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Passage to Dream






Capítulo 1 - Embarcando


Jhessy, garota alta de 1,70 de altura, os cabelos morenos e compridos que batiam na sua cintura, a pele clara e delicada como a de um bebê e suas íris cor de mel que eram tão hipnotizantes quanto seus lábios carnudos e perfeitamente desenhados, estava rumo ao aeroporto com destino à “Cidade da rainha”: Londres - Inglaterra. Voltando para o mesmo lugar onde ocorreram inúmeras coisas em sua vida, o lugar onde conheceu seu primeiro amor, primeiro beijo, o lugar onde conheceu sua nova “família” e a perdera ao mesmo tempo.
Dois anos longe disso, tudo pareceu uma eternidade para ela. Só de pensar que logo logo estaria nos braços de seu pai que beirava nos seus 45 anos, sendo sua modelo provisória, caçoaria de seu meio irmão Matthew, que fazia suas piadas sonsas, disputava o banheiro com ela e a forma como arrumava seu cabelo loiro num topete que nunca ficava da forma que desejava, e veria sua melhor amiga considerada irmã de novo, sentia seu coração inflar de ansiedade. Mal poderia esperar.
Faltavam minutos para seu vôo ser anunciado. Enquanto aguardava, estava entretida lendo seu livro preferido, “Deixe a neve cair”, do John Green, e tomando um café “barato” do aeroporto sentada nas mesinhas ao lado do Starbucks. Olhou para seu relogio de pulso e arregalou os olhos sentindo sua garganta queimar por ter engolido o café quente de uma vez no susto. Estava tão desligada do mundo real que nem percebera que faltava apenas cinco minutos para o portão de embarque fechar. Colocou o livro de qualquer forma dentro da sua bolsa de couro e apertando a bolsa contra o corpo segurando firme o café na sua outra mão, corria numa velocidade controlada para não esbarrar em alguém e parecer uma maluca.
Chegou no portão e avistou a mulher pegando a passagem de uma mulher negra com seu filho pequeno segurando sua mão. Suspirou aliviada e andou rápido entregando também sua passagem. Tomou o ultimo góle do café, que já não se encontrava mais com um sabor bom, e embarcou.
Respirou fundo e suspirou pela milésima vez, cansada, já no seu devido lugar no avião, e encostou a cabeça na janelinha esperando com que decolasse. Jhessy não gostava nem um pouco de aviões, sempre sentia calafrios e frio na barriga, ainda mais quando havia aquelas turbulências que davam a sensação de que iria cair. Ela sentara com a mesma mulher que vira no portão ha segundos atrás e sua criança de mais ou menos 8 anos sentada no banco do meio, brincando com dois bonequinhos e fazendo barulhos com a boca, simulando socos e chutes. Mantinha seus olhos fixos na janela e assim que aquele enorme avião saiu do chão, soltou um sorriso vendo aquelas pessoas, prédios e carros diminuírem conforme o avião subia e dava a vista do sol se pôr lentamente.
Aquela criança era terrível, não parava quieta um segundo sequer, ficava cutucando a mãe e chorando, dizendo que estava com fome, tirando a paciência de qualquer um que estava ao redor, incluindo Jhessy. O máximo que pôde fazer foi colocar seus inseparáveis fones de ouvido e tentar dormir ao som de McFly antes que tomasse atitude e fizesse aquela criança irritante parar de chorar e espernear à força.
O vôo demorou por volta de 3 horas. Quando chegou no aeroporto londrino já era noite, passou na esteira para pegar suas malas e saiu à procura de seu pai e seu irmão. Não foi tão difícil de encontrá-los, já que seu pai, que vestia uma das suas amadas camisa Polo, cabelos negros assim como o da filha e seu rosto sempre sorrindo, mas que no fundo se percebia que estava cansado de tanto trabalhar, desejando dormir o dia inteiro, leves marcas de expressão, segurava um cartaz médio escrito “Welcome, Little Pearl” bem grande, apelido que seu pai usava desde que era muito pequena. Com um sorriso de orelha a orelha, correu até eles – mesmo com as malas quase caindo –, pulou nos braços do pai, que a agarrou com força.
Matthew não estava só, Carter, seu melhor amigo de infância desde que chegara a Londres quando menor, estava ali plantado ao seu lado com as mãos nos bolsos como sempre, na sua pose de garanhão. Os dois sem hesitar pularam em cima dela num abraço todo embolado fazendo com que as pessoas naquele lugar os olhassem estranho.
- E não é que o tampinha cresceu e parece mais homem? - disse, irônica, fazendo cara de surpresa, olhando Matthew de cima a baixo.
- E não é que continua a mesma tonta de sempre? – retrucou no mesmo tom, rindo. Mostrou a língua entregando suas malas a ele e foram em direção ao estacionamento. Jhessy caminhava mais à frente com seu pai, abraçando-o de lado.
- Ela não é a mesma tonta de sempre... - Carter disse, pensativo. – Deve ter piorado com o passar do tempo! – continuou, tirando risadas de Matthew e John, pai de Jhessy.
- Muito engraçado. Não aguento mais rir, preciso de ar. – ela respondeu irônica entrando no carro. – Então, como estão? Senti tanta falta!
- Também sentimos querida, não via a hora desse dia chegar logo e poder ver minha garota novamente! – John disse, sorrindo, dando um beijo no rosto da filha, colocou a chave na ignição e deu a partida.
- Deyse estava louca pra vir, mas do nada perdeu a vontade e disse que veria você amanhã... – Carter disse, intercalando o olhar entre Amanda e Matthew de uma forma suspeita. Matt apenas virou a cara e fitou as ruas. A garota estranhou essa atitude do irmão. Alguma coisa acontecera ou estava acontecendo e ela sabia que ninguém iria contar a ela tão fácil. Deu de ombros e suspirou, sentindo falta da sua melhor amiga.
Deyse era considerada irmã para Amanda. Eram amigas desde que se conheciam por gente, desde pequenas sempre andavam juntas e brincavam. Passaram por tudo juntas: brigas, amores platônicos e não correspondidos, risadas e sofrimentos - até ficar com o mesmo garoto elas ficaram. Ah, como sentia falta.
- Infelizmente não vou passar esse fim de semana com você, filha. Vou viajar e volto no próximo. Consegui uma promoção no trabalho, então não posso disperdiçar. Sabe como é. - respondeu John, sorrindo de canto, se sentindo mal por não poder ser tão presente na vida dos filhos.
Ele era um grande fotógrafo, então sempre viajava a trabalho. Mesmo que quase não ficasse na presença dos filhos, ele se esforçava muito para dar o melhor a eles. É claro que John sempre se sentira mal por não poder dar tanta atenção aos dois, mas o que ele podia fazer? E era dessa determinação que Jhessy tanto se orgulhava e esperava um dia se espelhar no empenho do pai.
- Sério? Isso é ótimo, pai! – ele sorriu, encorajando-o. - E com quem vamos ficar quando você for? – inquiriu a garota.
Como Matthew era seu meio irmão, John casara pela segunda vez. John era pai biológico de Jhessy e padrasto de Matt. A mãe do garoto faleceu quando tinham seus 11 anos, a fase onde tudo na nossa mente começa a entrar na realidade do mundo, a enxergar claramente como é lá fora. A perda fora realmente difícil de se aceitar e acreditar que num dia a jovem moça que os dava tanto amor estava sorrindo e no outro já estava num sono profundo e eles não a veriam nunca mais, a não ser nas lembranças.
John – se parar para perceber – nunca fora tão bom em relacionamentos. Jhessy sempre torcera para que algum dia ele pudesse seguir sua vida novamente como antes, mas isso era tudo questão de escolha e tempo.
- Acho que vocês ja sabem se virar sozinhos, não é? Jhessy, você já tem 18 anos, já sabe cuidar da própria vida. – respondeu, John.
Jhessy virou seu corpo para trás para olhar Matt, ele a olhou com um sorriso malicioso enquanto Carter ria, tendo o mesmo pensamento que o amigo, fazendo-a rir também. Não iria dar muito certo essa ideia. 18 anos, okay. Idade é apenas número, o que cresce ou deixa de crescer na verdade é a conciência e a mente.
- “O importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre” – Matthew disse depois de um longo silêncio no carro, recebendo olhares confusos.
- O que quer dizer com isso? – perguntou Carter por todos.
- Nada, só achei que seria legal uma frase de efeito depois de um silêncio porque “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” – Citou mais uma vez com voz de filósofo.
- Cala a boca, Matt!

*Frases de - Waldemar Valle Martins e Albert Einstein*


Continua...



Nota da autora: Sem nota.




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