No Happy Endings 2
História por Nate M. | Revisão por Larys


Capítulo 1

Fazia 12 dias que tinha se casado e eu não conseguia tirar isso da minha cabeça. Qual era o meu problema? Agora eu estava de frente pra um caderninho escrevendo tudo que eu sentia por ele e tudo que me lembrava dele. Quantos anos eu tinha pra estar fazendo uma espécie de diário? Ok, eu acho que eu era muito velha pra isso, mas a verdade é que eu gostava de escrever o que eu estava sentindo, de alguma maneira eu estava pondo aquilo pra fora, de uma maneira errada, mas eu estava fazendo isso. Eu precisava vê-lo, eu precisava saber que ele ainda estava bem. Peguei o celular e liguei para o .
- Amorzinho da minha vida. – Ele disse assim que me atendeu e eu sorri.
- Hey, amor, tudo bem?
- Tirando esse frio, está tudo ótimo e com você?
- É, estou com frio também, mas sabe, eu te liguei porque eu queria saber de .... Queria saber como ele está.
- Olha, acho que ele está bem.
- Hum, eu queria ver ele, sabe? Saudades...
- Ain, pequena, relaxa.... Eu não sei o que fazer, mas, olha, vai assistir uma TV e tenta esquecer, ok? - Uhum, vou fazer isso, é o melhor, não é? - Sim, é o melhor.
- Ok, obrigada pelo conselho, beijos, gatinho, te amo.
- Beijos, meu amor, te amo. – Ele disse e eu logo desliguei o telefone e fui seguir seu conselho.

Eu já devia estar rodando os canais fazia uns vinte minutos, parecia que não tinha nada naquela merda TV, e eu nem ao menos podia sair na rua porque estava muito frio e eu tenho o dom de ficar doente sempre com esse frio. A campainha tocou e eu fui correndo atender, e eu jamais poderia imaginar que era ele que estava ali em minha porta.
- Foi o , não é?
- Foi – ele riu, aquele sorriso me fez derreter por dentro, e eu dei passagem pra ele entrar e fechei a porta atrás dele.
- Ok, eu ia achar coincidência demais – eu ri e voltei pra sala, com ele me seguindo.
- Ele falou para eu aparecer porque você estava pedindo, então eu não poderia ignorar a sua saudade, gata. - inútil, não era pra ele dizer que eu estava pedindo. – sorri, envergonhada.
- Se ele não dissesse, eu não ia aparecer.
- Que bom que ele disse – eu sorri como uma criança, agradecendo mentalmente ao .
- Sabe quantos graus está lá fora? É muito amor vir até aqui com menos 2ºC na rua. – eu ri de leve, era muito amor mesmo, eu estava feliz por isso.
- É, fazer o que, eu desperto isso nas pessoas. – Eu disse, me gabando de leve.
- Pois é, até em pessoas demais, poderia ser só em mim, eu não me importaria em não te dividir – ele disse, dando aquele sorriso dele, que eu já devo ter comentado que eu amava.
- Se você continuar assim, eu vou ter que te agarrar. – Ah qual é? Era o , eu não precisava ficar de frescuras com ele.
- Uh! Sério? Adoro suas diretas.
- Óbvio, olha só você, não sei, está diferente hoje. – Ou, na verdade, ele estava igual, mas hoje eu não estava controlando minha vontade de agarrá-lo.
- Não estou diferente, estou eu mesmo – ele sorriu de lado e eu me derreti toda.
- Seja menos você então, ou eu vou ter que te agarrar toda hora – nós dois demos um risinho. – E sabe como é, né? Fica chato agarrar um pai de família.
- Ah é, eu tinha esquecido disso – ele disse, um pouco triste. – Obrigado por acabar com meu momento de felicidade, .
- Relaxa, você ainda me tem aqui – quis me gabar de novo, mas ele continuava com uma cara de triste e meio puto - Tô aqui, fique feliz novamente vai, , uhul. – fiz uma comemoraçãozinha ridícula.
- Você me broxou.
- Eu posso te excitar de novo. – Disse num tom provocador.
- Pode é? – Ele disse, entrando no clima, e eu sorri.
- Me diz você. Posso? – Ele me pegou pela cintura e me puxou para perto, e eu quase morri com isso, como ele conseguia? - Deve – ele disse, sorrindo com o rosto perto do meu, mas ele não ia me ter fácil assim, ok? Eu levei minhas mãos até a nuca dele e comecei a fazer um carinho, cheguei perto da orelha dele e comecei a sussurrar.
- Devo mesmo? – ele sorriu marotamente e começou a passar o lábio dele perto da minha boca, me fazendo estremecer.
- Por que tá demorando, gata? – Ok, eu não ia me controlar por muito tempo, eu beijei ele com força e apartei a nuca dele. Ele pegou minha perna com força e levou até a cintura dele, ficou apertando minha coxa, era tão bom sentir a mão dele. Enrolei minhas pernas na cintura dele e era incrível como era bom estar nos braços dele. Eu parei de beijar ele e decidir que ia provocá-lo um pouco. Desci meus lábios até o pescoço dele e comecei a dar leve chupões com mordidinhas leves, o pescoço dele era incrivelmente bom e era um sensação única ouvir o meu gemendo. Ele começou a subir minha blusa e beijar meus seios, o lábio dele era macio e eu soltei um gemido enquanto passava meu lábio no pescoço dele. Ele jogou minha blusa longe e começou a me empurrar, e eu sabia onde ele estava me levando. Ele passou a mão em cima da mesa e derrubou tudo que havia nela, nós dois sorrimos, aquela cena me lembrava nossa primeira vez. Ele me jogou em cima da mesa e eu puxei ele rapidamente pra cima de mim e comecei a morder o pescoço dele com vontade, aquilo, com toda certeza, deixaria marcas. Ele começou a abrir meu jeans e eu o virei, ficando por cima dele, e pude vê-lo mordendo seu lábio, eu precisava urgente dele todo. Comecei a tirar sua blusa e beijar seu tronco inteiro, ele era incrivelmente gostoso. Ele começou a puxar meu jeans pra baixo, de um jeito que só ele sabia fazer e me deixar louca. Eu comecei a abrir a calça dele e eu pretendia deixar ele louco também. Ele me puxou com força pra cima e começou a dar chupões no meu colo e passar a mão em cima da minha calcinha, isso era covardia. Voltei a descer meu lábio e tirei a cueca dele com rapidez. Coloquei meus lábios devagar sobre o membro dele e pude ouvi-lo gemer e sorri vitoriosa, eu conseguia deixá-lo louco também.

Capítulo 2

Tinha se passado dois dias desde que eu tinha ficado com e agora eu estava em desespero. Não por ter ficado com ele, mas, sim, por ter brigado com . Fazia alguns dias que eu estava saindo com , mas não que eu fosse pegar ele, ele não fazia meu tipo e era gay, o único gay que eu tinha pego era e tinha feito ele mudar de ideia. Sim, era gay antes de me conhecer, enfim. Confesso, talvez eu e estivéssemos de muito mimi, mas eu não ficaria com ele, eu acho... teria que me ouvir, mas agora ele estava puto e não queria nem saber de mim. Não me atendia, não me ouvia, não abria a porta pra mim e eu estava em casa sem saber o que fazer, num completo desespero. Minha campainha tocou eu rezei pra que fosse querendo me ouvir, mas era , e minha cara de decepção foi incrível, lógico que eu queria ele, mas eu hoje preferia o . Deixei ele entrar e pude ver ele sentar no meu sofá, ele com certeza sabia o que tinha acontecido.
- Tá com raiva de mim também? Ou alguém ainda gosta de mim nessa cidade? – Ok, eu fiz um leve drama, mas eu estava mal.
- Que você é uma vaca todo mundo sabe, nem esquenta. – Era horrível ouvir isso, mas eu era mesmo. – Mas, na boa, o que aconteceu? Quero ouvir tua versão, porque, de verdade, o que ele tá me contando nem eu acredito que você teria sido tão capaz.
- Se eu sou uma vaca, por que quer ouvir minha versão? E você não acredita mesmo, ? Você sabe que eu sou uma vaca, por que não acredita?
- Porque eu sempre te xingo de vaca quando você apronta, qual a novidade? - Que talvez isso me deixe magoada... Essa é novidade. – Que porra, eu tinha sentimentos.
- , na boa, se isso te deixa magoada, comece a repensar suas atitudes, mas, enfim. O que diabos aconteceu? – Ele me disse, dando uma lição de moral e talvez ele estivesse certo.
- Aconteceu que eu quis sair com e há alguns dias nós estamos saindo juntos, mas não aconteceu nada e eu acho que não vai acontecer nada.
- , você não pode achar, ele é namorado do seu melhor amigo.
- Eu sei, , eu sei, mas olha, não vai acontecer nada, eu não tenho interesse nenhum e o único gay que eu peguei na minha vida foi você e vai continuar sendo você, eu só queria que o me ouvisse.
- Cara, tenta entender o lado do , ele tá magoado, a melhor amiga dele sai com o menino que ele está apaixonado, vocês são os preciosos dele... Você sabe, ele sempre teve dois melhores amigos, eu sou o turrão, o chato, o amigo das cobranças e você sempre foi a que apoiava ele em todas as doideiras. Sabe quantas vezes eu falei mal de você por causa das suas merdas e ele veio te defender com unhas e dentes? Milhares, ele tem um carinho todo especial por ti. Agora, se acontecer algo entre o namorado dele e você, eu não tenho nada a ver e por mim não tem problema nenhum – isso me magoou, eu queria que tivesse, eu queria que ele tivesse ciúmes de mim. – Mas pro tem e você tem que entender ele, entender o ciúme dele, entender a preocupação dele. Ele me ligou chorando, dizendo que você tirou tudo dele, mas eu não acredito que você seja tão má assim, de verdade. – Era um alívio ouvir isso dele.
- Por que não acredita? Não fui eu que fodi com sua vida? Com a nossa vida? Eu tô sempre machucando as pessoas que eu amo, cadê a novidade? - , sério, eu sei que tá machucado.
- Ok, me desculpe, eu fui idiota mesmo... Eu preciso que ele me ouça, eu não pretendo nunca mais sair nem cinco minutos sozinha com o e, agora, pensando, não tem nada a ver, eu não sinto nada por ele, eu fui idiota.
- Ok, mas ele tá machucado e precisa de um tempo sozinho.
- Mas ele precisa me ouvir, ajuda, por favor, ele só tá ouvindo você.
- Eu vou tentar.
- Faz isso, por favor. – Eu vi ele pegar o celular e começar a discar, ninguém parecia atender. – Gosto mais quando brigo com você e ele dá conselhos, a vida flui melhor assim – falei um pouco baixo e me olhou.
- Como assim? Ele te dá conselhos quando brigamos? – Ele me olhou, assustado.
- Não – eu disse, rapidamente.
- Dá sim – ele disse, puto e desligou o celular. – Ninguém atende. Mas ele dá sim.
- Tá bom, ele dá, e daí? - Aquele puto – ele disse, balançando a cabeça negativamente.
- Ei, eu sou a puta da história – soltou um risinho.
- Se merecem, isso sim, ficam aí de disquedisque.... Ele vai ouvir.
- Vai nada e nós não ficamos, ele só é uma boa pessoa, porque, quando eu brigo com você, se não fosse ele, talvez eu já tivesse matado alguém e nós dois nunca mais nos falaríamos. Prefere assim?
- Não – ele disse, meio emburrado.
- Então pronto. Enfim, a verdade é que ele precisa me ouvir agora, porque, sério, se ele dissesse pra mim que é apaixonado por você, eu não chegaria mais nem perto de você, eu errei.
- Ok, gata, mas como ele não é apaixonado por mim... – Ele sorriu marotamente e me fez rir, eu bati de leve no braço dele.
- Anda, tenta de novo.
- Ok – ele pegou o celular e discou o número do de novo. – Alô, ? E aí, cara, melhor? Cara, olha... Eu tô aqui com a ... Tá, eu sei, mas ouve ela... Vai, cara, não custa nada, só ouve o que ela tem pra falar, depois você pode desligar na cara dela se quiser... Tá, vou passar o celular pra ela – passou o celular pra mim.
- ? - Fala logo, .
- Olha, , me desculpe, eu sou uma vaca, você sabe, mas eu te amo e eu largaria até o Brad Pitt em nome da nossa amizade, eu disse que ficaria até longe do se você me dissesse que é apaixonado por ele, você é minha base, me apoia, por favor...
- , eu tô muito chateado com você.
- Eu sei, , mas, olha, por favor, eu te amo muito e eu juro que não fiquei com o e nem vou ficar, eu só vou ver ele agora quando você estiver por perto. Eu juro, por favor.
- Tudo bem, , você sabe que eu não consigo ficar brigado com você, mas que isso não se repita, pequena.
- Eu te amo e isso não vai se repetir, te amo – eu disse, sorrindo, meu pequeno me perdoou.
- Ok, beijos, pequena, mais tarde a gente se vê.
- Ok, beijos – eu desliguei o telefone sorrindo e vi sorrindo pra mim. – Obrigada, obrigada e obrigada. – Eu disse e abracei-o de leve, e logo o larguei.
- Eu sei, vai, pode dizer, você não é nada sem mim. – Ele disse, se gabando, e eu ri.
- Você força tanto, mas, ok, talvez minha vida fosse um pouco mais chata e mais difícil sem você. – Eu e meu lindo orgulho.
- Você me ama, ok? – Ele disse, me olhando como se fosse óbvio.
- Um pouquinho – eu sabia que ele ia insistir até eu falar.
- Muito.
- Se eu admitir, ganho o quê? Nada, então eu amo só um pouquinho.
- Poderia ganhar muitas coisas – ele piscou pra mim e eu ri, era o maior cafajeste que eu conhecia, mas eu o amava.
- Ah, é? Muitas coisas? Então, pensando melhor, eu amo muito. – Ri de leve, eu ia entrar na brincadeira dele.
- Ah, é? Fala isso aqui pertinho pra ver se eu entendo melhor. – Ele disse, me chamando com o dedo e eu cheguei perto dele. Sentei no seu colo, coloquei minha boca perto da orelha dele e sussurrei.
- Eu te amo muito, . – Sorri de leve e o vi fazer o mesmo, e passar seus braços em volta da minha cintura.
- Eu também te amo muito, minha gata. – Eu coloquei a mão na nuca dele e sorri mais forte.
- Mas isso eu já sabia – ele riu de leve e passou o nariz dele devagar no meu.
- Você se acha demais.
- Mas eu posso, não? – Disse, sorrindo marotamente.
- Pode... Deve... Sempre – ele disse, dando beijos estalados na minha bochecha. Eu mordi meu lábio inferior, eu estava com medo de alguma coisa.
- Não se arrependa disso depois, han? – Eu senti ele levar as mão pra minha nuca, entrelaçar os dedos no meu cabelo e puxar de leve, o que me fez arrepiar.
- Não me arrependo, nunca. – Eu sorri e apertei a nuca dele de leve, ele não estava falando apenas do que ele acabou de dizer, mas sim de tudo de errado que nós fizemos e estamos fazendo.
- Eu também não consigo me arrepender. – Eu disse, sorrindo e ele ficou me olhando e sorrindo, ele estava me olhando como se estivesse hipnotizado e ficou assim por alguns minutos. – ? – eu disse, acordando ele de algum pensamento.
- Desculpa, me perdi aqui em algum lugar entre a tua boca e os teus olhos. – Ele disse, sorrindo radiante e eu provavelmente corei de leve... Como ele podia fazer isso comigo? Eu queria esmagá-lo, mas eu apenas ri de leve e balancei a cabeça negativamente.
- , você não precisa disso...
- Não preciso de quê? – Ele me olhou, confuso.
- Sabe, essa coisa de tentar me fazer ficar derretida pra me conquistar. – Ele riu e me olhou.
- Não quero te fazer ficar derretida, quero te mostrar como você é especial e como me deixa bobo quando está por perto. – Ele disse e eu, com certeza, fiquei vermelha e virei o rosto, desviando meu olhar do dele.
- Tá fazendo de novo – ele pegou meu rosto e virou pra ele, sorrindo, e eu queria agarrá-lo.
- Tem alguém coradinha aqui...
- Sai, – eu disse, batendo de leve no braço dele e ficando mais vermelha ainda.
- Own, uma maça – ele disse, pegando minha bochecha e fazendo-me rir, ele era tão idiota. Eu olhei pra ele de canto de olho e tentei bater nele de novo.
- Você é tão bobo. – Ele soltou uma gargalhada alta e me abraçou forte pela cintura.
- E você é tão linda.
- Isso eu já sabia – levei minhas mãos até o cabelo dele e baguncei-o todinho, soltando uma risada.
- Você é bem idiota também – ele pegou minha mão e deu uma mordida leve, me fazendo rir e fazer uma careta.
- Mas você me ama mesmo assim – ele pegou minha mão, acariciou ela e fitou meus olhos.
- Amo muito – e eu fiquei hipnotizada pelos olhos dele, aquele azul, sempre aquele azul... Mordi meu lábio inferior.
- Eu já disse que você tem olhos lindos? – Ele sorriu de lado e eu sabia que ele estava sem graça.
- E eu já disse que você é toda linda? – Eu sorri mais ainda.
- Já, mas pode dizer de novo.
- Não, vai ficar muito cheia de onda depois. – Ele disse, me dando um selinho rápido e sorrindo marotamente.
- Droga! – Eu disse, me fingindo de chateada. Ele riu de leve e segurou meu queixo.
- Sua reclamona linda, eu preciso ir agora.
- Ok – eu levantei do colo dele e o esperei de pé, vendo ele fazer o mesmo. – Te vejo amanhã?
- Prometo tentar aparecer. – Ele disse, sorrindo e eu estiquei meu dedinho e ele apertou o dedinho dele com o meu com força.
- Eu me sinto uma criança – eu disse, sem lagar o dedo dele. - Mas eu tô bem agora.
- Por que uma criança? – Ele me olhou com curiosidade.
- Porque crianças fazem promessas de dedinho... Todo mundo acha minhas promessas assim ridículas. Você é o único que promete assim pra mim, mas, de alguma forma, faz a promessa parecer segura.
- Você é tão boba. – Ele riu de leve e largou meu dedo devagar.
- Eu te amo por ser tão legal comigo. – Ele soltou uma gargalhada quando eu disse isso.
- Eu não sou legal com você.
- Porra, ! Não estraga o momento, cara, finge que você é legal. – Eu disse, fingindo estar brava.
- Ok, eu sou legal.
- Agora já estragou o momento – eu disse, rindo.
- Idiota – ele disse, rindo.
- Lindo – eu disse, para irritar ele.
- Eu sei que eu sou – muito humilde, como sempre.
- Pegou a humildade de mim por osmose? – Eu disse, rindo.
- Não, por saliva mesmo. – E ele soltou outra gargalhada clássica dele.
- Nós nem trocamos saliva hoje, idiota.
- Ah, então vem cá – ele me puxou pela cintura e lambeu minha boca, eu fiz um cara de nojo.
- Que nojo – ele riu.
- Nojento nada.
- Não mesmo, mas eu gosto de fingir que sou uma menina fresca – ri de leve assim como ele.
- Você não tem nada de fresca, isso que é legal. – Sorri. – Enfim, eu preciso ir. – Ele disse, indo em direção à porta.
- Te odeio.
- Eu te amo – ele disse, sorrindo.
- Eu também, mas você sabe que eu gosto de implicar com você.
- Eu sei – ele disse, sorrindo marotamente. – E adoro isso, um dia que você passa sem implicar não é um dia normal com você.
- E você gosta de dias normais comigo? – Disse, sem graça. Ele chegou perto do meu ouvido e sussurrou.
- Eu amo, os teria para sempre – ele me arrepiou e me deixou sem palavras. Por que ele fazia isso?
- A convivência comigo não é fácil, – eu disse, sussurrando também e ele abriu um sorriso.
- E nem comigo, acho que isso é que é o encaixe.
- Eu gosto da convivência com você.
- Eu também gosto de conviver comigo. – Ele disse, gargalhando e me fazendo gargalhar, um idiota eu diria.
- Porque se não gostasse estava fodido, né? – Eu o vi concordar com a cabeça. – Enfim, , você precisa ir, tchau. – Dei um selinho rápido nele e empurrei-o pra fora de casa... Aquele dia, com certeza, ia foder com a minha cabeça. – Boa noite. – Eu gritei pra ele antes dele entrar no carro.
- Boa noite, te amo. – Ele disse, entrando no carro e eu fechei a porta. Encostei-me a ela e fui escorregando até o chão. O que eu tinha na cabeça? Ele era casado e eu comprometida.

Já se passava da meia-noite, eu estava quase dormindo no sofá. não tinha aparecido como ele tinha prometido, ele era tão idiota e eu mais ainda por acreditar.
Eu ouvi a porta se abrir e vi aquele homem alto e lindo entrar com os braços pra trás e sorri.
- Idiota – voltei a me virar pra televisão. Notei que ele estava demorando pra voltar e vi que ele tinha ido pra cozinha, dei de ombros e continuei ali.
- Desculpa a demora – ele disse, sentando ao meu lado.
- Tudo bem. – Sorri de leve. – Fiquei pensando o dia todo se você vinha mesmo.
- É bom saber que você pensa em mim. – Ele disse, rindo.
- Não sei por que eu ainda falo – rio de leve.
- É que, né? Achei que você nem pensasse mais em mim – ele disse, um pouco envergonhado.
- Quanto drama, meu Deus... E até parece, você convencido do jeito que é, duvido muito.
- Na verdade, sim.
- Por que pensou isso?
- Não sei.
- Enfim – olhei pro relógio na televisão e notei que era dia dos namorados, olhei pra ele e sorri. – Feliz dia dos namorados, . – Ele levantou, foi até a cozinha, e trouxe com ele umas rosas e um balão de coração junto com um desenho, eu fiquei deslumbrada, aquilo era lindo.
- Feliz dia dos namorados, .
- Own, , isso é lindo. – Eu disse, sem conseguir tirar os olhos dele. Peguei as rosas e coloquei num vaso, prendi o balão em algum lugar para poder olhar o desenho. Era um desenho infantil, mas estava lindo, era um casal, bem parecido com a gente. O menino segurava um balão de coração e um buquê de rosas, e estava escrito feliz dia dos namorados. Eu, com certeza, guardaria aquilo pra sempre. – Está lindo, eu amei e você desenha bem, menos os olhos – eu ri de leve.
- Ei, shiu aí. – ele disse, rindo e eu corri pra abraçar ele.
- Não me manda calar a boca. – ele sorriu e me abraçou e volta.
- Eu mando sim, eu que mando nesse corpo. – Ele disse, convencido e eu ri.
- Manda, é?
- Mando sim – ele disse, piscando pra mim e eu ri de leve.
- Tá se achando demais, amor.
- Não me acho, eu sou.
- É meu, isso sim – eu disse, olhando pra ele e ele começou a rir.
- Sou é?
- Sim e não ria.
- Se eu sou seu, me prove – ele disse, ficando sério e olhando nos meus olhos.
- Como? – Eu disse, um pouco assustada com a seriedade que a conversa tomou.
- Prove que sou seu, que pensa em mim ainda e que me ama.
- Como você quer que eu prove isso? – Eu perguntei, engolindo seco.
- Ficando comigo.
- ... – Eu disse devagar, com medo do que eu podia falar.
- Tá, esquece, não diz nada, ignora. – Ele disse meio grosso e fechou a cara.
- Desculpa?
- Uhum. – Ele disse, ainda meio puto.
- Não fica mal comigo, por favor – eu disse, implorando.
- Tá bom, , olha, eu preciso ir, só passei pra dar um oi. – Eu concordei com a cabeça. O vi sair pela porta e fechá-la. Eu fechei meus olhos e deixei uma lágrima cair. Eu era idiota, mas eu não sabia o que fazer e nesse momento o Josh veio na minha cabeça, eu precisava esquecer ... O que foi isso que acabou de acontecer? Eu tinha namorado, um namorado o qual eu ia sair amanhã cedo, um namorado que iria passar o dia dos namorados comigo. Idiota!

Capítulo 3

Fazia seis dias desde o dia dos namorados, eu tinha saído com o Josh e ele tinha sido um amor, o que fodeu mais ainda com minha cabeça. Eu não sabia o que fazer, eu estava totalmente perdida nos meus pensamentos, que caralho. entrou na minha casa com uma cara de atordoado e eu nem me dei o trabalho de levantar do sofá, eu estava cansada de ser idiota, e queria tomar uma decisão, mas não conseguia. E preciso lembrar de começar a trancar a porta.
- Preciso de um favor seu – Ele disse, parando na frente da televisão e eu revirei os olhos.
- Diga.
- Você sabe da ? – Sério mesmo que ele veio me perguntar da mulherzinha dele?
- Não, quer dizer, ela me ligou hoje cedo e me fez essa pergunta, se eu sabia de você porque você andava viajando muito, mas não lembro de você viajar.
- Ah – ele sentou na poltrona do sofá e se acalmou. – Então, eu vou terminar com ela.
- O QUÊ? – eu disse, me levantando e olhando pra ele. Agora quem se desesperou fui eu, ele não podia fazer isso, porque se ele fizesse isso ia ser muito mais difícil de conseguir largar dele. – Por quê?
- Não comenta com ninguém ainda. Ah, cara, eu não sou uma boa pessoa. Eu enchi a cabeça da menina de chifres e já que é pra eu ser pau no cu, eu vou ser solteiro, assim não machuco ninguém – Ele tinha razão e eu tinha que pensar assim, mas por que não conseguia?
- , não é assim também.
- Ah, não? – ele soltou uma risada irônica.
- Você deveria se dar uma chance de prestar.
- Eu já tentei e não rolou – ele riu ironicamente de novo, como eu odiava isso.
- Ok, a gente se deu uns pegas por ai, não me sinto muito orgulhosa de trair Josh também – eu ia continuar, mas ele me interrompeu.
- E sempre vai se dar se eu não cuidar disso.
- CALA BOCA E DEIXA EU CONTINUAR – ele riu e eu ri, ok, eu tinha perdido o controle.
- Ok.
- É, tá bom, não vou ficar mentindo, mas é que é foda, não é que eu não presto.
- Eu não disse que você não prestava.
- Ok, eu não presto, mas eu melhorei muito com Josh...
- Eu disse que eu era um pau no cu, e eu sou mesmo.
- Eu não tô dizendo isso, eu tô dizendo é que eu acho que eu não presto, mas é que é você. – Ele me olhou um pouco sem entender – Ah, deixa, melhor eu calar a boca, tô falando bosta. – Nós dois concordamos e rimos de leve.
- Então, deixa eu continuar. – Ele disse e eu olhei pra ele. – Eu tive uma ideia genial, eu vou ficar solteiro e ai eu posso ser seu amante. Que tal? – ele disse rindo e eu ri de leve, e bati no braço dele, ele era um idiota.
- Cala boca, , obrigada. – ele riu mais um pouco. – Enfim, sabia que esses dias eu te difamei pra sua mulher?
- Ah é? O que você disse pra ela?
- Que eu brigava muito com você, porque nós éramos dois insuportáveis e orgulhosos, mas que você era muito chato e estressado. – De fato eu tinha falado isso, e até hoje não sei por que raios eu tinha falado isso. – E ela disse que era normal porque nós éramos melhores amigos, mas nós não somos melhores amigos e eu disse isso a ela.
- Como não? – ele me olhou assustado.
- Ué, eu achei que não fôssemos, sabe, na maioria do tempo, quando não estamos nos pegando, estamos brigando... não sei.
- Mas, , isso é a nossa marca registrada!
- Eu sei, mas achei que não fôssemos melhores amigos...
- Eu te conheço desde o início. Isso conta? Quer dizer, quanto tempo estamos juntos? Você deveria comemorar datas comigo, isso sim. – Ele disse me olhando.
- Que data? – eu disse rindo. – Eu não lembro o dia que eu te conheci e não venha me falar que você lembra, porque é mentira.
- Mas deveria – ele disse, dando ênfase na última palavra.
- Por que eu? Você se lembra quando nós nos conhecemos?
- 27 de maio, no casamento do .... Não, esse dia foi o dia em que eu te pedi em casamento.
- Viu só, você não se lembra.
- Vou lembrar.
- Vai nada, faz muito tempo.
- Lembro que o me chamou dizendo que tinha uma amiga pra me apresentar e que seria legal, isso foi em final de março.
- Você sabe que eles armaram isso não é? me conhecia há pouco tempo, e disse para ele dos nosso pegas. – Ok, eu tinha esquecido que eu tinha pego outro gay, eu era realmente uma puta. - Aí ele ficou com ciúmes e ele tinha ciúmes de você com também, então eles nos empurraram um pro outro pra gente não encher mais eles. me contou esses dias, uns idiotas eu diria.
- Jura? Estou em choque, filhos da puta.
- Eu queria socar o , não que seja ruim eu ter te conhecido, mas né?
- Não reclamo de ter te conhecido, no way – eu sorri, ele era tão lindo.
- Acho bom, se não você ia apanhar – eu disse.
- Shiu aí – ele disse, se levantando e andando pela minha casa.
- Ei, não me mande calar a boca, agora eu vou ficar falando e falando até você se cansar de mim, porque eu sou assim, falo e falo.
- Garota, cala a boca – ele se virou meio bravo pra mim e eu tive medo.
- Que grosso. – Me fingi de ofendida, ok, eu não me fingi, eu estava mesmo. Ele me puxou com força pela cintura, grudando nossos corpos, me fazendo soltar um gemido e logo depois ele soltou uma risada baixa e sussurrou perto da minha boca.
- Vai continuar falando que nem uma maritaca?
- Vou... e você, vai fazer o quê?
- Vou ter que ser agressivo – ele deu um selinho do lado da minha boca e continuou sussurrando. – Escutei uma música esses dias e lembrei de ti.
- Que música? – eu continuei sussurrando que nem ele e passei meus braços em volta do pescoço dele.
- Uma da Adele – ele disse mordendo o lábio e eu ri de leve, parecia que Adele estava sempre em nossas vidas.
- Qual música? – Eu disse com curiosidade.
- Don’t You Remember – ele disse, passando o nariz dele em minha bochecha e me fazendo arrepiar.
- Eu sei qual é. Por que lembrou de mim?
- Acho que a letra. – Nesse momento eu comecei a me lembrar da letra da musica. “But don't you remember? Don't you remember? The reason you loved me before, baby, please remember me once more” (Mas você não se lembra? Você não se lembra? A razão pela qual me amou antes, baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez.)
- Se quer saber... Eu me lembro o tempo todo.
- Eu também – ele disse me olhando.
- Sei que você não acredita muito, e não te culpo, mas eu te amo, sei também que eu deveria te provar isso, mas vai por mim, é tudo muito confuso.
- Eu sei, eu acho.
- Sabe que eu te amo, não é?
- Eu também te amo – ele disse com um olhar um pouco triste e eu estava partida por dentro.
- Eu já sabia, mas gosto de ouvir. – Dei um sorriso de leve.
- Eu te amo muito. – O vi ajoelhar, pegar minha mão e dar um beijo de leve nela. - Sempre vou te amar, tu és a mulher da minha vida, não importa se esteja casada e cheia de filhos de um cara que não seja eu... Sempre vou te amar. – Eu fiquei olhando ele surpresa, ele era super fofo, puxei ele pela mão de leve.
- Você poderia ter dito isso sem se ajoelhar – eu disse, rindo de leve. – Eu também te amo e vou te amar pra sempre.
- Porra, eu estava querendo ser romântico, caralho – ele disse rindo e eu ri.
- Mas você precisava se ajoelhar? Eu nunca entendi por que isso.
- Porque é um ato romântico.
- O que tem de romântico nisso? Só o que você falou já bastou. Você sabe ser romântico do jeito que eu gosto, sem ter que se ajoelhar. – Ele soltou uma gargalhada gostosa.
- Sei é? – ele se aproximou de mim e prensou meu corpo contra a parede. – Como?
- Desse seu jeito aí, eu adoro ele. – Eu disse, rindo de leve e mexendo no cabelo dele. Ele riu baixo e passou a boca pela minha orelha, me fazendo arrepiar.
- Adora é? – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha de leve e sussurrou. – Adoro esse teu cheiro. – Eu sorri de leve.
- Eu adoro muitas coisas em você.
- Também gosto de muitas coisas em ti – ele continuou sussurrando, mordiscando minha orelha e fazendo eu me arrepiar, eu cheguei com a boca perto da orelha dele e comecei a sussurrar também.
- Tipo o quê?
- Tipo o teu sorriso quando eu falo algo que te deixa sem graça – ele continuou sussurrando e eu comecei a passar meus lábios no pescoço dele.
- Eu detesto quando você me deixa sem graça.
- Eu adoro – ele disse, me dando um selinho demorado.
- Porque você é um bobo, isso sim – eu dei um riso de leve.
- Não sou não.
- É sim, mas adivinha? Eu adoro esse bobo.
- Adora mesmo é?
- Sim, seria incapaz de viver sem ele.
- Não viva ué – ele disse, saindo do meu abraço e sentando no sofá, eu sentei ao lado dele.
- Fica difícil quando ele resolve sumir e não dar notícias, nem falar onde está ou o que está acontecendo.
- Eu não sumi.
- Agora né, ? Você adorava me deixar aqui, sem saber de você e sumir por dias.
- Mas eu estou aqui te amando e você sabe cada passo que eu dou, isso que conta.
- Eu não sei cada passo que você dá, mas conta muito que você está me amando.
- Sabe sim, tô sempre aqui ou trabalhando, ou em casa.
- Mas às vezes você some por dias, e eu não sei de você. E se você resolve sumir pra sempre e fugir e desistir de tudo?
- Eu nunca faria isso sem te avisar.
- Mas eu tenho medo, sempre que você vai embora, eu tenho aquela sensação de “será que eu vou ver ele amanhã?” – eu disse olhando pra ele, que retribuiu o olhar.
- Eu sempre vou estar. – eu sorri de leve e mordi meu lábio, eu o vi deitar no sofá e me puxar para deitar ao lado dele. Nós nos arrumamos de conchinha no sofá e ficamos em silêncio por um tempo. – , eu fiquei sem graça com o passar do tempo?
- Por que tá perguntando isso?
- Nada, eu só estava aqui pensando isso, se eu ainda sou o mesmo.
- Hum, eu acho que sim – eu o ouvi resmungar algo e o silêncio voltou a habitar entre nós por um tempo. – ?
- Oi?
- Isso que a gente tem, nunca vai acabar né?
- Sinceramente? Acredito que não... Nunca, em nenhum momento, isso vai acabar, a gente já tentou tanto matar isso, e não deu certo.
- Mesmo que um dia você se apaixone, sei lá, você ainda vai gostar nem que seja um pouquinho de mim, né?
- Eu não posso me apaixonar por alguém, porque eu já sou apaixonado por ti.
- Nem pela Anny? – Anny era uma namorada antiga dele que estava de volta à cidade. Eles estavam saindo juntos toda hora, trocando mensagem e eu estava morta de ciúmes, me sentindo trocada.
- A Anny? – ele riu. – Que bobagem é essa, ?
- Eu fiz uma pergunta, , que mania de não me responder.
- Não, , nada substitui você.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ok, se você diz.
- Você não está com ciúmes da Anny, né?
- Ciúmes? Não, era só curiosidade. – Eu e meu orgulho. – Ciúmes, ? Me poupe, né?
- Tá, aham, sei – ele disse, quase rindo.
- Lógico que não é ciúmes. Por que eu teria ciúmes? Me poupe.
- Ok, , eu acredito. – O silêncio voltou a habitar e, depois de alguns minutos, ele sussurrou na minha orelha. – Boa noite.

Capítulo 4

Eram umas 17hrs quando eu estava andando de boa em casa, sem nada para fazer, tinha chegado da locadora um pouco mais cedo hoje. A campainha tocou. Eu abri a porta e era com seu sorriso sensual.
- Oie. – Eu disse sorridente, deixando ele entrar.
- Hey, tudo bem?
- Aham, eu estava lá no meu quarto, vem, vamos subir. – Disse, puxando ele pra cima e ele saiu rindo atrás de mim. Eu comecei a arrumar tudo que estava jogado no meu quarto e ele parou na frente do meu mural e ficou olhando uma foto que tinha nossa lá. Nela tinha um papelzinho grudado escrito: “Sei que às vezes não parece, mas eu até gosto de você”, ele riu de leve e pegou uma folha, uma caneta e começou a escrever algo. Eu dei de ombros e o deixei lá, e continuei arrumando meu quarto. Depois de um tempo, ele estava colocando o papelzinho perto da nossa foto e eu parei para ler.
“Ei, gata... Eu não sei se já te disse alguma vez o quão especial você é pra mim, na minha vida? Bem, você é preciosa e é por isso que eu sou ciumento. Porque foda-se o mundo, você é minha! Você foi minha melhor namorada, apesar de nós nunca termos a chance de ser namorados de verdade, e você é a minha melhor amiga... Aquela que a gente ama e até casaria se pudesse, mas que ao mesmo tempo é uma peste, uma pentelha que não te deixa em paz e isso é tudo que se quer. E é tudo que eu quero e preciso. Não me deixa em paz, nunca. Eu te amo, minha gata”
Eu sorri sozinha, eu amava ele, amava quando ele me chamava de gata. Sabe, eu tinha um namorado que talvez visse isso e não ia gostar nada, mas ele era tão desligadinho que eu resolvi deixar lá mesmo assim. Me virei para e ele estava lá sorrindo.
Eu fui correndo abraçar ele forte pela cintura.
- Você é extremamente lindo.
- Você merece esse corpinho todo aqui – ele disse rindo e beijando minha testa, me fazendo rir.
- Mereço é? Mas eu não sou uma boa menina. – ele me apertou um pouco mais.
- Não mesmo, você é uma bad girl, bad girl. – eu ri e levei as minhas mãos até a cintura dele, apertei ela de leve.
- Essa é a parte que você fala que eu sou uma boa menina, . – ele soltou uma gargalhada e eu fiquei encantada, ele mordeu a ponta do meu nariz em seguida.
- Ok, senhorita ótima menina. – eu ri do comentário dele, mas eu ainda estava encantada pela risada dele.
- Eu adoro sua risada, já disse isso? – Ele sorriu.
- É, algumas vezes, mas agora vamos ter uma conversa séria. – Ele me pegou no colo e eu passei minhas pernas em volta da cintura dele. Ele começou a descer comigo até a sala.
- Conversa séria? E eu não posso ir andando?
- Não, não pode – ele me colocou sentada no sofá. – Fica quietinha aí que eu esqueci um negócio lá em cima. – Ele disse subindo e eu obedeci, mas que raios ele queria? Ele voltou com um cobertor, dois travesseiros, deitou ao meu lado e ficou abraçado comigo.
- Tudo isso pra conversar?
- Não tinha conversa nenhuma, eu só queria te trazer para o sofá – eu soltei uma gargalhada, só ele mesmo.
- Sério, ? Era só falar que queria ficar no sofá comigo... – comecei a mexer no cabelo dele.
- Porra, como você é chata... Eu quis te trazer no colo e dai? – ele subiu com o corpo em cima do meu. – Mas tu gostas de uma complicação hein, guria? – Eu sorri de leve e passei meu nariz no dele.
- Por isso eu gosto de você.
- Tá me chamando de complicado? A complicada aqui é você – ele disse, me dando um selinho devagar.
- Nós dois somos complicados, aceite isso – eu disse, mordendo o lábio dele devagar e ele soltou uma risada abafada.
- Eu aceito e confesso que adoro uma complicação gostosa assim. – Eu sorri e me virei, ficando em cima dele.
- Você é muito gordo, melhor eu ficar por cima. – eu o ouvi rindo.
- Ah, claro, porque você é uma supermodelo. – eu ri.
- Não, supermodelos são magrelas e feias, mas eu sou gostosa e você não pode negar isso. – Ele sorriu. - Sim, você é bem gostosa – ele deu uma tapa na minha bunda e eu ri.
- Ei, minha bunda – comecei a dar mordidinha no pescoço dele e inalar o cheiro dele, mas o celular dele começou a tocar e nós dois bufamos. Ele atendeu e eu nem prestei atenção na conversa. – , eu preciso ir, depois eu volto – ele me deu um selinho rápido e me deixou lá sozinha.

Já se fazia algumas horas que tinha ido e não tinha voltado, sabe se lá Deus onde ele tinha ido. E a porta se abriu, era ele sorridente.
- Hey – ele disse, sentando no sofá.
- Demorou né?
- Sim, foi mal.
- Tudo bem, hein, tô com dor nas costas.
- Postura, saudades.
- É, né, eu fiquei nesse sofá. Faz massagem em mim?
- Ah, , really?
- Sou louca por pessoas que fazem massagem em mim, quero alguém que faça massagem todo dia em mim.
- Ainda bem que não moro tão perto assim.
- Afs, como você me renega, vou procurar alguém que queira morar comigo. – Queria deixar ele com ciúmes, mas não funcionou. - Tenta a sorte. – Ele estava estranho.
- Não vai ser difícil. Se eu quiser, tem uns quatro querendo morar comigo.
- Ué, abre uma pensão então – ele deu aquela risada irônica e eu queria saber por que ele voltou estranho.
- , o que foi? Você saiu e estávamos bem, todos fofinhos e você do nada ficou assim.
- Tô assim como? Só porque eu não quero morar com você, você fica toda mordida aí.
- Óbvio que eu não estou, não estou falando disso. Eu conheço você, , afinal, como você mesmo disse, é bastante tempo, tanto tempo que eu deveria comemorar datas com você – disse, me irritando um pouco.
- Gatinha, na boa, amor, não pilha. Sério, não é nada, se fosse eu falava, mas a gente estava falando de morar juntos e eu fui tirar onda, só.
- Tá, desculpa – eu disse, acabando com minha paranoia. – Tô um pouco atordoada.
- Tô vendo – ele riu de leve.
- Não ri de mim – eu ri de leve. – Eu tô confusa, atordoada e você ainda ri.
- , você nasceu confusa e atordoada – ele começou a rir e eu ri junto. Ainda tinha algo de diferente. Nós ficamos em silêncio e eu notei que ele também estava arrumado, ele não tinha saído daqui de casa assim, ele estava com uma regata que apertava os músculos dele, um cabelo extremamente arrumado com gel, perfumado e ele estava lindo, e meu coração começou a disparar. Que raiva! Tocou uma mensagem no celular dele e eu pude ver que era da Anny, ele sorriu e respondeu.
- , você não deveria sair assim na rua.
- Mas qual o problema? – ele disse rindo.
- O problema é que assim, vai aparecer um monte de gente caindo ao seus pés e querendo te dar – , o que está acontecendo com você? Isso é ciúme? Como você é idiota.
- Ou não né? – chegou outra mensagem da Anny e ele respondeu. – E pelo jeito você não quer que eu coma né? – eu estava me irritando, com tudo. O que a idiota da Anny queria com o agora? - Não – porra, o que você estava fazendo? – Quer dizer, eu não tenho que querer nada né? Mas você não pode ficar saindo assim. – Outra mensagem da Anny e outro sorrisinho idiota, ele me olhou e cruzou os braços.
- Assim como, loira? – Eu comecei a olhar pra ele, da cabeça aos pés, e passei minhas mãos nervosamente pelo cabelo, eu estava irritada e eu ia mandar ele a merda em breve.
- Assim, , desse jeito. – ele riu e me olhou confuso, e ouvi o celular dele apitar de novo.
- Que jeito, gata? Não tô entendendo nada. – eu balancei a cabeça negativamente, foda-se.
- Esquece.
- Não, agora diz – ele pegou na minha mão e eu ouvi o celular dele tocar de novo, e eu puxei minha mão da dele.
- Esquece, não é nada.
- Que, ? – Ele ficou me encarando confuso, mas eu estava com uma puta raiva e queria que ele explodisse.
- Nada, eu já disse que é bobagem minha. – Eu o vi cruzando os braços e fechando a cara. Ótimo, ele ainda acha que podia ficar bravo comigo.
- Ok, , se você diz.
- Ah, pronto, o que eu fiz agora? Eu falei pra você esquecer, que é bobagem e você fica puto, ótimo.
- Não estou puto – ele estava me fuzilando com o olhar. – Tô só olhando.
- Por quê? O que eu fiz?
- Tô tentando decifrar o que tem por trás dessa repulsa.
- Decifrar o quê? Não tem nada pra decifrar, eu só não disse algo que era extremamente desnecessário.
- Ok, se você diz, eu vou acreditar. – o silêncio habitou na sala e o celular dele apitou algumas vezes, e isso estava irritando mais ainda. Que caralho. – Nossa, minha perna tá formigando.
- Por quê?
- Acho que tô há muito tempo com ela na mesma posição – eu o vi mexer a perna devagar. Era um frescurento mesmo.
- Ah, normal, ela adormece mesmo ué.
- É, só que dói pra porra.
- Ah, para, , é só mexer a perna. – De fato, ele era a frescura em pessoa.
- Nossa, o que foi? As formigas acabaram com o teu açúcar? Que azedume repentino é esse? – Eu queria dizer que ele era um imbecil, que ia embora, depois voltava estranho, mas ele estava bem arrumado e bonito, e eu tinha certeza de que isso não era pra mim, e agora a idiota da Anny ficava mandando mensagem pra ele.
- É, foi isso, , as formigas acabaram com o meu açúcar todo, elas não deixaram nada.
- Tem certeza? E se eu procurar? – Ele disse, a fim de me provocar, mas eu não estava a fim agora, ele que vá atrás da imbecil da ex dele, ou então ele que volte pra casa e fique com a mulher dele.
- Sim, eu tenho certeza, acabou tudo, se você procurar vai perder seu tempo. – Ok, eu sei ser bem chata quando quero.
- Nossa – ele ergueu as mãos pra cima. – Ok, desculpa ai.
- Tá tudo bem, . – disse muito puta.
- Tá tudo bem mesmo? Parece que vai me morder, e no mal sentido. – Ele disse me olhando, não queria falar por que estava puta, não queria, o celular dele apitou.
- Eu tô ótima e você? E relaxa, não vou te morder.
- Você tá toda fria. – Ele fez uma carinha triste, mas eu não ia me render, eu estava puta.
- Eu sou fria, . – soltei um riso irônico.
- Não era até pouco tempo atrás.
- Sempre fui e você sempre soube disso.
- Acho que você precisa dormir...
- Dormir? Eu não estou com sono.
- Tpm?
- Não também, garanto. Não é nada, por que cismou com alguma coisa?
- Porque você tá bem diferente. – Certo, agora eu podia socar ele, né?
- Diferente como? – eu iria até o fim.
- Bem agressiva.
- Agressiva? Não fiz nada, não te xinguei, não te mandei tomar no cu, não te bati.
- Ainda né? – ele riu e, sim, ele estava certo, mas ele não podia saber que eu estava com ciúmes porque ele era um filho da puta. – Mas sinto agressão no ar.
- Não tem nada.
- Ok – o celular dele apitou de novo e ele respondeu, eu liguei a televisão e fiquei assistindo. Ele ficou ao meu lado e eu queria que ele explodisse. Meu celular tocou e eu coloquei a televisão no mute. Era John, eu atendi.
- Hey, John.
- Hey, pequena, esqueceu de mim foi?
- Não, claro que não.
- Parece que sim, não vai mais me ver, só o Josh que vai ai.
- Ah, meu Deus, me ama demais.
- Amo mesmo
- Eu sei que me ama, mas olha, juro que amanhã vou ai.
- Ok, eu tô esperando, hein? Tô com saudades.
- Eu também, até amanhã. Beijos. – Eu desliguei o telefone sorrindo, John era um fofo, e eu o adorava.
- Quem era? Que já vai perder a vida – olhou para mim puto.
- Perder a vida? Não, eu gosto do John vivo. – Ele olhou mais puto ainda, eu não acredito nisso, ele é um idiota.
- Esse cara tá brincando com a morte, né? – Ele disse puto.
- Posso saber por quê? – Olhei indignada, ele não estava fazendo isso.
- Ele te liga essa hora para falar que estava com saudades e dizer que te ama... Ele ta mexendo com o que é meu.
- Seu, ? Eu não sou propriedade de ninguém e ele tá só mexendo comigo. – Ok, ele provocou, ele podia ficar de mimi com quem quisesse e eu não podia nem ter amigos.
- Você é minha, fica na sua... – ele disse muito puto e eu soltei uma risada. – E, exatamente, ele está mexendo com você, cara palhaço.
- , eu não vou continuar isso pra gente não discutir, mas eu não sou sua e não fale assim dele, você nem o conhece. – Era um idiota, como eu gostava dele? Imbecil.
- Ah, ótimo.
- Ótimo mesmo, fique bravo comigo sem motivos.
- É – ele disse puto e fechou a cara, como ele era idiota.
- , eu tive ataque de ciúmes com você e a Anny trocando mensagenzinhas de amor? Eu falei que você era meu e chamei a Anny de palhaça? Não, então não me venha com ciúmes sem motivo. – Eu podia ter feito tudo isso na minha cabeça, mas não demonstrei e não ia aguentar o ciúme idiota dele.
- Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
- Ah, não? Por que não? – Ele ia me irritar.
- Porque, porque eu conheço a Anny faz tempo e porque é diferente, não é como esses franguinhos doidos pra te comer e depois te chamar de fácil. – Ok, ele passou dos limites, ninguém falava assim do John.
- Você não sabe o que tá falando, você nem conhece o John e tá falando merda.
- Aham, claro, só se ele for viado, e olhe lá né?
- Ah, , me poupe, agora eu só posso ter amigos viados porque VOCÊ tem ciúmes? Ah, claro, vá realmente cuidar de alguém que seja propriedade sua, tipo a Anny.
- Você não sabe o que você tá falando, garota.
- Eu não sei? Você tem certeza que eu não sei? Você e Anny estão trocando mensagem há horas, você deve ter ido vê-la, tá todo arrumado e todo mundo sabe que ela é loucamente apaixonada por ti e você parece gostar bastante dela, e ai agora você vem chamar o meu amigo de palhaço? – ele levantou puto.
- ENTÃO SABE O QUE VOCÊ FAZ? – ele abriu a porta da minha casa e saiu gritando. – VAI LÁ COM A PORRA DO SEU AMIGO E ME DEIXA EM PAZ, INFERNO – ele disse, entrando no carro e batendo a porta.
- GRITAR VAI AJUDAR BASTANTE – eu disse, fechando a porta com raiva e escorregando nela. Idiota, idiota, idiota e idiota! Era isso que o era, e eu também, dois idiotas, ciumentos, sem moral nenhuma.

Capítulo 5

Fazia oito dias que eu não via , e eu até estava bem. Quer dizer, eu sei que ele está morrendo de raiva de mim e isso não sai da minha cabeça a semana toda, estava realmente foda, mas eu precisava ficar bem, não é? Por isso era melhor eu pensar que eu estava bem sem ele e que eu ia continuar assim. Cheguei da locadora cansada e logo fui tomar um banho e ligar pro meu namorado pra ver se tirava pessoas indevidas da minha cabeça.
- Amor? – Pude ouvir uma voz calma e me senti uma completa idiota por fazer tudo que eu faço com um homem incrível como Josh.
- Oie, amor, tudo bem? – Perguntei, tentando esquecer o fato de que eu era uma vagabunda.
- Tudo e com você? Como foi o trabalho?
- Estou bem, o trabalho foi meio cansativo, só isso.
- Ah, eu entendo.
- E o seu dia como foi?
- Normal, mas estou com saudades da minha mocinha, precisamos nós ver né, amor? – Ele disse e eu sorri, eu precisava mesmo vê-lo.
- Sim, claro que sim, vamos... – Eu ia dizer mais, mas a campainha começou a tocar. – Amor, minha campainha tá tocando aqui, deve ser o , depois eu te ligo, ok? – Eu dissem já indo em direção à porta.
- Tudo bem, amor, depois a gente se fala e mande um oi pro .
- Ok, mando, amor. Beijos, boa noite e te amo.
- Boa noite, mocinha, te amo – eu o ouvi desligar o telefone e fui logo abrir a porta pro , que menino impaciente; mas me surpreendi ao ver que não era , eu diria que era um menino tão bonito quanto . Sim, .
- Hey, tá com raiva de mim ainda? – Perguntei naturalmente, o deixando entrar e com maior medo dele estar ali para brigar comigo.
- Raiva? Quando eu estava com raiva? – Ok, agora eu podia socar ele, certo?
- Claro que sim, você gritou comigo, explodindo de ciúme idiota. – Eu disse olhando pra ele, pronta pra mais uma discussão.
- Ah, eu havia esquecido, deve ser por isso que eu devo ter vindo aqui só pra te ver – ele disse sorrindo, e eu não queria sorrir.
- Veio aqui só pra me ver? – eu estava me controlando pra não sorrir, na verdade.
- Sim, sabe, existe uma coisa chamada saudades. – Ele disse um pouco envergonhado e eu quis esmagar ele, mas eu não fiz isso.
- Conheço bem ela, sinto toda hora que você resolve sumir... Sabe, passei a semana inteira preocupada se você estava com raiva de mim, porque eu não queria isso.
- Bem, resolve dizer que eu não te odeio?
- Resolve dizer que eu te amo? – Eu vi ele sorrir de leve, e eu continuei um pouco séria. – Eu não sei exatamente porque você teve ciúmes, eu nunca te vi daquele jeito, mas eu sei que você não precisa disso.
- Será que melhora se eu pedir desculpas pela crise?
- Melhora, mas melhora mais se eu ganhar um abraço – eu disse, dando um meio sorriso e o vendo sorrir e abrir os braços e passar eles em volta da minha cintura; passei meus braços automaticamente pelo pescoço dele e sussurrei na orelha dele. – Você é tão bobo.
- E você tão linda – ele disse me apertando de leve. Sorri e mordi o queixo dele.
- Promete que não vai mais ficar uma semana longe de mim?
- Prometo tentar – ele disse mordiscando meu lábio de leve e eu passei meu nariz no dele.
- Já tá bom pra mim.
- Que bom – ele disse sussurrando e logo depois dando um beijo leve nos meus lábios, eu sorri e encostei minha testa na dele.
- Não quero te largar mais, e agora? – eu o notei sorrindo.
- Não largue então. – eu passei meus lábios pelo os dele.
- Acho que vou te obedecer – ele soltou uma risada leve.
- Bem obediente – eu ri de leve também, mas não achei lá muita graça. Eu não sei dizer por que, mas nesse momento eu pensei nele e na Anny ainda juntos.
- ? – ele parou de rir e sorriu.
- Que, amor?
- Você ainda gosta da Anny, não é? – Eu larguei ele do nosso abraço e fiquei séria olhando pra ele, e pude notar ele rindo.
- Quê?
- Não ri, , é sério.
- Tá, eu não vou rir. Olha, eu tive uma história com a Anny e tal, mas, sério, não é um amor arrebatador.
- Não é o que parece... Parece que você foi e ainda é apaixonado por ela, que ela é o amor da sua vida. – Eu estava um pouco triste, mas isso estava me incomodando e eu precisava falar.
- Essas palavras são muito fortes, e não é assim não.
- Eu sei que são fortes, nunca disse o contrário, mas é o que parece.
- Mas eu te garanto que não é, até porque se fosse, tu sabes que eu te diria.
- É, eu sei, eu admiro isso em você, nunca mente pra mim. – Ele podia esconder, ficar na dele, mas ele nunca mentia. Eu acho.
- É, até porque não tem porque eu mentir pra você, que depois do é a pessoa que mais sabe de mim.
- É, eu sei, eu gosto de saber bastante de você. – Eu pude ver ele sorrir e resolvi continuar. – É que, sei lá, se você rir do que eu falar agora, pode se considerar um homem morto – ele me olhou um pouco assustado, mas eu continuei. – Eu fiquei meio que incomodada com a volta da Anny, não me agradou nada ver vocês naquele love, me deu raiva, obviamente não ia falar nada né? Mas, tipo, me incomodou mais do que quando você casou. Não sei explicar e já havia me dito uma vez que se Anny te levasse a sério, eu já era e se você falar que te falei isso pra ele, te mato. – Eu pude ver rir e eu rapidamente bati no braço dele e olhei com uma cara brava. Ele parou e me olhou como se pedisse desculpa.
- Tá, , você sabe, não é segredo... Nunca deu certo com a Anny porque ela é meio puta, não leva a sério, isso é verdade. Mas o que o esquece é que eu era terrivelmente apaixonado pelo Anny antes de te conhecer, você foi a primeira menina que me fez ver o que era amor, você sabe, eu era um puto. – Eu ia interrompê-lo, mas mudei de ideia. – E, bem, você me mudou bastante, principalmente na maneira de eu enxergar a Anny. Eu era amante dela por anos, você que me fez colocar um ponto final naquilo, não aceitar mais aquela situação, me dar valor e me fazer achar que eu era melhor – e nesse momento eu me senti mal, porque eu estava me sentindo a Anny da história, eu estava fazendo ele ser meu amante. – Por isso que eu te amo tanto, por tudo que eu sinto por ti e por tudo que você fez por mim. E, desde que te conheci, eu percebi o que era amar de verdade, que não é ficar preso a alguém, é respeitar as decisões daquela pessoa mesmo que ela não te queira mais e você ainda continua a amando por tudo que ela é e representa e você representa tudo, . Sou feliz quando estamos juntos – eu fiquei olhando pra ele, e eu estava sem resposta, eu estava total em choque, por que ele fazia isso?
- Eu te odeio – eu disse um pouco séria e vi a cara de confuso que ele fez, ele estava perdido. - Eu te odeio porque você faz essas coisas, de falar tudo isso e, porra, eu fico toda assim idiota – ele sorriu de leve.
- Ok, eu vou me calar.
- Também não precisa forçar, mas odeio quando me faz ficar mais apaixonada por você – ele desfez o sorriso e me olhou sério nos olhos.
- Tudo que eu queria era que você fosse completamente apaixonada por mim, só por mim. – E nessa hora eu estremeci, de fato eu era apaixonada por ele, mas eu não podia negar que o que eu sentia por Josh era muito forte.
- , um dia, quem sabe, você vai entender tudo e vai ver que as coisa eram complicadas, e sim, eu sou completamente apaixonada por você – ele me olhou com um olhar triste.
- Mas não só por mim né, gata...
- , eu te amo de um jeito que nunca ninguém vai entender. – O que estava acontecendo comigo? Porque estava falando tudo isso, ele sorriu e pareceu entender, eu achei melhor me sentar no sofá e tentar mudar de assunto; ele pareceu entender isso e sentou ao meu lado e nós começamos a ver TV.
- Você quer comer algo? – Ele perguntou depois de um tempo em silêncio.
- Eu ando tão enjoada esse último mês, , que eu nem penso em comida mais – fiz um careta de nojo e, de fato, eu andava mais enjoada que tudo, tinha até comentado com a , sim, ela me ligou de manhã para conversae e eu disse, e ela disse que eu poderia estar grávida, ela é biruta de tudo. estava me olhando com uma cara estranha, uma cara de assustado.
- Você tá grávida?
- É, tô, , você e a com essa história, vocês usam o quê? Ela disse que tinha certeza que eu estava grávida, queria até me levar para fazer exames, maluca de tudo.
- É que, né... Bom, a gente nunca usa proteção, mas, enfim, esquece isso. – Agora foi minha vez de olhar assustada pra ele.
- Primeiro, eu me cuido bem e segundo, você já pensou se eu tivesse grávida de você, a confusão que isso geraria?
- Não ligo pra confusão. Ligo pra ter um filho com você, isso seria lindo. – Ele era fofo, mas estava maluco.
- Não liga pra confusão? Você sabe, eu seria uma péssima mãe, a com toda a certeza me mataria, as pessoas ficariam surpresas, não ia ter condições de cuidar de um filho, sou toda assim, destrambelhada.
- Mas eu e você juntos saberíamos cuidar do nosso filhote, juntos. Nem me importo de trocar as fraldas e eu sei que, no fundo, seria uma mãe perfeita. – Eu sorri, de fato ele era lindo.
- Você seria um ótimo pai, disso eu não tenho dúvida. Não sei, mas eu enxergo um lado paternal em você. – Eu pude vê-lo sorrir. - E só você sabe que eu seria uma mãe perfeita. Eu nunca pensei em ter filhos, quer dizer, o mais próximo disso foi com o .
- Pois é, escolha de pai errada. – Ele me olhou meio bravo.
- Não fala assim do . E é bom saber que na época você o ameaçou de morte. – Eu disse, lembrando do que o tinha me contado.
- Sim – foi apenas o que ele me disse.
- Por que você o ameaçou? Posso saber?
- Por que não importa – ele disse, ainda um pouco bravo.
- Pra mim importa. Por quê? – Ele me ignorou. – Você é muito cara de pau, primeiro você o ameaça de morte e depois num outro dia, praticamente me joga pra cima dele. – Disse, me referindo ao dia em que ficamos nós três e a .
- Você queria que eu dissesse o que na frente da ? Olha, , conheça a , eu nutro uma paixão louca por ela e ela é a mulher da minha vida e, cuidado, se ela estalar os dedos, eu vou correr pra ela. Lindo, não? – Ele me disse, eu fiquei um pouco assustada.
- Não, provavelmente ela me socaria, me bateria até eu ficar roxa, puxaria meu cabelo e me odiaria como todas as pessoas que são apaixonadas por você. Mas também não precisava falar que eu formávamos um lindo casal e que deveríamos ficar juntos. – Eu disse, olhando pra ele como se fosse óbvio.
- Não sabe o quanto de ironia eu coloquei naquela frase.
- Você não sabe o quanto eu quis te bater naquela hora.
- Devo imaginar.
- Eu queria muito te socar.
- É, mas, enfim – ele disse voltando a olhar pra televisão e eu notei que eu tinha escapado do assunto família, aquilo me incomodava um tanto e agora ele estava fugindo de assunto que incomodava ele, éramos assim, sempre fugindo.
- , me abraça? – eu virei pra ele, depois de um tempo, eu pedi um abraço, ele estava distante.
- Por que você não me abraça? – Eu sorri de leve, cheguei perto dele e o abracei, me ajeitando nos braços dele.
- Porque eu tenho medo de você não querer. – ele me abraçou de volta e me olhou.
- Deixa de bobagem, nunca vou negar nossos abraços. – Ele disse sorrindo e nós ficamos assim, por um tempo, abraçados em silêncio, sem se incomodar com nada a nossa volta, mas eu resolvi falar algo que estava me incomodando... Desde sempre, talvez.
- , por que você é assim? Sabe, não deixa ninguém saber da sua vida, o que acontece, onde você está.
- , é meu jeito e, bem, você não iria entender.
- Você nem tenta me explicar.
- Ok, eu vou tentar – e eu assenti com a cabeça. – Eu já me fodi muito nessa vida, eu já confiei demais nas pessoas, eu já entrei em depressão por ser decepcionado e hoje eu só evito problemas pra mim e para os outros, os outros que estão perto de mim e tiveram que cuidar de mim, tipo a minha mãe e os meus amigos, então eu sou assim. Mas você me conhece e eu não sou diferente quando estou longe de você, e eu às vezes não te dou satisfação não sei por que, mas eu daria, porque eu confio em você, você pode saber de mim, eu sou totalmente eu com você. – Eu sorri lindamente com isso.
- Eu te entendo, eu já me fodi muito também por confiar nas pessoas. – Ele me deu um meio sorrio. – Mas sabe o que eu achei mais estranho? Você não quer problemas, mas o seu maior problema na vida sabe de tudo de você e você confia plenamente. – Eu disse sorrindo de lado.
- Você não é um problema.
- Não? Sou sim, , não precisa mentir – eu ri fraco.
- Você não é um problema. Bem, tecnicamente é, mas é um problema bom, que eu gosto. – Omg, vou esmagar ele.
- Ninguém gosta de problema, , mas eu entendi o que você quis dizer. Mas eu gosto de saber que eu posso saber da sua vida – eu sorri largamente.
- Por que achava que não podia? – ele me olhou com curiosidade.
- Não sei, sempre tive medo de estar perigosamente perto, sabe? Não sei explicar, mas eu sempre soube que você tinha esse seu espaço e tinha medo de invadir ele.
- Quando eu me sentir incomodado, eu vou falar. Você pode saber de tudo.
- Eu sempre tive medo, sabe? De invadir você – ri de leve – e você ficar com medo.
- Porra, eu te conheci ontem? Não, né?
- Ah, porra, mas desde sempre você é assim.
- Você e tem liberdade total da minha vida, ok?
- Não fala assim, eu me sinto importante e fico me achando depois.
- Ah, você sempre se acha – ele disse rindo.
- De fato – eu respondi rindo. – Mas a culpa não é minha se eu sou a melhor pessoa que vocês já conheceram.
- É, você não é a culpada disso – ele disse com um sorriso.
- Não, eu também não sou culpada de ser a garota mais linda que vocês conhecem. – Ele soltou uma gargalhada, o que me fez rir também.
- Não mesmo.
- Você tá concordando com tudo hoje, deixa eu te avisar que eu não tenho dinheiro. – Eu disse rindo mais e o vendo fazer o mesmo.
- Não quero seu dinheiro, quero seu amor, só que não. – Ele disse ainda rindo.
- Não? Eu ia dar meu amor pra você, mas já que você não quer deixar – eu disse, brincando com ele.
- Estava me fazendo de difícil.
- Agora você perdeu meu amor – eu disse, cruzando os braços e me virando de costas pra ele.
- Óh, me atirarei da ponte.
- Não, não se mate – disse, me virando rápido pra ele.
- Me dê um bom motivo. – ele disse sorrindo marotamente. Eu o empurrei de leve sobre o sofá e me deitei em cima dele, e comecei a passar meu lábio em cima do dele e sussurrar.
- Pra que se matar, se você pode ficar aqui comigo?
- Uau – eu o beijei logo em seguida e senti ele corresponder. Eu levei minha mão até a nuca dele e comecei a fazer um carinho ali, e o senti sorrir entre nosso beijo, o beijo estava calmo e gostoso. O senti passar o nariz dele de leve no meu enquanto nos beijávamos, eu fui parando o beijo com leves selinhos.
- Eu te dei um bom motivo – eu disse, ainda acariciando a nuca dele, e o vi abrir um sorriso lindo.
- Um ótimo motivo, eu diria. – e eu sorri feito idiota.
- Eu já disse que você tem o sorriso mais lindo?
- É sempre bom ouvir.
- Vou dizer toda hora então.
- Hum, que ótimo – eu o senti enchendo meu pescoço de beijos e me fazendo ficar toda arrepiada. Levei minha mão até o cabelo dele e comecei a mexer nele.
- Se um dia eu tiver filhos, quero que eles tenham o seu sorriso. – ele levou a boca dele até minha orelha e começou a mordiscar ela.
- Então tenha filhos comigo – ele disse sussurrando e me arrepiando ainda mais.
- Quem sabe um dia... – eu disse sorrindo – se eu resolver ter filhos, com certeza você vai ser pai. – Não que Josh fosse ser um pai ruim, mas nunca tínhamos falado de filhos, não como eu e falávamos. Eu senti ele dar um chupão na minha orelha e eu estava cada vez mais arrepiada.
- Nesse dia eu vou ser a pessoa mais feliz do mundo.
- Não seja exagerado, – eu disse sorrindo.
- Não estou sendo – ele disse sorrindo e continuando com seus ‘carinhos’. Ficamos assim um bom tempo, quietos, abraços, beijando o pescoço um do outro... Estava tão bom, e eu estava quase dormindo. – ?
- Oi?
- Tudo bem se eu for indo? Já é tarde.
- Tá tudo bem, eu tô com sono mesmo. – Eu disse me levantando e arrumando minha roupa.
- Depois a gente se fala, ok? – Eu concordei e fui levando ele até a porta. – Bons sonhos, pequena, te amo – ele disse dando um beijo na minha testa e saindo, e eu fiquei lá parada, sorrindo e vendo ele entrar no carro. Eu era uma completa idiota.

Capítulo 6

Saí da locadora um pouco tarde, fiquei arrumando as prateleiras e acabei perdendo o horário. Olhei para fora e eu queria fazer algo, não queria ficar presa em casa, sozinha e abandonada. Ok, um pouco de drama, mas eu já sabia o que ia fazer, sorri um pouco idiota e comecei a fazer meu caminho. Toquei a campainha algumas vezes e ninguém atendeu, bufei de raiva. Por que ele não estava em casa? Girei a maçaneta e a porta estava aberta, é, ele tinha esse mesmo hábito que eu.
- Hey, alguém em casa? – Perguntei, fechando a porta atrás de mim.
- Ei – eu vi um descendo a escada, ele estava com os cabelos úmidos, uma blusa larga e uma boxer... Ele estava incrivelmente perfeito.
- Gato – eu disse sorrindo e indo na direção dele.
- Fala, gata – ele disse, me dando um beijo e se sentando no sofá.
- Tudo bem, amor? – Perguntei agitada e feliz, não sei por que, mas eu estava mega feliz.
- Tudo – ele disse feliz e eu sorri.
- Que bom – eu disse sorrindo mais e fazendo uma comemoração besta.
- Uhul – ele disse, fazendo uma comemoração mais agitada que a minha, me fazendo rir.
- Nossa, estamos todos felizes hoje. Qual o motivo da sua felicidade? - Eu disse olhando para ele.
- Tô feliz por te ver assim, animada, parece radiante e me contagia. – Ele disse com um brilho no olhar que me fez sorrir ainda mais.
- É, eu estou, tipo, super animada hoje. Tô com vontade de gritar minha felicidade, pular, rir, dançar – eu disse rindo, eu estava mesmo me sentindo assim.
- Vamos dançar então – ele disse sorrindo.
- Vamos? – Eu olhei um pouco assustada. – Eu nunca dancei com você – eu pude vê-lo ficar de pé na minha frente, estender a mão para mim e se curvar um pouco.
- Me concede essa dança? – ele disse como se fosse o próprio príncipe, eu peguei na mão dele e sorri.
- Mas é claro que sim – ele me puxou do sofá e colou nossos corpos, e começou uma dança lenta, como se ele estivesse escutando alguma música na cabeça dele, eu fui me deixando ser guiada por ele, e as mãos dele na minha cintura faziam eu me sentir completamente protegida. Eu levei minhas mãos que estavam nas costas dele para sua nuca, fazendo um leve carinho, e o vendo sorrir. Ele roçou o nariz dele de leve no meu e cheguei um pouco mais perto, passando meu lábio no dele, eu pude sentir um selinho leve, e naquele momento eu senti que eu e estávamos mudando, não éramos mais só pegação e isso estava me assustando. Continuamos dançando, sem música, aquelas coisas típicas de filme.
- Contei os minutos para te ver – ele disse sussurrando e me fazendo arrepiar.
- Eu queria ter aparecido antes, mas não pude, desculpa – ele soltou uma gargalhada e eu olhei estranha para ele.
- Ei, essa fala é minha – e eu ri junto com ele, de fato eu era a idiota que esperava e ouvia sempre isso dele.
- Olha só, quem diria? esperando por mim, se me dissessem isso algum tempo atrás, eu provavelmente riria da pessoa.
- É, pois é, viu como as coisas mudam? – Ele disse sorrindo e eu fiz meio que um sim com a cabeça, ele parou com a dança e nos puxou até a cozinha. – Tô com fome.
- Mas você é um gordo – eu disse, apertando a barriga dele e ele deu um passo para trás.
- Eu não sou gordo, sai.
- Não? – Levantei a blusa dele e fiquei olhando aquele abdome perfeito, quase babei. – Olha essa sua barriga, uma orca eu diria.
- , se enxerga – ele disse num tom irônico.
- Eu sou uma delícia, – eu disse me gabando e ouvi-o soltar uma risada, e eu ri junto.
- É? Aí você acordou - ele disse rindo mais ainda e abrindo uma porta para pegar algo para comer.
- Eu não estou dizendo a minha opinião, estou dizendo o que eu ouço das pessoas, amor, elas me acham uma delícia. – Eu disse me gabando mais ainda e achando graça na nossa conversa. Era óbvio que era a delícia da história e eu apenas uma menina fofinha.
- É, deve ser por causa da margarina Delícia – ele disse rindo da piada péssima dele e me fez rir também.
- Está me chamando de gordurosa? – Disse, me fingindo de indignada.
- Sim.
- É por isso que você gosta de me comer, né? – eu disse gargalhando e me sentando na pia.
- Exatamente – ele ainda procurava algo para comer nos armários, mas eu achava que ele deveria comer o que estava em cima da pia.
- Você não deveria comer alimentos gordurosos, , faz mal a sua saúde. – Ele se virou para mim sorrindo.
- Faz, né? Acho que vou ter que optar por uma alimentação mais saudável. – A piada idiota dele estava rendendo uma boa conversa.
- Ah, é? Vou ter que procurar uma pessoa menos saudável para alimentar então, alguém que goste de bastante gordura.
- Isso, vai lá pro Josh, assim você entope as veias dele, ele morre e você fica livre pra mim – ele disse me olhando sério e, mesmo nunca desejando o mal de ninguém, eu acho que ele queria mesmo que o Josh morresse e isso me assustou.
- Não, mas aí você vai estar comendo coisas mais saudáveis, ai quando isso acontecer vou ter que procurar outro pra alimentar. – Eu disse sorrindo de lado para ele.
- Não vou ser saudável, eu só tenho duas opções. Ou margarina ou salame. – Ele soltou uma gargalhada e eu abri a boca um pouco assustada, caindo na gargalhada logo em seguida.
- Senhor, por quê? Eu podia ter dormido sem essa – eu pude vê-lo negando com a cabeça. – Mas, enfim, , margarina enjoa. – Eu levei a conversa para um lado talvez um pouco mais sério, porque eu sabia que eu enjoava as pessoas fáceis, principalmente .
- Na verdade, não enjoa, não – ele disse vindo até mim e me abraçando pela cintura. – Sabe, na verdade, eu tenho que confessar. Sou viciado em margarina – eu dei um meio sorriso e passei meus braços em volta do pescoço dele.
- Viciado em margarina?
- Sim – ele disse com os olhos vidrados em mim.
- Então come ela todo dia ué – eu disse como se fosse óbvio.
- Uh, pode? – ele disse com uma cara de galanteador e meu sorriso se abriu.
- Se você acha que te faz bem, quem tem que decidir isso é você.
- Faz bem sim, porque ela é uma margarina light.
- Light? – disse dando uma risada leve. – Achei que fosse a mais gordurosa.
- Não, eu digo isso só para brincar.
- Brincar? Sua mãe nunca ensinou que não devemos brincar com os alimentos – bom, agora era eu que estava fazendo uma piada péssima.
- Ensinou né? Mas é bom – ele disse passando o nariz no meu pescoço.
- Pensando bem, eu gosto de te alimentar também – eu disse sorrindo e o vi sorrir.
- Me senti um bebê agora.
- Você é meu bebê.
- Own – ele disse me olhando fofamente.
- Chega mais pertinho aqui chega – eu disse chegando com meu rosto perto do dele, até grudarmos nossas testas e narizes.
- Oi – ele disse me olhando no olho, eu dei um selinho leve nele e retribui o “oi” baixinho. – Linda.
- Sabia que você é gato demais? – eu disse sorrindo e ele sorriu mais ainda.
- É o que todos dizem – ele disse se gabando e soltando uma risada, eu me soltei dele e bati de leve no seu braço.
- ! Você estragou com o meu momento romântico. – eu disse me fingindo de brava e ele riu mais ainda.
- E desde quando temos momentos românticos? Somos assim, lembra? – Ele disse e de fato eu me lembrei, nós, na verdade, éramos piores que “assim”, nessa hora éramos para estar nos agarrando no chão da sala, algo me diz que estávamos mudando, mas eu não estava tão incomodada assim.
- Mas eu estava tentando ser agora, achei que gostasse disso – eu disse olhando para ele, sabia que adorava um romance.
- Eu gosto de romantismo, você sabe, mas você gosta das nossas molecagens, então eu resolvi ser moleque quando você resolve ser romântica e aí, assim, a gente vai bem – ele disse rindo.
- Isso foi romântico, você topa ser moleque só porque eu gosto disso – eu disse sorrindo.
- Eu gosto de te fazer feliz – eu estava derretida, ele e essa mania de ser fofo.
- E eu gosto de você. – Eu disse sorrindo e ele sorriu ainda mais, ficamos um tempo em silêncio até que eu me lembrei do jogo do Chelsea, meu time, mas sabia que torcia para outro time e provavelmente iria torcer contra o Chelsea hoje. – ?
- Hum?
- Podemos ver o jogo? – ele fez que sim com a cabeça e me pegou no colo, me levando até o sofá. Ele ligou a TV e o jogo tinha acabado de começar. – , cadê a ? – Só agora eu me lembrei que tinha uma esposa, que estava grávida, e eu estava a mil amores com ele na casa deles. Como eu sou idiota, como eu esqueci dela?
- Está viajando, ela foi para casa da mãe.
- Quando ela volta?
- Sei lá. – Era incrível como cada dia que passava eu via que não tinha o menor interesse pela mulher, eu dei um meio sorriso e me voltei para televisão. Nós ficamos um bom tempo assistindo o jogo em silêncio, até que o time adversário fez gol e eu me irritei, eu gostava bastante do meu time e me irritava quando ele perdia.
- , vou para minha casa. – Eu disse levantando, eu sabia que estava torcendo contra.
- Não, amor, vem cá – ele disse arrastado e me olhando.
- Fala?
- É por causa do jogo, né? – ele disse se levantando e me abraçando, eu concordei com a cabeça. – Deixa, , o próximo vocês ganham.
- Porra, , a gente precisa ganhar esse campeonato.
- Eu te entendo – ele disse beijando minha testa e passando a mão de leve pelos meus cabelos.
- Me entende? Pode dizer que você está torcendo pro time adversário, . – Eu já disse que ver meu time perder me irritava?
- Olha, eu posso torcer com você se isso te faz feliz – eu fiquei sem reação, era isso mesmo que ele estava falando?
- Você? Torcendo pro Chelsea? – Eu disse um pouco sem acreditar ainda.
- Não, eu torcendo pelo seu time – eu sorrio, porque ele era perfeito! O apertei mais em mim.
- Vai mesmo fazer isso por mim?
- Claro que vou – ele disse sorrindo e beijando minha testa.
- Você não existe, sorte minha te ter na minha vida – eu disse sorrindo mais que tudo e olhando para ele.
- Eu existo e estou aqui, na sua frente – ele disse apertando meu nariz de leve e logo em seguida o Chelsea fez um gol – EEE, DEU CERTO, VIU? – ele disse me abraçando e me tirando alguns centímetros do chão – eu estava muito feliz e comecei a encher ele de selinhos.
- EU TE AMO – eu gritei e ele me olhou feliz, ainda sem me colocar no chão. – Continua assim tá, amor? Tô muito feliz.
- Vou continuar – ele disse me girando de leve. – Uhul, viu só?
- Obrigada, seu lindo.
- Se o Chelsea ganhar, você podia casar comigo né? – ele disse me colocando no chão e me olhando sério.
- Casar, ? – eu disse me soltando dos braços dele. – Me peça uma coisa mais fácil vai, primeiro porque você já é casado, segundo que você está com esse lance da Anny, né? E depois tem todo aquele caos de e casamentos não combinam...
- Tá – ele disse voltando pro sofá e se sentando.
- Desculpa? Eu prometo que um dia a gente vai ser muito feliz, se desse eu casava agora com você. – Eu não acredito que eu tinha falado isso, fui até ele e me sentei ao seu lado.
- Eu espero por esse dia todos os dias.
- Eu espero que você me entenda e entenda que eu te amo.
- , me diz a verdade. O que Josh tem que eu não tenho? Por que ele e não eu? – Eu olhei para o assustada, como o conversa levou aquele rumo? De fato, éramos o casal mais bipolar, aliás, não sei se nós éramos um casal.
- Eu... – eu comecei a falar, mas as palavras me fugiam por que, afinal, eu não largava Josh? – Sinceramente, eu não sei. – Eu fui sincera e ele me olhou com uma cara confusa, pedindo uma explicação. – Olha, , eu sinto algo forte pelo Josh, aconteceu, simplesmente, eu não consigo terminar com ele, ele é tão legal comigo e eu gosto dele, seria idiotice dizer que não gosto dele, seria te enganar... – Ele continuava me olhando com uma cara de dor e isso partia meu coração. – Eu só não sei, não consigo terminar com ele.
- Hum, quem sou eu para me intrometer nisso não é? – Eu ia falar alguma coisa, mas ele não deixou. – , eu tô com sono. – ele disse meio que me expulsando.
- Quando eu digo que te amo, você acredita não é?
- , eu tô realmente com sono.
- Responde, .
- Sinceramente, eu acredito ou acreditava... Não sei mais – ele disse me olhando com um olhar perdido.
- Acreditava?
- , eu preciso de um tempo sozinho, ok? Você pode ir embora e me deixa em paz? – Eu levantei e não falei mais nada, eu não queria ouvir mais nada, porque eu estava errada, eu estava machucando ele e estava machucando a mim, e talvez mais tarde isso fosse machucar Josh.
Eu saí da casa de e logo comecei a chorar, eu era uma estúpida e precisava dar um jeito na minha vida. Eu olhei para rua e notei que já era de madrugada, e sabe se lá Deus que horas eram, a rua estava escura e vazia. Eu fui uma completa idiota quando tomei a decisão de ir a pé até a casa de , mas agora foda-se, eu já estava lá e não ia pegar um táxi... Eu precisava andar. Ok, eu estava com medo, ainda mais quando um carro parou ao meu lado.
- Ei, pequena, o que você tá fazendo sozinha essa hora na rua? – Um rosto lindo e totalmente amigável disse ao abrir a janela e eu suspirei aliviada.
- Não é nada, ...
- Entra no carro – eu não iria discutir com , ele não me deixaria dar mais nenhum passo àquela hora da noite. – Por que tá chorando? – ele disse assim que eu entrei no carro.
- Estava na casa do ...
- Ai, pequena, o que você foi fazer lá?
- Sei lá, nós estávamos tão bem e, de repente, tudo ficou uma bosta. É horrível, ele acha que eu não gosto dele porque não consigo largar o Josh.
- Ei, não fica assim, me conta tudo que aconteceu e vamos para minha casa. – Ele começou a dirigir e eu disse tudo, desde aquele dia em que ele foi lá em casa.

Capítulo 7

Fazia alguns dias desde que eu fui à casa do , eu estava um pouco indecisa sobre a nossa situação. Eu tinha visto Josh esses dias e me fez notar, de novo, que ele era um namorado e tanto. Anny tinha me ligado, sim, ela era minha amiga para foder mais a situação, e me contado tudo que sentia pelo e eu me senti péssima. Anny não sabia de nada que sentia por mim, quer dizer, ela soube que tivemos coisas no passado, mas achou que tinha ficado no passado, e eu não tive coragem de contar a verdade, só para variar um pouco e dei um apoio de amiga para ela. havia me ligado, empolgada com a gravidez, e eu novamente dei um apoio de amiga para ela, mas eu só queria mesmo saber que porra de amiga eu era. Eu pegava o marido de uma enquanto ela estava grávida; eu pegava o menino pelo qual a minha outra amiga era apaixonada; eu saí algumas vezes com o sem o estar junto e acabei separando os dois; eu não falava com há séculos; e, para piorar tudo, John não sabia mais quase nada da minha vida; e, para piorar ainda mais a situação, além de péssima amiga, eu era a pior namorada, porque eu mentia para um menino perfeito que só quer me fazer feliz e para parecia que eu só estava enrolando ele, mas, na verdade, eu só era fraca demais para me decidir. É, , chegamos à conclusão de que você é uma péssima pessoa e não merece esse mundo tão bom, esses amigos e pessoas tão legais que apareceram na sua vida. Eu estava sim fazendo um drama da minha vida, mas eu precisava disso, deitei no sofá de barriga para baixo e estava totalmente derrotada e entediada. Ouvi a porta se abrir e nem me dei o trabalho de levantar, ou era , ou era , Josh e Johnny eram educados demais para sair abrindo minha porta sem tocar a campainha e eles nem deveriam saber que minha porta fica aberta, nunca mais me procurou e com razão, estávamos bem assim e com certeza não viria atrás de mim, e acho que ele fez certíssimo e as outras pessoas, assim como Josh e Johnny, não sabiam que eu deixava a porta de casa aberta.
- Ei – ouvi um som que eu conhecia bem vindo da minha poltrona, ao lado do sofá.
- Fala.
- Pode sentar direito para gente conversar? – ele me disse com calma e eu sentei decentemente no sofá e olhei para ele. E então ele criou uma cara de desespero. – O bebê da é uma menina e vai nascer logo, o que eu faço? – e a minha cara de tédio continuou, eu não queria mais saber daqueles problemas, eu queria sumir e esquecer de tudo, mas eu não podia fazer isso, antes de qualquer coisa era meu amigo.
- Como quer que eu saiba, ? – Eu disse num tom meio arrogante, mas não sabia como tratar desse assunto, se não fosse assim. – Eu acabei me metendo numa confusão onde dar a minha opinião não é algo nada bom.
- Eu ia terminar com ela, lembra? – Eu fiz que sim com a cabeça. – E agora? Eu não sou tão filho da puta a esse ponto.
- Eu achei que você tivesse pensado nisso – ele fez que não com a cabeça e eu continuei. – Na boa, eu não sei explicar, eu até gosto da , eu acho, não sei, mas, sei lá, se for para ficar com ela, faz ela feliz vai. – E subimos um ponto na questão amizade.
- Eu vou tentar, mas ai eu penso em outras coisas. – Ele disse se abrindo comigo e eu sorri, era bom ele saber que podia confiar em mim.
- Que coisas?
- Eu cometi algumas besteiras.
- Tipo... Iludir a Anny? – Eu disse como se fosse óbvio.
- Eu não iludi ninguém! – Ele disse se alterando um pouco. – Eu disse a ela que eu ia terminar com a , como eu pretendia fazer, mas não disse a ela que casaria com ela.
- Ah, , sério? E você esperava que ela ficasse como? – Ele ia falar, mas eu o interrompi. – É óbvio que ela achou que vocês iam ter algo, ela é completamente apaixonada por você.
- Não quero mais saber de paixões – ele disse jogando seu peso sobre a poltrona e eu ia lá abraçá-lo e dizer que ia ficar tudo bem, mas eu não podia fazer isso porque na verdade eu estaria fodendo mais ainda com ele e comigo... Eu tinha que ser forte e dar uma dura nele.
- Não é você quem decide isso, é seu coração, .
- Enfim – ele me cortou e eu o ignorei.
- Mas quer saber mesmo o que eu acho? – eu disse olhando para ele.
- Tenho medo de saber – eu o olhei, confusa.
- Por que tem medo?
- Porque quando você e o tiram para me dar lição é foda.
- Nós só queremos o seu bem e foda-se se você tá com medo, eu vou falar e você vai me ouvir até o final sem abrir a boca.
- Ok – ele deu de ombros.
- Olha, , eu sei que grande parte de você se sentir mal por trair a é minha culpa e eu tenho noção disso, mas eu não falei nada porque não me senti no direito, mas acho que você precisa se decidir de verdade, não que eu seja a pessoa mais decidida e que tá sempre fazendo as coisas certas, não, muito pelo contrário. Mas você não quer acabar como eu, né? A indecisa. – ele continuou me olhando para que eu continuasse. – Eu espero que não, porque não é nada legal. – Ele me lançou um olhar com pena e ia falar algo, mas eu logo retomei o que eu ia falar. – Então, se você não gosta da , abre a real, fala ", desculpa, mas não dá, tente ser feliz com outro, eu posso cuidar do nosso filho, nós podemos ser amigos, mas não dá pra ficarmos juntos”. Eu só acho que um filho não deveria te prender a alguém que você não gosta, mas tenta fazer isso sem machucar ela.
- Não consigo pensar em como ela ficaria se eu dissesse isso. Me machucaria demais ver que magoei ela. Não posso fazer isso, achei que pudesse, mas não, me importo com ela. – Ele disse, me olhando com sinceridade e, pela primeira vez na vida, eu vi que ele gostava dela e eu me senti péssima. É, talvez seja um pouco de egoísmo, digo, muito, querer o amor de só para mim, afinal, eu gostava de outro além dele.
- Pronto, você tomou sua decisão, já é um grande começo. – Eu o vi encostar a cabeça na poltrona e fechar os olhos. – Então, bom, se você não vai deixar ela, vai ter que abrir a real pra Anny e dizer que não vai rolar nada e que você não vai abandonar a porque você gosta dela, porque, se não gostasse, não se importaria nem um pouco. E aí você se dedicará apenas a , como tem que ser, será um pai de família e vai respeitar ela... E eu juro tentar colaborar com isso, nem que tenha que sumir da sua vida – Eu queria chorar, queria chorar mesmo porque eu não queria ter que sumir da vida dele, mas eu precisava me afastar ou pelo menos ser só a , a amiga dele. – , fale algo – eu disse, notando que ele estava um tempo quieto.
- Eu... eu não sei o que falar, acho que você está certa, eu tô indo embora – ele disse, se levantando rápido e indo embora, e então eu desabei no choro.

Capítulo 8

E os dias iam se passando com o tempo e eu estava mesmo me afastando do . Eu tinha visto o Josh e o Johnny bastante, Anny e estavam saindo (sim, não era totalmente gay, ele era um pouco bi, mas o negócio dele era meninos) e ambos tinham me contado e eu estava feliz, era melhor para Anny ficar com alguém bom como o . Eu estava em casa assistindo meu jogo do Chelsea, era a final do campeonato, eu não perderia por nada desse mundo. Estava no meio do jogo e o Chelsea estava ganhando quando o meu celular apitou e eu preguiçosamente peguei ele.
“Eu imagino que você esteja vendo o jogo, só mandei essa mensagem para dizer que estou torcendo com você”
era tão lindo, eu sorri sozinha e resolver responder, é, eu sei que eu deveria me manter longe.
“Own, seu lindo, obrigada, estamos ganhando”
E no final do jogo nós tínhamos ganhado. Fui comer alguma coisa e deitar, tinha que ir trabalhar amanhã.

Eu saí da locadora um pouco mais cedo e resolvi andar pela rua, ficar um tempo pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Eu coloquei meus fones de ouvido e comecei a caminhar tranquilamente até que eu esbarrei em alguém, eu já estava pronta para xingar quando eu vi que era e soltei uma risada assim como ele.
- Ei, você é o menino mais lindo por causa daquela mensagem, achei que você não ia torcer pro meu time. – Eu precisava falar isso.
- Eu disse que ia torcer com você não disse? Eu nunca mudo minha palavra – ele disse, dando um meio sorriso e eu sorri muito. E, sem pensar duas vezes, eu o abracei forte pela cintura e ele ficou sem graça e me soltou, eu logo fiz o mesmo.
- Desculpa, eu fiquei feliz e me empolguei. – Eu lembrei da maldita promessa.
- Tudo bem, felicidade faz a gente extravasar – ele disse dando um sorriso sem graça, eu notei que ele estava tenso e dei um passo para trás, ainda sorrindo fraco.
- Juro, fiquei feliz de você ter lembrado.
- Eu prometi, lembra? – eu fiz que sim com a cabeça. – Enfim, , eu preciso ir andando, tchau – ele disse e acenou para mim e continuou seu caminho, eu fiz o mesmo.
Meus dias andavam assim e cada dia que passava eu tinha certeza que eu e não tínhamos mais nada, e eu estava me sentindo péssima com isso. Quer dizer, quando ele se casou eu achei que tudo fosse acabar e nada mudou, pior, a gente só ficou mais junto e isso fodeu com minha mente, e agora acho que as coisas estão realmente se afastando. Eu ouvi um barulho vindo da maçaneta e lembrei que dessa vez minha porta estava trancada e logo depois eu ouvi a campainha.
- Hey – disse ao assim que ele entrou voando na minha casa e eu fechei a porta.
- , quem é que a Anny tá pegando? – Ele me disse com certa raiva e eu queria quebrar a cara dele, ele não podia estar perguntando isso para mim.
- Depende. – Ele me olhou com mais raiva. – A pessoa vai apanhar? – Eu não iria o deixar arranjar uma briga com .
- Não – ele disse rolando os olhos e eu resolvi falar.
- O .
- O QUÊ? E você deixa uma coisa dessas? – Ele disse se alterando e eu o olhei assustada.
- Ah, , me poupe. Você é casado, vai ter filhos... Por que eles não têm o direito serem felizes? – Alguém tinha que falar isso para ele, a nossa relação já estava fodida mesmo.
- Velho, ele era meu melhor amigo, é como ele pegar você ou então eu pegar o . – Sim, não esquecia o por nada. – Ele deveria ter respeito, coisa que ele nunca tem, eu não saio por ai pegando o ex dele. – Eu não estava acreditando que estava ouvindo tudo aquilo.
- , se toca por favor? Se me paga você fica puto, se o pega a Anny você fica puto, se o pegasse a você ficaria puto. não tem direito de pegar mais ninguém agora – eu disse cuspindo tudo que estava preso.
- Ele pode pegar quem ele quiser, por que justo minha ex? – ele disse num tom de decepção e eu entendia um lado dele, mas eu estava puta.
- Porque ele gosta do sua ex, ah, qual é, , achei que você não fosse mais apaixonado pela Anny, você quem disse.
- Ah, claro que gosta, óbvio que gosta – ele disse com aquele ar irônico que me irritava. – E o ? Já esqueceu ele?
- E você, o que sente pela Anny, afinal? E por mim? E pela ? – explodi, falando tudo o mais rápido que eu podia e ele ficou em silêncio. – Ah claro você não sabe, não é?
- EU SEI O QUE EU SINTO – ele gritou e eu o olhei assustada. – E não tenho que ficar expondo meus sentimentos – eu o vi passar a mão pelo cabelo nervosamente. – Ninguém valoriza mesmo.
- , não querendo ser chata... Mas você fez a Anny de palhaça.
- Eu não fiz ninguém de palhaça, eu não prometi nada.
- , eu não quero discutir com você ok? Eu entendo sua raiva, mas conversa com e tenta não brigar com ele. – Eu disse olhando séria para ele.
- Só não quero saber de nada, eles que sumam – ele disse sentando na poltrona e apoiando a cabeça nas mãos, parecia derrotado e tudo que eu queria era sentir raiva dele, mandar ele para puta que pariu, mandar ele sumir da minha casa porque eu não aguentava mais. Mas eu não conseguia, me partia o coração ver ele assim, eu queria poder ajudar e ver ele sorrir. Nós ficamos um tempo em silêncio.
- – ele resmungou, mas nem se mexeu. – Se quiser conversar, eu tô aqui.
- Não quero nada – ele continuou sem se mexer e eu estava preocupada, ele deveria gostar muito da Anny mesmo e eu me senti um lixo.
- Tem certeza? – Eu o vi levantar rapidamente e ir em direção à porta.
- Tchau, .
- , me ouve – eu disse indo atrás, mas ele bateu a porta na minha cara. Eu estava cansada de tudo aquilo, eu precisava do longe e ao mesmo tempo perto, eu precisava dele só para mim, mas não conseguia ser só dele. Qual era o meu problema?

Capítulo 9

Estava voltando da locadora e estava mais do que cansada, eu não aguentava mais aquela vida. Não, claro que eu não estava falando de trabalhar na locadora e não fazer mais porra nenhuma da vida, essa vida eu aguentava, eu estava cansada de manter dois relacionamentos, de fingir que eu estava bem para e para Josh, eu estava cansada de fingir que eu estava feliz assim, porque, na verdade, eu estava horrível, mas... Se eu largasse , ficaria pior ainda. Meu celular começou a apitar loucamente pedindo para ser lido.
“Hospital, rua 15. Filho do . Bjs
Droga, droga, droga. Me xinguei mentalmente milhões de vezes. Por que caralho o estava me mandando aquela mensagem? Eu queria que aquela criança explodisse, ok, ela não tinha nadar a ver, mas eu sinceramente não queria ver aquela porra de criança. Mas eu tinha que fingir para que eu estava feliz certo? Eu tinha que apoiar , porque antes de qualquer coisa ele era meu amigo, eu tinha que ficar ao lado dele assim como estava fazendo. Que raiva! Limpei algumas lágrimas que saíram sem minha permissão dos meus olhos e dei meia volta, indo em direção ao hospital. Talvez fosse um pouco longe, mas quanto mais tempo demorasse para chegar lá, melhor para mim.
Entrei no hospital e pude notar andando de um lado para o outro, tentando acompanhar seu ritmo com um copo de água do lado e um cara sentado com a cabeça apoiada nas mãos, eu já tinha visto ele em algum lugar... Era um amigo de e acho que posso dizer que era seu melhor amigo, não achei estranho, se querem saber, eu estava lá, nada mais estranho do que isso.
- Hey – eu disse baixinho, chegando perto de e .
- Oi, disse e me olhou de um jeito como se pedisse ajuda e eu simplesmente dei um meio sorriso e passei minhas mãos de leve em seu cabelo. Nós ficamos um tempo nos olhando, eu não sei se entendia que eu não queria estar ali, que eu só estava por causa dele, mas eu esperava que ele estivesse muito mais feliz, era seu filho... Era o sonho dele. Nós pudemos ver um médico vindo em nossa direção e o tal amigo da passou na nossa frente e foi falar com ele, eu vi e fazerem igual e eu só fiquei parada no meu lugarzinho.
- Ela está ótima e a criança também – ele disse sorrindo e eu sorri, por mais que não gostasse da , nem daquela maldita criança, eu não queria que desse algo errado, ou eu me sentiria péssima. e o outro amigo de saíram correndo e me olhou devagar, como se entendesse toda a dor que eu estava passando, aquilo era ridículo. Por que eu estava lá? Era para eu estar tendo um filho de e não ela.
- Está tudo bem? – disse quando chegou perto de mim, me fazendo acordar de todos aqueles pensamentos ridículos, eu apenas concordei com a cabeça e vi ele sorrir de lado e me abraçar.
- Pode ir lá ver se quiser, eu vou embora – eu disse tentando me soltar, mas ele me prendeu mais ainda.
- O seu filho com ele vai ser 10 vezes mais bonito – ele sussurrou na minha orelha. Que ideia absurda.
- , cala boca, não vamos ter filhos.
- Ah, é, claro que não – ele disse num tom irônico e me soltando. – Pode ir se quiser.
- Obrigada – eu disse indo e recebi um beijo na minha testa. Eu precisava descansar urgentemente.

Capítulo 10

Eu estava na minha casa assistindo meu Friends, era sábado e eu estava tranquila em minha casa, era meu único momento de paz. E eu estava realmente curtindo aquilo.
- Alô – atendi meu telefone que já deveria estar tocando há séculos.
- Nossa, , morreu? – Eu pude ouvir a voz do meu melhor amigo e soltei um riso fraco.
- Quem me dera ter morrido.
- Credo, – era de fato o que eu queria, assim, quem sabe, acabasse o famoso drama da minha vida. – Vem para cá hoje, estou te esperando com uma linda surpresa.
- Really? Está passando Friends na TV.
- ANDA LOGO, PORRA! – ele berrou e eu vi que ele realmente fazia questão da minha presença.
- Ok, vou me trocar e vou. Beijos – eu desliguei sem nem deixa-lo falar. Bom, eu sabia que não importava o que o queria, com certeza estaria lá. Ele sempre está. Sorri idiotamente com esse pensamento, porque, de fato, ele sempre estava lá, eu estando triste, eu estando com raiva, eu estando de TPM, eu o odiando, eu estando feliz, eu o amando... Ele sempre estava lá. Me troquei, talvez não tão rápido como gostaria que eu me trocasse, mas eu me troquei. Hoje eu não iria caminhando, não estava tão afim.
- Amor – disse assim que eu entrei em casa, e eu não podia acreditar quem estava ao lado dele. Não, não era . Era , ele estava lá, como nos velhos tempos. Eu estava sem palavras e senti alguém atrás de mim, que deveria estar com a mesma cara que eu. – Gente, olha quem veio nos visitar – disse rindo, enquanto eu olhava para um tão paralisado quanto eu.
- E ai, esquentadinho? – disse num tom de provocação para .
- Sério, , isso só pode ser ideia sua – disse, pegando raiva de mim.
- Minha? Ah, claro, – eu disse com mais raiva ainda.
- Ela nem estava sabendo – disse me defendendo, daquele jeito que ele sempre fazia. A real é que eu sentia saudades dele como meu melhor amigo, eu sorri fraco e vi fechando a porta e todos indo para sala, mesmo parecendo estar ali contra sua vontade.
- Então foi você né, ?
- Ah, sério, , como você é chato – ele disse falando na brincadeira, era o mais fofo.
- Mas parece que você insiste em não me ver. Por quê? Estou com saudades – disse com aquele tom de ironia na voz e até disso eu senti falta, da grosseria dele.
- Olha, eu tenho mais o que fazer – disse, voltando para porta de entrada.
- ... tenta ser legal, pode ser? – Eu sabia o quanto aquilo era importante para o e eu estava gostando de ter todos por perto de novo.
- Quem é a namorada nova da semana? – estava quieto, eu estava tensa porque sabia que podia bater em depois dessa pergunta, afinal, eu era a namoradinha nova da semana... Ou talvez tivesse outra.
- ! Não fala assim dele ok? Tente ser legal também – eu disse, repreendendo , e não era a relação que eu costumava ter com ele.
- Não chamei ele de puto, foi a namorada mesmo – ele respondeu rindo e aquilo sim tinha me atingido prontamente. Os três começaram um bate boca no qual eu não conseguia prestar atenção, porque eu estava muito machucada, porque, de fato... A puta era eu.
- QUIETOS – eu berrei, e eles me ignoraram; continuaram a discussão ridícula deles... Mas tinha os olhos brilhando ao olhar para ... Sabe, ele podia estar com Anny, com , com quem quer que fosse, eu sabia que grande amor da vida dele seria . – Sabe, vocês podiam ao menos esquecer o passado, começar do zero e serem amigos. – Eles continuaram numa discussão e depois ficaram num silêncio.
- Sério, , por que você me odeia tanto? Sempre quis saber. Porque, se foi pelo que eu fiz para o , a para mim significa tanto quanto o para você, e você também errou com ela e eu não te odeio – disse e eu olhei para , que estava tão assustado com aquele assunto quanto que eu. Não ia fazer bem para mim nem para ele se começássemos aquele assunto.
- Gente, pelo amor de Deus, isso é passado, vamos esquecer isso. – disse, me pedindo ajuda com os olhos.
- Isso, gente, pelo amor de Deus.
- Eu não fiz para nem metade do que você fez para o resolveu nos ignorar e continuar aquela merda de assunto.
- Eu fiquei com o um ano sem abandonar ele toda hora, sabe? – jogou na cara de todas as vezes que eu me senti abandonada e ligava para ele chorando. E os dois começaram um assunto super desagradável sobre aquilo, e eu não conseguia mais suportar, eles começaram a falar das coisas do passado... Como se o nosso passado tivesse sido a pior coisa do mundo, quando, na verdade, eu o queria de volta.
- QUIETOS OS DOIS AGORA – eu berrei com toda minha força e senti olhares assustados sobre mim. – Se vocês gostam tanto de mim e do , como dizem, calem a boca, por favor. Muito obrigada. – eu disse, me sentando e apoiando minha cabeça nas minhas mãos.
- Eles te obedecem – disse num tom alegre e eu sorri de leve.
- Tá, , e agora? – soltou depois de um tempo.
- Agora vocês podiam tentar conviver, ok? Eu, sei lá... – Minha vontade era de sair correndo de lá, eu senti sentar ao meu lado e passar a mão no meu cabelo... Eu não deveria estar recebendo carinho e, sim, dando, aquele assunto machucava tanto o , acho que às vezes mais do que eu... Era nosso passado, ele era feliz com e, apesar das minhas ridículas brigas com , eu era feliz com ele e nós quatro éramos imbatíveis.
- Ei, escutem – disse, chamando a atenção de todos. – Não falem nada até eu terminar, por favor.
- Por favor é sempre bom... – ia começar outra discussão e eu olhei brava para ele.
- Prossiga, – eu disse com meio sorriso e pude ver ele respirar fundo.
- Ok – ele disse, respirando outra vez e soltando tudo. – ... na boa, não é ódio... É só muita coisa, sempre ouvindo alguém sofrer por você. – Todos nós sabíamos que ele estava falando de . – Tá, me desculpa por tudo que eu fiz... Eu não sou bom em pedir desculpa, eu não sei mesmo como se faz isso, mas se eu tô fazendo é porque é de verdade. – Eu sabia que era orgulhoso e que deveria estar sendo difícil ele falar isso.
- , ninguém aqui é perfeito, todo mundo já machucou um ao outro... E me desculpem também – disse, olhando para mim e para , nós apenas concordamos.
- Ok, agora é para você tá, ? – disse e concordou.
- Bom, ... Nossa vida mudou e mudou muito. Eu antes culpei o por isso, quis afastar vocês... Quis mesmo ficar com ele porque, sinceramente, sem ofensas, , eu não tinha nada pra fazer. – Esse detalhe tinha rolado na hora que eles estavam discutindo enquanto eu não prestava a mínima atenção - Tu sabes de quem eu gosto de verdade, então eu devia saber que essas minhas atitudes só iam te machucar, mas na época eu não pensava tanto assim nos outros e mais em mim... Tu me ensinou muita coisa e eu hoje odeio te ver mal. Tu és meu melhor amigo e sempre vai ser, e eu sei que serei o seu, mesmo que você tenha dez ’s e quinze ’s na sua vida... eu serei o único. Me perdoa por tudo? – era incrível e eu iria chorar.
- Você é um idiota sabe? Mas um idiota que eu adoro ter por perto – disse sorrindo e ele trocaram um olhar fofo, eu, de fato, tinha os melhores amigos.
- ... – ele disse me olhando e eu não sei por que, mas eu me arrepiei inteira.
- O que foi? – Eu disse olhando para ele.
- Eu sei que você e eu somos uma montanha russa, eu te deixei na mão algumas vezes, brigamos muito por causa do e do , acho que isso foi a pior coisa que fiz, deixar que eles interferissem na gente. – Eu ia interrompê-lo, mas apertou meu braço e eu entendi que era para deixar ele falar até o final. - Aliás, quando fomos "a gente"? Mesmo assim, você precisa saber que você é a garota mais linda e especial que eu já conheci, que mesmo quando estou gritando com você, não é de raiva, é de, sei lá, tentar colocar pra fora... Tudo que eu sinto com alguém que me entende. E eu quero te dizer, , que é verdade, nada tem graça sem você aqui também... Por isso que eu acho que aceito te ver com o idiota do Josh, desde que você esteja bem e por perto... Vou estar bem. Pode parecer ridículo, mas eu te amo... De verdade. Aprendi isso com o tempo. E sei que te magoei então me desculpe você também.
- , você é um fofo. – Eu ouvi dizer, mas eu estava em choque, eu definitivamente não sabia o que falar, vinha um monte de coisa na minha cabeça, mas nada encaixava. Eu não sabia o que eu estava sentindo.
- Agora a morre – eu ouvi dizer e me olhar, mas eu ainda estava sem reação, pensando em algo bom o suficiente para falar.
- Eu não sei se você lembra tudo que eu te disse um pouco antes de você casar... Quer dizer, sei que já te machuquei inúmeras vezes também, é como você já disse uma vez "que você é uma vaca todo mundo já sabe, mas o que você fez agora?" – eu soltei uma risada e vi um sorriso no canto do lábio dele. - Sabe, eu gosto de você e gosto de você por perto, por mais instável que a gente seja, você me passa uma segurança fora do comum, é sério..... É bom ter você por perto, é bom saber que você tá aqui e eu odeio quando você diz tchau, porque eu nunca sei quando você vai voltar e isso dá meio que um desespero, mas então era meio isso que eu tinha pra falar. É óbvio que eu te perdoo se você me perdoar, eu só quero que nós dois sejamos felizes e nós vamos ser... – Eu disse não tão certa assim disso. - Quem sabe do nosso futuro, não é? Te amo. – Eu disse sorrindo e eu vi ele vindo para perto de mim e me abraçando, aquele abraço tão bom.
- Oh, meu Deus, seus lindos! – Eu ouvi falar daquele jeito paternal dele.
- , você é linda – disse ainda perto de mim.
- Eu sei – disse me gabando. – Mas você é incrível, meu super – eu disse sorrindo e ele sorriu mais ainda.
- E você minha maravilha – ele disse daquele jeito que eu morria por dentro.
- Ih, começou vocês dois.
- , se arranje com o que ocupar? Obrigado – disse meio puto e colocou a mão na minha coxa, fazendo leve carinho.
- Adoro sua cordialidade, . – disse, fazendo rir e eu sabia que estaria morrendo por dentro com aquela risada.
- Viu só? Não podemos nem ser fofos mais. – Eu disse me levantando. – Vem, , vamos deixar esses dois ai. – Eu disse puxando a mão de pela escada.
- Vocês vão se pegar agora? – me perguntou quando eu já estava quase lá em cima.
- O que você tem a ver com isso? – Eu disse rindo e entrando no quatro de hóspedes da casa do .
- Por que me trouxe aqui em cima? – me olhou com uma cara... - Nada, eu só queria deixar e sozinhos – soltei uma risada e ele riu comigo... Por um momento eu quis agarrar e fazer sexo com ele, mas eu não fiz isso, eu mudei de assunto e nós dois mantivemos um distância segura a tarde toda, conversando, até eu me cansar e ir para minha casa.

Capítulo 11

Fazia alguns dias que eu não falava com nenhuma daqueles pestes, mas eu não sabia explicar o porquê, eu estava irritada demais aquele dia. Meu celular tocou e era Josh.
- Oi, Josh – eu disse, jogando um pouco de culpa nele, e, na verdade, ele não tinha a menor culpa.
- Oi, amor, tudo bem? – Ele perguntou num tom preocupado.
- Sim, só estou cansada.
- Ah, eu ia ver da gente sair, mas deixa.
- É melhor deixar mesmo.
- Ok, depois a gente conversa, te amo, mocinha.
- Também – disse meio grossa e desliguei, me sentindo um pouco culpada, mas eu estava realmente puta e eu nem ao menos sabia o porquê. Meu celular tocou de novo e eu ia matar o Josh.
- Fala, Josh, que foi? – Eu disse mais do que irritada, buzinando para o carro a minha frente.
- Não é o seu namorado viado, disse e por um momento eu quis rir.
- Desculpa, , eu não olhei o visor. Fala o que você quer – eu disse sendo grossa até com o meu melhor amigo.
- Nossa, nada... Eu só queria pedir sua ajuda.
- O que foi?
- Você lembra daquele amigo da ?
- Que amigo, ? – eu disse buzinando de novo para o carro da frente, que era mais lerdo que a vida.
- Aquele que estava no hospital.
- Sim, o que tem ele?
- O que tem ele? vive na casa dele com a criança, a criança fica mais com ele do que com o próprio sabe? A menina não tem nem afinidade com o pai e esta péssimo com isso... Eu sei, , que você não é a pessoa certa para eu pedir isso, mas, cara, ele pode não gostar da , mas é filha dele entende?
- Tá, , e o que eu faço? – eu disse, esquecendo meu mau humor e me importando com o problema do .
- Vá à casa dele, não está lá.
- Ok – eu disse desligando o telefone e mudando o rumo do meu caminho. Foda-se o meu estresse, eu tinha que ajudar meu . Cheguei à porta dele, depois de longos minutos, graças a bosta do trânsito.
- Hey, – eu disse, me forçando a ficar contente assim que eu o vi na porta.
- Quê? – ele disse mal humorado, me dando passagem.
- Eu vim te fazer uma visita e lembrar que dentro de algumas semanas é meu aniversário.
- Eu sei – eu o vi se sentar no sofá e eu me sentei ao seu lado.
- Uau, você se lembrando do meu aniversário – eu disse, ficando feliz de verdade.
- Ha ha, idiota, eu sempre lembro do teu aniversário – ele disse sem humor e eu estava morrendo, e se estivesse ali eu provavelmente socaria a cara dela.
- , você mal lembra do seu – eu disse rindo.
- Não enche, ok? – ele soltou uma risada sem nada de humor e eu resolvi me calar, olhei para parede onde tinha uma foto de Roxane, uma ex dele.
- Você deveria tirar a foto dela dali sabe? Acho meio ridículo, se eu fosse a sua mulher eu ia ter um ataque de ciúmes. – E eu já estava quase tendo, de todas as namoradas dele, a Roxane era a mais insuportável
- Mas você não é e ela não reclama ok? – ele me disse grosso e aquilo tocou meu coração, que merda. Por que eu estava tão sentimental esses dias?
- Ih, sorry – eu disse me desculpando.
- Você quer que eu tire a foto da Roxane porque não gosta dela.
- Óbvio que não, não tenho nada contra ela, nem a conheço.
- Aham, vai nessa vai.
- , você acredita no que quiser. – eu disse, voltando com a minha irritação.
- Eu acredito no que eu sei, você não suporta ela porque ela era minha namorada.
- Ah, cala boca, , se fosse isso eu ia detestar a sua mulher – eu disse me irritando.
- Eu não sei por que diabos você é legal com ela, na verdade, você odeia minhas namoradas.
- Ah, tá dizendo que eu tenho ciúmes de você? Me poupe – eu tinha, mas ele não precisava saber.
- Você a detesta.
- Ela não gosta de mim.
- Ela não tem nada contra.
- Ela não gosta de mim, porque alguém deveria falar muito bem de mim para ela né? – Disse olhando para , com raiva, porque eu sabia que ele começou a namorar ela quando nós brigamos, então ele devia ter falado um monte de merda.
- Velho, eu te defendia, como você é injusta.
- Me defendia? – Soltei uma risada irônica. – Eu não sou injusta, você tá aqui dizendo como se eu tivesse ciúmes de todas as suas namoradas, sendo que é mentira.
- Por que implica tanto com a Roxane? – ele disse com raiva e eu queria voar no pescoço dele.
- Eu não implico com ela.
- Ah, claro.
- Viu? Por isso que a gente vive brigando, eu estava tentando ser legal e você é incrivelmente insuportável.
- Ah é, porque você é muito legal mesmo.
- Você que tá me acusando de ciúmes – eu resolvi ficar quieta e ele pelo visto resolveu ficar também...
- Me desculpa, eu tô um pouco irritado, sério. Mas já passa – ele disse, me olhando depois de um longo período de silêncio entre nós.
- Tudo bem... E eu não gosto dela mesmo. – eu disse meio baixo.
- Vamos esquecer isso? – ele disse e pegou a foto do porta retrato e rasgou.
- Claro, quer conversar sobre o porquê de estar irritado? - Não, deixa... não precisa.
- Você sabe que o já me contou né? Era mais se você quiser falar mesmo – eu olhei para ele para entender que eu estava lá para ajudar.
- Porra, quem mandou ele falar? Eu não quero te envolver nos meus problemas.
- , sabe quando você disse que eu era sua melhor amiga? – Eu pude vê-lo concordar com a cabeça. – Melhores amigas servem para isso, deixa de ser orgulhoso vai...
- Cara... Na boa, quem faz isso com o marido? - Relaxa, , ela vacilou feio... mas, sei lá.
- Cara, quem esse idiota pensa que é? Por que ele pode ficar mais com a minha filha do que eu? Que sou o pai... Essa gravidez, sabe? – ele balançou a cabeça negativamente.
- O que tem ela? – Tudo que eu mais queria é que esse filho não fosse de . - Não sei, tenho cá minhas duvidas... Mas quem sou eu para reclamar?
- Você pode sim reclamar, é sua vida, sua filha e seu direito de reclamar.
- Já fiz coisas erradas a ela.
- Ok, mas eu nunca fiquei grávida.
- É, você tem razão – ele disse sorrindo e relaxando no sofá, eu relaxei ao lado dele.
- Você está extremamente lindo hoje – eu disse de repente e até eu mesma me assustei com o que tinha falado.
- Obrigado, mas, na verdade, eu sou extremamente lindo – eu ri de leve.
- Ah, claro.
- Sim, eu sou gostoso e macho – ele disse rindo e ri também.
- Olha, gostoso... É... É... Um pouco gordinho, agora, macho, relaxa, eu sei que a é só fachada.
- Fachada? E você também é fachada? - Sim... Mas, convenhamos, eu sou uma fachada bem mais bonita. – Eu o ouvi soltar aquela risada gostosa. Eu me levantei para ir pegar um copo de água e voltei logo em seguida. – Pode falar, eu sou uma fachada bem mais bonita.
- Não vou me expressar – ele disse, soltando outra gargalhada.
- Vai falar que a acha mais bonita? Quer morrer? - Eu não falei nada – ele disse, levantando as mãos.
- Nossa, , eu vou embora. – Olhei para ele, puta, e ele me olhava assustado. – Você a acha mais bonita, sou bem mais eu.
- Ela é minha mulher – ele disse como se fosse óbvio e eu quis mandar ele tomar no cu.
- Isso não te impede de achar outras pessoas bonitas, eu sei dizer quando acho alguém mais bonito do que o Josh.
- Tipo eu.
- Pergunte se a acha isso. – Há, ponto para mim.
- Cala a boca.
- Não, o uma vez já me disse que eu sou mais bonita que a . Há! – eu disse me gabando por ter o melhor amigo do mundo.
- O é um baba ovo seu – ele disse com um toque de ciúmes, eu sabia bem.
- Não fala assim dele! Ele só sabe apreciar o que é bom – eu disse olhando para ele e o vendo dar de ombros.
- Sabe é? Sabe mais do quê? – Droga! Que tipo de pergunta é essa? Eu revirei meus olhos.
- Eu não vou responder isso.
- Não vai é? Por quê? Tá com medo da resposta? – Ele disse com um sorriso maroto cruzando os braços e eu quis agarrá-lo.
- Eu não tenho medo da resposta, e você? – Eu sorri ironicamente. – E se eu dissesse que ele sabe melhor do que você? – Eu ia entrar naquele jogo maluco dele, ele sorriu do mesmo jeito.
- Eu vou dizer que está mentindo descaradamente e que... Com dois toques eu te provo isso.
- Dois toques? E como sabe como eu fico com dois toques dele?
- Com ele eu não sei, sei como fica comigo e isso é tudo. – Ele disse, deu seu melhor sorriso e começou a vir na minha direção, que merda ele estava fazendo? Ele chegou perto e passou o dedo indicador pela minha nuca, me fazendo arrepiar de leve, chegando com a boca perto do meu pescoço e sussurrando de leve. – Um... – Me fazendo ficar completamente arrepiada e fechar os olhos com força.
- ... – eu disse baixo e com dificuldade, ele pareceu me ignorar, apenas sorriu mais ainda e desceu a mão dele para minha cintura, me puxando com força para perto dele e fazendo nossos narizes se grudarem, eu estava com a respiração falha e ele resolveu sussurrar daquele jeito dele.
- Dois – eu mordi meu lábio inferior, eu estava louca por ele e eu p queria agora. Coloquei a minha mão na cintura dele e abri meu olho. - Te odeio – eu disse ainda com a respiração falha. Ele deu um beijo delicado no meu queixo.
- Me odeia – ele repetiu naquele tom perfeito, eu apertei a cintura dele e o olhei nos olhos.
- Por que tá fazendo isso?
- Porque o sabe te apreciar melhor que eu... Só isso – ele disse me olhando de forma triste e eu tive raiva, ele só queria provar para ele mesmo e para mim que ele conseguia me deixar louca. Qual era a desse idiota? Eu queria soca-lo, mas eu ainda estava sem força, então eu só coloquei a mão no peito dele e o empurrei devagar, dando um passo para trás.
- Viu que não tô contente? – Eu disse com raiva
- Na verdade, não – ele disse me olhando.
- Não? Você acabou de provar o que queria, ...
- Não... esquece.
- Não, fala. O que foi?
- Não, esquece.
- Odeio quando faz isso, fala agora.
- Não é nada.
- Fala.
- Tá, quer saber? – Ele disse meio puto agora. - Eu estou louco pra te agarrar, te beijar e te jogar nesse chão e a gente fazer tudo que só nós fazemos, mas né... Prometemos. – Eu olhei com receio, que raiva e que merda de promessa.
- E eu estou louca para quebrar essa promessa... Mas né? - Então...? – Ele disse dando um sorriso.
- Eu que lhe pergunto...
- Eu só quero saber se isso não vai ferrar a gente. - Ferrar tipo como? – Eu disse olhando para ele.
- Como sempre ferra.
- Ok, eu vou ser sincera, vai ferrar com a gente como sempre ferra. Mas pode me chamar de vaca, mas eu nunca me arrependo de ferrar com tudo.
- Então eu sou um vaco.
- Essa palavra não existe.
- Existe, acabei de inventar. – Eu ri e ele também, era melhor nós esquecermos aquela ideia, aquilo era loucura, e acho que estava pensando o mesmo que eu, porque nós mantivemos aquela distância segura até ficar tarde e eu resolver ir para casa.

Capítulo 12

Eu não aguentava mais aquele maldito telefone tocando, era melhor eu atender de uma vez.
- Alô? – Atendi contra o meu gosto.
- , sou eu, Josh... Seu namorado, você se lembra?
- Oi, Josh. – Era melhor eu ignorar a pergunta dele, talvez eu não lembrasse...
- Qual o seu problema comigo? – Ele começou de um jeito grosso que eu nunca tinha visto antes.
- Nenhum oras, estou só com sono.
- Só com sono? Há quanto tempo está só com sono? – Ele estava me assustando.
- Josh, não quero discutir agora.
- Nunca você quer não é mesmo? Você nunca quer falar comigo... O que eu fiz para você? Só diz isso, eu te ligo todo dia sendo um amor, tento marcar da gente se ver sempre e você nunca está nem ai, atende o telefone sempre com sono e cansada. – Eu ia voltar a falar, mas ele não dava tempo. – Sempre que me vê faz pouco caso, nunca tem tempo, sempre está com seus amigos. Quer saber? Que se foda – ele desligou o telefone antes mesmo deu falar qualquer coisa, a verdade é que eu me sentia muito mal, eu estava me sentindo péssima, na verdade... Eu gostava bastante de Josh, ele era perfeito e qualquer garota daria tudo para ter ele como namorado, mas eu estava fodendo com a vida dele e o machucando, eu era algum tipo de monstro, o pior deles, desses que a gente não encontra em todos os lugares. Eu derramei algumas lágrimas e tentei retornar a ligação, mas ninguém atendia, eu liguei umas três vezes até o celular começar a dar caixa postal direto. É, ele estava com raiva e não queria falar comigo.
Resolvi ir pro banho e esquecer um pouco, mas eu não conseguia, essa é a verdade, eu estava prestes a desabar, minha vida tinha se tornado um caos, não vivia mais sem , porém, estava extremamente mal porque Josh estava prestes a me deixar... Nesse momento eu lembrei de uma promessa que havia me feito logo quando nós nos conhecemos.

#Flashback
5 anos atrás.
Eu e estávamos conversando sobre tudo, e sobre nossos problemas.
- Ai, , eu sou tão chata que as vezes acho que vou acabar sozinha.
- Não vai não.
- Como você pode ter certeza? Talvez eu acabe.
- , se nada der certo nós casamos ok?
- Promete?
- Prometo.
#EndFlashback

Confesso que tantas vezes me disse para largar tudo e ficar com ele, e era essa minha vontade, largar tudo e todos e ficar com ele... Quantas vezes ele falou isso sério, e eu levei na brincadeira, ou então apenas disse que ele era meu irmão demais, a verdade é que sim, ele era meu irmão demais... Mas qual o problema de se namorar e casar com seu irmão? Nós brigaríamos raramente, viveríamos em paz e, sem dúvida, teria amor e proteção ali. Acabei me lembrando de alguns dias atrás em quando fui chorar para ele, que eu estava cansada de tudo isso.

#Flashback
Alguns dias atrás.
- , eu estou cansada de tudo. Eu não sei como resolver meu problema. – Eu disse choramingando
- Relaxa, pequena, você precisa ficar calma.
- Não dá, não mesmo... Tenho Josh, tenho , daqui a pouco vou querer arranjar mais um para me meter em problemas, porque era só o que me faltava, de verdade.
- Viu só, se você aceitar de uma vez ficar comigo, se livra dos dois. – Ele disse com aquele sorriso maroto que só ele sabia dar.
- Shut up, , não fale besteira, você é meu irmão. – Eu disse, achando a ideia absurda.
- Você que sabe, mas sabe que todos que nos veem têm certeza que somos o típico casal de comédia romântica.
- Sim, nós somos. – Eu disse sorrindo, mas eu não ficaria com ele.
#EndFlashback

Comecei a chorar mais ainda como se aquilo fosse resolver algum problema, mesmo sabendo que não ia. O que eu tinha feito da minha vida? Eu era realmente uma idiota. A campainha tocou, eu estava rezando que fosse Josh para me pedir desculpa pela grosseria, mesmo sabendo que ele não faria isso. Desci correndo.
- . – Eu disse meio desanimada, secando minhas lágrimas assim que eu abri a porta.
- , tá tudo bem? Por que você estava chorando? – ele disparou em mim, assim que ele entrou em casa.
- Não é nada, acredite – eu disse, indo para minha sala e secando mais ainda as lágrimas.
- Fale logo.
- Não, fale você o que veio fazer aqui.
- Me diz o que foi. – ele disse, ignorando minha pergunta. A verdade é que eu não queria pentelhar ele com meus problemas.
- Eu já disse para me dizer o que você veio fazer aqui – eu disse, dando um meio sorriso.
- Anda e fala agora o que foi, .
- Ah, , como você é… Briguei com o Josh, esquece isso.
- Mas por quê? – ele disse, parecendo realmente interessado, mas eu sabia que ele não estava nem um pouco, ele só queria me ajudar.
- Porque ele é um idiota. – Tudo bem, eu tinha parte da culpa, mas ele não precisava ter sido grosso.
- Tá, pula a parte que a gente já sabe e fala o que foi – ele disse meio puto e comecei a contar tudo, ele não tinha expressão no rosto, nem alegria, nem tristeza, nem nada... Eu sabia que eu não deveria ter falado nada, mas eu estava com aquilo travado na garganta. – E depois você reclama da minha grosseria... Enfim, relaxa pequena, ele vai ver que fez merda e vai te pedir desculpa.
- Não, não vai.
- Então um dia você o encontra e conversa tudo que você quiser sabe? Diz que não gosta quando ele é grosso, sei lá – eu dei um meio sorriso, sabia que aquilo não estava sendo fácil para ele, mas ele estava lá. Ele deu um beijo na minha testa.
- Obrigada.
- Que isso, eu sei conversar que nem gente às vezes – eu soltei um risada nasalada e ele sorriu.
- Obrigada, de verdade.
- Enfim, eu preciso ir, eu só vim te dar um oizinho, fique bem ok? – Eu concordei com a cabeça e o vi levantar.

Capítulo 13

Depois daquele dia, eu fui me acertar com Josh e tudo ficou bem, eu fui lá e pedi desculpas, porém, faziam quase dois meses que eu não sabia de . Ele não atendia minhas ligações, eu fui algumas vezes na casa dele, porém, uma vez, me atendeu e foi simpática dizendo que não estava e as outras simplesmente ninguém me atendeu e, obviamente, adivinha onde eu fui correr? É, para , era só isso que eu sabia fazer. Ele me disse que não tinha muitas notícias e que tinha separado da porque a criança não era dele e sim daquele amigo bizarro dela, era só isso que ele sabia e que, assim que encontrasse , mandaria ele ir me ver, e eu estava agora assistindo TV em casa, sozinha e a campainha me acordou de um transe brusco.
- Idiota, por que você sumiu? – Eu disse sorrindo ao ver um com uma cara não muito agradável na porta.
- Eu tenho vida? – Ele disse num tom irônico e nem entrou em casa, apenas ficou parado.
- Eu sou sua vida – eu disse num tom descontraído, a fim de fazê-lo rir, mas ele estava mais puto ainda.
- Na boa, garota, eu apareço quando eu quiser, se liga. – Eu ia falar, mas ele me interrompeu. – E outra, não me procura mais, me deixa em paz.
- , o que te deu? – Eu disse um pouco assustada.
- O mesmo que deveria te dar, consciência.
- E junto voltou a grosseria dos velhos tempos né? – Eu disse, já sentindo meu olho cheio de lágrimas, que não fazia ideia de por que ele estava assim.
- Que se foda, velho, faz um favor? Vai alugar aquele seu namoradinho, me esquece.
- Uhum, , pode deixar, eu vou tentar ficar bem sem você, não deveria nem ter sentindo saudades, sou uma idiota – eu disse, derramando uma lágrima.
- É isso ai, sai da minha vida, que eu já saí da sua. – Ele disse puto e eu concordei com a cabeça. – Ótimo, agora para de mandar o vir atrás de mim. - Ele disse se virando e indo embora, talvez para sempre... Eu bati a porta com força e com muita raiva, que coisa, o que tinha dado naquele menino? Do nada ele some e volta grosso, estúpido, nem parece o meu .

Eu ainda estava arrasada no dia seguinte, tinha até cancelado minha saída com Josh e tinha chorado no ombro do a tarde de ontem inteira. Eu precisava parar de deixar que a minha vida com afetasse a minha vida com Josh e até mesmo minha vida com , eu deveria parar de deixar que afetasse minha vida, mas eu não conseguia. A campainha tocou e eu tinha certeza que seria Josh, não respeitando minha decisão, não por ser chato, mas por ser fofo demais. Eu paralisei assim que abri a porta e não pude acreditar, que diabos ele estava fazendo lá?
- Hum, e-eu posso entrar para a gente conversar? – Ele disse um pouco inseguro, e isso não era normal do , eu não sabia se eu queria socar ele, ou que, mas acabei deixando ele entrar. Sem dizer nenhuma palavra, eu o acompanhei até o sofá e pude vê-lo sentar. – Olha, eu vim aqui só para dizer que eu não quero que você me odeie, e que foi ótimo ter você na minha vida. – Isso é um pedido de desculpa de uma pessoa orgulhosa.
- Eu só queria... não, não queria nada – olhei pro lado evitando olhar ele.
- Olha, eu vou realmente sair da sua vida, mas me incomoda deixar uma coisa ruim entre eu e você, pode não parecer, mas eu penso muito na gente. – O que ele estava fazendo? – E, na boa, se estou fazendo de tudo para me afastar é para não ferrar tudo de novo.
- Você já sabe tudo que penso e tudo que eu sinto, não preciso falar...
- Uhum.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- Por que tá fazendo isso? Sei lá, achei que a gente tivesse numa boa, não brigávamos nem nada... E do nada você surta.
- Podíamos até não brigar nem nada, mas eu não estava confortável com isso, não me sentia bem.
- Tudo bem, e desculpa.
- Não se preocupe, sério.
- Eu vou me preocupar.
- Não quero.
- Você não tem que querer nada.
- Enfim, quero que você saiba que mesmo eu sendo um cavalo, um grosso, você continua nos meus pensamentos.
- Você também continua nos meus – ele deu um meio sorriso e o silêncio se habitou no local. – , posso te pedir algo? – eu disse, olhando para ele.
- O que é?
- Me dá um abraço?
- Não, , por favor... Não faz isso, é melhor a gente assim sabe? Se não eu vou ter que sair correndo, e não... Por favor... Não ferra com a gente... Sabe, você vai viver sua vida aqui, com seu namorado perfeito e vida perfeita e eu não tenho nada disso, porque eu não tenho você e eu não quero me alimentar de falsas esperanças. – Aquilo doeu dentro de mim, então era por isso que ele estava indo embora.
- Eu, sinceramente, acho que você podia ter sua vidinha perfeita com sua namorada perfeita, sem mim.
- Não, eu já tentei lembra? Não deu certo, foi tudo falso.
- Posso fazer outra pergunta?
- Pode.
- O que você acha, de verdade, que eu sinto por você?
- Não faço ideia, e não sei se quero saber. – Eu levantei correndo e fui até meu quarto e voltei com aquele livro, aquele que em tantos momentos eu escrevi tudo que eu sentia pelo , toda a confusão que se passava em minha vida, escrevi tudo que senti pelo Josh, desde o momento em que entrou na minha vida.
- Se um dia quiser saber, leia isso – eu entreguei meu livro para ele.
- Tudo bem, agora eu preciso ir, eu vou ler e depois eu falo o que achei.
- Tudo bem – eu disse, concordando com a cabeça e o vi indo embora mais uma vez, sem nenhum tchau.

Capítulo 14

Eu estava passeando com no parque, aquele dia estava perfeito e eu estava bem até.
- Ai, , sei que você não me aguenta mais falando de , mas acho que ele não leu e nem nunca vai ler meu caderno. – Soltei uma risada abafada.
- Ah, esquece isso ok? Melhor que ele não leia, vai que ele descobre que você é apaixonada por mim e vem me matar – ele disse, me fazendo gargalhar.
- Idiota – eu disse, parando de rir.
- Me ama... Vamos tomar um sorvete vai? – Eu concordei com a cabeça e fomos até a barraquinha de sorvete. – Dois de chocolate – o sorveteiro sorriu e nos entregou os sorvetes.
- Eu gosto de dias assim, que não está nem um calor dos infernos e nem frio, está um dia agradável.
- Sim, também gosto de passar meus dias com a minha melhor amiga. – Eu sorri fraco e nós fomos nos sentar num banquinho na sombra e ficamos ali conversando, até que eu senti que tinha alguém se sentando ao meu lado, olhei e era , ele tinha uma cara séria.
- , posso conversar com a ? – ele pediu olhando para o amigo, que me olhou me pedindo permissão para ir embora, e eu apenas concordei com a cabeça... Era mera formalidade que ele saísse dali, tanto quanto saberiam que depois da conversa eu contaria para tudo que tinha acontecido.
- Oi – ele disse me olhando.
- Oi. – eu disse sorrindo.
- Olha, eu estava pensando no que dizer e por isso demorei.
- Não precisa dizer nada, se preferir.
- Eu só queria perguntar, por quê?
- Por que o quê? – Eu o olhei sem entender.
- Eu tô cheio de porquês. Por que nunca me disse o que sentia de verdade? Por que nunca lutou para gente ficar junto? Por que me deixou ficar com outras pessoas se gostava de mim? Eu não entendo...
- Bom, orgulho. Era tudo novo para mim, – ele me olhava como se quisesse mais do que isso. – E eu deixei você ficar com outras pessoas porque eu sei que eu não sou a pessoa certa para fazer você feliz.
- O caralho que não é, eu não sei ser feliz sem você – ele disse olhando nos meus olhos e meu coração começou a bater mais forte, eu me perdi naqueles olhos.
- Eu sou cheia de complicações, eu sou bipolar, a gente briga o tempo todo e por tudo, você sabe que eu não sou...
- Então tá, chega! – Ele disse levantando e eu, de impulso, o segurei com toda a minha força no braço dele.
- Não... Não vai embora puto comigo, por favor...
- Eu não quero mais nenhum tipo de laço contigo e agora eu tenho motivos para isso.
- Agora que você sabe que eu te amo, você tem motivo para me abandonar, é isso?
- Não, agora que eu sei que mesmo você me amando você é capaz de ser indiferente a mim, eu também vou agir assim.
- Indiferente? Quando eu chorei por você, quando eu fiquei arrepiada só por você me tocar, quando eu pensei em desistir de tudo por você, foi ficar indiferente?
- Mas agora você não liga não é? – Ele disse olhando para mim novamente. – Você me deixou casar com outra e, na boa, pelo menos eu não aceito esse seu namoro ridículo até hoje.
- , eu queria te ver feliz, eu queria que você fosse feliz. – Eu falei tentando ser o mais sincera possível.
- O caralho, ! Se quisesse, estava comigo, mas agora foda-se.
- , não é assim.
- É sim.
- Você acha que estaria feliz com uma pessoa que um dia está feliz e no outro vai te tratar mal? Uma pessoa com a qual você vai discutir todo dia por algum motivo? Uma pessoa bipolar e que quando você se declarou e pediu ela em casamento ela disse não por orgulho mesmo querendo dizer sim? E talvez dissesse não de novo por orgulho, mas por ser fraca? – Eu disse, já deixando as lágrimas caírem, essa era a verdade.
- Então para de me procurar, na boa.
- Você sabe que é difícil... Eu gosto de ter você por perto.
- Você não vai mais me ter por perto, eu estou sumindo de vez, dessa vez acabou. Entendeu?
- ... por favor – eu disse, segurando o braço dele com mais força. – Não faz isso comigo.
- Você que fez comigo primeiro – ele disse se soltando da minha mão com força e indo embora o mais rápido possível, me deixando ali, chorando sozinha... Eu só conseguia sentir o me abraçar forte por trás e eu chorando nos braços dele.

Capítulo 15

- Quero que saiba que eu não sei te esquecer, mesmo que mereça. – Ouvi a voz de entrando na locadora e eu dei um meio sorriso.
- Achei que já tivesse me esquecido – eu disse sendo sincera. E daí que só faziam três meses?
- Enfim, era isso.
- Veio aqui para dizer isso e ir embora de novo?
- Ué, você não achou que eu já tinha te esquecido? – Ele disse sendo grosso, mas ele estava só usando aquele escudo dele para não se machucar.
- Achei, mas você acabou de dizer que não, e eu costumo acreditar no que você diz. – Eu disse dando um meio sorriso.
- Sério, eu não sei po-por que eu ainda venho. – Ele disse gaguejando meio inseguro e eu achei aquilo lindo. – Tô me sentindo um idiota, patético, você deve estar me achando um louco. – Eu fiz que não com a cabeça. – Mas o fato é que eu não consigo ficar muito tempo longe de você – ele disse rápido e eu mal consegui entender. – Droga, por que eu falei isso? – Ele disse falando consigo mesmo, e eu soltei uma risada bem leve.
- , você não é patético, talvez eu tivesse ido atrás de você, mas eu lembrei que você estava com muita raiva, então não fui.
- Não estou, não mesmo.
- Eu entenderia se você estivesse – eu disse saindo de trás do balcão e me apoiando nele, sabe se lá Deus o que me deu. Minhas pernas estavam bambas e eu estava com a respiração ruim, eu poderia cair a qualquer momento.
- Não estou, ah, droga, , eu, quer dizer, você me faz falta para cacete.
- Você também me faz, mas achei que dessa vez tinha acabado.
- Me abraça – ele disse me ignorando e eu não podia acreditar, comecei a piscar para ter certeza de que eu não estava num sonho.
- Você... tem certeza? – Eu disse ainda sem acreditar e pude o ver concordando com a cabeça, eu fui na direção dele e envolvi a sua cintura com meus braços, o apertando o máximo que eu podia e ele me abraçou de volta, encostando a cabeça dele na minha.
- Caralho, como eu quis isso – ele soltou o ar nos pulmões. Eu sorri de leve e fechei meus olhos, desejando que aquilo não fosse só um sonho, comecei a fazer carinho nas costas dele.
- Eu também queria muito isso. – Foda-se meu orgulho, ele precisava saber. Ele levou uma de suas mãos ao meu rosto e começou a acariciar ele, e grudou nossas testas.
- Não me deixa mais ir embora – ele disse me fazendo abrir os olhos devagar e passar meu nariz no dele.
- Eu nunca deixo, mas você acaba fugindo de mim.
- Mas me segure forte e me traga para realidade – ele disse, fazendo carinho no meu nariz com o dele e me apertando forte.
- Mas eu sou fraca... Eu não sei se tenho forças para te segurar quando você quiser fugir. – eu disse, colocando minha mão dentro da blusa dele e alisando as suas costas, como era bom sentir a pele do meu em contato com a minha.
- Shiu – ele disse, colocando o dedo nos meus lábios. – Não é não, é a minha garota, minha – ele suspirou baixo e aproximou o rosto dele mais próximo do meu, é, lá estávamos nós, perigosamente perto. Eu estava ficando com a respiração falha, mas eu não queria ele longe, eu mordi meu lábio inferior e sussurrei.
- .... – eu mal tinha forças para dizer o nome dele, ele começou a chegar com o lábio mais perto do meu.
- Sim? – ele disse no mesmo tom, eu fechei meus olhos e respirei fundo, sentindo aquele cheiro que eu tanto senti falta e mudei de ideia, eu não ia mandar ele parar.
- Eu senti sua falta... – eu disse o mais baixo possível.
- Eu também senti – ele se atreveu a deixar os lábios dele bem rente aos meus. – Senti sua falta loucamente. – E minha respiração só falhava mais, eu estava quase o beijando.
- Isso é covardia – eu continuei sussurrando e procurando forças para falar.
- O que é covardia, ? – Ele falou pausadamente e sussurrando, tocando meus lábios a cada palavra, eu não me contive e comecei a mordiscar o lábio dele.
- Isso...
- Isso... O... Quê? – ele disse sussurrando cada palavra e intercalando com selinhos. Eu sorri e puxei o lábio dele com o dente devagar e fiquei segurando.
- Você é um idiota e eu te amo.
- Você é uma linda e eu te amo – ele disse me dando um selinho, eu ri de leve e apertei ele mais em mim, fiquei olhando nos olhos dele.
- Eu te amo, chamo de idiota e você me chama de linda, vai entender – eu disse, talvez cortando o clima, mas eu precisava pensar se aquilo era certo.
- E há o que entender aqui? – ele me apertou mais contra o corpo dele.
- Não, nunca teve – eu disse, levando minha mão até a nuca dele e fazendo carinho. – Você vai me fundir em você.
- É o que eu mais quero – ele disse sorrindo e mordendo o próprio lábio. – E ai, vai ser durona? – Eu sorri, apertei a nuca dele de novo e me peguei olhando para o lábio dele, sempre tão convidativo para um beijo daqueles de tirar o ar.
- Onde eu estou sendo durona? – Talvez por fora eu tivesse, mas por dentro não... O celular dele tocou e ele me largou de leve, resolveu atender.
- Oi, cara... Tô na locadora onde a trabalha... Tá, cara... Tá bom, já entendi... Tudo bem, já disse que entendi... Ok, falou – ele disse desligando o telefone – , eu levei um esporro do – ele disse rindo de leve. – Ele disse para eu ficar longe de você. – Eu ri de leve, mas a verdade é que eu queria socar .
- fala demais, o que mais ele disse?
- Ah, nada demais.
- Fala ai.
- Ele disse para eu me comportar se eu tivesse amor ao meu pinto.
- , tão amigável sempre, às vezes acho que ele esquece que eu não preciso de um pai – disse rindo de leve.
- Erm, então... er.. um amor – ele disse um pouco nervoso.
- Não fica estranho comigo só pelo que ele disse.
- Não estou estranho, só acho que o que acontecer com a gente vai ter que ser segredo. – Ele disse e não queria concordar, eu contava tudo para , mas ok, eu não queria perder de novo.
- Sobre isso tudo bem, mas acha mesmo que faria algo?
- Vai saber
- Eu te protejo – eu disse rindo. – Agora sim fodeu.
- Por que fodeu?
- Porque eu não sou boa para te proteger, se eu for te proteger, é capaz deu apanhar junto. – Ele soltou uma gargalhada e eu sorri.
- Ao menos apanhamos juntos.
- Ah, claro, que romântico – nós dois rimos mais um pouco. – , não fica com medo do ok? Ele é só uma pai gay que eu acabei ganhando.
- Ele é do mal.
- E você medroso.
- Sou porra nenhuma, mas eu tenho que te respeitar, concordo com ele nisso – ele disse dando um meio sorriso.
- Tá ai algo que nós três concordamos, só que, sabe, me abraçar as vezes não é perder o respeito.
- Um mais um – ele disse me olhando e eu não entendi nada.
- Quê?
- Nada
- Injustiça, só porque eu sou lerda.
- É, loirinha, esquece – ele disse rindo e me fazendo rir. – Enfim, eu preciso ir, depois a gente se fala. Beijos.

Tinha se passado alguns dias desde o ocorrido na locadora e agora eu estava em casa com a Max, uma amiga minha, ex do Johnny. Ela estava bem até com o término entre ela e Johnny, porém, ela queria conhecer pessoas novas e, como eu não parava de falar de e de , ela acabou querendo conhecer eles... Bom, em sua imaginação fértil, pelo que ela tinha entendido eu tive, no passado, um caso com e hoje era só um bom amigo, e como eu disse que ia apresentar ele para ela, ela se animou achando que eu estava querendo dar uma de cupido. Logo quando eu entendi o que a imaginação fértil dela tinha entendido, eu deixei e sabe se lá Deus por que ainda dei trela, a verdade é que se ela sonhasse que eu ainda gostava de e nós nos pegávamos, ela contaria a Johnny, na inocência, e este logo contaria a Josh, seu amigo... A questão é que agora ela está tagarelando algo que eu não estou prestando atenção, enquanto eu espero chegar, porque disse que não poderia vir. Maldito!
A campainha tocou e acordei do meu leve transe.
- Ei, – disse, me fingindo animada.
- Cadê sua amiguinha gata? – ele disse olhando para sala.
- Voltando da cozinha. – Eu disse apontando assim que ela apareceu entre nós, ele sorriu animado e logo foi cumprimentar ela, e eu fui para sala sendo acompanhada pelos dois.
- E ai, tudo bem... Max, posso te chamar assim?
- Claro que pode, .
- E você pode me chamar do que quiser, ... ... Do que quiser.
- Prefiro , vou te chamar assim – ele deu um sorriso, mas eu pude notar que ele estava desconfortável, e eu queria voar no pescoço dos dois. Primeiro no dela, por chamar o MEU de e depois no dele, por não falar nada e apenas dar esse maldito sorriso, só eu posso chamá-lo assim. – E, , por que não veio? – Max quis saber.
- Ele estava estudando, ocupado.
- O cu dele, ele é um vagal – disse rindo.
- Não fale assim dele.
- Eita.
- É mentira dele, Max, não acredita... Quando crescer quero ser que nem ele.
- Tá mal em perspectiva de vida hein? – Sabe se lá Deus porque estava querendo me irritar falando mal do meu amorzinho.
- Ô, céus, ele é tão ruim assim? – Max perguntou.
- Não, ele é perfeito.
- Opinião da , não vale – rebateu.
- Por que não? – Perguntei indignada.
- Porque você lambe a bola dele ué. – Em qualquer outra circunstâncias eu teria socado , porque eu sabia que aquilo era puramente ciúmes, e só isso. Só que eu não estava acreditando que ele tinha ciúmes de mim com , nós éramos irmãos. Mas eu não podia fazer isso, ou Max desconfiaria de tudo.
- Meu Deus – foi o que Max disse.
- É mentira.
- É verdade – falou novamente.
- Olha como você fala de mim, eu estava até agora pouco te elogiando para Max e você fala isso. Sabe que sou comprometida e que é meu irmão, meu melhor amigo e me atura, só por isso defendo ele. – Espero que ele tenha entendido o recado.
- Você estava falando bem de mim porque eu sou lindo. Não é, Max?
- Diz que não, Max, diz a verdade para ele.
- Olha, vou ser sincera... é lindão. – Eu não sabia novamente em quem eu queria voar no pescoço, nela por estar chamando o meu de lindão, ou nele, por estar com um sorriso maroto de quem venceu, só porque minha cara deve estar vermelha de raiva e ciúmes.
- Aceite a verdade, , só você me coloca defeitos. – Ele jogou um beijo no ar e novamente eu queria voar nele.
- Não tenho culpa se as pessoas são cegas, baby, e, Max. obrigada, agora ele vai se achar para sempre. – Pude ver a Max rir, ela estava se divertindo, mas mal sabe ela o desconforto e tensão que ela causou em mim.
Eles começaram um assunto super empolgante e eu estava meio quieta, a real é que eu detestava ver do lado de outras meninas, essa era a verdade, e eu não sei exatamente porque eu fico assim, se não sou de ter ciúmes... Eles começaram a falar de física e entre outras coisas nada a ver, e eu resolvi prestar um pouco de atenção, mesmo não entendendo porra nenhuma.
- Eu me identifico com o Sheldon, sou um gênio incompreendido. – Ao ouvir isso eu revirei os olhos. estava mesmo querendo fazer Max gostar dele, e isso estava me irritando. Que tipo de pessoa acha que é boa o suficiente para ser um Sheldon Cooper? Idiota.
- me surpreendendo a cada minuto hein, amiga? - Max riu e piscou para mim, e eu dei uma risadinha. – Agora vou me gabar também, eu quero fazer Astrofísica. – Ela disse sorrindo.
- Case-se comigo, eu adoro uma física. – Naquele momento, eu quis de verdade voar no pescoço do . QUAL O PROBLEMA DELE? Eu jamais faria física e ele sabe disso, a verdade é que estudar não era comigo, ainda mais física. E quem pede uma menina, mesmo que na brincadeira, em casamento na frente de outra, dias depois de dizer que a ama? Me diz.
- Caso numa boa – ela disse rindo e eles entraram novamente num assunto sobre física e suas teorias ridículas, e nesse momento, mas só nesse momento, eu quis que todos os físicos e a física com suas teorias ridículas explodissem. Ok, me senti de volta ao colegial, em que eu precisava passar em física e era obrigada a estudar, mesmo tendo facilidade, eu odiava. – , está meio quieta.
- Ah vocês sabem, essa coisa de inteligência e cultura e tudo mais não é comigo... Talvez eu seja a Penny da coisa. – Eu disse querendo descontrair.
- Já é loira mesmo – Max disse dando risada e gargalhou, mas dessa vez a gargalhada dele não me fez rir junto.
- Bem isso mesmo. Max, você pode ser a Amy, só acho. – Ele disse naquele ar sedutor e eu queria socar ele, muito forte. PIOR-CANTADA-DO-MUNDO. Ela riu e começou a dizer algo dando trela, se ao menos tivesse aqui, eu o chamaria de Leonard e o agarraria, sim, hoje eu agarraria sem nenhum problema, foda-se... Ok, não tem foda-se. Mas eu com certeza estaria agarrada a ele, não somente para fazer ciúmes, mas sim por que era o meu típico amigo colorido sem beijos, entendem? É confuso.
- Acho que eu preciso de um Leonard para me fazer feliz – todos riram, mas parecia não achar graça, assim como eu não estava achando antes... O tempo passou assim e o dia foi um saco para mim. Eles trocaram telefone e eu logo me vi em casa sozinha e em paz. Peguei meu telefone e liguei para , em primeiro momento eu o xinguei por não estar lá e me ajudar nesse momento difícil, depois eu resolvi contar tudo que eu havia sentindo e tudo que havia acontecido.

Capítulo 16

Eu estava com raiva de ainda, mas não tanto... Era melhor eu esquecer isso, não queria brigar e perder ele de novo. Eu tinha voltado da locadora e estava comendo pipoca enquanto assistia um filme de comedia romântica bobinha, algo assim, que combinasse comigo. Ri idiota, sozinha, disso.
- ! – Disse contente assim que abri a porta, não esperava por essa surpresa.
- Hum, feliz três anos para você – ele disse olhando as rosas e o cartão que Josh tinha deixado alguns dias atrás em minha mesa. – Enfim, vim ver se você estava aqui, mas acho que estou atrapalhando alguma comemoração, tchau.
- , para... Faz alguns dias já e simplesmente ficou aí, ele nem está e nem vem para cá. – Eu disse, olhando para ele.
- Não quero detalhes... Estava com saudades – ele disse entrando em casa e me fazendo fechar a porta atrás dele.
- Quem sumiu e sempre some é você.
- Ah, há alguns dias eu te liguei, ou então vim aqui e você não estava.
- Para isso existe o – eu disse rindo
- Sei lá, eu tento entender que você tem namorado e ficar longe.
- Sabe, um dia você me disse que isso que a gente tem, nunca ia acabar... E eu acho que não vai mesmo. – Disse dando um meio sorriso.
- E acaba por acaso? Olha eu aqui, batendo em tua porta com essa cara de pau absurda.
- Eu gosto da sua cara de pau, ela é bonitinha – eu disse e o vi dar um meio sorriso. Nós dois no sentamos no sofá e ficamos vendo TV, e logo colocamos num canal que estava passando o Miss Universo e ele pediu para eu parar, porque ele adorava.
- Eu só não concorro para Miss Universo porque eu não quero humilhar as outras – eu disse me gabando.
- E porque eu não deixo você ficar mostrando seu corpinho.
- Ah é, tem isso também, você é ciumento. Até demais.
- Exato.
- Você é tão bobo com esse ciúme, – eu disse dando um risada leve.
- Só porque você não sente ciúmes, eu não tenho culpa desse seu coração de pedra.
- Ei, eu não sou coração de pedra, eu tenho ciúmes sim, só que eu não fico demonstrando. Acha que eu já não quis socar várias vezes, várias pessoas por sua culpa?
- Nunca me falou desse seu lado, honey – ele disse rindo e me olhando.
- Acho desnecessário – eu ri de leve e ele riu.
- Mas já tive ciúmes várias vezes, principalmente quando você trocou mensagens com Anny.
- Como você é besta, sabe que eu te amo, porra.
- Mas estava irritando, porra.
- Sabe bem que eu trocaria tudo para ficar com você, porra.
- Duvido que se aparecesse uma Angelina Jolie você ia preferir ficar comigo. – Eu olhei para ele e ele prestava alta atenção no concurso. – Não precisa nem da Angelina Jolie, bastou a Miss Universo.
- Eu gosto do concurso, mas você é a mulher da minha vida – ele disse e eu não pude deixar de sorrir e de sentir meu coração batendo mais forte. – Você tá linda, eu ia dizer logo que cheguei... Mas né?
- Deveria ter dito, gosto de ouvir que sou linda.
- Mas você é linda, seu sorriso é perfeito e eu amo você, loirinha – eu fiquei vermelha na hora, por que ele fazia isso? Bati de leve no braço dele.
- Você extrapola, só que eu sou linda já estava bom. E eu também te amo.
- Alguém tá vermelhinha – ele disse me zoando e eu fiquei mais vermelha.
- Para, idiota, não gosto disso, você sabe.
- Ah, vem cá. - Ele disse me dando um beijo na bochecha e eu sorri de leve.
- Sempre que eu ficar vermelha eu ganho beijo?
- Pode ser.
- Vou viver de blush – eu disse e o ouvi rir, ri junto.
- Mereço – ele disse rindo.
- E eu vou cobrar o meu beijo, hein?
- Mas não precisa me cobrar para isso.
- Promete?
- Prometo – eu estiquei meu dedinho para ele, que sorriu e prendeu o dedinho dele no meu. – Só você mesmo, eu prometo – ele disse apertando nossos dedinhos.

- ! – Eu me assustei ao chegar em casa sexta à noite e dar de cara um ser esticado no meu sofá, e pelo visto ele tinha acabado de acordar.
- Oi... – Ele disse sonolento.
- O que tá fazendo aqui?
- Eu vim para cá e você não estava, então vi que estava aberto e entrei... Espero que não se incomode.
- Não – eu disse tirando o sapato e sentando ao lado dele, que deu um meio sorriso.
- Que horas são? – Ele perguntou, ainda tentando acordar e eu sorri, ele era tão fofo assim.
- Umas 2hrs... Você deve estar morrendo de sono e ficou aqui me esperando né?
- Um pouquinho, mas tudo bem. Valeu a pena – ele disse sorrindo.
- Valeu? Acho que você merece até um abraço.
- Cadê? – ele disse sorrindo, eu sorri mais ainda e o abracei forte pela cintura, dando um beijo estalado na bochecha dele.
- Viu? Com direito a beijo e tudo – eu disse rindo.
- Mas que maravilha – ele me deu um beijo de volta e eu o apertei mais forte.
- ? – eu perguntei e senti ele me apertar de volta.
- Fale – ele disse ainda meio sonolento.
- Você é lindo.
- E você exagerada – ele disse levando ao mão até meu rosto e apertando minha bochecha, eu fiz uma careta.
- Eu acho você lindo, tipo, muito.
- Tá, eu vou te dar óculos novos – ele disse mexendo no meu cabelo, sorrindo e me fazendo rir e olhar para ele.
- Meus óculos estão bons, eu quero outro presente... Pode?
- Qual outro presente?
- Não sei, o que você me sugere?
- Estou disposto a dar o que você me pedir – ele disse sorrindo de lado.
- Qualquer coisa?
- Se eu pedir um beijo eu ganho?
- Se você quiser ganhar, eu dou – ele disse com um sorriso bobo na cara, o que me fez sorrir mais ainda.
- Eu quero.
- Vem pegar – ele disse mordiscando o lábio dele e eu me aproximei, passando meus lábios por cima dos dele. Ele envolveu minha cintura com o braço dele, me puxou para mais perto e pediu passagem passando a língua em meu lábio, e eu logo dei, levando minhas mãos para a nuca dele e apertando com força. O beijo era cheio de saudades e sentimentos, talvez eu nunca tivesse dado um beijo tão bom assim, era agradável, era rápido e ao mesmo tempo a gente se curtia, tinha desejo... Mas eu estava com sono e ele também deveria estar, parei de beijá-lo com selinhos.
- Vamos dormir, amor. – Eu o vi concordar e me puxar para cima, ele se deitou e eu logo me troquei e fiz o mesmo, ele me abraçou e sussurrou na minha orelha antes deu pegar no sono.
- Eu te amo, .
Eu acordei com o sol batendo na minha cara e vi deitado ainda dormindo, ele era tão perfeito, até mesmo quando dormia. E onde exatamente aquilo estava me levando eu não sei, eu cansei de acordar na cama ao lado de , mas nós tínhamos feito sexo, hoje não... Nós tínhamos apenas dormido, como um casal cansado, como um casal... Aquilo soava tão estranho para mim, ele tinha se tornado meu casal, mas não era justo, eu tinha outro... Eu não sei, eu sei que dessa vez eu não estava com tanto medo de me envolver com como das outras vezes, eu não estava a fim de colocar o orgulho na frente, eu estava a fim de ficar só eu e ele. Ele acordou e deu um sorriso lindo, eu apenas dei um selinho em seus lábios. Nós dois descemos, tomamos café e logo estávamos vendo desenho na televisão, eu adorava isso, e ao ouvir a risada de , tinha certeza de que ele adorava aquilo tanto quanto eu.

Capítulo 17

- , por que ele sumiu, cara? O que eu fiz para ele? Você tem certeza que não sabe dele?
- , eu já disse que eu não faço ideia de onde se meteu, ele sumiu ué. Você viu, ele não atende nem eu e nem você, ele não quer saber de nada e isso faz dois meses, você deveria esquecer.
- Não, eu não consigo – eu disse meio revoltada e me virei para o computador, tinha sumido há dois meses e agora eu estava com o meu e-mail aberto pronta para escrever algo, logo comecei.
- O que você tá fazendo? – disse olhando para a tela do computador e lendo meu e-mail para .

“When will I see you again?
Quando eu irei te ver novamente?
You left with no goodbye, not a single word was said, no final kiss to seal anything,
Você foi embora sem dizer adeus, não foi dita uma palavra sequer, nem um beijo final para selar as costuras
I had no idea of the state we were in
Eu não tinha ideia do estado em que estávamos
Um dia você me mandou essa música e, ironicamente, hoje ela está fazendo sentido para mim, e eu estou aqui te mandando ela."


- Não me pergunte por que eu estou fazendo isso, eu não faço ideia – eu rebati e mandei antes que falasse qualquer coisa.
- Eu só tenho uma coisa para te falar: TROUXA! É isso que você é e sempre vai ser – ele disse num tom de brincadeira, mas ainda assim sabia que ele estava chateado por eu ser uma trouxa, ele me abraçou logo em seguida.
- Obrigada – eu ri de leve.
- Viu? Se você tivesse ficado comigo, nada disso estava acontecendo agora – eu ri novamente, mas era uma ideia a se pensar, eu podia mesmo ter ficado com .

Tinha se passado alguns dias desde o e-mail que eu tinha mandado para e eu estava lá no meu computador, checando os e-mails. Meus olhos começaram a brilhar e eu queria gritar feito uma louca, ele tinha respondido, ele tinha mesmo respondido.

“Don’t you remember?
Você não se lembra?
The reason you loved me before...
A razão pela qual me amou antes?
Como você está? I miss you."


Aquilo não fazia sentindo nenhum, primeiro que era óbvio que eu lembrava porque eu amava ele, era óbvio, não só pelo sorriso, pelos olhos, pela voz, pelo corpo, pela maneira como ele me deixava louca na cama, mas sim pelo jeito encantador dele de ser sempre o mais macho, aquele jeito de ser o forte, aquele jeito que te passa segurança, aquele jeito de querer me proteger de tudo, aquele jeito idiota dele de rir de tudo, ou de me deixar sem graça por tudo, o jeito dele se gabar, e o jeito dele me rebater e encher meu saco sempre que eu me gabo. Eu resolvi responder, mas não com isso tudo, ainda me restava um pouco de orgulho.

“Hey... Eu to bem, eu acho.
Não, na verdade, eu tô péssima, eu sinto sua falta, , não foge de mim, não de novo.
E você, como está?”


Tá, talvez eu não tivesse tanto orgulho assim, mas eu precisava falar isso ou talvez ele nunca voltasse a aparecer na minha vida.

3 messes depois do e-mail.

- , quer casar comigo? Eu quero casar para ficar linda de noiva. – Eu disse sentada ao lado de , vendo um reality show sobre noivas, tão encantadoras... Ele riu de leve.
- Quero, eu sempre quero. – ele disse ainda rindo e eu o acompanhei.
- Claro, chegarei no Josh e falarei: “Sabe o meu melhor amigo gay? Aquele que era seu amigo, então, estou te largando para casar com ele”. – Nós dois rimos e voltamos atenção a TV. Por falar em Josh, minha relação com ele estava saudável, nos víamos sempre e eu tinha voltado a dar atenção a ele, vivia em sua casa junto com Johnny. Josh continuava o fofo de sempre e sem mais grosserias, ele tinha voltado a ser o Josh fofo que eu me encantei, aquele em que eu não brigava... Você deve estar perguntando onde diabos se meteu, bom, isso eu não sei, talvez o saiba, mas eu não quero perguntar para ele de novo onde estava e por que tinha sumido. Eu sabia que ele provavelmente sabia todos os motivos pelos quais tinha sumido, mas sabia que eu só iria saber se eu perguntasse muito, fizesse uma chantagem e talvez ele me contasse, fora isso, não. E eu estava a fim de fazer, e estava com medo, muito medo, então estava sempre deixando para lá, poderia dizer que até esqueci dele... Mas não, eu sei que se caso um dia ele cruzar minha vida novamente, minhas pernas vão tremer, o ar vai faltar e ele vai me deixar fraca, como sempre... É sempre assim, em qualquer situação da vida.

Capítulo 18

2 meses depois.

- Já vai, que saco – eu desci as escadas, de toalha, correndo, a campainha já estava tocando há um tempo, provavelmente era Josh ou , ou até mesmo Johnny, por isso não me dei o trabalho de me trocar. Abri a porta de casa e eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo, eu pisquei algumas milhões de vezes, se é que aquilo era possível. Ele deu uns passos em minha direção e fechou a porta com o pé, ele tinha aquele mesmo sorriso, aquele que fazia qualquer um perder o ar, ainda mais se esse alguém fosse , a apaixonada. Ele rapidamente colocou as mãos dele na minha cintura e eu continuei sem me mover, ele me empurrou até a parede e apertou com certa força minha cintura, eu levei minhas mãos para nuca dele, deixando a parte de cima da toalha cair e ele dar um sorriso perfeito, ele chegou com os lábios perigosamente perto dos meus e começou a mordiscá-los, ele estava me provocando e aquilo só me fazia mais e mais querer ele.
- Senti sua falta – ele sussurrou e logo em seguida a língua dele invadiu minha boca e nosso beijo começou cheio de desejo, cheio de ser aquilo que ele sempre foi, um beijo com paixão e amor. As mãos dele largaram minha cintura fazendo minha toalha cair por completo, uma delas foi em direção a minha nuca, puxando meus cabelos com força e eu soltei um gemido automaticamente, a outra foi entre minha coxa, me fazendo arrepiar e desejar que ele estivesse dentro de mim por completo, ele começou a massagear minhas coxas enquanto nosso beijo tomava uma velocidade e intensidade incrível. Eu comecei a subir a blusa dele e por necessidade de ar ele rompeu nosso beijo, mas eu precisava continuar sentindo a pele dele na minha boca. Enquanto ele massageava minhas coxas e chegava com seus dedos perto da minha virilha, eu já tinha tirado sua blusa e estava chupando o pescoço dele com toda a intensidade, eu arranhava as costas dele e ouvia gemidos, como eu sentia falta daquilo.
- JOSH! – eu berrei e larguei no instante em que eu vi o Josh abrindo a porta e horrorizado com aquela cena, eu peguei minha toalha do chão e fui até ele, que parecia não se mover, eu não podia acreditar que ele estava ali. – Josh, por favor, me ouve.
- OUVIR O QUÊ? QUE A MINHA NAMORADA ESTÁ NUA AGARRANDO UM CARA QUE ELA DIZIA QUE ERA SÓ SEU AMIGO? QUEM MAIS VOCÊ AGARRA? – ele riu ironicamente e eu estava me sentindo uma vadia. – Não me diga que agarra o também... – ele disse puto e eu pude ver seus punhos se fecharem e seus olhos encherem de lágrimas, os meus olhos não estavam diferentes.
- Josh, é sério, cara... Me desculpe, escuta, por favor – eu disse baixo e com a voz manhosa.
- SOME DA MINHA FRENTE AGORA E PARA SEMPRE, SUA VADIA – ele disse saindo correndo pela rua e eu só conseguia gritar seu nome, eu não tinha forças. Eu voltei para minha sala e sentei no sofá, eu chorava feito uma criança e tinha as mãos no rosto, eu tinha perdido meu namorado e não era só por isso que eu estava chorando, eu tinha machucado uma pessoa incrível, uma pessoa que nunca fez nenhum mal por mim, eu tinha machucado um cara que merecia alguém bem melhor que eu e eu não fui capaz de deixá-lo livre. Eu tinha machucado um cara que só estava tentando ser feliz, mas ele escolheu , a eterna apaixonada por para fazer isso. Eu ouvi um barulho alto vindo da porta e notei que não estava mais na sala. Ótimo, além de perder o namorado e machucar um cara legal, eu tinha também perdido o amor da minha vida e o machucado mais uma vez. Fui para o quarto, ainda chorando, e me troquei, peguei o telefone no mesmo instante e liguei para única pessoa que mesmo que não fosse me entender iria me abraçar.
- Alô? – ouvi aquela voz gostosa.
- . Voltou. Josh. Fim. Vadia. Puta – eu dizia palavras sem sentido em meio ao meu choro.
- , pelo amor de Deus, o que você tem? – perguntou e eu não conseguia responder, só chorar. – Ok, estou indo para ai – eu o ouvi desligar o telefone e logo desci.
Eu não sei dizer quanto tempo exatamente depois esteve lá, mas agora ele estava me abraçando e me acalmando, ele ainda não tinha entendido bem, mas eu estava me acalmando e iria contar tudo.
- Ótimo, agora, com calma, me diga o que aconteceu. – Eu comecei a narrar tudo e o choro voltou, mas dessa vez mais calmo. – Hum, olha, , talvez tenha sido bom... Quer dizer, agora ele pode ser feliz, você também e o destino decidiu por você, já que você não podia se decidir.
- , você não entendeu que ficou puto comigo? Afinal, era óbvio, ele estava ali, ficando comigo e, de repente, eu começo a chorar desesperadamente pelo meu ex, de um jeito horrível, como se tivessem tirado meu coração; mas a questão não era só estar perdendo Josh como namorado, eu estava chorando porque eu tinha perdido Josh como amigo, eu tinha machucado um cara legal porque eu sou idiota, eu tinha deixado as coisas chegarem nesse ponto, por orgulho e idiotice, eu deixei ele ver a namorada dele tendo prazer nos braços de outro, eu sou um monstro! E depois eu deixei ver a menina que ele ama chorando por outro, sou mesmo uma idiota.
- Tá, talvez nós concordamos nesse ponto – ele disse dando um meio sorriso e eu não pude deixar de sorrir.
cuidou de mim o resto do dia e acabou dormindo lá em casa, olha eu de novo fodendo a vida do meu amigo. Nós acordamos de manhã e eu liguei para locadora para avisar que eu não ia, minha vida estava um caos e eu não queria ir trabalhar.
- Aceita panquecas? – ele perguntou sorridente e eu apenas concordei com a cabeça.
- , dá licença, eu quero falar com a – um apareceu na porta e era nítida minha cara e do , de confusão, de como ele tinha chegado e nós não tínhamos ouvido. – A porta estava aberta, para variar – ele se explicou notando nossas caras. – Agora, , por favor.... – me olhou daquele jeito que ele sempre fazia antes de me deixar sozinha, principalmente com .
- Pode ir, .
- Qualquer coisa berra, tô na sala – ele disse tanto para mim quanto para , ele sabia que o melhor amigo estava machucado.
- Tudo bem – eu sorri de leve e vi sentar na minha frente.
- , desculpa por ontem.
- Tá tudo bem.
- Não, primeiro eu sumo e depois apareço te agarrando, depois eu vejo você chorar e não faço nada, não tá tudo bem.
- Está sim, .
- Não, sério, olha, eu fiquei com raiva, afinal, não foi legal ver você daquele jeito por outro, mas eu detesto ver você mal e então deveria ter ajudado e não ficado com raiva e fugido.
- Eu já disse que está tudo bem.
- E, bom, eu entendo, era seu namorado e vocês estavam há três anos juntos, então, o que eu tô querendo dizer é que eu tô aqui do seu lado para qualquer coisa – eu dei um meio sorriso e ele também, eu pude ver ele abrindo os braços e eu me levantei e sentei no colo dele, sendo abraçada. Ele mexeu levemente no meu cabelo e eu enterrei a cara no pescoço dele. – Vai ficar tudo bem – ele disse num sussurro. – Ele vai ficar bem e nós também.

Capítulo 19

6 meses depois.

- Olha só, , aquelas crianças são fofas – eu disse, olhando para elas.
- Se vocês dois começarem com...
- É, nossos filhos podem ser assim – disse, ignorando o que o ia dizer e nós dois rimos.
- Relaxa, amor, eles estão só te enchendo – disse, dando um selinho no namorado.
- São chatos com essas coisas de melação, filhos e futuro. Nem se quer namoram, como nós, por exemplo – disse a fim de cutucar, eu estava com a mais ou menos uns 5 meses, mas a real é que meu orgulho não tinha me permitido, novamente, a sair assim, me declarando namorada de . Eu estava feliz, eu podia ter e não enganar ninguém, Johnny tinha ficado puto, mas falava comigo às vezes e Max, essa tinha ficado surpresa pela minha declaração ao , mas tinha entendido de boa... e estavam juntos, como antigamente, estava com outra pessoa, feliz, era um cara gente boa, e eu ainda queria que fosse meu pai... Mas era bom ter meu melhor amigo, , de volta. Anny, tinha viajado e ido para Las Vegas, talvez se casar com um estranho... Tão a cara dela. Mas aquela frase de ainda estava me machucando.
- , a gente pode andar pelo parque? – disse.
- Ah não! Faça isso na nossa frente – disse e eu gelei, sabia o que queria.
- Isso, faça aqui – continuou e vi o olhar de para os dois.
- Ok, pode ir e traga minha pequena sã e salva em meia hora – disse autoritário e riu.
- Ok , ok – disse, meio a contragosto. Ele estendeu a mão para mim, que logo peguei e nós dois saímos sorrindo pelo parque, como um casal de jovens que estavam curtindo o romance... Aquilo não era bem a nossa cara, mas estava nos fazendo bem, quer dizer, estava fazendo bem a mim. – Bom, , eu não sei como começar.... Hum, a verdade é que eu sei que você não quer relacionamento, e eu sei que ainda mais comigo, sei que você acha que não fomos...
- Sim – eu respondi antes que o orgulho ou qualquer coisa fosse tomar conta de mim e eu fosse me arrepender pelos próximos seis anos.
- O quê? – ele perguntou confuso.
- Eu disse sim.
- Sim o que, ?
- Sim, eu quero namorar com você. Por favor, diga que era isso que você ia falar no final – eu disse olhando nos olhos dele, que ria e me abraçou forte pela cintura, me girando no ar e me enchendo de selinhos.
- Minha namorada. – E eu simplesmente me senti totalmente bem e completa, eu me sentia namorada de , como deveria ser desde sempre. Nós voltamos para onde estávamos e e esperavam por um resposta. – Estamos namorando – disse, me dando selinhos e apertando minha bunda.
- Ei, olha o respeito com ela na nossa frente – disse.
- Se não quiser morrer, pare agora – disse e nós quatro caímos na gargalhada e ficamos mais um tempo assim, como nos velhos tempos, só que agora eu finalmente era namorada de .
Depois de um certo tempo, eu olhei no fim da praça e pude ver Josh. Ele estava sorrindo e tomando sorvete com uma menina, eles pareciam extremamente felizes. Assim como eu e , pareciam um casal que se completavam, Josh beijou a menina e pegou na mão dela, eles riam e aquilo me tirou um sorriso do rosto, no final das contas, ele podia me odiar, mas ele estava feliz e era assim que tinha que ser. Nós dois felizes, cada um de um jeito.

Capítulo 20

6 anos depois.

- Ah, você está linda. – Eu ouvi gritar atrás de mim e eu ri.
- Eu sei disso, eu sabia que eu ia ser uma noiva encantadora.
- Ah, lá vem você se gabar. – disse, aparecendo atrás de mim, eles estavam lindos.
- Ei, esperem... Eu preciso contar algo sério a vocês.
- Não diga, por favor, que você vai desistir do casamento – olhou desesperado.
- Ainda mais se for porque seu orgulho tá falando alto – completou.
- Não, seus idiotas! – Ouvi suspiros de alívio dos dois e ri com isso. – Vocês serão padrinhos.
- Sim, nós somos padrinhos do seu casamento e vamos entrar com você. Cadê a novidade? – perguntou, achando o jeito que eu tinha falado estúpido.
- Digo, vocês vão ser tios... – Os dois me olhavam confusos, como se não pudessem acreditar. – Eu estou grávida do , que fique claro, e vocês vão ser os padrinhos do nosso baby.
- UOU – eles gritaram ao mesmo tempo e começaram a comemorar loucamente, pulando, eu estava sorrindo e comecei a fazer o mesmo.
- Só não contem a , quero eu contar para ele.
- Ok – os dois concordaram.

Eu estava andando lentamente com e ao meu lado, sim, eu decidi entrar com eles... Não era um casamento religioso, por isso eu podia entrar com os meus pais gays. Quando meus pais morreram, quando eu era mais nova, achei que nunca fosse capaz de ter uma família, mas logo conheci que foi inicialmente como um irmão mais velho, e depois veio , e eu tenho certeza que eles eram meus pais hoje, eles eram bem mais que isso, era tudo, eram minha família e nada mais justo que eles entrarem comigo na igreja agora que eu estava prestes a construir uma família com o amor da minha vida. Estavam todos lá... Amigos, conhecidos, parentes... estava ao lado do seu novo parceiro, Jack, ele sorria para mim e obviamente eles eram meus padrinhos. Estava Max com Johnny, é, eles parecem que tinham voltado e eu estava feliz por isso, e eles também eram meus padrinhos. Tinha Anny e seu querido marido ao lado dela, é Anny tinha encontrado boas pessoas em Las Vegas. E, por último, tinha mais um casal de padrinhos amigos de . Todos estavam lindo, mas meus olhos só iam para meu noivo. Aquele que ainda me fazia tremer, igualzinho ele tinha feito há doze anos... Ele ainda me encantava com aquele sorriso e aqueles olhos, ele era perfeito e ainda tinha vontade e desejo de tê-lo na minha cama, mas agora eu o teria todo dia (não que eu já não tivesse perto disso). e me entregaram para , que sorria. Ambos me deram um beijinho na testa e falaram que me amavam. Eu estava com medo. Muito medo.
- Bom, queridas pessoas, hoje estamos aqui para unir e , que se amam há tanto tempo... Agora, eu queria dizer que antes do tradicional aceito, eles vão falar seus votos de casamento. – Ele sorriu e eu falaria primeiro.
- , ou simplesmente , como eu gosto de te chamar. Eu queria dizer que estou completa e feliz porque agora o meu segredo tão secreto está se realizando. Estou finalmente me casando e eu estou casando com o amor da minha vida. – Eu o vi sorrir e derramar uma lágrima, eu sorri mais ainda. – Estou casando com um de meus melhores amigos, estou casando com o cara mais lindo e incrível que eu conheço. Bom, eu só quero dizer que, desde seu primeiro olhar para mim, eu quis ser sua, e hoje eu sou sua e só sua, de mais ninguém, então prometo tentar fazer você a pessoa mais feliz desse mundo, assim como você me faz; e eu prometo estar com você em todos os momentos. Eu te amo demais e estou feliz por estar começando minha vida com você – ele sorriu e me deu um selinho.
- , sua vez.
- E olha só isso. Aqui está você, parada na minha frente, com esse vestido branco maravilhoso e aqui estamos nós, parados diante de nossos amigos e familiares, e, veja só, este é o nosso casamento. – Eu sorri e comecei a derramar leves lágrimas. – Sim, eu estou emocionado. - Ele disse, derrubando algumas lágrimas. - Eu sempre ria da cara de todos os meus amigos que, um a um, foram se casando, para mim, eram todos otários. Olha quem é o otário agora? Mas, sabe, descobri uma coisa. Gosto de ser esse otário, pois não tem nada melhor, nada que me deixe mais feliz que levar essa vida de otário que estamos prestes a começar. – Eu dei um riso leve, mas meu choro aumentou. - Eu quero acordar ao teu lado todos os dias, quero te irritar até você me mandar longe, quero ver cada crise de ciúmes que você tem mesmo não querendo – ele sabia do meu ciúme possessivo e sabia que eu nunca queria admitir que tinha – e rir disso junto com você. Quero poder ter a nossa casa, aquela com a cerca branca, lembra? – Era óbvio que eu lembrava. - Ter nossos filhos correndo pela casa, subindo no sofá de pijamas para assistir desenho com a gente no sábado de manhã, porque é isso que fazemos no sábado de manhã. – Eu estava aos prantos e não podia conter mais meu choro. - Sei que nossa vida foi cheia de altos e baixos, você teve outras pessoas, eu tive hm... Algumas... Muitas. – Nós dois rimos de leve. - Enfim, ainda sim, eu não pude te esquecer jamais. Eu sempre quis você, sempre amei você desde a primeira vez que sorriu pra mim. – Exatamente no mesmo momento em que eu o amei. - E mesmo com todas as vezes que brigamos e nos separamos você nunca deixou de ser a minha gata. - Eu gostava de ser a gata dele. - Bem, hoje me torno um homem… Hoje me torno um marido… Hoje me torno responsável por alguém além de mim… Hoje me torno responsável por você, pelo nosso futuro, por todas as possibilidades que nosso casamento oferecer. Juntos não importa o que aconteça, eu estarei pronto… Para qualquer coisa… Para tudo. Para enfrentar a vida, enfrentar o amor, enfrentar as possibilidades e responsabilidades. Hoje, , nossa vida juntos começa. E mal posso esperar… Todo dia com você é uma aventura, e eu não posso acreditar no quão sortudo eu sou e não posso esperar por compartilhar minha vida com você, para sempre. – eu chorava e ele também, eu dei um sorriso e ele beijou minha testa.
- , você aceita como sua legítima esposa?
- Sim.
- , você aceita como seu legítimo esposo?
- Sim – eu disse, sorrindo, nós trocamos a aliança que um priminho de havia nos dado, ele deu um sorriso.
- Pode beijar a noiva – nem esperou e me deu aqueles beijos de cinema que só nós sabíamos dar... Mesmo depois de tanto tempo, não tínhamos perdido essa mania. Ouvimos todos aplaudir e eu olhei para , e , os três chorões da festa. Na verdade, tinha muito mais gente chorando, mas estes se superaram. beijou minha testa enquanto nós saímos do altar.
- Eu estou grávida – eu sussurrei e ele sorriu mais ainda, me pegando no colo e saindo comigo assim, enquanto eu ria e parava de chorar.

FIM



Nota da Autora: Bom, meus amorzinhos, a pedido de tantos eu escrevi minha parte dois e com o final feliz (o que não foi nada fácil) hahaha. Enfim, eu não tenho muito o que falar e eu espero que gostem, de verdade, eu queria agradecer por todo o carinho que vocês deram para mim, por todos os elogios, criticas e tudo mais... Continuem assim, eu não seria nada sem vocês leitoras.
Agora eu queria agradecer individualmente para cada pessoa.
Morgana: sem ela a fic não existiria, isso é um fato. Obrigada.
Lucy: olha só, a pessoa que me aturou a vida toda não só na hora de escrever, mas ajudou bastante aqui, e sem ela eu estaria numa completa confusão de como continuar isso.
Duda: minha querida e paciente amiga, eu a matei de curiosidade tantas vezes, mas eu espero que tenha valido a pena e obrigada de verdade.
Annie: obrigada por estar comigo desde que eu comecei a escrever, sério, é importante para mim.
Larys: obrigada também pela paciência e por tudo.
Nadya, Erica, Ananda e Rosa: obrigada por inspirarem alguns personagens meus.
E obrigada a todos.
Se quiser me achar para mais críticas ou elogios.
E-mail: natee.k3@gmail.com
Facebook: facebook.com/natalia.melloalbuquerque
Twitter: @naatem



Nota da Beta: Caso tenha algum erro nessa fanfic, não use a caixinha de comentários. Entre em contato comigo pelo twitter ou pelo e-mail. Obrigada. Xx
Quer saber quando essa fic irá atualizar? Fique de olho aqui.
Alguma pergunta? Faça aqui.

comments powered by Disqus