Natal, uma História de Amor

Fic por LM | Revisão por Patrícia


Dia 20 de Dezembro - Londres – Casa das meninas, “Dreams Park”

Natal, o período mais mágico do ano. Onde celebramos a vida, o amor, a esperança e a força. Mas o que comemorar se estivermos sozinhos? Bem, nem tanto.
Há três anos, , , e se mudaram para Londres. reclamava de ter que obedecer a seus pais, que não respeitavam sua privacidade e não a davam liberdade e ela não perderia a oportunidade de ver gatinhos gringos assim como . não gostava exatamente do Brasil. A era do tipo de pessoas que queria experimentar de tudo, e amava estar em lugares Glams. tinha orgulho de sua nação, mas queria conhecer os grandes estúdios de produção, conhecer histórias novas. A era inteligente, preguiçosa, atenciosa, carinhosa, sincera e muitas vezes enigmática. , sempre foi tímida mais era ótima amiga, confidente e era a mais responsável. A era festeira, aventureira, metida e louca. A era inteligente, romântica, divertida, mandona e também muito responsável.
Todos os anos, elas comemoravam o Natal indo às compras, presenteando umas as outras e depois indo para uma balada. Este ano talvez pudesse mudar os planos das meninas. namorava sério com há alguns meses. estava apaixonada por . constantemente ficava com algum menino qualquer e vivia se pegando com o , mas negava gostar dele e para provar não estar apaixonada ficava com algum gringo gato. pegava os meninos mais gatos do colégio, não se contentando com isso ficava com alguns músicos, modelos e até atores. Talvez não os famosos e renomeados, mas, sempre lindos; beleza com certeza era o que ela procurava quando o assunto era “pegar”.

’s POV
Eu e as meninas sempre montávamos a árvore de Natal dia 20 de dezembro, exatamente 5 dias antes do Natal. Acho que muita coisa mudou desde o Natal passado. Não sou a mesma menina que amava ficar com os caras mais lindos e desejados de qualquer ambiente. Foi desde que... O entrou na escola. Eu não entendo o que deu em mim. Sempre fui muito corajosa pra essas coisas. Sempre seduzi o cara até ele ficar babando por mim. Não por realmente amá-lo, mas porque mesmo que finja não gostar de ninguém. Acabo gostando de algum idiota, e faço de tudo para conquista-lo, mas com o era diferente. Sempre foi diferente...
Tudo começou em um jogo de basquete, quando a se apaixonou por ele e eu o achava bonitinho, mas não tudo isso. Desde o dia que fomos ao lago em junho, tudo mudou. Os amigos dele começaram a gritar pra ele, anunciando minha chegada... Normalmente eu desfilaria em meio a eles daria um beijo na bochecha de cada um, ficaria só de biquíni, nadaria e depois me sentaria na cadeira fingindo não notar seus olhares. Mas não, eu corei completamente. E corri para o outro lado do lago. Um de seus amigos foi junto a ele ao meu encontro e pediu-me que desse um beijo em . Mas que ironia, a menina mais ousada de Londres ficar com medo de um garoto rejeitar seus lábios. Tento gradativamente o esquecer, mas não parece dar certo... Ainda mais agora que ele vai partir.
Sei que a , mesmo não admitindo tem ou já teve uma quedinha por ele. Jamais magoaria minha amiga por causa de um garoto, por mais que eu gostasse dele.
O nosso segundo “encontro” foi especial. Eu estava no acampamento da escola e ele foi ao acampamento também, estava sentado com seus amigos em volta da fogueira. Quando um deles me chamou, fingi não ter ouvido, mas a me empurrou pra lá. Tenho uma leve impressão de que minhas amigas não confiam tanto nos meus “Não quero me prender a ninguém”, “Não sei o que é gostar... Só sei me divertir” e “Nenhum garoto consegue penetrar meu coração!”. Acho que elas desconfiam que eu seja apaixonada por ele. Foi naquele dia que meu coração disparou. Sentei-me ao seu lado na fogueira e aos poucos todos foram embora. Eu queria ter ele comigo. Mas a coragem, a moral por achar que minha amiga gostava dele e o meu coração que estava com medo de ser iludido me impediram de dizer mais do que:
— Oi...
— Oi.
— Tudo bem?
— Sim. E com você?
— Também!
— Por que seus amigos foram embora? — Perguntei, tentando manter nossa conversa ativa.
— P... Por... Vo... Por Você! — Ele disse, gaguejando, mas foi muito fofo e ele corou. Meu coração simplesmente disparou, fazendo com que todas as palavras que passavam pela minha cabeça desaparecessem.
O silêncio tomou conta do ambiente. E só foi quebrado minutos depois, pela :
— Que pitelzinho, hein?! Não deixava escapar não!
Dei-o tchau e fui embora. Como me arrependo disso. Semanas depois, descobri que ele ia se mudar para Nova York. Meu coração pedia que eu o impedisse, mas meu cérebro ainda negava. Na semana em que ele ia viajar, pedi que uma amiga o entregasse uma carta dizendo-o tudo o que eu sentia e sério nunca escrevi nada parecido era poético, mágico, encantador era perfeito.

“Estava pensando e... Por menor que tenha sido nossa convivência... Eu vou sentir sua falta, eu vou chorar por você e vou sempre me lembrar...
Um dia, por algum acaso, um menino fingiu que gostava de mim. Esse me provocou. Ele me fez ficar em dúvida. Fez-me sonhar com ele e me fez amar. Fez-me sentir o que era quase impossível. Não me sentia usada, me sentia protegida, me sentia acolhida em teu abraço. O teu sorriso me fazia suspirar. O teu beijo era o único que eu queria. Eu caí no seu jogo. E não consigo sair. Eu o quero. Eu preciso dele. Esse menino era o meu primeiro pensamento toda manhã. E era nele que eu pensava antes de dormir. Era ele que eu imaginava como meu... Era dele que eu sentia ciúmes. Foi por ele que eu paguei os piores micos. Era ele... O motivo das minhas indiretas, o motivo dos meus sorrisos vindos do nada... Era nele que eu pensava quando lia histórias e versos de amor. A cada música que tocava eu pensava nele... I Should I Have Kissed You é a nossa música.
Caso não saiba quem ele é... Pense um pouco. Nunca me viu te olhar e desviar o olhar? Nunca me pegou tentando te fazer ciúmes? Nunca me viu ir para um lugar só para poder te ver? Nunca notou que quando falava com outra menina eu a olhava com raiva? Nunca me viu corar quando você se aproximava? Bem. Eu sei a resposta de todas as perguntas. Sim. Ele também. Na verdade, ele é igualzinho a você! E ele vai embora... Eu queria impedi-lo, mas estou de mãos atadas. Desculpe— me. Eu te amo”


Até hoje não acredito que escrevi aquilo pra ele. E não sei se ele recebeu, se leu, se me odeia por isso... Ele não teve a consideração de me responder. Tudo o que meu coração queria era um “Obrigado, também vou sentir sua falta!”. Sei o que a quer dizer quando insinua que o nosso coração é traidor que ele nos faz sofrer pelas pessoas erradas. Mas ela sabia lidar com isso. Eu não conseguia nem admitir isso. Não estava mágica como de costume. Não estava no clima de natal.

’s POV
Não entendo a . Todo ano é ela quem agita a montagem da árvore, as compras, as festas de final de ano. Mas esse ano não a vi planejando nada. É estranho pensar que logo ela tenha esquecido. A é sorridente, agitada, divertida e ama festas. Ela sorria com os olhos. Ninguém conseguia fazer isso. Ninguém consegue falar tanto sem dizer uma palavra. Geralmente, ela não para de falar. Mas às vezes não precisa de palavras pra nos fazer entendê-la.
A está fazendo uma lista de prós e contras do . A não para de falar com o . E a escrava aqui planeja os preparativos de Natal. Mesmo tendo a esperança da estar armando uma surpresa.

’s POV
Não sei só eu percebi, mas a estava estranha... Acho que sei o motivo! Ela continuava alegre e pra cima. Mas não era mais a mesma. O sorriso não era aquele que nos fazia sorrir só de ver. Tudo porque ela queria se sufocar. Sem nunca admitir que gostava do . Mas isso estava praticamente escrito em sua testa. Acho que, por causa dele, ela esta quase se esquecendo dos 5 dias que ela mais ama. Como ela diria “Os cinco dias de Natal!”. Eu ajudaria a planejar as coisas esse ano, geralmente a organizava tudo. Mas acho que esse ano ela não estava no clima.
Assim que acabei minha lista de prós e contras do meu rapaz deitei-me no chão do meu quarto e comecei a listar coisas a fazer:
Realmente, como a fazia tudo isso em um só dia? Não é possível, ela deve ter superpoderes. Respirei fundo e comecei a andar pelo centro de London.

’s POV
A é minha melhor amiga desde os 4 anos de idade, e elas sempre teve aquele olhar marcante, aquela voz alegre e o temperamento esquentado, mas sempre UP. Hoje era dia 20 de dezembro e ela nunca ficara tanto tempo trancada em seu quarto em dias que antecediam o Natal. Era sua época preferida do ano! Há algum tempo ela deixou de me contar tudo o que acontecia com ela. Talvez por não conseguir admitir para si própria. Eu sabia que a não era do tipo de pessoa que fica com alguém por ficar. E sei que ela sofre cada vez que se decepciona com o seu peguete. Sempre a compreendi, mas fingi não perceber. Porque sei que minha amiga pensa que consegue esconder de tudo e todas suas fraquezas.
Como parecia que ela ia ficar ali em seu quarto, escrevendo alguma coisa em seu computador, decidi planejar a nossa data por conta própria sabia que a irresponsável da se quer lembraria que hoje é dia 20, por uma possível ressaca. Sei também que a provavelmente ficará horas pensando sobre e o stalkearia em todas as redes sociais.
Tenho que comprar uma lasanha, maçãs, sorvete, bolo e batatas. Encontrar um papai Noel que possa vir aqui dia 24 e comprar roupas vermelhas, brancas, verdes e acessórios pretos e dourados porque era assim que as obrigava a passar os cinco dias próximos ao NATAL!

Dia 21 de Dezembro — Londres — Aeroporto Heathrow

’ POV
Acomodei-me em uma cadeira qualquer dentro do avião. Joguei minha mala por cima da cabeça e cesta! Ela caiu perfeitamente no lugar que deveria. Puxei meu caderno de desenhos, poemas e enfim... Dele caiu uma carta e na página da qual ele caiu, estava um bilhete da :

, depois que foi para a enfermaria no último dia de aula, deduzi que não te veria mais. Uma amiga me pediu que o entregasse isso. Ela implorou para que você só lesse quando já estivesse bem longe da escola, em casa.”

Morrendo de curiosidade, abri o envelope com voracidade. Será que era dela? Da ? Eu sempre fui apaixonado por ela. Por quê? Eu não sei ao certo. Ela nunca havia reparado em mim até o dia do jogo. Eu joguei uma partida de basquete, quando ganhamos o jogo dediquei a ela a taça. Não sei exatamente se ela percebeu. Pareceu ter sido em vão.
Meu amigo, o , estava lá e viu tudo, sendo um dos meus melhores amigos, achou que tivesse dedicado a ele. E acho que ela pensou o mesmo. Só que depois daquele dia, os nossos olhares passaram a se cruzar. Eu que sempre a via sorrir com suas amigas e fofocar, sem nunca olhar em meus olhos. Fiquei surpreso. Mas eu não tinha coragem de sustentar o olhar e quando finalmente conseguia era ela quem os tirava da minha vista. Nunca entendi o jogo dela. Ela parecia brincar com o meu emocional. Ela seduzia e se afastava. Isso me deixava louco.
Quando contei a meus amigos o que estava acontecendo, eles logo começaram a dizer a ela que eu era seu namorado e o pediu que ela me desse um beijo. Tive vontade de socá-lo. Não que não quisesse a beijar... Mas eu queria que ela quisesse aquilo não que fosse por um simples pedido. Ela negou e, mesmo sabendo que pra mim também não era o lugar certo, fiquei magoado com aquilo. Os meninos pararam de enchê-la o saco. Por mim. Porque eu não estava aguentado aquelas brincadeiras depois da rejeição.
Então teve o dia da clareira tudo o que eu queria era um beijo naquele segundo. Eu só a queria. Trocamos meia dúzia de palavras e pondo fim ao silêncio que seguiu nossas palavras, sua amiga me chamou de Pitel. Será que ela gostava de mim? E a não queria estragar sua amizade? Ela já me elogiou. Perguntou se eu era perfeito. Abraçou-me. O nosso primeiro abraço foi tão bom. A e a pediam abraços de graça pelo colégio. Então a me chamou, fazendo a corar. Pediu-me um abraço. Que foi bem rápido. E logo fez sinal para que eu abraçasse a , era tudo o que queria. Percebi que ela não ia recusar, nem sair correndo dali. Então abri os braços e acomodei-a. Ela encaixou sua cabeça em meu ombro. Aquilo era tão bom. Nosso encaixe era perfeito (Pensamento de gay, esse meu). Não queria soltá-la e ela não me soltou. Ficamos nos abraçando por um tempo até que a maldita da plaquinha caiu no chão, fazendo com que ela se desvinculasse de mim e fosse à placa. Continuei lá. Ouvi-as comentarem:
— O meu cunhado não é lindo? — Disse à , e eu fiquei vermelho. Ainda bem que ela estava de costas e não pode ver minha cara. Quem seria seu cunhado? Ou melhor, quem seria o irmão do tal?
— Quem? A irmã do ? — Ela corou e eu não pude evitar o sorriso bobo que ficou na minha cara.
— Eu disse cunhado com O! Não cunhada! — Ela gritou meio que gaguejando. Calma. Ela não disse que não! Ela não disse que a minha irmã não era sua cunhada ela simplesmente disse que falara do outro cunhado. Meu sorriso continuou ali.
O , meu amigo que tinha visto quando nós nos abraçamos, chegou e começou a berrar:
— AE! Clarkzito! Pegou a gata, hein...
Eu dei um sorriso amarelo e fitei o chão com vergonha de dar qualquer resposta.
— Você quer um abraço também? — Dei um chute nele. Para que ele negasse. Minha hipótese de ela ter feito aquilo só para me abraçar fora-se pelo ralo.
— Não! Ai!
Ela não percebeu, deu de ombros. Até ver o coxinha do e o Louis. Por quem a dizia que ela era apaixonada. Forcei um sorriso. E deixei-a segui-los até que eles entraram no banheiro e ela voltou com a cara amarrada. Fitava o banheiro a cada segundo.
— Tem alguma espécie de abdutor no banheiro masculino? — Ri da sua pergunta irônica, mas que eu sabia que no fundo era um pouco real.
— No banheiro masculino tem de tudo. Mas eu nunca vi um abdutor — Aqueles GAYS devem estar se pegando! Como você não percebe que eles não são para você?
Ela riu, me mostrando aquele sorriso perfeito. E fez com que seus olhos brilhassem. Dei um sorriso de orelha a orelha ao vê-la rir de uma piada minha.
Eu queria tanto que aquela carta fosse dela. Queria que ela tivesse se lembrado de mim. Pensado em mim. Não queria um texto copiado de um livro de Shakespeare. Queria algo dela, algo que ela tivesse feito.
Lembro-me do dia em que a me emprestou o seu celular. E quando sem querer entrei no Kik dela. Vi uma conversa com a . Eu a abri, foi automático. A avançou em cima de mim ao ver na conversa em que eu estava. Por que eu não posso ver? Tem alguma coisa sobre mim? Ou será que ela fala de quem ela gosta?
— Você também conhece a ?
— Sim. Por quê? — Fiquei sem argumentos.
— Por que eu também falo com ela!
— Não, não, ! Você é único que fala com ela. O único do mundo que conhece ela. O que você acha? Que ela é sua? — Eu realmente achava. Quando falava com ela, parecia que ela me dava uma atenção especial. Será que ela é assim com todos?
Não respondi.
Meus pensamentos sobre a carta eram tantos. E se não fosse dela? Será que era da ? Da ? Não eram muitas as possibilidades. Se a menina fosse minha amiga me entregaria pessoalmente.
Abri o envelope. Senti o cheiro do perfume dela. Não foram muitas as vezes em quem ficamos perto o suficiente para que eu o sentisse. Mas eu sabia que era dela. Eu jamais esqueceria.
Li cada palavra. Não era muito de chorar. Mas ela tirou sorrisos e lágrimas do meu rosto.
— Moça, por favor, me deixe sair do avião, eu preciso voltar!
— Desculpe senhor. Mas o avião já decolou!
— Você não tem um paraquedas?
— Que assunto seria tão importante para fazê-lo querer pular do avião?
— A menina da minha vida. Esta em Londres, achando que eu sou um idiota que não me importo com os sentimentos dela. Eu vou perder a única pessoa por quem eu enfrentaria meus pais e deixaria de ir viver em Nova York. Tirando ela, só pularia deste avião por minha mãe, irmã ou pai. — O olho da aeromoça encheu-se de água e eu entreguei a carta para ela.
— Devido às vésperas do feriado, estamos sem voos. — Quase desabei. — Mas nós da companhia temos um voo especial de volta para Londres, para que passemos o Natal com a nossa família. Posso te ceder minha passagem!
— Obrigado! Mas você não vai passar o Natal com a sua família?
— Passaria... Mas eles estão na Noruega e eu não os veria de qualquer jeito. Meu namorado estará em London. Mas para nós, é só mais uma data — Ela sorriu e o entregou sua passagem de volta. — Boa sorte!
— Obrigado!
Passei as horas do avião procurando em meus poemas o que mais combinaria com o momento. Eu tinha escrito tantos poemas para ela, mas nenhum era tão magnifico como a carta dela.

Desculpe, Não consegui lutar com as minhas emoções.
Foram tantas sensações
Você não tem ideia do efeito que causa em mim.
Acho que nunca me senti assim.

O que importa agora?
Cantarei a música que você adora.
Será que chegarei a tempo
De nos salvar?

Se eu não conseguir quero que saiba que amei te amar
Amei ver o seu sorriso
Com você eu perdia o juízo.
Desculpe se não corri atrás de você o suficiente.

Só quero que tenha em mente...
Que o meu coração é somente teu.
Não há nada mais bonito que você e eu.
Como fui idiota a ponto perder
O único alguém, que me fez querer...
Pular de um avião.
Para simplesmente unir o meu ao teu coração.
Achou que eu estivesse brincando?
Não realmente estava... Amando.

Eu rabisquei no papel um poema que não era nada comparado à carta que ela me escrevera, mas mesmo assim era algo... Peguei o caderno de desenhos e comecei a ilustrar o poema. Quando terminei, peguei meu celular e digitei simplesmente “A carta que você escreveu era muito linda, de verdade” enviei pra ela. Mas isso não era nem o começo do que planejei para retribuí-la. A também escreveu uma parte da carta. Tem como saber quem é não só pela letra quanto pelo jeitinho de cada uma se expressar. Ok! Ela escreveu o PS.: Quando for para Nova York, te faço uma visitinha.

Dia 22 de dezembro — Londres — Casa Das Meninas, “Dreams House”

’s POV
Uma mensagem nova. Ai, devia ser alguma das meninas perguntando se eu não ia começar a fazer os preparativos de Natal. Não. É dele. Deve estar me chamando de idiota, boba que escreve um romance em uma carta.
Fechei os olhos, suspirei e abri a mensagem mais fofa da galáxia. Não exagera, . Era uma mensagem tão simples, curta e não demonstrava sentimento algum. Mas eu não pude deixar de sorrir. De ficar feliz que ele tivesse gostado e lido.
Quando terminei de ler, peguei uma foto nossa, que fomos obrigados a tirar pela linda da . Beijei a foto. E sai saltitando pela casa e comecei a planejar a nossa festa de Natal. Por que uma simples resposta mudou completamente meu humor? Porque era exatamente o que eu queria, um ponto final.
Comprei uma árvore de Natal branca e uma verde. Alguns enfeites. E depois de obrigar o vendedor a carregar a árvore para mim e deixá-la em casa comecei a arrumar umas coisinhas mais. Comprei o pano da mesa. Bonecos de neve de pelúcia. Um trenó não muito grande. Uma pista de trem. Um Papai Noel. Algumas renas de pelúcia, Panettones, meias de Natal, e muitos doces.
Decorei a casa inteira e percebi que nenhuma das meninas estava em casa. Deduzi que a teria ido à casa do , a e o provavelmente estavam fazendo um programa à dois e a devia estar paquerando o .
Enchi uns balões e fui fazendo arcos. Depois da nossa ceia, iriamos para uma balada. Que seria... Tenho que procurar na internet.
Era um nome mais engraçado que o outro: Ho-ho’s Party, Natalandy, Hora dos presentes. Depois de rir por horas tentando descobrir um lugar para comemorar, decidi que iriamos para o Up All Night na festa Polo Norte’s Beer. Não entendo porque eles colocam o nome de cerveja sendo que ninguém pode beber.
!
— Eu?
— Você arrumou tudo?
— Sim!
— Podia jurar que você ia ficar trancada naquele quarto pensando em algo... Ou alguém.
— Sai dessa! Já me viu fazendo isso por alguém? — Sei que estava mentindo descaradamente, mas eu não sou exatamente alguém que costuma demonstrar se importar com as coisas ou pessoas.
— Não... Mas... Quer saber, você tem razão!
, você estava com o ?
— Eu? Não... É que eu fui fazer compras de Natal e ele apareceu...
— Entendi! Você conheceu o Sr. Jr. — Eu disse e sai correndo antes que ela ficasse brava.
A ficou vermelha. Mas logo alguém tocou a campainha, nos fazendo parar de agir como duas crianças de cinco anos, correndo em volta do balcão.
— Cheguei! Sentiram minha falta?
— Você saiu? — falou para provocar.
— Sai! E podem começar a me agradecer por que... Caramba, quem decorou a casa?
Abri um sorriso e comecei a apontar para mim mesma. E fazer caras e bocas até que ela entendesse.
— Ah! Voltou para a vida real. Pensei que estivesse em depressão por causa do...
— Não, estou muito bem e como sempre sou a melhor organizadora de datas comemorativas do mundo! — Cortei antes que ela terminasse a frase.
— Comprei nossas roupas de Natal! — Ela disse, tirando das sacolas algumas roupas que são a cara dela. Camisas xadrez vermelha e branca, um short vermelho, cinto preto. Sempre soube que sua mania de organização a fazia separar as compras por conjuntos, ou seja, ela colocava um look em cada sacola. Da segunda sacola ela tirou uma blusa curta verde e uma saia verde. Da terceira um top vermelho, uma regata verde e um short jeans. E da quarta e última sacola um vestido comprido vermelho com detalhes em dourado.
— Aleluia, uma roupa que preste! Que vestido lindo! — Falei, e ela fez careta!
— O vestido é maravilhoso. Mas acho que você se esqueceu da roupa do último dia. — comentou calmamente
— No último dia sempre nos vestimos de mamãe Noel. Vou usar minha roupa do ano passado.
A entrou em casa e a disse que ia buscar nossa comida. Pelo jeito, mais uma pessoa resolveu ajudar esse ano. Ela trouxe uma lasanha, maçãs, sorvetes, um bolo, várias tortas e um monte de sacola que ela jogou no chão assim que chegou, deviam ser suas roupas.
Graças a Deus eu sou tão animada para o Natal que já tinha comprado minhas roupas. E a também, porque fomos juntas ao shopping.
Colocamos a mesa, eu montei uma árvore de maçãs e “cuidei” das sobremesas. A e a colocaram os pratos, talheres e copos. Além de trazer os pratos principais. A arrumou os guardanapos e enfeitou as cadeiras.
Às 22h30min, já estávamos todas trocadas e prontas para dar inicio ao Natal. Sentamo-nos e a passou o vídeo do primeiro dia. Que eu me esqueci completamente de fazer. Tudo deu magnificamente certo.
Eu estava com uma blusa do papai Noel, linda, feita a mão, um short jeans. A estava com uma calça de lantejoulas vermelha e uma blusa bem soltinha onde estava escrito Merry Christmas! A estava com um moletom vermelho, short verde e all star preto longo. A usava seu primeiro look, a camisa xadrez e o short vermelho.
— Vamos para o Up All Night agora?
— Partiu!
Fomos de carro até a danceteria compramos o ingresso e entramos. Todos estavam na temática do Natal. Até porque essa era a graça, não era?

’s POV
A dançava como ninguém, ela rebolava, descia até o chão quando necessário e fazia movimentos incríveis não me surpreende que ela seja tão “amiga” de tantos garotos. Muitos a desejam. Não reclamo, alguns gostam de mim, mas só tenho olhos para o . A conversava um pouco dançava em cima da mesa. E a simplesmente observava a diversão.
Meu celular começou a vibrar e vi uma mensagem.

, eu preciso da sua ajuda. Vi a carta que a escreveu. Sei que todo ano, depois do Natal, vocês viajam para algum lugar legal. E sei que este ano não voltaram para Londres porque terão seu Gap Year. Mas, por favor, você podia tentar adiar essa viajem? Eu sei que deveria estar feliz aqui em Nova York com meus pais. Formando-me em uma das melhores universidades. Mas o que importa, se ela não vai estar aqui comigo? Ajude-me!”

Era uma mensagem do . Sempre soube que eles formavam um casal fofo demais. Mesmo ela fingindo não gostar dele e ele fingindo que só queria ela por uma noite. Respondi rapidamente: “Claro!”.
A dançava como se o mundo fosse acabar no instante seguinte e ela precisasse aproveitar cada segundo. Alguns meninos a puxavam e ela dançava um pouco com eles, mas sempre voltava ao seu centro e mexia como poucos conseguiam fazer. A já estava paquerando alguns meninos. A se divertia ouvindo a banda tocar. Meu celular apitou novamente e vi a mensagem do “O meu obrigado chegará em 5, 4, 3, 2, 1...” Virei-me para o lado e o estava lá parado, me chamando para dançar.
— O que está fazendo aqui?
— O me mandou uma mensagem dizendo que você estava aqui e me disse que achava que você me queria tanto quanto eu te quero. — Ele disse com um sorriso malicioso.

Dia 23 de dezembro — Londres — Casa do

’s POV
A festa acabou e, surpreendentemente, tive que dar a chave de casa para a . Fui para a casa do , a saiu com um menino gatinho. E a com o , acho que foi ponto para ela. Geralmente a saía com alguém da balada e fazia o cara levar ela pros lugares que mais amava como para o London Eye, Starbucks, Hyde Park, eles sempre concediam todos os seus pedidos. Inclusive, ano passado ela fez um menino no quarto dia antes do Natal levà-la de trem a Paris. E a chave ficava com a ou comigo. Hoje ela simplesmente pegou a chave e voltou para casa.
O era incrível, ele tinha um sorriso maravilhoso e o poder de acalmar meu coração. Ele assistia romances comigo. Fazia brigadeiro. Ele é maravilhoso. Conheci ele pela , os dois eram melhores amigos. Viviam juntos, sorrindo pra lá e para cá. Agora entendo o porquê. Desde que começamos a namorar, a se afastou dele. Acho que ela tem em mente que eu seja uma amiga ciumenta. Tenho mais ciúmes dela do que dele. A era apaixonada por ele. Passou. Eu espero.
— Hey! Você viu que a saiu da festa com o ?
— Vi sim!
— Acho que sua amiga fisgou o garanhão.
— Pois é! E você viu que estranho que a...
voltou SOZINHA para casa?
— É! Eu vi, quase não acreditei.
— Deve estar preparando uma surpresa de Natal.
— Ou alguém roubou o coração dela.
— Você acha? A não costuma se apaixonar. Ela é mais do tipo que aproveita cada segundo. Quem seria o sortudo?
— Sortudo por quê? — Disse com ciúmes forçado.
— Porque ele iria pegar a melhor amiga da minha namorada linda, gata, gostosa e ainda levaria a menina mais badalada do colégio.
— Repete a parte sobre a sua namorada.
— Ela é linda, gata, gostosa, cheirosa e eu amo ela — Ele disse, me dando um selinho a cada adjetivo.

Dia 22 de dezembro — Londres — Casa de um menino

’s POV
Eu realmente não tenho a mínima ideia de porque aceitei vir para a casa desse menino. Qual era o nome dele mesmo? Eu não sentia que era com ele que eu queria estar. Sabia que queria o . Mas realmente ele é um babaca, galinha. Eu não sei o que vejo nele. Não sei se vejo algo nele. Às vezes sonho com aquele idiota. E às vezes acordo ao seu lado. Quando estamos juntos, ele me trata como seu eu fosse uma rainha. Quando está com os amigos, me ignora. Quando estou com minhas amigas, ele se faz de idiota.
Acho que o único que me fazia esquecer o era o , mas... Se a souber disso, ela me mata. Sempre tive uma quedinha por ele. Mas ela é incrível e eu acho que é com ela que ele quer estar que é o nome dela que faz o coração dele acelerar. Calma, ! Que merda eu estou falando?
! — Fui interrompida de meus pensamentos para ver o menino que eu não sei o nome falando comigo de toalha. Amigo, você está de parabéns, hein...
— Sim...
— Se quiser tomar banho, pode ficar à vontade, eu pego uma toalha para você!
Inevitavelmente, eu dei um sorriso malicioso para o Deus Grego parado na minha frente.
— Quero sim!
Tomei um banho sem lavar meu cabelo, usando a touca de banho da mãe dele, assim espero. Saí e fui para a sala pegar minhas roupas. Enrolada na toalha.
?
?
— O que você está fazendo aqui?
, , vocês já se conhecem?
— Sim e muito bem! — Ele respondeu em um tom irritado.
— Ah! , a chave do seu carro está em cima da mesa.
— O que ela esta fazendo aqui de toalha e você também seminu?
— Por enquanto, nada! — O menino disse dando um sorrisinho malicioso para mim.
deu um soco na sua cara e os dois começaram a se bater. Até que eu coloque uma calcinha e um sutiã e fui intervir a briga.
Os dois pararam instantaneamente. E começaram a me fitar. O menino que eu não sei o nome estava sangrando e o por cima dele. Ele foi tentar se levantar e acabou batendo a cabeça no balcão e desmaiando.
! — O menino gritou abaixando para ver se ele ainda estava vivo.
— Ele vai ficar bem. Coloque uma roupa e eu vou ver seus ferimentos. Enquanto isso, cuidarei deste aqui — Disse, apontando para o lindo garoto caído ao chão.
Coloquei a cabeça dele sobre minhas pernas e comecei a acariciá-lo, ele não demorou muito para reagir. Logo acordou.
, porque você faz isso comigo? É tão torturante te ver com outro cara no mesmo dia que nós...
Fiz sinal de silêncio para ele.
— A minha gata é a mesma que a que você fica falando o tempo todo?
— É... — Ele disse bem baixinho.
— Desculpa cara, você não avisa. Já chega socando.
Cuidei dos ferimentos do menino e descobri que seu nome era .

Dia 22 de dezembro — Londres — Casa do

’s POV
Esse com certeza era o melhor Natal de todos, o foi super cuidadoso comigo e não fez nada que eu não quisesse, assistimos filmes, comemos pipoca, jogamos videogame e dormimos de conchinha. Foi maravilhoso.
, como o sabia que eu e você...
— Ou ele é um detetive, muito esperto. Ou alguma das minhas amigas bocas grande contou pra ele ou... Ele sabia que você gostava de mim e que eu tinha uma quedinha por você e para me agradecer por adiar a nossa viagem de Gap Year ele resolveu nos presentear. — A última parte saiu sem querer.
— Por que ele pediu pra vocês adiarem a viagem? Ele não esta em Nova York?
— Está... Mas ele recebeu uma carta da e...
— Ela enviou uma carta pra ele? Comecei a gostar dela. Ele falou que ela era a única pessoa que o fazia querer ficar.
— Ow. Amigos fofos, esses nossos!
— Sempre soube que ia dar certo! Ele não perde uma!
Eu sorri e provoquei:
— E você, perde?
— Você, nunca!
Estava quase dizendo pro que eu amava ele. Não acredito que tudo isso aconteceu.
Os beijos foram ficando mais intensos até que nos separamos pela falta de ar. À tarde, ainda passeamos por Londres. E ficamos juntos até que:
— 18 horas? Não acredito.
— O que tem ás 18 horas?
— A vai me matar! Vem, nós temos que ir para a pista de patinação no gelo.

’s POV
Não estava a fim de ficar com ninguém então voltei para casa, sozinha. Assisti alguns filmes e dormi depois de algumas horas.
No dia seguinte, comprei uma roupa para ir patinar. A e o já haviam chegado. A tinha medo dessas coisas, mas ela, o e um tal de já estavam nos esperando. Logo ao chegar, recebi um telefonema da .
Alô. ?
— É.
Eu vou chegar um pouco atrasada. O pode ir comigo? Nós perdemos o horário passeando. — Ai, como senti saudades dessa segunda parte. Sempre obrigava algum ficante meu a me levar aos lugares mais lindos de London. Ou até mesmo em Paris.
— Claro.
O era amigo do . E ele me irritava, mas tudo para ver as amigas felizes, né?
Patinamos por horas. Inclusive, fiz o meu show para qual treinei o ano inteiro.
A chegou. Pedi seu celular para ver as horas, mas ela negou, alegando que ele estava sem bateria. O que eu sabia que era mentira. Ela devia estar com medo de alguém ver as mensagens românticas dela.
— Estou tão feliz que vão adiar sua viagem. — comentou.
— Nós vamos? — Respondi indignada.
— Foi o que me contou.
— Ah! Meninas eu preciso falar com vocês. — A disse, nos puxando para longe da pista de patinação.
— Diga! — Falei alto.
— O , marcou um jantar com os pais dele e eu queria ir para oficializar nosso namoro. Mas o problema é que é no dia 25.
— A gente ia comemorar o melhor Natal da nossa vida em Cancun. E você quer me convencer a ficar por causa de um jantar que pode muito bem ser adiado?
, me desculpa, mas a está certa não quero perder o melhor dia da minha vida por causa de um jantar. — concordou.
! Você não vai perder nada. Aliás, a gente pode ir para a Irlanda, o que você acha? A gente passa uns dias na casa da minha vó. Ela vai estar em Los Angeles. — falou sorrindo para , que pareceu se contentar em ir para a Irlanda.
A e o não se manifestaram. Acho que também queriam aproveitar o dia juntos. Só eu achei essa decisão injusta? Perdemos horas planejando nosso roteiro de viagem. Olhando cidade por cidade. E elas querem adiar o primeiro e o melhor dia da viagem por causa daqueles garotos. A eu entendia, os dois namoram sério há algum tempo. Mas o e a nunca sequer fingiram gostar um do outro. E o e a ? Eles se conheceram ontem.
— Eu vou sozinha, então!— Disse batendo o pé.
— Ela não pode ir! — A disse mais para ela do que para as outras pessoas. — , me escuta bem. Imagina se fosse o aqui, com você te pedindo para ficar. Imagina que ele vai te apresentar para os pais dele! Imagina que vocês estão apenas tentando aproveitar os últimos dias que podem ficar juntos. — Se ele estivesse ali, seria apenas uma miragem, porque nós não temos nada! Por mais que eu queira. Eu abri meu coração para ele e ele me respondeu “Obrigado, o texto é muito lindo, de verdade”. Nossa, quanto romantismo! Não, obrigada prefiro me divertir no meu Gap Year do que ficar aqui me iludindo.
— Foda-se ele! — Gritei e saí chorando dali.
Fui para a casa da . Eu não estava mais aguentando. Estava doendo saber que minhas amigas preferem os meninos com que elas dormiram uma noite do que a amiga que sempre esteve as apoiando. Inclusive quando elas choravam por eles.

Dia 22 de dezembro — Nova York — Aeroporto

’ POV
Se eu fosse para casa, não conseguiria sair. Não me deixariam voltar para Londres. Não tinha nenhuma desculpa que pudesse dar eles e convencê-los. De todos da minha família, só minha irmã sabia que eu gostava dela. Ela já brincou com a minha irmã. A tem 12 anos. Um dia a levei no parque de diversões e fui para uma danceteria lá perto. Quando fui buscá-la ela me contou que a menina que eu tinha mostrado pra ela era muito legal. E que as duas foram em vários brinquedos juntas. Por que minha querida irmã não me ligou? Devia ter ficado naquele parque!
Se tudo der certo, este voo vai sair dia 23, ànoite. Não posso dormir duas noites no aeroporto. Tenho que procurar um hotel.
Depois de encontrar um hotel, ligarei para e explicarei pra ela o que está acontecendo. E quando eu já estiver em London, invento uma desculpa.
Encontrei um hotel três estrelas, perto do aeroporto, e decidi me instalar por lá. Não seria por muito tempo.
Não conseguia tirar aquelas palavras doces da minha cabeça. E se não desse tempo? E se a não conseguisse adiar a viagem da amiga? Resolvi mandar uma mensagem para ela. “Tudo em cima?”. Esperei sua resposta, mas lembrei de que ela devia estar ocupada, por que eu dei uma ocupação para ela, o me deve essa. Rindo da situação, disquei o numero da minha irmã.
Alô?
— Oi , é o ! Avisa a mamãe que eu não chegarei a tempo do Natal.
Por quê?
— Lembra aquela menina linda, legal, simpática, maravilhosa que brincou com você no parque?
A sua namorada?
— A que deveria ser minha namorada. E que, se tudo der certo, será!
Ow. O está apaixonado. Na verdade, ela já estava. Mas agora vai virar homem e tomar uma atitude.
. Ninguém pode ficar sabendo de nada.
Você vai mesmo trocar sua família por uma garota?
— Ela é a garota da minha vida!
Mas não foi você que disse que desistiu dela depois da clareira?
— Não foi depois da clareira. Foi depois que ela não quis ficar comigo. E ela me explicou tudo em uma carta muito linda.
Então leia para mim! Quero ver se ela vale tanto a pena como você diz.
— Desde quando você decide o que vale ou não na minha vida?
Desde que você me contou seu segredo e eu posso falar pra mamãe.
— Ok! — peguei a carta no meu bolso, senti o perfume dela mais uma vez e comecei a ler aquelas palavras lindas! A começou a chorar do outro lado da linha.
Vocês valem a pena. Queria que meu namorado escrevesse uma coisa fofa assim para mim!
— Que namorado? — Perguntei irritado, e ela desligou na minha cara.

’s POV
A chegou chorando na minha casa. Eu odiava ver ela naquele estado. Geralmente ela possui um sorriso lindo que alegrava a todos. Mas hoje ela estava deprimida.
? O que aconteceu?
— As meninas querem adiar a viagem porque estão com seus namoradinhos.
— E você esta pior pela viagem, por elas ou por ele?
— Eu não sei. Posso dormir aqui?
— Claro, meu anjo.
Fiz com que ela se sentasse no sofá e sentei ao lado dela. Não disse uma palavra. Acariciei seus cabelos. E a deixei chorar, por para fora toda a raiva que sentia ela acabou adormecendo no sofá. Levei-a uma coberta. E fui dormir. Queria entender o que se passava na cabeça dela. Mas sabia que ela precisava de tempo.
Amanheceu e ela ainda dormia um sono profundo e delicioso. Aposto que sonha com o dava pela expressão de ternura que ela fazia.
Sempre soube do rolo desses dois. Ela gostava dele, mas o rejeitava, pois tinha medo de ser rejeitada. Ele se sentia magoado, mas não parava de amá-la.

Dia 23 de dezembro — Londres — Uni Station


Saí para comprar o café. Quando voltei, ela já estava acordada. Sorrindo.
— A dor passou, né?
Ela assentiu
— Tudo passa.
Ela sorriu. E disse:
— Só não passa a falta que ele me faz. Saber que ano que vem eu vou estar lá e ele não. Que eu nunca mais vou ver ele na minha vida.
— Minha linda, eu sei como é, o está em Amsterdã. Eu o vejo todo o final de semana. Mas mesmo assim eu já tenho medo de com o tempo ele se esquecer de mim.
— É diferente! Ele é seu namorado.
— O é seu. Ele é seu cumplice, seu amor, seu coração.
— Como pode saber? Nós só conversamos por mensagens e convivemos muito pouco. Não é algo que marque a vida de uma pessoa.
— Não importa a quantidade e sim a qualidade. Quando vocês estavam juntos parecia que fogos de artifício estourariam por vocês.
— Sabe... Elas não tinham o direito de adiar essa viagem. Eu precisava dela pra recomeçar. Pra voltar a ser a .
— Eu sei que você esta com raiva. Mas quer uma dica?
— Sim.
— Tudo tem um porquê. Até mesmo a pedra que está no chão. Foi por causa de uma pedra que eu conheci o . Talvez esses três dias que a viagem será adiada poderão ser os três melhores dias da sua vida.

’s POV
Cadê a ? Meu Deus, ela sumiu e a culpa é toda minha. Será que ela fez alguma besteira? Será que antecipou a viagem? O que eu respondo pro agora? Eu o deixo desistir?
O é tão incrível que me ajudou a procurar minha amiga sem dizer sequer uma palavra. Ele sabia que nenhuma palavra se adequava ao momento. Eu já estava quase indo a delegacia fazer um B.O. Coisas horríveis passaram pela minha cabeça. E outras maravilhosas como saber que ela podia ter encontrado ele e os dois podiam estar se amando.
Recebi uma mensagem da “Eu estou bem! — ”.
Ela estava sem o celular. Que ótimo! Ela estava com a . Isso é bom, mas eu não sei onde é a casa dela. Mas como ela está bem sei que vai voltar para casa ainda hoje.

Dia 24 de dezembro — Londres — Uni Station

’s POV
Fui para casa de madrugada, peguei minhas coisas coloquei em uma mala. E voltei para a casa da . Deitei-me e dormi mais algumas horas. Ouvi meu celular tocar, mas eu não queria atender.
A se levantou, parecendo um zumbi. Atendeu o celular.
— Alô? Você acha que isso é hora de ligar pra alguém?
— Desculpa. Não desiste de mim.
A pessoa logo desligou.
— Pessoas passam cada vez trotes piores. — Ela resmungou.
— Já vou indo!
— Já? Fica para o café!
— Não posso!
Ela me abraçou. E começou a chorar dizendo que ia sentir muito minha falta e que era pra eu a chamar no Skype todos os dias.
A ligou a televisão, alegando que assim não se sentiria tão sozinha. Na verdade era somente drama. Prestei atenção no que dizia o jornal.

“Descobriram que, no dia 20 de dezembro, um avião que tinha como destino Nova York caiu, matando dezenas de pessoas que esperavam comemorar uma data linda com sua família.”

Meu coração parou por alguns segundos. Senti uma apunhalada no peito. Eu só conseguia me lembrar do rosto dele dizendo. “Embarco dia 20 de dezembro”. Fiquei tonta por alguns segundos. A percebeu, pois logo me apoiou com o ombro.
!
— Eu não acredito. Deixá-lo ir já doeu tanto. Perder ele é como perder meu coração. — Disse entre soluços.
— Você não sabe se foi o voo dele!
— E se for?
— Não é! — Ela disse, sendo firme. Mas não podia ter certeza. Mais do que nunca, eu precisava daquela viagem. Só que eu não iria para Cancun, eu iria para Nova York. Por quê? Eu precisava vê-lo nem que uma última vez.
Peguei minha mala e sai correndo do apartamento da . Cheguei ao aeroporto. Limpei minhas lágrimas e corri para as bancadas de atendimento. Enquanto corria tive, a impressão de ter visto o . Mas acho que era apenas uma ilusão do meu coração.

’ POV
Eu cheguei às 5 horas da manhã em Londres. Vi no noticiário que o avião que saiu logo após o meu dia 20, havia caído então decidi ligar para minha mãe. Para avisá-la que estava bem.
Alô.
— Mãe. Eu estou bem. Não se preocupe comigo.
Ah, filho ainda bem. Acabou de sair no jornal que o avião caiu e o meu coração já estava quase saindo pela boca. Então me conte como foi...
Deixei meu celular cair quando a vi ali naquele aeroporto. Ela estava linda. Corri em sua direção, mas não consegui encontrá-la. Deu-me um aperto no coração. Ela foi embora. Tudo foi em vão.
Pedi para a moça do atendimento chamá-la e dizer que o amor da vida dela estava a esperando. E ela apenas zombou da minha situação.

’s POV
Os voos para Nova York já tinham se esgotado. O meu voo para Cancun ainda demoraria cerca de duas horas, então fui para o lado de fora do Aeroporto ver a neve que caia. Quando o vi ali, sentado no chão, chorando.
— Por que você está chorando?
— Porque eu perdi o amor da minha vida para sempre.
— Já disse isso para ela?
— Não deu tempo. Eu plane... — Ele finalmente tirou a cabeça do joelho e olhou para mim.
— Eu aposto que ainda dá tempo de dizer a ela tudo o que sente.

’ POV
Meu coração disparou ao ver os olhos dela brilhando. Seu sorriso iluminando aquela madrugada escura.
. — Ele disse enquanto tirava um desenho de seu bolso. — Nunca pensei que pudesse gostar de mim. Sempre que dava esperança ao meu coração. Algo acontecia e ela morria. Sempre que me rejeitava eu sentia meu coração se despedaçar. Não demonstrava a dor. Mas a sentia. Quando encontrei sua carta, senti seu perfume, pedi para pular do avião de paraquedas, porque a única coisa que vale mais que a vida é o amor. Eu precisava de você. Eu queria você. Eu amo você. Não precisamos de muitas palavras, não precisei te ver dançar para que me seduzisse. Os seus olhos fizeram isso por você. O teu sorriso alegrava meu dia. Teu abraço me levava para o paraíso em segundos. Eu gosto de você muito antes daquele jogo. Eu gostava da menina que eu via sorrir à toa. Que fazia gracinha pra provocar as pessoas. Que sabia ser menina e sabia ser mulher. Eu me apaixonei por ela. E quando achei que estava conseguindo esquecê-la, os nossos olhares passaram a se cruzar e meu coração sentiu a necessidade de amá-la. Sim. Eu namorei com outras garotas. Mas não era com elas que eu queria estar não era nelas que eu pensava quando desenhava um coração ou escrevia uma música. Não era pra elas que eu tocava. Era pra vocês, sempre foi pra você, pensando em você. Você aceita namorar comigo?

’s POV
— Sim. — Disse em meio a um milhão de lágrimas que escorriam pelo meu rosto e faziam enxergar que era ele o único que meu coração desejava. Pela primeira vez, consegui admitir que ele era o único que tinha a capacidade de mudar meu humor, meu sentimento, minha paz.
Nós nos abraçamos e depois de muitos selinhos. Beijamo-nos. Sentia o calor que percorria meu corpo e uma sensação de felicidade suprema que eu não queria que acabasse nunca mais.
No caminho para casa, conversamos sobre o plano dele. Sobre o nosso dia perfeito e foi assim. Andamos por toda a cidade: London Eye, Starbucks e para o Hyde Park. Escureceu e ele disse que não tinha me dado o presente de Natal dele ainda.
Ele me levou para minha casa onde convidou todos para passarem o Natal em um lugar especial. Depois de patinar comigo, ele nos levou a um parque com a grama coberta pela neve com uma árvore gigante decorada. Uma mesa linda com várias coisa deliciosas. Começaram a estourar fogos de artificio e a contagem regressiva era encantadora: 5, 4, 3, 2, 1... Ele pegou sua guitarra um microfone e cantou I should I Have kissed you. A nossa música. Os três outros casais se beijaram.
— Posso fazer com que esse arrependimento não volte nunca mais?
— Claro! — Ele disse sorrindo, e eu o beijei.
Selando o Natal com uma história de amor e amizade. Quatro amigas que moravam juntas e amavam o Natal mais que quase tudo. Quatro meninos que se encantaram por elas. E a magia que o Natal exercesse sobre cada coração.

Fim


Nota da beta: Eu NÃO escrevo essa fic, apenas corrijo. Encontrou algum erro? Reclame no meu e-mail ou Twitter, não na caixinha de comentários, ok?


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