CAPÍTULOS:[01][02]









Capítulo Um


Janeiro

Encaro minha figura despenteada refletida no espelho e, Deus, quando eu poderia imaginar que universidade e estágio juntos te deixavam com olheiras e um cansaço além do normal? Mesmo sem coragem, fui obrigada a me levantar e encarar um dia cansativo com direito a professores chatos e supervisora, que, na certa, o marido dorme de calças, e adivinha para quem sobra? Para os estagiários, que além de não ganhar um centavo, ainda têm que aturar as crises de uma mulher de meia idade e, com certeza, muito infeliz.

“Estou voltando, amor.” xx - Carter


Sorri e rapidamente me animei. Carter, meu namorado, está viajando a mais ou menos quinze dias e não vejo a hora de vê-lo novamente e enchê-lo de mimos. A verdade é que nosso relacionamento não anda muito bem desde que começamos a morar juntos, há mais ou menos uns oito meses. Carter não consegue, ou melhor, não suporta a ideia que eu seja fã da One Direction. Já tentei diversas vezes explicar que são dois amores diferentes, mas com a mesma importância em minha vida, porém sempre discutimos e ele fica emburrado. Tomei um banho bem demorado e relaxado, porque o dia promete. Em poucos minutos, já estava devidamente vestida e com minha bolsa arrumada. Peguei uma fruta, afinal, não tinha tempo para café da manhã. Caminhei pelo estacionamento e logo avistei o carro do Carter e adentrei o veículo, dando partida poucos minutos depois.
— Bom dia… — se sentou ao meu lado com um cara de sono, ou melhor, de quem não dormiu. Na certa minha melhor amiga e cunhada, deve ter ido à uma das festas que são organizadas pelos seus amigos, que não são uma boa companhia, porém todas as vezes que digo isso ela me vem com:
, você é muito certinha”; “Eles são pessoas legais”. Então chega uma hora que cansamos de avisar e deixamos a pessoa tirar suas próprias conclusões e sofrer as consequências.
— Onde foi a festa? — disse baixo, para o professor não reclamar.
— Uma chopada, no campus de Engenharia — minha amiga sorriu e eu apenas franzi o cenho. — Ah, , você precisa viver mais, sabe? Tem vinte anos e nunca a vi tomar um porre, ou então ir a uma festa para se divertir e não para tomar conta de mim — gargalhamos juntas, afinal, muitas das vezes eu ia às festas para vigiar as besteiras que ela poderia cometer, mas Carter não gostava que eu frequentasse essas festas, e digamos que acabei aceitando a ideia de não ir.
— Você sabe, o seu irmão não gosta que eu vá — disse séria enquanto anotava as informações que o professor deixava no quadro. Minha amiga não disse mais nada e apenas ficou quieta. Estudávamos no período matutino, porém só tínhamos tempo de comer algo e ir para o hospital universitário para nosso estágio. As aulas passaram tão rápidas que, quando percebi, já estava no restaurante do shopping almoçando com a minha melhor amiga. Quando chegamos ao hospital, para variar, a enfermeira chefe estava de mal humor. Troquei minhas roupas e coloquei meu jaleco para mais um dia daqueles, que te deixa louca para chegar em casa, tomar um banho e dormir para esquecer de tudo. Hoje era o dia em que ficávamos responsáveis pelos exames de sangue e me partia o coração quando uma criança chorava por causa da agulha, mas era o meu trabalho e nada daquilo era para o mal, e sim para o bem.

— Livres! — comemorou e não pude deixar de sorrir. — Vai aprontar o que no final de semana, cunhadinha? — ela digitava algo em seu iPhone.
— Vou preparar um café e enfiar a cara no livro de anatomia — disse séria e ela me olhou incrédula. — Gatinha, na segunda-feira terá prova e, com certeza, o senhor Jk irá nos separar, ou seja, nada de colas, então aconselho a senhorita a pelo menos abrir o livro para tentar estudar — minha amiga gargalhava e assentia negativamente. Nos despedimos e ela adentrou seu carro, dando partida logo em seguida. E eu fiz o mesmo, e dirigia tranquilamente em direção ao meu apartamento e torcendo para Carter já ter chegado de viagem, porque hoje eu preciso ser mimada. Adentrei o estacionamento do meu prédio e, quando passei pela portaria, cumprimentei o porteiro e ele apenas sorriu. Adentrei o elevador e procurei em minha bolsa as minhas chaves e quando as encontrei, a porta do elevador se abriu. Girei a chave na maçaneta e avistei a mala do Carter na sala e não pude deixar se sorrir.
— Amor? — joguei minha bolsa no sofá e caminhei em direção ao quarto. — Que saudade, eu… — paralisei quando o vi observando o meu guarda-roupa. Ele estava novamente mexendo nos recortes que guardava dos meninos, algumas fotos e uma carta que havia escrito assim que virei fã. — Carter! — gritei e ele finalmente me encarou, e seus olhos estavam vermelhos; sim, ele estava chorando, mas não conseguia entender o porquê. Tudo bem, sou fã da One Direction; sim, eu sou. Porém, amo o meu namorado de verdade e ele representa algo muito importante na minha vida.
— Amor! — ironizou e continuou a mexer nas coisas. — Olha isso: “Você me faz a mulher mais feliz do mundo só por existir…” Ah, por favor, o cara nem te conhece e você escreve uma coisa dessa. Nem para mim, que sou o seu namorado, moro contigo e estou do seu lado todos os dias, você nunca escreveu algo assim — franziu o cenho e permaneceu com a feição chateada.
— Carter, o que você está fazendo? — tentei me aproximar, mas ele se afastou quando percebeu que eu estava chegando perto e aquilo doeu como se fosse uma facada me atingindo em cheio.
— Olhe pra essas coisas — apontou para o guarda-roupa. — Não aguento mais ser a segunda opção na sua vida, porque sempre a coloquei acima de tudo. Pelo amor de Deus! Você tem vinte anos e não dezesseis, então acho que está na hora de crescer e deixar esses idiotas serem idolatrados por adolescentes — ele gritava e agia da mesma forma como em todas as nossas brigas, e sempre pelo mesmo motivo.
— Calma, por que nunca o coloquei como segunda opção na minha vida — aumentei meu tom de voz assim como o mesmo havia feito. — Pelo contrário, por você, eu já abri mão de muitas das minhas vontades para satisfazer as suas. Porque você faz questão de jogar na minha cara que eu tenho que crescer, mas, meu amor, jamais, repito, jamais deixei algo interferir em nosso relacionamento — gritava e as malditas lágrimas rolavam pelo meu rosto. — Mês passado, depois de muito tempo, eles fizeram um show aqui em Londres e vou refrescar a sua memória… Eu deixei de ir ao show para acompanhá-lo em uma viagem para Liverpool, por que era aniversário de um amigo e você queria ir. Ou seja, você não tem a capacidade de perceber que não ir ao show foi algo que me deixou muito triste, entretanto eu abri mão por você, para te ver feliz, e agora você me vem com isso? Por favor, muda o disco, porque esse já está batido — ironizei. Caminhava de um lado para o outro e eu estava com tanta raiva, porque se tem algo que odeio é quando as pessoas não valorizam nossos esforços para vê-los felizes.
— Tá vendo? Você arrisca o nosso relacionamento por cinco pessoas que nunca olharão para você, e se olharem, falarão: “mais uma louca para completar a coleção” — ironizou e aquilo me magoou de verdade, nunca tinha sido tão rude comigo; afinal, é meu sonho, caramba.
— Por favor, pode parar de criancice? — gritei. — Você é um homem e, infelizmente, não vem tendo atitudes de um, ultimamente.
— Eu ou eles? — pela primeira vez desde que adentrei no cômodo, ele me olhou.
— Não… Você não está me fazendo essa pergunta — sacudia a cabeça negativamente. — Carter, são dois amores diferentes, e você… — ele não me deixou terminar e se retirou do quarto, porém o acompanhei. Homem nenhum vira as costas e me deixa falando sozinha.
— Acabou! — sua voz firme me atingiu em cheio, e perdê-lo nunca se quer chegou a ser uma possibilidade em minha vida. Namorávamos há mais de cinco anos e não conseguia me imaginar sem ele, afinal, Carter foi o meu primeiro namorado, meu primeiro homem, e agora estou vendo ele sair da minha vida. — Vou levar essa mala, que nem tive tempo de desfazer, por favor, mande o resto das minhas coisas pela — segurou firme sua mala, mas eu o puxei para mim e olhei em seus olhos.
— Carter… Eu amo você — as lágrimas rolavam pelo meu rosto e ele não se comoveu. No segundo seguinte ele se afastou, deixou as chaves em cima da mesa e, por fim, pegou as malas e foi embora. Quando ouvi o barulho da porta sendo fechada, meu coração sentiu uma dor que jamais pensei em sentir. Não conseguia odiá-lo, mesmo que nunca tenha entendido o que eu sinto pelos meninos, porém perdê-lo doía, e com o Carter passei os melhores e piores momentos da minha vida. Tudo bem, vivíamos brigando e sempre pelo mesmo motivo, porém jamais pensei que uma das nossas brigas terminaria com ele terminando tudo e seguindo sua vida longe de mim. E eu me permiti chorar, porque, naquele dia, acabou um capítulo muito importante da minha vida.



Capítulo Dois


Fevereiro

Dia dos namorados, o dia onde as pessoas comemoram, trocam presentes, vão jantar e acabam a noite enrolados no lençol, sentindo o calor de seus corpos unidos. Porém, esse ano será diferente, por que Carter não estava brincando no dia em que saiu do meu apartamento e terminou tudo. Ele não voltou ou simplesmente pediu uma nova chance. Ele seguiu com a sua vida e eu me obriguei a seguir com a minha, afinal, não adianta nada ficar em casa me entupindo de chocolate e listando tudo que poderia ter feito para evitar. Não tinha pra quem ligar, mandar um cartão ou simplesmente uma mensagem especial. Então, me arrumei colocando roupas bem agasalhadas e decidi que faria algo que há muito tempo não fazia: “me divertir”. E eu decidi que iria caminhando e, se fosse preciso, pegaria um táxi para chegar ao local, que eu ainda não sabia. Acabei parando em um pub próximo ao meu apartamento e pedi uma dose dupla de vodka, e fazia um tempo em que não sentia esse sabor, mas não me contive com uma dose e pedi mais uma.

— Boa noite — deixei o dinheiro sobre o balcão —, pode ficar com o troco — sorri e o rapaz agradeceu. Arrastei meu corpo para fora do pub e adentrei um táxi, que havia acabado de chegar, deixando pessoas próximas ao pub. Pedi que o motorista me levasse ao Canary Wharf Ice Rink, lembro que frequentava quando era mais nova e até cheguei um dia sonhar em ser uma patinadora profissional, mas isso, graças a Deus, não levei adiante.
— Obrigada! — Sorri educada e entreguei o dinheiro nas mãos do taxista. Enfrentei uma pequena fila, que estava repleta por casais apaixonados, mas rapidamente comprei meu ingresso e adentrei ao local. Continuava o mesmo, e tão lindo quanto a época em que frequentava. Mas como nem tudo são flores, cometi o pequeno erro de não me lembrar que, por ser dia dos namorados, com certeza, seria a noite dos casais. Ótimo, . Caminhei em direção ao banco onde me sentava todas as vezes que vinha patinar com as minhas amigas da escola.
— Posso me sentar aqui? — uma voz rouca se fez presente e automaticamente ergui a cabeça para encará-lo. Piscava e esfregava meus olhos. Não, não podia, ou melhor, não era ele. não estaria em uma pista de patinação no dia dos namorados.
— Deus, eu juro que só foi uma dose de vodka ou duas… — disse, meio confusa.
— Você é engraçada! — sorriu de uma forma doce e se sentou ao meu lado.
— Puta que pariu! Eu estou muito doida e batizaram minha vodka com algo muito forte, porque está falando comigo… — gargalhava e podia ouvir que ele fazia o mesmo.
— Muito engraçada! — seu sorriso era ainda mais lindo assim, de perto. — Não batizaram sua bebida, doidinha — sorriu —, sou eu mesmo — não deixava de me encarar com seus olhos .
— O que você está fazendo aqui? — a curiosidade estava estampada em minha pergunta.
— Comprei um par de ingressos, mas as coisas não saíram como planejei — coçou os cabelos.
tomou um toco? — gargalhei e ele não deixou de sorrir.
— Olha quem fala… Sozinha no dia dos namorados e curtindo a noite dos casais, mas com uma pequena diferença: sozinha.
— Obrigada por me lembrar que meu ex-namorado terminou comigo, um mês antes do dia dos namorados e eu me esqueci completamente que no dia dos namorados acontecem a noite dos casais, ou seja, vim parar em um ambiente para pessoas acompanhadas quando eu estou sozinha — sorri.
— Não sei quem está pior, mas acho que sou eu, porque seu namorado terminou com você um mês antes do dia dos namorados e a minha quase namorada que resolveu que não era o cara certo no dia dos namorados? — ele sacudia a cabeça e naquele momento eu tive a certeza que poderia estar na merda, mas meu querido , com certeza, sem sombra de dúvidas, estava pior. Na verdade, ele era assim, sempre com alguém, mas, ao mesmo tempo, sozinho, e custo acreditar que um dia irie vê-lo casado. Passamos tanto tempo conversando e eu não conseguia parar de rir, porque ele era muito mais engraçado do que eu pensava. Compramos hambúrgueres e refrigerantes, comemos sentados em uma mesa ao fundo e ele contava que não conseguia se envolver com alguém por mais de dois meses, mas que sentia vontade de mudar isso, porque sentia que estava na hora de entrar em um relacionamento. E eu acabei contando o motivo que levou as crises em meu antigo relacionamento e ele se desculpou umas mil vezes, porém depois de explicar incontáveis vezes que a culpa nunca foi e nunca será dele ou de um dos meninos.
— Quer patinar? — sorriu e os dos seus olhos estavam com um brilho tão diferente.
— Acho melhor não — assenti negativamente. — Tem muito tempo que não sei o que é calçar um patins, imagine patinar.
— Ah, mas você vai, sim — sorriu. — Que número você calça? — neguei com a cabeça, mas ele não me pareceu que desistiria tão fácil. — Não tem problema, é só eu fazer isso — levantou um dos meus pés para olhar a numeração e, em seguida, caminhou em direção ao balcão. Voltou alguns minutos depois já com um par de patins em seus pés e outro em suas mãos. Abaixou e, com todo carinho do mundo, tirou minhas botas e colocou os patins em meus pés.
— Tanto tempo que não pratico que acho que acabei esquecendo — caminhava com dificuldade, confesso, com um pouco de medo de cair e passar vergonha na frente todas aquelas pessoas. Entretanto, segurava firme em minhas mãos e me conduzia até a pista, onde já se encontravam muitos casais.
, que tal começarmos com os movimentos básicos? — assenti que sim e ele ficou em uma das pontas da pista. — Pense que eu sou algo que você quer muito, mas tem que ser algo que você realmente queira, então venha para buscar o seu desejo — meu corpo inteiro se arrepiou, por que meu desejo estava minha frente, com os braços abertos prontos para me envolver com um abraço quente e então, tomei coragem e deslizava sobre o gelo mesmo com medo, mas quando cheguei até onde estava, eu o abracei fortemente.
— Consegui! — sorri e ele não conteve seu sorriso tão doce. Nos sentíamos como profissionais e hora ou outra arriscávamos um movimento mais arriscado ou então uma dança ao som de algo que o DJ tocava. Deus, tinha tanto tempo que não conseguia me divertir dessa forma. Na verdade, meu ex-namorado sempre me induziu a estudar vinte quatro horas do meu dia, porém mesmo sendo necessário, sentia falta dele me incentivar a me divertir e relaxar um pouco. E o , me conhecendo a menos de quatro horas, me incentiva a arriscar movimentos, a dançar, sorrir e me divertir como há muito tempo não fazia. De repente, aquele que Carter jurou nunca olhar pra mim estava me fazendo um bem que o mesmo em todo esse tempo não conseguiu. E demonstrava o mesmo com todos seus sorrisos e sua feição tão feliz. Vivíamos em mundos totalmente diferentes, porém ambos sofríamos com sobrecarga, a pressão e com nossas felicidades sendo tratadas como último plano quando, na verdade, deveríamos nos preocupar em sermos felizes e depois com o resto.
— Concurso para escolher o casal mais apaixonado da noite — o DJ falava animado e percebia os casais ouvindo atentamente. — Então, o casal que representar melhor esse movimento — apareceu um vídeo de um casal famoso no mundo da patinação —, leva o título do casal mais apaixonado da noite — o homem sorriu e logo começaram os primeiros casais e tudo era engraçado, porque os tombos eram as melhores partes.
— Mais algum casal? — o DJ repetiu umas duas vezes.
— Nós! — gritou e todas nos encaravam. Na certa, perceberam o dono da voz e se perguntavam o que ele estava fazendo com aquela garota em um lugar tão comum. — Vem, — suas mãos me puxaram e me conduziu até o meio da pista.
, ainda dá tempo de desistir — sussurrei —, faz muito tempo que eu não patino, ou seja, não acho uma boa tentarmos algo tão arriscado — ele sorriu e me puxou pela mão para iniciarmos o tal movimento. Como eu previa, adivinha, o movimento não deu certo e nos levou diretamente para o chão. Senti uma pontada em meu pé e, quando olhei pro lado, reclamava de uma dor em seu braço. Os responsáveis por atender alguns dos clientes quando ocorresse de alguém se machucar chegaram e nos levaram para uma área reservada para os primeiros atendimentos.
— Então, senhorita — a enfermeira disse enquanto enfaixava minha perna do tornozelo até metade do meu pé —, alguns dias sem pisar, porque torceu o tornozelo, ok? — ela sorriu e assenti que sim, mas minha preocupação era o , afinal, ele não poderia se machucar ou então como faria com os compromissos da banda? A culpa é minha, porque não contive sua ideia totalmente louca.
— E o senhor — a enfermeira analisava o local onde ele alegava dor —, não é nada de sério, apenas pela queda, mas vou receitar um remédio e aconselho a ficar com essa faixa por uns dois dias, ok? — ela sorriu e assentiu positivamente. Ele sorria, mas era louco, porque quase se arrebentou todo e estava sorrindo como uma criança quando faz arte.
— Você veio como? — sorriu e se juntou a mim no banco.
— Vim de táxi, por quê? — sorri.
— Ah, poderia oferecer uma carona, mas digamos que estou sem poder dirigir, então, vou ter que ir de táxi — ele sorriu e eu depositei um beijo em sua bochecha. Não sei por que, mas eu sentia necessidade em agradecer; mesmo com os imprevistos, ele tornou esse dia que tinha tudo pra ser o pior, o melhor. — Ah, mas vou querer vir nesse lugar todo dia se você me encher desses beijos — seus olhos brilhavam.
— Obrigada por me proporcionar uma noite tão maravilhosa — abracei-o fortemente e senti o seu perfume maravilhoso.
— Eu que agradeço por me fazer companhia, ainda mais uma companhia maravilhosa, assim como você — seu sorriso safado fez com que meu rosto passasse para um tom bem vermelho devido à vergonha.
Conversamos por alguns minutos, porém a noite estava fria e precisávamos de nossas casas, ou melhor, nossas camas quentes e uma boa noite de descanso. Combinamos de dividir o mesmo táxi, porque morava a algumas quadras depois do meu prédio, então não teria problema nenhum. Durante o percurso, que não seria tão longo, apoiei minha cabeça no ombro do e seu polegar percorria meu rosto, me causando uma das melhores sensações que alguém já me proporcionou.
— Obrigada pela noite maravilhosa — sorri e depositei um beijo em sua bochecha, porém desceu do carro dando a volta e abrindo a porta para mim.
— Não posso carregá-la — apontou para o braço —, entretanto, faço questão de ajudá-la — ele pediu ao taxista que esperasse e se abaixou, para que eu me apoiasse em seu braço que não estava enfaixado. Foi a cena mais engraçada de se presenciar, o porteiro não conteve a risada. Adentramos o elevador e, quando chegamos ao meu apartamento, me bateu uma tristeza, porque ali seria o pior momento da noite: a despedida.
— Não sei como agradecer por essa noite maravilhosa — sorri e ele me abraçou fortemente.
— Eu sei como ambos agradecermos — se aproximou cada vez mais e podia sentir nossos hálitos se misturando. Nossos lábios foram unidos, nossas línguas travavam uma guerra, que não me importaria de repetir muitas e muitas vezes. Sua mão livre estava pousada em minha cintura e minhas mãos afagavam seus cabelos emaranhados.
— Obrigada — sussurrei próximo ao seu ouvido. Continuávamos abraçados e não queríamos perder esse contato tão maravilhoso.
— Aceitaria jantar comigo? — sussurrou próximo ao meu ouvido.
— Sim! — imitei seu gesto e o mesmo selou nossos lábios várias vezes seguidas antes de se despedir e adentrar o elevador. Quando deitei em minha cama, não contive o sorriso largo que se formava em meu rosto, e o melhor era que esse sorriso era o mais verdadeiro possível. A certeza que eu tenho é que não importa quem saia da minha vida, sempre terei meu em meu coração e nada vai fazer com que o esqueça. Seu sorriso salvou meu mundo por diversas e incontáveis vezes. Todas as noites, fechava os olhos e sentia seus braços envoltos ao meu corpo. E assim que sempre me lembrarei dele, com o mesmo sorriso e a mesma felicidade. Podem se passar trinta, quarenta anos, eu iria amá-lo com a mesma intensidade.

FIM.



Nota da autora:Então, queria agradecer a todas as pessoas que acompanham e esperam pelas continuações. Essa coleção de shorts que titulei de “Night Changes” está sendo uma delícia de escrever. Ao total serão cinco partes, ou seja, cinco encontros assim, como no clipe que me serviu de inspiração. Desde o princípio, quando começaram as brincadeiras de que tiveram encontro com os meninos, decidi escrever porque queria poder levar um pouquinho dessa experiência para as leitoras. Agradeço a todas as leitoras e as pessoas que acompanham a coleção desde o início, e já deixo avisado que terão mais duas partes antes de ser finalizada. Gostaram de mais um encontro com seu ídolo? Lembrando que essa história foi inspirada na música/clipe “Night Changes” e foi um prazer escrever mais essa shortfic. Agradeço à minha beta, Marcela que é um amor de pessoa e que é sempre muito carinhosa e atenciosa. Beijos meus amores.

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°Outras histórias no site: Night Changes(One Direction/Finalizadas), Night ChangesII(One Direction/Finalizadas), 01.Baptized(FicsTape #006), A Mentira Perfeita(Restritas/Finalizadas), Lição Extra(Restritas/Finalizada) e Uncontrollabe Feelings(Outros/Em Andamento).




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