Escrita por: Raphaella R.
Betada por: Natacha Mendes




Meu destino não é de ninguém



Mais um pouco e eu iria conseguir quebrar a lapiseira em minha mão. Maldito exercício de cálculo! Por favor, alguém me responda porquê fui escolher cursar física? Isso era do demônio! A ponta do grafite quebrou mais uma vez, e isso me fez soltar um grito de raiva e jogar aquela porcaria longe. Passei a mão em meus cabelos, completamente irritada. Isso tudo era culpa do ! Eu não conseguia me concentrar na merda da lição e, sim, era mesmo culpa dele, pois a nossa última briga tinha me tirado do sério, e sempre quando acontece, eu não consigo nem decidir se quero refrigerante de maçã ou de cereja.
Levantei da cadeira e caminhei até a janela, a abrindo e deixando que o ar frio da noite entrasse. O campus estava vazio, e com razão, quem em sã consciência ficaria estudando em pleno sábado? Certeza que todos os alunos deveriam estar em uma festa de fraternidade, e o deveria estar lá, bebendo e agarrando alguma vadia qualquer. Esse pensamento me fez querer socar ele. Pensei em pegar o celular e ligar, mas não iria lhe dar esse gostinho, até porque eu tinha desligado o aparelho para que ele mesmo não conseguisse falar comigo.
Alguém bateu na porta, isso me fez dar um pequeno pulo de susto, pois estava tão distraída que qualquer coisa mesmo me assustaria. Em apenas quatro passos eu já estava de frente para a porta e olhando pelo seu olho mágico. Uni as sobrancelhas ao ver quem estava ali e achei estranho o porteiro ter deixado ele passar sem ao menos me informar que o tal estava querendo entrar no campus. Dei de ombros e destranquei a porta a abrindo e dando passagem para Alex entrar, que fez o mesmo quase me atropelando.
– Hey, cara. – reclamei e bati a porta, mas assim que me virei, meu rosto foi tomado pelas suas mãos e meus lábios foram tomados pelos dele. Por ora retribui o beijo, mas depois logo nos separei quando meu corpo foi encostado contra a parede. – Boa noite para você também. – ele deu um sorriso sem a menor graça.
– Desculpe. – pediu, se afastando e sentando-se na minha cama.
– Ok, mas o que está pegando para você aparecer aqui sem avisar? – me sentei ao seu lado e cruzei as pernas sobre a cama.
– Eu tentei, mas seu celular está desligado. – rebateu, nervoso. – Enfim, precisava de você.
– Certo, essa piada está velha. Me deixei adivinhar, você e o Patrick brigaram. – sim, ele namorava meu amigo de colegial. Eles dois sempre brigavam e quando isso acontecia, Alex vinha atrás de mim para afogar suas mágoas. Ele concordou repousando seus cotovelos sobre seus joelhos. – Ponto! Agora vou chutar o motivo. Ciúmes!
– Errou. – uni as sobrancelhas. – Dessa vez foi por eu não ter coragem de assumir a verdade. – revirei os olhos. – E isso foi porque minha mãe perguntou se eu pretendia casar logo contigo, bem na frente dele.
– É, essa fachada está começando a ficar difícil para nós. – suspirei, preocupada. – Você poderia arranjar uma “namorada” nova. – sugeri.
– Não ferra, né! Eu gosto de você, sabe disso, não te trocaria por outra garota nem por brincadeira. – me olhou e depois voltou a encarar o carpete verde do meu quarto. – E, cara, é tão difícil isso tudo, queria apenas ter coragem para contar tudo para meus pais.
– Claro, depois aguarde eles te queimarem vivo em plena praça pública. Seu pai vem de uma família de militares e sua mãe, bem, ela é do tipo bem convencional, então acho que contar a verdade te custaria uma arcada dentária nova, no mínimo, embora eu ache que seria melhor se eles soubessem de tudo, mas não vai rolar mesmo. – me joguei de lado na cama e fiquei olhando para o teto.
– Muito animador isso que me acabou de dizer. – também jogou seu corpo para trás, deitando bem ao meu lado. – Queria que você fosse a resposta dos meus problemas. – o encarei. – Seria tão mais fácil. – dei um sorriso, mas ele logo desapareceu. – Por que seu celular está desligado?
– Briguei com o . – suspirei e fechei os olhos. – Ele é um babaca.
– Me conte algo que ainda não sei. Mas o que aconteceu dessa vez? – senti as pontas de seus dedos acariciando minha bochecha.
– Você aconteceu. não entende o motivo do nosso namoro, e nem é para entender mesmo, mas ele vivi dizendo que é para eu terminar contigo e bla bla bla. Já conhece a história, né? – senti Alex se remexer na cama e abri os olhos para ver o que ele estava fazendo.
– Desculpe estar te causando problemas. – ele dizia, debruçado sobre seu cotovelo e curvado sobre meu corpo. – Estou empatando a sua vida. Acho melhor nós... – não deixei que terminasse sua frase, pois coloquei o meu indicador sobre seus lábios.
– Não ouse dizer isso, entendeu? Nunca mais! Se for para terminarmos, será para que você fique com o Patrick, o resto é o resto, e eu me viro com o . Sempre foi assim e isso não vai mudar agora. – Alex me beijou.
Logo depois repousei a cabeça em seu peito e fiquei ali, apenas escutando seus batimentos cardíacos. Como seria bom se nós fossemos mesmo um casal de verdade, não teria sofrimento e nem brigas, tudo pareceria tão certo, seríamos mesmo perfeitos juntos. Mas não era assim, tínhamos que nos apaixonar pelas pessoas erradas e com isso fazer as escolhas mais difíceis ainda, as erradas, mas dessa vez poderia ser diferente, quem sabe eu conseguisse dar um fim nisso, um fim de verdade, de uma vez por todas, só acho que isso seria um sonho difícil demais de se realizar, não custa apenas sonhar.

Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro



Sai do quarto querendo bater a porta atrás de mim, mas não permitiu, a segurando e me segurando. Fui andando pelo corredor da fraternidade me escorando pelas paredes, enquanto tentava calçar meu tênis de bota, não parava de falar na minha cabeça e ainda não queria me deixar ir embora. Desviei dele pela terceira vez, ou quarta, não cheguei a contar, e desci as escadas. Olhei para os lados em busca de qualquer camisa, pois o ogro tinha rasgado a minha e eu estava só de sutiã no meio de uma casa só de homens. Pude ouvir alguns assoviando e outros gritando, sacaneando mesmo, e isso deixou bem irritado, o que o fez mandar alguns calarem a boca. Encontrei uma blusa social de botão preta, estava jogada no chão, me abaixei e peguei, cheirando a peça para ver se estava pelo menos usável e, sim, cheirava a perfume masculino. A vesti e amarrei sua barra bem acima do meu umbigo, tudo isso sem parar de andar em nenhum momento, queria dar logo o fora dali. Passei a mão em meus cabelos, os jogando para trás, fazendo um rabo de cavalo e depois o enrolando, formando um coque e prendendo com seus próprios fios. Meu braço foi puxado com brutalidade quando eu estava me aproximando da porta.
, para de me ignorar! – falou, me fazendo virar e encará-lo. – Vai ficar toda estressada só porque falei do seu viadinho?
– Vai se ferrar! Ele é meu namorado! – gritei de volta. – E esse é um dos motivos de eu continuar com o Alex. Ele pelo menos tem educação e me respeita. – me virei para ir embora, mas deu a volta e bloqueou minha passagem. – Sai da minha frente, ! – minha mão se fechou com força.
– Está falando que eu não te respeito? – perguntou, irritado.
– Ah, cale a boca e sai daí! Tenho uma festa para ir. – tentei desviar dele, mas ele não deixou.
– Você não vai naquela festa de gente drogada. – ergui uma sobrancelha.
– Pelo amor de Deus, é apenas um luau na praia. – rebati. – E bem, tenho que ganhar dinheiro de algum jeito. – sorri, e isso o fez ficar mais irritado ainda. – Ih, , larga de ser careta, é só maconha e cocaína.
– Só?! Ainda fala isso com a maior naturalidade que existe. Isso é tráfico! – revirei os olhos e bufei.
– Não, isso é comercialização. Eu tenho o que eles querem, e eles têm o que eu quero, dinheiro. – respondi, ficando na ponta dos pés para poder alcançar seus lábios. – E quem sabe por um pouco de sorte arranjo algum playboy rico que me pague um jantar em algum restaurante chique. – mencionei em beijá-lo, mas recuei. – Ah, sim, não preciso disso, tenho o Alexander. – dei uma piscadinha. – Agora sai da minha frente.
– Vai, pode ir, engole essa bosta de namorado que você tem, mas depois não venha implorando para que eu te foda gostoso. – minha mão fechada atingiu com força seu rosto.
– Vá pro inferno. – desviei dele e sai da casa já puxando a chave da minha BMW do bolso e desarmando o alarme.
Entrei em meu carro e abri o porta luvas, me certificando que minha mercadoria estava ali. Por fim, dei a partida e fui para a festa na praia. A raiva me fazia pisar mais fundo no acelerador. Odiava esses tipos de briga com o , o pior é que era sempre a mesma coisa, brigávamos e depois um ia atrás do outro, não iria demorar muito para que ele tentasse me ligar, ou até eu mesma não me aguentasse e mandasse uma mensagem, mas não, dessa vez iria ser diferente. Puxei meu celular do bolso e desliguei o aparelho, depois o joguei no banco do carona. Já estava farta de tudo isso e agora só pedia um sinal, qualquer um que fosse, para que eu tomasse a decisão certa a fazer. Liguei o rádio e passei o dedo lentamente no volume, o aumentando até não dar mais. A música alta me fazia pensar melhor, talvez com mais clareza, quem sabe. Queria só minhas respostas de volta.
Estacionei o carro em cima da calçada de qualquer maneira e sai dele. Soltei o coque mal feito e caminhei em direção da praia, sem olhar para os lados ao atravessar a rua. Pude ouvir uma freada brusca, mas nem isso me fez andar mais rápido, apenas olhar para o lado e ver o veículo parando para que não me atropelasse, aquilo atraiu atenção das pessoas que estavam ali por perto. Assim que pisei na areia, o cara se mandou, pois não tinha lhe dado ouvidos. A fogueira estava alta, as pessoas conversavam e bebiam em volta dela. Algumas eu já conheciam e outras não fazia a menor ideia de onde tinham saído. Fui até o isopor e peguei uma cerveja. Parei na frente do fogo e fiquei ali, pensando em toda a minha vida até aquele momento. Por mais que eu quisesse me libertar, eu sempre voltava ao mesmo ponto. Drogas e . Aquilo já estava me cansando. Senti um par de mãos seguraram minha cintura com delicadeza, olhei para baixo, já pensando quem poderia ser, mas não, não era as mãos de . Nela tinha alguns anéis grossos, um deles tinha uma pedra grande que me parecia verde, em seu pulso uma fina pulseira de couro e no outro um relógio bem bruto.
– Ouço sua voz todos os dias quando durmo. – aquilo me fez ficar toda arrepiada. Não, não podia ser, aquela voz, eu a conhecia muito bem e fazia anos que não a escutava, na verdade, pensei até que tinha esquecido o som dela. – E você não estava lá comigo. – meu coração ficou acelerado, não sabia se era por medo ou emoção, talvez fosse um misto. – Não sabe como foi difícil te encontrar. – engoli em seco. Tinha medo de me virar e perceber que eu estava apenas delirando, que estivesse escutando coisas. Fechei os olhos e tentei respirar, mas foi em vão, ainda podia sentir suas mãos em minha cintura. – Me perguntei todas as noites se ainda pensava em mim, como eu pensava em você. – Chega! Me virei. Sim, era ele, o homem que me fez ser quem eu era hoje.
– Todos os dias. – respondi, encarnado aqueles maravilhosos olhos azuis. – Jared. – sussurrei. – Você está morto. – soltei a garrafa de cerveja para poder tocar seu rosto com as duas mãos. Era impressionante como ele estava do mesmo jeito que eu me lembrava, a não ser pelo seu cabelo mais comprido e claro, e sua barba por fazer. Jared continuava lindo como sempre foi.
– Pareço estar morto? – deu um sorriso e ele olhava de volta, reparando em todos os detalhes. Eu fazia o mesmo sem conseguir acreditar no que estava vendo, era ele mesmo, Jared estava ali. Meus olhos marejaram até que envolvi seu pescoço em um abraço apertado. – Minha gostosa. – ele me apertou contra seu corpo. – Senti tanto sua falta.
– Eu também, não sabe o quanto. – minha voz saiu abafada por estar contra seu ombro. Nossa, seu perfume era o mesmo. – Me diz que isso é verdade, que você está mesmo aqui. Eu preciso que seja. – aquilo era uma súplica. Nunca pensei que um dia o veria novamente.
– Estou aqui. – me afastou um pouco. – Você está mais linda do que me lembrava. – deu um sorriso largo. Senti uma lágrima escorrendo pela minha bochecha, e ele a enxugou. – Posso te beijar? – perguntou, segurando a lateral de meu rosto. Apenas concordei com a cabeça.
Ele veio se aproximando lentamente, sua respiração batendo contra a minha, incerto, olhando meus lábios e depois meus olhos. Jared ansiava por aquilo tanto quanto eu. Fechei os olhos antes de sentir a sua boca na minha. Me senti entorpecida quando seus lábios tocaram aos meus, tinha me esquecido completamente de como eles eram macios e tinham um gosto bom, oh, aquele gosto, esse sim eu lembrava e amava. Sua mão foi deslizando vagarosamente até os cabelos da minha nuca, fazendo um carinho gostoso ali. Meus braços se fecharam mais ainda ao redor de seu pescoço, o puxando para mais perto. Seu braço enlaçou minha cintura, acabando de unir nossos corpos. Aquele beijo era maravilhoso, a forma que me beijava me fazia ficar mole, me fazia sentir especial, me fazia sentir uma mulher, era diferente de qualquer outro beijo. Afinal, era o Leto, o primeiro homem que eu amei, e mesmo depois de tudo o que passamos juntos, nada mudava, pois ele sempre esteve lá nas minhas noites mais escuras, no dia mais difícil, me fez lutar e eu amava isso. Paramos de nos beijar e um ficou olhando para o outro por um breve momento, depois Jared me soltou, mesmo que eu tivesse sido relutante a isso. Ele se ajoelhou, uni as sobrancelhas achando aquilo estranho.
, me perdoe por tudo que te causei? – abri a boca assustada com a pergunta. – Me perdoe por ter sido um cara que não mereceu seu amor e acima de tudo, me perdoe por aquela noite. – tentei fazer com que ele se levantasse daquela areia, mas foi inútil.
– Levanta, Jared. – rosnei entre os dentes. As pessoas estavam nos olhando, mas ele continuou onde estava. – Para de palhaçada.
– Não é palhaçada, é o que eu estava tentando fazer durante todos esses anos, te encontrar para poder ter o seu perdão. – seus olhos azuis me olhavam fixamente. Jared sempre foi um bom mentiroso, mas não sei porque, aquilo parecia verdade.
– Ok, ok, levanta agora. – tentei mais uma vez puxá-lo para cima.
– É sério, . Me perdoe. – pediu mais uma vez.
– Não sou Deus para te perdoar, quem tem que fazer isso é você mesmo, mas, sim, eu te desculpo. Bem, já desculpei há muito tempo. – só assim ele se levantou. Olhares estavam sobre nós como se Jared tivesse me pedido em casamento. – Vamos sair daqui. – segurei em sua mão e sai o puxando em direção ao meu carro.
Paramos na frente dele, então me sentei no capo, o puxando para perto.
– Então, me conte como está sua vida? – perguntou, colocando uma mecha de meu cabelo para trás da minha orelha, se encaixando entre minhas pernas. – Aposto que deve ter sido entediante.
– É, um pouco. – sorri. – Sabe como é, você se apaixona pela pessoa errada e sua vida vira uma grande bosta por isso. Estou sobrevivendo, mas não quer dizer que eu esteja feliz. – ergui uma sobrancelha.
– E quem é o babaca da vez? – quis saber, alisando minha coxa exposta pelo short curto.
– Um menino que conheci enquanto ainda estava na escola. – dei de ombros. – Desde então estamos em um rolo sem fim de briga e pegação. – abaixei a cabeça. – É uma merda.
– Hey. – ele segurou meu queixo e me fez erguer a cabeça. – Cadê a garota que eu deixei há sete anos? – encarei seu rosto. – Vai deixar mesmo um idiota quebrar seu coração? E tudo que eu te ensinei? Hum? Para que serviu?
– Deixa isso para lá, Jar. – virei a cara para o lado. – Eu só queria sumir. – suspirei e fechei os olhos.
– Ok, faça isso, mas antes, termine tudo com ele e venha comigo. – o encarei sem acreditar na proposta indecente. – O que você acha? – aproximou seu rosto do meu. – Apenas nós dois, como sempre deveria ter sido.
– Você me traiu. – respondi me afastando um pouco. – O que tornaria isso diferente?
– Exatamente tudo. Sabe por quê? – neguei com a cabeça. – Pois me arrependi de verdade do que aconteceu e eu vim atrás da mulher que sempre amei para começarmos novamente, da forma certa dessa vez. Você me conhece, sabe que nunca volto atrás com nada, então acha mesmo que me daria ao trabalho de vir atrás de qualquer uma? Pois poderia muito bem arrumar alguma vadia por ai, mas não, quero você, que sei que vai estar ao meu lado. – beijou o canto da minha boca. – Que me faz sorrir e que não se importa com quem sou. – fechei os olhos. – Vamos embora, para um lugar que ninguém mais possa nos encontrar. – sorri ao imaginar nós dois juntos novamente, seria um sonho.
– Sem roubo e drogas? – perguntei, e ele demorou um pouco para responder.
– Qualquer coisa que queira. – seus lábios passaram sobre os meus. – E não estou mentindo dessa vez. – guiou minha mão até seu peito por cima da fina malha de sua regata.
– Seus truques não me enganam. – eu ri. – Você me faria feliz?
– A mais de todo o mundo. – mordiscou minha boca. – Sem brigas e traições. Se quiser vou até a casa dos seus pais falar com eles.
– Diria o quê? Que está levando sua filha para longe? – brinquei.
– Não, pediria sua mão em casamento. – me deu um selinho. – E se ele dissesse não, eu iria conquistar a confiança do velho e provaria que sou bom para a filha linda que ele tem. – foi descendo os beijos por meu pescoço. – Falaria o quanto maravilhosa ela é e como mudou minha vida, a tornando doce. – ri daquilo. – Só não diria que é gostosa na frente dele. – soltou uma risada contra meu pescoço.
– E viveríamos como? Em um chalé nas montanhas? – sugeri.
– Se é isso que quer. – me apertou. – Poderia ser em uma casa na praia, eu ensinaria as crianças a surfarem.
– Mas você não sabe surfar. – rebati, dando um tapinha em seu ombro.
– Iria aprender por vocês. – alisou meu rosto. – O que acha?
– Acho maravilhoso. Mas teríamos que ficar sempre nos escondendo. – falei, um pouco triste. – Para você estar aqui, quer dizer que a polícia deve estar te procurando.
– Errada. Quem você acha que falou tudo para a polícia sobre o Jack? Comprei meu passe, cumpri minha pena e agora estou livre. – explicou. Uni as sobrancelhas.
– Eu vi você morto. – respondi, tentando entender como ele estaria ali.
– Não viu. O tiro pegou em minha clavícula. – puxou um pouco a gola de sua regata mostrando o lugar atingido. – Eu desmaiei, só isso. – passou a mão em meu ombro. – E isso aqui? Posso saber como a senhorita arranjou?
– Digamos que me envolvi um pouco demais com certas coisas que não deveria. – coloquei a mão em sua nuca. – Por que ninguém me disse que você estava vivo?
– Porque eu pedi, fui um babaca contigo e você merecia coisa melhor, mas acabei percebendo que não consigo viver, preciso de você. – me beijou.
– Mas se eu não quiser? – disse, séria, mas estava brincando. – Sabe, tenho toda uma vida, um cara por quem sou apaixonada e estou fazendo faculdade.
– Vou entender, só que vou querer estar sempre ao seu lado, cuidando de você. – afagou meus cabelos. – Acho que ainda não entendeu que te amo.
– Então vamos fazer diferente. Fique até que eu termine a faculdade e vamos vendo no que vai dar. – sugeri. – Por mais que eu queira sumir, ainda tenho meus compromissos e não posso jogar tudo para o alto.
– Tudo bem, eu fico. Posso arrumar um emprego de mecânico, ou melhor, tenho um dinheiro guardado mesmo, posso abrir uma oficina. O que acha? – ele estava animado.
– Perfeito. Faria isso mesmo por mim? – Jared concordou com a cabeça. – E conversaria com meu pai?
– É claro, por que não? Podemos até virar amigos. Espera, seu pai não era... – o interrompi.
– Muita coisa muda. – sorri. – Ele mudou, e estamos morando juntos agora, em uma casa nossa. Espera, a Lais sabe que você está vivo? – seus olhos azuis se arregalaram um pouco ao escutar o nome da menina.
– Como você sabe dela? – ficou curioso.
– Sei de muita coisa, não importa, mas pelo jeito não, então acho melhor o senhor ir se preparando. – alisei seu peito. – Sem mentiras dessa vez.
– Está bem. – mordeu meu pescoço. – De quem é essa camisa?
– Não sei bem, por quê? – se afastou um pouco.
– Tem cheiro de perfume masculino. – ele a olhou. – Essa merda é muito feia. Tira isso. – comecei a rir.
– Ai vou ficar só de sutiã. – ergui uma sobrancelha.
– É bom, quanto menos roupa, melhor. – mordeu minha orelha.
Seus beijos foram descendo, até tomar meus lábios. Segurei sua nuca com força e a apertei um pouco. Nos separamos, e o puxei para dentro de meu carro. Dirigi até minha faculdade, bem, tentei, já que Jared estava me provocando, alisando minha coxa, falando besteiras em meu ouvido e tudo mais. Assim que chegamos, o puxei para fora, entramos pelas escadas dos fundos, a de emergência. Começamos a nos pegar antes mesmo de chegar no andar do meu dormitório. Ele prensou meu corpo contra a parede e começou a beijar meu pescoço, dando um chupão na região mais sensível. Sorri com aquilo, era bom, e eu tinha saudade dele tocando em meu corpo. Meus dedos se entrelaçavam em seus cabelos compridos, então os puxei com força e o beijei, suguei sua língua, depois mordi seu lábio inferior com força. Jared soltou um gemido safado e agarrou minha cintura com mais força, sumindo sua mão por debaixo da minha camisa e apertando meu peito por cima de meu sutiã de bojo, logo elas foram para trás e soltaram seu fecho, fazendo a peça ficar solta. Passei a mão em seu membro por cima do jeans grosso de sua calça, o que fez com que ele mordesse meu ombro que já estava desnudo. Puxei o botão, depois abaixei o zíper e driblei sua cueca, por fim, toquei onde tanto queria, comecei a masturbá-lo rapidamente, o fazendo gemer com meus movimentos, e aquilo estava me deixando excitada, molhada e com um fogo que não sentia a muito, muito tempo mesmo.
Segurei em seu ombro, enquanto sentia seus lábios em mim. Os botões de minha camisa foram abertos, um por um, e meu sutiã foi levantado, suspirei quando seus lábios tocaram a pele sensível de meus seios. Mordi meu lábio inferior e soltei um pequeno gemido. Até que fui virada de costas, e Jared me prendeu com seu corpo. Empinei minha bunda contra seu membro enrijecido, então ele a apertou e foi passando a mão pela minha coxa, subindo até o cós de meu short, que estava folgado, e com isso, Jar meteu a mão por dentro dele e por debaixo da minha calcinha. Soltei um gemido quando tocou meu clitóris e começou a massageá-lo, sua outra mão apertava meu peito e brincava com seu bico. De forma involuntária, comecei a rebolar, esfregando minhas nádegas em seu pinto, que pude sentir mais duro que antes. Ele sussurrava em meu ouvido, me mandado gemer mais alto, mas me contive, então seu dedo aumentou a pressão, indo mais forte e rápido. Estatelei minhas duas mãos na parede, na altura de meu rosto. Leto segurou meu cabelo e o puxou, deixando meu pescoço exposto, o beijando e chupando-o. Eu só conseguia pedir por mais, mas ele mão me obedecia, me deixando mais sedenta ainda. Abri meu short e abaixei a parte de trás, para poder sentir melhor ele, e Jared fez o mesmo, mas abaixou até sua cueca, agora esfregando seu membro entre meus glúteos.
Cara, aquilo era muito bom. Mas ele não parou e agora descia seu dedo, me penetrando com ele. Nossa, eu estava muito molhada. Mordeu minha orelha, depois passou os dentes pelo lóbulo. Minha calcinha foi puxada lentamente para baixo, e seu dedo saiu de mim completamente melado e deslizou até a parte de trás, entrou ali também. Soltei um pequeno gemido com aquilo e empurrei ainda mais minha bunda, querendo por mais, então ele enfiou mais um e foi fundo, gemi mais alto, seus dedos saíram e foram para frente, alisando meu clitóris e depois desceu mais um pouco, rodeando minha entrada molhada, brincando com ela, mas não me penetrou. Peguei sua mão e o forcei a fazer aquilo, e que fosse forte. Só ai que Jar me obedeceu, dando estancadas brutas, me deixando ainda mais excitada e molhada. Voltei a estatelar minha mão na parede, gemendo com seus movimentos, ele não parava e eu só queria mais e mais, poderíamos ficar ali a noite toda com aquilo que não iria me cansar. Novamente seus dedos saíram de dentro de mim, mais ensopados que antes, e passaram em meu anel, bem lentamente, me deixando com tesão. Soltei um gemido alto quando de repente ele me penetrou com seu pau que estava extremamente duro, me pegando completamente de surpresa. Sua mão apertou meu peito com força e ele gemeu de um jeito gostoso em meu ouvido. Seus dedos percorreram pela minha bunda, passando pelo meu quadril e desceram para minha virilha, voltando a tocar meu clitóris que estava mais sensível que antes. Jared começou a estancar de leve, devagar para que eu fosse me acostumando com ele dentro de mim. Estava doendo um pouco, mas o prazer que estava sentindo era maior, e outra, não era a minha primeira vez.
Seus dedos não paravam de massagear meu clitóris, o que me fazia ficar com mais tesão ainda, além dele estar entrando e saindo de mim de um jeito tão gostoso. Meu gemido ia se misturando com o dele e ecoando pelas escadas acima. Meu corpo estava suado por causa do calor do verão e pelo tesão que subia e deixava tudo ainda mais quente. Sua testa encostou em meu ombro, enquanto eu empinava ainda mais minha bunda para trás e suas estancadas iam ficando mais rápidas. Comecei a sentir que iria ter um orgasmo, então mordi meu lábio inferior, gemendo mais e mais, pedindo que fosse mais fundo. Podia sentir as gotas de suor descendo entre meus peitos e pelas costas. Joguei minha cabeça para trás, finalmente me desfiz, sentindo minhas pernas ficaram um pouco bambas.
Encostei meu rosto na parede gelada, respirando lentamente, enquanto Jared ia cada vez mais rápido, até que gozou dentro de mim. Puxei meu short junto com minha calcinha para cima e me joguei sentada na escada, praticamente deitando nela. Estava ofegante e com um sorriso idiota nos lábios.
– É impressionante como você sempre consegue me tirar o fôlego. – falei, colocando o antebraço sobre meu rosto.

Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende



Abri os olhos me deparando com o teto do meu quarto do dormitório. Alex estava dormindo e abraçado comigo, com seu rosto afundado em minha nuca. Ele parecia um bebê. Levantei sem acordá-lo e peguei as chaves do meu carro, meu celular e sai. Precisava de uma vez por todas dar um fim em meu relacionamento com , não podemos ficar nesse vai e volta para sempre. Com aquele idiota sempre me fazendo de palhaça, quando bem entendia. Desci pelas escadas de emergência lembrando de meu sonho, tinha que parar de ficar pensando tanto no Jared, ele estava morto e eu tinha que aceitar esse fato, mesmo depois de tantos anos. Prendi meu cabelo com o elástico que estava em meu pulso, sentindo o calor subir pela minha nuca, apenas por lembrar do que tinha feio naquelas escadas, bem, não era real, mas foi bom! Sai do prédio e já desarmei o alarme da minha BMW, entrando logo depois. Já estava bem tarde, mas duvido muito que esteja dormindo, com certeza deve estar festejando em sua fraternidade, pois os caras de lá sempre faziam isso nos finais de semana.
Dirigi até a residência e parei na primeira vaga que consegui, que ficava a uns três quarteirões, pois era carro que não acabava mais. Caminhei meio apressada pela calçada até chegar na frente da enorme casa. Tinha até gente transando no gramado, aquele lugar estava um tremendo caos. As pessoas já estavam mais do que bêbadas e já era esperado encontrar em estado de coma alcoólico. Passei pela cozinha e as salas que ficavam no primeiro andar, mas nem sinal dele. Então subi para os quartos, Deus queira que eu não o pegue com outra! Fui direto para o seu quarto e abri a porta em um impulso, mas estava vazio, olhei para o banheiro, que estava com a luz ligada e com a porta entreaberta. A música estava alta demais do lado de fora para que eu conseguisse ouvir algum ruído. Olhei pela fenda e vi e, sim, ele estava com uma garota, e ela estava sentada sobre a pia. Fechei os olhos e respirei fundo, me controlando para não quebrar tudo. Olhei mais uma vez pela fresta, e eles estavam transando. Dei um bicudo na porta, o que atraiu a atenção dos dois. me olhou como se eu fosse o próprio Satanás bem ali na sua frente e agora já puxava sua bermuda para cima.
– Não, podem ficar do jeito que estão. – levantei a mão fazendo sinal para que parassem. – Eu só vim aqui... – dei um sorriso sem vontade e neguei com a cabeça. – dizer que não sou mais uma opção para você. Me recuso a isso, não preciso do seu amor, claro, se tem algum. – recuei um passo. – Minha vontade agora é de te socar com as minhas forças, até quebrar todos os ossos da minha mão, sério, não tem noção da raiva que estou sentido por ver essa vadia nua em cima da sua pia. – a menina me olhou irritada. – Se dizer alguma coisa, eu juro que vou arrancar seus dentes. – sorri, e ela saiu da pia pegando suas roupas.
– Você disse que não tinha namorada! – berrou a menina para . – Babaca! – deu um tapa na cara dele e saiu, esbarrando em meu ombro.
– Querida, ele diz isso para todas. – falei alto para que escutasse. ia falar algo, mas não permiti. – Cala a boca, que agora você vai me escutar. – apontei o dedo em sua direção. – Cansei de ser humilhada de todas as formas e ficar calada, cansei de ser pisada e de correr atrás de você!
– Sabe que não é desse jeito! – pegou sua camisa e a vestiu. – Eu te amo, !
– Ama o caralho! Seu egoísta de merda! – o empurrei. – Posso ter errado muitas vezes em ter te aceitado do jeito que é, mas agora, não, cansei! Estamos terminando e é de verdade. Sem mais palavras bonitas, ou provocações. Porque, ao contrário de você, eu tenho um coração! – apontei para meu próprio peito.
– Me desculpa, amor! – fechei os olhos com força ao escutar aquilo e quando os reabri, enfiei um soco no meio de sua cara.
, nunca mais me chame de amor, ou ouse dizer que me ama. – me afastei. – Acabou! Entendeu? Arranje outra idiota para usar.
– Então é isso? Vai terminar comigo do nada? – perguntou, pegando uma toalha e colocando no nariz, que estava sangrando.
– Sim, é isso. Mas não estou terminando contigo do nada, só estou fazendo o que deveria ter feito há muitos anos. – estalei os dedos repetidas vezes. – Não preciso disso, não preciso de porra nenhuma que venha de você!
– Ok! Depois não venha correndo de volta implorando para que nós voltemos! – sentou-se sobre o sanitário. – Porque eu não vou voltar.
– Não se preocupe com isso, não vamos voltar. – me virei para ir embora. – Tchau, . – olhei por cima do ombro.
Ele não me respondeu, também, não esperei por isso, fui embora. O melhor de tudo era que estava me sentindo mais leve, como se estivesse me libertado. Bem, talvez um dia eu encontre um amor de verdade, mas enquanto isso, não vou ficar mais desperdiçando meu tempo com aquele depravado do , mereço mais. Eu estava simplesmente cansada de esperar por algo que nunca ia acontecer entre nós, jamais conseguiríamos construir uma família e muito menos sermos felizes juntos. O pai dele me odeia de todas as formas possíveis e não nos deixaria em paz também. Então não faz sentindo continuar com essa relação. não conseguia ficar apenas comigo e eu não tolerava suas traições, então, fim.
Voltei para a faculdade e Alex ainda estava lá, como eu havia o deixado. O balancei para que acordasse, e ele resmungou, mas, por fim, abriu os olhos.
– O que foi? – perguntou, abraçando meu travesseiro.
– Fui atrás do e terminei com ele. – Alex me olhou no mesmo instante. – Sim, eu tomei coragem. – sorri.
– Como está se sentindo? – sentou-se e segurou minhas mãos.
– Sei lá, acho que estou bem. – disse, olhando em seus olhos. – E bem, acho que deveria falar para sua mãe que iremos nos casar. – Alexander ergueu uma sobrancelha. – Eu termino a faculdade e nos mudamos, sei lá, para outro país, e o Patrick pode vir junto, vocês finalmente podem ter paz. – dei de ombros.
– Não sei se ele aceitaria. – soltou minhas mãos.
– Cala a boca, com o Patrick eu me resolvo. Então, o que acha de nos casarmos para que sua família pare de encher o seu saco? – ele me lançou um olhar esperançoso.
– Você é muito má companhia, sabia? – riu. – Onde já se viu uma menina oferecer um casamento falso?
– Com certeza não sou a primeira e estou apenas arranjando a solução para o seu problema. – ergui as sobrancelhas.
– Então, . – se ajoelhou na minha frente. – Aceita casar comigo?
– Para com essa palhaçada! – dei um tapa em seu braço, e nós dois rimos. – E sim, Alexander , eu aceito casar contigo. – passei a mão em seus cabelos.
Alex se levantou e me beijou de um jeito doce.


Se você não entende não vê
Se não me vê, não entende (8)



Game Over



FIM



Nota da autora: Hay, gatinhas! E isso, eu prometi que iria fazer uma short fina de Má Companhia e aqui está. Até porque, aposta é aposta e como toda a boa perdedora, paguei o desafio que me foi dado. Então vocês têm muito que agradecer a Brubs! Pois se não fosse ela essa fic não teria saído. Sei que era o sonho de todas era que o Jared não tivesse morrido, mas aconteceu, infelizmente é a nossa dura realidade, e bem, olhem para um lado bom, a principal finalmente tomou coragem e terminou com o idiota do principal. Acho que é isso. Espero de coração que tenham gostado. E sim, esse é o fim!

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