Love is Easy






Ficar longe da é difícil. Ela é o amor da minha vida, e essas viagens de negócios me deixam com muita saudade dela. Eu geralmente fico fora por uma ou duas semanas, mas dessa vez são quase dois meses e eu não aguento mais.
Nós estamos juntos desde o primeiro ano da faculdade – já faz cinco anos. É um tempo bem longo, se comparado aos outros relacionamentos que eu tive. A maioria não chegou há durar seis meses, com sorte, mas eu estava com a há cinco anos.
Nós nos odiamos de cara, quando fomos forçados a formar uma dupla para uma aula obrigatória de marketing, no nosso primeiro semestre na Universidade de Los Angeles. Nós simplesmente não demos certo. A nossa tarefa era criar um anúncio de vendas para um produto usualmente utilizado no dia-a-dia dos consumidores, exaltando as qualidades do item a venda e estabelecendo um plano diretivo de marketing: como o comprador se beneficiaria e todo aquele blá blá blá.
Nós escolhemos sabão em pó como nosso item, e a e eu discutíamos constantemente sobre como faríamos aquele projeto funcionar. É claro que sabão em pó é um produto usado em praticamente todas as casas, mas principalmente direcionado às mulheres. A meu ver, é sempre a mulher que cuida da lavanderia. Minha mãe e minha avó sempre cuidaram das minhas roupas, eu nunca tinha feito por mim ou por mais ninguém. O bom de fazer faculdade em LA era que ficava apenas a algumas horas da minha cidade natal, San Diego. Eu passava os fins de semana lá e minha mãe lavava as minhas roupas.
Mas oh, não! A era contra isso.
Ela é uma espécie de feminista – apoia que a mulher trabalhe e seja a provedora da família, ou pelo menos ajude com as despesas da casa. Ela não precisa necessariamente ser uma dona de casa para estar comprometida, ou deixar que o homem a controle. Ela é independente. Mas ela não é completamente feminista porque ela quer o que os pais dela têm. Ela quer amor, um casamento, filhos e um lar. Ela quer um final feliz com todas aquelas coisas boas, enquanto mantém sua própria independência.
A maioria das feministas são contras relacionamentos que acabem em casamento. Um matrimônio significa estar permanentemente ligado a alguém, e elas não querem isso. Elas gostam de liberdade. E algumas feministas são simplesmente contra os homens em geral. Pelo menos, foi isso que a leu em algum lugar. Eu realmente não me importo.
Então, tudo o que nós fizemos foi discutir sobre o bendito projeto, e chegamos ao ponto em que simplesmente não queríamos mais fazer um com o outro. Eventualmente, nós soubemos gerenciar nossas diferenças e pelo bem das nossas notas naquela matéria, conseguimos um 10.
Nós celebramos o sucesso do projeto na mesma noite, assim que saímos da aula com os resultados... e acabamos indo pra casa juntos. Nossos lábios se juntaram assim que entramos no táxi em direção ao meu apartamento e nós sequer prestamos atenção quando entramos no elevador, nossas mãos estavam em todos lugares ao mesmo tempo, lutando para arrancar nossas roupas quando passamos pela porta.
E o resto é história. Nós namoramos, nós transamos, nós nos divertimos. E eu me dei conta de que estava apaixonado por ela um mês depois daquela fantástica noite de celebração. Um mês que me fez perceber que a era a garota certa pra mim, e eu era o cara certo pra ela. Tudo parecia tão simples, tão natural pra gente.
Nós nos formamos e conseguimos empregos diferentes no mundo empresarial, mas continuamos nos apoiando durante todo o caminho e estamos juntos para o que der e vier até hoje.
É verdade que nós temos muitas brigas... algumas delas barulhentas o bastante para que os nossos vizinhos mandem recados ao síndico, nos pedindo silêncio. Mas que casal não briga? E se você não briga, tem alguma coisa errada.
Uma vez eu li uma frase que dizia: ‘O casal que mais briga é aquele que está mais apaixonado. A briga mostra que você se importa o suficiente para perceber que o outro fez algo errado e deixar claro, para que possa ser consertado. Quando você para de brigar, significa que parou de se importar.’ E eu acredito nisso de verdade. Além do mais, sempre há o maravilhoso sexo de reconciliação.
E, quando não estamos brigando, temos aqueles momentos maravilhosos e indescritíveis onde fazemos amor. E uma dessas extraordinárias vezes resultou em um presente nove meses depois – nossa pequena Chloe, que é a luz da minha vida. Ela já está com um ano de idade e crescendo tão rápido que eu tenho certeza que vou me espantar quando chegar em casa. A me envia fotos e mais fotos quase todos os dias, mas não é a mesma coisa. Não vejo a hora de abraçá-la.
Agora que eu já expliquei toda a minha história com a , posso continuar de onde parei. A pior parte do meu trabalho é ser mandado a essas viagens cansativas. Geralmente eu ficava fora por uma semana a cada dois meses. Uma semana longe das minhas garotas. E dessa maldita vez eu estou há dois meses longe delas para uma série de reuniões em Nova York. Conversas no Skype, fotos por e-mail e ligações diárias eram o que me impediam de pular no próximo voo pra LA. Felizmente, eu costumava ter um dia de folga por semana e usava esse tempo para conversar por vídeo com a (que estava ficando na casa da mãe dela enquanto eu estava fora) e mimar a minha garotinha. Eu amava cada reação que ela tinha ao me ver daquele jeito tão estranho, através da tela do computador. Quando não podia estar com elas, eu aproveitava um tempo sozinho no Central Park ou visitava um dos muitos museus que Nova York tem a oferecer.
Agora que já tinham se passado dois meses desde a última vez que eu vi a e a minha viagem pela cidade que nunca dorme estava acabando, eu tinha um dia livre só pra mim antes do voo de volta para Los Angeles amanhã à tarde. Eu usei esse tempo para dar uma última volta pela cidade com meu companheiro de trabalho e melhor amigo, , que também era marido da melhor amiga da , . De alguma maneira, nós chegamos até a Quinta Avenida, uma das ruas mais movimentadas de Nova York, famosa por todas as suas lojas caras de designers famosos e coisas que eu não entendia muito bem. Quer dizer, eu ganho um bom salário e um cheque bem gordo como bônus no fim do ano, mas eu não moraria nessa cidade nem gastaria meu precioso e suado dinheiro desse jeito. Simplesmente não.
Mas é uma viciada em compras e amante louca de qualquer designer famoso que você possa imaginar. Ela literalmente morreria se nós não levássemos qualquer presente de uma das tão desejadas lojas da Quinta Avenida. Era assustador. Então, como já estávamos aqui, não faria mal tentar encontrar uma loja que faria a soltar um daqueles gritinhos irritantes e característicos dela se estivesse aqui. O problema era que ela faria isso em todas as lojas, então era um trabalho realmente difícil para dois caras completamente leigos no assunto. E se o levaria algo para a esposa, eu também deveria levar para as minhas duas garotas.
Então nós passamos pela Tiffany’s. A Tiffany’s. A joalheria mundialmente renomada, popularmente conhecida por seus anéis de noivado e alianças de casamento.
E aquilo me atingiu como um raio.
Eu amo a . Eu sei que ela é a mulher da minha vida. Nós já estamos juntos há algum tempo, construindo uma vida juntos criando uma filha. A vida não poderia ser mais perfeita, mas eu queria que nós fôssemos completamente oficiais, completamente ligados um ao outro, porque eu nos via desse jeito. Nós sempre pensamos nisso, mas nunca colocamos em prática. A equação era simples: eu queria casar com , mãe da nossa filha e amor da minha vida.
- Nós vamos entrar aqui, . – Eu disse rapidamente quando chegamos à porta, arrastando pelo colarinho para que ele me seguisse. E não me arrependi nem um pouco de ter feito isso, porque se eu não o estivesse guiando, ele ficaria completamente perdido assim que colocamos os pés lá dentro. A loja era simplesmente gigantesca! E havia tantas vitrines que eu estava com medo de esbarrar em alguma coisa e causar um desastre quebrando todos aqueles vidros com coisas brilhantes.
Uma das vendedoras veio até nós, perguntando se havia alguma coisa com a qual ela pudesse nos ajudar, do jeito mais doce possível. Quase com um olhar de pena. Ela sabia que nós não tínhamos ideia de por onde começar e que não sairíamos dali enquanto não estivéssemos satisfeitos. E isso significava uma grande comissão para ela, era verdade. E, além disso, eu compraria pelo menos duas peças e o com certeza levaria alguma coisa daqui para . Ela teria um mini ataque do coração com uma caixinha da Tiffany’s.
- Ahn, sim. Anéis de noivado, por favor. – engasgou ao ouvir o meu pedido à vendedora. Ele sabia do meu amor pela e também sabia que um dia nós seríamos oficiais. Ele só não esperava me ver comprando um anel em NovaYork assim, de supetão.
- Você veio ao lugar certo então! – Ela nos guiou até uma das maiores vitrines, lotada de anéis de noivado de todas as cores e tamanhos. Eu queria um de prata, então nós fomos até o balcão correspondente.
- Você está vendo algum em particular que você goste ou que a sua futura noiva possa gostar?
Eu mordi meu lábio enquanto pensava e procurava pelo anel perfeito pra naquele mar de brilho. Ela é uma garota simples que não gosta de nada muito grande ou chamativo. Mas eu sabia que ela não se importaria com alguns pequenos diamantes. Quer dizer, ela provavelmente arrancaria minha cabeça por estar comprando joias tão caras para ela e Chloe; era melhor manter o mais simples possível, mas ainda lindo, exatamente como ela.
Meus olhos percorreram aquela infinidade de peças até pousarem em um especifico. E eu soube que aquele seria o escolhido, que a o amaria. Estava no display chamado ‘Lucida’ – um diamante quadrado no centro e duas fileiras de pequenos diamantes envoltos em prata dando forma ao anel.
Eu apontei para o que eu havia escolhido. – Aquele. Aquele é a cara da .
- Nós temos algumas opções em outros tamanhos, deixe-me mostrar. – a vendedora disse, desaparecendo atrás do balcão.
- Eu vou dar uma olhada por ai, ver se consigo achar alguma coisa para a . Divirta-se! – disse antes de também desaparecer pelo outro lado da loja. Eu acho que ele queria que aquela experiência fosse somente minha. Ele sabe como a é, mas não seria ele quem usaria o anel. Seria a , então ele não podia me ajudar a tomar a decisão em qual anel comprar. Se eu quisesse pedi-la em casamento, teria quer ser por minha conta.
A vendedora voltou com uma caixa contendo anéis de diferentes tamanhos do mesmo modelo que eu havia escolhido. O maior deles, de 25 quilates, era ridiculamente grande. Eu sabia que, um, eu não poderia pagar e, dois, aquilo não tinha nada a ver com a . Então, eu balancei a cabeça negativamente quando esse foi apontado. O menorzinho era legal, mas o diamante era muito pequeno para um anel que tinha mais diamantes em volta... parecia perdido, como se não fosse o foco do anel. Pelo menos foi assim que eu o vi, então não.
Eu finalmente escolhi o que estava bem no meio – de 0.5 quilates. Era do tamanho perfeito para encaixar na mão da . Eu sabia que ela iria amar, era simples e lindo.
- Você gostaria de comprar as alianças de casamento? Nós temos algumas que são da mesma família deste anel de noivado, para combinar. – A vendedora disse. Eu estava tão ocupado encarando aquele anel e imaginando como a ficaria usando aquilo, que a pergunta dela me causou um pequeno sobressalto.
- Desculpe. Ahn, sim, claro. Por que não? – Eu sorri.
Ela me ajudou a escolher duas alianças que eram perfeitas para mim e para a . Eu escolhi uma prata simples e um tanto quanto grossa pra mim e uma outra prata mais fina e com meio circulo de diamantes cravejado nela para a , combinando com o anel.
Eu tinha a opção de gravar nossos nomes no anel e nas duas alianças, mas eu recusei educadamente que o fizessem porque eu não morava em Nova York e estava indo embora amanhã. Então ela me disse que havia duas Tiffany’s em Los Angeles que eu poderia visitar, caso decidisse gravá-los.
Eu a pedi que me ajudasse a escolher alguma coisa que não fosse uma joia pra Chloe. Ela é um bebê de um ano de idade, então não há nada que ela possa usar agora, e não faria sentido comprar algo que ela simplesmente não poderia usar. A vendedora então sugeriu que eu comprasse um cofre de porquinho. Eu definitivamente não pensaria em cofres de porquinhos ao entrar na Tiffany´s, mas eles tinham diversos tipos de presentes para bebês, incluindo cofres de porquinhos para meninos e meninas. Depois de me mostrar alguns deles, eu acabei escolhendo o porquinho rosa para a Chloe. Com a minha compra feita, eu encontrei o escolhendo um bonito colar pra . Ela ficaria feliz.
No fim do dia, que me pareceu uma maratona, tudo que eu queria era chegar ao hotel, tomar um banho e dormir até chegar a hora do meu voo, na tarde seguinte.

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Quando eu já estava pronto pra sair daquele hotel, que tanto já estava me enjoando, e voltar pra casa, onde a minha outra metade estava esperando, eu liguei pra para avisá-la que em um pouco mais de 8 horas eu estaria em casa.
- Eu mal posso esperar, . Sinto tanto a sua falta! Nós sentimos muito a sua falta. – Ela disse chorosa.
- Eu sinto falta de você também, amor. E da Chloe. Pelo menos eu ficarei em casa por uns bons meses até a próxima viagem, então poderei passar todo o meu tempo livre com vocês duas.
- Tudo bem. Tenha uma boa viagem, amor. Eu te amo.
- Eu também te amo. Dê um beijo na Chloe por mim.
- Claro que sim. Tchau, !
- Tchau, amor. – E então eu ouvi o clique do telefone sendo desligado do outro lado da linha. Era hora de ir para o JFK, também terminou sua ligação para a e nós pegamos um taxi para o aeroporto. A fila para passar na segurança não estava tão grande, o que aliviou um pouco meu medo de que alguma coisa acontecesse com a maleta onde estavam meus presentes para a e para a Chloe. Um extravio de bagagem com certeza me deixaria chateado, no mínimo. Depois de despachar nossas bagagens, nós nos sentamos em uma cafeteria para esperar o horário do embarque. Era uma longa espera.
Na minha cabeça, eu pensava em como faria o pedido à . Eu estava pensando em fazê-lo no nosso aniversário, em Novembro. Nós estávamos em Maio, então seriam seis meses de espera. Não era tanto tempo assim e além do mais nós estaríamos perto das épocas festivas, o que significaria que nossas famílias estariam juntas e então nós poderíamos anunciar a novidade.
Ok, eu disse a mim mesmo, esperarei até novembro.
Quando já estávamos na metade do caminho até Los Angeles, minha cabeça não parava de girar com pensamentos como ‘onde eu vou esconder o anel? E se a encontrar sem querer? E se eu não estiver em casa para o nosso quinto aniversário por causa de alguma viagem inesperada?´. Eu queria muito estar em casa para comemorar nosso quinto ano juntos e pedi-la em casamento, não em alguma viagem idiota.
E então eu senti meu coração apertado, me dizendo que seis meses era um tempo longo demais. Que eu deveria fazer isso hoje mesmo. Eu não queria que aqueles pensamentos negativos se tornassem realidade, mas essa não era a razão principal pela qual eu queria fazer o pedido hoje à noite. Eu simplesmente queria. Realmente me machuca ficar longe da minha , quase uma dor física, que se agrava ainda mais quando eu penso na Chloe também. Eu mal consigo me aguentar de saudade, e quando eu estou com elas, eu não consigo me afastar. Eu não tenho dúvidas de que eu e a fomos feitos um para o outro. Eu devo pedi-la em casamento hoje à noite porque não faz sentido esperar pelo momento perfeito quando esse momento perfeito seria quando eu chegasse em casa e encontrasse as duas mulheres da minha vida. E além do mais, eu acredito que momentos perfeitos são aqueles que não são totalmente planejados, com um quê de surpresa. Eu não estava planejando, eu só sabia que faria o pedido essa noite, mas não sabia onde e nem como. Mas eu sabia que seria certo.
E agora eu já tinha certeza que, de qualquer maneira, não aguentaria esperar seis meses. Eu provavelmente faria mais rápido do que imaginava.
Eu amo tanto a que poderia esperar por ela para sempre, mas agora eu estava roendo minhas unhas e praticamente pulando no meu assento, ansioso pra chegar em casa e querendo me ajoelhar e deslizar aquele anel no dedo da mulher mais linda do mundo.

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Finalmente o avião pousou e estava levando muito tempo para eu e chegarmos ao terminal. Eu precisava chegar até a esteira de bagagem o mais rápido possível pra me certificar de que a mala com os anéis tinha chegado intacta. E realmente tinha, graças a Deus!
Com as nossas malas em mãos, nós saímos correndo do terminal de desembarque, procurando por táxis que nos levassem embora. Nos despedimos assim que conseguimos dois carros, uma vez que morava do outro lado da cidade e eu não esperaria nem um minuto a mais para ver minhas garotas e fazer o grande pedido.
- Boa sorte, cara. Eu sei que ela vai aceitar, então vê se não se preocupa com isso! – me disse, se despedindo com um aperto de mão.
- Valeu, . Quando ela aceitar, você provavelmente vai ter que se preocupar com as vidraças.
- Por quê?
- Porque os gritos de alegria da quando a ligar pra contar provavelmente vão causar estragos em todas as janelas.
Ele riu com vontade e me deu um tapinha nas costas antes de entrar no táxi e partir. Eu disse ao motorista o endereço, pedindo que fosse o mais rápido possível. Meia hora depois eu estava sendo entregue no portão da nossa casa. Dois meses sem estar no meu lar, na minha cama. Eu mal podia esperar para dormir nela com a nos meus braços de novo.
Eu queria surpreendê-la, porque o nosso voo pousou um pouco adiantado (consequência de um bom tempo, pelo menos uma vez na vida), então eu destranquei a porta e entrei tentando ser o mais silencioso possível, deixando minhas malas cuidadosamente no corredor e tirando os sapatos para que eles não me denunciassem. Eu abri a mala devagar, tirando a caixinha com o anel de lá e guardando no bolso do casaco que eu estava usando.
Eram quase sete da noite e eu sabia que a provavelmente estava jantando com a Chloe agora. Enquanto eu me aproximava calmamente da cozinha, podia ouvi-la fazendo barulhos bonitinhos e engraçados, tentando fazer a Chloe abrir a boca pra comer.
- Olha o aviãozinho! Vrummmm vrummmm! – A dizia em uma voz de bebê, balançando a colher perto da pequena boca de Chloe, que a abria e aceitava a comida feliz da vida. Minhas duas garotas estavam sorrindo e dando risadas, e eu não me contive e acabei falhando em manter minha chegada em segredo quando soltei uma pequena e baixa risada.
olhou em volta um pouco surpresa, até que seus olhos pousaram em mim e ela abriu um sorriso imenso.
- Papá! – Chloe abriu um sorriso quase tão grande quanto o da mãe.
- Oi, meus amores. – Eu sussurrei, olhando pra .
Ela largou o pequeno pote de purê de batatas na bandeja da cadeirinha da Chloe e se levantou rapidamente, correndo até mim com toda força. Eu a peguei no colo enquanto ela distribuía beijos por todo o meu rosto, me dizendo o quanto estava com saudades e o quanto me amava, antes de grudar sua boca na minha. Como eu sentia falta dos beijos dela.
- Você está em casa! – Ela murmurou com os lábios ainda grudados aos meus.
- Eu estou em casa, amor.
- Ah, graças a Deus! Eu não aguentava mais! A Chloe era a única que estava conseguindo me fazer sorrir.
- O que? A não conseguiu te manter ocupada?
- Ah, ela me manteve ocupada sim! Compras, compras e mais compras. Uma garota como eu não aguenta tanto assim, .
Eu ri e a beijei mais uma vez enquanto a colocava em pé na minha frente, abraçando-a pela cintura e a deixando o mais perto possível de mim. Nós simplesmente nos encaixávamos como duas peças de um quebra-cabeça.
Era inacreditável pensar que dois meses antes de ficarmos juntos, nós nos odiávamos. Agora nós odiávamos ficar separados. E era inacreditável também que faziam quase cinco anos desde que começamos uma vida juntos e tivemos uma filha linda. E agora eu pegaria a minha filha, a colocaria no berço, daria um beijo de boa noite e então faria à o pedido que eu estava morrendo pra fazer desde ontem – ou desde o começo de todos esses anos com ela.
- Ei, neném! – Eu fui em direção a Chloe e a peguei no colo, dando uma pequena mordida em sua bochecha, arrancando gargalhadas em resposta. – Eu senti tanta saudade!
- Papá!
- Eu te amo, princesa. Vamos para o berço. – Então eu a levei escada a cima, com a me seguindo, troquei a fralda – coisa que eu fui forçado a aprender, uma vez que a minha namorada era uma semi-feminista – e coloquei um pijama qualquer que estava em cima do pequeno travesseiro. A coloquei novamente no colo e comecei a balançar o corpo, dando pequenos tapinhas leves em suas costas e cantando a canção de ninar que sempre a fazia dormir quando eu estava em casa.
A estava encostada na porta, um sorriso terno em seu rosto enquanto nos observava. Há dois meses que eu não podia beijar a nossa filha, brincar com ela e a fazer dormir cantando aquela canção. Ela sabia o quanto aquele tempo era importante pra mim agora.
Gentilmente eu deitei a Chloe no berço, beijando a sua testa e puxando a cordinha do móbile, para que aquela canção embalasse seu sono o resto da noite.
Fui até e a peguei nos braços iniciando um beijo calmo, cheio de saudade. Ficamos assim por um bom tempo, aproveitando cada segundo daquele beijo, até que eu não pude mais aguentar. Separei nossos lábios dando um pequeno selinho e encostei minha testa na dela.
- Eu amo você, . Amo tanto. Eu me sinto extremamente sortudo por ter você na minha vida e por nós dois termos feito uma filha tão linda juntos. Vocês duas são a minha vida toda e sem vocês eu sei que não seria nada. Eu ia esperar alguns meses pra fazer isso, mas no caminho pra casa eu soube que não podia mais esperar. Eu tenho que fazer isso, e é porque você é o meu mundo todo que eu não posso mais esperar, . Tenho tanta sorte de ter você, de poder estar com você! E eu me sentiria ainda mais sortudo se você não fosse somente a minha namorada e mãe da nossa filha, mas... – Eu me afastei, tirando a caixinha do bolso e me ajoelhando na frente dela, que engasgou quando me viu abrindo a caixa e revelando o anel. – se também fosse minha esposa. Então, , amor da minha vida, você me faria o cara mais feliz do mundo e se casaria comigo?
deixou escapar um soluço que a estava sufocando desde que me viu ajoelhado, com os olhos marejados. Ela sorriu, seus olhos brilhando lindamente com o reflexo da luz em suas lágrimas e ela respondeu: sim!
Eu respirei fundo depois de ter ficado alguns segundos segurando a respiração, ansioso pela resposta e esperando que ela aceitasse. E quando ela exclamou o “Sim!” eu me levantei sorrindo e coloquei o anel em seu dedo, antes de pegá-la no colo e rodá-la no ar distribuindo beijos pelo seu rosto, secando todas as lágrimas que haviam caído.
- Eu te amo, !
- Eu também te amo, !
- Nós vamos nos casar?
- Sim, meu amor. Nós vamos. Eu não sei por que nunca fiz isso antes... depois que eu comprei o anel ontem, tudo que eu queria era te pedir logo. Eu planejava fazer só em novembro, no nosso aniversário, mas no caminho pra cá começaram a surgir todos esses ‘e se?’ na minha cabeça e então meu coração me disse que esse era o momento certo porque o que mais importa é o que eu sinto por você. E o momento perfeito é quando você sente que é perfeito, não quando você planeja todos os detalhes. Te perguntar se você aceita ser a sra. na porta do quarto da nossa filha meia hora depois de ter chegado em casa me parece o momento perfeito.
- É perfeito! É claro que é perfeito! Você é perfeito pra mim. Nós estamos aqui... chegamos tão longe, temos uma filha e uma vida juntos e agora parece certo começar a planejar o resto das nossas vidas. Eu te amo, . E eu mal posso esperar pra ser sua mulher.
- Mal posso esperar pra te dar meu sobrenome, amor. – E então nós começamos um beijo apaixonado, totalmente diferente dos outros até agora, o desejo pulsando em cada célula do nosso corpo. Eu a apertei mais em meus braços, sentindo suas mãos pequenas acariciando a minha nuca e a frieza da prata em seu dedo batendo no meu pescoço e me deixando arrepiado. Nossas línguas brincavam uma com a outra no mesmo ritmo e eu sentia meu desejo por ela crescendo... literalmente.
Eu a puxei de volta, carregando-a no colo no melhor estilo noiva, e atravessei o corredor até o nosso quarto. Abri a porta com um chute e a levei até a nossa cama enquanto ela distribuía beijos no meu pescoço, o que só aumentava a minha necessidade de tê-la o mais rápido possível.
Deitando-a no centro da cama, eu fiquei por cima dela e a beijei mais uma vez, descendo a minha boca pelo seu queixo, trilhando um caminho molhado até a curva do pescoço dela e dando pequenos chupões naquele que eu sabia que era seu ponto fraco.
- Oh, ... – Ela gemeu. – Eu preciso de você!
- Eu sei, amor... – eu sussurrei contra a sua pele. – Você é só minha.
- Sou só sua e preciso de você dentro de mim agora.
Ela rapidamente tirou meu casaco e puxou a minha camisa de uma única vez, fazendo com que voassem botões pra todo lado. Quando ela estava com vontade, roupas se tornavam insignificante demais, ela não se importava em destruir algumas peças no caminho. E eu também tenho culpa, muitos vestidos já foram inutilizados durante algumas brincadeiras e algumas lindas lingeries destroçadas pela minha necessidade de vê-la nua.
Quando eu levantei a minha velha camisa de futebol da faculdade que ela estava vestindo e ia tirando a calcinha, enquanto ela lutava pra puxar a minha calça já aberta e as minhas boxers com os pés, me deparei com a visão maravilhosa da minha futura mulher nua pra mim, só pra mim. Isso nunca vai deixar de me encantar.
Iniciando outro beijo em seus lábios, eu me inclinei acabando com toda distância entre nós. As mãos da estavam nas minhas costas e suas unhas deixavam leves arranhões enquanto suas pernas apertavam firmemente a minha cintura, guiando meus movimentos. Como é bom estar dentro dela! Eu sabia o quanto era bom pra ela também, nós tínhamos essa sintonia incrível a cada vez que fazíamos amor ou a cada vez que o sexo ficava selvagem. Nossa vida sexual só melhorou com o passar do tempo, à medida que fomos aprendendo o que fazer um com o outro. Eu fazia tudo do jeito que a mais gostava e ela correspondia exatamente como me agradava.
Quando eu consegui controlar a minha respiração, depositei um beijo na testa de e a olhei nos olhos.
- Eu te amo muito, .
- Eu te amo mais que tudo, meu .
- Já sabe quando quer fazer o casamento, amor? – Eu perguntei, deitando ao lado dela e a puxando para o meu peito, nos deixando em posição de conchinha, a preferida dela. Enquanto ela pensava, eu passava meus lábios levemente por seu pescoço, mal encostando em sua pele e a deixando arrepiada.
- Já. 18 de novembro, nosso aniversário que vai passar a ser aniversário de verdade. O que você acha? – Ela perguntou, virando o rosto para me encarar.
- Parece bom pra mim, amor.
- Você me faz muito feliz, . Você sempre me faz feliz.
virou o corpo todo de frente pra mim, acariciando meu rosto e dando um pequeno beijo na ponta do meu nariz. Eu peguei a mão dela e beijei o dedo onde estava o anel simbolizando a nossa união, enquanto passava meus braços pela cintura nua dela e a puxava pra mais perto de mim, como se fosse possível.
- Faça amor comigo de novo, .
E então nós fizemos. A noite toda, todas as noites da nossa vida.
If this is Love, then Love completes me.



Fim.



Nota da autora: Olá! Primeira n/a da vida, yay. Se você leu até aqui, muito obrigada! Acho que eu nunca escrevi algo tão rápido e nem uma história tão pequena antes, mas gostei do resultado. Queria agradecer à Benny por me aturar todos os dias, surtar sobre todos os assuntos aleatórios comigo, responder todas as minhas perguntas idiotas, ler o que eu escrevo e por ter aceitado betar essa aqui! E também ao McFly, por ter me proporcionado um mini-heart attack com essa música MARAVILHOSA! ‘Love is easy’ me faz pensar em coisas boas, histórias leves, clichês românticos e finais felizes. Era exatamente isso que eu queria nessa fic, um cara simplesmente apaixonado, um amor fácil e sem dramas. É isso... quem quiser falar comigo, me dar um oi ou tagarelar um pouco sobre qualquer coisa é só me procurar no twitter.


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