Just Living It
Autora: Caqui Bandeira | Beta: Sofia Queirós [Capítulo 1] | Nelloba Jones [Capítulo 2 em diante...]



Capítulo 1

Essa emoção de fazer o errado, burlar as regras é maravilhosa. Aqui estou eu, com 17 anos fugindo da casa da minha melhor amiga com ela para ir numa balada. Vários fatores fazem dessa sensação diferente de todas as outras vezes que quebramos as regras.
1. Estamos fugindo de casa. Fugindo mesmo, a mãe dela acha que estamos dormindo.
2. Estamos indo para uma balada e temos 17 anos.
3. Hoje é quita-feira e temos aula amanhã de manhã.
Agora você se pergunta, porque estamos fazendo isso. Simples, todas as nossas amigas estão no show do One Direction e não conseguimos ingresso. Não sou fã nem nada disso, mas todos estão lá, seria legal ter ido. Essa noite está planejada desde o dia que no conseguimos os ingressos. Pegamos id’s emprestadas, inventei uma boa desculpa para minha mãe para dormir na casa da no meio da semana e convencemos o irmão dela de nos acobertar caso algo desse errado.
Estamos na fila da balada, nervosas. Ajeitei minha saia e passei a mão nos cabelos. não parava de mexer em seu anel, sinal claro de nervosismo dela. Até agora tudo deu certo, mas o plano só estaria completo depois de passarmos pela porta. Estou tão animada! Sinto que algo muito bom vai acontecer hoje. A noite promete.
- , você está com algum sentimento? - Como assim ? - É que eu to sentindo que algo tipo, sei lá, mágico vai acontecer hoje. - Não to sentindo nada não, só medo de não passar pelos seguranças. - Você tem que ficar calma, seguranças são tipo animais, eles sentem o medo! - Você é idiota – Ela disse me empurrando pelo ombro. é minha melhor amiga desde que eu me lembro, fazemos tudo juntas. Estudamos juntas desde a primeira série. Ela é um amor, loira de olhos azuis, com aquele corpo invejável sabe? Não que eu seja gorda, sou bem magra na verdade, mas ela é toda dura. A bunda dela é mais dura que meu joelho! Nossa que grosseria a minha, olá, sou , tenho 17 anos, sou brasileira e no momento estudante e atriz. Acabei de fechar meu primeiro grande contrato para um filme inglês. Ou seja, em algumas semanas me mudarei para a maravilhosa terra da Rainha Elizabeth Imortal (porque ela não morre nunca, entenderam? Ah, deixa pra lá) II. Não sou nem muito alta, nem muito baixa, tenho 1,67 m e como já disse, sou bem magrinha. Não sou nada normal, sou desastrada, minha risada é escandalosa e sou bem boba. Sabe quando as pessoas dizem: sou divertida, mas consigo ser séria quando preciso? Quase nunca acontece comigo. Se alguém está brigando comigo, principalmente na escola, eu rio. Não é minha culpa se meus professores são todos gordinhos engraçados!
Bom, com toda essa descrição, chegamos aos seguranças. ia à frente, pois tinha mais cara de criança. Se ela passasse, não tem como eu não passar. Até porque a id dela não tem nada a ver com ela mesma. Ela passou, eu passei. Plano completo com êxtase!
- Conseguimos! – pulava a batia palmas, e eu a acompanhava. Foda-se, já estávamos aqui dentro mesmo. - Sim, conseguimos! Sabia que íamos conseguir, eu disse! Passamos no bar para pegar um shot, viramos e fomos para a pista. Dançamos e bebemos. Bebemos e dançamos. Estamos tendo a melhor noite das meninas de todas, até um garoto nos interromper a chamar a para dançar. Ela me olhou como se pedisse permissão, e eu só sorri. Fui para o bar pegar um drink e fiquei ali sentadinha em umas banquetas bebendo. Tenho certeza que já vi aquele garoto em algum lugar. Ele tinha mais ou menos a nossa idade, não era muito mais velho, não era um homem ainda. Não era da escola, nem é ex-aluno. Não está no meu circulo de amizades. Nem no da minha irmã ou do irmão da . Eu só conheço essas pessoas. Mas tenho certeza que já vi esse menino.
Estava tão compenetrada em meus pensamentos que nem reparei que havia um cara sentado do meu lado. Cara não, ele era outro garoto. Ele estava tomando um whisky virado para a pista, analisando-a. Virei-me também, e achei a se amassando com o garoto misterioso.
- Ele se deu bem rápido dessa vez – o garoto falava sozinho, em inglês, olhando na mesma direção que eu. Já que eu estava aqui, ele estava aqui e era gatinho, não custa puxar um papo né? - Seu amigo é aquele loiro? – Assim que abri a boca ele olhou para mim. - É sim, assim que pisamos aqui ele me deixou pra ficar com aquela menina – disse apontando para a . - Aquela é minha amiga, me deixou assim que seu amigo apareceu, ele arruinou nossa noite das meninas – falei fazendo carinha de cachorro abandonado. Ele riu da minha cara a apoiou o copo na mesa. - Desculpe por isso. – Ele disse dando um sorriso divertido. - A culpa não é sua que a minha amiga é uma gata e seduziu seu amigo. E que ela tem uma queda por loiros. E por estrangeiros. Eu não tinha como competir. – disse rindo e ele riu comigo.
Eu conhecia esse menino também. Durante nossa conversa, fique tentando conectar os pontos. De onde será que eu conhecia esses dois meninos? Meu deus, estou enlouquecendo só pode ser isso.
- Eu sou Harry, qual seu nome?
E aí que eu me toquei quem era esse menino. E o outro menino.


Capítulo 2

Não acredito. Não acredito. Não acredito! Como assim? Harry Styles e Niall Horan aqui? Não acredito! Como eu não percebi antes? Não sou fã, mas mesmo assim, esses meninos estão em toda a parte. A cara deles está estampada em todas as capas de todas as revistas! Meu Deus, tenho andado muito distraída mesmo.
- Oi? Menina, você tá aí? Tudo bem? – Harry agitava suas mãos a minha frente, tentando chamar a minha atenção.
- Sim, desculpa, me distraí um pouco. , mas todos me chamam de . Prazer. – apresentei-me, saindo do meu transe instantâneo, esticando a mão para cumprimentá-lo. A mão, ai, que estúpida. Que vergonha de mim mesma. Quem dá a mão para cumprimentar um menino bonito na balada?
- O prazer é todo meu. – ele chacoalhou nossas mãos, aproximou-se e me deu um beijo na bochecha. Enrubesci novamente. O que está acontecendo comigo? Eu não fico com vergonha, eu deixo os outros com vergonha! Virei o rosto quando ele se afastou, tentando fazer com que ele não visse minhas bochechas rosadas. Não funcionou, ele olhou para mim e deu uma risadinha, como se fosse engraçado isso. Eu vou contar para vocês, não é nada engraçado ficar envergonhada na frente de meninos bonitos como esse. Olhei para ele dando um sorriso, olhando diretamente em seus olhos verdes. Lindos olhos verdes. Desci o olhar um pouco, admirando seu lindo sorriso. E comecei a rir. Não pense que sou idiota, mas eu percebi sua covinha e sou fascinada por covinhas! E estava um pouco bêbada.
- Que foi? Qual o problema? Eu estou sujo? – Harry começou a passar a mão pelo rosto, tentando limpar a “sujeira” dele.
- Nada não, é só que eu adoro covinhas! E você tem uma, então...
- Ah, sim. É, eu a adoro. Minha mãe sempre diz que dá um ar charmoso em mim. – ele começou a levantar as sobrancelhas, como se tentasse me seduzir, eu só conseguia rir.
- Claro que dá, claro que dá. Vamos mudar de assunto antes que você comece a falar de todas as suas qualidades!
- Claro. Vai, joga o assunto na mesa. – ele disse fazendo um gesto com a mão, como se estivesse jogando um dado. Sim, um dado. Não pergunte, ele é um menino estranho.
- O que você faz da vida? – eu perguntei, olhando-o nos olhos.
- Er, eu, huumm, eu sigo meu sonho. – ele respondeu, claramente desconfortável, não querendo me dizer que ele era realmente um popstar mundialmente famoso.
- E qual seria esse sonho? – arqueei a sobrancelha, só para dar um ar de curiosa. Meu Deus, há um motivo para eu ser atriz! Se bêbada eu consigo enganar um menino sóbrio, então eu sou realmente boa.
- É, sabe o quê? O que você faz da vida? É modelo?
- Há, há! Que engraçadinho. Não, na verdade sou uma atriz. E você? Não vai mesmo me responder o que você faz da vida? Eu sei que você, com certeza, não é modelo.
- Como pode tem tanta certeza? – ele me olhava com um sorriso de canto.
- Você disse que está seguindo seu sonho, por favor, seu sonho não pode ser “ser modelo”! – eu disse incrédula.
- Ué, claro que pode. Não é, mas poderia ser!
- Então, qual é? – ele ficou em silêncio de novo. Ele devia estar ponderando se devia me contar ou não. Sinceramente, no lugar dele, eu não contaria. Quantas conversas normais ele devia ter na vida dele com uma completa estranha? Quase nenhuma, com certeza. Eu não contaria, e vou parar de pressionar. Coitado, só quer uma noite normal.
- O negócio é o seguinte, eu estou tipo, numa banda. É, eu estou numa banda e a gente estava tocando aqui esses dias. Eu canto, esse é o meu sonho... – ele parecia aliviado, pois, tecnicamente não contou quem ele era. Ele não necessariamente tinha que estar no One Direction. Ele poderia muito bem estar em uma banda qualquer, mas ele não estava.
- Eu sei, Harry Styles. Sei bem quem você é. – ele estava com os olhos arregalados, obviamente surpreso por eu saber quem ele era e não ter dito nada até agora. – Sinceramente, quando você sentou do meu lado, eu ainda não sabia quem você era, sabia que te conhecia de algum lugar, você era muito familiar. Aí veio o inglês, depois quando você disse seu nome, eu lembrei. Desculpe por não haver dito nada, mas estava me divertindo com a sua situação embaraçosa e você parecia gostar de estar incógnito pra variar. – durante meu discurso, seu olhar foi suavizando e ele foi ficando mais calmo. Quando eu acabei, ele suspirou. Simplesmente suspirou. Pronto, ele ficou bravo, vai embora e vai levar o boy da com ele. E eu vou ouvir pelo resto da noite. Eu e minha boca grande.
- Você é demais, sabia? Até hoje não havia conhecido ninguém que tenha feito tão pouco caso em ter me conhecido, e você ficou aí, me enrolando e conversando comigo como se eu fosse um completo estranho comum. E foi bom, sabe? – ele parecia feliz. Sorriu ao terminar de falar e olhou para mim. – Obrigado. – e me deu um beijo na bochecha. Já posso morrer, Deus? Porque uma maravilha dessas apareceu assim na minha vida? Álcool, pare de falar por mim!
- Não há de que... – eu estava desconfortável com toda essa situação, mas tudo bem. Continuamos conversando como se nada tivesse acontecido, como se ele ainda fosse o Harry com um sonho para ser descoberto. Falamos e bebemos, e bebemos e falamos. Até que uma chega com um loiro em seu encalço. Niall. Coitado, está perdido pela noite, consegue ser bem insuportável quando bêbada.
- Hey, mate, descobriram que estamos aqui. Temos que ir, agora. – Niall estava preocupado. Com essa frase, reparei dois seguranças atrás dele e de .
- Não acredito, a noite acabou? – Harry parecia bolado, olhou para mim e de volta para Niall. – Tem certeza? Quem trouxe a notícia?
- Os grandões aqui atrás, eles estavam cuidando da porta, disseram que ela está cheia de meninas gritantes esperando que a gente saia. E que sabem que estamos acompanhados. – Niall disse, olhando para mim e para .
- Desculpem, meninas, mas precisamos ir. Foi um prazer conhecê-las, pena que a noite já tenha que acabar. – Harry falava olhando para mim. Ui, menino, assim eu gamo!
- Não necessariamente! Vocês podiam ir lá pra casa. A gente passa no hotel, pega os outros meninos e vamos lá pra casa. Tem bebida, tem comida, tem TV e piscina. – oferecia sua casa como se fosse propaganda de TV. Sabe aquelas casas de filme? A dela é uma daquelas.
- Mas e a sua família? Eles vão aceitar você chegar em casa às duas da manhã com cinco estranhos? – Niall parecia preocupado.
- Minha mãe saiu e meu irmão está cobrindo a minha barra hoje. Nossa, quero dizer. Se ele cobriu até agora, pode cobrir mais um pouco.
- E se sua mãe voltar? Olhe, não podemos nos meter em encrenca, estamos saindo escondidos. – Niall falou sussurrando, como se estivesse contando o pior segredo do mundo.
- Se ela voltar, só subimos, deitamos na cama para ela ver que estamos deitadas e voltamos para encontrar vocês. Vai dar tudo certo, se vocês aceitarem, claro.
Harry olhou para Niall e que olhou para o Harry de volta. Então os dois sorriram. Yes, eles virão!
- Ok, nós vamos. Deixe eu ligar para o Liam e avisar que chegamos lá em 10 minutos. – Niall pegou seu celular, mandou uma mensagem e nos chamou para segui-lo. – , pega o meu casaco e coloca na sua cabeça. Harry, dê o seu para , não podemos arriscar a identidade delas.
Fiquei até preocupada quando ele disse isso, mas peguei o casaco — cheiroso — sem reclamar e coloquei por cima da cabeça. Ao sair pela porta, só consegui ver uma multidão de meninas — ok, não era uma multidão, havia umas 30 — gritando. Elas estavam contidas por um pequeno número de seguranças, e com certeza não estava fácil para eles. Fomos correndo para a van deles, eu não ouvia nada fora os gritos daquelas meninas. Fala sério, eles são bonitos e tal, mas são duas horas da manhã. De quinta-feira. Nenhuma das meninas que estavam lá eram maior de idade, logo, todas tinham aula na manhã seguinte. Eu também tinha, mas já passei de ano, e estou saindo escondida. Ok, voltado ao importante. Depois que entramos na van e a porta foi fechada, tirei a jaqueta da cabeça.
- Pode ficar com ela, você parece com frio. – Harry disse, apontando para minha mão, que estava tremendo de frio. – Põe ela logo, menina! – eu pus a jaqueta e nossa, que cheiro era aquele. Agora, sim, nunca mais devolverei a jaqueta.
- Obrigada. – olhei para ele e sorri.
- Nós vamos até o hotel buscar os outros e vamos para a casa desta menina bonita. – Niall avisou o motorista e olhou para com uma cara de menino bobão.
Meu deus, muitas emoções para um dia só. Depois de cinco minutos conversando animadamente sobre besteiras, paramos na frente do hotel. Não havia ninguém por lá, por mais estranho que pareça. Harry mandou uma mensagem para os meninos pedindo para eles descerem logo. Antes mesmo que a gente pudesse voltar para nosso assunto anterior, que ninguém realmente lembrava, vi três meninos saindo do hotel. Liam, Zayn e Louis.


Capítulo 3

Sabe quando você acha que não poderia ficar melhor? Eu já estava com dois meninos lindos, mas, aparentemente, fui uma menina muito boa ultimamente, pois mais três agora desciam do carro na frente da casa da . Eu nunca fui sortuda. Nunca ganhei uma rifa, ou no bingo, ou no sorteio, ou qualquer tipo de jogo da sorte. E eu sou feliz assim, aprendi a conviver com meu azar, mas naquele momento, ao lado daqueles cinco garotos simpáticos, lindos, educados e ingleses (e um irlandês) não havia como eu ser mais sortuda. Tudo isso graças a , que sendo linda daquele jeito chamou a atenção do Niall. Uma noite quebrando as regras e olha tudo o que aconteceu. Não é à toa que todo mundo quebra as regras. É tão divertido! Fala sério, são quase três da manhã e estamos na churrasqueira da ouvindo alguma história louca do Louis, rindo feito idiotas. Idiotas bêbados.
Perdida em meus devaneios, não entendi quando todos começaram a se mexer com uma aparência preocupada.
- Anda, , minha mãe chegou, temos que subir! – quase me chutava escada acima. – Meninos, eu vou apagar as luzes, fiquem aqui, não façam barulho, por favor. Já, já voltamos, ok? - ela apagou as luzes e me puxou escada acima. Chegamos ao quarto dela, deitamos por baixo das cobertas e esperamos.
- Quem diria que isso poderia acontecer um dia. Principalmente com a gente. - sussurrava. – É uma pena que não poderemos contar para ninguém. – quando eu ia responder, ouvi passos subindo as escadas. Logo, sua mãe, ou como eu costumo chamá-la: tia, sim, só tia; entrou no quarto, acendeu o abajur, deu um beijo na minha testa e suponho que na de sua filha também — não sei, pois estava de olhos fechados —, apagou o abajur e saiu. Abrimos os olhos e ficamos esperando. Depois de cinco minutos descemos e os meninos estavam na mesma posição que os deixamos, exceto um.
- Cadê o Harry? – eu perguntei. Quando saímos ele estava do lado do Louis, encostado no sofá (não que eu estivesse prestando muita atenção cof, cof) e agora não estava mais lá.
- Saudades? Eu só fui encher meu copo, já estava ficando vazio. – disse ele levantando detrás do balcão com um copo cheio na mão.
- Engraçadinho, só estava preocupada. Achei que tivesse, sei lá, seguido a gente ou algo assim.
- Não, não. Sabia que ia meter vocês numa grande confusão se a mãe de me visse. Não sou burro, amorzinho. - quanto mais ele falava, mais perto ia chegando. Andava olhando nos meus olhos, lentamente, fazendo-me dar um passo à frente, apressando o processo. Quando me alcançou, abaixou o copo e sorriu. – Mas pode deixar que da próxima vez não te deixarei preocupada.
- Não se preocupe, eu não estava preocupada com você, mas, sim, com a situação. – contrariei-o. Não que fosse verdade, mas dane-se.
- Claro que estava. Não precisa admitir, eu sei. – continuou me olhando e foi falar com o Louis. Meu queixo caiu. Não estava acreditando. Quem aquele menino achava que era para falar assim comigo dentro da minha própria casa? Ok, não era minha casa, mas era meu território. Ele era o convidado, não tinha o direito de me confrontar daquele jeito e me deixar sem graça! Fui conversar com Liam e Zayn, que falavam sobre o show da noite. Entrei no assunto facilmente, fazendo algumas perguntas sobre o mesmo. Estava realmente entretida, aqueles meninos eram muito divertidos. Ria com o relato de Liam sobre o que, de acordo com ele, foi a situação mais estranha que já teve com uma fã.
- Então, espera, você estava no hotel, subindo no restaurante quando a menina apareceu no elevador e tirou a blusa? Simples assim?
- Exatamente! Mas o pior é que ela tinha, no máximo, treze anos. Foi a coisa mais errada do mundo. – Liam explicava com uma expressão engraçada no rosto.
- Meu Deus. Depois dizem que eu não sou normal. Essa menina aí precisa de tratamento, urgente. – eu estava incrédula. Como uma criança tinha coragem de fazer aquilo? Que tipo de educação essa menina teve?
- Você, realmente, não é normal, mas ela era muito anormal. – Zayn falou. Ele não havia falado muito até aquele momento, mas sempre soltava uma tirada engraçada.
- Há, há, que engraçadinho, senhor Malik, morri de rir. Depois dessa, vou até ao banheiro.

Eu estava muito apertada. Minha bexiga explodiria a qualquer minuto. Só fui perceber isso naquele momento. Precisava urgentemente começar a reparar mais nas coisas, andava muito perdida.
Aliviada, lavei minhas mãos e sequei-as. Enquanto me olhava no espelho, a porta se abriu, um corpo entrou e a porta fechou. Numa velocidade muito rápida. Quando virei para ver quem era o invasor do meu momento-espelho, dei de cara com um Harry sorrindo na minha direção.
- Ai, que susto, Harry. Por que não bateu na porta? – perguntei com a mão no coração.
- Eu esperei durante a noite toda. Fiquei esperando, mas você não veio.
- Harry, do que você está falando? Não estou entendendo nada. – tinha certeza de que estava dando a ele a minha melhor cara de interrogação. Ele estava, obviamente, um pouco bêbado, mas não o suficiente para tamanha desconexão.
- Eu esperei, , mas cansei se esperar agora. – e ele me beijou. Senti seus lábios macios contra os meus e instantaneamente fechei os olhos. Ficamos um tempo assim, sem nenhum toque fora nossos lábios. Senti suas mãos na minha cintura e seu corpo pressionando o meu contra a pia. Minhas mãos passaram a alisar seus cabelos sedosos. Sua língua pediu passagem e eu cedi num piscar de olhos. Acho que nunca tinha sentido um beijo daqueles. Aquele menino sabia o que fazia. Eu não estava mais encostada na pia, mas, sim, sentada em cima dela, com as pernas envoltas em seu quadril. Minhas mãos em suas costas, puxando-o em minha direção. As mãos dele passeavam livres pelas minhas coxas e costas. Vários minutos se passaram. A falta de ar não era problema, já que quando ocorriam, os beijos passavam para o pescoço, tanto de um quanto de outro.
- , tá tudo bem? Você já está aí há muito tempo! – batia preocupada na porta. – , me responde, aconteceu alguma coisa?
- Não responde, já, já ela vai embora. – Harry sussurrou enquanto brincava com meu pescoço. Silêncio. – Viu?
Continuamos nos beijando, até a porta se abrir num estrondo e Niall cair em cima de Harry.
- Ai, porra, Niall! Pare de comer, mate, tá muito gordo! Por que você pulou em cima de mim?
- Eu só tentei arrombar a porta, mas parece que não estava trancada.
Olhei em direção a porta, onde todas as outras pessoas estavam. Os meninos olhavam para Harry com uma cara incrédula enquanto me olhava com uma expressão em que misturava orgulho e preocupação. Eu só dei um sorrisinho e abaixei a cabeça, descendo da pia e saindo do banheiro com Harry e Niall atrás de mim.
- Então parece que realmente estava acontecendo alguma coisa no banheiro e que estava tudo bem. Mais do que bem, na verdade. – Louis soltou, amenizando o clima. Todos nós gargalhamos e voltamos a conversar, agora todos juntos.
- Caraca, já passaram das seis horas, , temos que subir! Trocar de roupa e acordar meu irmão. Meninos, fiquem aqui em baixo, mas à vontade. Peguem suas coisas que logo mais iremos embora.

Subimos, acordamos o irmão da e fomos em direção ao seu quarto nos trocar.
- O que foi aquilo, hein, ‘mó beijão no banheiro! – sabia que estava por vir algum comentário daquele tipo.
- Ele entrou no banheiro, me pegou de surpresa e nos beijamos. Nada demais. – disse, dando de ombros. - Não foi nada demais. Aposto que ele fica com várias meninas, uma em cada cidade por onde passa. Não tem importância alguma. – disse, sentindo uma pontada de tristeza.
- Não sei, não. Ele não tirou os olhos de você a noite toda.
- Tanto faz, amiga, ele tá indo embora.
- Eu sei, mas vocês estarão morando na mesma cidade em menos de um mês, não se esqueça disso! – me lembrou de algo que nem havia passado pela minha cabeça.
- Isso a gente resolve quando eu estiver morando lá. Vamos descer logo, antes que eles destruam algo.

Enquanto descia, reparei na minha roupa. Que irônico. Passei pela cozinha, pegando um pedaço de bolo e continuei descendo. Quando cheguei lá embaixo, todos seguiam em direção à van. Entreguei a mochila de para ela e fechei a porta atrás de mim. Durante o caminho para a escola conversamos. Fui eternamente zoada por causa do meu moletom, recebendo várias piadinhas como: “Você já tem o seu” ou “Nossa, precisa de mais de um?”. Crianças. Paramos na quadra anterior a da escola, não queríamos chamar a atenção. Os meninos não puderam descer, então nos despedimos na van mesmo. Depois de vários “A gente se vê”; “Nos falamos por Skype” e “Não se esqueçam de ligar quando chegarem em Londres” — esse mais direcionado à mim —, saímos.
- Espera, espera, não tiramos nenhuma foto! Voltem aqui! – Niall balançava o braço para fora da janela, tentando chamar a nossa atenção. Voltamos, tiramos uma foto todos juntos. Enquanto e Niall tiravam uma foto juntos, Harry passou o braço pela minha cintura, apoiou sua cabeça na minha e apontou para seu celular que estava a nossa frente. Fizemos uma careta e tiramos a foto.
- Vou postar no Instagram, ok? – ele me perguntou, já no aplicativo, escolhendo um filtro. – Olha aí, veja se gostou.
Chequei no meu celular nossa foto fazendo careta com a legenda: All these little things.
- Vou morrer hoje. – falei baixinho e ele ouviu.
- Ué, por quê? É só uma foto, ninguém vai se importar.
- É uma foto na qual a legenda é uma música declarando seu amor por uma menina. Minha escola é pilhada de fãs suas. Serei assassinada hoje.
- Se você for assassinada, elas irão me magoar. Não fariam isso.
- Tchau, Harry. – dei um beijo na sua bochecha e saí da van. Chegando aos portões da escola, meu celular vibrou.

“Você fica linda com aquele gorro de panda e esse moletom. Tente não pensar em mim durante suas aulas. Nos vemos por aí
xx Harry”


Sorri involuntariamente com a mensagem, coloquei o celular no bolso e segui para mais um dia escolar tedioso. Mas um pensamento não saía da minha cabeça: que menino mais metido! Fofo, mas metido.


| Continua... |




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