CAPÍTULOS:[1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][Epílogo]









Capítulo 1



"O andar dele era tão cafajeste quanto o sorriso." — A Culpa É Das Estrelas.


POV

- , deixa de ser chata! – puxava minha blusa de sua mão. – Eu não vou pra essa bosta!

- Por que não? Por que não começa a seguir os conselhos da sua mãe?

Olhei-a incrédula. Ela tinha falado aquilo mesmo?

- Vai comprar as conversas da minha mãe mesmo? – soltei minha blusa, fazendo tombar para trás.

- Caramba, ! Você tem 17 anos e passa o dia trancada no quarto lendo ou fazendo qualquer merda!

- Amiga, você ainda não percebeu que sou antissocial? A popular aqui é você, querida – falei me sentando ao lado da “minha” mala, que estava sendo preenchida, não por mim.

- É, mas ou você muda isso ou vai morrer sozinha, seca e com sete gatos! – ela vasculhou meu closet.

- Não vejo problema algum nisso – dei de ombros.

- Você vai para esse acampamento nem que seja a última coisa que eu faça!

- Pode tentar o quanto quiser. Eu não vou de qualquer forma – dei de ombros novamente.

- Como você é frustrante.

Revirei meus olhos.

- Sete dias, vinte pares de roupas. Acho que está bom – colocava em minha mala cada par já separado.

- Acho que é demais. É só uma semana, mas tudo bem – levantei minhas mãos me rendendo.

- Tudo bem aí? – Minha mãe (ou deveria dizer, pessoa que arruinou minha vida) brotou no quarto.

- Você tinha que permitir isso? Por que não é como as outras mães que torcem pras filhas ficarem em casa?

- E por que você não é o tipo de filha que sai pra se divertir e me da um pouco de trabalho? - ela me olhou. – Já está tudo pronto, ?

- Já sim, acabei de guardar o que faltava na bolsa – ela fechou a mesma.

- Eu não acredito que eu vou findar indo pra isso! Que tipo de pessoa você são?

- O tipo de pessoa que quer te ver se divertindo ao invés de ficar enfurnada dentro de um quarto – minha amiga colocou a mala no chão.

- Eu odeio vocês duas! Isso poderia ser considerado cárcere privado. Vocês estão me privando da minha liberdade!

- Quanto drama, menina. Agora se levanta daí e venha jantar com a – minha mãe ordenou, saindo do quarto.

Olhei para a e me levantei.

- Vamos, se não a fera me mata – ela riu com meu comentário.

Não podia acreditar que isso estava acontecendo comigo, logo comigo que sou uma ótima aluna e boa filha. Por que eu tinha que ter uma amiga louca e uma mãe mais doida ainda? Que mãe no mundo OBRIGARIA (porque foi isso que ela fez) a filha a ficar em um canto que ela não gosta, onde vai ter festas que provavelmente teriam drogas e sexo? Só a louca da minha mesmo. Enquanto muitas meninas querem uma mãe assim para ser “livres”, eu quero uma responsável e não tenho. Olha como esse mundo é injusto! Mesmo assim estou convencida de que, de uma forma ou de outra, nunca pisarei nesse acampamento, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida inútil!


DUAS SEMANAS DEPOIS


- Vocês não podem fazer isso comigo! Isso é sequestro! – eu protestava enquanto minha mãe dirigia até o local do acampamento.

- , deixa de drama! Olha a sua idade pra você esta fazendo isso! Se você falar mais um ai, você não vai passar só uma semana, e sim UM MÊS! – minha mãe começou a se irrita com minhas reclamações.

- , não vai ser tão ruim quanto você imagina. Eu vim no ano passado, e foi maravilhoso – sorriu maliciosa para mim.

- Eu tenho nojo de você, – inclinei minha cabeça para trás no banco.

Ela se aproximou do meu ouvido.

- Deixa você sentir um pau dentro de você, que vai mudar de opinião – ela se afastou, rindo.

Olhei-a com os olhos arregalados.

- Sua puta! Obrigada, mas não quero. Não agora.

- Não hoje, né?! – me olhou de rabo de olho.

- Nem hoje, nem nesse acampamento.

- Aham... Até parece que não - ironizou.

- Não esqueça que não queria estar neste acampamento, a culpa é do complô de vocês duas! – apontei para elas.

- , já mandei parar de drama, se divirta pelo menos uma vez na vida! – minha mãe me repreendia.

- Isso eu já entendi mãe, mas não significa que me conformei.

- Mas ela vai tia, deixa passar as primeiras vinte e quatro horas, que ela muda de ideia.

- , não pensa que vou ficar segurando vela pra você e seu ficantezinho não, tá?!

- Quem disse que é pra você ficar segurando vela pra gente? Não quero ninguém entre mim e o Zayn – sorriu maliciosa mais uma vez.

Bufei.

- Chegamos! – minha mãe gritou.

- O inferno acabou de começar... – falava enquanto adentrávamos o acampamento.

Vários jovens já estavam lá. Alguns eu reconhecia da escola, mas outros eu nunca tinha visto em toda a minha vida. Tinha que admitir que o local era lindo e bem espaçoso. As barracas já estavam todas armadas e vários carros saiam do acampamento, após os pais deixarem seus filhos. Todos pareciam se divertir, com seus respectivos grupos de amigos.

Eu ainda não podia acreditar que estava ali. Muito menos que essas duas malucas tinham, por livre espontânea pressão, me convencido a estar aqui. Não parecia ser ruim, o problema era eu! Digamos que o tipo de pessoa como eu não deveria estar em um local como esse. Porém minha linda amiga, que não sei por que queria que eu viesse, convenceu a minha mãe de que era o melhor e aqui estou eu, depois de ter jurado a mim mesma, só faltando fazer macumba, pra não estar aqui. A vida é uma merda mesmo!

Minha mãe estacionou o carro.

- Agora a gente vai colocar nossas coisas em nossas barracas e depois seguiremos para o palco principal, onde irão explicar tudo – parecia animada.

- Acho que então está na hora de eu ir. Se cuidem e tomem cuidado – minha mãe nos abraçou. – Próxima semana venho pegar vocês.

- Tchau tia – saiu do carro com suas malas.

- Tchau mãe e se cuide. Te dou noticia qualquer coisa.

- Tchau, .

Saí do carro com minha bolsa e minha mãe deu partida, se despedindo com um tchauzinho.

- Vem, , vamos procurar nossas barracas – me puxou.

- E como saberemos qual é a nossa? – a olhei.

- Tem nossos nomes, e uma coisa boa é que vamos ficar juntas, porque nossa barraca é a mesma – ela sorriu. – E aqui esta ela.

Olhei para meu lado e vi o possível lugar, onde ficaríamos por volta de uma semana. Não, não era ruim. Era acessível, por uma semana.


POV Liam

- E ai, dude? – aproximei-me do DJ Malik.

- Liam... Achei que não viesse esse ano – Zayn me olhava.

- E você acha mesmo que eu vou perder essa chance, Malik?

- Esse é o verdadeiro Payne – ele riu.

- Muita coisa nova esse ano? – falei enquanto olhava para uma menina do outro lado.

- Parece que esse ano não tivemos tantas novatas. Umas quatro ou cinco – Zayn olhou pra mesma direção que eu. – Britney. Segundo ano estudantil, o tipo de garota ótima na cama.

- E tivemos poucas? – continuei a analisá-la.

- Que valam a pena sim.

- E eu achando que iria ser difícil bater meu recorde. Em menos de três dias, já tenho pegado todas, e aí?

- O jeito é pegar as antigas de novo – Malik sorriu sacana. Ele sabia muito bem que eu não fazia isso. – Ao menos que queira pegar TODAS da escola mesmo.

Com TODAS, ele queria dizer todas. Independente de beleza ou não, coisa que eu não fazia, até porque minha imagem de bad boy não foi construída assim.

- Eu vou ver o que faço – continuava a encarar aquela loira.

- PRESTEM ATENÇÃO! – Alexander, o nosso supervisor de acampamento, gritava.

Alguns de nós continuaram conversando, enquanto outros o olharam.

- SILÊNCIO!

Por fim todos se calaram.

- Como todos já sabem, a Trek High School todos os anos possibilita que seus alunos passem uma semana no acampamento anual, onde vocês poderão se conhecer melhor.

O espaço se encheu de gritos de comemoração.

- ESCUTEM! Teremos cronogramas durante toda a semana e no penúltimo dia haverá uma festa de despedida, em comemoração. Divirtam-se e boa semana.

A multidão mais uma vez comemorou.

- Vai fazer o que agora? – olhei o Zayn. – As programações só começam daqui a duas horas.

- Acho que vou me divertir um pouco.

Sorri malicioso para meu amigo.


POV

- Eu não acredito que você vai pra caminhada! – olhava para ela, incrédula.

- Só tem a trilha com caminhada e baseball agora. Então prefiro a caminhada. Por quê? Se você quiser pode ir para o outro, sei que você não gosta de nada disso, mas tenta – ela me olhou.

- Eu acho que não trousse roupa pra isso?! – Perguntei mais que afirmei, afinal foi ela quem fez minhas malas.

- Na verdade trousse sim.

- Tá! Eu não vou. Acho que vou ficar só por aqui, conhecendo.

- Nossa! Que milagre! Ela quer conhecer gente!

- Cala a boca – empurrei-a.

Ela me empurrou de volta e começamos a rir, e foi quando...

- ... Achei que não vinha esse ano – ele falou com a voz sexy.

Ele, Zayn Javadd Malik, atual ficante da . Status: Nada sério. Estão assim desde o ano passado, quando eles ficaram em um baile escolar. Eles só se pegam e nada mais.

- E eu ia perder essa Malik? – ela se aproximou dele.

– Sabia que não – ele sorriu.

E foi quando a putaria começou. Eles começaram a se beijar desentupir na frente de todos, não se importando (eles sempre faziam isso). Virei meu rosto para não presenciar aquela cena. Vendo o Payne. Mais especificamente Liam James Payne, diga-se de passagem, o maior bad boy viado da escola. E adivinhem?! Ele tinha acabado de soltar a boca de uma garota. Quanto cafajeste esse menino podia ser? Até o ar que ele respirava, como andava, o sorriso, era cafajeste. A pessoa vira o rosto pra não ver uma merda e encontra outra maior ainda. Ele sorria pra menina quando se afastou dela, se despedindo e... Oi? Ele estava vindo pra aqui mesmo? O que ele pensa que... Ele passou por mim e foi até o Zayn, que conversava com a , combinando algo.

- Oi, – ele sorriu. – Desculpa, mas vou ter que roubar ele um pouco.

- Oi Liam, pode levar – ela deu um último selinho nele.

- Vocês vão pra caminhada agora? – Malik olhou pra mim e .

- Na verdade só eu vou, a vai ficar por aqui mesmo. Ela é o tipo de pessoa sedentária – minha amiga respondeu.

E parece que foi naquele momento que o Payne percebeu minha presença. O que? Eu sou um fantasma por acaso?

- Novata? – ele me perguntou.

COMO ASSIM? EU ESTUDO COM ESSE GAY MAIS DE TRÊS ANOS E ESSE VIADO NÃO SABE NEM DISSO? Eu sabia que era quieta, mas não quase inexistente!

- Não! Já estudo com você faz três anos, mas você é burro demais para perceber isso. – sorri amarelo pra ele e sai andando.

Primeiro: Não queria ficar ali. Segundo: Não queria ficar ali com ele e, terceiro: Eu possivelmente o mataria se continuasse mais um segundo ali. Sério que ele não lembrava de mim mesmo? Cara, tipo, eu tinha essa possível hipótese na cabeça, mas nunca achei que fosse possível uma pessoa não notar outra por tanto tempo. E ele só me notou porque o Zayn e a falaram de mim! Se eu pudesse matar alguém, acreditem, seria ele.

Sai com passadas fortes e quando já estava a uma distância aceitável, e que eles não pudessem mais me ver, diminui o ritmo. Olhei mais uma vez para trás, para ter certeza que minha amiga não vinha atrás de mim, e foi quando senti meu corpo bater em algo, mais especificamente alguém. Cai no chão e a outra pessoa também.

- Você esta bem? – levantei minha cabeça prestes a xingá-lo, quando percebo quem é.

- Ah... Estou sim – falei, limpando minhas mãos que estavam cheias de areia.

- Vem, eu te ajudo – ele se levantou e estendeu a mão pra me ajudar. – Acho que já te conheço de algum lugar.

- Já sim. Éramos da mesma aula de biologia – sorri.

- Ah sim... , certo?

- Certo. Niall né?

- Isso – ele sorriu. – Você por aqui é... Não imaginava que você gostasse disso.

- Não gosto, minha amiga que praticamente me obrigou a estar aqui – tirei uma mexa que caia em meu rosto. – Esta indo jogar baseball?

- Estou sim, e você, não vai fazer nada?

- Não, não gosto de correr nem nada – sorri sem jeito.

- Então por que não vem ver o jogo? – Horan me convidou.

- Sério? Tipo, acho melhor não.

- Por que não? Vamos, vai ser legal.

- Tá, tudo bem então.

Seguimos em direção ao campo, onde seria o jogo, e em alguns segundos de conversa eu havia me esquecido do meu surto com o Payne, até que eu vejo ele meio de longe com o Malik, caminhando para o campo. Bufei e o Niall percebeu.

- O que foi? – ele olhou para a direção que eu olhava.

- Hã? Nada – tentei disfarçar.

- Você não sabe mentir – ele sorriu. – O que você e meu primo tem?

Para tudo! O Nialler é primo do desgraçado do Liam?

- VOCÊ É PRIMO DO PAYNE? – quase gritei.

- Sou – ele riu mínimo – Quase ninguém sabe disso. Mas o que você tem com ele?

- Graças a Deus nada mais que raiva – levantei as mãos aos céus.

- E por que tem raiva dele?

- É mais fácil perguntar pelo que não se tem raiva dele. Mas eu não gosto do jeito dele e ELE NÃO SABE NEM QUE EXISTO! Por menos que seja, a pessoa se sente um fantasma assim, não que eu me importe muito com o que ele pensa e... Deixa quieto.

- Pra uma pessoa que não gosta, você fala muito dele.

- É porque a pessoa tem que conhecer muito bem o inimigo, pra ter suas táticas – sorri.

Ele soltou uma risada gostosa.

- Eu tenho que ir. Senta aí que depois do jogo a gente conversa mais.

- Tá.

Enquanto ele ia para perto dos outros rapazes que iriam jogar, eu me sentei em um dos bancos de madeira que estavam vazios. Olhar jogo nunca foi a coisa mais emocionante do mundo, não pra mim, mas fazer o que se não tem coisa melhor do que isso pra fazer?!


POV Liam

O jogo tinha terminado. Todos estavam pingando de suor.

- Depois passa lá na barraca, Liam – Niall convidou. – Você também, Zayn.

- Tudo bem, depois vou lá, mas não posso passar muito tempo, combinei com a Jennifer de encontrá-la em sua barraca mais tarde – sorri, malicioso.

- Esse cara não perdoa não – Zayn sorriu.

- Você fala como se não tivesse marcado nada com a – olhei meu amigo.

- Claro, acho que vou vacilar, é?! – Malik disse.

- E você, Nialler, vai fazer o que mais tarde? – olhei meu primo.

- Não sei. Marquei de ficar com a , mas não sei – ele deu de ombros.

- Com a mesma louca que me chamou de burro mais cedo? Cara, sai dessa, aquela é louca.

Zayn e ele riram.

- Deixa o Niall se divertir, Liam, a menina também só surtou com você porque você estuda com ela há três anos e nunca prestou atenção que ela existia – Malik continuava a rir.

- Serio? Achei que ela estivesse brincando quando me contou – Horan também ria.

- Não tenho culpa se ela é quase inexistente – dei de ombros.

- Ah tá! Eu vou indo, depois passa lá.

Olhei para a direção que meu primo seguia e vi quando ele chegou perto da e ela se levantou, sorrindo pra ele. Agora que prestei mais atenção, até que ela era bem bonita, como ainda não a tinha notado? Digamos que ela é bem pegável, se ela não estivesse com o Niall eu a pegaria, mas ela esta com meu primo, então não.

Segui meu caminho com meu amigo, só nos separando quando cada um foi para a sua barraca para pegar suas coisas, pra tomar banho. Diferente de algumas pessoas daqui, tínhamos nossas barracas separadas para que durante a noite, em nossa festa particular, não incomodássemos ninguém, e por todas serem bem afastadas das outras, isso torna bem mais fácil.

Entrei em minha barraca e peguei tudo que precisaria. Segui para o lado do banheiro masculino. Algum tempo depois já tinha tomado banho e já estava completamente pronto. Sai dali, pensando em ir até a barraca do meu primo enquanto caminhava de volta para a minha. Ele tinha me chamado e eu, neste momento, não tinha nada melhor para fazer.


POV

- Para... Para! – eu implorava já com minha barriga doendo.

- Peça desculpas! – ele ordenava enquanto fazia cócegas em mim.

- Desculpa, você estava certo e eu errada – respirei, tentando recuperar o fôlego quando finalmente ele parou.

- Eu disse que sou bem convincente – ele sorriu, vitorioso.

- Você é um viado, isso sim – sentei-me.

- Quando você estiver gemendo meu nome aí diz quem é o viado.

- Seu tarado – joguei seu travesseiro nele. – Mas você fica aqui sozinho? Tipo, eu divido a barraca com minha amiga, mesmo pensando que vou dormir mais sozinha do que com ela.

- É isso ai, qualquer dia se não quiser dormir sozinha pode vir aqui, quando eu não estiver com visitas – ele sorriu malicioso.

- Agora sim estou conhecendo o verdadeiro Niall – brinquei. – Não convida não, se não quem sabe não apareço?! – entrei na brincadeira.

Ele sorriu mais malicioso.

- Tarado – empurrei-o. – Ei, vou deixar você ir tomar seu banho, depois nos vemos, tenho que ir procurar minha amiga.

- Tudo bem, até depois. Você vai pra fogueira hoje? – ele perguntou enquanto me levantava.

- Acho que não, mas quem sabe – saí de sua barraca.

Andei um pouco até a divisória, onde dava os diferentes caminhos para tais barracas. Porra, qual era a minha? Acabei por escolher dois caminhos depois da do Nialler. Como tudo ali era muito parecido, achei estar no caminho certo, até encontrar uma barraca, que não era minha. Que merda! Se eu voltar vou acabar me perdendo se ficar de vai e vem, talvez o dono dessa barraca soubesse onde é a minha, afinal ela era perto do refeitório, que também não sabia em que parte era.

Aproximei-me da barraca, mas não tinha ninguém ali dentro. Resolvi abri-la, afinal a pessoa poderia esta enrolada e por isso não a vi. Assim que o fiz, não vi ninguém.

- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO? – Gritou uma pessoa que estava atrás de mim e meu coração disparou.

Se não tive um ataque do coração naquela hora, não teria mais nunca.

Me virei com a mão no coração.

- . Sei que te seduzo, mas não precisava de tanto – ele sorriu, cafajeste.



Capítulo 2


“Estranho como a gente muda de humor por causa de uma pessoa.” — John Green.


POV Liam

- Vai se foder Payne! – ela colocou a mão no coração.

- Já fiz isso, mas se quiser, faço com você também – sorri malicioso.

- Você é detestável – tentou passar por mim, mas eu a segurei.

- Pra onde pensa que vai? – segurei seu pulso.

- Tire suas mãos sujas de mim! – puxou com força, e assim que eu soltei ela caiu no chão, sentada.

- O que você tem? Chega aqui, pra fazer só Deus sabe o que! Me xingando e me odeia! O que você quer?

- Me deixa! – limpou as mãos. – Eu não quero nada!

- O que você veio fazer aqui? – estendi minha mão para ela.

- Não é da sua conta – se levantou sem minha ajuda.

- Ah... É sim! No momento em que você esta entrando na minha barraca, enquanto não estou lá. E você me odeia, pode ter feito alguma coisa, então é sim! – a segurei antes dela sair.

- Não te devo explicações – ela tentou se soltar.

A puxei, a encostando em uma árvore. Ela soltou um pequeno gemido quando o corpo bateu no tronco.

- Você vai responder por bem ou mal? – nos imprensei mais.

- Me solte, se não eu vou gritar!

- Quero vê você gritar enquanto me beija – encostei minha boca em seu pescoço.

Ela tentou me empurrar.

- O que você acha que esta fazendo? Até três horas atrás nem sabia da minha existência! – ela começou a alterar a voz.

- Por isso mesmo – depositei um beijo em seu pescoço. – Eu agora sei de você – depois um chupão.

- Porra Liam! Vai ficar a marca!

Deixei escapar um sorriso e a beijei. Não estava me importando com nada naquele momento. Eu ia beija-la e se danasse. A princípio ela se negou, mas logo se entregou, e começamos um beijo feroz, selvagem e ardente. Eu pedi passagem e com receio ela cedeu.

Eu passava minhas mãos em seu corpo, apreciando suas curvas. As mãos dela estavam em minha nuca onde suas unhas a arranhavam levemente. Continuamos o beijo até que a falta de ar foi maior. Nos separamos e logo senti um peso em minha bochecha esquerda. Ela tinha me batido?! Esfreguei o local.

- Não me beije de novo! Nunca! – ela saiu com passadas largas e fortes.

Meu rosto ainda pinicava. A mão dela era bem pesada, do que de verdade aparentava ser.


POV

Que droga! Eu não podia acreditar que tinha deixado o Payne me beijar. Logo ele! A vida é uma bosta!

- ! Ei sua maluca, me espera – me virei vendo a . – Nossa, eu estava te procurando há horas! O que aconteceu pra você estar assim?

- Estou com ódio!

- Ei... O que foi isso? É um chupão?! Quem fez isso?

- Merda! – coloquei meus cabelos na frente, para tentar cobrir. – Onde fica a barraca? Lá te conto tudo.

- Mas...

- Lá!

- Tudo bem... Vem – ela me puxou.

A segui, e em menos de alguns minutos já estávamos nela.

- E ai? Pode começar a contar.

- Eu fiquei com o Liam – cobri meu rosto com as mãos.

- O QUE?!

- Não bem assim. Eu fui pra barraca errada e a gente acabou se encontrando. Ele me beijou e fez isso! – mostrei o hematoma em meu pescoço. – Eu odeio aquele menino!

- Tanta raiva que beijou ele... – ela debochou.

- Você, pare! – falei enquanto pegava a maquiagem para cobri aquilo.

- Ei, não esta tão ruim assim. Vai ficar pior quando você transar. As manchas roxas, não saem tão fácil – ela me olhou. – Você fez sexo com ele?

- Tá louca? Com o Liam? Nunca, jamais, never!

- Aham tá...

- Sério. Tipo... Não com ele.

- E o que você estava fazendo?

- Passei a tarde assistindo ao jogo.

- Estou falando na barraca dele – se sentou.

- Me perdi – dei de ombros.

- Ah tá, então vai se arrumar porque já já temos que estar na fogueira. Estava te procurando há horas. Achei que tinha morrido.

-Affz! É mesmo – dei uma pausa. – Não morri por pouco!

- Só se for morrer de gemer o nome dele – debochou.

Revirei os olhos. Pra que eu fui contar aquilo a ela?

(...)


Noite da fogueira. Tipicamente a mesma coisa de sempre. Fogueira, marshmallow, comida, bebida, música e grupos conversando. Eu? Estava pegando algo pra comer, enquanto vários casais se pegavam em minha volta, e claro, incluindo Zayn e , Liam e Marry (esse menino pega uma a cada hora?) que olhei com desdém, e até mesmo o Niall, que estava de mi, mi, mi com a Ashley, (que creio ser a única líder se torcida) que não trepou com a metade do time de futebol. - Milagres acontecem!

Peguei alguns salgadinhos. - Porque eu estava ali mesmo? Segurando vela! Isso chega a ser deprimente. - Voltei a pegar mais salgadinhos, me sentindo cheia, mas como não tinha nada de melhor para fazer...

- Desse jeito, vai acabar não passando nas portas – um menino de olhos verdes azulados e um sorriso encantador, me encarou.

- É melhor comer, do que passar fome – sorri amarelo.

-Verdade – ele deu de ombros. – Louis Tomlinson – estendeu a mão. – Sou novo no colégio.

- Ah sim – sorri. – . Seja bem vindo Louis, você vai aprender logo quais os grupos idiotas dessa escola – minha irritação era clara.

- Nossa, quanta raiva – ele olhou para trás. – Eu sou da mesma turma do Liam, você o conhece?

- Melhor do que você imagina – falei baixo. – Vai me dizer que anda com o Payne?

- Sim, ele e eu moramos na mesma rua. Somos amigos desde infância.

- Boa sorte pra mim. Mais um idiota na escola – saí o deixando sozinho.

Era só o que me faltava hoje. Depois de tudo que aconteceu, mais um bad gay na escola. Mais um para a turminha do Liam. Mais um destruidor, de meia dúzia de corações de meninas bobas. - Segui para o caminho da minha barraca, afim de não me perder, e pelo incrível que pareça não aconteceu. Entrei, e me deitei em minha cama. Resolvi pegar meu celular, para escutar minha playlist gasta de sempre. Me virei no cochão, quando dei de cara com um pequeno animal, todo peludo e preto, com uma listra branca em suas costas.

Era só o que me faltava! – Me levantei vagarosamente, afim de não assusta-lo, caso o contrario, passaria o resto do acampamento podre a gambá. Tentei sair da barraca nas pontas dos pés, e quando já estava colocando o último pé pra fora, sinto algo se esfregar nele. – Não. Não podia ser o gambá. Mas era! - Suspirei, tentando ter calma. – Se eu puxasse o pé devagar, ele poderia não sentir, mas se fosse rápido ele poderia também soltar seu fedor, quando eu já estivesse longe dali, de qualquer forma, era mais fácil ele me borrifar.

Por fim, escolhi a segunda opção. Puxei o pé rápido e corri. Por sorte ele não havia borrifado em mim, mas sim na barraca, e ela estava podre, principalmente nossas coisas. O fedor que saia dali de dentro, era detestável. O que eu faria? Onde dormiríamos?


POV Liam

Lá estava eu, sentado com o Louis e o Zayn, ao lado da , quando a louca da chega e sussurra algo no ouvido da amiga.

- Boa noite pra você também! – falei pra ela.

me olhou com desdém e, me deu o dedo do meio.

- Você esta brincando, !

- Você acha mesmo que eu brincaria com isso? A barraca esta podre, a um odor triste, e acho que não vai sair tão cedo – continuava a analisá-la.

- E onde você vai dormir? – olhou a amiga.

- Eu? Nós! Ou você esqueceu que também ia dormir lá?

- Ah... É que... Eu vou ficar com o Zayn hoje – sorriu.

pareceu fuzilar a amiga.

- Alguém pode explicar algo? – Louis perguntou.

- Oi novo projeto do Liam, e não! – se permitiu olhar um segundo para o Lou e depois desviou o olhar para a amiga mais uma vez.

- Qual de vocês poderia disponibilizar dormir com a hoje? É porque nossa barraca foi invadida por um gambá - segurou o riso.

As olhei. Sério aquilo mesmo?

- Não! !

- Foi mal, mas divido a barraca com outro cara – Tomlinson respondeu.

- Pode ficar na minha, mas vai ter que seguir as minhas regras – dei um sorriso malicioso.

- Prefiro dormir com o gambá! – dei de ombros.

- Você não tem escolha. Ou é isso, ou dormir com o mau odor. Só não pode dormir é aqui fora. A propósito, aqui tem mais perigo, do que na barraca do Payne - incentivou a amiga.

- Acho que corro mais perigo lá, do que aqui.

Revirei os olhos.

- Isso tudo, e é porque ficou comigo há poucas horas – sorri para ela.

Sabia que aquilo a mataria.

Todos ao nosso redor a olharam.

- Isso porque, o maníaco me agarrou – me fitou.

- Só acontece alguma coisa quando os dois querem, então se garante tanto que foi só por minha causa, porque esta com medo de dormir comigo? – a desafiei.

- E quem disse que estou com medo? Você nunca conseguiria algo comigo Payne.

- Se eu fosse você, nunca diria nunca – dei de ombros. – Se garante, então venha.

parece pensar por algum tempo.

- Tá! Eu não tenho melhor escolha mesmo – ela pareceu frustrada.

(...)


Lá estávamos nós. Deitados cada um em um lado do meu cochão inflável de casal. Ela optou por dormir com suas roupas mesmo, enquanto eu estava só de cueca. Me aproximei mais dela, a vendo afastar. Me aproximei mais.

- Desse jeito, eu vou cair! – ela reclamou, sem me olhar.

- O que foi? Sou muito espaçoso.

- Até demais – ela afastou mais pra ponta do cochão.

Me aproximei mais dela , a vendo bufar. Ela não se aguentou e se virou para mim. Me olhou, e tentou esconder seu desejo, mas não conseguiu. Suas palavras não eram ditas pela boca, mas sim pelos olhos.

- Afasta! – ela tentou me empurrar pelo meu peitoral.

Imediatamente segurei seus pulsos, imobilizando-a. Ela me olhou, mas seu olhar passou de meus olhos para o meu corpo, que estava colado com o seu. Ela soltou um suspiro e eu ri.

- Agora diga que não me quer... – eu sussurrei em seu ouvido, mordendo em seguida o lóbulo de sua orelha.

- Eu não...

- Não minta... – eu comecei a depositar beijos em seu pescoço.

Ela suspirava alto com aquilo. Minhas mãos agiram rápido, segurando sua cintura, para permanecermos próximos. Subi meus beijos para a sua boca e imediatamente nossas línguas travaram uma guerra. Eu a beijava com força, mostrando que eu a queria e que ela seria minha. As mãos de estavam em minha costa nua, onde ela depositava arranhões. Inverti nossas posições a deixando embaixo de mim, o que facilitaria as coisas.

Mas antes que eu pudesse fazer algo a mais, senti um obejeto atingir minha cabeça, me proporcionando uma dor inimaginável. A soltei, esfregando a lateral de minha cabeça. Ela me olhava querendo rir, e foi quando notei o meu barbeador elétrico em sua mão. tinha me acertado com aquilo mesmo?!

A segurei firme ainda abaixo de mim.

- Você escolheu a pessoa errada para fazer isso! – era perceptível o tom de raiva em minha voz.

- Payne... – ela tinha um olhar de medo em seus olhos.

tentava se afastar de mim. Sem sucesso.

- Você queira me ver de qualquer forma, menos com raiva.

- Eu não... – ela não sabia o que falar.

Eu estava com raiva, com tanta, que seria capaz de... Meu olhar para ela erra severo e pela primeira vez, a vi com medo em meus braços. Costumeiramente, ela tentaria me desafiar, mas isso agora seria burrice.

engoliu em seco.

- Você não seria capaz de... Me largue Liam! – falou me olhando.

Devidamente ela estava assustada. Ri sem gosto.

- Porque eu faria isso?

- Por que... Por que... Eu vou gritar de verdade. Desta vez não estou brincando – ameaçou.

- Tente - a desafiei.

Quando ela deu menção de gritar, tampei sua boca com minha mão.

- Você é louca? Quer que o Alexander ou a Sra. Collins venha aqui? Aí sim você vai dormir lá fora.

- Parece bem melhor, do que quase levar na cara com você.

- Você achou de verdade que eu te bateria?

- Eu não... Imbecil! – me empurrou, se sentando logo em seguida. – Você é um...

- Gostoso, te seduzo, o melhor que você vai conseguir!? Disso eu já sabia.

- Não! Um completo idiota – revirou os olhos.

- Que você a pouco estava beijando, pela segunda vez SÓ HOJE – dei ênfase em SÓ HOJE.

- Que pela segunda vez me agarrou! Caso o contrário, não teria acontecido NADA!

-Aham... Quando mudar o repertório, me fala.

Ela revirou os olhos, dando menção de se levantar.

- Vai pra onde?

- Pra bem longe do estripador – me olhou e se virou novamente.

Quando dei menção de me levantar, para impedi-la, escutamos o farfalhar de folhas do lado de fora e paramos instantaneamente.

- Você escutou isso? – ela parecia assustada.

- Nossa, você com medo? Pela segunda vez hoje, é milagre – brinquei.

- Tão engraçado você... É serio!

- Deixa quieto, já, já vai embora – dei de ombros.

- Não deixo não. E se for um maníaco? Ou um estripador? – pareceu pensar. – Esquece... Eu já estou com um aqui dentro.

Revirei os olhos.

- Liam? – escutei Sra. Collins me chamar.

Fiquei frustrado. O que aquela velha ganha vindo aqui uma hora dessa?

- Só pode ser brincadeira! – peguei a primeira camisa que vi a vestindo.

- Sr. Payne? – ela chamou, já na frente de minha barraca.

Olhei para a , que se jogou no cochão para não ser pega.

- Pra baixo das cobertas da cama. Vai! – coloquei minha bermuda, que estava jogada em cima de minha mala. – Se ela te vê, nos mata!

Sai da barraca, rezando para que ela não tivesse escutado minha conversa com a . Essa mulher era o cão, e se fazíamos algumas coisas aqui, acreditem, ela não sabia. Se tinha alguém para cuidar da gente aqui, era ela e o Alexander. Que pelo bem de todos, ficavam em uma pequena cabana, no centro do acampamento. Só não entendi ainda porque ela me procurava.

- Liam, esta aí. Fiquei com dúvida de saber que essa era sua barraca – Sra. Collins tentou olhar para dentro da própria. – Há alguém ai dentro?

- Não. Só eu que estava dormindo – menti. – A propósito, por que veio me acordar?

- Sua mãe ligou pra falar que seu pai passou mal – meus olhos se arregalarão. – Mas já passa bem. Eles estavam no hospital, mas acabaram de sair e estão em casa. Ela disse que seu pai já passa bem e que foi só um susto. Mas se você quiser falar com eles, pode me pedir.

Eu estava surpreso. Quando eu saí de casa, meu pai estava bem.

- Eu posso falar com eles agora? – eu estava preocupado.

- Claro. Venha comigo.

Eu assenti e segui aquela mulher de mais de 40 anos. Como meu pai tinha passado mal? Com o que ele estava? Ele de verdade estava bem, ou ela falou isso para eu ficar bem? Eu amava meu pai, e precisava saber se ele passava bem.


POV

Após algumas horas esperando que o Payne retornasse finalmente ele chegou.

- Porque demorou tanto? Achou algumas preza fácil no caminho? – ironizei.

- Não. Estava falando com minha mãe.

- Ah... – pela primeira vez vi um olhar triste em seu rosto. – Aconteceu algo?

- Só meu pai que não passou muito bem. Minha mãe disse que ele está fazendo isso com frequência, o que me preocupa.

- O que ele tem? - me aproximei.

- Não é esse o problema. O fato é que ele tem apendicite, mas se recusa a fazer a cirurgia, que é preciso. Ele tenta disfarçar, mas por algum modo, tem medo de encarar a cirurgia.

- Ele pode morrer... – deixei escapar, tampando minha boca em seguida.- Desculpa.

- Tudo bem, é verdade. Ele sabe, eu sei, minha mãe sabe, mas ele prefere correr esse risco. E é gay, mas eu não quero perder meu pai – Payne abaixou a cabeça.

- Sinto muito. Eu não tenho um pai, então sei como é a dor de pensar não o tê-lo na vida – sorri sem humor.

- Eu não imaginava – me olhou.

- Tudo bem. Não me incomoda mais – dei de ombros. – Mas com você é diferente – suspirei. – Espero que tudo de certo.

- Eu também.

Eu nunca o tinha visto daquele jeito. Nunca tinha conhecido esse lado dele. O lado, no qual não deixava transparecer tão facilmente. Ouvi-lo falar do pai foi bom e reconfortante. Eu não seria capaz de imaginar pelo seu jeito, o quanto ligado à família ele era, e mais. Eu tinha gostado disso. Estranho? Também achei.

(...)


Acordei com o sol em meu rosto. Me espreguicei, abrindo os olhos. Olhei ao meu redor, percebendo que o Liam ainda dormia. Era difícil acreditar que tínhamos tido uma conversa menos... Estranha (?) do que costumávamos ter. O que me fazia duvidar que teríamos outra parecida.

Me levantei do cochão saindo da barraca do Payne e segui para o caminho da minha, orando para que o odor que o gambá soltou nela, tivesse sumido. Minhas roupas? Esperava não terem sido infectadas, já que estavam muito bem dentro da bolsa.

Andei por mais algum tempo até chegar ao antigo local, onde se habitava odor de gambá, e pelo incrível, não estava fedendo, pelo menos parcialmente. Entrei ali e comecei a borrifar meu perfume em todos os locais existentes ali. Em menos de alguns minutos, o antigo local de mau cheiro, continha aroma de flores. Sorri, com cara de dever comprido e com a barriga roncando. Tinha acabado de notar que ainda não tinha tomado café.

(...)


- Sério mesmo que você vai perder isso?

- Sério mesmo que em algum momento você acha que eu iria? – olhava meu amigo.

- Você não pode perder a nossa despedida do acampamento! É o melhor dia.

Bufei.

- E você acha mesmo que a te deixaria perder?

- Não... Que saco vocês dois! – reclamei emburrada.

- Hey Liam... – Niall cumprimentou seu primo, que se encontrava em uma mesa, com seus respectivos gigolôs.

Revirei os olhos. Nialler riu.

- Achei que ele já tinha parado de te perturbar.

- Se parado você quer dizer, tirado até o último fio de paciência, sim – olhei para a direção onde o Horan tinha acenado há poucos segundos.

Lá estava ele. Conversando com seus atuais amigos, e algumas putas ao seu redor. Eles riam e por um momento vi o Payne olhar em minha direção me analisando. Momentaneamente o vi sorri malicioso.

Desviei o olhar. - Durante todos os dias da semana, Liam Payne fez da minha vida, uma simples prova de flerte. Primeiro teve o dia na lama... Nunca termina bem, quando uma pessoa tenta te agarrar e você, simplesmente tropeça em um tronco, quando tenta fugir de costas. Resultado... Acabei quase quebrando uma costela, quando Liam caiu em cima de mim. Tenho que concordar que rendeu risadas de ambos, mas... Qual é! Ele tentou me agarrar!

Também teve a vez em que ele me arrastou para trás do refeitório. Enquanto nos beijávamos, eu consegui fugir, quando a Sra. Collins se aproximou. Desta vez não rendeu nada. Sem comentar da vez da barraca. Que considero ser a pior, quando ele QUASE me pega nua! Resumindo... Tenho que parar de ter senas explicitas com Liam James Payne.

- ? – Niall me chamou a atenção, e eu desviei o olhar para ele. – Porque não fica logo com ele, só iria poupar tempo.

O olhei incrédula. Sério que ele tinha proposto aquilo?

- Sério?

- Só estou dizendo o que todos já sabem... – ele se distanciou, caminhando para onde o Payne estava.

Dei de ombros me endireitando. Voltei a seguir meu caminho. O lago não ficava muito distante dali, e já que minha antiga companhia resolveu ficar ali, eu iria sozinha mesmo. Não demorou para que tivesse chegado. Pelo incrível que pareça não existia ninguém ali. - Melhor assim. Não estava a fim de ficar aturando todos competindo para verem “qual era a melhor”.

Imediatamente tirei minha roupa, deixando meu biquíni transparecer.

Adentrei a água sentindo momentaneamente meu corpo relaxar. Era impressionante como a água me deixava tranquila, e me fazia esquecer de tudo. Ou pelo menos momentaneamente. Nadei o mais rápido que podia, até sentir meus pulmões arderem, sem o ar. Parei, recuperando e acalmando minha respiração, sentindo meu corpo relaxar. Estava flutuando na água, até o momento em que senti algo me puxar para baixo. Me agoniei. O que seria aquilo?

Tente me livrar daquilo chutando, me debatendo, até que finalmente me soltou. Voltei a superfície, recuperando o ar, pronta para matar quem tinha feito aquilo.

Tinha que ser!

- Seu imbecil! – o empurrei.

- Calma flor... – ele tinha um sorriso nos lábios.

O ódio e a raiva me dominavam. Meus olhos só enxergavam fogo, e sem que eu pudesse pensar direito, voei em sua cabeça, o submergindo. Permaneci ali, enquanto o sentia se debater embaixo de mim. Agora, aprenderia a não brincar comigo. Se ele queria guerra, agora teria.

Liam James Payne, você não perde por esperar!



Capítulo 3


“Larga de bobeira, eu sei que cê tá afim, desamarra essa marra e se amarra em mim..” — Clarice Falcão.


POV Liam

Sentia meus pulmões queimarem com a falta de ar. Me debatia submergido, com a tentativa falha de chega a superfície, mas ela não me deixava. Naquele momento me lembrei do tempo em que tinha asma, no tempo em que o ar tinha se tornado tão precioso para a minha vida, e pude perceber o quanto um dia já precisei tanto dele. Era estranho quase ter morrido pela falta deste mesmo ar, que estou precisando agora. Por um minuto senti medo de voltar ao tempo em que tinha minhas crises. Na época que precisava de uma bombinha para me manter bem.

Lutei por mais algum tempo, mas era como se tivesse perdendo todas as minhas forças, como se tudo aquilo fosse em vão. Sentia meu corpo ficar mais pesado a cada segundo. Minhas tentativas de fugas pareciam impossíveis, como se a tivesse mais força que eu. Senti meus pulmões serem inundados pela água, até o momento em que, a minha visão ficou escura, e em poucos segundo já não lutava mais, já tinha perdido meus sentidos... Até não enxergar mais nada.

(...)


Tossi, sentindo um jato de água ser expelido de minha boca. Minha garganta arranhava enquanto tossia. Me encontrava semi de lado, cuspindo tudo que tinha engolido, até que finalmente meu organismo se acostumou. Meu corpo sugava o ar, enquanto se preocupava em normalizá-lo.

Assim que tudo se acalmou, pude finalmente respirar tranquilamente. Olhei para meu lado, vendo a com um olhar preocupado, me encarando e momentaneamente, subiu minha raiva.


- Não foi minha intenção... – ela carregava um tom de voz, que nunca tinha ouvido em sua voz.

Mesmo assim, não consegui deter minha irritação.

- Ah claro... Até porque você ia ficar me segurando ali - apontei apara o lago. – Por uma brincadeira de esconde-esconde – debochei.

- A culpa é sua!

- Minha? Até porque fui eu que te pedi pra me matar...

- Não... Mas se você não ficasse me agoniando, eu não teria que tentar ter um pouco de paz te matando... Estou cansada disso! De você!

. - Super normal seu raciocínio...

- Ei! Eu te salvei!

- Depois de ter tentado me matar!

- É... Mas quem teve que encostar esses lábios nos seus, fui eu! – ela queria se fazer de irritada, quando na verdade sabia que não era bem assim.

Sorri malicioso.

- Até parece que você não queria fazer isso...

- Não parece, eu não queria!

- Então você não queria, você quer?!

- Eu... Agrh!

- ... Se aproveitando da situação... – me aproximei dela.

- Eu? Acho que não estamos falando da mesma pessoa, Payne.

- Não precisava desse pretexto para me agarrar, era só pedir – não dei a mínima para suas palavras.

- Santo cristo! É difícil pra você entender, que não te desejo? Deve ser demais para seu ego...

- Muitas verdades são ditas em tom de brincadeira, .

- E quem esta brincando aqui? Talvez se eu tivesse te deixado morrer, teria sido menos doloroso para meus ouvidos, que estão tendo que te escutar.

Ri, me aproximando mais dela. recuou. Sorri.

- Tem medo do que eu possa fazer com você? – vi seu corpo enrijecer. – Caso o contrario, não tentaria fugir.

- Payne, você acha que sabe de tudo, quando não sabe de nada.

- Deixa eu saber então... – me aproximei dela, e desta vez, ela não se afastou.

- Saia. De. Cima. De. Mim – falou pausadamente.

- Me obrigue! – a desafiei.

Ela pareceu analisar a situação. Sorriu e começou a se aproximar de mim. Beijou o lóbulo da minha orelha, logo em seguida o mordendo. – Eu já não entendia mais nada. – Desceu seus beijos para a minha boca, onde começou um beijo calmo, que foi sendo intensificado pela própria. Prensei meu quadril contra o seu, vendo-a arfar. começou a passar as mãos pelo meu abdômen, subindo minha camisa, ainda molhada. Minhas mãos passeavam livremente pelo seu corpo. Ela se impulsionou e antes que eu pudesse perceber estava em cima de mim.

cortou o beijo, sem mais hesitação e eu a olhei confuso.

- Na vida e na guerra, vale tudo. Principalmente para fugir de você – ela se levantou saindo o mais rápido que pode dali.

Eu a observava, enquanto a própria seguia seu caminho. Meu cérebro raciocinava enquanto a via se afastar. Se ela queria guerra, ela teria. Quem comanda esse jogo sou eu! E já que na vida e na guerra vale de tudo, ela não sabia o que estava por vir.


POV

- ... Sério mesmo?! Não pretendo ficar segurando vela pra você e o Zayn.

- Você só segura se quiser, porque tem vários meninos pegáveis na festa! – terminava de passar seu batom.

- Ainda se diz ser uma boa amiga... – me endireitei. – Não se cansa de me atirar pra cima (do Liam) de qualquer menino presente neste acampamento?

- E você não se cansa de não ter namorado?

- Não! Desculpe amiga, mas não sou superficial como você...

- Deixa de reclamar e vamos – minha amiga me analisou. – Troca os brincos – ela se virou, mexendo em suas coisas. – Esses daqui.

Peguei os que ela me entregava. Eram bem maiores do que eu usava.

- Fala sério... – bufei.

- Estou falando.

Saímos da barraca seguindo para o espaço onde seria a festa. No caminho ficamos em silencio, só reclamando um pouco da locomoção até lá. - Me questionei como seria na volta. Não que eu estivesse planejando beber muito, se é que o faria, mas nunca se sabe.

Não demorou para que estivéssemos a frente da grande porta de vidro. Olhei ao meu redor, notando que tinham poucos casais já se pegando ali. O espaço estrondava e comecei a temer o que poderia conter ali dentro. me olhou sorrindo e me puxou para dentro, sem que eu ao menos pudesse cogitar a hipótese de ir embora.

Me sentia estranha. Não costumava ir muito para festas e não as apreciava muito. Claro, dependendo do que se tocava. Mas o fato é que preferia ficar em casa, com um bom livro.

Assim que passei pelas portas de vidro, senti o cheiro do álcool se misturando com o suor das pessoas que já dançavam. Aquilo estava uma típica festa de jovens. Muita bebida, gente se pegando, casais dançando muito próximos, gente quase transando abertamente.

- Vem! – me puxou para perto de uma das mesas de drinks. – Toma tudo de uma vez!

A olhei fazer isso com o seu copo.

- Eu vou ficar bêbada.

- É só pra animar! – ela falava alto em meio a multidão.

Por fim vencida, fiz o que minha melhor amiga sugeriu. Assim que virei o copo, senti o liquido queimar minha garganta. Não sabia ao certo o que se tinha naquela substância, só sei que depois de umas cinco, seis, sete eu já me encontrava no meio da multidão, dançando com a , da forma mais animada possível.

As pessoas de fora paravam para nos observar, enquanto dançávamos sem nos importar com o que pensariam. Eu dançava remexendo o quadril e a acompanhava-me. O suor já era presente em meu corpo, mas a única coisa que não queria era parar. Sentia meus cabelos grudarem no meu pescoço e não me importava.

- Eu vou pegar algo para bebermos.

Ela saiu e a acompanhei com o olhar. se direcionava para a mesa de drinks, perto dos meninos. Virei meu rosto, afim de não ver o porquê dela querer ir pra lá. Continuei com a minha dança, até que começou a tocar Lolly, o que me fez me soltar mais ainda. Me neguei a voltar a olhar pra onde minha amiga tinha ido, só abdicando isso por um minuto, que logo me arrependi, após vê o Liam falando algo em seu ouvido, e ela o entregando uma bebida.

Voltei a presta atenção em mim e em minha dança sensual, quando senti uma mão encostar em minha cintura. Rapidamente me virei, para ver o dono da própria. Lá estava ele. Payne estava mais bonito, com o cabelo ponteado pra cima, camiseta polo branca e sua jaqueta de couro. Sem mencionar o perfume que ele exalava...

Ele me entregou o copo, que sem pensar duas vezes, virei.

- Vai com calma...

- Cala a boca e vem dançar comigo! – o puxei para a pista.

Começamos a dançar juntos e mais próximos que o aceitável. Eu não estava mais nem aí pra nada. Estava bêbada demais para isso. Se eu tinha alguma consciência, acabou quando começou a tocar Toxic. Quanto mais sensual era a batida, mais eu me aproximava dele, até que nossos corpos já não tinham mais como se fundirem. Meus movimentos e os dele se complementavam. Aquilo começou a esquentar, até demais.

- Preciso de mais bebida! – falei me soltando dele.

Andei rápido até a mesa, na qual já tinha visitado muitas vezes, durante a noite. Peguei mais um drinks e virei.

- Eu ia levar um pra você – falei entregando um para o rapaz ao meu lado.

- Você é melhor bêbada.

- Você ainda não viu nada...

Peguei mais um copo e virei.

- Porque nunca me mostrou esse seu lado? – ele me analisava.

- Então porque não os cala?

- Querido, estou levemente bêbada, não louca... – me endireitei. – Dançar ainda vai. Mais que isso, não.

- Você precisa de mais bebida! – Imitou a minha voz, me entregando outro copo, que logo passou a estar vazio.

Já sentia o álcool mais que presente em meu organismo. Varias ondas de alegria e nostalgia o percorria e minha vontade era de dançar, dançar e dançar. Eu e o Payne estávamos mais uma vez na pista, suando horrores, enquanto suas mãos me apertavam cada vez mais contra si. Não sei o que ele pretendia, não sei se estava agindo pelo álcool, mas a única vontade que me dominava naquele momento, era a de querer beijá-lo. Como era possível? Fácil. Me coloca bêbada, em um espaço minúsculo com ele, (que não posso negar, me excitar muito) e pronto. Lá estava eu, deixando ele se aproveitar da situação, depositando chupões em meu pescoço, me fazendo arrepiar.


POV Liam

Passava minhas mãos pelo seu corpo enquanto nos mentíamos em um beijo quente. A bebida já era muito presente em nosso organismo e tanto quanto eu, a já tinha bebido mais do que devia. Mas quem se importava? Estávamos em uma festa e iríamos nos divertir do jeito mais “certo” que conheço.

Olhei para a pista de dança, percebendo a olhar para nós, enquanto se mantinha dançando com o Zayn. Ela me encarava com um sorriso que não soube dizer se era feliz ou com raiva. Porém de fato não me importava com aquilo, principalmente porque eu já estava quase conseguindo o que queria.

- O que foi Payne? Se apaixonou pela minha amiga? Cuidado, que se o Malik sabe... – já falava com a voz embargada pelos drinks, já consumidos.

Ri.

- Você sabe quem eu quero essa noite... – a agarrei pela cintura.

- Aham, tá...

Sem mais conversa me aproximei dela a beijando pela centésima vez durante a noite. Os lábios dela eram macios e tinham um gosto único, o que me faziam querer fazer mais daquilo, o quanto pudesse. Ela sorriu entre o beijo e nos afastamos.

- Eu não gosto de ficar aqui parada. Pega mais um e vamos dançar – ela depositou suas mãos no meu braço, que se estendia entre sua cintura.

- Acho que esse caminho é o que mais fazemos durante toda a noite. Pista, mesa, mesa, pista – falei pegando mais dois copos.

pegou seu copo, dando de ombros, o virando sem nem questionar. Me olhou para que eu fizesse o mesmo, o que eu fiz. Já não sentia mais a bebida descer queimando, pela quantidade de vezes que já tinha feito aquilo durante a noite. pegou mais dois copos, me entregando um.

- Você tem certeza que não quer morrer hoje? – falei, enquanto analisava que ela já passava dos 19 copos da noite.

Mais alguns, e ela acordaria em um hospital.

- Relaxa. Prometo sair viva. Agora vem que essa é minha música favorita.

(...)


se mantinha a uma distancia muito perigosa de mim, enquanto dançava. Ela estava me fazendo ter pensamentos mais que impróprios com seus movimentos. Eu já não aguentava mais. Precisava dela. Comecei a beijar seu pescoço, subindo para seu ouvido.

- Vamos pra minha barraca...? – mordi o lóbulo de sua orelha.

- Payne... Payne... Peyne... – ela riu.

- Não vamos fazer nada que você não queira... – a incentivei.

Ela me olhou e me deu um selinho curto.

- Estou com calor, vou lá fora.

Sem dizer mais nada ela saiu, me deixando ali sem resposta. A segui, deixando que fosse na frente.


POV

Estava muito quente ali dentro. O suor já era mais que existente em minha pele. Amarrei meu cabelo em um coque e fiquei observando lá fora. Não se tinha ninguém ali. Os que ainda tinham restado na festa estavam dançando, e os demais que já tinham ido... Você já sabe.

Me estiquei, sentindo duas mãos se entrelaçarem em minha cintura, me puxando mais para si.

- Você não me respondeu – ele sussurrou em meu ouvido.

- Acho que estou bêbada demais para qualquer coisa – me virei para ele.

Liam riu.

- Você não perde nada se for – ele beijou meu cangote. – Até por que... Sei o quanto você está desejando isso, como eu...

O álcool em minhas veias não me deixavam raciocinar e quando dei por mi, já estava encostada na parede sendo beijada pelo Payne. Suas mãos passeavam livres sobre mim, enquanto seus lábios intercalavam de minha boca, ao pescoço e colo. Eu estava muito bêbada para impedir ou ter noção para isso. As suas caricias só me faziam o desejar mais, e afinal... É tudo culpa da bebida mesmo...

Liam me impulsionou para cima, me fazendo ficar com as pernas entrelaçadas em seu quadril, enquanto subia com a mão que não estava em minha nuca, o meu vestido.

- Alguém pode ver... – me afastei dele ofegante.

Ele olhou de um lado para o outro, me colocando no chão.
- Vamos.
Saiu me puxando e eu já sabia pra onde. Durante o caminho de sua barraca, ele não parava de me agarrar um segundo, o que me fazia ficar excitada com tudo aquilo.

- Se você não parar, não vamos consegui chegar à barraca...

- O que não seria uma má ideia – ele me roubou um selinho.

- Cala a boca, e vamos – o puxei, para continuarmos o caminho.

A bebida em nosso sangue já não ajudava muito, o que nos fazia topar e rir, ainda mais ele me agarrando... Eu estava a ponto de desistir de chegar lá e transar com ele ali mesmo. Se Liam não parasse de me fazer caricias... Não queiram saber o que aconteceria em poucos segundos.

E foi quando notei que havíamos chegado a seu “quarto” temporário. Logo me puxou para dentro, sem que eu pudesse dizer mais nada. Sem mais hesitação de ambas as parte, ele começou a me beijar por completo, passando a mão em TODAS as partes do meu corpo. Minhas mãos procuraram a barra de sua camisa, puxando-a. O que me proporcionou ter a visão de seu abdômen definido. Minhas unhas trabalharam naquela área, arranhando-a.

Ele tirou meu vestido, me analisando e logo me deitou no colchão, começando a massagear meus seios por cima do sutiã, que só o tirou depois de já ter concluído seu “trabalho”. Seus movimentos estavam me levando à loucura, enquanto eu o sentia se excitar em fazer aquelas caricias em mim, me fazendo gemer.

Logo o senti descer até o pé da minha barriga, onde depositou vários beijos, me fazendo arrepiar. Liam me olhou e sorriu. Em seu olhar, já era presente a luxuria, o desejo, a sede daquilo que ele estava louco para conseguir. Payne subiu até mim, começando um beijo quente, que me fez ofegar.

Ele começou a passar as mãos pela lateral de meu corpo descendo minha calcinha, assim que chegou nela. Comecei a ofegar mais. - Era como se todo o meu estado de bêbada tivesse passado com a excitação que eu estava tendo ali. Como se aqueles copos, nunca tivessem sido ingeridos por mim.

- Relaxa... – Liam falava entre o beijo.

(...)


Payne saiu de dentro de mim, após gozar, se deitando ao meu lado. Os dois estavam suados e ofegantes, tentando normaliza e acalmar a respiração. Meus cabelos colavam em meu pescoço pelo suor.

Ele me puxou mais para si, me colocando em seu peito, que subia tentando se normalizar. Pegou um edredom e nos cobriu. Eu estava cansada, e meus olhos começaram a pesar.

Ele tinha sido completamente diferente do que eu esperava. Ele tinha... Só... Foi como se ele soubesse que era a minha primeira vez e... Foi quando caiu a ficha.



Capítulo 4



“Ninguém nota sua dor, ninguém nota suas lágrimas, mas todos notam seus erros.” — Harry Styles.


POV Liam

Acordei com uma terrível dor de cabeça. Era difícil eu ficar com resaca, mas desta vez, não tinha acontecido isso. Olhei para o meu lado do colchão e não havia ninguém ali. – Mas eu sabia que tinha estado alguém ali. Seu perfume ainda estava impregnado nas cobertas. O ruim era não me lembra de quem exatamente se tratava. Fiz um esforço com a minha mente, mas nada saiu. Só me fez ter mais dor de cabeça.

Levantei-me, indo pegar um remédio, que logo o tomei. Precisava de um banho. Era isso, depois disso e de um café bem forte, estaria pronto para outra. Mas o fato de ter estado com uma garota na noite anterior e não me lembrar dela, me intrigava. Poderia ter sido qualquer uma, mas no caso, só me lembrava de ter chegado com os caras, e depois de ficar observando a dançar sensualmente com a , enquanto bebericava um copo de uma substância, que não fazia ideia do que tinha ali dentro. Mais nada além disso.

Poderia ter sido com a ? Poderia. Difícil de acreditar? Inimaginável, mas poderia. O problema é a falta de certeza. Se soubesse que foi ela, pelo menos daria esse assunto por encerrado, mas não. Eu não tinha como saber, nem perguntaria a ninguém. Com toda a certeza, alguém viria me elogiar quanto a isso e pronto, saberia quem era.

Peguei tudo que precisaria para um banho, e foi quando notei que ainda estava de cueca. Coloquei a primeira roupa que vi e segui para o banheiro sem pensar em nada ao certo, quando sou parado por uma pessoa, atrás do refeitório.

- Tenho que te dar meus parabéns – sorriu.

- Pelo que? – questionei.

- Como assim pelo que!? Você ganhou a aposta Payne. Não lembra? – me olhou desconfiada.

- , para de enrolar. Não apostei nada com você.

- Liam, se prefere assim – levantou as mãos em forma de rendição.

- Que aposta foi essa?

- Ontem você apostou comigo que levaria a pra cama e eu apostei contra. Você ganhou.

Meu queixo caiu. Como assim eu tinha conseguido pegar a , mas não me lembrava!? Que merda!

- Ok, ok. Além dela, eu ganhei o que mais?

- Como assim “eu ganhei o que mais?”? Eu duvidei que você conseguiria tê-la em sua cama, e você conseguiu. É um puto, mas conseguiu – revirou os olhos.

- Puto? Eu sou um baita de um puto! Eu consegui pegar a , que todos duvidaram que conseguiria e com a ajuda da amiga dela.

- Cala á boca! Se ela sabe...

- Se eu sei, ?! Nossa, que amiga você é! – apareceu do nada atrás da gente.

- eu não quis dizer... – tentou se explicar.

- Quis sim! Eu não acredito que você fez isso... Eu poderia esperar de QUALQUER UM! Menos de você, que era... O que você era? Minha melhor amiga? Mas é claro que você tinha que se importar mais, com uma porra de uma virgindade do que da sua amiga!

Ela era virgem? Já presumia isso por suas tentativas de fuga sempre.

- Olha , eu... De verdade achei que você não transaria com o Liam, porque você me garantiu mais de mil vezes, nunca sentir nada por ele e odiá-lo tanto, que seria capaz de matá-lo se tentasse mais uma vez te levar pra cama.

Obrigada, . Você queria me ver morto.

- Não se trata de gostar dele ou não! Se trata de minha confiança em você. Isso não se faz de uma hora pra outra, mas sim construindo e isso acabou hoje, aqui e agora - o olhar de era carregado de tristeza.

- , me perdoa tá!? – tinha lágrimas nos olhos. – Eu sei que foi errado, mas... Não pode mais mudar.

- Exatamente, isso não se muda.

Comecei a me sentir culpado. Isso era normal?

- Olha, ...

- CALA A BOCA, LIAM! Você não tem moral nenhuma para falar porra nenhuma. Você se aproveitou de quando eu estava bêbada.

- Me aproveitei nada. Você foi porque quis! – me defendi.

- Agora que já conseguiu, vê se me esquece e me deixa em paz – ela me olhou sem forças. – Pra você o mesmo.

- ... – a chamou.

- Não me chama assim, saiu com passadas largas e fortes.

- Droga! – reclamou.

- Vai atrás dela – mandei.

- Você esta certo. Droga. Maldita hora que estava decidida a fazer dormir com você.

- Você queria fazer isso mesmo? – falei sem acreditar.

- Por algum momento achei que vocês combinassem, que poderíamos ser um grupo, sem que os dois tentassem se matar, e quem sabe se estivessem juntos, mudariam a cabeça dura dos dois. Mas agora vejo que foi total burrice – ela saiu assim que terminou de falar isso.

Pensei. Aquelas palavras nunca foram tão estranhas. – Voltei ao meu caminho, não me permitindo muito pensa naquilo. Eu gostava do meu jeito de ser e para mim estava bom.


POV

Cheguei em minha barraca em prantos. Rapidamente coloquei minhas coisas na minha mala, tentando não esquecer de nada, e lutando contra minha própria vontade de morrer. Como eu fui tão burra, me ingênua. Pra quê fui me entregar para o Liam? Logo para ele!

Me sentei no chão encolhida, pegando meu celular.

- , eu não...

- VOCÊ NÃO ENTENDEU QUE QUERO FICAR SÓ? VAI EMBORA! O QUE VOCÊ FEZ, NÃO TEM PERDÃO!

- Eu sei, mas... Me escuta!

- Porque eu faria isso?

- Pelos nossos anos de amizade.

- Nossa, e você nem pensou nisso, quando apostou com o Payne.

- Eu sei que foi errado, só me importei comigo, mas se eu pudesse não faria de novo.

- Não importa o que você diga... Ainda é muito cedo. Mesmo que quisesse não conseguiria te desculpar. Mas por favor, me deixa sozinha – meus olhos marejaram.

- Eu não posso.

- Você deveria ter pensado nisso antes. Mas se não sair, quem sai sou eu.

olhou minhas bolsas.

- Você já vai embora? – o tom de tristeza era presente em sua voz.

- Não tenho o que fazer aqui, agora me deixa. Vai atrás do Zayn, não sei. Só sai.

Ela assentiu e me obedeceu.

Voltei a pegar meu celular, discando um número tão reconhecido por mim.


Ligação ON:
- Mãe?
- . Estava chorando? Aconteceu algo? – preocupou-se.br> - Não faz pergunta. Só vem me buscar, por favor.
- Como não fazer pergunta minha filha?
- Mãe... Só vem.
Ligação OFF:


Desliguei antes que aquela conversa se prolongasse. Eu não tinha cabeça para contar aquilo para minha mãe, pelo menos não agora. – Funguei, sentindo meus olhos marejarem mais. – Agora eu não podia mais fazer nada. Tinha feito meu erro e estava ele ali, agora era enfrentar. Arrumar forças de onde não tinha, mas em quem confiar? Em quem contar? Isso eu não tinha resposta, porém de verdade desejava que quando as aulas voltassem daqui a alguns dias, tudo fosse esquecido com esse acampamento.


TRÊS DIAS DEPOIS


Primeiro dia de aula e já atrasada? Era isso aí. – Lá estava eu correndo pelo corredor da escola, que se encontrava vazio, louca para chegar na aula de artes. Não daria tempo de passar pelo meu armário, então iria com todos esses livros mesmo.

Quando virei o primeiro corredor, dei de cara com uma cena que me enjoou. Lá estava Liam Payne, (NO PRIMEIRO DIA DE AULA) se atracando com a Kimberly. Passei direto por eles o mais rápido que pude. Desde quando aconteceu aquele incidente no acampamento, eu ainda não o tinha visto, muito menos falado com ele. Claro, já havia conseguido o que queria, agora não tinha mais porque me aperrear.

Enquanto a . Essa tentou falar comigo todos os dias desde então, mas eu a ignoro e fujo o máximo que posso, porém não sei como vai ser agora. Era tudo tão complicado, que se eu pudesse sumir para sempre, o faria sem nem pestanejar. Minha mãe? Essa me perguntou até eu só contar uma parte da história, para que não enchesse mais meu saco. Só havia contado da minha briga com minha melhor amiga e ponto. Também não dei detalhes.

Escutei o sinal tocar e me xinguei mentalmente. – Porra! Eu havia perdido o primeiro horário e mesmo na hora que estava entrando em sala. Era só o que todos os alunos iriam querer para ficar falando bosta o resto do dia.

- ... Chegando uma hora dessa? Que feio. Estava dando uns pegas no Liam, para se atrasar tanto? – Mac brincou.

Estendi o dedo do meio para ele.

- Vai se ferrar, Mac!

Fui até o birô da professora.

- Desculpa, Sra. Jones. Minha mãe acordou mal e tive que ir ao hospital com ela – menti.

- Mas ela passa bem, ?

- Sim senhora. Ela já está melhor – sorri.

- Então tudo bem. Peça a um colega o que dei hoje e vá para sua próxima aula.

Assenti, olhando em meu horário qual seria. Física. Ótimo. Professor gato.


POV Liam


Entrei na sala de física, encontrando todos conversando. O professor ainda não tinha chegado. Me sentei em uma carteira no fundo, para poder dormir um pouco. Até que o Zayn chegou.

- E aí, dude?! Dia bom?

- Mais ou menos – sorri pensando no acontecido há minutos atrás. – Ruim porque tem aula. Bom por que já comecei o dia ficando com a Kimberly.

- Já? Nossa, essa foi rápida – riu.

Nossa conversa foi interrompida por uma voz exaltada, no meio de todas.

- Repete isso, sua vadia! – ordenou.

- Eu que sou vadia? Não tenho tanta certeza quando a isso...

Ninguém iria esquecer disso? Só porque me viram com ela, já deduziram que tínhamos transado. Não, não tinha sido eu a falar nada. Milagre, mas não tinha sido.

Sem mais palavra ditas, deu um tapa na cara da Britney, que logo esfregou o local e foi pra cima da .

Em menos de três segundos, todos da sala já formavam uma rodinha ao redor das duas, que se atracavam no chão. estava por cima, sentada com uma perna de cada lado do corpo da outra, puxando o cabelo da Britney e arranhando seu rosto.

- Nunca pensei que a fosse boa de briga – escutei o Jake comentar com o Harry.

Nem eu – pensei.

- O QUE É ISSO? – Sr. Miller chegou gritando.

não desviou o olhar de Britney por um segundo. Continuando a agredí-la.

- ! Saia de cima da sua colega!

Ela não deu ouvidos ao nosso professor.

- Malik, me ajude a afastá-las – o professor pediu.

Zayn as olhou e me deu vontade de rir da careta que ele fez, mas mesmo assim ajudou.

Elas não queriam se soltar, o que dificultou mais o trabalho do meu amigo e do Sr. Miller.

- Sua puta! Olha o que você fez com o meu cabelo! – Britney reclamava.

- É pouco comparado ao que eu irei fazer com você, se voltar a me compara com você! – se soltou do Zaza.

- As duas, para a diretoria agora! – Sr. Miller apontou para a porta.

Elas se entreolharam e seguiram para onde tinham sido designadas.

Eu de fato nunca tinha visto a daquele jeito, muito menos achava que já tinha brigado alguma vez, mas bem que a Britney mereceu. Se bem que foi terrível da parte da ter estragado aquele rostinho lindo, que estava completamente arranhado quando saiu daqui. A também saiu com alguns hematomas, mas nada comparado ao que nossa colega de sala se encontrava.


POV

Pelo menos em casa, teria um pouco de paz. A escola tinha sido um inferno, com todos achando que podiam fazer piadinhas quanto a mim, por causa do Payne. Como eu queria matar aquele garoto! Eu estava cansada, com a manga da blusa rasgada e descabelada, mas pelo menos tinha deixado a Britney ainda pior.

Soltei meu cabelo, o penteando com os dedos. Segui pela rua da minha casa, descontraída, até que pudesse finalmente avistar a entrada com uma porta grande de madeira. Abri a mesma. Aberta, como sempre.

- Cheguei! – gritei para minha mãe.

- Ótimo. Prova meu suflê de legumes – ela veio até mim, com uma colher.

- Sou alérgica a isso – subi as escadas, correndo, desviando dela.

- Não é não, . Vem aqui...

Não dei ouvidos, fechando a porta do meu quarto. Joguei meu material na cama e fui direto para meu banheiro. Precisava de um banho bem quente antes de tudo. Me despi, entrando no banheiro logo em seguida.

Se a água quente seria capaz de levar com ela as lembranças daquele dia, eu não poderia afirmar, mas que estava me deixando mais relaxada, isso era verdade. Mas o que mais queria era que assim como eu tentaria esquecer o meu acontecimento com o Liam, os outros também tentassem. Com o tempo se acostumariam. Só rezava que não custasse tanto.


DUAS SEMANAS DEPOIS


Mais um dia na infernal escola. Se as coisas haviam mudado? As pessoas tinham se acostumado mais com a ideia entre o Payne e mim, depois de mais de duas semanas finalmente tinham parado de ter comentários para todo e qualquer horário. Mas enquanto isso, eu já tinha sido suspensa duas vezes, pelo fato de pegar briga na escola.

Minha mãe já tinha ido lá, e todos não entendiam o porquê da minha mudança. Mas veja: Se me provoca, não irei ficar por baixo, então parto pra cima e as coisas meio que fogem do controle, e acabamos na diretoria.

Felizmente essa fase passou. Enquanto o Payne. Não falo com ele. ? Também não. Niall? Pois bem. Esse é o meu único amigo na escola. Quando perdi o contato com a perdi com o Zayn também. Então é só o loirinho que me faz companhia. Não sei se por pena, ele fica comigo no intervalo. Mas não ouso em mandá-lo embora. Comer sozinha, não é algo apreciável por mim.

Fechei meu armário pegando o livro de Geografia. Eu mal podia acreditar que iria para aquela aula agora. Segui pelo corredor, antes que tocasse, para o caso de chegar atrasada. Entrei na sala e poucos alunos se encontravam na mesma. Sentei na frente, afim de não ser incomodada, e de prestar atenção. Estava precisando muito daquela nota.

O Niall não tinha aquela aula. Eu não tinha aula ali com ninguém “conhecido” a não ser o Payne, que parece ter o horário quase todo igual ao meu. Endireitei-me na cadeira, vendo o mesmo e um grupo de alunos entrar e em seguida o sinal soou. Sr. Hall entrou na sala, começando logo a fazer mil e uma anotações no quadro.

Prontifiquei-me a anotar. Iria precisar daquilo para estudar.

- Turma. Irei passar um trabalho em dupla para todos. Mas os pares, serão sorteio, então não adianta dizer eu e fulano. Farão um trabalho sobre rochas, cada dupla ficará prontificada para um grupo diferente de rochas e terão que usar a criatividade, para criar uma maquete sobre isso.

Revirei os olhos. – Ele só poderia estar de brincadeira.
- Então vamos às duplas.

Logo Sr. Hall pegou uma folha de papel com todos os nomes dos alunos e cortou, depois os dobrando e colocando em uma caixinha.

- Marry e... Thomas, Luke e... Oscar, Rebecca e... Emma, e... Liam…

Fechei meus olhos tentando encontrar calma, mas a vida... É merda mesmo! Agora eu terminava de me fuder. Payne era pior que eu em Geografia! Agora é que tiro zero mesmo! Como um professor coloca dois alunos péssimos em sua matéria, para fazerem juntos? Acho que vou fazer esse trabalho sozinha.

Olhei para o Liam, que ainda não tinha visto, desde meus devaneios. Ele sorria. Agora as pessoas teriam mais o que falar. – Obrigada professor, será possível te odiar mais?

- Pronto turma. Podem se reunir com seus parceiros para começarem a pensar, o que vão fazer. E nada de trocar de parceiro. Se isso acontecer, zero a nota de vocês.

Uma faca... Qualquer coisa para aceleração de morte de professor.

Senti meu braço ser tocada, e imediatamente desviei o olhar do professor para a pessoa. Arrepiei-me ao notar quem era. - Sério aquilo mesmo? – Ele tinha mais um de seus sorrisos cafajestes no rosto. O vi se sentar ao meu lado, onde há poucos minutos estava a Jennifer.

- Então... E o nosso trabalho? Pensou em algo?

O olhei atentamente. - Ele iria mesmo fazer o trabalho comigo? Nem uma discussãozinha com o professor e tals? Acho que não.

- Hã... Não pensei – demorei um pouco para responder.

- Porque não vamos para minha casa quando terminar a escola e pesquisamos, para saber o que vamos fazer?

O olhei de rabo de olho com desdém.

- Como? Não vou para a sua casa – falei na defensiva.

- Se não quer fazer o trabalho... – deu de ombros.

Revirei os olhos. Eu precisava da nota. – Maldito Payne!

- Na minha casa – pensei. Seria melhor. Minha mãe estaria lá, ele não tentaria nada. – Por que quando terminar a escola?

- Assim terminamos mais rápido.

- Eu ainda quero tomar banho...

- Não faz mal, eu espero. Já ti vi sem roupa mesmo – deu de ombros.

Minhas mãos coçaram para bater no rosto dele. – Se eu não o matasse antes de terminarmos o trabalho, entregaríamos ele a tempo.


POV Liam

Ela desceu do carro, batendo a porta cuidadosamente.

- Entra ai – abriu a porta.

A segui.

- Mãe... Cheguei – fechou a porta. – Vamos fazer aqui mesmo. Só vou trocar de roupa.

- eu... – uma mulher mais velha, mas que se parecia muito com a apareceu.

- Mãe, esse é o Liam. Colega de sala – me apresentou.

- Boa tarde, senhora – sorri.

- Oi, Liam – sorriu. – chegou uma coisa do correio para você. Coloquei no seu quarto.

- Ok, mãe – virou para mim. – Já volto. Fica ai olhando algumas coisas que possamos fazer.

Assenti.

subiu as escadas e a mãe voltou para a cozinha. Eu me sentei no tapete, pegando meu notebook. Tinha que fazer aquele trabalho por bom grado. Estava precisando da nota. Caso o contrario me ferraria no bimestre. Nunca fui bom em Geografia.

Abri vários sites falando sobre rochas. De fato tinha muitas coisas sobre, mas depois de um tempo procurando, finalmente achei algo que poderia ser útil para uma maquete. Seria uma com Basalto Negro. E se ficasse um pouco parecida com a da imagem. Tiraríamos nota máxima.

- Eu trouxe algumas coisas que poderíamos usar para fazer algo – vinha com uma caixa grande.

Me levantei para ajuda-la. Ela me entregou.

- Eu encontrei algo aqui – mostrei a imagem assim que coloquei a caixa no chão. – Acho que da para fazer.

Ela assentiu.


(...)



Trabalho já pronto. Só faltava algumas pesquisas para a apresentação.

- , vou ter que sair. Quer que eu traga algo para você? – a mais velha apareceu.

- Não, mãe. Não vou precisar de nada – não deu tanta atenção.

- Então tá. Tchau minha filha. Tchau Liam – a mãe dela saiu.

- Estou com fome – reclamei. Não comíamos desde que saímos da escola, após o intervalo.

- Olha a educação... – debochou.

- Fica em casa, quando estou com fome – rebati.

Ela revirou os olhos.

- Vem, vou ver algo para comermos – se levantou e eu a segui.

Fomos até a cozinha. Enquanto eu me escorei na pia, foi até a geladeira procurar algo. Ela se inclinou, me dando a visão de seu corpo, e finalmente eu pude perceber o quanto gostosa ela estava com aquela roupa. Suas pernas bem definidas, sua cintura fina... Olha-la estava me excitando.

- Quer comer bolo de chocolate? – me questionou.

Desviei o olhar de seu corpo.

- Bolo? Não estou afim agora – me aproximei dela. A puxei pela cintura. – Tenho uma ideia melhor.

Ela me encarou sem ação. Aproximei-me mais dela, rosando nossos lábios até começar um beijo ardente. Minhas mãos a apertavam mais contra mim. Pedi passagem para aprofundar o beijo, e ela ficou com receio em ceder. Suas mãos foram até minha nuca a arranhando. A impulsionei para cima, fazendo-a entrelaçar as pernas em minha cintura.

Levei até a pia, a sentando. Ela puxava os fios do meu cabelo, enquanto eu beijava seu pescoço. Seu perfume... Como pude esquecer? Era tão inebriante e me fazia a querer mais. Minhas mãos descerão para suas coxas as apertando e meus lábios, voltaram aos seus. o mordeu levemente entre o beijo e eu gemi fraco, o que a fez sorrir.

Intensifiquei mais o beijo, enquanto minhas mãos voltaram para sua cintura a apertando. passou as mãos pelo meu abdômen, logo levantando minha blusa e arranhando o mesmo, sem tira-la. Minhas mãos buscaram a barra de sua blusa, pronta para ser tirada.

- Não... – me empurrou. – O bolo... Não a mim – saiu da pia.

Ri.

- Como quiser – dei de ombros.

voltou a geladeira, pegando o bolo e cortando dois pedaços, me dando um.

- É falta de educação agarrar a dona da casa – ela apontou para mim.

- É uma forma de agradecer a hospitalidade – me defendi.

- Porque você faz isso? – ela se sentou na cadeira, perto da mesa.

A segui.

- Isso... Te beijar? – a olhei.

- Isso... Me agarrar – corrigiu. – Não acha que vou voltar à estaca zero, depois de ter aturado duas semanas de pessoas enchendo meu saco?

A olhei. - Nunca tinha pensado desta forma.

- Isso... Não vai mais acontecer. O que temos de comum, é só a merda do trabalho. Vê se para de me agarrar. É muito cansativo isso. Para os dois.

- Você vem com essa roupa, e quer que eu me controle? – me defendi.

- Só vê se acalma seu amigo - apontou para minha calça. - E me esquece. Estou cansada de você e das coisas, que me mete Payne. – se levantou saindo.



Capítulo 5



“Por mais que pareça complicado, sempre há uma solução. - Clarice Lispector.”


POV



UM MÊS E MEIO DEPOIS.


- Como já perceberam. Tem um sapo em cima da mesa de vocês.

Eu já não olhava mais para o pequeno aquário em nossa mesa. O Niall me olhou de relance.

- Quero que vocês e seus parceiros o dessequem.

Senti um enjoou me atingir quando Nialler se aproximou de mim. Seu perfume... As palavras do professor... Meu sangue se esvaía do corpo. Minhas mãos suaram.

- Você está bem? Está branca – Horan passou a mão em minhas costas.

- Eu não... – me virei abrindo rapidamente o aquário, logo sentindo um líquido quente e gosmento passar pela minha garganta.

Minha boca salivava, colocando tudo pra fora. O loiro segurava meus cabelos, para que eu não os vomitasse, enquanto a turma se dividia entre silêncio, repulsa, nojo... Tudo que naquele momento era entendível.

Limpei a boca assim que parei. Não tendo coragem de olhar quem me encarava.

- Leve-a para a enfermaria – o professor pediu a meu parceiro. – Consegue andar?

Assenti.

- Vem – Niall me puxou.

Apoiei-me nele, seguindo para a enfermaria. O enjoo continuava presente em meu estômago. Quanto mais ficava perto do Nialler, seu perfume me incomodava.

- Ai, seu perfume... – me afastei dele.

- Que foi? Não vai dizer que é ruim né?! – me olhou.

- Não... Quer dizer... Não sei.

- Você está mal mesmo. Tem certeza que pode andar?

- Aham, só estou meio fraca.

Horan abriu uma porta e foi quando percebi que estava na enfermaria.

- O que aconteceu com ela? – a enfermeira questionou.

- Ela vomitou na aula de biologia. Dissecávamos um sapo – explicou.

- Senta na maca querida – pediu. – E você volte para a classe. Isso sempre acontece nessas aulas...

- Qualquer coisa me procura – Niall falou antes de sair.

Assenti para meu amigo.

Olhei finalmente para o local, onde encontrei o Payne com um curativo em sua sobrancelha. Seu olho estava um tanto inchado e roxo.

- Toma esse comprimido e vou te deixar descansando um pouco aqui. Se continuar vomitando ligaremos para sua mãe.

Assenti, ainda olhando para o garoto na mesma sala que eu. Agora que tinha notado. Ele estava sem camisa, e seu peitoral tinha alguns arranhões.

A enfermeira fechou a cortina que nos permitia contato visual. – Após algumas semanas, era a primeira vez que fazíamos isso.

- Pode descansar. Vou deixar esse balde aqui, caso volte a enjoar.

Assenti, finalmente focando em mim. Deitei-me na cama. O enjoou já havia passado, sem que eu ao menos percebesse. Como o remédio tinha tido efeito tão rápido? Mas pensando bem... Quando parei de sentir o cheiro do perfume do Nialler, a vontade de vomitar passou. Estava pronta para me levantar e ir atrás do meu amigo para tirar essa duvida, quando escuto a porta bater e minha cortina ser puxada. Olhei surpresa.

- Vomitou é!?

Revirei os olhos.

- Que pena que não foi em você... O que está fazendo aqui? – ele ainda estava sem camisa.

- Uma briguinha e me obrigaram a estar aqui. Pelo menos me safei da diretoria.

- Você sempre consegue isso – me sentei. – Sua história é emocionante, mas agora tenho que ir – me levantei rápido demais, sentindo uma tontura repentina.

Liam me segurou, para que não caísse. O encarei. Suas mãos apertavam minha cintura contra seu corpo, me mantendo em pé, enquanto nossos rostos permaneciam muito próximos um do outro.

- Você está bem?

- Estou... – ele me colocou na maca novamente. – Não deve ser nada demais.

Escutamos a porta ser aberta e a enfermeira entrar.

- O que...? – se aproximou.

- Ela estava tonta – Payne respondeu.

- Nas ultimas semanas, sim.

Ela me olhou.

- Tem percebido algo diferente? Ganho de peso, tornozelos inchados, muito apetite, ciclo menstrual atrasado...?

Ou em outras palavras... “Você está grávida?”.

- Tudo normal. Só o ciclo atrasado, mas ele não é regular.

- , vou mandar você pra casa e é melhor procurar um médico. Vou pedir sua liberação ao diretor.

- Quer que eu a leve para casa? – Liam se pronunciou.

- Sr. Payne, você não vai se livrar da diretoria assim tão fácil. Vai colocar sua camisa e me siga até lá, agora.

Ri com aquilo. Liam querendo fugir da diretoria. Bem a sua cara.


POV Liam

Estava escutando mais uma vez minha mãe brigando comigo, pelo diretor a ter chamado.

- Liam James Payne! Se eu souber de mais alguma briga sua, vou te colocar em uma escola militar!

- Ok mãe. Não vai acontecer novamente – subi as escadas.

- É bom mesmo! Acha o quê? Que não tenho mais nada para fazer, do que ficar indo na sua escola para resolver brigas suas?!

Deixei-a reclamando, enquanto me trancava no meu quarto. Aquilo duraria mais alguns segundos, para que ela chegasse ao fim. Arranquei aquela roupa do meu corpo, indo ao banheiro. – Queria tirar aquele cheiro de enfermaria, que estava impregnado em mim.

Entrei no chuveiro, onde passei longos minutos. Sequei-me e me troquei, não demorando para que me jogasse na cama.

Vi a porta ser aberta, encontrando o Louis na própria.

- E ai? Não vi você depois da briga com o Mac.

- Nada demais, mas minha mãe esta enchendo meu saco!

- Imagino... – descontraiu.

- Quer jogar FIFA?

- Claro.

- Liga aí – pedi.

Lou fez o que pedi e iniciou o jogo.

- Você ainda está se pegando com a ?

- Por quê? Você quer ficar com ela? – olhei-o de rabo de olho.

- Não. Mas todos querem.

Revirei os olhos.

- Você sabe minhas regras. Só levo uma menina pra cama, uma vez.

- Pois é. Mas essa sua reputação está sendo questionada, quando estão vendo você demais com ela.

- Não posso fazer nada se por destino, sempre terminamos no mesmo espaço. Sem falar no desejo que entre nós é intenso – dei de ombros.

- Então tá, né?!

- O que não significa dizer que não tenho desejo por outras.

- E esse é o Liam que conheço.

Ri.

- Pois é, dude.

- Até hoje não sei como você a conquistou. Ela tinha ódio de você!

- Era só questão de tempo. Eu sou irresistível. Ela agora sabe disso.

- passou mal na aula de hoje, soube?

- Eu sei. Estava na enfermaria quando chegou. Ela não estava bem mesmo – confirmei.

- Ela vomitou tanto, que achei que definharia ali na frente de todos. Tenho pena dela amanhã. Já da pra imaginar o que vão fazer com ela.

- até que está se dando muito bem em se defender dessas pessoas.

- Você sabe que provocou isso, não é?!

- Cessão culpa, deixei, Louis – parei o jogo.

- Liam...

- Ela está até se dando bem com tudo isso cara. Relaxa.

O que falava a ele agora era o que vinha falando a mim. é muito mais forte do que parece.


POV

Decidi não ir à escola hoje. O meu mal estar havia passado parcialmente. É o que acontece por algum tempo, mas menti para minha mãe dizendo que estava com cólica. Não aguentaria as pessoas enchendo mais a minha cabeça.

Desci as escadas, indo para a cozinha. Estava com uma vontade súbita de comer waffles. Preparei a massa facilmente e comecei a fazer. O cheiro me dava água na boca. Nunca tinha sentido um desejo tão grande por algo.

Assim que pronto, comi feito um bicho. Nossa como aquilo era bom! Coloquei mais um pedaço na boca, e no mesmo instante senti meu estomago se contrair e minha boca salivar. Corri para o banheiro, colocando tudo que tinha comido pra fora. Só podia ser brincadeira! Molhei meu rosto e escovei a boca, a fim de tirar o gosto terrível dela. Estava começando a me preocupar. Eu não era de ficar doente tão fácil.

Fui ao meu quarto, pretendendo descansar um pouco. Deitei-me e acabei adormecendo.


(...)



Acordei com a campanhinha tocando. Levantei-me e fui até lá, xingando mentalmente a pessoa que tinha me acordado. Quando abri a porta, me assustei.

- , precisamos conversar.

- Você tem razão. Não posso mais fugir disso.

- Eu dei o tempo que você me pediu, mas eu não aguento mais ficar sem falar com você.

- Tudo bem, . Entra aí – dei passagem.

Ela entrou se sentando no sofá. Sentei ao seu lado.

- , me perdoa, tá!? Eu não sei mais o que fazer, amiga. Tenho saudade de você e você não sabe o quanto me odeio por ter feito aquilo com você. Se pudesse voltar no tempo...

- Tudo bem – a interrompi.

- O quê?

- Você já está perdoada – sorri. – Já perdoei até o Payne, porque não perdoaria você? Só não faz de novo.

- Nunca! – ela me abraçou. – Como senti sua falta...

- Eu também – retribui. – Mas e você? Novidades?

- As mesmas coisas de sempre. Mas andei sabendo que você vomitou na aula de biologia.

- Nem me fale. Não estou muito bem. Ando enjoando com tudo e desmaiando com frequência, ou sentindo desejos de comidas estranhas, às vezes. Estou até com medo de ser algo grave.

me olhou.

- Você usou camisinha quando transou com o Payne, né?!

- Eu... Não lembro. Estava bêbada demais para me importar com isso, e depois me esqueci desse detalhe. Mas o Liam deve ter usado.

- , você tem certeza de que não esta grávida, né?

- Claro que não estou grávida. Veio o período no mês passado e esse mês está atrasado, mas não é regular. Relaxa. Não deve ser nada – dei de ombros.

- Se você diz...

Eu não podia está grávida. Não é? O Payne devia ter usado camisinha com certeza. Ele não faria a burrada de não usar. Afinal, não tinha como eu estar grávida. Esses sintomas não são nada demais.


POV Liam


UM MÊS DEPOIS


Eu mal podia acreditar naquilo. Lá estava eu com a minha mãe em uma sala de espera, rezando para que meu pai saísse bem. Depois de muita insistência nossa, ele tinha aceitado fazer a cirurgia depois de tantas crises.

Ele estava um tanto receoso quanto a isso, mas por isso estávamos lá. Para apoia-lo quando saísse. Minha mãe estava sentada ao meu lado orando, e eu estava olhando o teto branco do hospital. Não fazia ideia de quanto tempo estava ali, mas a essa altura, o dia já tinha virado noite.

- Sra. Payne? – o medico se aproximou.

Levantei-me assim como minha mãe.

- Doutor tudo bem com o meu marido?

- Sim Sra. A operação foi um sucesso e ele agora descansa no quarto dele. Vocês podem visitá-lo, mas ele ainda está dormindo, sedado pelos remédios. Então só acordará amanhã. Agora tenho que ir. Qualquer coisa é só chamar as enfermeiras, ou a mim – ele se foi.

- Graças a Deus – minha mãe agradeceu.

Sorri.

- Vamos vê-lo – chamei.

- Claro – seguimos para o quarto.

Passamos pelo grande corredor branco, cheio de portas, até que chegamos à porta do quarto do meu pai. A abri e lá estava ele dormindo. Entramos sem fazer qualquer tipo de barulho. Ele carregava um semblante despreocupado.

O pior tinha passado e agora, era só a recuperação que preocupava. Minha mãe teria que cuidar do meu pai em tempo integral, e teríamos que ter uma empregada agora para isso. Já que antes, a casa era ela quem arrumava. Por isso que quando sairmos daqui, vamos para uma agencia de empregos, vê o que conseguimos. De preferência uma que seja bem gata (espero).


POV

- Eu não quero fazer... Olha, não ter vindo em alguns meses, pode ser normal né?!

- ... Assim tira logo a duvida.

- ... – suspirei. – Me dê logo isso, antes que desista.

Ela me entregou a embalagem. Entrei no banheiro, abrindo a caixinha branca e li como se fazia. Estava acima de tudo com medo. Há algumas semanas comecei a levar em conta a ideia de estar grávida. Já havia dois meses que estava atrasada, os enjoou, desejos absurdos, sonolência, desmaios e estava começando a me perceber mais inchada. Porém eu tinha medo do resultado deste teste, sem fazê-lo, parecia menos real.

O peguei, fazendo tudo de acordo como tinha lido. Agora era só esperar. Mas estava tensa demais. Minhas mãos tremulas, e os minutos deste bendito teste, pareciam não passar. Comecei a imaginar o que faria, caso estivesse esperando uma criança. Contaria a minha mãe, claro, porém não sei como ela agiria.

Nunca contei, mas minha mãe me teve com 22 anos. Meu pai, nunca cheguei a conhecer. Era um universitário como minha mãe na época, e assim que soube da gravidez, não quis me assumir. Meus avôs quem ajudaram minha mãe a me criar, e nunca precisei de um pai para ser feliz. Senti falta em alguns momentos, mas hoje sou conformada.

Olhei a tela de meu celular. O teste já deveria está com o resultado correto. O peguei, sem ter coragem de olhá-lo, porém assim que o fiz, lagrimas transbordaram de meus olhos. Comecei a soluçar. E já não via mais nada. Tudo estava borrado e embaçado.

- ? – bateu na porta. – Você está bem?

- Não... – respondi abrindo –a.

Minha amiga me abraçou assim que me viu. Ela não precisava de respostas, minha situação já me condenava.

- , eu vou ser mãe... Mãe! Eu não posso... – mais lágrimas desceram de meu rosto. - Eu... Eu não... Como vou criar uma criança? Eu só tenho 17 anos! Não posso ser mãe.

- , me desculpa. Se eu não tivesse feito essa aposta com o Payne... Você não estaria grávida.

- Se eu não tivesse feito sexo com ele, ou se tivesse me protegido, não estaria assim. A culpa não é sua – enxuguei minhas lágrimas. – Mas agora tenho que ser forte, por essa criança. Eu tenho que pensar em uma solução para isso. Tenho que contar a minha mãe.

- Ela vai te matar!

- Ela vai entender. Ela me teve cedo e...

-, é sua mãe! Ela é gente boa, porém já disse mais de 100 vezes que quer algo a mais pra você do que ela teve e uma criança, não se encaixa nisso.

- Eu sei, mas não tem mais o que fazer. Agora eu tenho um bebê aqui – passei a mão na barriga. – Temos que encarar isso.

- o pai dessa criança, é o Liam?

Senti minha garganta secar. Um filho com o Payne... Logo dele.

- Não. Esse filho não é do Liam. Ele é meu.

- ...

- Nada de . , é o Payne! Você o conhece. Não assumiria esse filho, para ele não seria nada. Diria que não é dele, que não vai assumir e que pouco se importa com o que vou fazer com a criança. Não quero que meu filho seja rejeitado pelo pai, assim como eu fui. O bebê não merece. Ele não tem culpa. Eu tenho.

- , sinto muito – me abraçou. – O que você vai fazer agora? Pode contar comigo.

- Tenho que contar a minha mãe e procurar um obstetra. Fazer pré-natal... Tudo que o bebê vai precisar.

- Se quiser, peço a minha mãe o número da clinica da médica que cuidou dela quando estava grávida do Henrique. Ela também é ginecologista. Vai ajudar.

- Obrigada amiga, só... Vou ter que ter muita força para aguentar a escola.

- Você acha que Payne não vai querer saber se é dele?

- Estamos falando dele. Você acha que vai querer compromisso de cuidar de uma criança? Ele prefere a liberdade e vai ser melhor assim. Esse filho não vai precisar de um pai, como eu não precisei.

- Mas você tinha seus avôs, que cuidavam de você como filha. Seu filho não.

- Ele vai ficar bem... Não vai ser fácil, mas tudo vai dar certo. Vou falar com minha mãe ainda hoje.

- , se quiser a gente liga para a médica primeiro e marca um horário. Temos que ter certeza primeiro. Às vezes os testes não são 100% exatos. É melhor que vejamos se ele está bem, para poder falar com a sua mãe.

- É... Você tem razão. Pega o número com a sua mãe que a gente liga.

- Tá – saiu.

Eu não estava muito esperançosa. A verdade era que precisava ser forte por essa criança. Eu teria que ser pai e mãe por ela. Enfrentaria tudo e todos agora. A questão de o pai ser o Liam é só mais um detalhe. Mas eu o conhecia muito bem, ao ponto de saber o que ele faria, e não estava a fim de gastar saliva.

Cuidaria desse bebê sozinha e faria de tudo por ele. Agora não podia pensar em mim, tinha que pensar nessa criança, no que seria melhor pra ela. Teria muito obstáculos pela frente, e nenhum deles fácil. Aborto? Não. Isso nunca. Sou totalmente contra. Se tive a irresponsabilidade de fazer, então teria a responsabilidade de cuidar. Pena que não era possível dizer isso de todos...


POV Liam

Sentei na mesa com minha bandeja de comida.

- Não... Não posso. Tenho planos com a . Nos vemos depois, Malik – se levantou saindo.

- Porque ela...? – questionei.

- Não sei. Apareceu estranha hoje. Parece preocupada com algo, que não quis me contar – Zayn falou enquanto bebericava sua Coca. – Mas e aí, dude, vamos fazer algo hoje?

- Não tenho nada em mente, mas tenho que dar uma visitinha ao meu pai mais tarde.

- É... Como ele está?

- A cirurgia correu bem, mas ele em si não sei. Não falei com ele ainda, estava sedado depois da cirurgia.

- Ah, sim. Deseja melhoras para o velho.

- Vou dizer que você mandou lembranças – falei dando uma mordida em meu pedaço de pizza. – Cara, o que acha de irmos jogar boliche hoje? Estou a fim de descontrair um pouco.

- Boa. Não tenho nada para fazer mesmo... A vai passar à tarde com a amiga e nada de festinha pra nós dois.

- Vocês estão bem... Juntos – analisei.

- É...

- Cuidado para não colocar uma coleira no pescoço.

- Acho que ela já colocou, cara – ele olhou para a mesa, na qual ela estava. – Pelo incrível que pareça, gosto dela.

- Já estão namorando, Zaza? Achei que não iria ser vivo para ver uma coisa dessas.

- Pois é, nem eu – riu desviando o olhar para mim novamente. – Você ainda vai ter a sua vez.

- Estou fora, Malik. Me prender a alguma coisa?! Nunca.

- Vamos ver...

Revirei os olhos. Isso que era impossível. Liam Payne sendo preso a uma garota. Isso que parecia piada. - Passei meus olhos pelo refeitório, parando em uma mesa especifica. Lá estava ela, , com . Pelo incrível que pareça, o Niall não estava com elas hoje. Ele estava sentado em uma mesa com a Ashiley, sua nova namorada. O que está acontecendo com eles? Não sei. Deve ser crise.

estava rejeitando a comida que a amiga trazia para ela. falava algo calmamente para ela, que confirmava. Ela revirou os olhos e pegou a maça, como se perguntasse a outra “satisfeita?”. Ri comigo mesmo, vendo aquela cena, mas o que mais me chamou a atenção foi , que carregava um olhar de preocupação. Estava calada todas as aulas que haviam se passado. Nem se quer, respondeu algo ao professor, ou fez perguntas.

- Mas o boliche, no mesmo horário de sempre? – Zayn falou me tirando de meus devaneios.

- O quê?

- O boliche Payne.

- Ah sim... Há mesma hora. Acho que já terei chegado do hospital.

Escutamos o sinal tocar. Que merda! Era aula de geografia. Vamos ver qual a surpresa da vez.


POV

Não havia conseguido prestar atenção em nenhuma das aulas. Tinham passado todas alheias a mim. A única coisa que estava ocupando a minha mente era o pensamento de ser mãe. Ontem, tinha me pegado me olhando na frente do espelho e analisando minha barriga. Não fazia ideia do que aconteceria comigo, mas o que me preocupou mais foi pensar que poderia ser mais de um. Era possível, mas se chegasse a acontecer... Não queria nem pensar.

As aulas passaram voando sem que eu ao mesmo percebesse. Havia dito a minha mãe que ficaria na biblioteca estudando assim que acabasse a aula, para uma prova, mas invés disso, vou ao hospital com a , que combinou de me acompanhar. Estou com medo e receio, acho que nunca tive uma aflição tão grande em minha vida.

Abri a porta do hospital e me sentei na sala de espera, enquanto aguardávamos a minha vez. foi falar com a recepcionista enquanto esperava. Me peguei voltada aos meus pensamentos, quando uma senhora loira se sentou ao meu lado, com celular em mãos, que tinha acabado de desligar.

- Esse menino... O pai cirurgiado e ele queria ir jogar boliche...

Sorri.

- Vai visitar alguém? – me olhou.

- Ah não. Vou me consultar.

- Ah sim... Sou Karen – sorriu.

- .

Ela voltou a pegar o celular.

- Esses filhos, só servem pra dar trabalho... Principalmente nessa idade. Um conselho? Quando tiver um filho, tenha uma menina. Da menos trabalho.

Sorri. Ela não sabia que eu poderia está esperando uma agora.

- Vou me lembrar disso... Pena que não se escolhe.

- Pois é. Mas de qualquer forma, filho é filho. Independente do que seja, se ama. Um exemplo disso é meu filho. Me da trabalho... Mas ainda o amo do mesmo jeito, de quando descobri que estava grávida, talvez até mais.

As palavras daquela mulher me fizeram pensar.

- Seu filho tem quanto anos?

- Da sua idade. Mas parece que quanto mais cresce, mais da trabalho. Porém é sempre assim... Porque enquanto é pequeno, se pode mandar, depois, é só preocupação.

- Vou me lembrar disso quando tiver meu filho – olhei para minha barriga.

- , a doutora pediu que você entrasse – me avisou.

- Ok – olhei para Karen. – Tchau. Foi bom conversar com a senhora.

- Igualmente, querida. – Sorriu.

- Quem era? – me perguntou enquanto entravamos no consultório.

- Karen. Conheci agora.


(...)



Depois de todos os exames feitos, ali estava eu no ultrassom. A médica havia confirmado. Eu estava grávida de três meses.

- Ele é um bebê muito saudável, mas mesmo assim, vou passar as vitaminas para ele se desenvolver bem. Também vou te orientar algumas coisas, mais saudáveis para comer. Está com algum problema? Dor... Incomodo...?

- Não – neguei.

- Isso é ótimo – a médica falou enquanto olhava o bebê pela tela da pequena TV. – Olha... Aqui é a mãozinha dele...

Sorri ao vê meu filho.

- Ele é tão pequenininho... – apertou minha mão.

- Ele só tem três meses, o que esperava? Quando já estiver no fim da gestação, você vai vê a diferença.

- E quando podemos saber o sexo? – perguntei.

- Próximo mês. Vocês já podem marcar com a recepcionista quando saírem.

Voltei a observar meu filho. Ele era lindo.

- Vão querer levar o vídeo do ultrassom? – me olhou.

Olhei para minha amiga.

- Vamos. Eu pago . É o mínimo que posso fazer para meu afilhado.

- A criança ainda nem nasceu e você já se diz madrinha?

- É claro! E quem é que está te ajudando a cuidar dele?

Ri. era louca, mas eu sabia que acima de tudo, podia contar com ela para enfrentar essa barra. Graças a ela que eu estava ali, caso o contrario, não saberia o que faria sozinha.


(...)



havia me deixado em casa. Ela perguntou se queria que ela estivesse comigo, na hora de falar com minha mãe, mas eu neguei. Teria que fazer aquilo sozinha. – Abri a porta da minha casa, sentindo minha garganta secar.

- , chegou? – minha mãe estava sentada no sofá da sala, assistindo tv.

- Mãe... Preciso falar com você – engoli em seco.

- O que foi? Não vai me dizer que arrumou outra briga na escola. ! Eu disse a você que...

- Não é issof – falei baixou.

- Então o que é, meu bem?

Me aproximei dela, sentando no sofá ao seu lado. Peguei o vídeo com as fotos do ultrassom e o teste de gravidez que estavam em minha bolsa, a entregando. Ela me olhou com os olhos arregalados.

- O que é isso...? ! Você esta grávida? – se levantou.

Senti meus olhos marejarem e os fechei. Não demorou para que sentisse algo pesado atingir o meu rosto, e uma ardência veio logo em seguida. Abri meus olhos atordoada, esfregando o local. Ela tinha me batido?!

- COMO VOCÊ FAZ ISSO COM A SUA VIDA? UM FILHO, ? VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE VOCÊ FEZ?

- Mãe... – falei enquanto lágrimas escorriam de meus olhos sem cessar.

- “MÃE” NADA! VOCÊ ACABOU COM A SUA VIDA, ASSIM COMO EU FIZ COM A MINHA! TANTO QUE EU TE AVISEI PARA USAR CAMISINHA... MAS NÃO! TINHA QUE SER BURRA! VOCÊ ESTÁ DE QUANTOS MESES?

- Três – respondi sem encara-la.

- TRÊS, ?! E aí? O que você vai fazer? E o pai desta criança?

- Ele... Não sabe.

- Melhor assim – a olhei. – Você está com três meses, mas ainda podemos dar um jeito.

- Do que está falando? – enxuguei minhas lágrimas.

- Essa gravidez não pode ir adiante. Ainda tem como reverter isso.

- Mãe... Eu não... Você não está pensando que eu vou abortar, está?

- Eu não estou pensando. Você vai. Não vou deixar que essa criança, acabe com a sua vida.

- Mãe! É meu filho!

- Seu filho nada... Quando isso passar, vai é me agradecer.

- Eu não acredito... SÉRIO ISSO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? EU NÃO VOU ABORTAR ESSA CRIANÇA!

- Então você vai dar ela para adoção. Você não vai criá-lo, .

- Por que não? É meu filho, eu tenho direito de cuidar! – já exaltava minha voz.

- E você pretende criá-lo como? Porque não conte comigo pra nada haver com esse seu filho. Eu não vou te ajudar a criá-lo. Você acha o quê? Que o pai dele vai se importar? Ele vai cuidar de vocês dois?

- Não, mas...

- Mas nada. Já está resolvido. Ou você da essa criança, ou aborta. Só não vai ficar com ela.

- QUEM DISSE? – meu rosto chegava a queimar de raiva.

- EU ESTOU DIZENDO! SE NÃO QUISER ASSIM, VÁ EMBORA – falava autoritária.

- Você esta me colocando pra fora? Com o seu neto?

- Essa coisa que você espera aí dentro não é nada minha.

Eu não podia acreditar naquelas palavras. Minha mãe acabará de me colocar grávida, para fora de casa, por que eu não quis abortar meu filho? Eu não conseguia acreditar. As palavras que ela havia dito me machucavam e faziam meu coração doer.

- Mãe...

- Se você escolher a esse filho, não me chame mais assim – ela voltou a se sentar no sofá.

Eu a encarei, incrédula. Como ela podia está fazendo aquilo?

- E aí, ? Vai escolher a esse filho, ou ficar aqui em casa e esquecer, que um dia você esteve grávida?



Capítulo 6



“Nem sempre as decisões certas são fáceis de serem tomadas. Na verdade, nunca são. - Clarice Lispector.”


POV Liam


Estacionei meu carro, descendo do próprio. Enquanto passava para a entrada do hospital, vi uma cena que me chamou a atenção. Lá estava e pegando um taxi. O que elas estavam fazendo ali? Estavam doentes, ou foram fazer uma consulta de rotina? Aquelas perguntas estavam rodeando minha mente, mas tratei logo de afasta-las. Não tinha porque me importar com a vida delas. Isso não me interessava. Agora o que teria que me preocupar, era com meu pai.

Andei pelos incansáveis corredores brancos, até encontrar minha mãe na sala de espera.

- O que está fazendo aqui? – Me aproximei dela.

- Estava dando uma esticada nas pernas, enquanto seu pai não acordava. – Me sentei ao seu lado.

- Sozinha?

Olhei ao redor, percebendo que não havia mais ninguém por lá.

- Não. Uma moça muito simpática estava conversando comigo, até ter que ser atendida, mas ela já foi. Caso o contrário, te apresentaria ela. Deve ter a sua idade. – Se levantou. – Quer ir da uma olhada em seu pai?

- Claro. – Me levantei. – Mãe, amanhã vai ter uma festa na casa do Zayn e... Eu vou, tá?

- Agora é assim? Nem pergunta se pode ir?

Revirei os olhos.

- Por favor, né mãe...

- Tudo bem querido. Só tome cuidado. Hoje ainda quer ir para o boliche?

- Vou sim. Só que mais tarde.

- Liam, sabe que não gosto de você lá. – Caminhávamos lado a lado no corredor branco cheio de portas.

- Não sei por quê... Todos vão lá, e não tem problema.

Minha mãe abriu a porta do quarto, dando aquela conversa por encerrada.

- Liam! Finalmente veio me vê.

- Eu estava ontem aqui, você que não estava acordado e estava na escola, mas se quiser, posso faltar...

- Nem pense nisso. – Minha mãe me repreendeu.

- Sim Sra. – Me aproximei da cama do meu pai. – Como está?

- Pronto pra outra. Só sonolento pelo medicamento.

- Ta vendo? Eu tinha te dito que não era esse bicho de sete cabeças, que imaginava... – Minha mãe opinou.

- O Zayn desejou melhoras. – Informei.

- Agradeça ao seu amigo. – Deu uma pequena pausa. - Ah Liam, lembrou-se de levar o carro da sua mãe para a oficina, como mandei?

- O carro já está com ela e tudo pai.

Nossa conversa foi interrompida por duas batidas na porta. Virei-me para vê quem era.

- Posso entrar? – O doutor que tinha feito à cirurgia de meu pai perguntou. – Reunião de família? Cheguei em uma má hora?

- Não doutor, pode entrar. – Minha mãe respondeu.

Ele entrou.

- Geoff Payne... – Pegou uma prancheta das mãos de uma enfermeira. - Seus resultados foram os melhores possíveis. Vou passar alguns medicamentos para você. Mas procure manter uma dieta saudável, rica em fibras, assim que voltar para casa. Evite levantar objetos pesados e atividades físicas intensas. Andar a pé e subir pequenos lances de escadas é bom para melhorar a sua circulação, mas evite excessos. Evite dirigir durante os primeiros sete dias após a cirurgia. Quando tiver alta, marque com minha assistente um retorno entre uma ou duas semanas. E você poderá voltar ao trabalho depois de quatro semanas, após a alta. Como não teve pontos para se tirar, sua melhora vai ser rápida.

- E quando terei alta doutor? – Meu pai parecia ansioso para sair dali.

- Daqui a três, quatro dias. Se tudo continuar indo como está. – Respondeu. – Bem, agora tenho que atender outros pacientes, mas qualquer coisa me chamem. – Falou saindo do quarto.

- Ainda bem, não aguentava mais ficar aqui. A comida daqui é péssima.

- Mas vai ter que comer coisas saudáveis pai. Então mais nada de salgadinhos...

- Você está parecendo sua mãe Liam. Tem certeza de que não está andando muito com ela?

- Geoff! – Minha mãe o repreendeu.

Eu ri com aquilo.


POV


Eu mal podia acreditar que minha mãe estava fazendo aquilo comigo. Eu só tinha três alternativas. Aborto: O que me levaria a ter um teto para morar e evitaria que pessoas da escola me olhassem de mau jeito. Mas eu me sentiria a pessoa mais desprezível desse mundo. Adoção: O que também me garantiria um teto, porém teria que aturar as pessoas apontando, me xingando e sendo... O que elas realmente são. Sem falar que não veria meu filho crescer, se quer poderia pensar que já tive um filho. E meu bebê: Que não teríamos onde morar, nem o que comer, as pessoas me desmoralizariam, e eu poderia virar moradora de rua, com uma criança! Mas teria meu filho para mim.

As alternativas eram absurdas, mas eram as únicas que tinha. Não tinha meio termo. Ou era uma, ou nenhuma, mas nenhuma parecia melhor. Porém teria que pensar no melhor para esse bebê, e eu sabia qual seria o melhor pra ele, só não tinha certeza se teria corajem de fazê-lo. Mesmo assim, deixei que aquelas palavras escapassem da minha garganta seca.

- Pode da-lo para a adoção. – Fechei meus olhos os sentindo marejarem.

- Muito bem. É o melhor, , você vai vê. Depois vai me agradecer...

Não queria mais escutar aquilo. Peguei minhas coisas e as coisas da criança, e subi as escadas, enquanto deixava minha mãe, falando sozinha sobre um futuro que ela queria pra mim. Entrei em meu quarto, derrotada. Lágrimas já molhavam a minha face. – Como podia ter acreditado que ela iria me apoiar? Mas a única coisa que não esperava era isso. – Passei a mão em minha barriga. Mesmo sem perceber, eu já amava aquele bebê, ele era um pedaço de mim, que estava sendo arrancado, pela minha própria mãe. Mas o que eu podia fazer? Assim que aquela coisinha nascesse, eu nem sabia se seria possível vê-lo, muito menos pegar nele. Meu coração se apertava mais com aqueles pensamentos.

Por um momento pensei em contar para o Payne. Porém não adiantaria. Quem sabe se não seria até pior. Ele não se importava comigo, muito menos se importaria com esse filho. Mas mesmo sabendo que agora ele poderia ter um pai e uma mãe que o amassem, mesmo assim, a dor ainda era presente em meu peito. Sentia-me impotente.

Deitei-me em minha cama, ainda com as coisas dele em minhas mãos. Seu ultrassom. Como era pequenino... E não mais meu. Sem que me desse conta, acabei adormecendo. O frio da noite me embargou, e queria de fato, nunca mais acordar. Pelo menos ali, eu teria paz.


(...)



O sol forte me despertou. Olhei para minha cama, onde ainda havia as mesmas coisas espalhadas. As juntei, guardando em uma gaveta de minha cômoda. – O resto do dia seria longo, e eu teria que estar pronta para tudo. – Fui até o banheiro, onde fiz minha higiene matinal. Logo me troquei, colocando uma roupa suave, pelo calor e desci as escadas com meu material.

Minha mãe não estava mais lá. Já tinha ido trabalhar, mas o café já estava posto. Peguei algumas fatias de torrada com um suco de laranja. Os engoli o mais rápido que pude, logo saindo de casa.

Minha casa não era muito longe da escola, por isso que sempre ia a pé. Menos de três minutos e eu já estava entrando no estacionamento da mesma.

- ! – Escutei me chamarem e quando vi quem era, sorri.

- Niall.

- Hey girl... Aconteceu algo? – Me acompanhou.

- Problemas com a minha mãe.

- Eu posso ajudar em alguma coisa?

- Não. Acho que ninguém pode. – Suspirei.

Seguimos lado a lado, até o meu armário.

- Nos vemos na aula de Química. – Se despediu.

Voltei à atenção para meu armário sem responder nada. Como queria matar aquelas aulas. Não estava a fim de escutar qualquer professor hoje.

- Como foi com sua mãe? – Escutei aquela voz tão familiar por mim.

Virei-me a encarando.

- Ah não... O que ela fez?

- Você não tem ideia... – Falei fechando meu armário. – Você tinha razão.

- Sinto muito . – Me abraçou.

- Tudo bem. – Sorri amarelo.

- Nada bem. – Ela olhou para nosso redor. – Vem! – Saiu me puxando.

- Pra onde vamos?

- Ginásio.

- Mas eu não tenho Educação Física agora.

- Nem eu, por isso mesmo.

Segui sem reclamar. Eu precisava de alguém de fora, que pudesse me dar soluções. E me ajudasse a resolver tudo em que tinha me metido.

- Ela me deu três alternativas. – Falei assim que chegamos ao Ginásio. – Adoção, aborto ou filho e adeus teto para morar.

- Ela não fez isso...

- Fez sim!

- E você?

- Primeira opção. – Abaixei meu olhar.

Aquilo me doía, como nunca imaginei doer.

- Sinto muito . Ela não podia fazer isso. Você estava tão feliz quando viu o ultrassom do bebê... Sei que seria uma ótima mãe. – Parou. – Se você contar ao Liam...

- Não termina. Eu já pensei nisso. Não faria diferença. É o que minha mãe disse. “Ele não me assumiria com esse filho”. – Suspirei. – Pensar em dar essa criança, está me destruindo . – Senti meus olhos marejarem.

- Não tem outro jeito?

- Qual?

- Se você for morar lá em casa por um tempo...

- Um tempo, quanto? Como sobreviveria com esse bebê depois?

- E se você arrumar um emprego, enquanto não tem o bebê? Deve ganhar alguma coisa para conseguir alugar um apartamento por um tempo e enquanto isso, fica lá em casa. Eu te ajudo amiga. A gente cria seu filho.

- ... Não é justo com você. Eu não posso fazer isso.

- ! Já esta decidido. Você vai lá pra casa, falo com minha mãe que vai passar alguns meses com a gente e enquanto isso, te ajudo a arranjar um emprego. Até que a criança nasça, você já deve ter juntado algo para alugar uma casinha ou coisa do tipo, e com o tempo a gente vê o que faz. Eu te ajudo.

- Eu não sei o que faria sem você. – A abracei.

A ideia parecia absurda. Mas ao mesmo tempo, era a melhor que tínhamos momentaneamente. Eu tinha medo de entrar nessa. E a escola? E tudo? Mas agora eu seria mãe primeiramente. Minhas prioridades estariam em segundo lugar para meu filho. Faria tudo que minha mãe não fez por mim. Só esperava que essa ideia maluca, desse certo.


POV Liam


- Tudo certo para hoje à noite? – Perguntei.

- Claro. – Zayn sorriu. – Você vai, né?!

- Não sei, Malik. Tenho que resolver algumas coisas importantes. Não sei se... Quer saber? Vou sim. E a vai comigo. – olhou para a mesa que a amiga costumeiramente se sentava, que estava vazia. – Vocês a viram?

- Não. – Negamos. – Não sei nem se veio pra escola. Não a vi.

- Veio sim...

- Ela deve aparecer já, já. – Zayn deu de ombros.

- Você deve ter razão. – Pagou seu hamburger, dando uma mordida.

- Porque está tão estranha ultimamente? - A Questionei. – Não acha que está se preocupando demais com a sua amiga? Ela já é grande para saber o que faz.

- É, talvez... Mas a culpa é minha dela está nesse problema todo, então não consigo parar de me sentir culpada. Sem falar que a mãe dela... Se minha mãe tivesse me feito escolher daquele jeito, eu surtaria, e me jogaria embaixo de um viaduto para vê se tudo acabava. Tenho medo dela não suportar. – Ela arregalou os olhos, como se tivesse dito demais. – Esqueçam.

- Do que está falando? – A olhei.

- Nada que você precise saber. – Se levantou saindo.

Olhei para a direção que ela tinha tomado. Lá estava ela, que tínhamos falado há pouco tempo, entrando pela porta do refeitório. Logo avistou , e foi falar com a amiga. falou algo, que pareceu deixar irritada. Mas a amiga logo reverteu isso levantando os braços para cima, em forma de rendição. E então, desviou o olhar para minha mesa. Nos encaramos por minutos incontáveis. Eu não saberia deduzir o que era presente em seu olhar. Porém, sei que logo foi desviado, para que seguisse seu caminho para a fila até a cozinheira.

- Payne, teria como você ir mais cedo, para me ajudar a organizar o som? – Malik me tirou de meus devaneios.

- Tem. Acho que sim, cara.

- Ok então. O pessoal vai começar a chegar as 21:00h, você chegando uma ou meia hora antes, da certo.

- Tudo bem cara. Mãe vai está no hospital com pai, então não vai ficar enchendo meu saco.

Voltei a olhar minha comida, sem fome de consumir mais alguma coisa daquele prato. Direcionei meu olhar para o refeitório, até que o sinal tocou.

- Você tem o que agora? – Olhei meu amigo.

- Artes, e você? – Falou pegando sua bandeja.

- Biologia. – Revirei os olhos.

Colocamos nossas bandejas em seus devidos locais e seguimos para nossos armários.

Eu não estava a fim de assistir aula de Biologia, então simplesmente, decidi gazear. Já meu amigo, precisava de sua nota em Artes, então não podia fazer o mesmo. O Ginásio uma hora daquela, deveria está tendo aula, então... A biblioteca era o melhor local, para ficar sem fazer nada, e sem ser incomodado, enquanto não teria nenhum aluno lá.

Direcionei-me para lá, enquanto prestava atenção para vê, se não era pego. Abri a porta silenciosamente, e comecei a caminhar até a última sala de estudos. Lá ninguém me encontraria. Mas quando cheguei lá, já estava ocupada.

- Olha essa: cuidar de idoso com 80 anos, viúvo, aposentado, super lúcido, que precisa de uma pessoa para cuidar dele meio período. Caso interesse, procurar entrar em contato com sua filha, que mora com ele na Rua Union St. Gente, o velho é rico! - Pequena pausa. - Quem sabe assim, você não conquista o velhinho, com essa cara de Madre Tereza? Seus problemas estariam resolvidos... Ele até é viúvo! Gente, como da certo!

- ! Eu não acredito! Sério que você está me jogando pra cima de um velho de 80 anos? Que nojo! Nada contra velhinhos, mas... Isso não é uma opção boa amiga. Sem falar que não vou dar um golpe nele, você sabe que tenho um probleminha que ele descobriria.

- Que nada... Era só dizer que era dele, ou contar a verdade mesmo. Depois que estivesse apaixonado, assumiria.

- ! Eu não acredito nisso. Olha outro, não vou me casar com um velho. Por favor. Deve ter outras opções.

- Podendo querer o mais fácil...

- Ah claro. Então porque você não casa com um velho de 80 anos?

- Quem gosta de velho, é asilo.

Do que aquelas loucas estavam falando? estava procurando um emprego? Para quê? – Decidi entrar e saber eu mesmo.

- O que estão fazendo garotas? Gazeando aula?

Elas levantaram o olhar do jornal que estava em sua frente, me encarando assustadas.

- Há quanto tempo está aqui? – me questionou.

- Tempo suficiente para escutar, vocês falando de um velho, que você queria que a se casasse. Só não sei por que.

- Nem vai saber. – pegou o jornal da mão da amiga, se levantando. – Isso não é da sua conta, se estou apaixonada por um senhor.

Olhei-a com cara de “Isso é sério?”.

- Eu escutei que queria que você desse um golpe nele.

Elas se entreolharam.

- O que quer Payne? – me perguntou.

- Porque está procurando um emprego? – A olhei.

- Não é da sua conta. Deixa de se importar com a minha vida garoto. Não se da nada a respeito de você. – Falou saindo.

Mas enquanto ela passava por mim, segurei seu braço a impedindo de fazer isso.

- Não tão rápido. – A fiz voltar com seu corpo.

- Não tenho tempo para você Liam.

- Eu querendo te ajudar...

- Me ajudar? Faça o favor...

- , deixa ele falar. – pediu e a amiga a fuzilou.

- Minha mãe está precisando de uma empregada lá em casa. Se quiser...

- Eu? Trabalhar na sua casa? Já encontro você demais aqui na escola, te vendo mais no trabalho, teria ânsia de vomito todo dia.

- Deixa de ser chata garota! A pessoa tentando ajudar... Mas que se ferre! - A soltei.

- Você já fez esse favor. – Saiu.

Do que ela estava falando? Será que era ainda em relação das pessoas... Fala sério! E eu achando que ela tinha se saído bem em relação às pessoas da escola. Mas não. Agora sabia que não.

- Obrigada pela proposta, mas... Ela não vai aceitar. – se levantou, indo para a mesma direção que a amiga.


POV


Depois do acontecido Payne, minha amiga e eu, tínhamos ido para outra sala, a procura de alguns possíveis empregos para mim.

- , porque não pensa no que o Liam te ofereceu?

- Sério que falou isso? , não posso. Prefiro morrer ao dever um favor ao Liam.

- , não é favor. Se ele soubesse...

- Pode parar! – A repreendi voltando a olhar o jornal. – Achei um! É uma agencia de empregos. Porque não vamos lá quando terminar a escola? Vai que possa trabalhar em algum.

- Pode ser... Mas enquanto a sua mãe?

- Quando posso ir para sua casa?

- Quando quiser. Já falei com minha mãe na pausa, e ela deixou você passar quanto tempo quiser.

- Então... Hoje mesmo, falarei com minha mãe.

- Está preparada?
,br> - Não. Mas não tem outra forma.


(...)



- Em meio período, só vamos ter poucas vagas, mas como você ainda é de menor, e não tem a escolaridade finalizada, só teríamos um para te empregar. Inclusive, mandaríamos uma menina hoje, mas ela não apareceu.

- Eu aceito.

- Que bom... Vamos entrar em contato com a cliente e se ela estiver de acordo, ligaremos para você, avisando quando pode ir para sua entrevista de emprego com ela.

- Ok, obrigada. – Me levantei da poltrona.

Sai da sala, passando pela recepção, encontrando .

- E ai?

- Só tinha um, que poderiam me apresentar.

- Qual?

-Empregada. Mas não é nada certo, só se a mulher gostar de mim e tals. – Falei enquanto saiamos do estabelecimento.

- Só tinha esse?

- Digamos que não posso fazer objeções nem nada do tipo, porque primeiro: Tenho que arrumar um emprego rápido, segundo: Sou de menor e não terminei a escola.

- Mas quando vai começar?

- Eles vão falar com a mulher, para marcar um dia que possa ir, pra fazermos a entrevista. Se ela me contratar vai ser ótimo, se não, não tenho ideia do que vou fazer.

- Tudo vai dar certo amiga. – Me abraçou de lado.


(...)



Adentrei minha casa, logo escutando minha mãe me chamar.

- ?

- Oi. – Respondi fechando a porta.

- Onde estava? Já deveria ter chegado em casa há horas.

- Estava na biblioteca da escola. Tive que terminar um trabalho. – Menti subindo as escadas.

- Tenho uma surpresa pra você...

Suspirei. – O que seria agora?

- O que é?

- Tem um casal de amigos de uma amiga minha, que querem adotar isso que você tem na barriga. Eles têm ótimas condições, e são ótimos com crianças. Mas a mulher, não pode engravidar, então eu disse que conhecia uma pessoa que queria dar o filho para a adoção e, eles ficaram muito animados...

Revirei os olhos.

- Eu não acredito... – Sorri amargurada. – Você se toca do que fala? Está falando do MEU filho, como se fosse uma mercadoria! ISSO que você tem na barriga? É MEU FILHO! E quer saber de uma coisa? Você disse que se eu escolhesse ficar com a criança, você não era mais minha mãe. Você estava errada. Deixou de ser ela, quando renegou o meu bebê. – Voltei a subir as escadas, com passadas fortes.

- O que você quer dizer com isso? Que vai ficar com essa coisa?

- Coisa? Não, eu não vou ficar com essa coisa. EU VOU FICAR COM MEU FILHO!

- Se você ficar com ele, coloco você na rua!

- ENTÃO COLOQUE! – Já gritava. – Não me importa mais.

- Você é de menor , não pode ficar com essa criança, porque EU mando em você, enquanto for de menor!

Paralisei na porta do meu quarto. Ela estava certa. Eu era de menor. Não mandava em mim, só poderia fazer isso daqui a alguns meses. Senti um arrepio percorrer a minha espinha e meus olhos lagrimejarem.

- Você está errada! Você pode até mandar em mim, mas não no MEU filho!

- Vamos ver se não !



Capítulo 7



“Eu vou superar isso, do mesmo jeito que sempre foi. Um dia de cada vez.” — The Vampire Diaries.


POV Liam


A festa estava mais animada do que o esperado. Claro, era sexta, e todos queriam se divertir. Eu estava perto do bar enquanto conversava com o Zayn, quando a Britney se aproximou de mim, me entregando um copo.

Sorri para ela. O pegando.

- Zayn, vou rouba-lo de você. – Puxou minha mão até a pista de dança.

Começamos a dançar, enquanto ela fazia caricias em mim. Eu a puxei mais contra mim, nos aproximando mais e ela depositou um beijo em meus lábios. Começamos um beijo veroz e selvagem. Minhas mãos passeavam livres por todo o seu corpo até chegar a sua bunda, onde a apertei e ela deixou escapar um pequeno gemido.

Britney se afastou de mim, começando a dançar novamente. Sua dança era sensual, e cada vez mais, ela esfregava sua bunda em mim. O que estava me excitando. A virei de frente a mim a puxando tão forte, que nossos corpos fizeram um pequeno barulho ao se baterem.

Voltamos a nos beijar ardentemente, enquanto fazíamos caricias, com desejo evidente. Eu queria tira-la logo dali.

- Vamos para outro lugar. – Cortei o beijo.

Ela sorriu maliciosa.

Subimos a escada e eu abri a primeira porta. O quarto já estava ocupado. Fizemos isso com a seguinte, porém ele também já tinha gente. Já estava me faltando a paciência, quando abrimos o terceiro quarto. Vazio. A puxei para dentro e tranquei a porta.

Britney pulou em meu colo e rapidamente começou a me despi. Suas mãos trabalhavam agilmente. Meus lábios passaram para seu pescoço mordiscando e depositando chupões que iriam deixar marcas no outro dia. Suas mãos tiraram minha camisa. A joguei na cama e ela sorriu da forma mais sexy possível.

Fui para cima dela, enquanto tirava seu vestido que estava muito colocado. As unhas dela já arranhavam minhas costas. Voltei a beija-la enquanto minhas mãos desabotoavam seu sutiã. Britney estava mais que satisfeita com o que estávamos fazendo. Era perceptível isso em sua face.


(...)


Desmoronei chegando ao meu máximo. Nossas respirações evidentemente ofegantes, tentando se normalizar. Ela se aproximou de mim, colocando a cabeça em meu peito.

Permanecemos em silencio, até que nossas respirações se encontravam normais. Levantei-me, pegando minha roupa.

- Já vamos sair...?

- Não pretendo passar a noite em um quarto. Você pretende? – Coloquei minha calça.

- Eu estava pensado em um segundo round... – Mordeu o lábio inferior.

- Sabe das minhas regras, docinho. – Coloquei minha camisa.

- Bem que podia abrir uma exceção...

- Nada de exceções meu bem. – Me aproximei dela, depositando um beijo em seus lábios.

Sai do quarto deixando ela sozinha ali. Ainda tinha muito o que aproveitar na noite. Desci as escadas e me aproximei do bar pegando uma bebida. Olhei para a pista, e foi quando a encontrei. Não podia acreditar. Ela estava ali, mais linda que nunca. Tinha um sorriso lindo em seus lábios, enquanto dançava com a amiga ao som de Scream do Usher.

Olhava atentamente para . Seus movimentos... Como tinha desejo por ela. Porque me sentia mais atraído por ela, do que por qualquer uma? Com as outras não sentia vontade de mais que uma noite, mas com ela... Sempre queria terminar a levanto para cama. Porque daquilo? Não sei, só sabia que o desejo quando estava perto dela, era evidente.


POV


Não podia acreditar que a tinha me convencido a vir naquela festa. Depois de uma discussão daquelas com a minha mãe. Mas de uma coisa estava certa. Eu tinha que me divertir um pouco e esquecer os problemas.

Começamos a dançar, animadamente. e eu nos divertíamos dançando todas as músicas possíveis. Cantávamos, riamos e não prestávamos mais atenção a nada. Mesmo não sendo muito meu forte, eu só queria qualquer coisa naquele momento, para escapar da minha realidade. estava sendo uma ótima amiga ficando comigo ali, mas eu sabia que para ela era difícil não ficar com o Zayn e me sentia um pouco culpada. Ela também tinha se negado a beber para me acompanha, porém eu a incentivei a se divertir.

- Vou descansar um pouco. Aqui está calor. – Sussurrei para minha amiga. – Quer ir?

- Vamos. – Me puxou saindo da pista.

Segui ao seu encalço, enquanto ela ia para os fundos da casa.

- Vai pra onde? – Questionei.

- Nos fundos, tem um jardim. Podemos ficar lá sem sermos incomodadas, e sem cheiro de bebida ou fumaça e luzes florescentes.

Ela abriu a porta e me deu passagem.

- Será que isso faz mal pra...?

- Não. Pelo menos acho que não. Tantas mulheres continuam a ir para festas grávidas. Afinal, você não está bebendo, então acho que vai ficar tudo bem. – amarrou os cabelos em um coque.

Escutamos a porta ser aberta e olhamos para trás.

- O que as duas estão fazendo aqui fora, sendo que a festa é lá dentro? – Zayn falou.

- Descansando. – se aproximou dele.

Malik entregou um copo a ela e veio até mim com outro. Neguei.

- Qual é , vai me dizer que não bebe mais por causa da outra vez?

- Não Zayn, é porque estou tomando remédio, então meu médico disse que não podia beber.

- Ah... Nem um pouco?

- Nenhuma gota. – Neguei. – Porque vocês dois não vão lá pra dentro dançar um pouco? Depois nos encontramos , só não bebe demais, para que eu precise te carregar.

- Tá. Não vai sem mim, se não, minha mãe vai ficar enchendo meu saco quando chegar em casa. – Pegou na mão do namorado. – Tenha juízo!

- É o que mais estou tendo.

Eles saíram me deixando sozinha. Caminhei mais adentro do jardim, me sentando em um banquinho dos grandes variados que tinham lá. Ousei passar a mãos em minha barriga fazendo um carinho em meu filho. Minhas lutas estavam sendo por aquela criança, que agora dependia completamente de mim. Isso seria só o começo, mas eu pretendia ser muito forte pra tudo.


Flashback ON:

- Você está errada! Você pode até mandar em mim, mas não no MEU filho!

- Vamos ver se não !

Bati a porta do quarto com força, escutando logo ela ser aberta.

- O que você quer? Me vê pior? Eu já entendi que não quer saber dessa criança, mas eu quero! Você pode “mandar” em mim, mas não se pode arrancar um filho de uma mãe, se ela não quiser e tiver condições de cria-lo.

- Você não tem isso! Se eu te colocar pra fora, não tem nada!

- Quem disse? – Já gritava. – Eu não preciso de você. Você já me mostrou que não posso contar contigo. E nem pense em tocar um dedo em meu filho. Ele não vai pra porra de adoção nenhuma. EU vou criar ele. - Como? Você não tem nem como cuidar de você!

- Eu me viro! Já estou fazendo isso.

- Já sabe . Se ficar com essa coisa. Adeus.

- Adeus mãe. – Falei pegando uma mala de meu closet e guardando minhas coisas.

- Sério que vai fazer tudo isso por uma criança?

- Não é uma criança. É meu filho e eu o amo mais que tudo.

Flashback OFF:


Meus olhos começaram a lacrimejar. Mas logo tratei de afastar aquela tristeza. Era tão próxima de minha mãe, para tudo terminar assim. Porém no momento em que ela escolheu não gostar ou sei lá o que ela achava do neto, ela deixou de ser a pessoa que eu mais amava e admirava.

Fechei meus olhos pensando. Agora estava na casa da , mas ainda estava sem emprego. Ninguém tinha me ligado, o que me fazia temer. Eu teria que arrumar um emprego de alguma forma. Tinha um filho para cuidar. Mas não estava ali para lembrar disso. Eu tinha que esquecer do sofrimento. Me focar nas alegrias.

Abracei minha barriga. Aquela criança me daria toda a força que iria precisar e tudo daria certo, para que eu pudesse ficar com ele. Já tinha lutado muito para desistir. Essa palavra não estava mais em meu vocabulário. Ninguém disse que seria fácil, porque não é. Porém as coisas mais difíceis, no fim, são as mais gratificantes.

- Meu pequenino. Tudo vai dar certo, você vai ver. – Sorri.

Conversar com ele ou ela, estava se tornando um hábito.

- Não sabia que te encontraria aqui.

Aquela voz...

- Essa é a intenção. – Tirei minhas mãos da barriga. – Estava tudo tão bem, comigo sozinha.

- Porque foge tanto das pessoas ? – Se aproximou.

- Não fujo das pessoas Payne, mas sim de você, que me persegue. – Suspirei. – O que dessa vez? Pretende me levar pra cama de novo? Já não se divertiu o bastante com a Britney?

- Não sabe ter uma conversa comigo, sem insinuações? – Questionou, se sentando em um banco ao meu lado.

- Desculpe, é contra meu sangue, não te odiar. – Me levantei, querendo voltar para a festa.

Segui para a porta, onde havia passado há algum tempo. Puxei a maçaneta, e foi quando senti uma mão puxar meu braço e me empurrar até a parede. Encarei aqueles olhos castanhos, assustada.

- Você é louco? – Coloquei a mão no coração, tentando me acalmar pelo susto.

Ele sorriu.

- Se me odiasse tanto quanto diz, não deixaria que te tocasse. – Ele sussurrou em meu ouvido.

Fechei meus olhos. Meu corpo me traia com as sensações que ele me proporcionava. Cada toque seu, era como um lembrete para minhas células de que estavam vivas.

Liam roçou seus lábios em meu pescoço, me fazendo arrepiar. Como queria me afastar dele... Mas simplesmente meu corpo, não seguia mais meus comandos. Payne foi até meus lábios os beijando ardentemente. Suas mãos me apertaram mais contra seu corpo. As minhas foram instantaneamente para sua nuca, a arranhando fortemente.

Nos separamos, sem perder o contato visual. Liam foi para meu pescoço, depositando chupões ali, mas uma coisa me fez o empurrar rapidamente. - Aquele perfume feminino... Aquele cheiro... – Abri a lata de lixo que havia em nosso lado, vomitando.

Payne se aproximou de mim, segurando meus cabelos. Limpei minha boca, e o olhei.

- Você está bem? Não estava com gosto de álcool...

- Desculpe. É culpa desse perfume de biscate que está em você.

- Sério isso? – Revirou os olhos.

- Se você chegar novamente perto de mim, com o cheiro dessa vadia. Eu te mato! – Me endireitei.

Ele sorriu.

- Isso é ciúmes?

- Não... É nojo mesmo! – Ia sair, quando ele me puxou para si.

- Onde paramos?

- Onde eu saia daqui. – Tentei me soltar dele.

- Não tão rápido. – Me segurou mais firme.

- Payne, é sério. O cheiro dela em você... Não sei se tenho mais nojo, ou ânsia.

- ...

- É sério Liam, eu vou... – Coloquei a mão na boca e ele me soltou.

Meu estomago se acalmou.

- É melhor não se aproximar. – Sai o mais rápido, antes que ele pudesse me deter mais uma vez.


POV Liam


Acordei com o brilho do sol, que entrava pela janela de meu quarto, denunciando que minha mãe já estivera ali. Cosei meus olhos, ainda tendo preguiça de levantar. Ressaca? Não tinha. Era difícil quando isso acontecia. Só o que ficava em minha mente, era a noite de ontem, sem tirar nenhuma parte.

Levantei-me, afastando qualquer pensamento e seguindo só com uma cueca para o banheiro. Tomei um banho bem quente, que me fez relaxar por completo. Voltei ao quarto colocando uma bermuda e desci de meu quarto para a cozinha, pra comer algo.

- Mãe o que está fazendo aqui? – Perguntei, assim que a encontrei na cozinha. – Achei que estivesse no hospital com o papai.

- Eu vim para fazer a entrevista com a garota que vai trabalhar aqui. Olha que coincidência... Era a mesma garota que encontrei no hospital outro dia.

- A que tinha minha idade? – Perguntei interessado.

- É, essa mesmo. – Minha mãe me olhou. – Por quê?

- Por nada... – Dei de ombros. – Ela é gata?

Sendo gata, eu estava de boas.

- Liam, você não vai fazer nada com a moça. Eu te conheço, e já sei que não me apresenta uma namorada, já faz alguns anos.

- Mãe, pra que ficar com uma, se pode ter todas? – Abri a geladeira.

- Liam, a vida dessa menina não está fácil, pra você entrar nela, e bagunçar ainda mais. Deixe-a em paz e tudo ficara bem meu filho.

Revirei os olhos.

- Tá. – Fingi não me importar.

Desculpe mãe, mas não vou seguir seu conselho. Estou a fim de correr o risco.

- Quer que prepare algo para você? Ainda tenho tempo para fazer, antes de voltar ao hospital.

- Quero, porém cadê a menina? Começa quando?

- Amanhã mesmo. Ela vai morar aqui conosco.

- No quarto dos fundos?

- Sim, é bem grande, acho que vai dar certo. Vai querer o que?

- Ovos com bacon.

Enquanto observava minha mãe preparar meu café, que não tinha ideia da hora que estava tomando, pensava nessa garota. – Acho que vou me divertir muito, com ela morando aqui.

- Era pra ter descido um pouquinho antes. Assim te apresentava ela.

- Hum... – Fingi desinteresse.

Não faz mal, mãe. Eu a conhecerei amanhã. E se depender de mim, ficaremos amigos, tão mais rápido, do que imagina.

Já podia sentir o sorriso malicioso, brotar em meus lábios. Mas logo tratei de afasta-lo, para que a Dona Karen não visse.

- Vai se comportar. Não é mesmo? Porque seu pai só chega na segunda. Mas eu venho amanhã, ajudar a garota a arrumar o meu quarto e o dele, adaptado para a cirurgia.

- Vou mãe... Deixa de se preocupar.

- É porque te conheço filho.

Pode ficar tranquila mãe. Serei um ótimo anfitrião.


POV


Não podia acreditar que havia conseguido o emprego. Eu estava tão feliz! Principalmente após saber que se tratava da Karen, minha patroa. Agora eu moraria com ela, seu marido e filho. Depois de fazer toda a entrevista de emprego, ela me perguntou por que precisava tanto dele. Então eu simplesmente contei. Não com todos os detalhes, mas o básico.

Estava grávida, e quando minha mãe descobriu, me colocou pra fora de casa, caso o contrario teria que dar ou abortar meu filho, mas agora, precisava desse emprego, pois era o único que poderia arranjar, nas atuas circunstâncias, porque ainda estudava, e teria que cuidar de uma criança agora.

Ela me perguntou do pai. Mas como dizia a mim mesma “Foi só um erro nós dois”. E pelo incrível que pareça, ela me contratou. Disse que eu podia morar no quarto dos fundos da casa dela com o bebê assim que nascesse, e que me daria à metade do que me pagaria, se não morasse na casa dela. Em troca, eu trabalharia lá em meio período. Depois da escola, até terminar o serviço.

Mesmo sabendo que seria difícil, que chegaria dias e eu cansada. Faria aquilo. O que ela tinha me proposto, era uma oportunidade única. Muito boa. Eu não podia recusar por hipótese nenhuma.
- Malas prontas, novamente. – Sorri pra .

- Estou tão feliz por você amiga. – Me abraçou. – Você vai vê, como as coisas vão melhorar agora. E pode contar comigo pra tudo. Até pegar uma atividade que não te dê tempo de fazer.

Ri.

- Obrigada por está me ajudando. Não sei o que faria sem você.

- Eu sei... – Rimos. – Vamos descer? Para comemorar com uma janta a nossa altura? Amanhã você vai para seu primeiro trabalho, continuar a sua vida...

- Amiga, eu não estou indo me casar ou fazer faculdade, só pra constar.

- Eu sei. Mas é emocionante.

- Lesada.

Descemos as escadas, indo para a cozinha, onde a mãe dela ainda permanecia.

- Meninas, coloquei a lasanha no forno. Ela ainda está quente.

- Ok mãe. Obrigada.

- Ah tia, obrigada por me hospedar na sua casa. – Sorri.

- Não há de que . – Me olhou. – Sabe que pode ficar, o quanto precisar né?!

- Na verdade vou embora amanhã.

- Mas já? Por quê? Aconteceu algo?

- Digamos que minha vida está voltando ao lugar certo. Mas mesmo assim, obrigada por tudo.

- Quê isso querida. Sou eu que agradeço. - Sorriu. – Meninas vou subir para tomar um banho e dormir. Se cuidem.

- Enchendo o saco da tia é ?

- Agradecendo . – Corrigi.

Minha amiga já estava sentada na mesa, comendo. Enquanto eu falava com a mãe dela, ela tinha colocado nossos pratos. Sentei-me ao seu lado.

- Como acha que vai ser na segunda?

- Não sei. A casa é mais longe que a minha era, então não sei se vou acordar mais cedo ou sei lá. Mas dou um jeito.

- Eu peço para meu pai passar lá, quando for me deixar na escola. Ai você aproveita e me conta, como foi seu primeiro dia de trabalho!

Sorri.

- Obrigada.


(...)


Acordei com meu celular despertando. Levantei-me, e fui até o banheiro, onde fiz minha higiene pessoal. Troquei-me e peguei minhas malas. Fui até o quarto da minha amiga, pulando em sua cama, para acorda-la.

- EI! Acorda... Estou indo embora.

- Mas já? – Falou com voz de sono. – Espera eu me trocar, que deixo você lá.

- Pois cuida, que não quero me atrasar no meu primeiro dia de emprego. – Sai de cima dela.

- Só vou me trocar.

Levantou-se pegando uma roupa a vestindo. Escovou os dentes e o cabelo.

- Pronta. Vamos?

Assenti.

Peguei algumas de minhas malas e umas pegou para levar. Desci, me despedindo de seus pais e ela pediu para que seu pai fosse nos deixar.

O caminho inteiro, passei pensando como minha vida tinha dado um giro gigantesco. Há algumas semanas, eu era só mais uma adolescente, indecisa com qual roupa vestir. Hoje eu era uma mulher. Uma mãe, fazendo de tudo para ter um futuro com seu filho.

- Qual é a casa? – me acordou de meus devaneios.

- Aquela amarela ali. – Apontei mostrando.

O pai da estacionou e minha amiga me olhou.

- Pronta?

Assenti.

- Amanhã nos vemos. Depois ligo para você pra te contar como foi. – A abrasei. – Obrigada.

- Eu vou ficar esperando sua ligação. Eu te amo , e desejo tudo de bom para os dois.

Sorri agradecida.

Peguei minhas malas, descendo do carro. Fui até a entrada da casa, enquanto via o carro da minha amiga se afastar. Toquei a campainha, vendo logo a porta ser aberta por Karen.

- ! Deixa eu te ajudar. Não era pra carregar tanta coisa grávida.

- Obrigada. – Sorri. – Esse bebê é mais forte do que parece. Já aguentou coisa demais. – Entrei.

- Vou mostrar o quarto que vai ficar. Meu marido só chega amanhã, e quero que me ajude a arrumar nosso quarto para ele. Meu filho ainda está dormindo. Ele costuma acordar tarde nos domingos. – Falava enquanto me levava ao meu quarto nos fundos. – É esse aqui. Você coloca suas roupas no closet, e depois vem me ajudar a arrumar o quarto. Coloquei roupa de cama nova e você tem um banheiro em seu quarto. Qualquer coisa que quiser, pode pegar na geladeira, e por favor, tome cuidado. Uma criança é algo muito frágil que carregamos. Podemos fazer muita coisa, mas não de tudo.

- Mas ele é tão pequenino. Ainda não tenho nem barriga. – Coloquei as malas no chão.

- É um menino?

- Não sei. Ainda não da pra saber.

- De qualquer forma, ele é assim por enquanto. Depois você vai ver como seu corpo vai mudar.

- Só espero que ele continue a não me dar trabalho, como está fazendo.

Karen sorriu.

- Vamos, vou te mostra a casa.

Enquanto ela me mostrava todos os cômodos, (menos o quarto do filho, que estava dormindo) eu percebi que não tinha retratos da família pela casa. Me perguntava porque, mas não fiz essa pergunta em alto.

Depois de já ter conhecido tudo ali, fui com ela e alguns matérias de limpeza fazer uma faxina no quarto para o marido dela. Conversamos muito durante a arrumação. Ela era uma ótima pessoa, e se preocupava com meu filho. Como eu queria que minha mãe fosse assim...

- Vocês só tem um filho?
- Sim. Sou louca por crianças, mas queríamos só um mesmo. Era algo que tínhamos combinado. Daríamos mais atenção a ele, e seria tudo mais fácil. – Assenti. – Mas sou louca para ter netos. Porém meu filho não gosta muito da ideia de ser pai, não por enquanto. Ele quer... “Curtir muito”. Sabe como é.

- E como sei. O pai do meu bebê também era assim.

- Você gosta dele?

- Karen, pra ser sincera. Isso é o que estou menos pensando ultimamente.

Voltamos a arrumar o quarto, enquanto trocávamos de conversa facilmente. Em algumas horas tínhamos terminada, e Karen pediu para que eu fosse lavando a roupa, enquanto ela ia ficar com o marido no hospital. Me avisou, que qualquer coisa era só pedir ao filho, ou ligar para ela, que logo me deu o número.

Como eu estava satisfeita com aquele emprego. Não era o melhor do mundo, mas era o melhor que conseguiria com minha situação. A Karen estava me ajudando muito, e eu só teria a agradecê-la, pelo resto da minha vida.


POV Liam

Acordei já se passando das 14:00h. Me levantei, com a barriga roncando. Me olhei no espelho, percebendo que só estava de cueca. Não me importei, afinal só tinha eu em casa mesmo.

Sai do quarto descendo as escadas. Fui até a cozinha, onde escutei o barulho da maquina de lavar. Minha mãe estaria lavando roupa?

- Mãe? – Me aproximei.

Mas não era ela. Não podia ser... O que ela estava fazendo ali?

- ?

Ela se virou me encarando. Suas roupas completamente molhadas, pela atividade que estava sendo feita. O cabelo em um coque mal feito. Seus olhos me encararam assustados, assim como os meus deveriam estar.

- Liam?

- Você é quem vai trabalhar aqui?



Capítulo 8



" No jogo da verdade, a quem prefira, viver na mentira. "


Eu o encarava sem responder aquela pergunta. Aquele homem, só de cueca na minha frente, com aquele corpo de tirar o fôlego de qualquer uma, estava me tirando do sério.

Aqueles olhos castanhos ainda me encaravam precisando de uma resposta, mas meu constrangimento ficou evidente quando baixei meu olhar para minhas roupas, e pude perceber que estava com uma regata branca, que após molhada pela atividade exercida por mim, se tornara transparente, deixando evidente meu sutiã também branco, que estava se tornando pequeno para meus seios, após seu crescimento devido à gravidez.

Desamarrei meu cabelo, que caiu sobre meu busto, cobrindo aquilo que estava me incomodado enquanto o homem seminu me encarava, sem nenhuma vergonha de seus trajes.

- Não precisa fazer isso. Eu já os vi – sorriu malicioso.

Revirei os olhos.

- Você consegue ser inconveniente ao extremo.

- Não respondeu minha primeira pergunta. Vai trabalhar aqui?

- Você é o filho da Karen?

- Sou, e você é a menina que ela gostou de conhecer no hospital, e que vai trabalhar aqui?

Fechei meus olhos fortemente, fazendo uma prece. Se eu não precisasse tanto desse emprego... Era uma oportunidade única. Mas morar com a família do PAI do MEU FILHO, trabalhando aqui, sendo que ninguém sabe que ele é o pai...

Mas o que a Karen disse “Porém meu filho não gosta muito da ideia de ser pai, não por enquanto. Ele quer... ‘Curtir muito’. Sabe como é.” Só afirmava mais minha teoria de esconder essa gravidez dele, mas como faria isso na casa dele? Uma hora ele teria que saber, porém não que é dele.

- Sou...

Vi um sorriso se formar em seus lábios.

- Eu tenho é medo de saber o que está pensando – me virei voltando a terminar de espremer algumas roupas.

Senti Liam se aproximar, e o calor que exalava se seu corpo se expandir para mim. Suas mãos me pegaram por trás, me aproximando de seu corpo, enquanto ele encostava sua boca em meu ouvido.

- Você sabe o que estou pensando... E vai gostar muito – mordeu o lóbulo da minha orelha, me fazendo arrepiar e logo me soltou, se afastando.

- Vai sonhando... – tentei voltar ao meu estado normal.

- Já estou – revirei os olhos mais uma vez.

- Ótimo. Só fica no sonho mesmo – espremi as roupas, indo para o quintal.

Eu mal podia acreditar no quanto o destino era filho de uma puta. Mas eu não tinha alternativa. A oportunidade da mãe dele era ótima, só tem o detalhe de ser sua mãe, mas por enquanto não tenho outra opção. Então é esperar até que termine a escola, e sumi com essa criança da vida dele, sem que ao menos saiba que é o pai. Ele não merece saber.

Senti meu corpo arrepiar ao sentir uma brisa fria atingi-lo. Suspirei aquele ar gélido, voltando a entrar, pretendendo tomar um banho bem quente.

Adentrei a casa, passando pela cozinha, onde encontrei o Payne na porta da geladeira.

- Eu só vou me trocar. Quer que faça algo para você?

- Isso é sério? – me olhou com uma sobrancelha arqueada.

- Estou trabalhando aqui, então...

- O que te trouxe a trabalhar na minha casa?

- Não acha que está se intrometendo na minha vida demais?

- Será que porque não aguenta só me vê na escola? – ignorou minha pergunta.

- Necessidade. Já ouviu falar?

- Mas sua mãe trabalha no fórum...

- Eu sei... – falei evidentemente machucada. – Por isso não a compreendo – sai dali, sem querer entrar em detalhes.

Aquilo ainda doía muito, mais do que deveria. Porém, não podia esquecer minha mãe nunca. Muito menos o que ela fez com a gente. O Liam estava certo, tenho que admitir. Tínhamos condições de assumir esse filho sozinhas, mas ela preferiu rejeitá-lo. Então, também a rejeito.


POV Liam


Peguei um copo de suco da geladeira e coloquei duas torradas na torradeira. Me sentei a mesa, enquanto bebericava o suco. – Não conseguia pensar na hipótese dela está trabalhando aqui em casa, e morando aqui! Alguma coisa me dizia que agora era que ficaria difícil de fazer as vontades de minha mãe.

- , você não tem ideia do que estou pensando para nós dois... – sorri com tal ideia.

- Não esperou que eu fizesse algo? – apareceu me tirando de meus devaneios.

- Não... Acho que sou bem grandinho para fazer comida pra mim – respondi, percebendo que as torradas já estavam prontas.

- Tudo bem. Vai ficar ai?

- Por quê? Está pensando em algo melhor para fazermos? – sorri malicioso.

- Estou... – se aproximou de mim. – Arrumar seu quarto. Quer algo mais sexy que isso? Você deve ficar lindo de faxineira.

- Tão engraçadinha você... – peguei minha torrada, colocando em cima da mesa. – Mas cuidado. Quem brinca com fogo, se queima.

- Pois é. Sei disso muito bem – falou saindo da cozinha.

Voltei a pegar minha torrada, sem prestar muita atenção em sua resposta. - Cada dia mais, não entendo as mulheres, nem pretendo entender – mordi minha torrada, com pouco tempo acabando ela.

Subi as escadas, notando que ainda permanecia de cueca. Dei de ombros. Eu estava em casa, e o que eu pretendia fazer, só ajudaria está daquele jeito.

Entrei em meu quarto, percebendo que ele já se encontrava arrumado, exceto o banheiro, que estava sendo lavado por . Essa era minha chance.

Tranquei a porta, entrando no banheiro.

Aproveitei que ela estava de costas lavando o azulejo do box e me aproximei, a virando para mim, encostando-a na parede. O que fez estremecer, principalmente quando seu corpo passou por baixo do chuveiro ligado.

A segurei em meus braços, não a deixando raciocinar para se afastar de mim antes de beija-la.

A princípio não correspondeu pelo susto, mas quando a apertei mais contra mim, foi inevitável não se entregar. Estávamos em baixo do chuveiro, enquanto a água molhava completamente nossos corpos. arranhava minha nuca, me fazendo arrepiar, enquanto minha língua adentrava sua boca, com um beijo feroz e excitante. Minhas mãos passaram para sua bunda, a trazendo para cima, enquanto entrelaçava suas pernas em meu quadril.

- Liam... – Falou ofegante pela falta de ar.

- Eu sei que você me quer... – Sussurrei em seu ouvido, começando a mordiscar o lóbulo de sua orelha.

- Não... – Aquelas palavras eram soltas no ar, da forma menos convencível que se existia.

Sorri enquanto continuava com as caricias nela. Meus lábios fizeram um caminho, da sua orelha a sua boca, onde voltamos a nos beijar. começou a bagunçar meu cabelo, enquanto eu desligava o chuveiro, a levando até a pia, onde a sentei.

Me afastei um pouco dela, para olha-la nos olhos. O desejo era evidente nos seus, e aposto que com os meus não eram diferentes.

Comecei a depositar beijos e chupões em seu pescoço, a vendo arfar para trás. As pernas dela, me prendiam contra si, enquanto minhas mãos foram para a barra de sua blusa, a arrancando de seu corpo. A olhei, percebendo que seus seios estavam bem maiores do que me lembrava.

aproveitou isso para descer da pia, me afastando dela.

Fala sério...

Mas em um movimento brusco, me empurrou na parede, começando a me beijar ardentemente. Sorri com aquilo. - Ela finalmente tinha aceitado o desejo existente em nossas ações.

Em meio ao beijo, fomos adentrando o meu quarto até a cama, onde a emburrei. me encarava, enquanto eu me aproximava de seu corpo tirando seu short, devagar, enquanto acariciava todas as partes de seu corpo.

Fui depositando beijos do seu pé, passando por todo seu corpo, até chegar a sua boca, onde começamos um beijo desesperado, sedento um pelo outro. Fui descendo com minha mão até sua intimidade, enquanto ela arranhava minhas costas com força. Passei a mão pela sua calcinha, fazendo menção de descê-la, vendo arrepiar. Peguei nela, começando a tira-la.

- Liam? – Escutei minha mãe me chamar, batendo na porta do quarto.

me encarou assustada, subindo a peça, que a poucos eu estava tirando.

Bufei. – Só podia ser brincadeira!

- Oi mãe... – Falei caindo do lado da na cama, passando a mão na têmpora.

- Filho você viu a ?

Minha acompanhante bateu em meu braço. A olhei repreendendo seu movimento.

- Ela saiu pra comprar alguma coisa, mas disse que volta logo. – Respondi.

- Liam, abre essa porta. Que coisa mais chata!

- Não! Ainda pretendo dormir. Porque voltou?

- Vim pegar umas mudas de roupa para o seu pai, mas já estou voltando.

Alguns minutos de silencio, enquanto nós dois permanecíamos na cama, sem fazer qualquer movimento. Até que fosse possível escutar o barulho do carro saindo... E pulou de minha cama, procurando sua roupa pelo quarto e banheiro.

- Isso tudo é culpa sua! – Ela apareceu colocando sua blusa.

- Fala como se não estivesse gostando...

- Eu sou... Não pode mais acontecer. Nunca mais! Eu agora trabalho na sua casa, e preciso do emprego. Me deixa em paz!

- Qual é...

- Eu vou terminar de lavar a merda do banheiro. Destranca a porta e se me agarrar novamente, te processo por assédio! – Ela voltou ao banheiro.

- Vai ficar assim mesmo? Agora vou ter que me aliviar de outra forma. – Fui até o banheiro. – Quer ficar olhando?

Ela revirou os olhos.

- Você é patético.

Fechei a porta atrás de mim, dando de ombros.

me olhou, enquanto se abaixava para lavar o sanitário.

- Você não vai...?

Sorri malicioso para ela.

- Sem noção... - Se levantou. – Quando terminar, me avisa. Ainda tenho que limpar isso aqui.

- Porque não fica? – Zoei.

- Tenho que trocar essa roupa, QUE VOCÊ MOLHOU! – Saiu dali.

Ri. - , você não conseguiria fugir por muito tempo.


POV


Aquele garoto... Eu... Ah! Que merda! Como ele tinha tanto poder sobre mim? Como me tornava vulnerável com apenas um toque? O fato era que ele estava certo. Se tinha desejo demais envolvido em tudo que prescindia nós dois. Não sabia por que, porém quando estávamos juntos... Era quase inevitável não ceder a ele.

Naquele momento agradecia por minha barriga não ter começado a crescer ainda. Caso o contrario, ele teria descoberto mais cedo do que eu mesma pretendia. Mas não sabia o que esperar dos próximos dias ou meses. Se no primeiro dia, ele já tinha quase (falei quase) conseguido, imagina com o passar do tempo, o que acontecerá.

Minhas tentativas de fazer ele me deixar em paz, eram em vão. O que me preocupava, mas por outro lado, sabia que quando descobrisse da gravidez, não chegaria perto de mim. Talvez assim, eu conseguisse me afastar dele. Porém uma parte de mim tinha medo que ele me enfrentasse, para saber do nosso filho. Poderia ser que isso nunca acontecesse, mas e se...

Só esperava que com o tempo, as soluções tratassem de aparecer. Essa confusão toda, não fazia bem nem pra mim, muito menos para o bebê. Meu filho não merecia passar por essa confusão toda. Eu teria que vê uma solução, como sempre encontrava. Desde o começo, quando embarquei nessa, soube que teria que lutar para soluções. O detalhe é que o destino me pregou uma peça. Agora eu me dividia furtivamente no que deveria fazer. Se eu contasse da gravidez... Tão clichê. Ele assumiria a criança ou me daria um pé na bunda com o bebê (o que é mais provável).

Não obrigada. Já recebi muita rasteira nas ultimas semanas. Agora aproveitaria que a Karen estava me ajudando, e me organizaria para ter um filho. Essa criança seria muito amada. Isso eu podia garantir pela minha parte. Ela já era muito desejada, e de verdade esperava que meu amor fosse mais que o suficiente. Já que ela não teria muitas pessoas para contar além de mim.


(...)


Me levantei, sentindo a brisa do dia entrar pela janela. Não me lembrava de tê-la deixado aberta. Estava cansada para olhar isso. Peguei minha toalha, indo direto para o banheiro, onde fiz minha higiene pessoal. Sai do mesmo me trocando, e colocando uma roupa normal, que pelo incrível que pareça, não começava a ficar apertada. Tudo bem que eu só estava no terceiro mês, porém me perguntava se a barriga não começar a crescer é normal.

Balancei a cabeça, tirando aqueles devaneios de minha mente. Sai do quarto já arrumada e fui para a cozinha preparar o café. Fiz ovos com bacon e café preto, colocando tudo na mesa. Peguei meu prato e enquanto comia, recebi uma mensagem da , avisando que já estava saindo de casa para vir me buscar.

Ainda não tinha falado com ela. Quando contasse tudo que havia acontecido nas ultimas horas, ela provavelmente surtaria comigo, e estaria em conflito, como eu. Ou não. Ela costumava ser bem mais... Resolvida, ou pensar em estratégias rápidas. E com certeza, riria muito da minha desgraça.

- Quer carona? – Fui arrancada de meus pensamentos, por aquela voz sedutora que...

Para ! Que porra é essa? Olha os hormônios da gravidez dando resultado...

- Hã... Não, não. A combinou de vir. – Coloquei meu prato na pia, percebendo que tinha terminado.

- Você quem sabe. – Deu de ombros, se aproximando da mesa. – Não me incômodo de te levar para a escola, já que moramos na mesma casa.

Não respondi nada. Não que aquilo precisasse de qualquer resposta.

- Ovos com bacon... – Fez um prato e colocou na mesa, junto a um copo de suco de laranja, que estava na geladeira.

Escutei uma buzina e presumi ser minha amiga.

- Tenho que ir. – Sai da cozinha indo para o quarto onde peguei minhas coisas.

- Te vejo na escola. – Respondeu quando passei pela cozinha.

Sai da casa, entrando no carro dos pais da .

- E ai? Como foi?

- A vida é uma bosta. – Me encostei derrotada no banco.

Comecei a contar tudo, não esquecendo nenhum detalhe. Minha amiga não comentou nada enquanto eu falava, mas seu rosto sempre denunciava o que estava pensando.

- E o que vai fazer agora?

- Eu não tenho outra escolha, a não ser ficar. Eu não teria nunca uma oportunidade melhor que essa. Além do mais, não teria dinheiro para alugar uma casa e pagar alguém para ficar com o bebê, depois que nascesse.

- Então você vai trabalhar na casa do pai e avôs do seu filho, sendo que não vai contar a ninguém quem é o pai?

- É por ai. – Suspirei. – Ontem a mãe dele me falou que queria muito ser avó, mas o Liam... – Fechei meus olhos. – Queria aproveitar a vida. Nada de filhos. Nunca. – Passei a mão em minha barriga. – Eu não posso deixar essa criança ser renegada.

- , será que isso não é uma desculpa sua, para não contar a ele por medo? Mesmo que ele não quisesse, agora já tem uma criança ai. Não tem mais o que fazer, e se a mãe dele soubesse, te apoiaria. Não é isso que ela tem feito?

- , você sabe que quando passa pra casa, a conversa é outra.

- Amiga, você está arrumando desculpas. Uma criança crescer sem pai...

- Do que adianta ter um “pai” só por nome, quando não vai dar nem carinho?

- Eu acho que você está com medo. Mas , pelo menos você vai ter tentado.

- Cansei dessa coversa. – Sai do carro, percebendo que havíamos chegado.

Ela estava certa. Eu tremia de medo, com tudo que estava acontecendo. Nada mais justo, depois de tudo que está acontecendo com minha vida. Porém enquanto ao Payne... Talvez fosse só uma desculpa, mas... O que fazer? Ninguém quer ter um filho aos 17 anos! Não foi planejado, nem ao menos amor, foi só... Mais uma noite se sexo. Uma noite que mudou a minha vida, mas a dele... Me odiar seria uma ótima opção, quando eu nutria esse sentimento por ele. Eu... Deveria contar? E se contasse... Meu Deus! Que dúvida...


POV Liam


A essa altura, estávamos no refeitório. O dia voara indistinto e isso rapidamente se tornava uma rotina.

Fui com meu amigo, até a fila do refeitório, que a essa altura, não continha muitas pessoas. Continuamos nossa conversa, sem sermos interrompidos, até que finalmente sentamos em nossa mesa.

- Liam... – Britney apareceu, sentando ao meu lado.

A olhei com cara de “o que você pensa que está fazendo?”.

Britney se aproximou de meu ouvido, ignorando meu olhar.

- Sabe... Meus pais estão viajando. O que acha de repetirmos aquela noite?

- Você sabe minhas regras docinho. – Peguei no seu queixo. – Nada de exceções. – Depositei um selinho em seus lábios.

- Você já não pegou todas as meninas da escola? Achei que quando terminasse, poderia...

- Achou errado. Eu é quem escolho, não você. As regras são minhas. – Desviei meu olhar do dela, voltando a fitar o Zayn, que encarava aquela conversa.

Senti ela se levantar, e não dei qualquer atenção. O que essas garotas tem, para achar que elas que mandam? Eu que invento as merdas das regras e só as quebro com quem eu quiser. A Britney é boa de cama, e tals, mas... É só isso. Parece ser o tipo de puta que se apega. Combinação imperfeita.

Talvez seja por isso que goste de me pegar com a . Ela nunca vai atrás de mim, sempre sou eu que escolho ela, e como há muita testosterona em jogo, acabo sempre conseguindo o que quero, e que tenho plena certeza que ela deseja, só não assume. não fica atrás de outra transa comigo, como a Britney. Ela simplesmente... Deixa acontecer.

Passei os olhos pelo refeitório. Ela não estava lá, muito menos . Voltei a fitar minha bandeja, percebendo Harry e Louis se sentarem conosco.

- E aí, dudes? Candy ou Larie? – Hazza se sentou a mesa.

- Candy. – Respondi.

- Eu disse. – Lou pegou seu hambúrguer.

- O porquê disso? – Zaza questionou.

- Eu apostei que você diria Larie, e Tomlinson, Candy. Ele vai sair com a Gemma. – Styles olhou para o amigo. – Já sabe né? Se fizer alguma coisa com a minha irmã...

- Prometo não fazer nada que ela não queira. – Louis levantou os braços em forma de rendição.

- Vocês estão andando com o Payne demais... – se aproximou do namorado, dando um selinho no mesmo.

Esperei que sua amiga tivesse vindo com ela. Mas não.

- Porque não fazem como Malik e arrumam uma namorada? – Se sentou.

- Porque ter uma quando se pode ter todas? – A olhei.

- Porque ter todas, quando se tem alguém que gosta de você de verdade, e daria sua vida, para ver o outro sorrindo? – me olhou.

- Porque está com uma pessoa só, é chato. – Respondi.

- Vocês não vão ter 17 anos para sempre...

- Por isso mesmo. – Harry respondeu.

O soar do sinal, interrompeu nossa conversa.


(...)


Finalmente podia sair daquele inferno de sala. Sai do grande prédio, indo ao estacionamento. Entrei em meu carro dando partida. Enquanto dirigia pelas ruas até minha casa, coloquei na rádio, onde passava Wake Me Up de Avicii. Olhei para frente, encontrando uma silhueta reconhecível. Me aproximei, percebendo que era a que estava voltando para casa a pé.

- Ei! Entra ai. – Ela me olhou. – Qual é . Eu não mordo.

- Acho que morde sim. – Deu a volta no carro.

Destravei a porta, para que entrasse.

- Porque estava voltando a pé? Sabe que pode ir e voltar da escola comigo né?

Ela me olhou de rabo de olho.

- Não sabia, além do que... Você é perigo constante.

- É louca por mim...

- Vai sonhando Payne. – Voltou a fitar a janela.

Olhei de relance. Ela parecia está em outro mundo. Estava pensativa e seu semblante era carregado de dúvida.

- Chegamos. – Falei estacionando o carro.

não pareceu notar, já que nem se mexeu.

- ? Terra chamando... – Passei a mão em sua frente.

Ela piscou algumas vezes e me encarou.

- Já chegamos? – Pegou suas coisas. – Obrigada. – Saiu do carro.

A segui, travando meu veiculo. Subi as escadas, enquanto ela ia para seu quarto. Joguei minha bolsa em minha cama, e voltei a descer, indo para a cozinha, onde peguei uma maçã na geladeira.

- Seu pai já chegou Liam, ele está em nosso quarto. Quando tomar banho da uma passadinha lá.

- Já ia lá. Mas se prefere quando tomar banho...

- Você não pretende trazer germe da rua para seu pai né?

- Não gata. – Dei um beijo em sua bochecha.

Me sentei na ilha.

- Sai daí menino. Vai quebrar. – Minha mãe mandou.

Ri saindo.

- Karen está precisando de alguma coisa, ou eu já posso passar a roupa? – entrou na cozinha.

- , você sabe fazer papa de aveia?

- Sei sim. – Respondeu.

- Faça um prato para Golf enquanto tomo um banho, e coloca para esfriar que levo pra ele.

- Tá. – foi pegar os pertences.

- Sabia que estudamos na mesma escola mãe? – Fitei trabalhando.

- É mesmo? Não mencionou nada .

- É porque eu não sabia que seu filho era o Liam. – Respondeu sem desviar o olhar do que estava fazendo.

- Então já se conheciam?! – Senti o olhar de minha mãe pesar sobre mim.

- Por ai...


POV


Passei o resto do dia aérea. Minha mente vagava sem nenhuma resposta para minhas próprias perguntas. Eu estava confusa, do que seria o certo a fazer. Minha mente devaneava sem saber o que era o certo, ou não. Enganar a Karen, que tinha sido a melhor pessoa para mim era detestável.

Sem nenhuma resposta plausível, terminei de lavar a louça e fui para meu quarto. Tomei um banho bem quente e me deitei na cama, pronta para descansar. Esperava que o outro dia fosse completo de respostas, que com esse não vieram.

Contar a família do Liam e a ele que seria pai, causaria confusão total, mas convenhamos que crescer sem um pai... Eu passei por isso na pele, e como mãe não quero que esse bebê passe. Já mudava minhas ideias em relação a tudo. Já tinha prometido que viveria por essa criança, então estava mais que na hora de começar a agir como tal.

Seria melhor que ele tivesse um pai, e mesmo que fosse o Payne, teria constado em sua certidão um nome, e tenho certeza que a Karen me ajudaria. Tudo seria bem mais fácil. Então... Minha decisão estava tomada, só faltava coragem para cumpri-la.


(...)


Acordei me sentindo mais viva. Me levante indo fazer minha higiene pessoal, e me trocando logo em seguida. Fiz a mesma coisa de ontem, só mudando o cardápio, o que já era costumeiro. Todo dia em diante, faria isso, então...

Me sentei a ilha para comer, enquanto via Liam entrar na cozinha. Minha garganta secou, me impedindo de engolir meu pedaço de pão, o que me fez engasgar. O mesmo se aproximou de mim por trás, pressionando meu tórax, para que desentalasse, enquanto dava uns tapinhas em minhas costas.

Recuperei o ar, assim que o pedaço desceu pela minha garganta. Tomei um gole do meu suco, enquanto ainda tossia um pouco.

- Você está bem? – Me olhou.

Assenti, enquanto o via pegar uma torrada.

- Vamos? – Questionou.

- Espera que vou pegar minhas coisas. – Falei me levantando, colocando o prato na pia.

- Se fosse você, levava um casaco. Parece que vai chover. – Gritou para que escutasse.

Peguei minha bolsa com o material, indo até o closet onde peguei um casaco e sai do quarto. Encontrei Liam onde o tinha deixado, tomando um copo de suco.

- Pronto. – Falei colocando o casaco.

Saímos da casa, sentindo o vento frio percorrer meu corpo. Olhei para o céu, percebendo que as nuvens estavam carregadas e senti um arrepio percorrer minha espinha. Entramos no carro, e enquanto Payne dirigia, a chuva começou a cair mais fraca do que de costume.

Enquanto íamos pelo caminho da escola, não conversamos nada, pelo fato de que eu estava muito ocupada olhando o dia em minha agenda telefônica em que voltaria a médica. Aquilo era essencial para minha tática dar certo. Vamos vê se assim me dava mais coragem, ou facilita pra mim.

Não demorou para que chegássemos a escola, e eu saísse de seu carro. Me afastei sem me despedir do mesmo, indo até o portão da escola. Caminhei até o meu armário, onde peguei meu material de geografia. Tinha que falar com o professor antes do sinal tocar.


(...)


A chuva tinha ficado incrivelmente forte, por isso quando dado uma trégua nos liberaram para irmos para casa. Afinal, estavam com medo que se chovesse mais, poderíamos ficar presos aqui.

Como combinado, peguei uma carona de volta com o Liam, e enquanto via a chuva cair cada vez mais forte no para-brisa do carro, me peguei olhando o Payne, notando seus detalhes. Será que nosso filho pareceria com ele? Teria seus olhos... Ou os meus que tinham uma tonalidade escura? Mas de uma coisa tinha certeza. Se ele tivesse seus olhos e seu sorriso, nunca me deixaria esquecer de quem é filho. Pois esses seus detalhes, eram inconfundíveis.

A chuva forte começou a embaçar o vidro do carro, ao ponto de não poder se ver nada em sua frente. O que começou a me preocupar. Uma neblina começou a se formar pela rua, tornando a visão mais impossível do que já estava, e comecei a pensar que até o clima não estava ao meu favor.

- Vamos ter que parar. – Liam falou estacionando.

- Só pode ser brincadeira! – Peguei meus fones enquanto colocava minha playlist no celular.

Senti o olhar do Payne pesar sobre mim, e assim que o encarei, percebi que ele encarava minhas pernas descobertas pela saia. Coloquei minha bolsa sobre elas, tampando sua visão.

- Showzinho nem pensar.

- Só estava arrumando uma forma de me divertir, enquanto estávamos aqui. – Desviou o olhar para meu rosto.

- Essa é a melhor forma de diversão que consegue pensar?

- Na verdade não. – Sorriu malicioso.

E foi quando medi minhas palavras.

- Falei na intenção de mexer no celular, não nessa. – Revirei os olhos.

- Prefiro essa daqui, e sabe por quê? – Se aproximou de meu ouvido, o que me fez recoar, encostando as costas no vidro da janela do carro. – É bem mais interessante vê suas sensações.

Meus olhos encararam os seus, mais próximos do que o aceitável.

- Sério que não tem nada melhor pra fazer, do que ficar me assediando em seu carro?

Sorriu cafajeste.

- Sério que acha que tem coisa mais divertida que essa? – Se aproximou mais, me pressionando contra a janela do carro. – Porque tem tanto medo ? – Beijou meu pescoço.

- De você? – Fechei meus olhos, aproveitando a sensação que me proporcionava. – Sei do que é capaz, e não quero ser sua marionete.

- Sabe que assim se torna mais gostoso não é? – Depositou um chupão em meu pescoço.

- Não vou ser um cachorro para ficar correndo atrás de você. Tenho táticas melhores para me deixar em paz. – Tentei afasta-lo.

- Acho que não dão tão certo.

Revirei os olhos.

- Mas enquanto isso... – Liam passou a mão em minha cintura, a puxando contra si.

- Me larga...

- Shiu... – Mordiscou meu pescoço, me fazendo arrepiar.

Seus lábios fizeram um caminho de meu pescoço até minha boca, onde depositou um beijo ardente e feroz, enquanto uma de suas mãos me puxou mais contra si. Payne pediu passagem para aprofundar o beijo e eu demorei para ceder, o que só o tornou mais intenso, quando permitido. Liam puxou meu lábio inferior, cortando o beijo.

Nossos olhos se encararam, os dele com uma tonalidade escura de desejo. Suas mãos foram até minha nuca, me puxando aos seus lábios, onde começamos outro beijo. Sai de meu banco e sem que percebesse, já estava em seu colo, com as pernas entrelaçadas em sua cintura, enquanto ele passava as mãos em minhas cochas as apertando e subindo cada vez mais.

Seus beijos estavam urgentes, enquanto subia minha saia. Cortei o beijo o encarando. Liam não perdeu tempo, indo até meu pescoço, enquanto desopilava beijos, chupões e mordiscava o mesmo, intercalando entre ele e o colo. Minhas mãos foram para seu cabelo o bagunçando.

E quando eu abri meus olhos, percebi que a chuva estava começando cessar, mas aquelas sensações... Tão agradáveis... Meus lábios foram até os seus começando mais um dos beijos. Minhas unhas começaram a arranha sua nuca, enquanto Liam tirava meu casaco. Minhas mãos foram até a barra de sua camisa, ameaçando tira-la.

Abri meus olhos me afastando mais dele. Percebendo que se permitisse, seria outro erro. Mas ele não deixou que parássemos, voltando a me beijar intensamente e com desejo. Queria afasta-lo, mas não conseguia. Meu corpo não queria ser comandado por mim, assim como sempre fazia.

Suas mãos passaram para dentro de minha blusa acariciando meus seios, mas quando ele desceu pela minha barriga o empurrei brutalmente. Ele me encarou sem entender nada.

Como um imã o medo se estampou em minha face. Eu sabia que ele não poderia notar, mas aquele contato com o bebê... Fez meu corpo estremecer, e por um minuto, pensei que ele poderia ser um bom pai.

- Me leva para sua casa. – Falei voltando ao banco da frente.

- O que...?

- Preciso contar uma coisa a sua mãe.



Capítulo 9



“Hoje você chora pelos erros cometidos, amanhã você sorri, mostrando ao mundo o que aprendeu com eles.” — Demi Lovato.


POV Liam


- O que quer falar com minha mãe?

- Coisa de mulher.

A encarei. Ela não seria capaz de contar... Seria?

Estacionei o carro a vendo sair, ainda na chuva. A segui, entrando em casa.

- Já chegaram? – Minha mãe apareceu na escada.

- Karen, eu queria falar com você. – falou.

- Claro. Aconteceu algo? – Senti os olhos de minha mãe me fitarem.

Porque a coisa errada tem que ser eu?

seguiu seu olhar.

- Não.

- Então vamos para seu quarto querida. – Minha mãe terminou de descer as escadas, indo com a .

Senti uma vontade súbita de ir atrás das duas, para saber do que se tratava, mas se tivesse a ver comigo, minha mãe com toda certeza me procuraria mais tarde. Se isso não acontecesse, perguntaria a depois, ou simplesmente a faria me contar.

Subi as escadas, indo direto para meu quarto. Joguei minha bolsa em algum canto e me joguei na cama, sentindo meus olhos pesarem. Encarei o teto branco, até que adormecesse, o que não custou a acontecer.


(...)


Acordei com meu celular tocando. Xinguei mentalmente a pessoa que teve a ideia de me ligar.

Peguei o telefone em cima do criado mudo, vendo em seu visor, uma foto do Zayn.


Ligação ON:

- O que você quer, ligando pra mim?

- Ô humor... Os caras estão vindo depois do almoço pra aqui. A gente vai jogar FIFA. Apareça.

Cocei minha tempora.

- É... Pode ser. Acho que vou.

- Deixa de ser gay...

- Eu vou. Está bom assim?

- Melhor que antes.

Revirei os olhos.

- Vou desligar. – Sem esperar uma resposta o fiz.

Ligação OFF:


Rolei na cama me levantando. Me espreguicei e sai do meu quarto, logo sentindo o cheiro do almoço presente no ar. Desci as escadas, sentindo meu estomago roncar.

- Então é só misturar com a carne e pronto. – Minha mãe ensinava.- Assim mesmo .

- É bem fácil. Pensei ser mais difícil.

- Minha mãe me ensinou quando tinha sua idade.

- A minha não me ensinava nada de cozinha, porque digamos que ela não cozinha bem.

Ouvi a risada das duas, ecoar pelo cômodo.

Entrei e as duas não me notaram.

- , coloca o pudim na geladeira. – Minha mãe pediu, se virando. – Ah, Liam. O Almoço está quase pronto meu filho.

- Tudo bem, é porque eu senti esse cheiro, e soube que só poderia ser da sua comida. – Me aproximei dela, depositando um beijo na sua bochecha.

- Aham... Sei... Nem pense que vai comer o pudim antes do almoço. É sobremesa.

- Vale tentar. Você sabe que amo seu pudim.

- Quem fez esse foi a . – Minha mãe a olhou. – Está sentindo a responsabilidade né?! O Liam é louco por pudim. – Mãe voltou a me olhar. – Ela estava com desejo, e você sabe...

- Karen o arroz! – a interrompeu.

- Minha mãe foi até a panela mexendo.

- Ainda não está pronto querida.

Encarei que voltou a cortar a verdura sem levantar o olhar por um segundo. Porque minha mãe permitiu ela fazer o pudim, só por está com desejo? Ou será que isso foi uma desculpa para minha mãe fazer para mim?


POV

Todas as células do meu corpo ainda estavam congeladas, após a Karen quase contar ao Liam que eu estava grávida. Não ousei levantar o olhar, até sentir o dele não pesar mais sobre o meu. Mais cedo quase tínhamos tranzado no carro dele. Por pouco não aconteceu mais uma vez.

Mas depois do quase incidente, tinha decidido que eu contaria a Karen primeiro que estava grávida do Payne, para depois contar a ele, quem sabe assim até ela não me ajudasse? Porém não consegui. As palavras ficaram presas em minha garganta enquanto conversávamos e então, eu simplesmente decidi só conta-la daqui a algumas semanas, quando fosse para a médica saber o sexo do bebê. Quem sabe assim não se tornaria mais fácil?!

- , coloca a mesa que eu termino de colocar as coisas nas travessas. – Karen me arrancou de meus devaneios.

Terminei de cortar as verduras que faltavam e as organizei em uma travessa, lavando minhas mãos e fui à sala de jantar, colocar a mesa. Assim que terminada, ajudei a Karen a colocar as travessas nela.

- , chama o Liam. Ele subiu e se estiver dormindo, o acorde. Eu vou levar logo o almoço do Golf e vou comer o meu com ele. Depois que vocês terminarem, pode tirar a mesa e arrumar a cozinha.

Assenti, subindo as escadas. Passei direto para o quarto do Payne, batendo na porta duas vezes, até que ele respondesse.

- Entre. – Abri a porta devagar, com certo receio de que poderia ter alguma surpresa, das favoritas dele.

E como sempre, certa. Lá estava Liam deitado em sua cama, só de cueca box azul marinho, enquanto mexia no celular.

- É impressionante como gosta de ficar quase sem roupa em casa, mesmo sabendo que estou trabalhando aqui. – O encarei ainda da porta.

- Como se já não tivesse me visto sem isso... – Entrei no quarto fechando a porta, com medo que a Karen tivesse escutado.

Como se aquilo fosse mudar alguma coisa.

- Não que eu me lembre de ter te visto sem, mas uma roupa sempre faz bem.

- Se quiser, posso te lembrar muito bem. – Levantou da cama.

- Muito obrigada, mas não. – Coloquei a mão na maçaneta abrindo a porta. – Sua mãe mandou avisar que o almoço já estava posto. – Sai dali o mais rápido que pude, mesmo assim, tendo a certeza que ele carregava um sorriso nos lábios quando me virei.

Mordi meu lábio inferior, ao ter a mente inundada por imagens dele só de cueca. Aquele corpo bem definido, suas mãos... Bastou isso para meu pensamento se voltar para aquela noite no acampamento, e pelo incrível que pareça eu relembrei de tudo, fechando meus olhos. Suas caricias... Seus beijos... Suas mãos me apertando contra si... Tudo parecia tão diferente do que realmente era.

Porém essas lembranças me fizeram querer voltar aquela mesma noite e fazer tudo mais uma vez, do mesmo jeito, sem mudar ou por nada. Hoje não me arrependia do que tinha acontecido, talvez não fosse o melhor, mas já era conformada e se as coisas aconteceram dessa forma, eram porque tinham um propósito.

Desci as escadas, voltando para a sala de jantar. Fiz meu prato e comecei a comer ainda devaneando. Sabia que estava em uma parte errada da minha mente, que poderia me trair facilmente, mas mesmo assim não conseguia sair dela, era viciante demais para isso. Todo aquele pensamento estava me deixando com calor.

- Pensando em mim? – Liam me acordou de meus devaneios. Desta vez, ele estava de roupa.

Como explicar... Sim.

O encarei, tendo a certeza que meu rosto havia corado, pela queimação que senti nele.

- Oi? – Minha voz saiu afetada.

Droga!

- Não precisa responder. – Sorriu malicioso e eu engoli em seco.

O vi começar a fazer seu prato, enquanto eu terminava de comer o meu, sem prestar muita atenção para que direção ele estava indo.

- No que estava pensando? Em mim beijando seu pescoço... Fazendo caricias em seu corpo todo... Ti fazendo gemer até ficar louca...? – Seus lábios rosaram em meu ouvido, enquanto ele sussurrava.

Engasguei com a comida que estava engolindo e rapidamente comecei a bater em meu peito, o sentindo bater em minhas costas. Tomei um gole do meu copo de suco, sentindo a comida descer e a garganta doer pelo esforço.

- Tem que parar de se engasgar quando me vê.

- Tem que parar de fazer insinuações falsas. – Tomei outro gole da minha bebida.

- Até parece que não estava pensando nisso. Vi a malicia em seus olhos assim que me viu, sem falar em seu rosto que te denunciava, ou sua postura. Eu conheço uma mulher quando está tendo pensamentos impróprios .

- E quem diz que foi com você?

Ele riu.

- Vamos ali no quarto, que te mostro como sei que era em mim que estava pensando.

- E o pudim? Amo pudim... – Me levantei, me afastando dele. – Vai querer? – Coloquei meu prato na pia.

Aquela altura pensava em qualquer coisa, menos em pudim. Mesmo assim fui até a geladeira, colocando em dois pratinhos de sobremesa pra gente. Me virei, dando de cara com ele a centímetros de mim. Sua proximidade era demais para mim. Seus lábios carnudos tão próximos... As cenas voltaram a inundar minha mente e quando eu dei por mim, eu já estava sentindo os lábios dele contra os meus.

O desejo estava mais que evidente. Sentir seu perfume, suas mãos em meu corpo... Meu Deus! O que estava acontecendo comigo? Aquele homem estava me deixando completamente maluca. Suas mãos me apertaram mais contra si, intensificando o beijo. Mesmo eu sabendo que era errado, que queria parar, não consegui. O seu beijo estava viciante demais para que eu conseguisse.

Cortamos o beijo pela falta de ar e eu a fim de fugir daquilo, antes que terminássemos fazendo sexo na cozinha da mãe dele, peguei meu pudim e o coloquei todo na boca.

- Tão bom... – Falei com a boca cheia, o vendo me encarar com um sorriso sexy nos lábios. – Acho que eu vou tomar banho... – Falei saindo.

- Isso é um convite? – Me provocou.

- Não!

O infeliz já sabia que eu estava quase entregue aos seus encantos. Mas também... Como poderia negar, quando ele passava 24 horas do dia fazendo insinuações e me levando até o extremo? Sabia que se ele tentasse mais uma vez, poderia não conseguir negar, mas... No que havia de mal? Afinal... Para ! Não pensa nisso. Isola, esquece.


POV Liam

Então me deseja ?! Bom saber...

Terminei meu pudim, ainda com o sorriso malicioso no rosto. Subi a escada apresado, só trocando a camisa e saindo pela porta. Iria para a casa do Zayn para da uma pequena trégua a ela, até amanhã te levaria pra cama .

Entrei em meu carro dando partida, seguindo para a casa do meu amigo.

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, ela não conseguirá resistir. Se entregaria a mim mais uma vez. E eu a teria em minha cama se contorcendo de prazer. Não sabia o porquê, mas ela era a única que me fazia querê-la em minha cama, sempre que possível. Talvez fosse pelo fato dela ser, como a maioria das garotas não eram. Talvez fosse porque ela não queria se apegar a mim, e o seu ódio, era minha maior arma contra ela. Eu a levava até o seu limite, conseguindo o que queria.

Parecia ser tão fácil... Nem sempre. Essas fugas dela não eram garantias de nada, até porque não a forçaria a transar comigo, se ela não quisesse mesmo. Mas ela queria, era evidente isso. Nosso desejo um pelo outro era claro. Ela só... Resistia. Só isso.

Estacionei o carro, descendo do mesmo. Toquei a companhia até que a porta foi aberta pelo Malik.

- Quem dessa vez? – Me deu passagem.

- Quem o que? – Entrei.

- Sabe do que estou falando. Esse seu sorriso, é suicídio para as garotas.

- Não sei do que está falando Zaza. Os caras já chegaram?

- Só falta o Louis. – Respondeu.

Seguimos juntos até o seu quarto. O Niall jogava com o Harry.

- Me deve 50€. – Harry comemorava.

- Vai sonhando... – Nialler se levantou. – Hey Liam...

- E ai dudes... – Cumprimentei-os me jogando na cama.


(...)


Há essa altura o Lou já havia chegado. Já jogávamos na casa do Zayn a cerca de seis horas. O céu já estava escuro, e se tinha embalagens de salgadinhos espalhados pelo quarto.

- Hey dudes, vou indo. Marquei de sair com a Ashiley. – Niall se levantou.

-Também já vou me mandar. Tenho um encontro dom a Gemma hoje. – Tomlinson olhou para o Hazza.

- Só era pra você sair com ela uma vez! – Styles reclamou.

Tommo deu de ombros.

- E os viadinhos já podem da no pé, porque eu vou pra casa da daqui a pouco. – Zayn nos expulsou.

- Está vendo isso Harry? Esses são nossos amigos, sendo domados pelas mulheres. – Dei pausa no jogo.

- Quando eles deixarem de serem gays, a gente volta a conversar. – Se levantou.

- Não é ser gay. É ter namorada. Vocês deveriam tentar, não iriam se arrepender. – Meu primo falou.

- Duvido muito. – O Olhei.

- Você quem pensa... – Zayn incentivou.

- Hazza, vamos indo nessa, antes que essa doença nos contagie. – Falei me levantando pegando à chave de meu carro. - Nos vemos amanhã na escola. – Me despedi.

Em menos de segundos já estava dentro do meu carro, voltando para casa. Já se passava das 19:00h, ou seja, demoraria um pouco para chegar, tendo em vista, que era a hora que a maioria das pessoas estavam voltando para casa.


POV

Já faziam dois dias que não pegava carona, nem de ida ou de volta com o Payne. Estava o ignorando furtivamente, o que por milagre estava dando certo. Como estava acordando mais cedo para ir com a e voltando com o Niall, e pelo incrível que pareça, mal o via em casa, se tornava fácil fugir dele, principalmente porque nesses últimos dois dias, sempre que o via, estava com sua mãe, então... O que facilitou muito minha vida.

Hoje já era o terceiro dia e a sexta, o que me deixava meio apreensiva, já que o fim de semana era uma ótima oportunidade de vê-lo. Mas estava decidida em me focar em tudo, que me fizesse fugir dele.

Escutei a buzina do carro e sai da casa. Lá estava e seu pai. Entrei no carro, e o pai da minha amiga deu partida.

- Que cara é essa? – Me olhou.

- Passei a noite vomitando. – Passei as mãos no cabelo. – Acho que vou ligar para a médica. Estou começando a ficar com medo. Já estou no terceiro mês, prestes a entrar no quarto e a barriga ainda não começou a crescer. Acho que tem alguma coisa errada.

- Você está tomando as vitaminas direito? Se alimentando bem?

- Estou. – Passei as mãos em minha barriga. – Espero que não seja nada.

- E não vai ser. Pode ser só que ele seja muito pequeno ainda. – A encarei.

- Você já ouviu falar nisso?

Ela negou com a cabeça.

- Não coloca coisa na sua cabeça . Para te deixar mais tranquila, na pausa ligamos e você vai vê como não é nada demais.

O carro parou, e foi quando finalmente percebi que havíamos chegado. Descemos do mesmo e se despediu do pai.

- Eles vão me dar um carro. Acho que na segunda já vou está com ele.

- Eles só podem está malucos. Da um carro para você? Os pedestres vão ter que ter mais cuidado que nunca.

- Cala a boca.

Ri.

Entramos no grande prédio branco, indo direto para os nossos armários.

- Vai ter o que? – Perguntei.

- Física.

- Artes. – Abri meu armário.

- Hey girls... – Niall dei um beijo na bochecha de cada uma de nós.

- Sumido... – fechou o armário dela.

- Depois que está de namorada, nem lembra das amigas...

- Que nada. Como me esquecer dessas gatas? Impossível.

- Deixa só a Ashiley escutar isso... – brincou.

O sinal tocou interrompendo nossa conversa.

- Vamos gata. Temos aula de Física. – Niall chamou minha amiga. – Tchau , nos vemos depois.

Fechei meu armário, me despedindo com um aceno dos meus amigos. Artes. Mal podia esperar.


(...)


Entrei no refeitório procurando a . Só podia ser brincadeira que ela havia esquecido.

Passei a vista por todas as mesas até encontra-la, e por que será que não me surpreendi dela está na mesma mesa que o Liam?! Será que matar minha melhor amiga era crime? Revirei os olhos, seguindo pela direção que ela estava.

Assim que cheguei à mesa, todos pararam de fazer o que estavam fazendo e olharam para mim. Fiquei meio constrangida, mas não deixei transparecer.

- , temos que resolver aquele negócio. – Falei.

- Que negócio?

Ela só podia está brincando!

A olhei com cara de “isso é sério?”.

- Ah sim... Tinha me esquecido. – Sorriu se levantando. – Tchau amor, tenho que resolveu um probleminha. – Deu um selinho em seu namorado.

Saímos andando lado á lado até a porta do corredor.

- Você tem o número dela?

- Tenho. – Falei pegando meu celular e discando.

Entramos no banheiro, para que ninguém escutasse.

Tocou duas vezes até que ela atendesse.


Ligação ON:

-Alô?

- Dra. Marsh, é a .

- Ah sim... Oi , algum problema?

- Na verdade sim. É que estou preocupada com o bebê. Já vou completar quatro meses de gravidez e a barriga não desenvolveu ainda.

- Querida, isso é normal. Em alguns casos a barriga demora um pouco a desenvolver, principalmente se for menino, mas ela está crescendo sim, aos poucos. Mas se estiver preocupada, quando é seu retorno?

- Daqui a duas semanas.

- Então pronto. Quando você vir, verá que está tudo bem. Não se preocupa, isso é normal.

- Tudo bem. Obrigada.

- De nada querida, qualquer coisa liga. Agora tenho que desligar, porque vou atender uma paciente. Tchau.

- Tchau. – Desliguei.

Ligação OFF:


- E ai? – Minha amiga me encarava precisando de uma resposta.

- Não é nada para se preocupar. Ele está bem.

- Ele? – arqueou a sobrancelha.

- Ela disse que quando a barriga demora mais a crescer, é maior a probabilidade de ser um menino. – Sorri.

- Já sabe como vai chamar nosso príncipe?

- Não e ainda é muito cedo para pensar nisso. Outra coisa. Quando souber o sexo, decidi contar ao pai e aos avôs.

- Mentira?!

- Era o certo... Eu não ia conseguir segurar tudo sozinha.

- É o certo amiga. Eu estou com você pra tudo e você nunca esteve tão certa de uma escolha.

Esperava que ela estivesse certa.


POV Liam

Mais um dia voltando da escola sozinho. A diferença era que desta vez, meu caminho não seria a minha casa, mas sim a da Britney. Depois dela encher o saco mil vezes e eu dizer não, digamos que passar tanto tempo sem ter o “contato” com outra pessoa, estava me deixando frustrado, então por que não aproveitar, quem queria?

Já tinha vencido meu recorde de pegar todas (ou quase todas) as meninas da escola, então... Porque não aproveitar a Britney? Sem falar que eu estaria sendo muito gay, de não aceitá-la, depois de tantas tentativas.

Estacionei o carro descendo do mesmo. - A casa era imensa. – Toquei a campainha e em poucos minutos a porta estava sendo aberta pela Britney, que usava uma langeri vermelha, com renda preta. Ela carregava um sorriso cheio de malicia, assim como seu olhar.

- Acho que você está com roupa demais Payne. – Mordeu o lábio inferior.

- Podemos resolver isso, não acha?

Entrei a pegando no colo, a jogando no sofá. Britney tirou minha camisa enquanto nos beijávamos ardentemente. Suas mãos percorreram meu abdômen o arranhando, enquanto minhas mãos passaram para sua bunda a apertando, o que a fez soltar um pequeno gemido.

- Meu quarto. – Falou já ofegante.

A peguei novamente em meu colo enquanto ela arranhava minhas costas. Britney começou a mordiscar e depositar chupões em meu pescoço, enquanto eu tentava leva-la para seu quarto, mas o mesmo parecia há uma eternidade de distancia.

Era mais que perceptível que ela já tinha experiência no que estava fazendo. Coloquei ela no chão, assim que chegamos no quarto e ela tratou de abaixar minha calça. A encarei enquanto ela se levantava de um jeito sexy e ia para sua cama, tirando o resto das peças de roupa que cobriam seu corpo.

Sorri malicioso indo até ela.

(...)


Caímos um ao lado do outro, completamente ofegantes. As nossas respirações tentavam se acalmar, enquanto nosso corpo tentava manter a temperatura adequada.

- Isso foi... – Britney passou as mãos pelos cabelos, os amarrando em um coque bagunçado.

- Eu tenho que ir. – Me levantei de sua cama.

- Mas já...? – Resmungou.

- Tenho alguns planos para hoje. Nos vemos amanhã. – Falei pegando minhas roupas, as vestindo.

- Então tá. – Rolou na cama. – Mas prefiro você sem essas roupas.

Sorri malicioso para ela.

- Eu também. – Fui até ela, depositando um beijo em seus lábios. – Adeus.

Sai pela porta de seu quarto. Desci as escadas, pegando minha camisa que estava na sala, a vestindo. Abri a porta da frente, saindo pela mesma. Destravei meu carro e logo dei partida. Agora sim eu iria para casa. Não que eu tivesse qualquer coisa para fazer, como havia mencionado a pouco, era só pra ela não achar que tínhamos algo, quando só se tratava de sexo. As mulheres tem esse péssimo hábito na maioria das vezes.


POV Depois de arrumar a casa, cai em minha cama exausta. Já era noite e o jantar já estava na mesa, mas eu sem vontade de comer e mais que cansada, precisando de um banho bem quente, daqueles que acalmam até a alma.

Fui ao banheiro me despindo e ligando o chuveiro. A água quente se adequou a meu corpo, o permitindo relaxar. Queria ficar ali por horas, era tão bom... Reconfortante. Porém me obriguei a desliga-lo e ir me trocar. Peguei um conjunto de blusa e short de dormir e os coloquei.

Me deitei na cama, pegando o meu livro mais recente. Fazia tanto tempo que não pegava um pra ler... Abri a primeira pagina, começando minha leitura. Sim, sei que fazia muito isso antigamente, para ser mais precisa há alguns meses atrás, antes de minha vida mudar desse jeito. Mas entrar em um livro, sempre me fazia fantasiar, a sensação era maravilhosa. Mais uma página de “mundo” em O Milagre.

Escutei duas batidas na porta, após algumas horas, o que era estranho já que a Karen havia me dispensado. Me levantei abrindo a mesma.

- já estava dormindo?

- Não, eu estava lendo. Precisa de mim? – Encarei a avó do meu filho.

- Querida, percebi que não comeu.

- Sim. Não estou com fome.

- , você tem que se alimentar direito, tem um filho ai. – Apontou para minha barriga. – Eu vou trazer um prato para você.

- Não precisa. De verdade obrigada Karen. Não estou com fome.

- se não quer comer, faça isso pelo bebê que tem que nascer saudável.

- Tudo bem. – Dei um meio sorriso. – Vou me trocar.

Voltei a entrar no quarto, pegando qualquer roupa do closet, me trocando. Fui até a conzinha, onde encontrei a Karen fazendo um prato para mim.

- Aqui está querida.

- Obrigada. – Me sentei na ilha. – Obrigada por se preocupar com meu filho. – Passei a mão na barriga.

Ela me olhou sorrindo.

- Não quero que nada aconteça com você, nem com a criança. Eu gosto muito de você . É como uma filha pra mim.

Sorri.

- Eu nunca vou poder agradecer tudo que está fazendo por mim e essa criança.

- E não tem mesmo o que agradecer. Agora come antes que esfrie.

Peguei meu prato, começando a comer o espaguete que tinha nele. Tudo que ela estava fazendo por mim, sem nem saber que eu estava carregando seu neto, é muito mais do o que eu esperaria.

Assim que terminei, começamos a conversar, o que se prolongou a noite toda, sem eu saber ao certo até que horas.

Me emocionava pensar no que ela estava fazendo por mim, e pensar que ela se preocupava. Eu achava que no momento em que eu saísse da casa da minha mãe, só teria a mim e a , mas agora via que não. Eu também tinha a Karen, e com ela eu poderia contar sempre. Aquilo me impulsionou ainda mais a cumprir com meus pensamentos sobre meu filho. Agora estava completamente certa, e não voltaria atrás da minha escolha.

Daqui a algumas semanas, Liam e sua família saberiam que tinha mais um membro ao caminho.

Liam James Payne, parabéns. Você vai ser pai.




Capítulo 10



“É claro que os sentimentos mudam. As pessoas fazem com que isso aconteça.” — Querido John.


POV Liam

O fim de semana, tinha se resumido a uma visita familiar de três primos meus, que tinham aparecido para passar o fim de semana em minha casa. Já era domingo e lá estava eu com dois deles, sentados em meu quarto assistindo a um jogo que passava na TV.

- Eu vou pegar alguns salgadinhos. – Falei me levantando, saindo de meu quarto.

Desci as escadas, escutando duas risadas ecoarem da cozinha. Uma era da e a outra... Do meu primo Jeremy. Achei aquilo estranho. Aproximei-me mais, tendo a visão da sentada a ilha e meu primo da minha idade, sentado ao seu lado, enquanto os dois conversavam um olhando para o outro. Sua proximidade era absurda. Ela ria do que ele havia dito, enquanto o mesmo tirava uma mexa de cabelo que havia caído sobre seu rosto, a colocando no lugar.

Aquilo me fez encarar aquela cena por algum tempo, enquanto queria tirar meu primo rapidamente dali.

- Jeremy, seus irmão estão querendo saber por que ainda não foi assistir ao jogo? – Falei, fazendo os dois me notarem.

- Estou conversando com a . – Ele voltou a encara-la. O que me fez cerrar os dentes.

Fui até o armário pegando os salgadinhos, os fechando com força.

- Mas eu acho que minha mãe não vai gostar de saber que você está atrapalhando o serviço dela.

- Sendo assim... Acho melhor eu ir, antes que a tia Karen brigue com você. – Se levantou.

- Não... Tudo bem. – sorriu para ele.

- Que isso , você tem muito a fazer, tenho uma roupas minhas para lavar.

Ela me olhou me fuzilando.

- Então... Nos vemos mais tarde. – Jeremy depositou um beijo em sua bochecha e subiu as escadas.

- Fala sério... – Se levantou. – E cadê essas roupas que você tem pra eu lavar? Por que as do seu cesto, eu lavei ontem.

- Não seja por isso. – Falei tira a camisa que usava. – Esta aqui. – Joguei para ela.

- Você é um idiota Liam. Só por uma camisa? – Ela me encarou.

- É por essa camisa. Vou precisar usa-la amanhã.

- Como se estivesse suja... – Jogou de volta pra mim. – Só pra constar que você não é o único que pode dormir comigo. Não age como se fosse meu dono. – Falou saindo.

O que estava acontecendo comigo? O que aquela garota fazia comigo? Eu tinha acabado de fazer aquilo mesmo? Eu precisava sair. Espairecer. Tirar aquilo de minha mente de uma vez por todas, e foi exatamente o que eu fiz. Peguei as chaves de meu carro e sai com ele, só esperando tirar tudo de minha mente e esvazia-la. só era uma diversão, então o porquê de tudo aquilo? Ela era só mais uma a ir para minha cama, mas eu só não podia aceitar ela na do meu primo. Isso não.


(...)


Quando voltei a retornar a minha casa, se passava das 22:00h e meus primos já haviam voltado para sua cidade. Meus pais já dormiam e a casa parecia inabitada. Subi até meu quarto, me jogando na cama. Havia passado algumas horas só dirigindo por ai, sem nenhum rumo, só para acalmar as ideias.

Fechei meus olhos, sentindo o cansaço me invadir em cheio. Minhas pálpebras começaram a pesar, me obrigando a fechar meus olhos e acabar caindo em um sono profundo.


POV

Droga! Como poderia ter me esquecido? Me levantei ainda sentindo o enjoou me atingir em cheio. Corri para o banheiro abrindo a tampa do sanitário. Me abaixei, colocando tudo que tinha comido para fora.

Aquilo era horrível. E tudo por uma fragrância nova de desinfetante, que havia usado para passar o pano no quarto.

Me levantei indo até a pia, onde lavei a boca e passei água pelo meu pescoço e rosto. Eu tinha que parar de enjoar, se quisesse terminar, ou melhor, começar essa bosta dessa tarefa de geográfica que tinha me esquecido completamente.

Voltei a minha cama, me deitando na mesma, e pegando meu caderno. Como faria aquilo? Ao menos se o Liam me emprestasse... Pouco provável, mas como eu estava precisando daquela nota... Merda!

Me levantei da cama, saindo rápido do quarto, antes que outra onda de enjoou me atingisse. Subi as escadas com cuidado. Todos já deveriam está dormindo, já que se passava da meia noite. Caminhei cautelosamente até a porta do quarto do Payne. A abri, percebendo que ele estava dormindo.

O que aquele imbecil tinha feito à tarde, tinha me irritado um pouco, mas de uma coisa tinha certeza. Ele estava com ciúmes. O que me fez sorrir. Balancei a cabeça, afastando esse pensamento.

Fechei a porta do quarto e como pretendia não acorda-lo, comecei a procurar seu caderno no escuro. O que não facilitou nada as coisas. Enquanto eu mexia em sua escrivaninha, acabei esbarrando em um porta lápis, que caiu no chão. Olhei para a cama, o vendo se mexer. Meu coração congelou e eu continuei petrificada, o vendo abrir os olhos.

- Quem...? – Passou a vista pelo quarto, e parou assim que me viu. - ? O que faz aqui?

- Eu... É que...

Meu estomago se contraiu e eu sabia o que era. Droga! Corri para seu banheiro, abrindo a tampa do sanitário e colocando pela quarta vez a comida pra fora. Tossi ao sentir minha garganta arranhar, assim que terminei. Dei descarga, indo lavar minha boca na pia.

Me sentei no sanitário tampado, sem forças. Fechei meus olhos cansada. Eu estava começando a ficar fraca, e sem nenhum apetite. Senti alguém se abaixar a minha frente e repousar a mão sobre meu ombro.

- Você está bem? – Abri os olhos, encarando Payne.

Assenti, enquanto voltava ao normal.

- Vai passar.

- Quer ajuda para se levantar? – Me olhou.

- Se você me emprestar o seu caderno para que eu possa copiar a atividade de geografia, já está de bom grato.

- Você não fez?

- Esqueci, e não estou muito em condições de fazer. – Passei as mãos pelo meu cabelo.

- O que eu ganho te emprestando?

- Por favor... Hoje não. Quer saber? Não sei como pensei que você poderia me emprestar. – Me levantei. – Eu me viro.

Liam se levantou ficando em minha frente.

- Tudo bem. Pega lá. Está na minha mochila.

O encarei.

- Sério? – Ele assentiu. – Obrigada. – Falei saindo do banheiro.

Fui até sua bolsa e peguei seu caderno. - Valeu Liam. Amanhã te devolvo, e desculpa por ter... – Apontei para o banheiro.

- Não esquenta com isso, mas enquanto a atividade, sabe que vai ter que me recompensar né?

- Tchau Liam... – Falei saindo e fechando a porta.

Talvez ele não pensasse só em sexo como eu imaginava.


POV Liam

Mais uma aula de geografia e eu me mataria. Era impressionante como o Sr. Hall conseguia ser chato ao extremo! Mas uma coisa que aprendi em vídeo aula: Quando o professor é bom, geografia é a melhor coisa do mundo, mas quando o professor é péssimo, geografia pode chegar a fazer você arrancar os cabelos da cabeça.

O sinal tocou acabando com o reinado de terror. Arrumei minhas coisas que estavam espalhadas pela mesa, enquanto via os outros alunos saírem. Peguei o que restava, jogando de qualquer jeito em minha mochila, saindo daquela sala.

Hoje teria que chegar em casa cedo. Minha mãe infelizmente tinha me obrigado a lavar o carro dela, quando mencionei que estava pensando em lavar meu carro hoje mais cedo. Sai do grande prédio branco, indo ao estacionamento pegar meu carro na mesma vaga de sempre.

- Olhe quem resolveu ir comigo... – Falei enquanto me aproximava do carro, encontrando a encostada no mesmo, com um livro em mãos.

- Resolvi dar esse privilegio a você. – Falou fechando o livro e me encarando.

Destravei o carro, indo para o lado do motorista enquanto ela entrava.

- Está lendo o que?

- O milagre. Acho que vou dar de presente para você.

- Por que iria querer um livro desse? – Falei dando partida no carro.

- Só um milagre poderia fazê-lo se apaixonar. O milagre fará com que você também acredite no amor. – Leu o subi título e uma parte do resumo. - Acho que você está precisando disso. Ter amor pelas outras pessoas é bom de vez em quando.

Revirei os olhos.

- Eu tenho amor pelas outras pessoas.

- Não uma hora por noite. – Foi a vez de ela revirar os olhos.

- Bem que poderia me dar outra coisa invés do livro. – Sorri malicioso.

- Eu vou voltar para meu livro. – Falou pegando o mesmo e abrindo.

- Sabe que dilata a pupila né?! Você pode ficar cega.

Ela fechou o livro.

- Às vezes não se da para parar. Deveria se adquirir esse hábito.

- Vamos parar com essa conversa? Está mais chata do que o normal. – Voltei a prestar atenção na estrada.

começou a vasculhar algo na bolsa, que não soube o que era, até que ela tirou uma caderneta com um lápis, começando a anotar uma coisa, e riscar outras.

- Vai dar uma de artista agora...? – Tirei onda.

- Estou ignorando comentários desnecessários Payne.

- O que é isso?

- Nada demais. Nomes.

- Pra?

- Só nomes. – Ela anotou mais um. – Prefere Hanna ou Katy?

- Pra que isso?

- Só responde, e não por pessoa, por nome.

Revirei os olhos. – Ela estava ficando louca ou o que?

- Hanna. Acho mais bonito. – Falei estacionando o carro.

- Também acho. – Guardou as suas coisas. – Obrigada pela ajuda. – Falou saindo.

- Ainda não me disse pra que. – Insisti.

- Segredo. – Entrou em casa.

Travei meu carro indo para dentro. Subi as escadas, até ser parado pela minha mãe.

- Está lembrado do que me prometeu?

- Não prometi nada.

- Engraçadinho... Pode passar pra lavar meu carro, e quero pra agora.

- Sim Sra. Sargento.

- Como eu fui ter um filho assim?

- É arte.

Voltei a pegar meu caminho, indo para meu quarto. Troquei minha roupa, descendo novamente para a área de limpeza, onde conseguiria os produtos necessários.

- Já vai bagunçar o que arrumei ontem? – brotou do nada. - Procura para mim que não bagunço.

veio até mim me empurrando.

- O que você quer?

- Produtos para lavar o carro.

- E você jura que eu já lavei um carro, alguma vez na minha vida? – Me encarou.

- Se quiser, te ensino. – Ofereci com um olhar malicioso.

Era tão bom o que o tom da malicia era capaz de provocar nela.

- Quem sabe... Sendo da intenção certa. – Fez contato visual.

Me aproximei dela, para que pudesse pegar os produtos ficando de frente a ela, que não se mexeu. Dei um passo para frente, e ela deu um para trás, e ficamos assim, até suas costas encostarem na parede. Olhei em seus olhos, enquanto ela me olhava com duvida. Passei a mão, por seu cabelo, fazendo menção de que tinha a intenção de beija-la, mas invés disso só tirei um papel que tinha em seu cabelo.

Me afastei dela e o olhar de duvida cresceu mais ainda. Sorri com aquilo. Era exatamente o que eu queria. Voltei aos produtos, onde peguei o que precisava e coloquei em um balde.

- Nos vemos depois . – Sorri vitorioso.


POV

O que tinha sido aquilo? Sacudi minha cabeça, ainda sem entender nada, nem a fim de gastar meu tempo pensando nisso. Agora tinha uma casa para arrumar. Peguei o que precisaria e fui direto para a sala, onde comecei a espanar.

- Menina, onde está a Karen?

Me virei encarando o homem que imaginava ser o pai do Liam.

- Ela foi na casa da vizinha, mas disse que volta logo. Não era para o senhor está descansando?

- não é? – Assenti. – Estou cansado de ficar trancado naquele quarto. Já estou ótimo, e próxima semana já posso até voltar ao trabalho, minha mulher que é muito preocupada.

- E tem que ser mesmo Sr. Payne,apendicite não é brincadeira. O senhor poderia morrer por isso.

- Você também? A questão é que agora já estou bem e cicatrizado. Mas sem essa de senhor. Me chama de Golf.

- Como quiser Golf. – Sorri. – Está precisando de algo?

- Não. Só avisa a Karen quando chegar que quero falar com ela.

- Aviso sim senh... Golf.

Enquanto o via subir, voltei ao meu serviço. Nunca tinha visto o pai do Liam desde que estou aqui, e pelo que me pareceu ele é uma ótima pessoa. Com toda certeza, ele seria um ótimo avô.

Terminei meu serviço, indo para meu quarto. Tomaria um banho e depois faria o jantar. Tranquei a porta, me despindo e indo para o banheiro. Tomei um banho quente, enquanto pensava na lista que tinha pensado para o nome dele ou dela. Se fosse uma menina, já havia decidido. Se chamaria Hanna, e como o pai dela tinha concordado... Se fosse um menino, ainda tinha duvidas de seu nome. Mas de uma coisa era certa, ele começaria com “T”. Thomas..., Tyler..., Tom..., Traves..., Taylor. Ainda não sabia ao certo.

Passei a mão em minha barriga. Ela parecia insignificantemente maior. Desliguei o chuveiro, e sai do banheiro. Troquei de roupa, e ao me olhar no espelho, me imaginei com uma barriga imensa, quando já estivesse no fim da gravidez. Sorri com tal pensamento. Como seria quando isso acontecesse? Quando o sentisse chutar pela primeira vez... Já podia imaginar tendo-o em meus braços. Porém minha barriga não havia crescido muito, o tanto que tinha acontecido era quase imperceptível.

Não sabia se ao certo era bom ou ruim, mas se ele estivesse bem, para mim era mais do que o suficiente. Esperava não está fazendo nada de errado, ele era tudo para mim dali em diante.


POV Liam

Estávamos todos reunidos na mesa terminando de jantar. Meu pai já estava conosco. Na próxima semana ele já poderia voltar a suas atividades normalmente. Após sua ultima visita ao médio, que tinha se admirado por sua melhora rápida, ele ficou mais que animado ao saber, que já podia sair daquela cama e andar pela casa. Principalmente pelo fato de que poderia voltar a dar suas caminhadas matinais.

- E como anda a escola Liam? – Fui arrancado dos meus devaneios pelo meu pai.

- Normal. – Respondi.

- Já sabe o que vai fazer na faculdade?

- Estou em dúvida, mas acharei algo. – Dei uma garfada na minha comida.

- Com licença. – falou saindo da mesa com seu prato.

A encarei enquanto ela saia da mesma. Agora que havia percebido suas pernas expostas. Quanto eram bem torneadas, e sua bunda... Sorri malicioso.

- Liam, poderia vir comigo até o meu quarto? – Meu pai me arrancou mais uma vez de meus pensamentos.

Aquilo estava começando a me chatear.

Assenti me levantando.

O ajudei com as escadas e assim que chegamos ao seu quarto, a deitar na cama.

- Eu sei o que você está fazendo rapaz...

- Do que está falando? – O encarei sem saber ao certo do que falava.

- Da . Eu vi muito bem seu olhar para a moça.

- Pai... Não se preocupa com isso. Não vou fazer nada que ela não queira.

- Eu sei muito bem o que quer dizer com isso, e sua mãe não vai gostar nada de saber das suas intenções com essa garota.

Dei de ombros.

- Relaxa pai... Ela não vai saber.

- Filho, é melhor deixar a menina em paz. Siga um conselho meu.

Desculpe pai, mas se conselho fosse bom, já teria gente ganhando dinheiro com isso.

- Tá. Agora posso ir para meu quarto?

- Você não vai fazer o que eu disse, não é?

Não respondi.

- Droga! O gênio da sua mãe. Quando quer uma coisa... Pelo menos use camisinha.

- Não vou esquecer. – Sorri vitorioso.

- Espero que essa sua ideia não leve sua mãe a loucura.

- Ela nunca saberá. – Sorri malicioso.


POV

- vá deixar essas roupas no quarto do Liam. – Karen me entregou algumas mudas de roupas.

Subi as escadas com as peças estendidas em meus braços, para que não amassassem. Com certa dificuldade bati na porta. Não recebi nenhuma resposta de primeira, mas após a segunda batida ela vaio.

- Pode entrar. – Abria a porta entrando.

Não havia ninguém no quarto. Presumi que estivesse tomando banho, devido à porta do banheiro está fechada. Um arrepio percorreu minha espinha após lembrar da primeira vez que estive naquele banheiro. Sacudi a cabeça, afastando esse pensamento.

Fui até seu closet, guardando as roupas que havia trazido. Porém quando sai do mesmo, encontrei Payne na porta do banheiro, com uma toalha enrolada em sua cintura, enquanto gotas de água desciam de seu cabelo, passando pelo seu corpo. Olhei para ele, e sem ao menos percebe, prendi a respiração.

- Sua mãe mandou... É... A roupa. – Falei meio atordoada.

Ele sorriu de uma forma sexy.

- Nervosa? Pelo que?

O analisei dos pés a cabeça. Aquelas gotas escorrendo pelo seu abdômen bem definido eram incrivelmente excitantes. Ele sorriu cafajeste, enquanto eu o encarava. Liam se aproximou de mim e eu vacilei para trás, até sentir a parede fria em contato com as minhas costas. Se ele se aproximasse um pouco mais, eu não conseguiria resistir.

Meus olhos encararam os seus, enquanto o via se aproximar. Minha pele já arrepiada só de pensar no contato dele. Engoli em seco. Ele chegou tão próximo de mim, que seu corpo rosava no meu, molhando levemente minha roupa. Já podia sentir a respiração dele quente, se misturando com a minha. Seus lábios rosaram sobre meu pescoço, me fazendo prender a respiração.

Liam colocou uma de suas mãos em minha cintura, me aproximando mais de si. O encarava, a cada segundo, como se para ter certeza do que estava acontecendo. Ele começou a depositar beijos e chupões pela extensão de meu colo e pescoço, o que me fez fechar os olhos, aproveitando a sensação. Minhas mãos foram para seu cabelo, o bagunçando, enquanto Payne subia seus beijos para meus lábios, começando um beijo quente e ardente. Uma de suas mãos foi até minha nuca, não me permitindo me afastar dali, se eu quisesse.

Ele apertou uma de minhas coxas a impulsionando para cima. Dei impulso, enlaçando minhas pernas em seu quadril, enquanto ele ainda permanecia me prendendo entre seu corpo e a parede. Nos afastamos tentando recuperar o ar, enquanto ele me levava para sua cama, onde me jogou.

O encarei enquanto se aproximava de mim. Liam voltou a me beijar enquanto uma de suas mãos foi para dentro de minha blusa. Mordi seu lábio com a sensação e ele sorriu entre o beijo. Ele arrancou minha blusa, tirando meu sutiã logo em seguida. Payne voltou a me beijar de uma forma ardente, que estava me deixando excitada. Suas mãos desceram pela lateral do meu corpo até meu short. O senti desabotoa-lo e o ajudei a tira-lo. Liam desceu com seus beijos por todo o meu corpo, até minha intimidade, me fazendo arrepiar. O encarei tirar minha calcinha, enquanto deixava minhas pernas fechadas. Ele percorreu um caminho de beijos do meu pé até meus lábios, o intensificando. O senti passar uma mão pela minha coxa, subindo, abrindo minhas pernas.

Meu corpo estremeceu com seu toque. Seus beijos começaram a ficar mais ardentes e demonstravam seu desejo. Aquela altura, ele já havia arrancado a toalha da seu quadril. Suas mãos me apertavam mais contra si, e sua ereção era mais que visível.

Payne nos separou um pouco, e foi quando percebi que ele já estava no meio das minhas pernas, enquanto as próprias já se encontravam erguidas. Ele me olhou com luxuria e eu sabia o que viria depois daquilo. Liam se posicionou e enquanto voltava a me beijar de uma forma excitante, o senti começar a me introduzir.



Abri os olhos sentindo a garganta seca. Eu estava suada e minha respiração ofegante. Coloquei a mão no coração e ele estava acelerado. Rolei da cama, tentando me acalmar, mas cenas do sonho voltavam com grande frequência em minha mente, me deixando com desejo, de algo que não aconteceria.

Passei as mãos pelos cabelos, mordendo meu lábio inferior. Aquele homem... Me levantei, decidida a ir até a cozinha tomar um copo de água para acalmar meus hormônios, que a essa altura já desejavam Liam como nunca antes. Só de imagina-lo me tocando...

Não liguei nenhuma luz, afim de não acordar ninguém. Passei da forma mais silenciosa possível até chegar à cozinha. Fui até a geladeira pegando uma garrafa d’água. - Quantas daquela seriam necessárias para apagar o fogo que estava me consumindo? - Peguei um copo o enchendo.

Fechei meus olhos, tendo minha mente inundada de imagens obcenas enquanto tomava a água. Ansiava em sentir aquele homem novamente, já não me permitindo pensar em nada. O êxtase já me consumia por completo. Passei uma mão pelo meu pescoço, a fim de me acalmar mais um pouco. Me apoiei na pia, enquanto ainda tomava minha água, que esperava me deixar em estado melhor de sanidade.

Logo senti a claridade me encandear.

- Acordada uma hora dessa?

Não deu para vê a pessoa devido meus olhos não estarem enxergando muito bem, pela claridade após a luz ser acesa, mas assim que voltou a desliga-la, clareando o caminho com um celular, o reconheci. Minha respiração prendeu e minhas pernas vacilaram, o que me fez agradecer está escorada no mármore da pia.

- Só vim pegar um copo de água. – Falei o analisando.

Ele estava só de cueca (traje que ele usava com frequência), o que mais uma vez me fez lembrar do sonho erótico com o mesmo. - Dá pra parar? - Mas minha mente se negava a fazer isso, passando em minhas lembranças a forma como ele tinha me pegado no sonho e aquela altura, seria mais que difícil de resistir a ele.

- Eu tenho esse hábito também. – Comentou.

- De sonhar? - Deixei escapar.

- Sonhar? Sonhar o que?

- Nada. – Voltei a encara meu copo.


POV Liam Nada. Aham. Sei...

- Nada? Nada o que? Sonhar comigo?

A vi subir a vista e me encarar como se o sangue estivesse se esvaído de si.

Sorri.

- Andou sonhando comigo? – Sorri malicioso.

- Talvez... – Soltou o copo na pia.

- Que tipo de sonho? – Me aproximei dela, a prendendo entre a pia e mim

- Não é da sua conta!

- Erótico...? - Ela me encarou sem dizer nada, com a postura rígida.

Eu havia acertado. Então quer dizer que ela tinha sonhos eróticos comigo? Bom saber...

- Por que não realiza-los? – Sorri malicioso.

- Porque são sonhos. – Revirou os olhos.

- Adoraria realizar suas fantasias... – Falei me aproximando mais, a vendo estremecer.

- Liam... – Ela me repreendeu, mas sua voz não era nada convincente.

Coloquei minha mão em sua cintura, ignorando seu comentário. Enquanto minha outra mão fez uma caricia de seu pescoço a sua nuca, aproximando sua boca da minha, iniciando um beijo ardente. Minha língua pediu passagem e ela cedeu, o que fez nossas línguas travarem uma guerra interminável.

A apertei mais contra a pia. deixou um pequeno gemido escapas de seus lábios assim que o mordisquei. As mãos dela foram para meus cabelos os bagunçando, enquanto ela puxava levemente. O beijo começou a ficar mais quente e excitante. A impulsionei para cima, e quando ela entrelaçou suas pernas em meu quadril a sentei na pia de mármore.

Nos afastamos recuperando o ar, mas logo passei meus lábios para seu pescoço, depositando beijos e chupões que deixariam marca no outro dia. arfou inclinando a cabeça para trás, enquanto suas mãos massageavam meus cabelos, fazendo uma caricia gostosa. Voltei a subir meus beijos, que permaneciam cada vez mais intensos. me acompanhava em meus movimentos, deixando claro seu desejo.

Uma de minhas mãos deslizou para dentro de sua camisola preta com renda na borda. mordeu seu lábio inferior, o que só me fez ficar com mais desejo. Segurei a barra da mesma e quando ia tira-la , ela me impediu.

- No quarto. – Falou ofegante, cortando o beijo.

Sorri ao saber que ela queria aquilo tanto quanto eu e que desta vez, não fugiria. Não teria como. – A peguei no colo, a levando até seu quarto sem nenhuma dificuldade. Joguei-a na cama, e me deitei por cima dela.

voltou a morder o lábio inferior de uma forma sexy, eu me aproximei dela e a mesma deu menção de me beijar, mas invés disso, mordiscou meu lábio. Ela sorriu me olhando com desejo. A puxei para mim com força, que a fez bater seu corpo contra o meu, com certa brutalidade, causando um pequeno barulho. Puxei as fitas de sua camisola, desatando o laço que tinha em suas costas a arrancando de seu corpo.

só estava de roupas intimas e a senti arrepiar, quando comecei a depositar beijos de sua barriga a sua boca. escorregou suas mãos para meu abdômen o arranhando, me causando arrepios indesejáveis.

Ela sorriu ao vê a sensação que tinha me proporcionado. Minhas mãos procuraram o fecho de seu sutiã, enquanto ela me puxava para um beijo feroz. começou a fazer caricias que percorreram de meu abdômen até a barra de minha cueca, o que estava me deixando visivelmente excitado. Abri seu sutiã o jogando pelo chão do quarto.

se esforçou um pouco para tirar minha cueca, com os pés, o que me fez ajuda-la. Passei minha mão pelo seu corpo, a vendo abrir a boca, a deixando entre aberta, enquanto fechava os olhos. Desci sua calcinha a vendo relutar, fechando as pernas.

Voltei a beija-la, tentando deixa-la mais descontraída. Meus lábios foram aos seus com desejo, que a contagiou. Com pouco tempo nossas mãos já percorriam livres o corpo um do outro. Intensifiquei mais o beijo, sentindo meu membro rígido. Nos afastei.

- Você tem camisinha ai? – Ela revirou os olhos.

- Eu não posso engravidar. – falou arranhando meu peito.

me puxou mais para si e quando eu finalmente a penetrei a senti morder meu lábio.

Ela havia se entregado a mim mais uma vez. Depois de tal momento, pela primeira vez, senti vontade em que todos os outros ela estivesse presente. Mais cedo ou tarde isso aconteceria, era mais que claro o desejo que percorria em nosso sangue cada vez que estávamos juntos, e mesmo ela tentando se enganar, uma hora não aguentaria, e seria minha mais uma vez.

Caímos um ao lado do outro ofegantes. Nossas respirações tentando se acalmar e nossos corpos suados. A puxei para meu peito e sorriu. pegou minha mão que estava em sua cintura a passando para a barriga.

A encarei sem entender, mas mesmo assim, comecei a deslizar minha mão pela região. Não sabia por que, mas era como se devesse. se aninhou mais em mim e pegou um edredom nos cobrindo. Ela me olhou sorrindo, como nunca a vi antes fazer, seu olhar tinha um brilho inexplicável. Mas assim que eu fiz uma caricia em sua barriga, senti algo diferente, como se fosse um pequeno chute, quase de leve, como se fosse insignificante. Ela arregalou os olhos e eu a encarei com duvida.

- O que foi isso?


Capítulo 11



“ Vivo no quase, no nunca e no sempre. Quase, quase - e por um triz escapo. - Clarice Lispector ”


POV

Ele havia chutado. Seu primeiro contato como se para dizer “mãe estou bem!” e aquilo me assustou um pouco, devido ser logo quando Liam estava acariciando minha barriga, demonstrando carinho pelo filho sem saber.
Ele ainda me encarava esperando uma resposta. Mas ainda não era hora. O sorriso era evidente em meu rosto.
- Estou com fome.
Payne riu.
- Vou no banheiro. – Me levantei enrolada ao edredom, pegando meu sutiã e calcinha.
Entrei no banheiro me vestindo. Me olhei no espelho, agradecendo por ele não ter notado o crescimento mínimo da minha barriga. Mas aquilo não me incomodava. Meu bebê tinha chutado! Seu primeiro contato comigo.
Passei a mão em minha barriga a acariciando.
- Hey meu amor... Você está bem. Não sabe o quanto esperei por isso. – Sussurrei para ele.
Senti meus olhos marejarem pela emoção. Já havia me esquecido do resto, estava feliz demais para isso. Mas de verdade eu não sabia o que poderia esperar do Liam, porém que essa noite tinha sido perfeito, nisso eu concordo.
Fechei meus olhos, tendo imagens dele invadirem minha mente e encher meu peito de calor. Balancei a cabeça, tirando aqueles pensamentos de minha mente.
- Vai dar tudo certo. – Acariciei minha barriga uma ultima vez.
Assim eu também esperava.
Abri a porta saindo do banheiro. Ele continuava em minha cama, mas já tinha sua cueca. Me joguei ao seu lado. Liam passou a mãos por meu cabelo, e me trousse mais para ele.
Como queria que ele fosse sempre assim. O detalhe era: Isso só acontecia quando me levava para a cama. Me senti naquela barraca a mais ou menos três meses atrás, confusa e indecisa do que fazer em seguida. Eu sabia o que ele provavelmente faria. Seria... Idiota e se não tivesse satisfeito, viria atrás novamente. Mas desta vez era diferente. Ele saberia logo que seria pai de um filho meu, então... Tudo era incerto. Se é que ele não sentiria raiva de mim.
Senti uma pontada de dor em meu peito e temi por ser atingida por aquilo. Porém deveria ser só medo pelo meu filho. Pelo menos era o que queria que fosse a verdade.
Já estava decidida. Eu contaria a Liam da criança e esperava dessa forma tudo se resolver. Faria isso assim que descobrisse o sexo dele. Mesmo indo contra tudo que já tinha dito ou pensado, era o melhor para a criança, eu querendo ou não. Se ele não tivesse um pai, teria os avôs, assim como eu tive os meus.
A história em minha cabeça, parecia se repetir, só esperava que dessa vez, tivesse um final diferente do meu. Mas de uma coisa eu era certa. Nada acontece igual duas vezes.

POV Liam

Me levantei, saindo de seu quarto. Daqui a algumas horas teria escola.
Ela ainda dormia e meu sentimento de vontade cumprida, estava em alta.
Subi as escadas, tentando não fazer barulho, para que meus pais não acordassem. Eles já estavam muito no meu pé, para que isso acontecesse.
Apertei a maçaneta para abri-la, quando escutei uma porta sendo aberta.
- O que faz acordado uma hora dessa e mais com esses trajes? – Olhei para meu corpo, notando que só estava de cueca box.
- Você sabe que durmo assim mãe. Eu fui beber um copo de água. – Menti.
- Assim espero. Agora vai dormir.
Assenti abrindo a porta do meu quarto.
(...)

Relutei em abrir meus olhos com meu celular despertando. Mas quando o fiz, percebi que o quarto estava escuro demais.
Me levantei da cama, indo para a janela onde contemplei o tempo nublado. Então estava explicado...
Me espreguicei enquanto ia até o banheiro onde tomei um banho bem quente e rápido.
Coloquei uma calça jeans com uma camiseta azul e meus tênis. Peguei minha mochila descendo as escadas.
Fui até a cozinha, onde encontrei a mesa posta e sentada à ilha, lendo um livro.
- Ainda está lendo aquele livro? – Falei enquanto pegava um copo de suco.
Ela levantou a cabeça me encarando.
- Na verdade, já terminei aquele. Este é outro. – Ela me mostrou o livro com letras grandes e legíveis “UM PEDIDO ÀS ESTRELAS”.
- Sério que gosta de romance?
- Sério que está perguntando isso? Não é sobre romance. – Suspirou. – Talvez um pouco, bem pouco, porém é uma história de superação e tragédia.
Dei de ombros, colocando o copo na pia. Peguei uma torrada, olhando a hora em meu relógio de pulso.
- Temos que ir, antes que nos atrasemos.
fechou o livro, colocando-o em sua bolsa. Segui para a entrada da casa, com ela ao meu encalço. Destravei o carro, entrando por uma porta enquanto ela entrava pela outra.
Dei partida no carro enquanto amarrava os cabelos em um coque frouxo, trazendo suas pernas para o banco, sentando em posição de índio.
- Deixe de olhar para mim e olha para a estrada. Sou muito nova para morrer Payne.
Revirei os olhos.
- Não posso mais olhar?
- E quando pode?
- Ontem à noite.
Aquelas palavras a fizeram se calar. Suas bochechas coraram e ela ficou olhando concentrada para as pernas, como se existisse algo de interessante ali.
Voltei a prestar atenção a pista e em alguns segundos estacionei na garagem da escola.
Desci do carro, vendo que minha acompanhante já havia feito o mesmo.
- Hey dude! – Harry apareceu ao meu lado. – Louis está combinando de irmos para o boliche hoje. O que acha?
- Não vou poder. Vou voltar minhas aulas de boxe.
- Vamos só à noite. Se poder passa lá.
-Sendo assim é provável que vá.
- E o que te fez querer voltar?
Dei de ombros.
- É apenas um hobby que me fazia bem, e não pretendo ficar em casa o dia trancado. Vou aproveitar que a academia vai voltar e irei.
- Você de volta ao rank? Tenho pena dos outros.
- É bom ter mesmo.

POV

- Ele é um idiota!
- Então vocês terminaram? – Questionei minha amiga.
- É isso ai.
Ela olhou de relance para a mesa que costumava sentar.
- ... As coisas vão se resolver. Vocês se gostam.
- Não . Desta vez eu não vou ficar com ele. Mereço alguém melhor que o Zayn.
- Vocês só tiveram uma briga amiga, quando conversarem tudo vai se esclarecer.
- Ele não confiou em mim! Não posso ficar com alguém que não confia, quando eu disse que faria um trabalho com o Frank, me seguiu! Foda-se Malik!
Suspirei compreensível, mas sabia que daqui a alguns dias eles se reconciliariam. Era sempre assim.
- Mas e você? Como anda o baby?
- Ele mexeu ontem pela primeira vez! Fiquei tão feliz...
- E como foi?
Mordi o lábio inferior sabendo o que viria depois.
- Eu fui para a cama com o Liam, novamente. – Suspirei.
- Ah! Então vocês se acertaram?
- Eu não disse isso... Ele não sabe do bebê ainda. Quero seguir meu plano e foi só... Desejo . Nada demais.
- Aham... Sei...
Revirei os olhos, escutando o sinal tocar.
- Física! Me matem... – Minha amiga se jogou a mesa.
Ri.
- Tão dramática... Ele é gato.
- Mas o que tem de gato, tem de ruim professor.
- Fato...
Saímos do refeitório, sendo acompanhadas pela imensidão de alunos. Seguimos até nossos armários, pegando nossos materiais. Andamos até a sala onde haveria a aula, notando que haviam poucos alunos presentes.
Nos direcionamos até nossas carteiras, quando escutei a Britney falar de mim.
- Então , cobrando quantas transas, para pegar carona todos os dias com Liam? – Me virei a encarando.
- Por quê? Está com ciúmes? Deixa eu adivinhar...? Não se garante tanto que está com medo de perdê-lo para mim, que diferente de você, não preciso está fazendo sexo com ele para conseguir uma carona. – Sorri desafiadora.
Ela me fuzilou com os olhos.
- Não é o que parece...
- Diferente de você Britney, eu não preciso trepar para conseguir algo.
- Está insinuando o que?
- Não estou insinuando. Estou afirmando que você é puta mesmo.
- Sua vadia!
- Querida, quem deu para o time de futebol aqui, foi você.
A sala inteira se encheu de riso e pessoas incentivando a briga.
- Sua... – Ela vinha pra cima de mim, quando segurou seu pulso.
- Aquieta seu fogo Britney, que fica melhor.
- Seu ex fez questão de apaga-lo ontem à noite.
Vi a expressão de minha amiga encher de decepção e meu rosto queimou com a raiva. Voei em cima da puta sem lembrar de qualquer outra coisa.
- Você pode falar qualquer coisa comigo, mas não com ela. – Falava já puxando seus cabelos.
- você não pode! – entrou no meio da briga nos afastando.
E foi quando lembrei da gravidez.
- Mas eu posso. – se virou para a Britney a empurrando.
Em menos de alguns segundos, as duas estavam no chão e eu pedindo que alguém as separasse.
Olhei para a porta da sala, vendo o Liam, Zayn e Harry entrarem na sala.
- Alguém separa essas duas! – Pedi e foi quando Malik pareceu notar quem estava brigando.
Agora que ele nota? – Zayn e Liam correram as separando.
Olhei para a minha amiga, que estava visivelmente menos machucada que a vadia da Britney.
- O que foi isso? – O professor entrou na sala. – Vão para a enfermaria agora e depois para a sala do diretor.
- Mas foi a Britney que começou! – Protestei. – A só me ajudou.
- Então você também está metida dessa senhorita ? – Ele me olhou.
- Não. A não tem nada vê. – me defendeu enquanto se soltava do Zayn. – Não me toque. Eu tenho nojo! De você. – Minha amiga seguiu para a porta da sala, saindo.
Merda!
Britney sorriu vitoriosa saindo atrás dela.
- Gênio! – Olhei Malik. - Você dormiu mesmo com essa coisa depois da minha amiga terminar com você?
- Ela... Merda! – Ele pareceu preocupado.
- Ela merece algo melhor que você. – Voltei para a minha cadeira, querendo que as horas se passassem para que pudesse falar com ela.

POV Liam

- Seu amigo é um imbecil! – reclamou.
Revirei os olhos.
- Eles haviam terminado.
- Mesmo assim! Logo com a puta da... Olha com quem estou falando! Até parece que se importa...
- Olha. O Zayn sabe o que faz, e a também. Deixe que eles se resolvam.
- Você falando algo que concordo? – Ela pareceu pensar. – Merda. Você tem razão.
- Eu sempre tenho...
- Acho que não. – Falou saindo do carro.
Fui atrás dela, enquanto a mesma seguia para a cozinha. Ela pareceu pensar.
- O livro mais cedo, não era de romance. – Abriu a porta da geladeira pegando o suco. - Quer?
- Só isso... Sim.
se direcionou ao armário, enquanto eu colocava minha mochila na ilha. Em um segundo percebi que ela vacilava para trás, e antes que pudesse chegar até a mesma ela desmaiou. A peguei em meus braços, ainda estando desacordada.
O que eu faria? Decidi deixa-la em seu quarto, enquanto ia chamar minha mãe. E foi o que fiz.
Bati duas vezes na porta dos meus pais antes de entrar.
- O que foi Liam? – Minha mãe me olhou.
- A desmaiou do nada.
Ela se levantou em um salto.
- Quando foi isso?
- Agora a pouco. - Respondi.
- Você não tem nada a vê com isso né?!
- Como eu teria pai?
Descemos os três as escadas, indo até o quarto dela, que se mexia acordando.
- Meu bem, como está se sentindo? – Minha mãe perguntou a ela sentando ao seu lado.
- Eu estou bem... O que aconteceu?
- Você desmaiou. – Respondi.
- É normal meu bem, mas é melhor você ficar de repouso. Aconteceu algo na escola?
- Só entrei em uma pequena discussão, mas minha amiga não me deixou entrar na corporal.
- Não quer leva-la ao hospital? – Meu pai questionou minha mãe.
- Não. É normal da situação dela Golf. – Ela riu. – precisava vê como ele ficava quando estava grávida do Liam.
- Sem detalhes. – Insisti.
- Mas não entra mais nessas discussões querida, e é melhor ficar de repouso. E vocês dois nos deixem conversar sozinhas, por favor.
Obedecemos, mesmo sem eu entender o porquê daquele drama todo, se ela nem tinha entrado em briga.
Caramba. Não era nada demais.
- Se eu fosse você, iria se trocar, se não vai se atrasar para o boxe. - O olhei.
- Como sabe que vou voltar?
- Sua mãe me contou. - Porque dessa preocupação todinha com a ? – Mudei de assunto.
- E não era para se preocupar?
Não! É só uma briga na escola. - Suspirei subindo as escadas.
- Vou treinar.
Tudo estava muito confuso ultimamente naquela casa, mas algo me dizia que logo saberia o porquê.

POV

Enquanto fazia o jantar, ele não parava de se mexer. Depois que havia começado, quase não parava de chutar. E a cada um, era sempre uma emoção.
Fechei meus olhos, tendo a mente invadida por imagens dele nos meus braços quando nascesse. Ele já pertencia aquele local e, eu não tinha palavras para expressar o que sentia ao saber que daqui a alguns messes o teria correndo por ai.
Um torvelinho de emoções percorreu meu corpo, se instalando em meu peito.
- Que bom que está melhor... – Liam falou, me despertando de meus devaneios.
- Não foi nada demais. – Respondi acordando completamente de meu mundinho. – Vai querer alguma coisa? – O olhei.
E foi quando finalmente notei seu corpo suado e suas luvas em seu pescoço.
- Não. Só água.
– Você pratica boxe?
Payne assentiu enquanto bebia água.
- Sempre quis tentar... – Falei voltando ao meu serviço.
- Se quiser, posso te ensinar. Eu tenho um saco de pancada em meu quarto.
- Será que faz bem? – Para o bebê. Pensei. – Mas você só vai me ensinar o básico, então...
- Claro. Não iria pegar no pesado, sem nem você saber dar um soco com uma luva.
Revirei os olhos.
- Te espero hoje à noite, em meu quarto. – Sussurrou aquelas palavras em meu ouvido e eu estremeci.
Cachorro!
Liam saiu dali com um sorriso sexy no rosto, e foi quando notei a malicia naquelas simples palavras.

“Te espero hoje á noite em meu quarto”

Se ele acha que só por que rolou novamente, vai acontecer hoje também, está enganado.

(...)

- É bom para extravasar.
- E ajuda na alto defesa. Mas nunca se deve usar isso fora do rank.
- Por quê?
- É uma regra.
- Ah... – Falei amarando meu cabelo em um coque. – Obrigada por está me ensinando. Mas acho que já deu por hoje. Necessito de um banho.
- Meu banheiro está ao seu dispor. – O sorriso malicioso estampada em seus lábios.
- Obrigada, mas não. – Me levantei da poltrona. Amanhã há mesma hora?
- E a minha recompensa? – Falou se aproximando de mim.
- Já não disse obrigada? – Dei um passo para trás.
- Obrigada não resolve. – Deu outro passo, me fazendo encostar na parede. – Já falei para assumir que também quer... – Sussurrou em meu ouvido.
- Mas eu não...
- Shiu... – Me interrompeu, roçando seus lábios nos meus.
Liam iniciou um beijo quente, enquanto passava as mãos pelo meu corpo. As minhas foram para a sua nuca, a arranhando enquanto ele deu impulso para entrelaçar minhas pernas em seu quadril. Minha mente me crucificava e meu corpo não me obedecia.
Eu estava frustrada comigo. Eu estava virando a puta particular do Payne e por pior que fosse, ele estava conseguindo o que queria. Aquilo me lembrou o que a puta da Britney falou hoje na escola, por pior que parecesse, seria verdade? Eu estava confusa com tudo, sem certeza de nada, mas sabia que o melhor seria manter distancia dele por enquanto, e só me focar em uma coisa.
O empurrei me afastando do mesmo.
- Eu não sou a Britney, Liam. – Deixai claro.
Desci as escadas correndo até meu quarto. Me joguei na cama. Estava totalmente confusa! Dei um soco bem dado no travesseiro e gritei com a boca enterrada nele. - Que merda! O que estava acontecendo comigo?
Disso eu não sabia, mas... Tinha que descobrir logo, antes que aquilo me consumisse por completo. E eu não tivesse mais nada para fazer.




Capítulo 12


“As mentiras que contamos para os outros são as mesmas que contamos para nós mesmos, e muito rapidamente as incorporamos e tomamos decisões baseados nelas, o que nos leva para caminhos que não são os nossos.” — Manual Para Jovens Sonhadores.

POV Liam

- Não vai furar com a gente de novo, né, Liam?! – Harry me olhou.
- Eu tinha planos para ontem. – Me justifiquei.
- Se me disser que foi com a Britney, nunca mais falo com você. Por causa dela a não quer me ver nem pintado de ouro! – Zayn falava visivelmente irritado.
- Do que está reclamando? Agora está solteiro. Tem coisa melhor?
- Tem! – Os meninos responderam ao Hazza.
- Vocês estão muito frescos ultimamente...
- E você precisa de uma namorada, Styles.
- Cala a boca, Louis. Ainda estou sem falar com você. Como começa a namorar minha irmã?!
- Quer que eu explique? – Zoei meu amigo.
- Cala a boca, Payne, que você está namorando a .
- Eu o quê? – Questionei aquele que tinha brincado a pouco.
- É o que a escola inteira está dizendo, pelo fato de vocês dois chegarem todos os dias juntos e saírem. - Niall se pronunciou.
- Era só o que me faltava...
Varri meus olhos pelo refeitório, encontrando a e a saindo do mesmo, com os olhos de todos caindo sobre as mesmas.
Eles eram tão previsíveis... Sempre. Quando se tinham boatos, mesmo sendo só isso, os aumentavam até demais. Mas eu não ligava. Se não fosse verdade, por que o faria?
Sai de meus devaneios, notando que meu amigo se levantava, seguindo pela mesma direção que sua ex havia seguido a poucos.
- Ele vai atrás dela? – Questionei.
- O que acha?
- Que o Harry precisa arranjar alguém logo. – Louis se levantou da mesa, junto com o Niall.
- Se vocês querem se prender, não me culpem se não quero.
Naquele momento não estava prestando atenção no que o Hazza falava. Só me levantei como meus outros amigos, sabendo que iria reclamar. Segui pelo corredor, percebendo que o sinal estava demorando mais que o costume, quando escuto uma gritaria.
- Calem a boca antes que sejamos todos suspensos! – reclamava. – Que merda! Se eu me meter em mais alguma encrenca, sou expulsa!
- Relaxa, . Não vamos mais gritar, porque não temos mais o que falar. – se virou para ir embora, mas meu amigo segurou seu braço.
- Me deixe explicar!
- Eu não vou te ouvir!
- Da pra ouvir ele, antes que ele me enlouqueça mais? – Entrei na discussão, me lembrando de mais cedo naquela mesma manhã, quando já não o aguentava mais ele falando dela.
- Não dá! – me gritou. – Me esquece, Malik! – Ela saiu com passadas rápidas e fortes.
- Está vendo, Payne? Nossas brigas tem todo o estilo. – comentou.
- Isso antes de você fugir.
- Eu chego no quase, quase e escapo querido. – Ela mandou um beijo no ar para mim e se virou para meu amigo. – Na boa, Zayn... Você perdeu.
- , me ajuda. Vai ai... – Ele pediu.
- Não dá. Não posso fazer isso com ela, sendo que você está errado, mesmo que se gostem, a escolha é dela. Sinto muito. – mordeu o lábio inferior apreensiva, e logo saiu atrás da amiga.
- Na boa... Fudeu. – Meu amigo me olhou. – Me ajuda a fazer uma coisa?
- Agora sobra para mim...

POV

A semana passou mais rápido que o esperado. Principalmente comigo ajudando minha amiga a fugir do Malik, e agora duvidava do fato dela o perdoar um dia. Se ela não o fez quando eles finalmente conversaram, após ele ter conseguido com a ajuda no Liam (isso eu poderia apostar) se trancar com ela na sala na hora no lanche, enquanto ela fazia a atividade, não sabia se de outra forma ela o perdoaria. Mas que ela ficou estranha depois disso, não posso negar. Acho que entendeu seu lado de ciúmes. Porra, é o Frank! Até eu entendia. Era o primeiro namorado dela. Ele seria muito filho da mãe se não se importasse. Mas quanto a coisa lá com a Britney, mesmo Zayn estando bêbado, não concordo, e também não. Por isso não o perdoo.
E assim estão os dois. Irresolvidos.
- Vamos? – Payne chamou minha atenção, enquanto comia uma torrada.
- Eu não vou... Tenho que ir no médico. – O olhei.
- Está doente?
- Não é bem uma doença...
- , vamos? – Karen entrou na cozinha me interrompendo.
- Claro! – Caminhei até o seu lado. – Tchau, Liam.
Enquanto saia com a Karen o medo invadia meu corpo. Eu havia pedido a ela que fosse comigo, para saber o sexo do bebê. Ela havia se emocionado e estava muito grata, o que me fazia ter a absoluta certeza que tinha tomado a decisão certa. Porém hoje seria o dia em que saberiam quem é o pai, e aquele medo me consumia por inteiro.
Já pensava em desistir, com minhas mãos tremulas e gélidas pelo nervosismo. Suspirei a fim de afastar aquele sentimento.
- Está nervosa?
- Um pouco.
- Não fica. Tudo dará certo.
Suspirei, tentando encontrar forças.
- Teve uma coisa que não te contei. – Ela me olhou pedindo que continuasse, estacionando o carro. – Eu não contei ao pai do meu filho que ele será pai.
- Por que não? – Ela me olhou surpresa.
- Por medo. – Senti a tristeza se afugentar em meu peito. – Eu não queria proximidade com ele de forma nenhuma, mas tudo se faz ao fato da falta do meu pai. Eu me criei sem ele e me afastar do pai do meu filho parecia o melhor, até eu perceber que ele precisaria de um e, que este pai, não é tão ruim quanto imaginei. Pelo menos não para tal cargo.
- É isso que sente?
- Também. – Suspirei. – Tenho medo que a proximidade me faça... Gostar dele. É egoísmo só pensar em mim? Sim. E foi por isso que decidi contar a ele. Difícil vai ser querê-lo, ou tratá-lo como filho, pois em minha cabeça, não é possível.
- , eu digo isso porque sou mãe. Cuidar de uma criança sozinha, ainda mais na sua idade, não vai ser fácil e esconder isso do pai, foi errado. Ele te ajudou a fazer. Por pior que seja, os direitos são partilhados.
- Ele não é ruim. – Mordi meu lábio inferior. – Por isso decidi contar. Eu me surpreendi muito com ele estes dias.
- Voltou a encontrá-lo?
- Nunca nos afastamos. Ele estuda comigo. – Olhei pela janela. - Vamos?
- Claro! E agora pensa neste bebê, que estou ansiosa para saber o sexo.

POV Liam

A batida na porta me fez despertar de minha conversa no celular.
- Entre! – Gritei.
- Nós temos que conversar. – entrou em meu quarto apreensiva.
- Diga. – Me virei para ela.
Ela parecia nervosa, quase a ponto de ter um colapso nervoso.
- Eu... Eu... Eu estou grávida.
A encarei sem ação. Não era possível. Não tinha como. Eu havia me prevenido e só aconteceu a pouco de uma semana, não teria como ela já está grávida. Ou... Esse filho não era meu.
- Esse filho não é meu, . – Ela me olhou com o olhar ofendido. – Não teria como ser. Eu me precavi.
- Acha que este filho não é seu? – Ela apontou para a barriga. – É um menino e estou com quatro meses. Mas você é idiota demais para notar todos os sinais. Faça as contas Liam. O acampamento te diz alguma coisa?
A encarei. Merda! Ela tinha razão. Na noite da festa, estávamos tão bêbados que... Provavelmente... Eu esqueci. Idiota, idiota, idiota! Eu não podia ser pai.
- Não é meu. Eu não...
- Eu só dormi com você, imbecil! Este filho é tanto seu quanto meu.
- Eu não posso ter um filho com dezessete anos!
- Deveria ter pensado nisso antes.
- Eu não... Eu quero o DNA. – Joguei aquelas palavras. Eu estava desesperado.
- O que? PODE FAZER A MERDA DO DNA, PAYNE, QUE VAI DAR POSITIVO, pois mesmo que não queira, ele é SEU filho! E se não quer assumir, não assuma. – Uma lágrima solitária escorreu de seus olhos. – Eu tinha certeza que faria isso, mas mesmo assim, estou aqui. Como pude pensar que iria querê-lo, ou amá-lo? Como pude imaginar que era diferente do meu pai? Você não é. – Limpou o rosto. – Não precisa assumi-lo. Ele não é seu filho. Eu o fiz sozinha. – Podia sentir a amargura em cada palavra dela.
- ... – A chamei.
- Foda-se! Eu estou assustada também, tá? Desde que descobri, tento fazer tudo certo e conseguir criá-lo, sem desmoronar junto com minha vida. Mas agora é hora de ser madura. Eu estou com medo, claro. Você também deve estar, mas não deixarei ninguém, absolutamente ninguém, rejeitar meu filho. Eu prometi isso a mim mesma.
- Que merda! Um filho? – Me sentei na cama.
se sentou ao meu lado.
- Eu sei. Parece ser mais do que conseguimos aguentar.
- Meus pais já sabem? – A olhei.
- Só que estou grávida. Não de você.
- Por isso que... Eu estou ferrado! O que você decidiu?
- Que vou criá-lo. Com ou sem você.
Tudo parecia desmoronar naquele instante. A única coisa que eu pensava era que teria um filho, mas estaria pronto para isso? É claro, se meus pais não me matassem antes.document.write(Milla) era não igual, mas pior que as outras.
- Tudo isso por que, ?
- Como assim? – Me olhou confusa.
- Você usa mesmo uma criança em pleno século vinte e um para prender um homem? Você sempre quis isso, né? Me prender a você. Aquele negócio todo de me odiar era apenas teatrinho. Um jogo que você estava jogando.
- Eu não acredito!
- Achou que eu não descobriria seu plano?
- Deus! Que plano? Eu não queria está grávida! – Ela já gritava.
- Ah não? Acha que acredito nisso? – A olhei cético. – Você não vai conseguir... Sabe? Nem sonhe que vou ajudar no seu planinho. – Me aproximei dela. – Eu não vou assumir essa criança.
me olhou com desdém.
- Pois eu tenho pena de você, Payne. Se quer acreditar nisso, acredita, mas pelo menos eu não fico inventando coisa para não assumir meus erros. Eu vou cuidar dele, mas não se aproxime. Ele não tem mais pai. – Ela saiu do quarto.
Fiquei olhando por onde ela tinha saído há pouco. Poderia estar inventando tudo aquilo? Possivelmente, mas eu estava assustado demais com toda aquela situação. Um filho com dezessete anos não estava em minha prioridades ou pensamentos, e agora essa notícia cai com paraquedas em minha vida. Eu precisava pensar, longe de tudo aquilo. Peguei as chaves do meu carro e sai, antes que ficasse louco.

POV

Lágrimas escorriam de meus olhos sem cessar. Ele havia insinuado tudo aquilo? Agora me arrependia furtivamente pelo que havia contado. Talvez se ele não soubesse fosse melhor, desde o inicio.
- ? – Karen me chamou quando passei por ela em prantos.
Não parei, até que cheguei em meu quarto. Me joguei na cama enfiando a cabeça no travesseiro para abafar o choro.
- Que foi, ? Por que está assim?
- O Liam... Ele...
- Eu mato aquele garoto. O que ele fez?
- Karen... Ele é o pai do meu filho. – Ela abriu a boca para dizer ago, mas não saiu nada. – Eu não podia contar antes... Desculpe. –As lágrimas só embaçavam mais minha visão.
- Meu Deus. Eu serei... Avó? Você carregava todo esse tempo meu neto?
- Sinto muito. Eu... Posso ir embora se quiser. Eu...
- Não! Querida, ele é meu neto. Eu já o amava antes, ainda mais agora que sei que é meu neto! Eu vou ser avó! O Golf vai enlouquecer. – O sorriso dela era o melhor que havia recebido de todos que já contei a gravidez.
- Meu Deus. O Liam... O que ele te falou?
- Que não assumiria o bebê, que era uma golpista e que queria o DNA. – Enxuguei as lágrimas de meus olhos.
- ele... Só está nervoso. Deixa que eu resolvo com ele, agora não chora mais tá?
- Eu não queria Karen, mas dói. Tanto como nunca doeu. – Senti lágrimas voltarem a marejarem meus olhos.
- Ele vai assumi-lo, tá? Só está nervoso e confuso, precisa de tempo.
- Eu sei. – Suspirei.
Mas não era só sobre aquilo. Doía a forma como tinha me acusado. Como tinha demonstrado falta de interesse e raiva. Doía de uma forma que não sabia explicar, só sentir.
- É melhor você se acalmar e relaxar. Amanhã decidimos o que vamos fazer.
Assenti.

(...)

Já era tarde da noite, quando resolvi sair do quarto. Depois de passar horas conversando com a Karen, havia caído no sono, por tanto não fazia ideia do que acontecia na casa.
Ela decidiu que falaria com o filho e que eu não trabalharia mais lá. Ela pretendia que me mudasse para o quarto do Payne e que o quarto de hóspedes fosse reformado para o bebê. Ah... E... O pai dele queria que... Depois da formatura nos casássemos, para assim o nosso filho ter uma família estabilizada. Não sei o pensamento do Liam quanto a isso, até porque não falei com ele desde nossa briga, mas tenho a leve impressão de que ele não vai gostar da ideia.
Enquanto a mim, não agrada nem um pouco. Não concordo em ficarmos juntos pelo nosso filho. Na verdade não concordo com milhões de coisas que estão acontecendo em minha vida ultimamente, mas essa sem duvida foi a pior, que ainda precisa ser discutida.
Sai do quarto, indo para a cozinha. Minha barriga roncava e meu menininho já reclamava. Fui até a cozinha onde peguei um copo de suco na geladeira e aprontei torrada. Me sentei na ilha enquanto comia sem nenhum gosto, como se tudo fosse voltar no mesmo instante. Deixei a comida de lado, mesmo sabendo que não devia e me debrucei na ilha, sentindo meu corpo lutar contra o frio presente naquela noite.
Mas não era esse fato que me incomodava, mas sim o meu peito decepcionado e triste. O pior era que meu filho sentia tudo isso e eu simplesmente não sabia como afastar a melancolia.
O barulho da porta sendo aberta me fez levantar a cabeça, encarando depois de alguns segundos, aquele que era o motivo do meu estado natural péssimo. Liam bufou quando me viu e voltou a subir as escadas. Minha vontade naquele instante era de mandar ele ir se fuder e jogar tudo para os ares, indo embora dali, para ninguém nunca mais me vê, mas com meu emocional de grávida abalado, eu só me levantei para sair dali, acabando derrubando o copo, que rolou até cair no chão.
Merda.
Peguei uma vassoura e enquanto limpava minha própria bagunça, pensava. Se ele quer tanto me fazer se sentir ruim, me odiar, ele estava conseguindo. Eu estava péssima. Pior que isso, com emocional abalado e a tristeza parecia presente em tudo. Um dia que tinha começado perfeito desmoronara, e eu me sentia culpada.
Como queria voltar no tempo e esconder essa gravidez dele, nem que para isso tivesse que mentir pelo resto da minha vida. Pelo menos não receberia tanto ódio do mesmo. E aquele sentimento, acabava com meu coração, que aquela altura, estava em estilhaços.

POV Liam

- Eu não vou me casar com ela!
- Eu não te perguntei. Eu afirmei. Você fez esse filho e eu não vou deixar meu neto crescer em uma família desestruturada! – Meu pai estava visivelmente irritado.
-Eu não caso e nem assumo. Não quero nada ligado a ela.
- Você é o pai, Liam, e vai assumir seu filho. Se não queria ser pai aos dezessete, que se protegesse. Eu te avisei. Agora arque com as consequências e está resolvido.
- Resolvido merda nenhum! – gritava irritado. - Eu não caso!
- Já está decidido. Assim que terminarem a escola vão se casar e não se fala mais nisso. Agora saia. – Meu pai mandou. – Ah, ela amanhã já se muda para seu quarto, e a trate bem.
Fechei a porta com toda a força possível. Andei pelo corredor, parando na cozinha quando a vi. Bufei com aquela imagem e voltei ao meu caminho.
Como eu estava com raiva daquela garota. Tudo que era bom em minha vida tinha acabado por essa criança que ela diz ser minha. Casamento... Falta de privacidade... Por favor! Eu não sou de ninguém e agora seria obrigado ser por uma gravidez indesejada.
Subi para meu quarto, me trancando no mesmo. Já estava decidido. Eu a venceria pelo cansaço. Faria da vida dela a pior possível até ela desistir dessa de casamento e filho. Faria ela desistir por mal, já que não conseguia por bem. O ódio naquele instante me dominava. Eu a queria tanto por ser diferente... Mas ela não era. Tudo era mentira.
Naquele instante me sentia ingênuo e um tonto completo, mas agora não seria mais assim. Ela pagaria por tentar me prender. Vamos vê se esse preço não vai ser muito alto para ela.

(...)

Sai de meu quarto animado por ser fim de semana. Hoje teria uma festa na casa do Harry e é claro. Eu iria. A raiva de ontem, já havia se esvaído um pouco de mim, mas meu plano seria posto em pratica hoje.
Desci as escadas, escutando uma conversa da minha mãe com a . Já ia dando a meia volta, quando ela me chamou.
- Filho. O que acha? Traves ou Tomás?
Me virei novamente encarando as duas, que tinham algumas sacolas em sua frente. tinha uma roupinha azul nas mãos, porém ela não me olhava, enquanto minha mãe vasculhava uma sacola.
- Tanto faz. – Dei de ombros.
- Então vai ser Traves. – comentou ainda sem me olhar.
- Hey, Traves... – Minha mãe passou a mão na barriga dela, que havia notado está um pouco maior. – Amanhã um homem da loja de moveis vem montar o quarto dele.
- Ótimo, assim te ajudo a arrumar. – levantou o olhar.
- Como quiser, querida, agora vamos guardar essas coisas e vamos levar suas coisas para o quarto do Liam. – Mãe me olhou.
- Ah claro. Vai querer mais alguma coisa para arruinar minha vida, madame? - Olhei para diretamente.
- Claro, querido. O que acha do banheiro ser só meu?
- Vocês dois parem. Isso não é bom para o bebê. Ele não gosta de sentir os pais brigando. – Minha mãe nos repreendeu.
- Pois é o que mais ele vai sentir. - Desafiei com o olhar.
Sai dali, subindo para meu quarto. Fechei a porta e me sentei na mesinha do computador, quando escutei meu celular tocar.

Ligação ON:
- Alô?
- Liam, é o Zayn. Vai para a festa do Harry hoje?
- Vou, mas não estou muito afim. Estou indo porque talvez consiga me distrair um pouco. Ela ainda não voltou com você?
- Estou começando a achar que isso nunca vai acontecer. Espero que ela vá hoje para a festa, assim, quem sabe...
- Provavelmente ela vá.
- vai?
Meu maxilar enrijeceu.
- Não sei. – Suspirei. – Ela está grávida.
- O que?
- E eu sou o pai.
- Cara eu... Você? O que vai fazer?
- Eu não sei, dude. Só sei que não quero ser pai aos dezessete anos. E meu pai ainda quer que casemos.
- Ela quer se casar?
- Deve querer. Não tenho dúvida que talvez tenha engravidado de propósito para fazer com que ficássemos juntos.
- Que barra, dude. E mesmo assim vai para a festa do Hazza?
- Estou pretendendo fazê-la desistir e ir embora, sendo o pior de todos.
-Payne, eu conheço a , pouco mais conheço e penso que ela não engravidaria de propósito, até porque, o que ela ganharia com isso? Você não tem dinheiro.
- Eu não sei o que essa garota teve na cabeça, Zayn, mas ela engravidar de mim na primeira vez, e me odiando, parece um absurdo.
- Se vocês não tiverem usado camisinha, cara, pode acontecer sem nenhum querer.
- Zaza, você está de que lado?
- Não tem lado, Liam. Olha, deixa isso para lá. Você vai assumir?
- Meu pai vai me obrigar.
- E você?
- Não quero, mas não tenho escolha. Todos daqui de casa estão tirando meu juízo.
- Imagino. Liam eu vou desligar, nos vemos mais tarde.
- Ok, dude. – Me despedi finalizando a ligação.
Ligação OFF:

POV

O dia tinha passado voando, depois que eu e a Karen tínhamos aproveitado que era fim de semana, para arrumar o meu novo quarto e o do filho dela. Acreditava que isso não ocuparia muito tempo, mas não foi como esperado. Fazendo com que a tarde fosse completamente embora.
Depois da nova arrumação no quarto do Liam, o closet que era muito espaçoso não ficou mais o mesmo, com minhas roupas dentro. Após eu e a Karen colocarmos minhas velhas e novas roupas recém compradas para a maternidade, tudo estava organizado.
As roupinhas e troços do Traves estavam também em nosso quarto, enquanto o dele estávamos esperando sair o cheiro da tinta e o Liam? Esse havia saído há horas, e podia apostar que estava na festinha do Harry. Não eu não me importava, pelo simples fato do dia ser cansativo demais após uma arrumação daquela. Naquele instante estava cansada demais para me importar com ele.
Coloquei minha camisola, me deitando na cama. Estava com tanto sono, que nem cheguei a notar quando adormeci.

(...)

- Merda! O que isso está fazendo aqui?
Abri meus olhos encarando a escuridão e poderia jurar, que aquelas palavras tinham sido de meu sonho se não tivesse ligado o abajur e o tivesse visto. O relógio no criado-mudo marcava 3:00h da manhã.
- Que merda é isso? – Ele me encarava.
- É as coisas do Traves. O quarto ainda não está pronto.
Ele bufou.
- Ótimo!
- O que você tem? O que quer? Não gosta dele? Isso a gente já sabe. De mim? Também. Mas para de agir como criança! – Me levantei da cama, ficando de frente a ele.
- Criança? Eu quero que você saia da minha vida e leve esse bebê com você. Quer dinheiro? Eu faço tudo para me livrar de vocês.
Dinheiro? Ele pensava que eu era o que? Uma puta que aceita dinheiro por qualquer coisa? Em todas as vezes que estivemos juntos, nunca fiz nada por dinheiro, nem queria.
Com a raiva que percorreu o meu corpo minha mão atingiu seu rosto em cheio. Liam passou a mão no local e logo vi seus olhos tomarem uma tonalidade escura.
Engoli em seco, com a adrenalina ainda pulsando em minhas veias. Payne me segurou pelos braços, os trazendo a frente de nossos rostos, onde segurou com força.
- Eu não quero merda de dinheiro nenhum! Não sou golpista, nem nada do que pensa, só tive a infelicidade de engravidar de você! Se eu pudesse não estaria carregando algo que vai nos unir para sempre, mas não poço! Me arrependo do dia que me entreguei a você. – Sussurrei aquelas ultimas palavras, já sentindo lágrimas em meus olhos. – E o pior, é que não consigo mais brigar com você e não chorar, porque a merda dos meus hormônios então uma bagunça. E se eu pudesse, jamais teria te contado, para agir assim comigo? Não tínhamos nada, mas pelo menos você não tinha ódio de mim. Cadê o Liam que eu me... – Parei no meio da frase raciocinando o que diria.
Neguei com a cabeça, reprovando minha própria fala. Ele já havia afrouxado as mãos em meus braços, com se aquilo fosse demais para ele digerir. O que facilitou minha fuga para o banheiro.
Tranquei a porta, sentando na tampa do sanitário, sentindo meu rosto umedecer pelas lágrimas. – Eu não podia ter quase me declarado. Eu não podia começou a gostar dele. Eu não podia sentir nada pelo mesmo que me desprezava. Eu ainda não tinha certeza se gostava dele - na verdade, tinha quase certeza que não – e, por alguns instantes, lutei para conciliar os dois sentimentos. O que significava, é claro, que todo aquele assunto deveria ser evitado.
Liam Payne poderia realmente me machucar, se eu permitisse que isso acontecesse.
Se já não o tinha feito.

POV Liam

Passei as mãos em meus cabelos tentando absorver todas as informações daquela noite. Após uma festa como aquela que havia acabado de chegar, preferia ter caído na cama e dormido, mas não. Minha vida estava complicada demais ultimamente para isso. Relutei com a vontade de ir até o banheiro e bater na porta, não me deixando ser vencido por ela.
Arranquei minha camiseta de meu corpo e me joguei na cama, fechando meus olhos. Eu estava cansado e esperava que tudo aquilo não passasse de um pesadelo quando acordasse.

(...)

Abri meus olhos, percebendo que ela não estava ao meu lado, si é que havia voltado ali à noite, depois de nossa briga. Talvez eu tenha pegado muito pesado. Talvez. Olhei o quarto, notando que as coisas do bebê que estavam ali ontem, hoje não pertinência mais aquele lugar.
Me levantei indo ao banheiro onde tomei um banho quente e em alguns minutos lá estava eu caminhando pelo corredor,só parando no antigo quarto de hóspedes, que agora tinha uma nova porta azul com um boneco segurando uma plaquinha na frente “Traves”.
Relutei contra a vontade de abrir a porta, sendo vencida pela mesma. Assim que abri encontrei a de costas para mim, enquanto terminava de guardar algumas roupas no closet.
- Esse é o seu quarto meu amor, mas receio que por pouco tempo.
A olhei enquanto ela falava acariciando a barriga.
- Ele já mexeu? – Perguntei entrando no quarto.
Ela me olhou surpresa.
- Já. Quando... Lembra naquele dia que disse que era fome o que tinha acontecido em minha barriga depois da tranza? Pois bem... Foi a primeira vez que ele mexeu.
- Ah... Foi comigo?
Ela assentiu.
- Será que podemos conversar sem brigas? Estou cansada de vivermos em duelo.
Assenti.
- Ótimo. – puxou meu braço, até sentarmos em duas poltronas que haviam no quarto.
- Liam, depois de ontem, eu pensei muito e eu decidi uma coisa, que acho que ia concordar comigo. Na verdade, tenho certeza disso. - A olhei incentivando a continuar o que estava dizendo. - Você não vai ter mais que assumir o Traves. Ele não será mais seu filho e eu seguirei meu plano de principio. Ninguém nem ele saberá que é seu filho, e você pode esquecer de tudo. Ele só será o meu filho. Eu continuarei aqui, mas só até conseguir me estabilizar em outro canto. Pelo menos até terminar a escola. E em troca, me prometerá que nunca mais vai lembrar que fizemos parte de sua vida. Jamais. Também não vamos mais brigar, pelo bem do Traves.
A encarei sem saber o que responder.
- É o que você quer, não é mesmo?
- Claro... É...
- Pronto. Só temos que convencer seus pais e se tudo correr como o planejado, daqui a dois meses tudo voltará ao normal.
- Vai ser difícil convencer meus pais.
- Eu digo que não me caso com você. Não aguento mais tudo isso. Que continuarei morando com vocês, mas não vou me casar. Eles não poderão me obrigar. Isso bastará?
- Tem que ser.
- Ótimo. – Ela suspirou.
- Você vai embora depois da formatura?
- Não é o que você quer? – me encarou.
- É.
- Então não precisa saber mais do que já sabe.

POV

Aquilo cortava meu peito. Como eu podia ter prometido algo, que não sabia se tinha como cumprir? Ir embora, parecia o certo e de uma coisa eu acreditava. Ele não gostava de mim e o trovejo que estava começando a se instalar por ele em meu peito, era perigoso demais para continuarmos dividindo o mesmo espaço. Daqui a dois meses seria nossa formatura, e esperava que esse tempo fosse curto o suficiente para não me deixar ama-lo.
Eu tinha passado a noite inteira pensando e aquela ideia parecia ser a melhor, mas depois da proposta se tornava incomoda em meu peito, já não sabia mais ser possível. Porém eu cumprirei tudo que disse, iria embora depois da formatura, só não sabia como cumpri-la. Era nosso acordo. Era o melhor para os três.
O que me levou a isso, foi a tentativa de fazer com que as brigas passassem, mostrando a ele o que eu queria desde o inicio. Pensar em um ambiente bom para o Traves e que eu não corresse o risco de perde-lo, sempre em uma briga.
Voltei ao quarto dele, fechando a porta e me sentando na cama, sentindo mais uma vez lágrimas em meus olhos. Estava tão cansada de chorar... Isso estava me derrotando, sem falar que era uma bosta chorar por tudo.
Meu celular vibrando me fez limpar meu rosto e respirar fundo.

Ligação ON:

- Não foi ontem por quê?
- Digamos que... Não estou no melhor momento da minha vida.
- Somos duas. Mas pode contar. Meu afilhado é um menino ou menina?
- Um menino. Se chama Traves e o Liam e os pais dele já sabem.
- Não brinca! – Podia “vê-la” mudando de posição. – E ai?
- E ai que tudo está confuso. Os pais deles gostaram de terem um neto, mas o Liam não. Já brigamos todos os dias a cada segundo que nos encontramos. Eu me mudei para o quarto dele, reformamos um quarto para o Traves e os pais dele querem que nos casemos depois da formatura, mas eu tomei a decisão e propus um acordo com o Payne. Depois da formatura vou embora, com a condição de que não briguemos mais e que esqueça de nós dois. Mas não sei para onde ir.
- Porque fez isso?
- Estou começando a me apaixonar por ele. – Me deitei na cama derrotada.
- Jura que só percebeu agora?
- ... Que merda! Até que se admita para si mesma não é verdade, então... Eu não estou!
- Vai se enganando enquanto der amiga, porque eu sei que você nunca teria dormido com ele, se não gostasse dele. Aquela raiva toda, era amor.
- Para! Não era e... Quer me fazer chorar mais? Ele me odeia. Eu sou a puta golpista para ele.
- Você não é isso . E se quiser, pode vir morar comigo depois da formatura. Meus pais vão me dar um apartamento, então... A gente se ajeita.
Suspirei.
- Eu voltei à estaca zero. Aquela que tenho que fazer algo para sobreviver com Traves.
- Os pais dele vão concordar?
- Espero que meu argumento seja convincente. Mas... E a festa?
- Ah... Legal. O Frank veio falar comigo, e o Zayn viu. Ele brigaram e eu meio que disse que ele não tinha nada a vê com eu ter voltado com o Frank, nós discutimos e... Ele acha que tinha razão em tudo que disse e nós dois não temos mais volta. Ah, e o Frank acha que temos algo, mesmo depois de ter explicado que foi só para o Malik sair do meu pé.
- E foi legal?
- Não, mas já percebeu que de tanto contar uma mentira, ela se torna verdade?
- A mentira só adia a verdade. Acredita, porque eu sei.
- E você vai mentir para as pessoas mais uma vez.
Suspirei ela estava certa. O sujo falando do mal lavado.
- Nossas vidas são uma bosta mesmo.
- Amanhã passo ai para irmos juntas? Precisamos conversar mais.
- Claro. – O barulho da porta sendo aberta me fez encara-lo.
- Toma conta direito do meu afilhado e vê se não toma mais decisões precipitadas. Agora tenho que desligar, para meu dia depressivo.
- Vou cuidar e toma sorvete com chocolate que passa.
- Quer que eu engorde?
- Uma forma de fazer o Frank sair do seu pé.
- É, sorvete com chocolate é uma boa. – Ela riu. – Tchau, se poder aparece aqui.
- Tá. Tchau. Beijos e juízo.
- Está faltando. – Finalizou a ligação.
Ligação OFF:

- Quer falar com meus pais agora?
- Sei que quer se livrar de mim o quanto antes, mas acho melhor conta-los na ultima semana de aula, assim eles não podem tentar fazer com que eu desista de ir.
Liam assentiu.
- Se você cumprir com sua parte do acordo eu também faço o mesmo.
- Eu sei. É o que vou fazer.
- Mas... Enquanto isso, pode ficar aqui no quarto. Meus pais vão estranhar se você sair, e vão ficar enchendo meu saco. Acho que deveríamos agir como se tivéssemos concordado e quando nos formarmos você parte. – Assenti concordando com sua ideia. – Porque quer fazer isso? Eu achei que...
- Achou errado. Não quero dinheiro, ou te prender a mim, só fiz o que achava melhor, mas não era, porém nunca se é tarde para voltar atrás. Vou fazer o melhor para ele. Não quero que o Traves cresça em uma casa sem harmonia. Eu quero o melhor para o meu filho, e isso parece ser longe de você.

POV Liam

Escutar aquelas palavras de suas boca foram inesperadas, mas não me prendia pensando nisso, desde que no final tivesse minha vida de solteiro de volta. Como a teria, não me importava o que tinha de fazer.
- Também acho isso. – Confirmei com ela.
- Você ainda tem medo de ser pai né? – Ela sorriu. – Isso nunca passa, mas um dia você vai aprender o que fazer. – Suspirou.
Não a respondi, se é que aquilo precisava de uma resposta. só se virou ficando de lado e fechou os olhos. Ainda era à tarde, mas podia imaginar que não havia dormido depois de nossa briga na madrugada. A daria um descanso merecido, afinal ela tinha feito algo que não sabia como a beneficiaria, mas sabia como a mim e eu estava disposto a cumprir com o trato. Não brigaríamos mais e eu nunca mais a procuraria. Isso parecia fácil.

(...)

Enquanto terminava de me arrumar mais tarde naquela noite, havia saído do quarto sem me perguntar para onde eu iria. Pois bem. Eu estava indo a um pub com o Harry e o Zayn. Agora que o Malik estava solteiro e solto na pista, queria aproveitar e era por esse motivo que sairíamos os três, como de costume era todos os fins de semana, antes de tudo mudar.
Peguei as chaves de meu carro fechando a porta do quarto e descendo as escadas. Passei pela sala, sendo parado pela minha mãe.
- Aonde vai?
- Sair.
- A não vai com você?
- Noite dos garotos. – Respondi minha mãe.
- Aham... , vai se arrumar que você vai com ele.
- Na verdade Karen, eu vou para a casa de uma amiga minha, eu tinha combinado com ela então...
- Sendo assim querida, vai com o Liam que ele te deixa e te pega lá. Assim ele não chega depois das 3:00h da manhã em casa.
- É festa. Por que chegar mais cedo?
- Porque você tem aula. Se chegar depois das 2:00h eu tomo seu carro.
- Pode deixar mãe. Vamos ?
- Deixa eu só pegar a bolsa. – Ela falou subindo as escadas.
Em poucos segundos estava de volta e seguimos para meu carro. Dei partida e ela cruzou as pernas no banco em posição de índio. – Ela sempre fazia aquilo, e eu já havia notado.
- Vai para a casa da ?
- Vou. – Ela me olhou. – Antes que fale, eu não quero saber para onde você vai, só esteja aqui para me buscar não muito tarde e está tudo resolvido.
A olhei de relance, dando de ombros.
O resto do caminho, passamos sem surgir nenhum dialogo no carro. Até que estacionei o veiculo para descer.
- Entregue.
- Não me pegue tarde. – falou antes de descer.
Dei partida no carro novamente, indo direto para o pub. Sempre a mesma coisa de sempre. Aquela altura da noite já tinha pessoas extremamente bêbadas e se drogando. Fui até o bar onde enquanto bebericava um drink, uma garota se aproximou de mim.
Seus cabelos longos e loiros, faziam contraste perfeito com sua pele bronzeada artificialmente, e seu vestido colado acentuava suas curvas. Ela se aproximou de mim e foi quando pude notar seu grande decote em V.
- Quer dançar? – Ela me olhou mordendo o lábio inferior.
Sem responde-la, peguei sua mão a puxando para a pista. Quanto mais a dança ficava agitada, nossos corpos se colavam mais. Aquela garota que nem ao menos sabia o nome, cada vez mais se esfregava a mim e a cada música que passava, parecia que tudo contribuía para nossa aproximação.
Ela se inclinou para mim, iniciando um beijo sensual, que logo tomou mais proporção. Minhas mãos passaram para sua bunda a apertando e ela mordeu meu lábio inferior aprovando o movimento. Logo passou uma mão, acariciando o volume em minha calça.
- Podemos resolver isso... – Ela mordeu o lábio inferior.
Sorri sexy com sua proposta e segui com ela para o banheiro do estabelecimento.

(...)

- Porque não fica mais um pouco? – Ela me puxou mais pra si.
- Não posso. Quem sabe nos vemos qualquer dia?! – Falei colocando minha jaqueta. – Tchau. – Depositei um selinho em seus lábios me despedindo.
Sai do banheiro, passando pelo salão e seguindo para a garagem. Peguei meu carro dando partida para a casa da , que aquela altura a deveria está enlouquecendo. Assim que parei na porta, uma moto também estacionou, descendo um rapaz da mesma.
- Posso ajudar?
- Conhece os donos da casa? – O questionei.
- São meus tios, você deve está procurando a ?
- Não. A uma amiga dela.
- ? Acabei de deixa-la em casa. É sua namorada?
- Não. – Respondi querendo saber onde ele queria chegar.
- Ela já está em casa, então...
- Obrigada. – Respondi, voltando a ligar o carro e sair.
Em alguns minutos, lá estava eu adentrando a casa, da forma mais silenciosa possível para não acordar meus pais. Subi para meu quarto, percebendo a luz acesa do mesmo. – Então ela ainda não havia dormido.
Abri a porta entrando. Senti os olhos dela pesarem sobre mim.
- Assim que eu cheguei para te pegar, me disseram que tinha saído.
- Foi. – Respondeu breve.
Arranquei minha jaqueta do corpo, a jogando na poltrona perto da cama. Sem mais conversa, passei para o banheiro, me despindo, pronto para tomar um banho quente.
- Você está sentindo...? – começou, mas não escutei mais quando entrei dentro do chuveiro.
Assim que eu desliguei a ducha para sair do mesmo, a porta foi escancarada e se jogou no sanitário, vomitando. Peguei minha toalha colocando ao redor do quadril e fui até ela, segurando o seu cabelo, enquanto ela colocava tudo pra fora.
respirou fundo e lavou a boca depois de ter terminado e foi até o meu pescoço o cheirando.
- Cheiro de... Perfume feminino barato. – Ela se soltou dos meus braços se sentando ainda fraca no sanitário tampado. – Você transou com ela, não é?!




Capítulo 13



“Não é difícil tomar uma decisão, difícil é quando esta, escolha, não é a do seu coração...” - Lucas Magno B. Cardeal


POV

Ele não respondeu.
- Por favor, coloque suas roupas para lavar e suma com esse cheiro. – Me levantei do sanitário, ainda sem encara-lo. – Eu... Eu vou para... O quarto do Traves. Não vou conseguir dormir aqui com você.
- A gente não tem nada. – Aquelas palavras me atingiram em cheio.
Senti seus olhos em meu rosto, mas ainda não conseguia olhar para ele, com medo de que visse a tristeza em meus olhos.
Mas o que ele havia dito não era verdade? Não tínhamos nada. Eu tinha que me acostumar com aquilo e parar de agir como uma criança. Parar de sentir.
- Eu não disse que tínhamos, só não quero ficar aqui.
- Por que não?
Porque dói saber que você dorme com qualquer uma, sem se importar comigo. Mas como se importaria, se não sente nada por mim?
Droga. Não era para mim sentir também. Por que eu me importava? Merda! Esqueça.
- Por causa do perfume que está impregnado no quarto. – Menti descaradamente.
- Você nunca se importou quando eu dormia com outra. Você sempre soube que eu faço isso.
- Verdade e não me importo. É só por causa do perfume mesmo. – Falei já saindo do banheiro, antes que as lágrimas descessem de meus olhos.
Ele me segurou pelo braço. Assim que seu toque aqueceu a minha pele, ele afastou a mão. E isso doeu também. Será que me tocar era tão desagradável que o fazia se retrair?
- Eu não me importo com quem você transa, Liam. É serio, mas me deixa sair daqui. – Sorri amarelo o encarando pela primeira vez na noite.
Sai do quarto, indo para o quarto do Traves, onde me sentei na poltrona, sentindo as lágrimas inundarem meus olhos. Eu era burra. Tão burra ao ponto de saber o que ele fazia e ainda me decepcionar. Eu o conhecia tão bem, sabia o que faria e mesmo assim cai.
Embora desejasse esvaziar completamente minha mente, percebi então que precisava admitir que estivera mentindo para mim mesma todo aquele tempo.
Eu gostava daquele imbecil. Estava apaixonada por ele, que não merecia uma lágrima que estava derramando. A única coisa que queria minha, era que eu fosse embora e levasse nosso filho comigo.
Eu percebi tarde demais que não se tratava de desejo. Antes que eu percebesse, tinha caído gradativamente nos braços dele. Eu estava completamente apaixonada e já era tarde para sair daquilo. Sempre o amei sem perceber, o que de fato existia. Agora eu era mais uma presa na armadinha do amor... Na armadilha dele, e não sabia mais como sair, sem me machucar.
Por que eu me apaixonei logo por ele? Fiz de tudo para isso não acontecer e lá estava eu, chorando por ele. Limpei meu rosto, decidida a superar, a tentar não me importar mais com o que ele fizesse. Seguir em frente e tentar não ser atingida pelo que ele faria daqui em diante.
Daqui a dois meses eu iria embora, esse era nosso acordo e tudo terminaria. Era assim que seria. Mas o que esperava era que com o tempo me acostumasse a ideia de conviver com o Payne esses dois meses e não me derretesse em choro, a cada burrada que fizesse.
Me levantei da poltrona, e fui até o banheiro. Me olhei no espelho. Meus olhos estavam levemente avermelhados e inchados, denunciando meu choro. Não sairia dali até que aqueles vestígios de choro saíssem de meu rosto. Afinal, eu havia dito não me importar. Era impressionante o quanto o homem não percebia uma mentira de uma mulher.
Eu não o queria vê, pelo simples fato, de lembrar da sensação quando senti aquele cheiro em seu pescoço. A repulsa se instalava em minha pele arrepiada. Como aquele cheiro me enojava e me deixava mal.
Balancei a cabeça a fim de tirar aquele pensamento de minha mente. Lavei meu rosto, limpando os últimos vestígios de lágrimas. Peguei um livro que havia deixado no quarto do Traves e voltei à poltrona, abrindo a primeira pagina.
Passaria o resto da noite sem dormir, pela falta de espaço, então pelo menos teria a companhia agradável de O Guardião.

POV Liam

O que havia acontecido aquela noite? Ela nunca se importou e agora... O jeito como agiu... Havia sido estranho. Poderia jurar que ela estava magoada. Não, talvez não.
Fui até o closet trocando de roupa. Me questionava se deveria ir atrás dela, quando fui vencida pela vontade. Abri lentamente a porta do quarto do Traves, a vendo deitada na poltrona com um livro em mãos e o abajur ainda ligado, porém dormia. Denunciando que ela tinha adormecido no meio da leitura.
Me aproximei dela a pegando no colo. Não poderia deixa-la ali. Quando ela acordasse amanhã mais cedo, estaria mais cansada do que quando foi dormir e com as costas doendo.
Levei-a até o meu quarto, a deitando na cama. parecia tão calma e descansada, que nossos problemas pareciam nunca terem ocorrido. Me deitei ao seu lado, de frente para a mesma. Seu semblante calmo era como um imã para olha-la por horas.
se mexeu indo para mais perto de mim, encaixando sua cabeça em meu ombro. Por instinto a aninhei em meu braço sentindo seu perfume invadir meu nariz.
Seu cheiro tão doce... Era completamente diferente do cheiro das outras. Era um cheiro inebriante para mim, e poderia passar horas ali, o sentindo.
Fechei meus olhos, sentindo a sensação boa de a ter ali, podendo sentir seu perfume, que me embalou durante toda a noite.
Droga. O que estava acontecendo comigo? Mas mesmo que eu quisesse, não conseguia afasta-la. Era impossível.

(...)

Abri meus olhos quando o celular despertou. permanecia no mesmo lugar, coçando os olhos. A olhei, a vendo me encarar assustada, enquanto olhou para seu corpo, para ter a certeza de que estava vestida. Aquilo me fez querer rir.
- Relaxa, eu só te trouxe porque você tinha adormecido e pensei que acordaria toda quebrada no outro dia.
- Obrigada – Falou se afastando. – Eu vou tomar banho primeiro. – Finalizou indo para o closet.
Me espreguicei enquanto a via ir para o banheiro com a sua roupa.
- Não demora. – Pedi.
- Pode deixar! – Ela gritou já do banheiro.
Enquanto a esperava sair continuei deitada na cama, por incansáveis minutos.
- Payne, fecha os olhos que eu esqueci minha blusa.
- Eu já te vi com muito menos que um sutiã. – Olhei para a porta do banheiro, onde permanecia com a cabeça para fora.
- Fala sério...
- Eu pego pra você. Onde está?
- No closet no primeiro cabide.
Me levantei indo pegar a tal blusa.
- É essa? – Falei me aproximando da porta.
- Essa mesmo. Me dá.
Estendi para ela que precisou soltar a porta para pegar, deixando que eu visse seu corpo coberto por apenas uma lingerie vermelha.
Naquele instante a ideia de pegá-la e joga-la na cama era inexplicavelmente boa em minha cabeça.
Empurrei o resto da porta, a deixando completamente visível. Era impressionante como mesmo estando grávida continuava linda.
- Se quer tomar banho, avisa para que eu saia. – Falou passando por mim, enquanto se cobria com a toalha.
Segurei seu braço a impedindo de continuar o trajeto. me olhou e eu a empurrei até a parede, fazendo com que a mesma soltasse a toalha de seu corpo.
Ela estremeceu com o contato de sua pele na parede gélida, enquanto não quebrávamos o contato visual um no outro. me olhava com terríveis interrogações e eu não me importava com nada. Naquele momento a única coisa que me importava era em a ter. Aproximei meus lábios de seu pescoço, depositando chupões e beijos até seus seios. permanecia com a boca entre aberta aproveitando a sensação, enquanto eu depositava caricias em seu pescoço completamente exposto a mim.
Minhas mãos foram para sua cintura a apertando mais contra mim, a sentindo em contato comigo. Ela deixou um pequeno gemido escapar de seus lábios. Aquilo me fez sorrir.
Nossas peles roçando uma na outra, tudo que estávamos fazendo naquele exato momento era como se o tempo estivesse parado para que não passasse, só para o aproveitarmos cada vez mais.
Subi com meus beijos até seus lábios, começando um beijo intenso e ardente. Suas mãos contemplaram meu corpo com desejo e quanto mais ofegantes ficávamos, mais eu queria a ter. Seu semblante carregado de vontade, só me convencendo mais do que eu queria. Satisfazer nós dois. O desejo ali era mais que presente.
Dei impulso e enlaçou as pernas em meu quadril. A desencostei da parede a levando para minha cama, a deitando delicadamente. Nos encaramos por minutos incansáveis, apreciando um ao outro. Voltei a depositar beijos de sua barriga a seus lábios iniciando um beijo calmo, a vendo se arrepiar por completo em cada movimento meu. Desci com minhas mãos para o fecho do seu sutiã, a sentindo estremecer embaixo de mim.
Seus lábios macios trataram de aprofundar o beijo, enquanto minhas mãos terminavam de desabotoar o seu sutiã enquanto as dela nos separavam relutantes.
- Por favor... – falou entre o beijo. – Não faz isso.
Parei sem terminar de desabotoar a olhando confuso.
- Não comigo. Por favor, eu não posso... – Ela sussurrou.
- Porque não? – Voltei a me aproximar dela, colando nossas testas.
- Você... – Ela parecia derrotada.
levantou o olhar me encarando.
- Pra você é fácil. Pra mim... – Suspirou. – Vamos ser só o que tivermos que ser até esses dois meses. Eu vou embora Liam e isso é para ser fácil. - Ela se desvencilhou de mim.
- O que quer dizer com isso? Que vou me apaixonar por você?
- Não. – aquela altura já se levantava da cama ajeitando o sutiã.
- Que você vai se apaixonar por mim?
Ela não respondeu.
- É melhor não nos aproximarmos mais que o necessário. Temos um acordo até os próximos dois meses, e pretendemos cumpri-lo. Agora vai tomar seu banho.
Me levantei da cama, seguindo para o banheiro sem entender muita coisa dali. Mas ela estava certa em não nos aproximarmos, para ela não sair na pior. Eu não a queria em minha vida, além de diversão não era? Então porque me incomodava se iria machuca-la?

POV

A maquiagem perfeitamente básica ajudava a disfarçar a dor que estava sentindo em meu peito. Como doía saber que ele só me queria para uma coisa... Mas eu tinha que continuar com o que havia decidido. Não poderia me agarrar mais a ele, caso o contrario, sofreria mais e mais... Liam era um abismo de sofrimento para mim e eu não podia me deixar cair.
- Vamos? – Ele apareceu me olhando na porta do banheiro.
- Eu não vou com você. A vem me buscar hoje. – Respondi dando uns últimos toques no cabelo.
- Mas vai voltar comigo?
- Algum problema? – O encarei.
Éramos mestres em fingir que nada aconteceu, quando tinha acontecido.
- Eu vou para o boxe quando sair da escola, mas posso te deixar aqui antes.
- Não. Eu volto com a , sem problemas.
A buzina de um carro fez com que nós dois parássemos de nos encarar.
- Tenho que ir. – Falei para que ele saísse da porta.
Payne afastou para que eu pudesse passar.
- Vai querer continuar com nossas aulas de boxe?
- Não. A médica disse que depois dos quatro meses não era bom arriscar, então vou parar logo agora. – Peguei minhas coisas. – Tchau.
Me despedi descendo as escadas. Alguma coisa me dizia que eu teria que começar a dar meus pulos para não cair na tentação Liam.
Entrei dentro do carro da minha amiga.
- Hey...
- Oi amor. – falou dando partida no carro. - Novidade?
Revirei meus olhos.
- Era tão bom quando era fácil resistir a ele...
- O que você fez ?!
- Quase, quase... Mas não deixei acontecer. Esses dois messes vão ser longos... Porém e você?
- Depois que você saiu lá de casa, o Frank me ligou e... Ele me chamou para sair. E eu aceitei.
- VOCÊ O QUE? – A encarei perplexa. – E o Zayn? E aquele fogo que você tinha por ele no começo do ano?
- Ele não merecia. – Deu de ombros.
- E você merece o dele? Desculpe amiga, mas você está agindo como uma puta. Você gosta do Malik. Ele errou? Tudo bem... Todo mundo erra, mas vocês já tinham terminado mesmo, então ele não te chifrou, mas você sabe que se voltar com o Frank, Zayn nunca, jamais vai te perdoar né?!
- Eu sei... Mas...
- Mas nada. Deixa o orgulho de lado, quem ama,tem que correr atrás antes que perca para sempre.
- Ele não quer mais nada comigo. Ele acha que eu o trai com o Frank.
- Tenta. Se ele não quiser, pelo menos você tentou.
Ela suspirou.
- Tudo bem, falo com ele depois. Agora vamos? Temos uma aula chata para assistir.
E foi naquele instante que percebi que havíamos chegado na escola. Desci do carro com minha amiga e enquanto caminhávamos pelo corredor, algumas garotas me olhavam de relance. Sim, elas haviam percebido. Minha barriga estava um pouco maior. A gravidez vinha avançando e ficava cada vez mais difícil esconder. Só não venham me perguntar se é porque estou comendo muito.

POV Liam

- Não esqueçam o trabalho! - Sra. Jones relembrou, enquanto os alunos saiam da sala.
- Até você Harry? Logo você? – Zayn criticou nosso amigo, guardando suas coisas.
- É só sair Malik. Não vou colocar uma coleira como vocês.
- Começa assim... – Zaza começou.
- É o Hazza. Não tenho tanta certeza que isso vai acontecer. – Sorri.
- Zayn, será que a gente pode conversar?
Me virei encarando a que olhava meu amigo.
- Não temos o que conversar. – Malik foi curto e groso.
- Zayn... – Ela o chamou.
- O que você quer? Não entendeu? Quer que desenhe?
Ela respirou fundo.
- Você quis falar comigo e eu te ouvi. Por favor, me escuta.
- Eu já consegui o que queria de você. Agora, perdi o interesse. – Ele a olhou com desdém. – E ai? Vamos lá pra casa hoje? – Ele a ignorou.
- Você quem sabe Malik. – saiu de perto da gente, saindo da sala com o ar de quem não se importava, quando era visível em seu olhar o quanto estava magoada.
- Uh... Alguém está definitivamente solteiro.
- Cala a boca Styles. – Zayn estava irritado.
- Deixa as garotas para lá. É melhor irmos comer. – Dei a ideia.
Enquanto entravamos no refeitório, o silencio se instalou no mesmo, enquanto todos nos olhavam para o Zayn. Passamos para a fila para pegar nossos pratos, mantendo uma pausa em nossa conversa. Coloquei minha bandeja na mesa, sendo acompanhado pelos meus amigos.
- Cadê o Niall? -Questionei.
- Está com a gata. – Harry respondeu. – Assim como o Louis.
- Finalmente você aceitou. – Zaza o fitou.
- Eu tenho outra escolha? Se ela quer namorar um dos meus melhores amigos, não tenho o que fazer.
- É brincadeira! – Malik reclamou, não prestando mais atenção na conversa de nosso amigo.
Me virei, olhando para a mesma direção que ele. Ali estava o problema. se soltou de Franck e se aproximou dela, a puxando. A mesma se desvencilhou da amiga e voltou para perto do ex, que agora parecia ser atual.
Zayn bufou puto da vida.
- Relaxa cara, você já sabia que eles tinham voltado. Ela te disse. Talvez só quisesse te explicar isso á pouco.
- Eu sabia que eles tinham algo. – Ele se levantou saindo.
- Ele está puto com ela.
Harry assentiu e voltou a comer a sua pizza. Como ele, voltei a me concentrar no meu prato.
Logo o sinal tocou, indicando mais um inferno de aula a seguir. Nos levantamos e eu segui para a sala de geografia, que estava parcialmente lotada, antes do professor chegar. Todos os alunos conversavam e assim que eu a vi, as lembranças de mais cedo, invadiram minha mente.
estava conversando com a Rebecca distraída, enquanto sem perceber passava a mão na barriga.
Naquele instante uma corrente de medo percorreu meu corpo. Será que até a Rebecca já sabia? Mas havíamos feito um trato de que...
- Sentem todos. – Sr. Hall entrou.
Me direcionei a minha carteira e dali comecei a observa-la. sorria de um jeito apaixonante, e seus olhos estavam brilhando. Então ela olhou para a barriga, como se estivesse acabando de se tocar do que estava fazendo. Seu olhar passou para ternura e ela afastou a mão delicadamente.
Sorri ao vê seu comportamento e então ela se virou me encarando em cheio, percebendo que eu a encarava. Continuamos assim, fazendo contato visual, até ela desviar como se aquilo nunca tivesse acontecido.

POV

- Obrigada . Mas lembra do que conversamos.
- Certo , você está certa. Eu só pensei em dar uma chance ao Frank. Mesmo o Zayn estando chateado, não era desculpa para me tratar daquela forma na frente dos amigos dele. Me magoou. Não que eu estivesse certa em ter dito que voltei com meu ex, quando era mentira. Mas quando ele me tratou daquela forma, só quis fazer ciúmes a ele. Porém acho que acabei dando falsas esperanças ao Franck. Mas sei que não posso fingir gostar desse quando não gosto ou não tem mais nenhuma chance. De qualquer forma, não se preocupa mais com isso. Prometo não fazer mais ciúmes ao Malik assim.
- Finalmente entrou algo nessa sua cabecinha!
- Cala a boca. – Ela sorriu. – Nos vemos amanhã?
- Sempre. Tchau. – Depositei um beijo em sua bochecha e sai do carro.
Entrei dentro de casa, sendo chamada pela Karen.
- , chegou?
- Aham. – Respondi me direcionando a cozinha, onde ela estava.
- Querida, comprei algumas coisinhas para o Traves. Deixei no quarto dele. Depois olha se gostou.
- Olho sim, e obrigada. Quer ajuda? – Mudei de assunto.
Como explicar a ela que eu tinha feito um trato com o filho dela de ir embora daqui a dois meses?
- Claro. Coloca a mesa para mim, que o Golf vem almoçar.
- Ele voltou hoje para o emprego né?!
- Por isso que estou fazendo o prato preferido dele.
Sorri, pegando tudo que precisava para colocar a mesa.
Eu gostava muito daqueles dois, e em dois meses os deixaria para seguir o que tinha prometido ao Payne. Mas nunca havia me ocorrido que seria difícil dizer adeus aquela família que até agora, só conhecia a pouco mais de um mês, mas que já tinham ocupado um lugar especial em meu coração e vida.
Antes eu só pensava em tomar cuidado para não me apegar mais ao filho deles, porém eu já havia feito isso com seus pais. Como seria agora? Eu seria capaz de decepciona-los para seguir uma promessa?
- Querida, quando terminar pode subir e descansar. Eu só vou almoçar quando o Golf chegar, mas você pode comer agora se quiser. O Liam chega daqui a pouco. Pode esperar por ele se preferir.
- Eu vou olhar o que você trouxe para o Traves e depois almoço.
- Você quem sabe o que é melhor meu bem. Eu vou tomar um banho antes dele chegar.
- Tá.
Enquanto Karen saia eu terminava de colocar a mesa.
Subi as escadas, indo para o quarto do meu filho. Entrei no mesmo encontrando várias sacolinhas em seu berço. Fui até elas tirando o que tinha dentro.
Vários sapatinhos, chapéus, goros, luvas, meias, calças, bermudas e camisetinhas, mas uma me chamou mais atenção. A qual dizia “Bad boy como meu pai”, que me fez suspirar e meus olhos marejarem.
Passei a mão em minha barriga o sentindo chutar, como se estivesse sentindo tudo que eu naquele instante.
- Você não tem culpa de nada. Fui eu quem fiz a besteira, mas é você quem vai pagar meu amor. Me desculpa, por talvez fazer a coisa errada mais uma vez, porém eu prometo que eu farei de tudo para você ter a melhor vida que puder, e eu te darei todo o amor que eu tiver. Isso é uma promessa.
Ele chutou em forma de resposta e eu enxuguei uma lágrima solitária que desceu em meu rosto.
Dobrei suas roupinhas e as guardei, enquanto continuava a fazer um carinho em minha barriga. Parei no espelho fazendo o contorno da mesma, enquanto a segurava.
Sorri.
Cada dia ele estava maior e tão perto de estar em meus braços. Não tardaria muito para isso e eu mal podia esperar para tê-lo, mesmo que o criasse sozinha.
- Você se tornou tudo para mim, só espero que entenda tudo que eu fiz e as más escolhas que provoquei.
- Eu sou uma delas.

POV Liam

Entrei em casa, subindo as escadas, louco para tomar um banho quando a vi olhando para o espelho, enquanto falava com a criança e acariciava a barriga. - Aquilo já se tornara frequente de vê. E pelo incrível que pareça, era bom.
- Você se tornou tudo para mim, só espero que entenda tudo que eu fiz e as más escolhas que provoquei.
Aquelas palavras foram jogadas sem intenção em minha cara e, a angustia que as carregavam me atingiu em cheio.
- Eu sou uma delas.
se virou me encarando.
- Liam... – Ela passou as mãos nos cabelos. – O almoço já está na mesa, se quiser comer. – Tentou mudar de assunto.
- É melhor para ele só ter você como mãe.
- Por favor... Eu também pensava assim, mas... – Ela se sentou na poltrona enterrando o rosto nas mãos. – Por Deus, você não se importa.
Me aproximei dela, me encostando no berço, onde percebi ter uma camisetinha com a frase “Bad boy como meu pai”. Ri com aquilo.
Ela me olhou confusa. Peguei a pequena camisa a estendendo, mostrando a frase.
- Sua mãe quem comprou. – Sorriu. – Pode guardar para quando tiver um filho. Eu não pretendo levar.
A encarei pensando naquelas palavras ditas há pouco. E foi quando lembrei do nosso acordo. Esse filho não seria meu. Mas... Só talvez ele já...
- Leve pra ele.
- Não posso.
- Por que não? Ele é...
me encarou com duvida, esperançosa.
- Não. Desculpa. - Deixei a roupinha no berço e segui para o meu quarto o mais rápido que podia.
Tranquei a porta esmurrando a mesma. – Droga, o que estava acontecendo comigo ultimamente? Por que eu estava tão diferente? Me sentia diferente e cada vez mais, aquela criança me interessava mais. – Balancei a cabeça, afim de tirar aquelas ideias na cabeça.
Precisaria de um banho para levar consigo tudo que estava pensando. Me despi e fui ao banheiro onde entrei no chuveiro, sendo embalado pela água morna.
Deixei os pensamentos de lado, mantendo minha mente em branco, afim de que minha cabeça não fosse invadida por questões que não queria discutir comigo mesmo. Aquele era o momento que eu teria que deixar de constatar decisões. Parar de pensar, unicamente em minha vida.
Sai do banheiro, com a toalha em minha cintura. Assim que cheguei ao meu quarto, escutei o toque do meu celular. O peguei, atendendo-o.

Ligação ON:
- Alô?
- Hey dude! O que acha de sairmos hoje?
- Para o pub do John?
- Foi o que pensei.
Aquilo sério bom, para tirar todas as ideias de minha mente.
- Marcado Malik. Ás 21:00h?
- É. Passa aqui? O meu carro está no mecânico.
- Ok. – Fui até o closet.
- Ótimo. Hoje estou afim de pegar umas.
- E isso não tem nada a vê com a né?! – Ironizei.
- Não! Eu já esqueci. É passado. Se ela quer ficar com o Franck, foda-se.
- Tudo bem então. Nos vemos mais tarde.
- Tchau cara.
Ligação OFF:

Desliguei o celular e peguei uma roupa a vestindo.
Desci as escadas, indo até a sala de jantar. Minha barriga aquela altura já reclamava de fome.
Enquanto fazia meu prato, meus pais desceram a escada.
- Filho, o que acha de trabalhar na empresa onde trabalho?
Me virei encarando meu pai. – Mais aquela?
- Não obrigada. Não faz o mel forte.
- E o que você pretende fazer Liam? Daqui a menos de dois messes vai terminar a escola e daqui a cinco será pai, então terá que assumir sua família. – Revirei os olhos.
Essa conversa de novo não... Eu estava cansado da minha cabeça raciocinar mil coisas ao mesmo tempo, e ainda servir de marionete, onde todos menos eu tinha o direito de escolher o que iria fazer da minha vida.
- Depois penso nisso. Podemos comer? – Falei me sentando a mesa.
passou pela mesma, e esse foi o motivo para meu pai voltar a falar.
- deve concordar comigo.
- Sobre? – Ela questionou meu pai, parando antes de sair,
- Que o Liam tem que arrumar um emprego para sustentar vocês. Ele será pai e marido daqui a alguns messes.
Ela parou me olhando.
- Vocês pretendem se casar né?
- Querido, a escolha é deles, não nossa.
Sem olhar para minha mãe, a única pessoa que eu esperava uma resposta era da , que não parava de me encarar. Ela negou com a cabeça.
- Acho que somos novos demais para casarmos. – Ela desviou o olhar para minha mãe. – Entendam... Eu não quero em casar com 17 anos. Imagino que o Liam também não.
- Vocês querem que meu neto cresça sem estrutura?
- Golf não é isso. – Minha mãe insistiu.
- Pai, só porque não vamos nos casar, não significa que ele não terá estrutura. Caramba! Estamos fazendo tudo que você quer. Só não vamos nos casar. Não quero nada disso! – Me levantei da mesa.
- Mas você não tem mais querer. Essa criança é meu neto e você vai cuidar dele por bem ou mal. Vai tratar a mãe do seu filho com respeito e vai cuidar dos dois.
- Liam, eu sei que você nunca quis nada disso meu filho, mas achei que já estávamos conversados. Mesmo que você não queira, é meu neto e eu não vou deixar a nessa sozinha.
- Vocês sabem meu pensamento sobre isso. Só quero que me deixem em paz com tudo isso. É filho pra cá e pra lá... Porra! Eu quero ser um adolescente normal! Me deixem tomar minha decisões sozinho!
Será que era impossível para todos perceberem a confusão em minha mente?
- Você não é maduro o suficiente.
- Que inferno! Mas sou maduro para casar? Que irônico!– Me levantei da mesa.
Sai dali com passadas fortes e largas, subindo as escadas e entrando em meu quarto tão rápido quanto nunca. O silencio havia durado muito pouco.

POV

O clima lá embaixo pesou e eu não sabia simplesmente se devia voltar ao quarto do Payne ou não. Como ele parecia bem irritado, não queria que discutíssemos mais uma vez, mas sabia o que era o certo a fazer.
Subi as escadas e bati duas vezes na porta, para que pudesse entrar.
- Se veio até aqui encher meu saco... – Informou enquanto eu entrava.
- Ei... Não vim fazer nada disso. Demos uma trégua lembra? – Me sentei a cama ao seu lado. - Hey... Achei que já estávamos decididos, não?
Ele me olhou.
- Payne relaxa, nosso acordo ainda será cumprido. Não há necessidade de você ficar assim. Eles não sabem disso, por isso que seu pai falou aquilo.
- Tudo bem, você está certa. – Passou as mãos nos cabelos. – Eu sei de tudo isso, mas quando ele não me deixa tomar uma decisão...
- E não é o que você está fazendo? – O interrompi. – O acordo é o oposto ao que seu pai te mandou fazer.
- Ele... É. – Me olhou.
A dúvida era presente em seu olhar, e naquele instante notei o quanto tudo nele estava bagunçado.
- Tudo se resolverá Liam. Cedo ou tarde. – Me levantei. – Bem, mas te deixarei só para pensar um pouco.
- , por que se importa comigo?
Sorri.
- Eu não... Eu não sei. – Menti.
Era evidente que eu sabia, mais que qualquer coisa. Não sabia como deixar de me importar, ou de sentir aquele sentimento que queimava em meu peito. Acredite, se fosse possível já o teria parado de sentir.

(...)

Abri meus olhos, percebendo que havia adormecido. Me levantei espreguiçando-me. Meu corpo estava dolorido pela posição que havia dormido, mas nada muito preocupante.
A luzes foram acesas fazendo meus olhos arderem com a claridade. Misquei algumas vezes, até que os mesmos se acostumassem.
- Desculpe, não pretendia te acordar. – Encarei o mesmo que se desculpava.
Liam estava muito bem vestido com sua calça jeans e camisa verde que se modelava em seus braços musculosos e bíceps. O olhei, sentindo o cheiro delicioso de seu perfume irradiar. Seus cabelos bem arrumado e seus olhos faziam um contraste perfeito em si.
Mordi meu lábio, segurando a vontade de perguntar para onde o mesmo iria. Eu não tinha o direito de saber, mesmo que aquilo me corroesse.
- Eu vou voltar tarde.
- Eu sei. Quando você não volta? - me sentei na cama.
Aquela pergunta não precisava de uma resposta e ele sabia disso.
Payne saiu fechando a porta atrás de si.
Rolei na cama suspirando e sentindo seu perfume ainda apresente no quarto.
Às vezes eu queria fugir de tudo aquilo naquele mesmo instante. Ir embora para não gostar dele e sofrer por isso, mas então eu me deparava com as consequências e me arrependia. Pensava na Karen e Golf, mas iria decepciona-los de qualquer forma... Porém afinal, o que era mais importante ou mais certo a fazer? Sempre o que fazia depois me arrependeria e eu tinha que parar de agir com a emoção, ou por momento.
Eu estava tão confusa comigo mesma sobre aqueles sentimentos e desesperada por coisas boas em minha vida, que aquela altura já imaginava não ser possível ocorrer, em tal furacão que tinha me metido.
Meu celular tocou me despertando do meu mundo de sentimentos confusos, que agora me prendia com frequência.
O peguei, vendo que era a minha amiga. - O que ela poderia querer?

Ligação ON:
- Alô?
- Já está pronta?
- Pra? - Tentei me lembrar de algo que havíamos combinado, mas nada.
- Você tem que ir comigo... Me dar uma força. - Insistiu. - O Franck me chamou para ir ao pub do John e eu disse que estava com você. Então ele disse que você poderia ir e insistiu tanto... Já está na hora de dizer a verdade a ele e preciso de você lá.
- , o que eu vou fazer gravida de quatro meses e meio em um pub?
- Ajudar a sua amiga que se meteu em uma encrenca a explicar ao ex que todos acreditam atual, que eles não tem como ter mais nada.
- ...
- Já estou saindo de casa. Se fosse você se arrumava logo. - Desligou.
Ligação OFF:

Aquilo só podia ser brincadeira! Me levantei da cama, indo para o banheiro onde fiz minha higiene pessoal e sai do mesmo passando direto para meu closet.
Escolhi um vestido preto solto, que não marcaria a barriga, que aquela altura já se desenvolvia. Sequei os cabelos fazendo um penteado simples e uma maquiagem esfumando os olhos, perfeita para a noite. Calcei os sapatos e passei o perfume, me olhando no espelho. Magnífica.
Meu celular tocou e não atendi, já sabendo que era a que havia chegado.
Sai do quarto, descendo as escadas com cuidado para não fazer barulho. Abri a porta de casa e sai, avistando logo o carro da minha melhor amiga. Entrei no mesmo e ela deu partida antes mesmo que eu falasse qualquer coisa.
- Eu só posso ser uma amiga muito boa...
- Você vai é me agradecer por também está saindo de casa. Não é só o Liam que tem esse direito.
- Não é competição, tá?
levantou as mãos em forma de redenção.
- Já pensou em como vai fazer?
- Pra ser sincera? Não.
- Que eu me lembre... Ele não gosta muito de ser rejeitado, então toma cuidado.
- Pode deixar. - Estacionou o carro. - Agora vamos que a guerra me chama.
Sai do carro e junto com a entramos no pub, que como sempre... Já tinha gente bêbada, fumando... E fazendo coisas que não deveriam em público.
- Eu vou tomar algo e você fica comigo tomando um refrigerante. - Minha amiga me carregou para o bar. - Um drink e uma Coca.
- A noite vai ser longa... E seu boy está vindo aí.
- . - Ele sorriu cafajeste. -, como vai?
- Bem. - Sorri. - E você?
- Melhor agora. - Franck olhou diretamente para o decote da minha amiga.
Pagamos e eles começaram a conversar casualmente. Desviei meu olhar para a pista, sem prestar muita atenção quando vejo o Zayn dançando com uma garota. - Merda! Aquilo não ia terminar bem.
- Vamos...
- Agora não.
- Agora o que? - Olhei para minha amiga, tentando tampar sua visão.
- Dançar. - Franck respondeu.
- Agora? Não... A pista está muito cheia...
- Não me parece... - E ela viu.
Merda. Parabéns Malik.
- Me parece ótima. Por que não vamos agora Franck?
Sem ele entender sua repentina mudança, foi com ela até a pista, dançando bem próxima do Zaza. - Aquilo iria dar bosta.
- Aceita um drink? - Era só o que me faltava.
- Obrigada, mas não bebo. - Me virei encarando um jovem loiro de olhos verdes e pele bronzeada.
Sua camisa se acentuava em seus braços musculosos e tinha que admitir que ele era gato.
- Que pena. Mas um refrigerante?
- Quando acabar esse. - Sorri.
- Donne. Prazer.
- .
- Veio sozinha ?
- Com uns amigos.
- Ah... Quer dançar?
- Claro. - Seguimos para a pista.
Tentei dançar da melhor forma que podia sem extrapolar demais, enquanto olhava minha amiga que perecia fumaçar pelas narinas assistindo ao Zayn com outra garota.
- Você é linda sabia? - Donne me acordou de meus devaneios.
- Obrigada. - Sorri mais preocupada com outra coisa, do que flertar.
- Aconteceu algo? Parece não está muito interessada.
- Não é isso. Que tal me comprar aquele refrigerante agora?
Ele assentiu e se afastou. Segui para minha amiga puxando seu braço.
- Se controla!
- Eu estou controlada! Vou beber até um pouco mais...
- Só não usa o Franck, . Ele vai perceber.
- Perceber? Eu vou matar meu ex. na unha! - Se afastou de mim indo para perto do Franck e o puxando para si, para bem mais perto do Malik.
Bufei e fui ao bar, encontrando o Donne.
- Sua bebida.
- Sinto muito. Você deve está achando um porre está aqui comigo. Quando eu estou mais é para conselheira do que qualquer outra coisa.
- Não faz mal. - Ele se aproximou quase ao ponto de me beijar.
- ? O que você está fazendo aqui?

Até aqui betada por: Clara


Capítulo 14

“Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor.Que tem que ser vivido até a última gota.Sem nenhum medo. Não mata.” - Clarice Lispector.


Liam’s POV

Me direcionei para o bar quando vi conversando com um cara que estava quase a beijando. O que ela fazia ali?
- ? O que você está fazendo aqui?
- Liam? Eu vim com a .
- Nessas condições? - Encarei sua barriga.
- Eu não estou doente, tá? Fala como se importasse.
- Você está doente? - O cara que estava perto dela me olhou.
- Não. - Ela respondeu.
- Ela está gravida. - Aquilo foi o suficiente para ele se afastar.
- Eu tenho que... Eu vou no banheiro. É, isso mesmo. – Falou, se afastando.
- Sério, Payne? Ah, obrigada por acabar com a minha noite. Quer um megafone pra gritar? Melhor! Conta quem é o pai também, assim todo mundo fica sabendo e a merda da sua liberdade vai pro chinelo, seu imbecil. - Ela colocou a Coca no balcão e tentou sair, mas eu segurei seu pulso.
- Você está grávida. Não era para estar aqui.
- Então só quem pode se divertir é você? Eu não posso?
- Não é isso, é que...
- Merda! Depois conversamos. - se afastou de mim, passando pela multidão.
A segui, indo para uma parte mais reservada do pub. O local onde tinha quartos, e me questionei porque ela estaria indo para lá. Puxei seu braço, tentando impedi-la.
- O que você pensa que está fazendo?
- Tentando impedir minha amiga de ser estuprada ou agredida e quem sabe, uma briga.
- Do que você está falando?
Ela passou as mãos nos cabelos, nervosa.
- O Zayn estava dançando com uma qualquer. A usando o Franck para fazer ciúmes ao Malik e vice versa. Franck percebeu e a arrastou da pista à força. Zaza viu e foi atrás deles, e se você me deixar ir, podemos impedir um crime.
Porque isso só acontece quando ela está por perto?
- Que merda! Vamos.
Adentramos mais o corredor. Escutando uma conversa alta.
- Me solta,Franck! Eu não vou! Me larga! Você está me machucando... Eu não vou pra nenhum canto com você! - O medo era estridente na voz da .
- Você acha mesmo que vai ficar por aquilo?
- Solta ela!
Franck riu.
- É melhor você não se intrometer,Malik.
- Tarde demais.
gritou e eu e a aceleramos o passo, encontrando os dois entre murros. - Como eu afastaria os dois sozinho? Afastar? Não... Eu iria ajudar o meu amigo.
- Liam, afasta eles! - pediu.
- Franck, solta o Zayn! Parem! Deixa ele! Parem antes que o segurança chegue! Que merda!
- , é melhor você ficar quieta. - insistiu.
- É melhor vocês duas saírem daqui, antes que isso fique feio.
Antes que eu pudesse olhá-las, senti alguém me pegar por trás. Com um movimento rápido, me desvencilhei do cara que segurava minha camisa, o empurrando para longe.
Já o tinha visto antes. Luke, o amigo do Franck. Investi um soco contra ele, o atingindo. Luke me olhou com raiva e tentou me dar um murro, que me esquivei para escapar. Mas antes que pudesse investir novamente, senti uma pressão em meu olho esquerdo, que me fez cambalear um pouco.
Me recuperei e com um golpe meu ele caiu no chão. Luke se apresou para se levantar, mas fui mais rápido sentando em cima dele, enquanto depositava socos no mesmo.
- Parem com isso agora! - Senti alguém me puxar, me tirando de cima dele.
Quando encarei quem era, foi fácil reconhecer o John e uns de seus seguranças, que apartaram o Malik e Franck.
- Não quero nenhum dos quatro metidos em confusão aqui. Se isso acontecer, nem sonhem em aparecer nem que seja para comprar uma água. Estamos entendidos?
- Não foi nada John, só os ânimos que aumentaram.
- Sei... Estão avisados. Agora deem o fora daqui.
Me endireitei, vendo meu amigo se aproximar de mim.
As meninas seguiram na frente e a gente logo atrás.

’s POV

Andava abraçada com minha amiga enquanto via sua expressão de tristeza. Dúvida e mais um milhão de sentimentos estampados em sua face.
- Não fica assim... - Puxei sua bochecha.
Ela sorriu forçado, fazendo uma careta. Comecei a rir de sua expressão.
Nos viramos para falar com os meninos, assim que chegamos a porta de entrada, e foi ali que percebi que eles estavam machucados. Com a camisa amassada, olhos roxos, o Zayn tinha o lábio inchado e o Liam um machucado no início da sobrancelha.
- Meu Deus... - Deixei escapar.
- Vocês estão...
- Quem saiu pior não foi a gente. - Payne deu de ombros.
- Acho melhor sairmos daqui. - Zayn falou.
- Você está certo. A gente precisa dar um jeito nisso. - Falei para a . - , eu vou voltar com o Payne pra cuidar disso. Volta com o Zayn.
Ela o olhou.
- Não precisa. - Ele negou.
Vi um torvelinho de tristeza se formar no olhar da minha amiga, mas isso não a deixou se abater.
- Precisa sim. É o mínimo que posso fazer depois do que fez por mim. Se não tivesse vindo atrás de mim, eu não sei o que poderia ter acontecido.
Vi o Zayn sorrir momentaneamente, mas o mesmo tentou disfarçar.
- A gente se vê amanhã,. - Me despedi e eles se foram para o lado contrário ao nosso.
Entrei no carro com o Payneainda pensando em minha amiga.Eu estava tão feliz pela mesma, que era obvio que iria fazer as pazes com o Zaza, que se quer notei quando chegamos em casa.
- Não se pronuncie até chegar no quarto.
- Eu sei disso. Não sou burra. – Falei, já abrindo a porta do carro e saindo.
Abri a porta da casa sem espera-lo. Tirei meus saltos e os levei na mão enquanto subia as escadas nas pontas dos pés.
Entrei em nosso quarto e joguei os sapatos no chão, indo direto para o banheiro onde sabia que tinha um kit de primeiros socorros. O peguei enquanto escutava Payne entrar no quarto.
- Senta ai na cama. Onde está doendo?
- Em nada. - Ele arrancou sua camisa e se sentou na beirada da cama.
- Deixa de ser mentiroso. Ou está tão bêbado que não sente? – Falei, ficando de frente a ele. - Eu vou cuidar desse seu machucado na sobrancelha e depois colocar uma bolsa de gelo nesse olho tá?! – Falei, abrindo o kit.
Liam assentiu de mal grado, mas eu sabia que ele só estava fazendo pose. Peguei um algodão e coloquei o remédio. Me aproximei de seu rosto. Payne me encarava nos olhos. Me direcionei para sua sobrancelha e enquanto pressionava o algodão sobre seu machucado ele deixou um pequeno gemido de dor espaçar de seus lábios.
- Não arde tanto, Liam.
- Então troca de lugar comigo.
Revirei os olhos e continuei meu trabalho.
Payne não ousava desviar o olhar de mim e aquilo era quase como um convite para me embriagar em seus olhos. Coisa que não fiz. Se me permitisse olha-lo, talvez sucumbisse ao desejo de tê-lo.
Coloquei um Band-Aid,dando meu trabalho por finalizado.
- Eu vou buscar o gelo. – Falei, fechando a maleta.
- Eu não quero mais você em locais como aquele.
- Eu não vou, se você não for. - Falei antes de sair. - Isso não vai acontecer, então não me peça algo que nem você pode cumprir. - Sai dali, descendo as escadas da mesma forma que subi há pouco.
Fui até o frízer e peguei uma bolsa de gelo, subindo rapidamente antes que alguém acordasse.
- Coloca isso no olho que vai melhorar. - O entreguei a bolsa, que logo foi colocada em seu olho.
Me direcionei ao closet, pegando minha camisola e indo trocá-la no banheiro. Me olhei no espelho enquanto tirava minha maquiagem.
Naquele momento senti lágrimas escorrerem por meu rosto.
Quanto tempo mais eu aguentaria? Deus, eu estava tão apaixonada por ele... Eu o amava e aquilo era uma merda. Liam James Payne podia magoar tanto... Mas não importava o quanto me esforçasse para parar de pensar, a imagem de Liam continuava a surgir inesperadamente. O sorriso levemente evasivo, seu ar divertido com as coisas que eu dizia. Era simplesmente impossível esquecê-lo.
Porém se eu desse uma chance... Talvez ele... Não,! Você não pode. Lembre-se do trato. Você prometeu ir embora com o Traves. Acabe com esse sentimento e pronto. – Falar era fácil, mas ao mesmo tempo que havia decidido aquilo, uma pequena vozinha no meu consciente mandava eu fazer o contrario, e tudo aquilo era tão mais atrativo... Droga,, no que você se meteu?

Liam’s POV

- Então vocês voltaram? – Questionei meu amigo e o sorriso em seu rosto denunciava que a noite havia sido boa.
-Digamos que... Resolvemos as coisas. – Zayn esclareceu.
- Então voltamos só eu e o Payne a sermos os únicos solteiros? – Harry parecia indignado.
- Por enquanto,Hazza. – Niall falou em bom som.
- Nada de por enquanto,Horan. – Defendeu-se.
O soar do sinal nos despertou de nossa conversa.
- Que inferno, Física. –Me levantei da mesa.
- Relaxa, Payne, isso só por mais ou menos um mês.
- Pelo menos isso Louis.
Me despedi dos outros garotos e segui com o Zayn e o Niall para a sala de Física. As últimas aulas para enfim prova e a formatura, que logo se aproximava. Mal podia esperar para estar livre de tudo aquilo.

(...)


- E afinal, quem é? – Encarei meus pais.
- Liam, você não lembra do Sr. Connor? – Minha mãe questionou.
- Não...
- Ele é um amigo da família. Se mudou para Nova York após a faculdade e mora lá desde então. Quando você era pequeno veio nos visitar algumas vezes. Não lembra, meu filho? – Esclareceu minha mãe.
- Desculpe, mãe, mas não me recordo disso.
- De qualquer forma, você e a estejam prontos para o jantar. Ele virá hoje à noite e jantará conosco.
- Tudo bem. – Respondi, subindo as escadas.
Abri a porta do quarto e já estava lá, deitada na cama.
- Pegou uma carona com alguém?
- Achei que iria para o boxe hoje. – Se sentou na cama.
- Na verdade, hoje a academia está fechada. – Joguei minha mochila pelo quarto. – Minha mãe te avisou do jantar?
- Avisou sim. Eu vou ajuda-la a fazer pudim.
- Isso tudo é para me agradar?
- Isso tudo é porque seu filho tem o mesmo apetite que o pai.
A encarei.
- Ah... Quer dizer, desculpe eu sei que...
- Tudo bem. – A interrompi.
me olhou, enquanto eu sentava ao seu lado. Levantei minha mão e a aproximei cautelosamente de sua barriga. A cada movimento meu ela prestava atenção. Encostei minha mão em sua barriga e fiz um carinho. sorriu e eu a encarei sorrindo, sentindo o Traves chutar.
- Ele é meu filho, não é mesmo?!
- Liam... O acordo diz... – Ela me olhou, confusa.
- Eu sei bem o que ele dizia, mas eu já não sei mais o que quero,. Tudo está confuso para mim.
Suspirou.
- Eu entendo, Payne, juro que entendo, mas não posso ficar esperando por decisões suas. Quero certezas. Eu serei mãe e preciso de certeza para dar estabilidade ao meu filho. Você diz hoje que o quer, há algumas semanas que não e eu não posso me dar ao luxo de esperar. Restam pouco mais de um mês e você tem que decidir o que quer até lá.
- Eu sei,, mas é tudo tão novo para mim...
- Para mim também. Mas só tem duas escolhas. Ou quer ser maduro e assumir seu filho, ou nos deixar e seguir sua vida de badboy. A escolha é sua. Te dou até o dia da formatura. – Se levantou da cama e saiu do quarto.
Deus, há semanas eu era certo de que não queria nada daquilo, mas agora a , o bebê, tudo era tão convidativo e ao mesmo tempo tão conflitante, que me questionava como havia mudado tanto a tão pouco tempo. Tudo que era tão certo agora era confuso e a solução de hoje, já não parecia mais certa.

’s POV

- , olha se o lombo já está pronto. – Karen pediu.
Me abaixei, abrindo a porta do fogão checando.
- Connor! – Karen chamou o amigo.
- Que bom em vê-lo, meu amigo.
- Digo o mesmo. – Se soltaram.
- Bem, está é a . Ela é a mãe do meu neto. – Me apresentou.
- Prazer. – Estendi meu braço e vi o sorriso de seu rosto se desfazer.
- Elka? – Questionou.
- Não, . – Karen corrigiu.
- Desculpe, mas você se parece muito com uma amiga que não vejo há muito tempo.
- Amiga? Desculpe, mas Elka é o nome da minha mãe. A conhece?
- Sua mãe? Se me permite... Quantos anos tem?
- 17. Por quê? - O olhei confusa.
- Nada, é que... Eu adoraria rever sua mãe. Como ela está?
- Bem. Eu acho. Não nos falamos desde que me mudei para cá.
- Entendo.
- E então, como está o lombo,? – Karen mudou de assunto.
- Quase no ponto. Por que não vão à mesa? Já o levo.
Enquanto eles seguiam para a sala de jantar eu terminei de organizar tudo para o mesmo. Levei o lombo comigo para a sala de jantar e quando cheguei todos já estavam lá. Coloquei na mesa e todos se serviram.
O jantar transcorreu muito bem. Tirando o fato de que o Sr. Connor não tirava os olhos de mim. Ou tentava conversar comigo. Aquilo me deixou receosa. Minha mãe jamais havia me falado dele. Talvez por não lembrar, mas ele parecia a conhecer tão bem...
- Bem, o jantar estava maravilhoso, mas eu tenho que ir. Amanhã tenho alguns negócios para resolver logo cedo. Foi um prazer te conhecer , e te rever Liam. Parabéns pelo bebê e pela sua coragem rapaz de assumir. São poucos os que fazem isso. E obrigada pelo jantar, Karen e Golf.
- Que isso,Connor. Nossa casa sempre estará aberta para você.
E os mais velhos se foram, deixando eu e o Payne para tirar a mesa.
- Ele não tirou os olhos de você o jantar inteiro. – Liam comentou, tirando a mesa.
- Eu sei. Ele conheceu minha mãe e nos achou parecidas. Acho que eles eram muito mais que amigos. Porém não sei se quero mexer nisso.
- Ah. Então é isso. – O alivio era presente em sua voz.
Sorri.
- Isso é ciúmes?
- Ciúmes? Não conheço essa palavra.
- Não, né?! – Me sentei na ilha. – Ainda tem pudim?
- Tem. – Falou, pegando na geladeira com duas colheres. – Bom apetite. – Pegou uma colherada.
- Ele gosta mesmo disso. – Sorri comendo.
- O Traves? – Questionou.
- Esse rapaz mesmo. – Passei a mão em minha barriga.
- Igual ao pai.

Liam’s POV

- Liam... – Suspirou.
- Eu sei. Até a formatura eu terei sua resposta.
- Então não me iluda até lá. – Saiu da ilha, deixando a colher ali e subiu as escadas.

(...)


-O que você tem? – A olhei.
Seu rosto não estava nada bem. Parecia cansada e pálida. Desde aquela manhã, havia a notado não muito bem. Mas como agora, rejeitava me dizer o que estava acontecendo.
- Não é nada, só me leva para casa rápido. Não estou me sentindo muito bem.
- Tem certeza que é só isso? Não quer ir para um hospital?
- Não deve ser nada demais. – Se mexeu desconfortável no banco.
- ,você...
- Sangue! – Gritou.
A olhei e vi que as pontas de seus dedos e sua saia continham sangue. me olhou apavorada e com lágrimas nos olhos.
- Me leva para o hospital, agora!
Sem responder, mudei o trajeto, enquanto acompanhava seu estado pelo canto dos olhos.
- Tudo vai ficar bem, Traves. Não me deixa...
- Calma,.
- Calma?Se pra você ele não é importante, para mim é. Eu o amo, como o amava quando descobri que estava grávida. Talvez mais. – Ela fungou. – Ele é o resto da minha família. Eu só tinha minha mãe, Liam. Eu escolhi o Traves a ela. Se eu o perder... Até ele, quem eu terei? Ele é tudo para mim. Tanto quanto o ar que preciso para viver. Então não me peça para ter calma, quando eu estou perdendo a única coisa que ainda é minha.
Ela o amava demais, e naquele instante eu tive a certeza disso, mas por que só agora, Liam? Isso já não era evidente antes? Olha onde ela já chegou por ele... Era tudo pelo nosso filho e eu... Um egoísta. nunca tinha engravidado de propósito. Ela amava aquele filho e agora tenho certeza de saber que tudo que fazia era para dar boas condições a ele, no entanto, eu era tão egoísta que só pensava em mim. Que ela tinha feito isso para acabar com minha vida, mas não. Tinha sido só uma brincadeira da vida, e ela agora só fazia de tudo para ter aquela criança.
Eu não podia deixar que ela o perdesse. A vida dela estava com ele e eu só havia notado agora, o quanto era importante para ela o ter. Era seu filho. Nosso filho. E apesar do medo que me dominava aquelas palavras, eram verdades. Era nosso filho e assim como ela, vendo o quanto o Traves era importante para a mesma, no único momento que poderíamos o perder para sempre, eu sabia tão claro que não queria aquilo.
Deus, se ele sobrevivesse eu seria seu pai. Tomaria essa responsabilidade que foi me dada e a cumpriria. Nem , nem meu filho mereciam o que havia feito com os dois e agora agiria certo. Se tudo corresse bem, eu faria tudo ficar bem.

’s POV

Abri meus olhos, encarando um quarto completamente branco. Olhei para todas as direções, até encontrar o Liam.
- Payne? Como está o Traves?
- Ei... Ele está bem. – Sorriu, se aproximando. – Como se sente?
- Cansada. – Confessei. – Eu tive tanto medo de perdê-lo.
- Eu também.
O encarei surpresa.
- Teve?
- , hoje naquele carro, enquanto você chorava e a gente poderia perder o Traves, eu percebi o quanto ele era importante para você, e sabe... Para mim. – O encarei para que continuasse. – Meu filho é importante para mim e eu já... Tomei minha decisão. Eu quero ser pai dele. Não quero que o tire da minha vida, mas sim que faça parte dela. Tenha paciência comigo, é tudo tão novo para mim, mas eu vou me esforçar para ser um bom pai.
Sorri, não acreditando no que tinha acabado de escutar. Ele queria o Traves? Deus, ele o queria!
O abracei forte.
- Isso é sério?
Sorriu.
- Claro que é,. – Pousou a mão em minha barriga. – Eu vou tentar tá?!
Assenti, vendo a porta ser aberta.
- Oi... Como meu afilhado está? – entrou no quarto com o Zayn.
Sorri ao vê-los.
Liam tirou a mão de minha barriga e foi cumprimentar nossos amigos.
- Você deu um susto em mim hoje. Achei que...
- A gente está bem. Ele só resolveu dar um susto. – Passei as mãos em minha barriga.
- Ótimo, porque eu obriguei ao Malik a passarmos em uma loja e olha o que trouxe para ele. – Tirou uma jaqueta de couro minúscula de dentro de uma sacola de presente.
- Que linda... Não precisava. – A abracei. – Amor, você ganhou até presente, tá vendo?! – Falei com ele. – Obrigada, não precisava mesmo.
- Claro que precisava. Vai ficar linda nele, já posso imaginar... – diminuiu o timbre, enquanto os garotos conversavam. – E ele?
Abri um enorme sorriso, sussurrando o mais baixo possível, para que ela lesse meus lábios.
“Ele quer o Traves”
- VOCÊ ESTÁ BRINCANDO? – Falou alto demais.
Arregalei meus olhos,a repreendendo enquanto os garotos nos olhavam.
- Desculpa, meninos. – se desculpou. – Fico muito feliz com isso amiga, você sabe que eu sempre fui a primeira a apoiar...
- Meninas, a gente vai até a lanchonete. – Liam nos informou e os dois saíram.
- Ei, não acha que por isso ele quer algo comigo. É só a criança que ele quer. Só porque sou mãe do filho dele, não significa que teremos ou que ele quer algo comigo.
- Você está falando isso para mim, ou para você?
- Para as duas. , eu não posso me iludir! Ele só quer o filho. Só isso. Eu sou só... A mãe da criança.
- Mas e ai? O que você vai fazer? Ainda vai morar comigo?
- Eu acho que sim. Ele pode querer a criança, mas eu não posso continuar morando lá, ou dormindo na mesma cama que ele. Imagina como iria me sentir, quando ele ou eu conhecêssemos outras pessoas? Iria ser constrangedor dizer que moro de favor na casa do pai do meu filho. Sabe,, por mais que ele seja o pai do Traves, é só isso, não temos nada um com o outro. Mas creio que possa ficar lá até o Traves nascer, depois que arranjar algum emprego e tudo for se ajeitando, quero ter minha independência. Até lá o melhor é continuar na casa da Karen. Pelo menos lá, eu terei ela para me ajudar a cuidar dele.
- Isso é verdade. Mas eu acho que você deve fazer o que achar melhor.
- Eu sei, e mais uma vez pretendo que o que eu penso, seja o melhor.

Liam’s POV

- Como está? – A questionei. – O médico disse que teria que ficar em repouso. A gravidez é de risco e precisa descansar. Amanhã é bom que não vá à escola. É sexta, então só vá segunda mesmo.
- Tudo bem. E não precisa se preocupar, ele ficará bem. – Passou a mão na barriga.
- , eu trouxe uma comidinha para você meu anjo, como está meu neto? – Minha mãe entrou, trazendo uma bandeja.
- Obrigada, Karen. Ele está calmo. Acho que foi pelo susto.
- Que bom. Qualquer coisa pode ir me chamar tá?! E Liam, não a estresse. Cuida dela, tá?!
- Relaxa, mãe, eu vou cuidar. – Me sentei na cama ao lado da .
- Eu vou deixar vocês dois ai, e vou cuidar do seu pai. – Se despediu, saindo.
- Então quer dizer que ela fez lasanha para você? – Olhei para o prato.
- É que eu sou especial...
- Sem essa... Vai, me dá um pouco.
- Eu? Claro que não. É meu. Eu quem estou carregando o seu filho, e tenho que comer por dois.
- Qual é ... – Me aproximei dela.
- Pega logo, anda. – Fez careta.
Peguei uma garfada.
- Parece criança... Meu Deus. – Falou enquanto comia. – Eu amo a comida da sua mãe.
- Somos dois. – Me levantei da cama. – Eu vou tomar um banho para tirar esse cheiro de hospital. – Informei.
Fui ao banheiro, me despindo. Entrei dentro do chuveiro e senti meus músculos relaxarem com o contato da água fria. Passei algum tempo ali, até meus dedos começarem a enrugarem. Peguei minha toalha, me enxugando. Sai do banheiro e encontrei a trocando de roupa no quarto. Ela só estava de peças intimas, com a barriga grande e linda. Colocou a camisola, sem ao menos perceber que eu estava ali, me permitindo contemplar seu corpo.
- Será que ela vai estar muito grande na formatura? – Me encarou.
- Eu não faço ideia.
Deu de ombros, se deitando mais uma vez na cama.
Voltei-me para o closet e me troquei. Fui até a cama e me deitei ao seu lado, desligando a luz, só permitindo as luzes dos abajures ligados. Ela me olhou.
Apesar do ar frio, senti uma onda de calor ao perceber, de modo inesperado, mas estranhamente inevitável, que estava apreciando a companhia.
- Boa noite, Payne, e obrigado.
- Boa...

(...)


O dia na escola tinha passado em um grande inferno. Por faltar apenas um mês até a formatura, era a época em que os professores escolhiam a dedo para enlouquecer. Ainda bem que já era sexta.
Estacionei o carro e desci do mesmo o travando. Abri a porta de casa, encontrando o Sr. Connor e a na minha, sala conversando.
- Ah, Liam, que bom que chegou. O Sr. Connor veio fazer uma visita, mas seus pais não estavam.
- Hum. Boa tarde. Como vai? – O cumprimentei, me sentando no sofá a sua frente.
- Bem, obrigada. Agora que você chegou para fazer companhia à moça, eu já posso ir. Só não queria deixa-la só. Diga aos seus pais que depois apareço.
Assenti, o vendo se levantar.
- Obrigada pela conversa maravilhosa,.
- Não há o que agradecer. – sorriu.
- Mesmo assim, obrigada. Agora eu tenho que ir. – Se despediu, saindo.
- O que tanto vocês conversaram?
- Sobre mim. Ele me fez muitas pergunta... Achei meio estranho, mas como ele conhece minha mãe... Sei lá.
- E por que ele quer tanto saber de você?
- Eu não sei. – Deu de ombros. – E a escola?
- Teremos provas nas próximas semanas.
- Que ótimo! – A ironia era presente em sua voz. – Ei, quero que me passe tudo da aula de hoje.
- Depois você pega no meu caderno.
Ela assentiu.
- E vocês dois, como estão?
- Bem. Teremos consulta mais tarde com a médica. Se quiser ir...
-Ah, tudo bem. – Olhei para a sua barriga. – Ele já mexeu hoje?
- Até demais. – Riu. – Está fazendo isso agora. – Pegou minha mão e colocou em cima.
A olhei nos olhos e sorri, enquanto sua mão aquecia a minha em sua barriga.
Enquanto olhava para , tudo o que conseguia pensar era no calor que havia sentido quando ela colocara a mão suavemente na minha. Aquilo me provocou uma corrente de calor e eu me questionei o porquê.
Sem pensar muito naquilo, me inclinei e pressionei meus lábios contra os seus, com uma vontade imensa de beijá-la.O breve beijo tinha gosto de inocência. E, por mais estranho que fosse, me lembrei de tê-la beijado daquele jeito um tempo atrás, muito tempo atrás.
Afastei nossas bocas, depositando selinhos em seus lábios. Ela relutou para abrir os olhos, mas quando os fez,a dor que ela sentia era a mesma que oprimia o meu peito. O medo que eu tinha era o mesmo que ela sentia. E eu percebi naquele momento que a confusão em nossa cabeça era similar.
- Liam... Não brinca assim comigo. Nós somos só os pais do Traves, lembra? – Me olhou.
- Eu sei. – Suspirei. – Mas... Eu não sei o que há de errado comigo. Poxa, você chega na minha vida com o nosso filho e com o passar do tempo, tudo fica confuso em minha cabeça. Nada é mais como antes. Eu quero o Traves, quero ele de verdade, é meu filho e agora eu entendo isso. Mas você... Deus, eu... Não me reconheço mais. Eu sinto algo por você , de verdade, sinto, só não sei o que. Isso é tão confuso! – Me levantei do sofá.
Ela fez o mesmo. Segurou minha mão e me impediu de dar qualquer outro passo ou movimento.
- Eu não acredito que vou falar isso. – Seus olhos se encheram de lágrimas. – Eu te amo, Payne. - Ela fechou os olhos, lutando contra a dor que irradiava do seu coração.
A encarei sem falar nada. Eu não esperava por aquilo.
- Essa é a verdade Liam, eu te amo. Desconfio que desde muito antes do acampamento, mas se ousar me acusar de novo de golpista, te mato! – As lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ela falava. – Eu não sei por que, como, se tem um propósito, eu não sei. Só sei que aconteceu. – Fungou. –Eu precisava falar, sinto muito. – Se virou para sair, mas desta vez foi a minha vez de puxá-la.
- Nós nos metemos em uma confusão um tanto grande não acha? – A olhei em seus olhos.
- Nós? – Me olhou confusa.
- Eu quero muito te beijar. – Confessei.
- Payne...
- Só há uma forma de saber o que sinto por você. – Aproximei nossos lábios. – E eu vou descobrir, da melhor forma possível.
Me inclinei para mais perto dela, roçando nossos lábios, iniciando um beijo calmo. Passei uma de minhas mãos para a sua nuca, a segurando, enquanto minha língua pedia passagem e ela sedia. Seus lábios macios fazendo um contraste com os meus e eu a queria tanto... Tudo dentro de mim a queria. Eu jamais havia sentindo tudo aquilo por uma garota. Era muito além do desejo. Será que eu também estava me apaixonando por ela? Pela ? Se ela estava por mim... Por que não?
Sério mesmo que uma única garota tinha conseguido fazer tudo aquilo comigo? Tantas mudanças? Deus,, você está me enlouquecendo, e não era que eu estava gostando daquilo?! Garota, sim, nós estávamos encrencados.

’s POV

- Levanta... – O cutuquei ao meu lado na cama.
- Só mais cinco minutinhos, mãe... – Resmungou e eu ri.
- Hey não é a sua mãe, sou eu. Estamos atrasados para a consulta do Traves. –O cutuquei novamente.
- Eita! – Abriu os olhos me olhando. – Você ainda está assim?
- A culpa é sua! – O culpei, me levantando. – Cinco minutos para um banho rápido e podemos ir.
- Eu vou tomar banho com você então.
- Nem pense nisso.
- Qual é... Eu já te vi nua mesmo. Deixa eu pensar... Ainda agora.
Joguei uma almofada nele.
- É rápido. – Corri para o banheiro.
Pois é, isso mesmo que vocês estão pensando... Eu sei, não vou comentar. – Entrei na ducha e tomei um banho rápido, saindo logo em seguida.
- Pode ir. – Falava andando para o closet.
Me troquei o mais rápido que pude e quando retornei, o Liam já estava com uma roupa e completamente pronto. Às vezes queria ser homem. Tão mais prático...
- Vamos logo. – O puxei pela mão.
Descemos as escadas apresados, indo direto para o carro dele. Payne logo deu partida e foi dirigindo rápido, enquanto eu tentava desembaraçar meu cabelo no espelho.
- Você está bem assim. – Comentou.
- Ah, obrigada pelas marcas. A doutora vai adorar vê-las. – Ironizei.
Ele gargalhou.
Passamos o resto do caminho conversando e Deus, como estávamos diferentes...
Entramos no consultório e ela já nos esperavas.
- Olá,, como está esse garoto?
- Nos deu um susto esses dias, mas acho que já está bem.
- Tudo bem, então vamos ver.
Me deiteina maca e levantei a blusa. Como das outras vezes, ela pegou o gel e passou em minha barriga, pegando o aparelho em seguida.
Olhei para o Liam e ele olhava tudo o que acontecia.
- Então... Olha o coraçãozinho dele batendo aqui. Ele está bem sim, mamãe, mas o seu nível de liquido está diminuindo.
- E isso quer dizer que...?
- Marcaremos uma consulta daqui a quinze dias e dependendo do nível de liquido, marcaremos seu parto. Você ainda está com cinco meses e é arriscado um parto agora, mas se continuar perdendo liquido, teremos que fazer. Esperamos que isso não aconteça.
- Mas e o bebê? - Payne a questionou.
- Ele está bem. Só é a questão do liquido mesmo. Daqui a quinze dias terei mais noticias. Não se preocupem agora, certo?!
E tinha como?
- Bem, garotos, é isso. , você já está liberada. – Falou, limpando minha barriga.
Ajeitei a blusa e Liam me ajudou a levantar.
- Vejo vocês em quinze dias.
- Até lá. - Nos despedimos, saindo da sala.
- Ei, não tem com o que se preocupar, ele é forte. Vai ficar tudo bem. - Me abraçou.
Suspirei.
- Tudo bem.
Ele sorriu.
- O que acha de irmos para casa e ficarmos lá a tarde toda?
- Dependendo do que esteja planejando...- Brinquei.
- Isso é uma boa ideia, mas estava pensando em outra coisa. Você ainda tem que descansar.
- No que estava pensando então?
- Comida. Estou faminto.
Ri.
- Então vamos.

(...)


Os dias tinham se passado rapidamente. Eu e o Liam estávamos mais próximos e ele vinha mesmo tentando descobrir o que sentia por mim. As últimas provas já haviam sido feitas e a formatura estava próxima. Minha consulta há algumas semanas atrás informaram que a diminuição de liquido vinha acontecendo lentamente, nada para se preocupar e tudo pela única vez havia seguido bem em minha vida.
O soar da campainha me despertou de meus devaneios.
Me levantei do sofá, indo até a porta e a abrindo.
- Sr. Connor, como vai? Entre. Irei chamar a Karen.
- Não,, é com você que quero falar.
- Comigo? - Estranhei. - Então diga.
- É melhor você sentar.
Fiz o que ele me pediu.
- , eu fui até a casa da sua mãe há alguns dias, e ela me confirmou o que eu já imaginava. –Assenti, o incentivando a continuar. - , você é minha filha.
- O QUÊ? Não. Você não pode... - Passei as mãos no rosto. - O que você quer?
- , por favor, me escuta antes de falar qualquer coisa. Eu era muito jovem para ser pai, sua mãe também. Não pretendíamos ter filhos e eu estava apavorado! Depois que me formei, percebi que eu tinha sido um canalha com a sua mãe, mas então fui atrás dela, e ela disse que havia te perdido. Eu acreditei, o que poderia fazer? E então quando chego aqui te encontro. Só poderia ser minha filha. Então fui até sua mãe e ela me confirmou. , você é sim minha filha. Eu sei que você vai demorar para se acostumar, mas eu te darei tempo.
O encarei perplexa. Sério? Um pai agora?
- Eu... Não sei. Preciso pensar. Desculpe. - Me levantei do sofá e subi as escadas.
Estava tão atordoada... Ainda bem que Liam estava no boxe (pois é, ele tinha começado a dar aula lá), assim poderia pensar só.
Um pai... Quem diria... Ele não sabia que eu existia, por isso nunca me procurou e agora pensar em ter um pai... Não parecia uma ideia ruim. Seria difícil me acostumar, mas tinha que dar essa chance a nós dois. Era o certo. Pelo menos tentar. A confusão se instalava em minha mente, mas o que deveria fazer era dar uma chance a ele, eu sabia disso. Teríamos que tentar, e eu queria saber de tudo. Tudo que se passou na época. Os dois lados e assim eu juntaria o passado dos meus pais.
Deus eu estava tendo a chance de recomeçar com um pai, eu não podia desperdiçar essa, não é?! Que eu não me arrependa depois...
Desci as escadas, e o encontrei prestes a sair.
- Connor? - O chamei. - Temos muito o que conversar.

Liam’s POV

Estacionei o carro e desci do mesmo. Eu havia mentido para ela. Não havia ido para o boxe, de forma alguma. Durante a semana, durante esse tempo que havíamos ficado juntos, eu havia percebido algo. Porque muito mais do que tê-la nos meus braços ou beijá-la, eu simplesmente ansiava por vê-la novamente. Para passar o tempo com ela. Para falar com ela. Queria ver novamente o jeito como ela revirava os olhos quando dizia alguma coisa ridícula, queria sentir sua mão em seu braço, como no dia anterior. Queria ver como ela colocava mechas do cabelo atrás da orelha quando estava nervosa, e ouvir as histórias que ela contava a seu respeito. Queria lhe perguntar a respeito de seus sonhos e esperanças para o futuro, saber seus segredos.
Pois é, aquela garota mexeu demais comigo e já que teríamos um filho, que morávamos juntos, e que éramos mais que amigos, estava na hora de oficializar. Calma, não é nada de casamento. É só namoro, pelo menos por tempo. Tudo bem que eu era novo com aquilo. Na verdade eu era novo com TUDO aquilo. Ser pai, namorar, dividir algo com alguém, ser só de uma pessoa, e isso poderia me assustar um pouco, mas por ela, pelo incrível que se pareça, eu faria aquilo e por isso havia mentido mais cedo.
Me deixem explicar. Pois bem, eu hoje à noite a levaria para o porto. O que tem lá? Hoje é a noite das luzes. É um dia no ano em que os barcos de todos os lugares se juntam para iluminar a praia. Sempre tem música, comida, mais ou menos que um luau e por mais que fosse meio longe, eu sabia que ela gostaria. Por fim, dormiríamos em um dos hotéis luxuosos que tem ali perto. Queria que provássemos uma noite só nossa, um tempo só para nós dois e por mais que fosse clichê, eu não me importava. O que era estranho.
Abri a porta de casa, enquanto escutava conversar com Sr.Connor.
- Veja bem,, lá você terá um emprego, eu pagarei sua faculdade e tudo isso porque te quero por perto. Quero aproveitar o tempo que passamos separados e agora com esse bebê a caminho, assim que ele nascer, poderiam vir morar comigo. Adoraria ter vocês lá. Me sinto muito só naquela casa.
Mas o que...?
- Connor eu não posso largar tudo assim e ir com você para NY de uma hora para outra, mesmo que eu queira muito, que seja meu sonho, minha vida inteira é em Wolverhampton e por mais que seja uma proposta tentadora...
- Não diga que não. Tive uma ideia. Pense o que vale mais a pena. Eu só os queria lá comigo minha filha. Já estou ficando velho e sozinho naquela casa.
MINHA FILHA?
- Eu entendo o seu lado, mas procura entender o meu...
- Tudo bem, eu te darei tempo para decidir. - Se levantou. - Mas eu tenho que ir. Tenho coisas a fazer.
- Tudo bem. Tchau. - Se despediu.
Mas o que era tudo aquilo?
- Hey, já está indo? - Entrei na sala como se tivesse acabado de chegar.
- Já sim. É bom te ver Liam. - Sorriu.
Sorri.
- Bem, eu já vou indo e , pensa no que eu disse. - Se despediu e saiu.
- O que ele te disse? - Me fiz de desentendido.
- Ah... - Suspirou se levantando. - Ele... Disse que é meu pai.
- O quê? Isso é sério?
- Pelo visto sim. Nós conversamos e ele me esclareceu como tudo havia acontecido. Ele foi falar com a minha mãe e ela confirmou. Ele não quer fazer o DNA. Disse que tem certeza que é meu pai e confia em minha mãe. Mas... Ele quer que vá morar com ele em NY. Ele falou que eu podia trabalhar na empresa dele, que ele pagaria minha faculdade de administração. Porém devido ao Traves, faria uma faculdade que não é em tempo integral, mas... Eu prometi pensar. Eu não quero deixar minha vida aqui. Nem você. - Me olhou.
Merda, ela iria estragar essa chance por minha causa? O pai dela era um dos maiores empresários das maiores empresas do mundo e ela deixaria essa passar? Achance de se formar? Deus, se ficássemos aqui juntos, eu não teria condições de dar a ela o que o pai a oferecer.
- você vai desistir de Nova York por mim?
- Eu não posso te pedir para ir comigo. Você tem seus pais, amigos, o boxe e eu sei que ama trabalhar lá.
- Exato. Eu tenho os meus sonhos aqui, e sei que nunca foi o seu ser mãe e dona de casa, então mesmo assim quer ficar? Sabendo que eu não a bancária nem de longe como seu pai? Você sabe quem ele é, não é?! E desistiria de um futuro brilhante por mim?
Droga, eu tinha que fazer aquilo por ela.
- Ei, eu não me importo com o dinheiro dele. Liam, no momento que soube que seria mãe, minhas prioridades mudaram para as do Traves e quem disse que não posso ter futuro com você? Daremos um jeito, eu sei que sim.
Não , me perdoe, mas eu não posso vê você acabar sua única chance de seguir o seu sonho de crescer na vida e não fazer nada. Eu não me perdoaria jamais. Que espécie de homem eu seria fazendo isso?
- Como o amor é burro mesmo. - Debochei.
Ela me olhou sem entender nada.
- O quê? Você pensa de outra forma? Largar tudo que você terá por uma pessoa que não sente absolutamente NADA por você é a maior burrada que já ouvi.
O sorriso sumiu de seus lábios.
- Mas você disse...
- O que? Vai me dizer que acreditou nisso,? - Ri debochado. - Logo você que me conhecia tão bem, encanou nessa de se apaixonar por mim? Sério? Até parece que não sabe os argumentos de um homem para conseguir o que quer...
Ela me encarava sem saber o que falar.
- E agora que já tem algum canto para ir, pode ir embora. Não preciso mais ter pena de você.
- Pena? Você é um idiota Payne!
- Eu que sou um idiota? Quem estava se declarando pateticamente para mim? Achou mesmo que gostava de você?
Seus olhos marejaram e eu percebi que havia ido longe demais.
- É, eu sou a idiota, patética que se apaixonou pelo badboy pegador, como tantas outras. Que clichê! - O deboche era presente em seu tom. - Bravo para você, mais uma... Que máximo! Se sentiu melhor? Seu ego inflou mais? - As lágrimas desciam por sua face. - Eu te odeio, Liam. Tanto que não pode imaginar. Você é um moleque sem escrúpulos, que para chamar a atenção faz qualquer coisa, para conseguir o que quer é capaz de tudo. Mas é bom assim. É bom para mim aprender a NUNCA mais me entregar a você.
A olhei. Meus olhos ardiam. Eu havia ido longe demais.
- Não entra no quarto enquanto eu estiver lá. Me priva de olhar para a sua cara. E não se preocupa, terá o quarto todo seu hoje. – Falou, subindo as escadas.
Assim que não a vi mais, esmurrei o sofá. - Ela me odiaria para sempre. Como tinha conseguido dizer aquilo a ela? Vê-la chorando... Aquilo me magoava e a dor que ali sentia, que via em seus olhos, era a mesma que carregar em meu peito naquele instante.
Me levantei do sofá e droga, o que eu havia feito? Eu não podia ter feito aquilo com ela, no entanto era um idiota por fazê-lo.
Um barulho de pancada me fez acordar de meus devaneios, e eu sabia que vinha do meu quarto. Eu tinha a nítida certeza disso, e era onde... A estava. Merda!

POV

Fechei a porta do quarto, sentindo meu corpo fraquejar. Me encostei na porta e passei as mãos no rosto tentando conter as lágrimas. Os dias perfeitos que havíamos passado juntos, relembrei em minha mente, e a batata em minha garganta só crescia mais. Como ele conseguiu mentir tão bem? Parecia muito real para ser mentira. Mas era. Ele havia me confessado. Nunca sentiu nada por mim e havia brincado, me iludido e me usado. Aquilo causava uma dor lastimável em meu peito.
Eu iria embora. Ele havia me mandado embora com o filho dele, e naquele instante eu percebi que tudo não tinha se passado de mentiras. Por que se apaixonou por ele ? Por que confiou? Por que confessou seus sentimentos a ele? Por que acreditou? Burra! Era isso que eu era. Essa história do garoto mudar pela menina, é mentira. Não existia. Vida real te chamando para acordar .
Passei as mãos nos cabelos. Desencostei da porta. Limpei o rosto. - Tudo havia acabado. Do nada, tudo mudara. Para onde eu iria? - A dor em meu peito aumentava cada vez mais. - Da única coisa que eu sabia, era que não ficaria mais ali. Meu orgulho me impedia disso e minha vergonha na cara também. Pena? Aquilo era sério mesmo? - Sacudi a cabeça. - Arrume suas coisas e vá embora . Faça só isso. Se eu seria capaz de perdoar o Liam algum dia, disso não sabia. Pelo contrário, achava que não. A cratera em meu peito era funda demais para ser esquecida.
Me direcionei até o closet, pegando algumas roupas enquanto memórias vinham em minha mente. O primeiro dia em que estive aqui... Às vezes que nos beijamos e que as coisas ficaram mais intensas naquele mesmo quarto, quando fugia dele, quando brigávamos, as últimas semanas e meus olhos voltaram a marejar. - Esqueça , apenas isso. - Senti uma pontada em meu ventre, mas a ignorei.
Me voltei para o closet para pegar a mala, que devido eu estar no local mais alto tive que pegar um banquinho. Assim que peguei a mala veio outra pontada com 100 vezes mais intensidade. Me curvei sobre mim, pressionando o local e foi quando eu me desequilibrei e só senti o impacto do meu corpo com o chão. Gemi de dor, assim que a barriga sentiu o contato e a dor era pior da minha vida. Passei a mão na mesma, me contorcendo no chão, e imediatamente senti algo descer entre minhas pernas. A olhei e havia sangue. - Deus não, por favor, não. Me estiquei, tentando sair dali, mas a dor que sentia era imensa, porém eu tinha que sair dali para salvar o meu filho.
O barulho da porta sendo aberta fez um torvelinho de esperança encher meu peito.
- ? O que aconteceu? - Payne apareceu na porta do closet com as feições assustadas.
Se aproximou de mim e eu tentei me afastar dele. Por mais que qualquer movimento que fizesse doesse, não queria que me tocasse.
- Não toque em mim!
- deixa eu te ajudar, você está sangrando. Nosso filho pode está em perigo.
- Ah! - Gemi com mais uma pontada. - Não finja se importar, porque não se importa!
-Desculpe, mas por bem ou por mal eu irei te levar. - Falou me pegando no colo.
- Ai,está doendo muito... - Resmunguei.
- Calma, eu vou te levar ao hospital. – Falou,descendo comigo no colo.
Logo ele me colocou no banco ao lado do motorista e foi para o seu, dando partida. Enquanto eu gemia de dor, ele dirigia o mais rápido que podia até o hospital.
- Liam, me prometa que se alguma coisa acontecer comigo, você vai cuidar do Traves e que se tiver que escolher, será ele.
- Do que você está falando,? Vai ficar tudo bem.
- Eu não sei, está doendo muito.
- Calma, estamos chegando.
O caminho restante ao hospital foi tortuoso. A dor era inexplicável e havia muito sangue. O sono tentava se instalar em mim, mas eu não podia dormir.
Payne estacionou seu veículo de qualquer jeito e saiu comigo no colo.
- Por favor, ela está grávida e perdendo o bebê. Ela caiu, por favor.
Logo vários enfermeiros se amontoaram a minha volta. Liam me colocou em uma maca e eu escutei a voz da doutora.
- , o que aconteceu?
- Eu cai, está doendo muito...
- Tudo vai ficar bem, não se preocupe. - Se virou para uma enfermeira. - Prepare a sala de cirurgia e encontre o pediatra. - Voltou a olhar para mim, enquanto a outra mulher saia.
- confie em mim, tudo ficará bem.
Assenti ainda me contorcendo.
Olhei para o lado encarando o Payne. Seu olhar era de medo, preocupação e angústia. Sabia o quanto estava se sentindo culpado por aquilo.
- Se afaste Liam, temos que levá-la. - A doutora pediu. - Levem ela para sala de cirurgia.
Depois disso, os enfermeiros me levaram as pressas e eu lembro de ver o Payne sussurrar um "desculpe-me", que não tive chance de responder. Quando dei por mim já estava em uma sala cheia de enfermeiros e a médica. Todos dali diagnosticavam como eu e o bebê estávamos. Eu tentava olhar tudo atentamente para ver se ele estava bem, mas assim que o vi sair de mim sem fazer nenhum barulho na sala que estava completamente silenciosa, o desespero me atingiu.
- Levem-no ao pediatra. - A doutora pediu.
Vi a enfermeira o pegar. Ele estava ficando roxo e estava muito mole. Meus olhos encheram de água.
- MEU FILHO! O que está acontecendo, por favor...
A falta de ar se fez presente em mim. Não o vê chorar me desconcertou por inteira. Eu não podia o perder.
- calma! - Uma enfermeira tentava me acalmar.
Mas eu já não conseguia mais respirar. Comecei a ficar tonta e tudo do nada, ficou preto.


Capítulo 15


THE END


Liam’s POV

Eu me odiaria para sempre se algo acontecesse com ela, ou com o nosso filho. Como eu não havia me lembrado que sua gravidez era de risco? Eu não deveria ter dito tudo aquilo e me arrependia profundamente, pois poderia estar perdendo os dois naquele momento.
E eu os amava demais para perdê-los.
- Filho? E a e meu neto, como estão? - Minha mãe apareceu junto do meu pai.
- Eu ainda não tenho notícias, a levaram e desde então, eu não sei de nada. Mães se eles morrerem eu vou me odiar pelo resto da minha vida, a culpa é minha, completamente minha!
- Meu filho a culpa não é sua, como poderia ser? Aconteceu, agora é esperar e vê que tudo vai dar certo.
- Nós brigamos. Eu sou um idiota!
- Ei rapazs fica calmo, não vai acontecer nada, já, já seu filho vai está nos seus braços, vai ver. - Meu pai de confortou.
- Sr. Payne? - Me virei encarando um médico.
- Como está o meu filho e minha... E a ?
- O seu filho está bem. Ele é muito pequeno e ele está na incubadora, mas é saudável. Quer vê-lo?
Assenti.
- E a ? Como ela está?
- Infelizmente eu não tenho notícias dela. Eu sou o pediatra, então só cuido do bebê, eu sinto muito, mas com mais notícias iremos avisá-lo.
Assenti.
Ele saiu na frente e eu o segui até uma sala com janelas imensas de vidro.
- O senhor só poderá vê-lo por aqui por hoje. Ele só tem seis meses e pode se contaminar com doenças muito fácil. Agora vou deixá-lo a sós.
Assenti enquanto ele saía.
Meu filho era lindo. Ele tem os cabelos com a tonalidade dos meus. Tão pequeno e era meu. Quem diria que me sentiria assim algum dia. Ele estava dormindo e sorria como se estivesse tendo um sonho bom.
Como eu tinha que agradecer a por me dar ele. Eu já o amava só em o olhar, imagina se o pegasse... Mesmo que tivesse medo de o machucar, eu queria sim o ter em meus braços.

(...)


Passei algum tempo lá. Não sabia se haviam sido horas ou menos, mas já não queria deixá-lo só.
- Ei garotão... Como você é lindo.
- Curtindo muito o pequeno? - Me verei encarando a médica da .
- Como ela está?
- Agora está bem. Já a mandamos para o quarto, mas ela está dormindo ainda.
- Graças a Deus! Qual é o quarto dela?
- Número 50. Vai lá, ela vai gostar de te ver quando acordar.
Acho pouco provável, mas tudo bem.
- Obrigado, doutora, por salvá-los.
- Não tem o que agradecer, foi um prazer.
Sorri e me despedi do meu garoto, voltando a caminhar no corredor até a porta com número 50. Bati na mesma antes de entrar, mas como não obtive resposta, achei que ela estava dormindo, e comprovei minha teoria assim que entrei. Suas feições eram calmas e descansadas sem nenhuma confusão, o que não aconteceria quando acordasse. O que eu diria a ela? Como me explicaria? Se dissesse a verdade, teria sido tudo em vão.
- Liam cadê o Traves? Ele está bem? - A olhei vendo que havia acordado.
- Ele está bem. - Sorri. - É lindo, . Tão pequeno... E graças a Deus, apesar de tudo, é saudável. Ele parece comigo.
- Aí, graças a Deus. Eu quero vê-lo. Quero tocá-lo.
- Eu vou perguntar a uma enfermeira como faz. Mas você está bem?
- Estou, não se preocupe. Assim que sair do hospital, eu vou pegar minhas coisas na sua casa. Não vou me esquecer que somos pais do Trav, fica tranquilo. Agora poderia ir atrás de enfermeira?
Suspirei, saindo do quarto. Tudo bem, ela estava no direito de estar chateada.
- Com licença, enfermeira, é que o meu filho está na incubadora e a mãe dele gostaria de vê-lo.
- Tudo bem, eu vou até lá ver o que posso fazer.
Assenti e me direcionei voltando para o quarto encontrando meus pais lá.
- Isso não é necessário, .
- Claro que é, Karen. Obrigada de verdade por tudo que fizeram, mas eu preciso seguir minha própria vida.
- Se quer assim, tudo bem, mas não vou aceitar que afaste meu neto.
- Nem pensei nisso. - Riu. - Na verdade, continuarei em Wolverhampton, então poderão ver o Traves sempre.
Só um minuto. Ela continuaria aqui? Ai merda, o que eu havia feito? Eu havia acabado com tudo por nada? E agora Liam, como consertar isso?

Três dias depois


’s POV
- Obrigada por me deixar ficar no seu novo apartamento.
- Não tem o que agradecer. Eu que ofereci. Além do que, vou adorar ter meu afilhado aqui.
- Amiga eu já disse que te amo? - A abracei.
- Já, mas é bom ouvir.
- Lesada. - A empurrei.
- Ai, sua chata, eu vou fazer algo para comermos. Por que não vai desarrumar as coisas que trouxe da casa do Payne?
- É, vou fazer isso.
Me levantei da cama. Peguei minha mala e comecei a desfazer.
Nos últimos dias tinha acontecido de fato muita coisa. Meu pai havia ido no hospital para conhecer seu neto, e havíamos conversado. Expliquei que meu lugar era ali e que queria que o Traves crescesse lá. Por fim ele aceitou, mas eu prometi que todo fim de ano passaríamos com ele. Agora irei trabalhar em sua nova empresa aqui. Nada melhor que a filha dele para administrar. Palavras do próprio, e irei fazer faculdade para administrar melhor a empresa. Tudo em minha vida profissional parecia decolar e eu só tinha a agradecer a ele. Ao meu pai. Enquanto ao meu filho, ele era lindo como Liam havia dito, e era tão pequeno... Mal esperava para o termos em casa, correndo por todo lugar e fazendo gracinhas, mas enquanto ele não chegava eu corria para organizar tudo para sua vinda.
E se você me perguntar pelo Liam, como havia dito ao mesmo, era apenas pai do meu filho. Eu não o havia perdoado por me usar ainda, e não o queria vê tão cedo, porém mais cedo ou mais tarde isso aconteceria. O lado ruim é que ainda estudamos juntos por alguns dias. Pois é, a formatura está próxima. Mal posso acreditar. Achei que nunca chegaria e agora... Tudo de fato aconteceu rápido demais esse ano.
- Hey gata, o que acha de panquecas? - Pulou na cama.
- Qualquer coisa é melhor que comida de hospital.
- Pode apostar. - Se levantou. - Vem comer... Estou faminta.
- Imagina eu.
Deu de ombros.
- Qual é a sensação de ser mãe?
Ri.
- Diferente. Você passa a ter alguém que depende de você inteiramente. É como se fosse um pedaço seu e eu não vejo a hora de tê-lo comigo.
- Acho que não vai demorar para isso.



- Eu já disse que fico com ele, . Não precisa se preocupar, não é meu amor?! - Falava brincando com o neto. - Não vai perder sua formatura. Eu faço questão de ficar com meu neto.
- É que ele é tão pequeno, Karen. Ele chegou hoje e já não dormir comigo no primeiro dia?!
- você é jovem, tem que ir para a sua formatura e não se fala mais nisso. Se não quiser dormir sem ele, você vem com o Liam e o pega depois da formatura.
- Ai Deus, Karen, tudo bem. Eu vou. - Me dei por vencida.
- Mãe eu estou indo para a academia. - Liam apareceu na cozinha. - , eu não sabia que estava ai. - Ele se virou para o Traves. - E esse rapaz? - Chegou perto do carinho do nosso filho e o pegou.
Trav começou a brincar com o pai, segurando seus dedos.
- Eita como está forte, papai. Quando você crescer vai se ser bom no boxe.
O garoto sorriu.
De fato ele era louco pelo pai, assim como o Payne por ele. Aquilo era irônico. Quem diria o Liam Payne que conheci na escola, brincando com o filho?
- Ele vai dormir hoje com a vovó. - Karen informou ao filho.
-Vai? Pode dar trabalho à vovó, ela gosta, filho. - Brincou.
- Deixa de ensinar o que não presta ao menino. - Reclamei.- Que coisa, não é meu amor?! - Me aproximei do Traves.
- Você vai com alguém para a formatura? - Me questionou.
- Vou. - Menti. Há dez minutos eu nem sabia se ia.
- Hum. Hey garotão, papai vai trabalhar. Eu te vejo a noite. - Depositou um beijo no topo da cabeça do Trav e me entregou o mesmo. - Tchau. - Saiu.
Suspirei e Traves pigarreou atrás do pai.
- Tão apaixonado por esse pai, que só Deus. - Ri.
- nós somos mulheres e agora que o Liam já foi eu gostaria de te fazer uma pergunta.
- Por favor.
- Você gosta do meu filho?
Suspirei.
- Karen, Payne já me magoou demais...
- Ele gosta muito de você.
- Você está enganada. Ele me disse o contrario outro dia. Ele não sente nada por mim.
- mãe não se engana. Ela sabe. Você acreditou mesmo no que ele disse?
- Karen, de qualquer forma isso não importa. A única coisa que temos em comum é o Traves. Nada mais.

Liam’s POV

Sai do meu quarto, pegando a chave do carro. Andei pelo corredor, percebendo a porta do quarto do meu filho aberta. Será que a já havia vindo deixá-lo?
Entrei no quarto dele vendo a coloca-lo no berço.
- Ele já está dormindo?
- Ah, sim. - Fechou o cortinado, colocando uma bolsa na poltrona.
Naquele momento pude finalmente a vê. Ela estava linda. Completamente perfeita e ninguém ousaria dizer que ela teve um filho há pouco tempo. Seus cabelos em um penteado que prendia só a parte de cima dos cabelos. Seu vestido acentuava perfeitamente suas curvas. Deus, como sentia saudade de ter aquela mulher em meus braços.
- Você está linda.
Ela me olhou.
- Obrigada. Sua mãe está lá em baixo. Eu já vou indo.
Segurei seu pulso não a deixando seguir o percurso.
- Ele já está ai?
- Ele quem? - Se soltou de mim.
- Não se faça de desentendida.
- Liam eu não te devo satisfação da minha vida.
- Que saco, , não complica!
- Eu acho que você não entendeu que não somos nada, então não te devo explicação nenhuma.
- Porque você não quer...
Ela se virou me encarando.
- Você só pode tá tirando uma com a minha cara! Você falou tudo aquilo para mim naquele dia, e acha que depois de tudo vou ter alguma coisa com você? Só se eu fosse a maior piranha!
Suspirei.
- Esquece isso.
Riu sem gosto.
- Você é um idiota se acha que vou esquecer. Eu nunca vou te perdoar por me usar. Eu pedi a você para não brincar comigo! E no entanto, o que você fez? O que eu pedi para não fazer.
- Eu tive que fazer isso! Se não fizesse você não me deixaria e eu não podia me permitir estragar sua vida pela segunda vez.
- Teve?! – Falou ríspida.
- pela primeira vez na vida eu não fui egoísta. Você merecia ir para NY, era seu sonho. Já bastava eu ter acabado sua vida naquele acampamento. Apesar de amarmos o Trav, nunca foi sonho de nenhum ter filho nessa idade e depois eu ainda me indispor para te afastar do único resto de família que tinha? Do que adiantaria está comigo, se no futuro perceberia a burrada que fez em escolher essa vida?
- Ei, quem escolheria "essa vida" era eu. Sabia muito bem o que deixaria para trás e não me importava. Daria um jeito. Você não deveria se sentir culpado por nada. Payne quando eu engravidei, foi "escolha" nossa. Mesmo que acidental. Se eu não tivesse ou não quisesse, mas eu quis com você e minhas escolhas desde então são minhas. Eu sei bem o que podia ocasionar, mas se eu não arriscasse, nunca saberia.
- , mas eu poderia me impor e tentar te mostrar o que parecia ser o melhor!
- Quanto melhor... Não era mais fácil me falar isso? Tinha que me magoar?
- Se eu fizesse de outra forma me deixaria?
Suspirou.
- Foi o que pensei.
- Eu entendo, mas não importa mais.
- Eu te amo. Eu não seria capaz de mentir sobre isso.
Ela me olhou surpresa.
- Deus, eu não posso acreditar. Sinto muito, mas só palavras não são o suficiente. Eu sinto muito, mas se eu acreditar em você, estarei dando a chance de me machucar mais uma vez e isso eu não permito.
- Você quer atitude? Então terá .
Tudo bem, eu ainda não sabia o que faria, mas teria que ser naquela noite.
- Acho melhor irmos antes que percamos a formatura. - A chamei. - A propósito ele está ai?
Ela revirou os olhos.
- Ainda não. Eu fiquei de ligar para...
- Ótimo. Você vai comigo.
- Vai sonhando... - Tentou sair do quarto mais uma vez, mas eu voltei a impedi-la.
Segurei seu pulso e a empurrei na parede.
- Eu acho que vai sim, e é melhor antes que o nosso filho acorde. - Sussurrei em seu ouvido.
Ela se arrepiou.
- Eu tenho acompanhante.
- Eu sei. Sou eu.
Ela me olhou com a sobrancelha arqueada.
- É melhor não nos atrasarmosmais. - Me aproximei de sua boca. - Você fica sexy com raiva. - Sussurrei aproximando nossos lábios.
- Nem sonhe. - Me repreendeu.
- Eu irei te provar.

(...)


A formatura havia começado há algum tempo. Todos haviam feito suas entradas com músicas que os mesmos haviam escolhido e já havíamos recebido os diplomas. Agora éramos formandos literalmente.
Então isso quer dizer que, isso mesmo. Já estávamos na festa.
Durante todo esse tempo eu articulei meu plano para convencer a . Se ela quisesse que eu provasse, o faria. Mas precisava de mais alguns drinks para isso. Tomei mais um copo, sentindo o líquido ainda descer queimando em minha garganta. Olhei para ela que estava na pista de dançando com a amiga. Ótimo, onde eu queria. Hora do show.
Me levantei deixando o copo no bar. Andei entre as pessoas até chegar no palco. Subi e pedi para que a banda parasse. Todos me olharam sem entender nada. Okay, então vamos começar.
- Bem pessoal, eu vou atrapalhar um pouco vocês, mas é por algo muito importante e acho que será rápido. - Todos continuaram a me olhar. Até ela. - Eu recentemente fiz uma burrada, talvez a maior de minha vida. Eu fiz a primeira e única mulher que eu já amei, se afastar de mim e acreditar que não amava e tudo porque fui um idiota. Para ser sincero, é o que venho sendo com ela desde sempre. E ela é uma tola por ainda gostar de mim, se ainda gostar, é claro. Mas ela é a minha tola. - Sorri para ela. - Porque ela fez em mim o único milagre em que desacreditava. Me mudou por completo e para ser uma pessoa melhor. Bem melhor e tudo por ela. Eu a amo mais que tudo e amo o que me proporcionou desde aquele acampamento. E por isso que estou aqui. Oque é bem surpreendente para todos eu sei, até para mim e eu jamais imaginaria fazer isso algum dia, porém por ela tudo se torna possível e pela primeira vez na vida, eu acertei em algo. Em trazê-la para mim história e não me arrependeria nem em um milhão de anos, porque ela é perfeita para mim. Não importa o quanto se aperte para entrar em um jeans ou suas manias que às vezes não entendo, mas são essas pequenas coisas que a compõem e talvez por isso que eu estou caído por ela. Talvez seja por isso que ela seja a única para mim. Porém nada disso que eu disse vai adiantar se ela não me responder. Mas então ? O que me diz? Me perdoa?
Todos se viraram para ela em total silêncio. engoliu em seco sem esperar nada daquilo.
- Me dê apenas um motivo. - Gritou para que eu pudesse escutar, enquanto ela vinha até o palco.
Sorri.
- Você sabe o que sinto por você.
Ela sorriu se aproximou de mim.
- Agora eu sei.
se aproximou de mim e depositou um beijo em meus lábios. O melhor beijo de minha vida. Ele era carregado de amor, ternura, paixão e... Nossa história que estava apenas começando.


Epílogo

A garota discordava do futuro marido. Ela tinha seus motivos, e mesmo que ele não entendesse isso no momento, logo saberia de suas reais intenções.
- ... Só mais um. - Fez bico.
- Às vezes acho que a criança é você, não o Treves.
O rapaz revirou os olhos com a afirmação dela, mas de uma coisa sabia, que não ia desistir.
- O Trav já tem três anos, e está mais que na hora.
- Liam a gente não pode fazer outro filho agora. - A mulher discordava.
- Por que não? Nós vamos nos casar próximo mês! O Traves precisa de alguém para brincar, e agora eu quero uma menina.
sorriu. Pensando se estava na hora. Não, ela brincaria ainda um pouco com ele.
- Acho que isso é só mais uma desculpa sua.
- Claro... Que não. Por que não quer ter outro filho?
- Não é que não queira. - Sorriu amarelo. - Não posso.
- Deixa de dar desculpa, . Sei que você está mentindo. Pode ter filhos sim.
A mulher bufou frustrada pelo noivo não a entender.
Ela saiu da sala e foi até o banheiro o deixando só. Pegou o pequeno palitinho do teste que havia feito naquela manhã e voltou à sala, o colocando em cima da mesa, onde Payne estava escorado.
- Esse é o motivo por não poder engravidar.
Ele pegou o palitinho e olhou vendo o resultado. Mesmo que não entendesse o que era o resultado, já supôs. Olhou para a futura mulher e ela carregava um sorriso nos lábios.
- Liam eu não posso engravidar, porque eu já estou gravida. - passou as mãos na barriga. - Papai diga oi para a Hanna.
Payne abriu um enorme sorriso e se aproximou da mulher, a abraçando forte. Ele mal podia acreditar que seria pai de novo e como ele amava aquela garota, da mesma forma que há três anos atrás.
Liam a pegou no braço e a rodou. A felicidade não cabia em seu peito, assim como no dela.
- Obrigado por me dar as melhores coisas que já poderia querer. Eu te amo.
- Eu te amo, Liam.
Os dois se aproximaram se beijando apaixonadamente, demonstrando o sentimento que ainda existia entre aqueles dois.
- Ecá! - O filho mais velho do casal apareceu na sala tampando os olhos.
Eles riram.
- Você já contou a ele? - Payne a questionou.
- Só você não sabia, papai. - Traves riu.
- O quê? Que coisa feia de vocês dois... Mas eu vou te ensinar a contar tudo para o papai. - Liam começou a correr atrás do filho, que ria enquanto fugia do pai.
- Pela casa não... Deus, três crianças. Onde você se meteu, ?!
Mas no fundo ela sabia, tanto quanto todos na casa, que se pudesse mudar algo e o fazer diferente, jamais o faria. Era tudo aquilo que haviam escolhido e se arrepender... Não, isso era fora de cogitação.



FIM



Nota da autora: (02/07/2016) Hey... Espero que tenham gostado de toda essa confusão que foi Just Give Me Some Reason. Fico eternamente triste em finaliza-la. Nunca é fácil dar um fim a uma fanfic, mas todas são preciso. Espero que todas as expectativas que vocês tinham para a fic, tenham sido cumpridas. Obrigada por fazerem parte dessa história comigo. E espero que nos encontremos em outras fics que escrevo.
Beijos da Mih.
Trailer da fic
AQUI é o grupo do Face.


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