas escorrerem pelo rosto.
– Você gostava dela, não é?
– Isso já foi há tanto tempo. Mas eu queria te mostrar essa casa, sempre foi a casa dos meus sonhos. Um dia vou mandar construir uma igualzinha para morarmos e formar nossa família.
Não pude me conter e lagrimas escorreram pelo meu rosto. Abracei Luke por trás para mostrar pra ele que estava tudo bem, que íamos ser felizes não importa aonde, seja numa mansão, seja debaixo da ponte. Íamos ficar juntos até o ultimo dia de nossas vidas.
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Ele me virou e me abraçou pela frente. Começou a me beijar lentamente. E sem perceber já estávamos extremamente excitados. Era impossível parar. Luke nunca foi de ficar com a mão boba, mas naquele momento suas mãos espalmaram em minha coxa e apertavam sem dó. Eu não hesitei e pulei em seu colo, enlaçando minhas pernas em seus quadris. As mãos dele percorriam minhas costas como um carinho. (Se ele acha que ia ficar me provocando daquele jeito e eu não ia fazer nada, estava muito enganado). Percorri suas costas com minhas unhas deixando um arranhão vermelho por onde passou até chegar em sua nuca. Eu embrenhava meus dedos em seu cabelo bagunçando-o inteiro. Aquele beijo não tinha fim, e ficava melhor a cada segundo. Nós dois já sabíamos onde aquilo ia parar. Ele andou pelo quarto e finalmente me colocou em cima da cômoda velha que tinha ali. Aos poucos fui tirando sua blusa. Em quanto nos beijamos ferozmente continuei minha sessão de tortura. Passei novamente minhas unhas pelas suas costas. Aquilo estava funcionando. Sabia disso pelo gemido que ele deu. Continuamos o beijo e ele decidiu fazer a parte dele. Tirou minha blusa e eu fiquei apenas com sutiã. Mais beijos, mordidas e chupões. Ele estava caminhando suas mãos para o zíper de minha calça quando deu um passo para trás:
– O que aconteceu? - perguntei confusa sem saber o porquê daquilo.
– Eu só... , você tem certeza que quer? Eu sei que essa é a sua primeira vez e tipo, nós estamos em uma casa abandonada...
– Luke, sim, eu tenho certeza que está na hora. Não se preocupe com o lugar, eu te amo e com você ao meu lado mais nada importa.
Ele me deu um selinho delicado. Parece que nós realmente teríamos a nossa primeira noite de amor. Ele puxou minha calça que deslizou em minhas pernas. Estava a caminho de tirar sua calça também quando ele colocou sua mão dentro de minha calcinha. Fazendo movimentos circulares alternados entre lento e rápido ele me levou à loucura. Aos poucos a mão de Luke alcançou o feixe do meu sutiã e o tirou sem fazer cerimônia. Ele distribuía beijos pelo meu peito. Percorreu um caminho até chegar em minha calcinha. Me olhou como se perguntasse “posso?”, o que de certa forma foi fofo. Com o maior cuidado tirou a última peça de roupa que faltava para que ficasse nua. Ele me olhou uma última vez e eu fiz um sim com a cabeça. Eu confiava nele, estávamos juntos há anos e aquilo era certo.
Ele beijou minha intimidade e isso me causou arrepios pelo corpo todo. Num piscar de olhos ele já estava fazendo a parte dele. Aquilo era bom e prazeroso. Minhas mãos foram direto em sua cabeça, forçando-a, como se eu pedisse por mais.
Minhas costas se curvavam, meu peito arfava. E Hemmo fez com que tivesse o meu primeiro orgasmo.
Saltei da cômoda empurrando Luke. Continuei beijando-o até chegar à cama e o empurrar.
– Hemmings – dei uma risada safada – Agora é a minha vez!
Fui sorrateiramente tirando sua calça e cueca. Envolvi seu membro com minha mão e comecei a fazer movimentos alternados. Ele me beijava com ainda mais ferocidade provando que aquilo estava funcionado. Eu queria mais que isso. Queria que ele fosse à loucura assim como eu. Nunca tinha feito isso, mas não poderia ser tão difícil. Sorri mais uma vez, lambi toda a sua glande e abocanhei seu membro. O calor de minha boca fazia seu órgão pulsar. Antes que ele chegasse ao orgasmo, puxou meu cabelo para que eu o beijasse. Aquilo era realmente muito bom, mas eu queria Luke dentro de mim, não me importava se ia doer. Eu confiava nele e sabia que iria fazer nada que fosse me fazer sentir mal.
– L-luke, por favor... – Eu não conseguia respirar, muito menos falar direito.
Ele entendeu o pedido e quando vi sua cueca já estava longe. Ele se posicionou em minha frente me olhando como se falasse “eu vou devagar, fica tranquila”.
– Luke – seus olhos encontraram os meus, beijei ele e completei. – Sem dó.
Ele olhou assustado, mas fez o que eu pedi. Num movimento rápido Luke já estava dentro de mim. Meus olhos se arregalaram de surpresa e meu corpo protestou pela invasão bruta. Não tive nem tempo de ficar surpresa, pois logo já podia sentir o prazer explodindo a cada estocada forte que Luke dava contra mim. Sua boca distribuindo beijos pelas minhas costas, enquanto seu quadril se movimentava hora rápido, hora lento. Fazendo-me sentir vontade de subir pelas paredes daquela casa abandonada. Remexi meu quadril em sincronia com o seu, nossos gemidos pareciam estar uniformes. Doeu muito eu admito, mas estava tão bom que eu não pude pedir para parar.
Eu gritava, arranhava Luke, gemia e pedia por mais. Luke gemia tanto quanto eu e os gritos realmente estavam ficando cada vez mais altos.
Ele ficava cada vez mais ofegante a cada segundo que aumentava a velocidade. Nossos corpos estavam suados, cansados, mas sempre querendo mais. Trocávamos beijos e carinhos. E ali continuamos até Luke começar dar a entender que estava no seu ápice. Chegamos ao orgasmo juntos, e então Luke explodiu. Ele parou e abaixou a cabeça para me beijar. Deitou do meu lado e me abraçou.
– Eu te amo tanto.
– Eu também te amo.
Sorri e o beijei. Ficamos ali fazendo carinho um no outro e trocando beijos sem se preocupar com a hora.
– AI MEU DEUS, A HORA! QUE HORAS SÃO?
Luke pegou meu celular e arregalou os olhos.
– Eles devem ter achado que nós morremos. A gente tá aqui tem umas três horas já. Perdemos o nascer do sol.
– Tudo bem Luke, outro dia nós vemos. Podemos ver o nascer do sol todos dias. É sempre um espetáculo diferente, cada dia mais bonito. Vamos.
Terminamos de vestir nossas roupas e fomos procurar os outros.


CONTINUA





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