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Prólogo


Na vida, recebemos notícias boas e notícias ruins. Um parente seu morre, uma notícia ruim. Você tirou a maior nota da sala, notícia boa. Seu ex-namorado, , foi encontrado morto, notícia ruim. Seu pai chegou em casa coberto de sangue , depois de prometer que aquele idiota nunca mais te machucaria. Notícia péssima.
Eu corria por meio as árvores, tentando impedir o inevitável. Meu vestido branco rasgava conforme eu passava pelos galhos, impiedosos. Como eu pude ser tão burra e ver o que estava na minha frente todo esse tempo? Como eu não pude aceitar e seguir em frente?
Por causa desse pequeno erro, não tinha mais o direito de me apaixonar. Não tinha o direito de errar ou de me magoar. Por causa desse pequeno erro que eu tracei o final de uma vida que não me pertencia.
O som de um tiro à distância, me trouxe de volta a realidade. Mesmo sabendo que era tarde demais, eu tinha uma promessa para cumprir. Um erro para consertar. Tudo isso, porque eu não queria aceitar um fato simples.

Meu pai é um psicopata.



Capítulo 1


O caminhão de mudança parou em frente a uma casa antiga e quase caindo aos pedaços. Meu coração se apertou quando eu percebi que teria que chamar aquilo de lar. Levantei os óculos, pousando-os em meus cabelos castanhos, e suspirei. Não poderia reclamar de uma coisa que eu mesma tinha causado.
Pelo espelho retrovisor, vi o carro vermelho de meu pai parando logo atrás do caminhão em que eu estava. Ele saiu e espreguiçou-se. Eu observava tudo com os olhos estreitos. Quando ele me olhou e sorriu, eu não pude deixar de tremer por dentro e me encolher para dentro do caminhão.
- Você está bem, senhorita ?
Me virei para encarar Mark , um senhor de idade, que fez a gentiliza de nos ajudar com a mudança, assim que chegamos na cidade. Forcei um sorriso e coloquei os óculos no lugar. Meus olhos sempre foram muitos expressivos, assim como os da minha mãe eram.
- Ótima!- Eu respondi e olhei novamente para a casa.- Acho que ainda não me acostumei com essa mudança.- Eu disse.
- Oh, a cidade é ótima.- Ele assegurou e olhou para algo além de mim. Virei meu rosto e vi que olhava para meu pai, parado em frente a casa com as mãos na cintura e olhando para o segundo andar.- Parece que seu pai já gostou daqui.
- Vamos ver quanto tempo duramos dessa vez...- Eu disse sem perceber.
- O que?
- Hum, nada.- Eu disse, depressa, e abri a porta do caminhão, descendo.- É bom mudar, às vezes!- Eu admiti, e ele logo mudou de assunto.
- Ah, e não se preocupe com os móveis. Meu sobrinho logo vai chegar aqui e ajudá-los. - Ele assegurou, tentando me deixar tranquila, mas não funcionou. Fiquei tensa.
- Sobrinho?
- Sim! - Ele sorriu, olhando para longe. Havia orgulho em sua voz. - . Ele deve ter a sua idade. - Ele continuou,ignorando a minha tensão. - Está passando um tempo comigo para frequentar a faculdade de medicina. - Murmurei, em seguida, vendo que meu pai ainda estava parado em frente à casa, analisando cada detalhe. Assim que me virei, ouvi ele me chamar.
- Querida, venha ver nosso novo lar! - Senti um frio percorrer meu corpo, mas assenti, indo em direção à entrada da casa. Assim que entrei, senti alguém colocar as mãos em meus ombros.
- Tudo ficará melhor agora, minha querida, sem aquele garoto para te atormentar... - Ele disse, lançando um sorriso, um sorriso realmente assustador. Arrepiei-me, ouvindo uma risada fraca dele. - Por que esta assustada? Eu não irei te machucar, .
- E-eu não estou assustada!
- E por que está gaguejando então? - Ele disse, me encarando, droga!
- An...Vou ir ver a casa e depois arrumar minhas coisas. - Eu disse, indo para um corredor extenso daquela casa.

Andei um pouco, até achar uma pequena porta, acho que era o porão. Resolvi não entrar ali, bem, não agora, já que eu não tinha certeza do que eu poderia encontrar naquele lugar, afinal, aquela casa me dava calafrios.
Entrei em um dos quartos, que estava com as janelas fechadas e não tinha nenhuma réstia de luz no tal cômodo, então, enquanto eu procurava o interruptor, tropecei em algo, e assim que acendi a luz, vi que tinha algumas malas e caixas jogadas pelo chão. Abri uma delas, vendo que eram meus livros e dvd's. Peguei todos aqueles livros, colocando-os em ordem, em uma estante velha que estava lá.

Quando terminei de guardar todas aquelas coisas, uma vontade louca de olhar aquele porão me tomou. Eu comecei a olhar todos os lugares daquela casa, provavelmente existiam muitos quartos em cada andar. Após olhar tudo, me deparei com a mesma portinha que eu vi quando cheguei naquela casa. Eu não me contive e, então, abri uma pequena fresta, vendo que aquele lo porão também estava tomado pela poeira. Logo que entrei, ouvi um estrondo, depois senti alguém me empurrar e sussurrar algo.
- Ora,ora, não deveria ser tão curiosa, pequena ...



Capítulo 2


Acordei e vi que eu estava em meu quarto. Levantei-me, mas minha cabeça girava, percebi que eu não iria me manter em pé por muito tempo.
Tentei me esforçar ao máximo para me lembrar do que tinha acontecido, e pela minha cabeça se passaram algumas imagens, como a de um homem alto parado na minha frente, rindo diabólicamente, aquilo me fez estremecer!
Quando percebi que estava melhor, fui ao banheiro fazer minha higiene matinal e fui à cozinha para comer algo.
Andei com cuidado, mas fui surpreendida por um barulho vindo da sala. Quando eu estava indo para lá, tropecei em algumas ferramentas.
— Oh, você já acordou? — Meu pai perguntou, guardando as ferramentas rapidamente, assenti em resposta, mas achei aquilo muito estranho. — Irei sair para comprar algumas coisas, e irá terminar de trazer os móveis! — Ele disse, pegando a chave do carro, e eu comecei a comer algumas bolachas que estavam na cozinha, como se não tivesse acontecido nada.
Me sentei em um banco velho, que estava na sala, tentei achar algo para me distrair, e me lembrei que depois de amanhã seria meu primeiro dia na faculdade. Fui despertada de meus devaneios assim que a campainha tocou. Fui atender a porta e me deparei com Mark.
— Olá, ! — Ele disse, me cumprimentando.
— Oi, Mark! — Disse, dando um sorriso.
— Meu sobrinho vai ajudá-los com os móveis que sobraram, daqui a pouco, e assim podem ir se conhecendo melhor.
— Ok. — Eu disse, deixando a porta aberta para que eles entrassem.


tentava puxar assunto, e não estava dando certo, já que eu tinha um certo medo de meu pai querer fazer o que ele fez com todos os garotos que chegaram perto de mim. Mas não era nada demais, e só estava nos ajudando.
— Então, namorando? — Ele disse, enquanto carregava uma comôda. — Ah, se não quiser, não responde! — Ele disse, e riu.
— Não. — Disse, quase que em um sussurro, após me lembrar do porquê de não ter nenhum.
— E então, também vai fazer faculdade de medicina? — Assenti. — Se quiser conhecer a cidade e onde é a escola...
— Não posso.
— E por que não? — Ele perguntou, mas percebeu que eu não iria responder. — Desculpa. Só pensei que poderia fazer amizades novas. — disse, e eu sorri, tentando ser "agradável". Afinal, meu pai não poderia sair por ai matando todos que dissessem um simples "Oi" para mim... Ou poderia?
Logo meu pai chegou e lançou um olhar frio a , já que ele conseguia fazer piadas engraçadas, e eu não conseguia cessar os risos.



Capítulo 3


Depois de conversar muito com , ele foi para sua casa.
— Fazendo amizades, querida? Isso é bom. — Meu pai disse, sendo cínico. — Espero que ele não tente lhe fazer nada, afinal, ele não...— Ele se interrompeu, dando as costas.
— Ele não...? — Eu disse, para que ele prosseguisse.
— Mais cedo ou mais tarde você descobrirá! — Ele disse, indo ao sótão. Aquela frase fez com que eu sentisse um misto de sentimentos, como o medo e a raiva. Subi para o meu quarto, arrumei minha bolsa e fui dormir, pois amanhã seria um grande dia.


Alguém conversava no andar de baixo, e ainda eram 23 horas. Resolvi não me preocupar, mas de uma conversa aquilo foi para uma discussão. Sentei-me na escada e tive a visão de e meu pai na porta. Meu pai começou a gritar enquanto ficou observando tudo, assustado.
— Não ouse relar um dedo sequer na minha filha, ok? — Meu pai disse para e lhe deu um tapa. O olhar de demonstrava ódio.
Fui para o meu quarto, correndo, assim que ouvi a porta se fechar. Eu realmente não acreditava que aquele louco tinha feito aquilo. Eu tinha que arrumar um jeito de sair dali o mais rápido possível para falar com . Os pensamentos eram tantos que acabei dormindo...

Acordei ás cinco e meia da manhã, pois eu tinha certeza que meu pai estava dormindo naquele horário. Arrumei-me em questão de alguns minutos, tomei um pouco de café e saí de casa, tendo o máximo de cuidado para não fazer nenhum barulho.
Enquanto eu estava indo até a casa do senhor Mark, vi passando pelo portão, então apressei os passos e acabei alcançando ele.
— Oi! — Eu disse, ofegante.
— Oi. — Ele disse, um pouco arrogante e saiu andando mais rápido na minha frente. Argh!
— Ei, desculpa por ontem! — Ele olhou de relance para trás. — Meu pai não é normal... — Disse, e ele riu fraco.
— Sem querer te ofender, mas seu pai precisa de um psicólogo! — Ele disse, parando no meio do caminho.
— Também acho.
— Então, você ouviu a conversa? — Assenti.
— Certeza que vocês estavam conversando? Parecia uma discussão!
— Ok, era uma discussão. E aquele tapa deixou até marca! — Ele disse, mostrando o outro lado do rosto.
— Meu Deus! — Eu disse, chocada. — Me desculpa mesmo!
— Não foi sua culpa, acho que seu pai só fez aquilo porque quer te proteger.
— Proteger? Ah, claro que sim! - Disse, sendo irônica. Percebi ele me olhar, mas ele não disse nada. O resto do caminho foi um silêncio, mas só até a gente chegar na escola. Mason cumprimentou alguns meninos que estavam na entrada e me apresentou para eles, que eram bem simpáticos. Segui ele pelo corredor extenso, e fomos para uma sala, já que estudavamos juntos.
As aulas foram legais, mesmo com me olhando a cada segundo, me deixando um pouco sem jeito. Fomos conversando até chegar na frente de casa, me despedi dele, e entrei. Vi de relance meu pai me encarando com uma cara nada boa, provavelmente ele iria surtar porque saí mais cedo e com uma ótima companhia. Deixei minhas coisas no sofá e fui para a cozinha almoçar.
— Saiu mais cedo? — Assenti. — E foi sozinha para a escola? — O olhei, e murmurei um "sim". Ele me encarou, sorrindo. Mas não era um sorriso de felicidade, e sim de raiva. Assim que me levantei para pegar um copo, senti meu rosto arder e meu corpo se chocar contra o chão. — Não minta para mim, eu sei muito bem que esteve com , e é bom você se apressar, afinal, o que é dele está guardado e tenho certeza que será bem doloroso...

2 semana depois:
Fazia exatamente uma semana que eu não via mais meu pai, ele tinha se trancado no porão. e eu estávamos mais próximos, e quando eu estava com ele, me esquecia de tudo e de todos, mas ainda achava que nós corríamos perigo, porque meu pai seria capaz de tudo para que sumisse do mapa.
Hoje eu iria ao parque, para tentar relaxar, pois ficar em casa não era muito bom, principalmente quando se tem um pai com distúrbios graves.
Sai sem dar nenhuma satisfação, o parque era perto então eu não precisava ligar para o taxista. Enquanto eu caminhava, sentia o vento bater em meu rosto, aquilo era ótimo, dava uma sensação de liberdade, algo que eu realmente não tinha. Fui surpreendida por duas mãos que cobriram meus olhos, e por uma risada boa de se ouvir.
, tira as mãos dos meus olhos, seu bobo!
— Achei que não ia adivinhar quem era! — Ele disse, fazendo o que eu tinha pedido.
— E então, o que faz aqui?
— Bom, eu estava parado na frente da janela da minha humilde residência, e vi uma jovem donzela indo nessa direção, e resolvi segui-la e, então, vim parar aqui. — Ele explicou.
— Então está perseguindo jovens donzelas? — Eu disse, rindo.
— Não estou perseguindo jovens donzelas, e sim uma única jovem e perfeita donzela que se chama , que sofre nas mãos de um "ogro".
— Realmente, você não é uma pessoa normal! — Ele riu fraco e mudou de assunto.
— A donzela em perigo não quer ir até aquele parque abandonado comigo? — Assenti, sorrindo, ele pegou na minha mão e me levou até lá.

Passamos a tarde inteira conversando, até que acabou me beijando, era um beijo calmo e bom. Ele se desculpou pelo ocorrido, e me deixou em casa.



Capítulo 4


E completavam exatamente 30 dias que eu não via mais meu pai. Eu não sabia para onde ele tinha ido, provavelmente ele estivesse planejando algo, mas realmente eu não estava ligando, afinal, eu e estávamos namorando, bom, a história era clichê, então já devem imaginar.

Eu sentia um pouco de receio quanto ao meu pai, pois ele era capaz de tudo para que eu não tivesse nenhum relacionamento, e eu precisava saber o real motivo daquela loucura toda.

Devaneios tomavam conta de toda a minha cabeça, mas fui despertada por batidas na porta. Levantei, percebendo que as batidas aumentavam a cada minuto.

Abri a porta, dando de cara com e uma mancha de sangue enorme perto de seu ombro, do lado direito.
— O que aconteceu?!
— E-eu...Seu pai...Ele é louco! — Ele disse, se apoiando na parede, ofegante. — E a mancha de sangue foi por causa da briga, nada tão grave...
— Entre e explique essa história direito! Mas, primeiro, deixe-me fazer um curativo em você. — Ajudei-o a entrar, e ele se arrumou no sofá. Fui até o quarto e peguei o kit de primeiros-socorros.
— Bom, seu pai foi até a casa de meu tio, e ameaçou todos nós caso eu continuasse com você... — Ele falava enquanto eu fazia o curativo, o interrompi.
— Afinal, como ele descobriu? Eu não disse nada! — Ele me encarou. — Ah, prossiga.
— Então, ele disse que daria um fim para isso tudo, e seria o mais rápido possível. Além disso, parece que ele estava nos observando, em todos os lugares que estávamos ele também estava. — O olhei, espantada. — Esqueci de falar que ele deixou isso aqui — ele pegou um papel e balançou. — em casa antes de sair igual à um louco com o carro. — Ele me entregou o papel. Um arrepio percorreu meu corpo quando eu li o que estava escrito.


"Não leve a vida muito a sério, você não vai sair vivo dela!"

— Você acha que ele poderia fazer algo? — perguntou, aflito.
— Não acho, tenho certeza!
— E o que vamos fazer? — Ele perguntou.
— Fugir seria uma boa opção. — Respondi rapidamente. — E tem que ser logo!
— Hoje à noite? — Assenti.
Seria a melhor coisa a se fazer, não queria perder , de forma alguma.
— Podemos ficar na casa que meu tio comprou para ficar nas férias, é longe, mas vale a pena. E eu posso ir com o carro dele.
— Pode ser. Dez horas, ok?
— Ok. Então, tchau. — Nos despedimos com um beijo.

Eu não conseguia proceder o que meu pai estava fazendo, a história iria se repetir por anos se eu não colocasse um fim nisso. Um psicopata deveria ser internado, mesmo que fosse seu pai, afinal, ele nunca deixaria ninguém em paz, nunca!

[...]

Tudo já estava arrumado, e eu tinha acabado de me trocar, eu estava com um vestido branco e uma sapatilha clara, e agora eu tinha que tomar o maior cuidado possível para não fazer barulho ao sair do meu quarto. Abri a porta devagar, e olhei para os lados, tendo a certeza de que ele não estaria ali.
Desci as escadas, e parei quando vi a silhueta de alguém parado na entrada da cozinha, voltei para trás e esperei a pessoa sair dali, e assim que ela foi em direção ao porão, percebi que ela segurava algo, como uma arma. Estremeci ao ver que eu estava certa. Quando vi que não tinha mais ninguém ali, me apressei e saí da casa.
Vi encostado em um carro prata, que estava estacionado na frente da casa de Mark, e fui em sua direção. Colocamos nossas coisas no porta-malas e entramos no carro. Não contei o que eu tinha visto, pois o deixaria mais assustado do que ele já estava.

Começou a chover, e depois de um tempo não conseguíamos enxergar direito a estrada. começou a andar devagar, para evitar que um acidente acontecesse. Eu estava cansada, comecei a sentir meus olhos pesarem e acabei adormecendo.

Quando acordei, estava estacionando o carro em frente à um posto de gasolina.
— Quer algo? Preciso abastecer.
— Só preciso comprar comida, estou com fome.
— Ok, vai lá. Só faltam mais duas horas para chegarmos na casa. — Peguei minha carteira e saí do carro, indo até a lojinha do posto.
Eu estava pegando alguns salgadinhos e um suco, até que parei e olhei para o lado, vendo um cara me encarando. Não conseguia ver seu rosto porque ele estava com um chapéu que escondia metade da face dele. Eu só conseguia ver a boca dele e percebi que ele sorriu, mas não era um sorriso amigável e, sim, assustador.

Paguei tudo e saí em disparada até o carro, vendo que já estava ali dentro. Olhei para a entrada da loja, vendo que o mesmo moço estava entrando dentro de seu carro que era igual ao de meu pai e, assim que deu partida, ele também deu.
Olhei para trás, vendo que o mesmo estava nos seguindo.
, ele está seguindo a gente!
— Ele apenas está indo à um lugar perto da casa de meu tio, fique calma, .
— Não, ! Ele estava dentro daquela loja e ficou me encarando!
, você está ficando paranóica! Dá para parar? Eu estou aqui, nada vai acontecer com você, calma! — Ele gritou, e eu me encolhi no banco. — Eu não quis ser rude, só quero que fique calma. — Ele me olhou e sorriu, tentando me tranquilizar, tentativa totalmente falha. Fiquei olhando para a janela e pensando em várias coisas, como, por exemplo, o motivo que levava meu pai a fazer tais coisas.
E logo uma frase veio em minha mente e eu sorri, repetindo a mesma em um tom que fez com que me olhasse e desse um riso fraco.
— Ela é um abismo, poucos se arriscam...


Quando chegamos, eram quatro horas da manhã. Percebi que a casa ficava em um local muito afastado da cidade e era rodeado de árvores. Nós deixamos nossas coisas na sala e fomos até a cozinha. Assim que estávamos voltando para a sala, ouvimos alguém batendo com força na porta, mas sempre dava uma pausa.
Quando abrimos, fomos surpreendidos por uma risada maligna.
— Bom vê-los novamente! Gostaram da surpresa?




Capítulo 5


Eu corria por meio as árvores, tentando impedir o inevitável. Meu vestido branco rasgava conforme eu passava pelos galhos impiedosos. Como eu pude ser tão burra e não ver o que estava na minha frente todo esse tempo? Como eu não pude aceitar e seguir em frente?
Por causa desse pequeno erro, não tinha mais o direito de me apaixonar. Não tinha o direito de errar ou de me magoar. Por causa desse pequeno erro que eu tracei o final de uma vida que não me pertencia.
O som de um tiro, à distância, me trouxe de volta a realidade. Mesmo sabendo que era tarde demais, eu tinha uma promessa para cumprir. Um erro para consertar. Tudo isso, porque eu não queria aceitar um fato simples.
Parei, tentando recuperar o fôlego, e assim que eu me virei, vi meu pai rindo como um louco.
— Ele está morto, querida! MORTO!
— Por que você fez isso? Por quê?! — Gritei em meio aos soluços.
— Eu tinha um amor platônico pela sua mãe, e antes de ficarmos juntos, ela tinha vários garotos ao seu redor, ela era linda... Assim como você, vocês são idênticas... — Ele parou e ficou me olhando. — Eu morria de ciúmes, não aguentava ver todos eles conseguindo ficar com ela, enquanto eu sofria por dentro. Então, comecei a me vingar de cada namorado dela, dando um fim a tudo aquilo. Quando nós já estávamos juntos e faltava pouco tempo para você nascer, ela descobriu que era eu quem matava cada garoto que passou pela vida dela. Ela entrou em pânico, e depois que ela teve você, ela se matou.
— E você mata todos os garotos que eu já namorei porque me confunde com a minha mãe? — Ele assentiu, andando em minha direção.
— Você é exatamente igual a ela... — Ele disse, colocando as mãos na minha bochecha. E se aproximando cada vez mais.
— E eu tenho uma promessa que eu fiz a mim mesma para cumprir.
— Qual promessa, querida?
— Primeiro, me leve para ver ! — Ele saiu andando na minha frente enquanto as lágrimas teimavam em cair.

Chegamos na casa, e eu vi caído no chão, ele tinha levado um tiro do lado esquerdo do peito.
Caí de joelhos no chão, chorando. E quando eu consegui voltar ao normal, olhei para o lado, vendo que meu pai estava de costas para mim, olhando algo que estava na estante.
Percebi que a arma estava do meu lado, então, peguei-a e me levantei, tentando não fazer barulho, e fui me aproximando devagar. Mirei na cabeça dele e, dessa vez, ele não conseguiria escapar.
— Algumas coisas na vida não têm preço, mas muitas têm troco! — E na hora que ele se virou para me encarar, eu atirei, vendo-o cair sem vida no chão.

Voltei para perto de e lembrei de todas as coisas malucas pelo qual nós passamos, sorri em meio às lágrimas.
Virei e peguei o telefone, que estava do meu lado, e liguei para a polícia, me entregando.
E logo em seguida eu consegui ouvir o som das sirenes se aproximando.
Eles entraram na casa, me algemando. E eu o olhei pela última vez.
I love and I love and I lost you. — Sussurrei com os olhos fechados, enquanto me arrastavam para dentro da viatura.




Fim.



Nota da autora: (04/11/2015) E, depois de muito tempo sem atualizar a shortfic, aqui estou eu de novo!
Espero que tenham gostado dessa fic mais do que eu, porque eu simplesmente amei. Eu nunca tinha feito uma fanfic assim!
Esqueci de falar o quanto eu fiquei feliz quando uma leitora postou se alguém conhecia a autora de MFIAP no grupo do FFOBS, eu fiquei tipo:"Cara, tem uma leitora ali! Meu Deus, eu vou surtar!". Então, obrigada a cada leitora que leu, eu amo vocês!
Também tenho que agradecer muito a Leth(Beta linda, melhor pessoa, e também é muito fofa u_ú), ela que me aguentava mandando os capítulos e corrigindo eles, além de me aturar atormentando ela sempre e.e Obrigada, Leth♡ Bom, é só isso. Quem sabe eu não poste outra shortfic (Já tenho uma feita, só falta postar haha)


Nota da beta: Viih, você que é uma linda! Foi uma delícia betar essa fic! Parabéns pelo seu trabalho, e espero que logo venham mais fics por aí. ;)




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