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Capítulo 1


– DESGRAÇADA, PORQUE VOCÊ NÃO SOME DA MINHA VIDA? – gritou em direção à que estava tão vermelha quanto ela, as olhava sem saber o que fazer. Já perdera as contas de quantas vezes vira as duas brigando e discutindo, simplesmente odiava a ideia de ter se casado com sua professora de matemática.
– COM QUEM VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FALANDO? JÁ CHEGA, GAROTA, EU NÃO SUPORTO MAIS SER INSULTADA. QUEM VOCÊ PENSA QUE É? QUANTOS ANOS VOCÊ TEM, HEIN? 10? AH, NÃO, ME ESQUECI DE QUE ATÉ UMA CRIANÇA DE 10 ANOS É MAIS MADURA QUE VOCÊ! – gritou sendo contida pelo braço de que a segurava pela cintura, ele tinha medo da direção que aquela discussão tomaria.
, se acalma. – sussurrou no ouvido de e então ela se irritou, soltando-se dos braços dele e andando para o outro lado da enorme sala luxuosa.
– ME ACALMAR? ME ACALMAR, ? ESSA PESTE ME TORMENTA VINTE E QUATRO HORAS, VINTE QUATRO HORAS, VOCÊ TEM NOÇÃO DISSO? CLARO QUE NÃO, NÃO FOI VOCÊ QUE QUASE PERDEU O CABELO. – apontou pro cabelo recém lavado, ela tivera que ir ao salão para retirar uma tinta azul totalmente tóxica. tinha colocado essa tinta em um shampoo de cabelo da madrasta e por pouco não causara danos maiores, graças ao incrível cabelereiro de que tirara aquela tinta e fizera uma massagem no couro cabeludo que ficara irritado com a química da tinta.
– Da próxima vez eu passo uma maquina nos seus lindos cabelos, . – disse gargalhando forte e então parou de rir quando a repreendeu com o olhar. – O que foi? Ela ficaria linda careca. – Riu mais uma vez e correu pra um degrau da escada quando ameaçou correr até ela.
– Eu juro que se fosse a sua mãe eu...
– Você não faria nada, minha mãe nunca seria uma vadia como você. Ela era linda e pura, uma verdadeira mulher. Ela sim sabia ser uma mãe, mas, deixe-me ver... Hm, você pode ser bonita, mas não chega nem aos pés dela e não é pura. Você é uma p-r-o-s-t-i-t-u-t-a. Então, nem pense na hipótese de se pensar no lugar da minha mãe, que era uma verdadeira DAMA. – gritou e subiu as escadas para o seu quarto, deixando completamente desolada. Os olhos dela estavam vermelhos e ela ameaçava chorar, isso sempre acontecia quando resolvia tocar no seu passado. Desde que a menina descobrira sobre os tempos em que era uma jovem prostituta, a sua vida virara um inferno, sempre arrumava um jeito de rebaixa-la.

Aos 15 anos era uma prostituta muito conhecida, era uma das mais pedidas entre os velhos ricos e poderosos. Até que, aos seus 18 anos, ela resolveu dar um basta e terminou os estudos, se afastou da mãe que queria a arrastá-la para o mundo da prostituição de novo e seguiu a sua vida, tornando-se uma renomeada professora no colégio mais famoso da cidade, ninguém sabia do seu passado, ninguém além de , sua mãe, sua melhor amiga e .
Em uma noite ela resolvera contar pra toda a verdade sobre seu passado, chorou diante dele e foi acolhida pelos seus braços fortes e musculosos, só não cogitava a oportunidade de estar escutando atrás da porta com os típicos copos de vidro.

– Eu estou cansada disso tudo. O que eu fiz para merecer isso, meu Deus? – olhou pro céu indignada e sentou-se no sofá, deixando as lágrimas caírem do seu rosto e sendo abraçada por , que se mantinha quieto desde o momento em que falara aquilo. Ele sabia que aquilo mexia com , tentava conter a filha, mas era impossível e doía mais ainda ver o amor da sua vida chorando. O que ele mais queria era uma trégua entre as duas.
– Shh. Vai ficar tudo bem, ela não tem o direito de falar assim com você. Eu já não sei mais o que fazer. – desabafou e deitou sua cabeça por cima da de , que estava apoiada em seu ombro.
– Você a mimou demais, ... Agora já é tarde, ela nunca vai me aceitar e sempre vamos brigar, essa é a personalidade dela, infelizmente. – disse limpando suas lágrimas, estava cansada de chorar pelos insultos daquela criatura petulante. – Essa criatura deve ter um parafuso a menos, não é possível...
– Essa criatura é minha filha, . Você devia respeitá-la também, aposto que as coisas se resolveriam. – disse calmamente enquanto acariciava os cabelos de , ele ficava magoado toda vez que as duas brigavam. Doía nele ver as duas garotas que ele mais amava na vida brigarem todas às vezes que se encontravam. Agora isso era uma coisa constante, já que completara dois meses em que viviam em uma mesma casa.
– Eu não costumo tratar bem quem me trata mal, . Você sabe que eu odeio desaforo e não os guardo. – disse claramente chateada, se desvencilhou dele e subiu as escadas em direção ao quarto, precisaria de um banho quente para afastar todas as lembranças desse dia terrível.

***

Agora que eu voltei... Quero ver me aguentar... Só nos últimos cinco meses... Eu já morri umas quatro vezes... Ainda me restam três vidas para gastar... – cantarolou uma música muito conhecida no seu Ipod. Esticou-se na cama imensamente feliz, ela adorava provocar , ela não estava acostumada com a presença de outra mulher na sua vida além da sua avó, , mãe de , que sempre a visitava. Sempre vivera apenas com o pai, desde os seus 10 anos, após a mãe os abandonarem, ela prometeu não amar outra pessoa que ameaçasse deixá-la.
Colocou seus fones de ouvido e deixou a música no último volume a invadir completamente.
tinha os cabelos castanhos que batiam na metade das costas e tinha lindos olhos que herdara de , sua pele era clara e tinha lindos cílios curvados, era uma adolescente cheia de vida e um tanto irritada com tudo e todos. Brigava com todos na escola, seu único grupo de amigos pairava entre adolescentes góticos e rebeldes, não gostavam de regras e nem de serem ordenados, a maioria deles usavam drogas e bebiam, mas, não se deixava levar. Por mais que fosse rebelde e gostasse de liberdade, sabia o que era certo e errado, não caia no papo de ninguém que a obrigasse a fazer o que não queria.

– Eu não preciso de uma mãe... – Sussurrou para si mesma, tirando os fones e sentando-se na cama. Olhou ao redor do enorme quarto que era decorado por cores vermelhas e suspirou pesado, estava cansada de tudo, ela era acostumada a ser a filhinha de papai que sempre fora, ela tinha toda a atenção de . Mas tudo isso acabou quando ele conheceu . Levantou-se da cama e caminhou até o celular que tocava, olhou no visor e sorriu ao ver quem era.
– Oi Andrew. – disse animadamente, não escondia os sentimentos pelo melhor amigo e ele sabia que ela gostava dele, mas preferia ignorar.
– Oi, , tá afim de ir pra uma festa hoje?
– Claro que sim, onde vai ser?
– Na casa do Fletcher, sabe onde é, não sabe?
– Sei, você vai passar aqui? – perguntou torcendo que que ele respondesse com um sim.
– Não, vou levar a Isabella. – Andrew disse e deixou os ombros caírem.
– Ah, eu dou um jeito de ir então, até lá. – disse encerrando a chamada sem nem deixa-lo se despedir. Ela sabia que ele tinha um relacionamento escondido com Isabella, que também fazia parte do seu grupo de amigos, mesmo não gostando da menina que era boazinha demais.

jogou o celular na cama bufando de raiva e olhou as horas no relógio, xingou Andrew mentalmente por ter lhe chamado em cima da hora e correu para o banheiro do seu quarto. Tomou um banho rápido e invadiu o closet às pressas, pairando o olhar sobre as numerosas roupas pretas, escolheu um vestido colado tomara que caia que batia na metade das pernas e se maquiou, os olhos estavam cobertos por uma maquiagem preta e contornados pelo lápis de olho, deixando seu olhar intenso. Calçou um tênis também da cor preta e pegou o seu celular, saindo do quarto logo em seguida.
O corredor estava vazio e aparentemente e dormiam. desceu as escadas lentamente, sem respirar, qualquer movimento brusco poderia acordar qualquer um dos dois, sabia que o Pai tinha um sono leve, o que dificultava as suas escapatórias noturnas, terminou de descer as escadas e andou pela sala sorridente, mas parou bruscamente ao ouvir aquela voz que ela tanto odiava.

– Aonde pensa que vai?
– Não te interessa, eu já disse que você não é minha mãe. – olhou da cabeça aos pés, ela estava de camisola e segurava um copo de agua na mão esquerda enquanto mantinha a direita posicionada na cintura.
– Seu pai não vai gostar nada de saber que você está saindo a essa hora da noite. – cantarolou achando graça da atitude da menina.
– Ele não vai saber, você não vai ter coragem de contar. – desafiou e gargalhou.
– Ah não? É o que vamos ver. – começou a andar até às escadas, mas foi impedida de continuar ao ouvir a ameaça que ela já estava cansada de escutar.
– Se você contar, eu espalho para todo mundo da escola quem você era antigamente... – sorriu vendo parar e virar-se bruscamente para olhá-la. – Você não gostaria de ser demitida, né? Afinal, aquela é uma escola de alto nível. Nunca permitiriam a sua entrada se realmente soubessem quem você era, madrastazinha. – terminou seu pequeno discurso e arregalou os olhos quando sentiu o choque da água gelada do copo contra seu rosto. – SUA VADIA! – gritou passando a mão pelo rosto molhado, borrando toda a sua maquiagem preta.
– Nunca mais fale assim comigo, nem pense em me ameaçar. Eu entendo o seu ódio por mim, você não está acostumada com outra mulher dentro de casa, mas, já chega! Isso não tem mais cabimento, você é uma adolescente petulante que precisa de uma surra para aprender a ser gente. – esbravejou e largou o copo de vidro em cima do sofá.
– EU VOU ESPALHAR PARA TODO MUNDO O QUE VOCÊ FOI NO PASSADO. VOCÊ VAI SE ARREPENDER DE TER NASCIDO, . EU TE ODEIO! EU VOU ACABAR COM A SUA VIDA, NEM QUE EU TENHA QUE IR AO INFERNO PARA ISSO!
– Você não vai fazer nada, ! – disse parando no meio da escada. arregalou os olhos e a olhou com um sorriso vitorioso no rosto, não que ela gostasse de provocar, apenas achava bem feito quando punia , oras, aquela garota era muito petulante. – Eu não quero mais ouvir você ameaçando desse jeito, entendeu? Quantas vezes eu vou ter que dizer que foi ela quem eu escolhi para viver ao meu lado para o resto da minha vida? – perguntou chateado e sorriu ao ouvi-lo dizer isso, amava-o mais do que tudo nessa vida.
– Escolheu bem errado então, a mamãe era mil vezes me...
– CALADA, . – a interrompeu irritado e ela arregalou os olhos. Raramente ele aumentava o tom de voz com ela. – Sua mãe nos abandonou, quando você vai entender isso? Ela não nos amava, ela mal se importava com você, ENTENDA ISSO! Você queria que eu ficasse sozinho para o resto da minha vida? Eu sou homem, eu precisava seguir a minha vida. Eu não ia ficar deitado na cama chorando esperando que a qualquer momento sua mãe voltasse e pedisse perdão. ISSO NÃO VAI ACONTECER, NUNCA ACONTECEU! ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS! – gritou e caminhou até ele pedindo baixinho para ele se acalmar.
– Mas pai...
– Mas nada, . Vá para o seu quarto, está de castigo. E é bom você tomar um rumo na sua vida, ou então eu vou ter que te mandar para um internato. – disse sentindo o coração doer, não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas estava terrível e ninguém a continha. – Você escolhe. – o olhou irritada e bufou com raiva, andando até a escada e esquivando-se de e que estavam parados no meio dela.
– Idiota. – murmurou assim que passou por .
– E é bom começar a tratar com respeito. – disse assim que chegou ao topo da escada. Ela o olhou com raiva e andou até o seu quarto, fechou a porta bruscamente e jogou-se na cama, totalmente cansada.

***

– Nós precisamos de férias, amor. – disse assim que deitara na cama, ela tinha retornado à cozinha para pegar outro copo de água, já que jogara o anterior na cara de .
– Concordo, o que você acha de uma segunda lua de mel? – perguntou enquanto puxava o lençol até o pescoço, enroscando-se de conchinha em .
– Eu acho uma ótima ideia. Tudo o que eu preciso é de sossego, sem gritaria, sem crianças complicadas e sem correções de provas e atividades. – disse rindo baixo sentindo os beijos molhados de em seu pescoço.
– Hm... Eu pensei que gostasse de ser professora. – murmurou com a cabeça enfiada no pescoço de que ria com os beijos distribuídos pelo mesmo.
– E eu gosto, é que às vezes cansa. – murmurou acariciando os cabelos de com a mão.
– Era meu sonho ser professor na infância e eu alimentava isso, mas acabei desistindo depois de buscar na escola, é muita gritaria, eu acho que desistiria na primeira oportunidade. – disse rindo baixo junto com .
– Às vezes eu nem sei como eu aguento todas aquelas gritarias e piadinhas bestas. Seria muito mais fácil se eu já nascesse com milhões na minha conta bancaria e não precisasse levantar da cama para nada. – disse e os dois riram. – Mas, nenhum trabalho é perfeito, eu amo o que faço.
– Certo, vamos parar de falar sobre isso agora, temos algo mais importante a fazer. – disse mordiscando o pescoço de que se arrepiou da cabeça aos pés.
– Temos, é? – Ela perguntou brincalhona e ele assentiu, deitando-se por cima dela. – E o que é? – Ele sorriu e puxou o lábio inferior dela com os dentes, beijando-a apaixonadamente logo em seguida.
– Eu vou te mostrar, amor. – disse e ela riu enquanto ele puxava o cobertor os cobrindo completamente.

***

O céu antes nublado agora era tomado pela cor azul, pássaros voavam e cantavam abrindo mais ainda o tempo. abriu os olhos e os fechou novamente, bufou de raiva e se esticou pegando o alarme e o desligando antes que ela perdesse totalmente a paciência. Virou-se para o lado e deparou-se com dormindo serenamente, sorriu docilmente e o abraçou de lado, enfiando a sua cabeça no ombro largo e macio dele, lembrando-se de quando se conheceram.

Flashback on

caminhava rapidamente pelos corredores da enorme escola onde sua filha, , estudava. Ele recebera uma ligação no meio do trabalho informando que vomitara em uma de suas colegas de turma. dobrou mais um corredor e suspirou totalmente nervoso, mas que diabos... Por que aquela escola tinha que ser tão grande?
Ele estava tão submerso rodando o chaveiro do carro no dedo que nem percebera a jovem professora andando em sua direção. Ela, por sua vez, estava tão ocupada quanto ele, procurando as chaves do carro na sua bolsa. Então, os dois se chocaram. O impacto foi intenso, mas apenas caíra no chão, arregalou os olhos e desculpou-se antes mesmo de olhar para ver quem era.

— Droga... Desculpe-me, você se machucou? — perguntou nervoso, estendendo a mão para a jovem moça que agora resmungava baixinho.
— Não, tudo bem, a culpa foi minha. Estava muito distraída procurando as chaves do carro. — Ela riu baixo e segurou a mão dele logo depois de pegar a bolsa do chão, ele a puxou e os dois ficaram próximos até demais. Ela sorriu sem graça e deu dois passos pra trás, sem desviar os olhos dos dele.
— Eu estava precisando mesmo de ajuda, sabe... Hm, eu não consigo achar a sala da minha filha. — disse assim que conseguira sair do transe, aquela mulher era linda, tinha olhos cativantes, cabelo cumprido e castanho, do jeito que ele gostava, e um corpo de dar inveja.
— Oh... Claro. Como sua filha se chama? Talvez ela seja uma das minhas alunas. — riu torcendo pra que a filha dele fosse uma das suas incríveis alunas.
— Você é professora? — perguntou arregalando um pouco os olhos e ela assentiu.
— De matemática. — Ela finalizou e ele sorriu. Nunca fora muito bom em matemática e com certeza quem fosse aluno dela também não seria, passariam a maioria do tempo a observando, imaginando coisas possíveis e impossíveis... Oras! Concentre-se, . Pensou ele.
— Ela se chama . . — disse e o sorriso de sumiu... Com tantas alunas maravilhosas e boazinhas, a filha dele tinha que ser justo a que mais odeia ? Ah, palmas. sempre tivera muita sorte.
— Oh... Então você é o pai da . — riu um tanto sem graça e franziu o cenho.
— Você dá aula pra ela? — perguntou e desejou dizer que não.
— Infelizmente, sim. — disse e arrependeu-se no mesmo instante. — Digo, sim, ela é uma ótima aluna.
— Não precisa mentir... Eu sei o quanto ela dá trabalho. — riu baixinho e o acompanhou.
— Ela é uma linda menina, só precisa se afastar das más companhias... Aposto que tudo na vida dela mudaria. — disse e sorriu pra .
— Você tem um belo sorriso. — disse totalmente cativado e ela sentiu as bochechas corarem.
— O-Obrigada. — Ela agradeceu nervosa e abaixou a cabeça totalmente sem graça.
— Não precisa agradecer por ter roubado toda a beleza do universo. — disse brincalhão e ela gargalhou, dando um tapinha de leve no braço dele.
— Bem, vamos... Vou te levar até a sala de . — disse e virou-se para caminhar de volta até a sala onde ela estava anteriormente, porém, foi impedida por um braço a segurando no pulso.
— Espera, antes eu tenho que fazer isso. — Ele disse assim que ela virara para encara-lo, ela franziu o cenho e ele aproximou-se a beijando antes mesmo dela pensar em piscar. As mãos dela foram diretamente para o peito dele, tentando o afastar, aquele era o local de trabalho dela, caso fossem pegos, seria um problema e tanto, mas, não resistiu quando ele pediu passagem pra que sua língua a invadisse, cedeu e abraçou a nuca dele, fazendo um carinho de leve.
QUE MERDA É ESSA? — Uma voz gritou do fundo do corredor e separou-se de totalmente assustada, ele olhou pra dona da voz e suspirou pesado ao ver quem era. — O que... O que é isso? Você tá ficando com essa... Você tá ficando com ela? Como? POR QUÊ? — perguntou completamente atônica e revirou os olhos. Não suportava , assim como não a suportava.

exercia o seu papel de professora e esse papel não agradava que ficava irritada toda vez que tirava uma nota baixa. Mas, a culpa não era de , e sim, de . Ela não tinha interesse nenhum em nenhuma matéria, e sempre batia de frente com , achando que tinha razão... E isso tudo resultava na direção, se exaltava e xingava não só , como todos os outros professores e professoras. E era por isso que era considerada rebelde, qualquer um daquela escola teria medo de enfrenta-la, qualquer um menos . Que sempre deixava sem palavras na frente dos outros colegas, as duas viviam em pé de guerra. não tinha medo, e dentre os outros professores, ela era a única que não levava desaforo para casa.

Flashback off

riu lembrando do momento e foi surpreendida por um beijo estalado no pescoço.
— Bom dia, amor. — Ela disse sorrindo, dando um selinho demorado na boca dele, os dois ainda estavam nus.
— Bom dia, estava rindo de quê? — Ele perguntou virando-se de lado para abraça-la.
— Estava lembrando como nos conhecemos. — Ela riu e ele riu junto.
— Ah... Ainda não esqueço de gritando que nem uma louca. — riu e coçou os olhos ainda tomado pelo sono.
— Eu também não... Ela quase me deixou surda. — gargalhou e sentou-se na cama fazendo um coque nos cabelos desgrenhados. — Preciso tomar um banho e ir ao trabalho. — Ela suspirou e ele sorriu, levantando-se e a abraçando por trás.
— Não pode ficar nem mais um pouquinho? — Ele perguntou e ela riu sentindo os beijos dele por todo seu pescoço.
— Você sabe que não... — Ela disse entrelaçando seus dedos aos dele que a abraçava pela cintura e ele sorriu, tentando a convencer a ficar mais um pouco.
— Tem certeza? — Ele perguntou rindo baixo e ela o acompanhou.
— Tenho, e eu não sei se você lembra, mas estamos casados, então nós temos todo o tempo do mundo para ficar juntos. — Ela disse rindo e ele a soltou.
— É verdade, tinha me esquecido. — riu deitando-se na cama novamente e em troca recebeu um tapa na coxa. — Ai! Isso doeu, . — Ele disse vendo-a seguir nua até o banheiro. — Ah, Deus! Eu quero acordar com essa visão todos os dias. — Ele disse e ela riu.
— Besta! — disse antes de fechar a porta do banheiro.

***

, o café está na mesa. — a chamou do andar de baixo, sentando-se na mesa do café da manhã junto a .
— Ela não vai descer. — disse acostumada com as manhãs que tinha com ela agora, nunca descia para tomar o café da manhã, sempre dava um jeito de pegar algo para comer no seu quarto enquanto escutava Pitty, Lana Del Rey e entre outros cantores que rondavam o Ipod da menina.
— Eu sei, mas não custa nada tentar. — riu e passou manteiga em uma torrada, enfiando-a na boca logo em seguida.

Logo depois de terminarem o café, e ajeitaram suas coisas e esperaram por , ele as deixava na escola algumas vezes e em outras, ia em seu carro levando que resmungava toda vez que era obrigada a ir com .

— VAMOS, ! NÃO TEMOS O TEMPO TODO. — gritou fazendo tampar os ouvidos, já que ela estava ao seu lado.
! — rangeu, batendo no ombro dele.
— Desculpa. — Ele disse rindo da cara de brava que ela fizera e se preparou para ir até o quarto de , mas não foi preciso, já que a adolescente desceu as escadas rapidamente, ajustando a bolsa escolar no ombro esquerdo.
— Pronto. — Ela disse mal humorada.
— Eu não tenho medo de cara feia. — disse brincando com a filha, tentando tirar o mal humor dela.
— Claro que não, dorme com uma todo dia. — disse rindo da cara que fizera.
— O que você diz não me atinge, . Já passei dessa fase. — cruzou os braços irritada e andou até a porta, sendo acompanhada pelos dois atrás.

***

deixou e na escola, cada uma seguiu para o seu lado, apesar de saberem que logo se veriam, já que daria duas aulas nos primeiros horários para a turma dela. caminhou até a sala e foi direto pra última fileira da sala, sentando-se na última carteira, junto com seus amigos, que a cumprimentaram com toques de mão.

— Porque você não foi pra festa, cara? Fiquei te esperando lá fora e você não apareceu, resolveu me dar bolo, foi? — Andrew perguntou logo quando ela se sentou ao lado dele.
— Claro que não, Andrew. Você já deve adivinhar quem me pegou no flagra quando eu resolvi sair. — disse bufando e colocando os pés na cadeira de Isabella que estava na frente, a menina resmungou baixinho pedindo para tirar o pé, mas logo deixou quieto quando viu que era .
— Ah sim, a professora gostosa. — Ele disse rindo e ela o olhou com raiva.
— Cala a boca, imbecil! — Ela disse brava, retirando o celular da bolsa, checando suas redes sociais assim que vira adentrando a sala.
— Bom dia, Pessoal. — disse educadamente e todos - menos - responderam em um uníssono, gostavam dela como professora, sabia explicar, deixava tudo claro, apenas e seus amigos ficavam de recuperação por não terem interesse nos estudos. — , tire os pés da cadeira da sua colega, você não está em casa. — disse a olhando fixamente, fazendo com que todos os alunos a olhassem e rissem baixinho.
— Eu coloco os pés onde eu quiser. — Ela disse mal humorada e então lembrou as palavras de . Ele a colocaria em um internato e não era bem aquilo que ela queria.
— Não aqui, a partir do momento em que eu entro na sala, eu mando por aqui e estou mandando você tirar os pés da carteira da sua colega que está tão incomodada quanto eu. — disse dando um sorriso de canto e bufou, tirando os pés da carteira da colega e os colocando no chão. — Certo, eu estou com a prova de vocês e tenho que parabenizar todos, com exceção de alguns. Vocês foram muito bem. — Ela disse pegando as provas na mão e os alunos riram baixo, já sabendo que estava no meio da "exceção".
— Posso entregar, professora? — Isabella, a garota sentada a frente de , perguntou animadamente, fazendo revirar os olhos.
— Claro. — disse amigavelmente e ela se levantou, pegando as provas das mãos de e entregando aos respectivos alunos.
— Aqui. — Isabella entregara a prova a sem nem mesmo olhar nos olhos da menina, tinha medo de encarar e lhe perguntar se havia algo de errado ou algo do tipo, sempre acontecia quando alguém a encarava.
— ZERO? COMO ASSIM? — arregalou os olhos causando risos em alguns alunos e fazendo arquear as sobrancelhas. — ISSO ESTÁ ERRADO!
— Desculpe, . Mas a culpa não é minha se você não tem interesse nos estudos. — a olhou, mas logo voltou a atenção para revisar uma atividade que passaria para a turma.
— Até eu tirei mais do que você, . — Andrew disse rindo baixo e o estapeou com a prova.
— Cala a boca, eu não vou ficar com essa nota, não mesmo. — Ela disse com raiva e ele franziu o cenho.
— E o que você vai fazer?
— Você vai ver em breve. — Ela disse e sorriu ao olhar pra que revisava a atividade.

Capítulo 2


, você tem que dar um basta em , já faz quase dois anos que você conhece e vocês se casaram recentemente, você é a madrasta dela, querendo ela ou não. — disse determinada e balançou a cabeça negativamente, sentando-se ao lado da amiga, na sala dos professores.
— Não é tão simples assim , ela me odeia, ela sempre me odiou desde o primeiro momento em que eu entrei na sala de aula pela primeira vez, é sério, eu não sei de onde ela tira tanto ódio. — lamentou deitando a cabeça na mesa em frente a ela e sorriu tristemente.
— Você gosta dela, não gosta? — perguntou já sabendo a resposta.
— Olha, eu gosto. Mas têm vezes que ela me irrita, depois da tinta no meu shampoo eu percebi que não adianta querer me aproximar dela, ela sempre vai me tratar da mesma forma de sempre, então eu prefiro não arriscar nada. — disse rindo fraco e olhando as horas no relógio, ela tinha subido duas aulas para a classe que daria aula hoje e estava liberada já que a sua próxima sala tinha ido à um passeio. — Bem, eu tenho que ir, vou aproveitar esse tempo vago. — se levantou e sentiu-se tonta, colocou as mãos na mesa de novo e fechou os olhos com força.
— O que foi, ? — levantou-se assustada e chegou perto da amiga.
— Não foi nada, acho que foi só o impacto de levantar rápido demais. — riu fraco e sentiu-se completamente tonta.
— Tem certeza? Você tá pálida. — disse preocupada e passou uma mão no rosto, respirando fundo e sentindo-se melhor em segundos.
— Tá tudo bem, não precisa ficar preocupada, eu vou pra casa logo. — disse respirando fundo e pegando o celular e a sua bolsa.
— Tudo bem, me manda uma mensagem avisando que você chegou bem. — lhe deu um beijo estalado na bochecha e sorriu, se despedindo. Andou pelo corredor acenando para alguns alunos que falaram com ela e foi ao estacionamento, adentrando o seu carro. Deixou a bolsa no banco do passageiro e pegou o celular, mandou uma rápida mensagem para , perguntando se ele já estava em casa, segundos depois ele a respondeu afirmando que sim, ela sorriu e disse que em instantes chegava, ligou o rádio e deixou que uma música que ela não conhecia invadisse o seu carro, o ligou e saiu rumo à sua casa.

O caminho não foi longo, já estava acostumada a fazer esse trajeto diariamente e tudo ficava mais fácil, já que ainda era cedo e não havia trânsito, pegou sua bolsa e o celular e saiu do carro assim que o estacionou na garagem. Abriu a enorme porta de mármore e sorriu ao ver deitado de barriga pra cima mudando repetidamente os canais da tevê, queria ela trabalhar na joalheria do pai dele, às vezes ele tinha folgas que ela nunca conseguiria. Não se lembrou dos minutos que ficara parada o olhando com um sorriso bobo no rosto, mas percebeu que foi um bom tempo quando ele a chamou, despertando-a de seus lindos pensamentos.

— Virou estátua? — Ele perguntou brincalhão vendo-a caminhar até ele e sentar-se ao seu lado.
— Não, besta. Por que não está no trabalho? — Ela perguntou tirando os saltos e descansando os pés na mesa de centro logo a frente deles.
— Não havia mais nada para se fazer lá, tudo está resolvido, então meu pai disse que eu poderia vir para casa, e aqui estou eu. — disse levantando os braços e ela riu. — E você? — Ele perguntou e ela assentiu.
— Minha turma foi fazer um passeio, então me dispensaram. Eu preciso de um bom banho relaxante, mal passei duas horas naquela escola e minha cabeça dói de tanta gritaria. — choramingou levantando-se e pegando os saltos do chão.
— O que acha de tomarmos um banho juntos? — Ele sugeriu arqueando uma sobrancelha e ela riu, não seria uma má ideia, sempre a fazia relaxar. Ela balançou a cabeça em direção à escada indicando para ele a acompanhar e subiu na frente, ele sorriu e pulou do sofá, indo logo atrás dela.

***

— Chad, preciso de um favor seu. — pediu ao amigo veterano daquela escola, ele havia completado os recém 21 anos e ainda estava no primeiro ano, na mesma sala de e seu grupinho rebelde.
— Tudo o que quiser, madame. — Ele riu e ela o estapeou no braço.
— Preciso que você dê em cima da professora de matemática. — disse e soltou um risinho ao vê-lo arregalar os olhos.
— Você quer que eu dê em cima da sua mãe? — Ele perguntou atônico e ela revirou os olhos bufando alto.
— Ela NÃO é minha mãe, porra. — Chad esquivou-se de uma possível tapa e ela enfiou o caderno na bolsa, assim que o sinal para o intervalo batera.
— Tudo bem, tudo bem. O que você quer que eu faça? — Ele perguntou levantando-se e ela sorriu alegremente o puxando pela mão até uma mesa afastada de todos no refeitório.
— É o seguinte, você vai dar em cima dela, de preferência arrancar um beijo. Eu vou tirar foto e mostrar tudo para o meu pai. — Ela disse rindo fraco e ele juntou as sobrancelhas.
— Escuta... Eu amei essa ideia de beijá-la, porque, convenhamos, ela é uma puta de uma gostosa. — bufou e arrumou os cabelos que foram bagunçados pelo vento segundos atrás. — Mas... Você nunca pensou na possibilidade deles se amarem... De verdade? — Chad perguntou indeciso e logo se arrependeu quando a viu ficar vermelha de raiva.
— Não, nunca! Eles não se amam! Tudo bem, meu pai pode até ama-la, mas ela não o ama, eu conheço aquele tipo. Só quer o dinheiro do meu pai e nada mais, não é à toa que ela veio da prostituição. — disse e arregalou os olhos arrependendo-se de ter deixado escapar um mero detalhe.
— Prostituição? Ela era prostituta? — Ele perguntou incrédulo e deu de ombros.
— Sim, era. Mas isso não vem ao caso, pare de fugir do assunto e vamos pensar no nosso plano. — Ela disse batendo palmas, totalmente animada e ele riu balançando a cabeça negativamente, , definitivamente, não se importava com nada.

***

arqueou a cabeça pra trás se sentindo maravilhada pelos beijos que distribuía por seu pescoço. Ele mal tinha começado e ela já se sentia em êxtase, era maravilhoso poder sentir os lábios macios e ternos dele em contato com sua pele, ela estava em seu colo sentada com as pernas ao redor dele e a água extremamente quente da banheira os deixava mais animados.
parou de beija-la e ergueu o seu olhar sorrindo fraco ao vê-la olhá-lo em reprovação. Ele amava provocá-la e certamente estava conseguindo, ela sorriu colocando as mãos ao redor do pescoço dele e se acomodando mais um pouco em seu colo, quando os seus íntimos se chocaram eles gemeram surpresos e satisfeitos ao mesmo tempo. Ela se aproximou e tomou os lábios dele com um beijo quente e apaixonado, as línguas chocavam-se e exploravam cada canto da boca deles, tinham uma sintonia enorme e esse foi um dos motivos pelo qual se apaixonaram logo no primeiro beijo.
passou as mãos pelo peitoral dele coberto pela água e o arranhou de leve, arrancando um suspiro pesado de , ele mordeu o lábio inferior dela e sua mão foi direto para a bunda farta da garota, a apertando do jeito que só ele sabia, ela arfou entre o beijo que agora era rápido e preciso.
separou seus lábios dos dela depositando um selinho e direcionou seu olhar para os lindos seios de . Ela não tinha seios grandes, mas eram proporcionais para seu corpo, eles a deixavam ainda mais linda e combinavam com o belo par de bundas, que por sinal, eram muito grandes. Olhando-a brevemente, ele abaixou-se e abocanhou um seio, no mesmo instante ela cravou a unha no ombro nu dele enquanto a outra o puxava pelo cabelo, ele sorriu maravilhado com tudo aquilo e partiu para o outro seio, sem abandonar o anterior que agora brincavam com a mão esquerda dele.

, eu preciso de você dentro de mim, agora. — Ela sussurrou ofegante puxando os cabelos da nuca dele. depositou um selinho nos seios de e a olhou fixamente nos olhos, adorando aquela visão. era incrivelmente linda e parecia não saber do seu potencial, não que ela se achasse feia, de forma alguma, ela só não se achava do jeito que ela merecia se achar, era linda, tinha os cabelos longos e lisos na raiz, eram brilhosos e saudáveis, qualquer mulher teria inveja de sua pele impecável, seus olhos eram cativantes e conquistavam qualquer um, ela sabia bem como usá-los. sempre caía quando se deparava com aqueles lindos olhos o olhando atentamente.

Ele sorriu e a beijou, demonstrando todo o seu amor em apenas um toque, suas mãos fortes a puxaram pela cintura e logo ela entendeu o que teria que fazer. Ela sorriu e mordeu o lábio inferior assim que deslizou no membro de , indo de baixo para cima, as pernas dela estavam posicionadas cada uma ao lado do corpo dele à dando sustento para subir e descer, ele gemeu com aquela visão e segurou as coxas dela as apertando enquanto ele mordia os lábios.
Um gemido da boca de ambos escapou quando o membro de chegou até o fundo de , ela gemeu alto e em bom som, ninguém os ouviria de qualquer forma, então não se importavam com isso. Ele aproximou-se do pescoço dela e o beijou, o beijo continha mordidas nada discretas que com certeza deixariam marcas, as mãos dele passearam por todo o corpo dela enquanto ela rebolava lentamente no seu colo, aquilo estava os deixando loucos. As primeiras gotas de suor começaram a descer pela testa de ambos e a água que antes era quente, agora era fria. levou sua mão até o botão da banheira e o apertou onde indicava a produção de água quente, logo eles voltaram ao momento só deles enquanto se sentiam quentes, por dentro e por fora.

***

— Eu estou exausta. — jogou-se no sofá da sala e fechou os olhos, respirando com um pouco de dificuldade, depois de fazerem amor na banheira, eles praticaram o segundo round na cama e depois tiveram que tomar um segundo banho, pois estavam completamente suados, os dois juntos, era uma verdadeira loucura.
— Eu te cansei, não foi? — Ele perguntou brincalhão enquanto colocava uma blusa branca regata e pegava as chaves do carro.
— Convencido. — Ela disse e sorriu ao vê-lo sorrir de orelha a orelha.
— Bom. Estou indo buscar , até logo, amor. — Ele disse se aproximando dela e a beijando lentamente nos lábios.
— Até. — Ela disse assim que se desvencilharam.

***

estacionou o carro na frente da escola movimentava, várias crianças e adolescentes saíam correndo da escola indo aos seus respectivos pais. Ele pegou o celular e ligou para , porém ela não atendeu, franziu o cenho e tentou ligar de novo, mas agora dava na caixa postal, bufou e saiu do carro o fechando e indo até à escola. Perguntou ao porteiro onde estava e ele alegou que não a via desde mais cedo, assentiu e andou pela enorme escola, ia ser difícil andar por ali, sempre se atrapalhava quando ia nas reuniões dos pais e só se safava quando dava de cara com que ria toda vez que o via perdido, ele andou pelo longo pátio e olhou por todos os lados procurando com o olhar, ainda haviam alguns adolescentes naquele ambiente, correndo e gritando uns com os outros. Virou-se para o corredor e estreitou os olhos ao vê-la conversar com um cara aparentemente bem mais velho que ela, os dois estavam sentados em um banco e pareciam alheios com o que acontecia ao redor, se aproximou e o olhou e sorriu envergonhada.

— Oi, pai, foi mal a demora. Tinha me esquecido. — disse levantando-se e sorrindo sem jeito para o pai.
— Eu percebi. — disse olhando fixamente para o garoto e riu baixo.
— Esse é o Chad, ele é meu amigo. — assentiu e apertou a mão de Chad que fez uma cara feia ao sentir os dedos de o apertarem.
— Vamos, . — disse e ela assentiu, piscou para Chad colocando o plano em ação e andou com o pai até o carro.
— Não quero você de papo com esse tipo de pessoa. — a alertou e ela riu baixo.
— Eu não quero você perto da e mesmo assim você não me ouve, por que eu ouviria? — disse pegando o Iphone na bolsa e parou no sinal, olhando de cara feia pra ela.
— Porque eu sou o seu pai, você me deve respeito. — falou e rolou os olhos.
— Você não conhece a , pai. Vai se arrepender de não ter me ouvido. — disse enquanto conversava com uma amiga por mensagem e riu baixo, achando graça de tudo aquilo.
— O que você quer dizer com isso, ? É claro que eu a conheço, foi por ela que eu me apaixonei, foi com ela que me casei e é com ela que eu vivo hoje, já passou da hora de você aceitá-la. — disse concentrado na rua e riu.
— Qual é, pai, vai dizer que nunca passou pela sua cabeça que a já tenha pulado a cerca? — Ela perguntou o olhando e ele gargalhou.
— Eu conheço muito bem a mulher com quem eu me casei, ela nunca faria isso . Nós nos amamos. — disse e fez cara de nojo.
— É, eu sempre ouvi que o amor é cego, agora eu vejo com os meus próprios olhos. — Ela disse rindo baixo e ele calou-se, com certeza ficara mexido com as palavras da filha, ele sempre ficava. tinha o poder de deixar todos com uma pulga atrás da orelha, mas sabia que nunca o trairia, pelo menos pensava assim.

saltou do carro assim que chegaram na garagem de casa e saiu correndo em direção ao quarto, sem cumprimentar que assistia um filme na sala.

— A educação dela me assusta. — disse assim que vira entrar pela porta da frente, ele riu baixo e chegou perto dela, sentando-se na ponta do sofá, de frente para o rosto dela, que agora o olhava com precaução.
— O que houve? — Ela perguntou acariciando o rosto de , a mão dela ia e vinha e os dedos brincavam com a barba mal feita dele, o deixando de cabelo em pé.
— Não é nada. — Ele disse e ela franziu o cenho, antes que pudesse perguntar algo ele a beijou, da forma mais apaixonada e carinhosa, ela sorriu entre o beijo e prendeu o lábio inferior dele com os dentes, o olhou no fundo dos olhos e o beijou novamente.
— O almoço já está pronto, amor. — disse contra os lábios dele logo após partirem o beijo.
— Ótimo, estou morto de fome, mas vou tomar um banho antes. — lhe deu um selinho e subiu as escadas rumo ao seu quarto.

sorriu sozinha lembrando do que tiveram mais cedo, ela o amava tanto que era capaz de morrer por ele. Era um homem incrível que havia cuidado da filha mesmo com o abandono da mãe, apenas com o apoio da mãe e pai.

— Cuidado com o que você faz, . — cantarolou despertando de seus pensamentos e ela franziu o cenho.
— Como é? — Ela perguntou sem entender, riu e colocou as mãos na altura da cintura.
— Não se faça de sonsa, eu sei muito bem que você trai o papai. — disse e riu.
— Tá maluca? Eu amo o seu pai, nunca faria isso com ele. — disse certa de si e se sentiu feliz por dentro, ela sabia que era verdade, mas em alguns dias tudo mudaria.
— Eu duvido muito, você não ama o meu pai. Só é mais uma sem emprego que quer ser bancada por ele. — Ela disse risonha.
— Olha aqui, garota, tudo o que eu tenho foi porque EU conquistei, nunca precisei do seu pai para nada, eu nunca pedi um centavo pra ele, nada do que eu tenho foi dado por ele, eu conquistei tudo com a minha força de vontade, tudo bem que eu ganhe muito menos que ele, mas isso não importa e muito menos me dá o direito de pedi-lo um centavo se quer, espero que você entenda isso. — disse e ficou sem fala, ela fazia tudo para ficar por cima, mas antes de tentar dar uma resposta, se segurou no sofá sentindo a vista turva, calou-se e franziu o cenho.
— Não adianta fazer ceninha, eu não caio nessa. — disse rindo baixo, mas arregalou os olhos ao ver pálida, em questão de segundos já se encontrava no chão.
— Ai, meu Deus. — sussurrou chegando perto de e a balançando um pouco. não se mexia de modo algum, sem obter saída, desesperou-se e começou a balançá-la com frequência. — PAI! PAI, CORRE AQUI. — gritou desesperada e desceu as escadas despreocupadamente, afinal, sempre gritava daquele jeito, mas ele se desesperou ao ver caída e correu até elas.
— O que... O que aconteceu? — perguntou desesperado e o olhou da mesma forma.
— Eu não sei... Nós estávamos discutindo e ela ficou pálida do nada e caiu feito pedra. — Ela disse com medo e por um momento sentiu preocupada com .
... Anjo, fala comigo. — a balançou um pouco e checou a respiração de , ela respirava, mas não se mexia. Sem ter o que fazer, a pegou no colo e resolveu levá-la para um hospital.
— Vou levá-la ao hospital. — disse rápido, sentindo a respiração falha de tanto nervosismo.
— Eu também vou, espera. — desligou a TV e pegou as chaves do pai e a carteira dele, abriu a porta do carro para ele colocar deitada no banco de trás e os dois foram até o hospital em silêncio, apenas ouvindo a respiração fraca de e suas próprias respirações.

***

Assim que chegaram ao hospital, gritou pedindo ajuda e foram recebidos por uma maca e um médico o perguntando o que havia acontecido, não soube o que dizer e tomou as rédeas.

— Eu e ela não nos damos muito bem e eu costumo provocá-la às vezes, nós estávamos brigando e ela se segurou no sofá, ficou pálida e depois caiu dura. — disse tentando não mostrar preocupação e sentou-se em uma cadeira, com os braços no joelho e as mãos escondendo o rosto, ele não se perdoaria se algo acontecesse com ela, o médico assentiu e disse que faria o possível para descobrir o que houve, saiu e deixou os dois na sala de recepção.
— Pai, tá tudo bem. Vai ver foi só ela querendo fazer drama. — disse fazendo graça e a olhou com os olhos marejados. Ela sentiu o coração bater fraco, nunca o tinha visto chorar, era a primeira vez, e isso com certeza mexia com ela.
— Por Deus, ... Não sei como você pode ser tão infantil, nós estamos em um hospital e não em um teatro, nada disso é uma peça onde daqui a pouco ela sai e o público bate palmas, ela está em uma maca, desacordada. — Ele disse triste e se sentiu mal pela primeira vez por ter feito algo à , não que tenha sido culpa dela dessa vez, mas talvez, se não tivesse discutido com , ela não teria desmaiado.

se levantou e foi tomar um copo de água, ele teria que estar calmo, gritar ou chorar não o ajudaria em nada.
abaixou a cabeça e pensou sobre o ocorrido, não tinha sido culpa dela. certamente tinha alguma coisa para cair de uma hora pra outra, apanhou seu celular no bolso e mandou uma mensagem para Chad pedindo uma pausa no plano, até ela saber o que tinha acontecido com . sentou-se ao lado de totalmente abatido, já se passara meia hora e eles ainda não tinham notícias, estava prestes a levantar-se quando viu o médico caminhar até eles.

— Como ela está? — perguntou nervoso e o médico sorriu o aliviando por dentro.
— Está tudo bem, foi só a pressão dela que se aumentou devido ao estresse. Eu recomendo que isso não se repita de novo, principalmente agora. — O médico disse e o sorriso de sumiu.
— Como assim principalmente agora? Ela está doente? — perguntou e o médico negou.
— Não, camarada, é uma coisa muito melhor que isso. Mas eu não devo lhe contar, ela está liberada para visitas e logo será liberada, quarto 204. — O médico disse e lhe deu uma tapinha no braço antes de caminhar pelo enorme corredor.

olhou para que tinha uma expressão de dúvida e franziu o cenho, ele não havia entendido nada do que o médico havia dito, assim como ela.

— Vou ver como ela estar, me espere aqui. — disse para e ela assentiu vendo-o seguir até o enorme corredor.

olhou a placa das salas com os números atentamente 200... 201... 202... 203... 204, deu três batidinhas na porta e ouviu a voz de murmurar um "entra", colocou a mão na maçaneta e abriu a porta. Adentrou o quarto fechando a porta logo em seguida e se deparou com sentada na cama, o olhando com uma cara um tanto duvidosa, ele sentiu que algo a incomodava.

— Oi. — Ela murmurou sem graça encolhendo os ombros e ele chegou perto, vendo com clareza os olhos vermelhos da amada, denunciando que ela havia chorado.
— O que houve? — Ele perguntou debruçando-se na cama, apoiando um braço no coxão, segurando seu rosto com a mão e estendeu a outra até o rosto de , colocando uma mecha de cabelo dela atrás de sua orelha, ela abaixou a cabeça e sentiu uma lágrima cair de seus olhos. — Ei, o que aconteceu? — perguntou se aproximando mais de ao ver que ela chorava e segurou seu rosto com as mãos fazendo-a olhar no fundo dos seus olhos, ele limpou algumas lágrimas que caiam dos olhos da amada e ela suspirou, teria que contar a verdade, ela não estava pronta pra isso, não mesmo. Já imaginava os problemas que enfrentaria com que já a odiava, imagina quando soubesse da notícia?

balançou a cabeça afastando os pensamentos e suspirou, teria que contar a , ele era o seu marido e ela sabia que ele amaria a notícia, só tinha medo da reação de .

— Eu vou direto ao ponto, ok? — Ela perguntou fungando baixinho e ele assentiu. — Eu estou grávida! — Ela disse e junto soltou a respiração que segurará sem nem perceber. a olhou estático e não soube o que responder, a deixando muito mais nervosa.
— Você... Grávida? — Ele perguntou de queixo caído e ela apenas assentiu. olhou para o canto da sala e o observou atentamente, ela sorriu ao ver um sorriso nascer nos lábios de e ele a olhou com os olhos brilhando. — OH, MEU DEUS! É sério mesmo? Eu vou ser pai? De novo? — perguntou com um sorriso bobo nos lábios e gargalhou baixinho sentindo o coração se aquecer, de repente, todo o medo fora embora e toda a insegurança também.

Oras! Ela estava grávida, não era como se fosse um bicho de sete cabeças, estava grávida do homem que amava e devia agradecer por isso. Ela sempre sonhara em ter uma linda família.

— Sim, você vai ser pai, de novo. — Ela respondeu sorrindo docilmente e ele a abraçou com toda a força que conseguira a fazendo gargalhar.
, você vai matar o nosso filho antes mesmo dele se formar. — espalmou o peito de rindo baixo e ele gargalhou soltando-se um pouco dela e colocando as mãos na barriga dela, acariciando-a devagar.
— Você será muito bem vindo, filho, ou filha... — disse baixinho fazendo se emocionar, ela se sentia honrada de ter encontrado um homem como ele, tão carinhoso, amoroso e forte. Ele era apenas ele e não se importava com o que os outros pensavam, ele era forte por cuidar de por tanto tempo, sozinho... Tudo bem, ele não estava exatamente sozinho porque tinha sua mãe que cuidava de , mas na maioria das vezes, ele cuidava dela sozinho.
— Eu tenho certeza que você será um ótimo pai. Meu filho vai ter muita sorte de ter um pai dedicado como você. — disse emocionada e sorriu, tirando a atenção da barriga dela e a encarando com um sorriso enorme nos lábios.
— Você também será uma ótima mãe, tenho certeza disso, amor. — Ele disse sorrindo e a tomando com um beijo carinhoso, as línguas deles brincaram entre si e as mãos dela fora de encontro aos cabelos dele os acariciando, ele sorriu entre o beijo e mordeu o lábio inferior dela delicadamente e logo voltou ao beijo, terminaram o beijo com leves selinhos e encostaram suas testas.
— Vou tentar ser uma mãe tão boa como você foi com . — Ela disse baixinho acariciando o rosto dele e ele sorriu dando um selinho nela.
— Tenho certeza que vai ser. — disse sorrindo e pegando na mão de . — Você não sabia que estava grávida? — Ele perguntou acariciando sua mão com o indicador e ela sorriu.
— Não, eu meio que me assustei quando o médico me disse, nos primeiros minutos fiquei em choque, com medo da sua reação ou a reação de , mas depois eu me lembrei que você sempre gostou de crianças, mas bem, eu ainda estou com medo da reação de . — disse olhando pro canto do quarto e sentiu apertar sua mão.

Por que ela se importava com o que diria? Por Deus! Aquela garota a esculachava e , mesmo assim, se importava com ela, sabia o que sentia, ela também vivia sem uma mãe, mas por escolha sua, já que abandonara sua mãe naquele mundo sujo.

— Não se preocupe com o que vai pensar, . Ela sempre quis ter um irmão quando era mais nova, eu tenho certeza de que ela vai gostar. — Ele disse sorrindo fraco e ela balançou a cabeça negativamente.
— É... Ela queria, , com sua antiga mulher, não comigo. Ela me odeia. — disse suspirando forte e se encostando no travesseiro de novo. — Eu sei que eu não facilito muito, mas eu só queria que ela gostasse de mim, sabe? Nem que fosse um pouquinho. Eu gostaria de ter uma boa relação com . — disse e o olhou nos olhos e arrependeu-se de ter dito aquilo, o olhar dele estava triste e distante, ela não gostava de expressar seus sentimentos com ele sobre porque sabia que ele se sentia mal.
— Não se preocupe, , tudo vai se resolver agora, vamos ser uma família completa. — Ele disse rindo fraco e se aproximou de novo, deixando um selinho demorado em seus lábios. — Acho melhor nós contarmos pra , posso chamá-la aqui? — perguntou e o olhou com dúvida.
— Eu não sei... E se ela não aceitar?
, ela vai ter que aceitar, é rebelde, mas não é um monstro ou coisa do tipo, eu acho que ela vai gostar. — disse sorrindo fraco, passando confiança pra e ela deixou o medo de lado e assentiu. — Vou chama-la, não saia daqui. — disse lhe dando um beijo na testa e ela revirou os olhos.
— Como se eu tivesse a opção de sair daqui, né, babe? — Ela ironizou rindo um pouco e levantando a mão com a agulha enfiada onde lhe injetava o soro e ele fez careta.
— É verdade, não tinha pensado nisso. — Ele gargalhou e saiu pela porta indo atrás de .
— Pai? O que ela tinha? — perguntou se levantando rapidamente e ele sorriu a deixando confusa.
— Vamos, temos que dar uma notícia para você. — Ele sorriu mais uma vez e segurou a filha pelos ombros, a levando para o quarto enquanto ela resmungava alegando que não queria ver , mas como sempre, não a ouviu.

e entraram no quarto de que estremeceu ao ver a menina entrar, tinha medo da reação dela, não negava. era o tipo de menina imprevisível e bipolar, uma hora estava feliz, outra estava querendo arrancar os cabelos de quem viesse na frente.

— Bom, nós temos uma notícia muito boa para contar. — disse sentando-se ao lado de na cama. Ela deitou a cabeça no ombro dele e respirou fundo sentindo as mãos dele a rodearam e apertarem sua cintura, revirou os olhos e posicionou-se na frente da cama, olhando atentamente para eles.
— Que notícia boa é essa? vai morrer? — Perguntou brincalhona e logo recebeu um olhar reprovado de .
— Não, eu não vou morrer e é triste saber que essa seja a sua vontade. — disse e a apertou mais uma vez demonstrando que estava tudo bem, mas na verdade, não estava.
— Ok... Bom, eu vou direto ao ponto porque eu sei que você odeia suspense. — disse e assentiu, concordando. — está grávida. — soltou e o apertou na cintura, com medo da reação da menina, os olhos de se arregalaram e ela sentiu seu mundo girar por um momento.

Grávida? Ela não podia acreditar, não podia ser verdade. Devia ser um golpe ou algo do tipo, , com certeza tinha o traído, não podia ser possível. Pensou .

— Não... Não pode ser. — Ela sussurrou e sentiu os olhos marejarem, ela sabia que a garota não aceitaria.
, olha... — se levantou da cama e tentou chegar perto da menina, mas ela se afastou dando passos para trás.
— Por que você fez isso comigo, pai? Por quê? — perguntou com lágrimas nos olhos e abaixou a cabeça, nada parecia ter conserto com , ela não aceitava nada. — Primeiro você se relaciona com uma prostituta, depois se casa com ela como se fosse a coisa mais normal do mundo e agora, você me diz que essa criatura está gravida? — perguntou friamente apontando para que já tinha o rosto tomado por lágrimas, se irritou e controlou-se para não gritar com a filha no hospital.
— Meu Deus, o que aconteceu com você, ? — perguntou perplexo e balançou a cabeça negativamente. — Você não era assim, tão fria e rebelde, cadê a minha garotinha? Aquela que sorria para todos e era simpática e amorosa. Eu cuidei tão bem de você, por que está se tornando essa pessoa horrível? Eu não te criei para sentir ódio dos outros, , eu não te criei assim. — disse com lágrimas nos olhos e aquela sala começou a pesar demais para os três, uma energia pesada e triste passou a tomar o lugar e se sentiu na obrigação de sair dali.
— Eu mudei a partir do momento em que você colocou uma PUTA na minha casa, não tem vergonha, pai? Não tem vergonha de colocar uma prostituta na nossa casa, comigo lá dentro e ainda por cima engravida-la? Que tipo de pai é você? — A garota perguntou e foi surpreendida por uma tapa na cara. Oh sim! Ele tinha a batido. Ela levantou a cabeça perplexa e arregalou os olhos e se livrou da agulha, levantando-se e segurando pela cintura.
— Não ouse falar assim, você é minha filha, VOCÊ me deve respeito, não fale comigo como se eu fosse o seu amiguinho. Eu sou o seu pai, eu te dei tudo o que você sempre quis e é assim que você me trata? — perguntou furioso e por pouco não avançara em cima da filha, que tinha o olhar amedrontado, porém o segurou, e naquele momento ele lembrou-se de que tinha coisas mais importantes para fazer, a começar por um quarto para o seu novo filho ou filha.
— Você vai se arrepender, pai, vai se arrepender de ter se casado com ela e no final, vai perceber que ela não quer nada além do seu dinheiro, vai ver esse filho nem é seu, né? — Ela perguntou risonha e saiu da sala antes que eles dissessem algo. o soltou e soluçou forte, deixando as lágrimas caírem e desabando no chão, chorando tudo o que tinha no seu estoque, ninguém nunca a viu chorar assim, talvez fosse os hormônios da gravidez. abaixou-se e sentou-se ao lado dela, a abraçando e deixando ela molhar sua camisa.
— Tá tudo bem, meu amor, vai ficar tudo bem. — Ele sussurrou, acariciando seus cabelos e ela chorou mais ainda.
— Como, ? Ela vai odiar essa criança, eu sempre desejei uma família unida e nunca tive sucesso nisso, até quando vou viver assim? — Ela perguntou limpando as lágrimas e ele segurou o seu rosto, fazendo-a olhar para ele.
— Vamos deixar isso com o tempo, quem sabe ele não resolva tudo? O que você acha de irmos pra casa e bem... Pensarmos e comprarmos algumas coisas para nosso filho ou filha? — Ele perguntou sorrindo e ela o encarou com dúvida, mas depois lhe deu um lindo sorriso.
— Tudo bem, mas não está muito cedo? Digo, não tenho nem duas semanas de gravidez. — Ela perguntou risonha e ele negou.
— Quantos antes melhor, e é bom que isso tome um pouco do nosso tempo. E você, vai ter que tirar licença na escola. — Ele levantou-se e estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.
, vamos com calma. Eu vou trabalhar até conseguir ficar em pé e você não vai me impedir. — disse assim que se levantara e ele negou novamente.
— Nada disso, eu quero a senhorita descansada, nada de andar e nem ficar perambulando pela casa.
— Eu estou gravida e não com uma doença tóxica, eu vou trabalhar até quando aguentar e o senhor não vai me impedir. — Ela disse rindo fraco e ele bufou, não tinha conversa com ela.
— Tudo bem, mas vai pedir licença pelo menos quando chegar aos sete meses de gravidez, não vai? — Ele perguntou e ela riu.
— Vou pensar no seu caso. — brincou e eles viram a enfermeira entrar no quarto e arregalar os olhos.
— Eu vim libera-la para ir pra casa, a senhorita devia ter me esperado, eu iria tirar a agulha, era mais seguro. — Ela repreendeu que revirou os olhos sentindo as bochechas corarem, o nervoso era tão grande de bater mais em que ela nem se importou em tirar a agulha de qualquer jeito.
— Não foi nada, eu estou bem... E viva. — levantou os braços brincando, arrancando um olhar mal humorado da enfermeira e segurou o riso.
— Tudo bem, você pode ir pra casa agora, está liberada. — Ela disse sorrindo fraco e sorriu aliviada.
— Vamos procurar algumas coisas para o nosso bebê. — disse a guiando para fora do quarto e sorriu boba ao ouvi-lo dizer isso.
— É tão lindo ouvir você dizer “nosso bebê”. — Ela disse e ele riu, os dois andaram de mãos dadas pelos corredores do hospital e se depararam com falando ao celular, logo quando viu eles ela o desligou e fechou a cara.
— Vamos. — disse e assentiu, os três foram para o carro agora em completo silêncio, apenas a música pairava no carro. tinha a cabeça encostada no vidro e sorria boba pensando em como seria a sua vida daqui pra frente. tinha os olhos fechados e ouvia Lana Del Rey no fone de ouvido, tudo que ela queria era sumir, queria evaporar daquela vida que ela tinha certeza que pioraria a partir do momento em que aquele bebê crescesse na barriga de .

Capítulo 3


estacionou o carro na garagem, e antes de desligar o motor viu sair rapidamente. Ele respirou fundo e tirou a chave do carro, olhou para e sorriu ao vê-la dormindo, ela era tão linda... Agora tinha algo a mais nela, o leve sorriso em seus lábios demonstrava o quão feliz ela estava.
saiu do carro e deu a volta para abrir a porta do lado de , assim que o fez, ele a pegou no colo com cuidado e sorriu ao vê-la se aconchegar em seu peito, às vezes ele se perguntava por quê sentia tanto ódio dela, era tão meiga e amorosa com todos. Sempre que podia, ajudava alguém. Ele fechou a porta do carro com o cotovelo e rumou para dentro da casa com ela nos braços, o cansaço invadia o corpo dela, primeiro ficara dois horários em pé passando stress com alguns alunos que gritavam mais do que tudo, e depois passara o resto da manhã fazendo amor com , sim, ela estava muito cansada.
Ele fechou a enorme porta de mármore com as costas e subiu as escadas com no braço, viu a porta do quarto de fechada e provavelmente a menina estaria com seus fones de ouvido em outro lugar do mundo. Abriu a porta do quarto com um pouco de dificuldade e andou até a cama, colocando com certo cuidado para ela não acordar, a ajeitou nos cobertores e saiu do quarto.
Pensou em passar no quarto de , mas decidiu que a menina tinha que pensar no que havia dito mais cedo, suspirou forte e pegou seu celular, precisava contar a notícia para sua mãe.

, você me ligando. É isso mesmo? — perguntou assim que atendera o telefone, fazendo rir.
— Sim, e não exagera, eu sempre estou te ligando. — disse e suspirou tristemente.
— O que foi, filho? — perguntou preocupada com o tom de voz de .
e , mãe. Cada dia mais difícil. — disse sentindo-se na obrigação de pedir a ajuda da mãe, não estava mais dando conta.
— Eu já disse que você tem que por em algum psicólogo, . É a fase dela, nós sabemos, mas isso está indo longe demais, é uma pessoa sensacional e não merece isso.
— Eu sei, mãe, mas tem mais coisa nisso. está grávida. — disse irradiando de felicidade e parou de respirar por um momento. — Mãe?
— Oh, meu Deus! Eu vou ser avó, de novo? — Ela perguntou e murmurou um ‘sim’. — Que maravilha! Céus! Preciso ir ai agora. Como está? — perguntou preocupada. Era uma ótima mãe, uma ótima avó e uma ótima sogra. e se davam muito bem, era uma mãe dedicada que nunca tivera, afinal, sua mãe lhe aconselhava ao mundo da prostituição.
— Ela está bem e dormindo, só estou meio preocupado com , ela disse coisas horríveis hoje mais cedo no quarto do hospital, quando nós contamos sobre a gravidez de , mãe, minha garotinha está irreconhecível.
— Oh... Eu sei, , não tem jeito, ela vai ter que consultar um psicólogo e se afastar desses amigos que a levam pro mal caminho, meu filho. — disse se sentindo triste por presenciar esse momento. Antes de entrar para a família, tudo era tranquilo. era uma linda menina e simpática com todos, tinha muitos amigos, mas tudo mudou quando soube do relacionamento de e . Ela mudou drasticamente, tanto por fora como por dentro. Ela tinha medo, medo de perder o amor do Pai e medo de perder mais uma mãe. E se ela começasse a amar ? Isso não podia acontecer. prometera a si mesma que não amaria mais ninguém que ameaçasse sair da sua vida novamente e a única saída que ela achava era afastar de , o quanto antes.
— Vou arrumar as coisas aqui em casa e amanhã de manhã pego o primeiro voo para visita-los. — avisou e concordou, ela tinha se mudado logo quando se separou de Paul, os dois só mantinham contato por causa de , o único filho do casal. Logo desligaram os celulares e olhou para o relógio e suspirou ao ver que marcava seis horas, caminhou até a cozinha e se preparou para preparar o jantar.

***

— Você tem certeza disso, não tem? — Chad perguntou receoso e se controlou para não atravessar o celular e o enforcar.
— Claro que eu tenho, babaca, qual é, vai amarelar agora? — perguntou irritada.
— Claro que não, vai ser uma honra enfiar a minha língua naquela boca gostosa. — Ele gargalhou e fez som de nojo.
— Me poupe dos detalhes, e não se esqueça, você vai beijá-la amanhã, entendeu? — Ela mais deu ordem do que perguntou.
— Entendi, comandante. Mas, e se ela se apaixonar por mim? — Chad perguntou galanteador e teve certeza que ele tinha um sorriso nos lábios, ele sempre fora afim da professora e não negava.
— Ai você se vira, e é bom se ela se apaixonar. Pelo menos vai sair do pé do meu Pai. — Ela riu e ele a acompanhou.
— Ok, vou fazer de tudo para ela se apaixonar, amanhã o dia vai ser longo, acho que vou escovar os dentes várias vezes para me preparar. — Ele riu e ela fez cara de nojo.
— Você é um bocó! Vou levar sua recompensa amanhã. — Ela disse e ele riu contente.
— Ah, tem coisa melhor do que beijar a professora mais gostosa da escola e de quebra ganhar 200 pratas? Você é a melhor, . — Ele disse e ela deitou a cabeça no travesseiro, segurando o celular.
— Certo, eu sei que sou a melhor, mas agora tenho que desligar, passar bem e até amanhã. — Ela disse e desligou o celular antes mesmo dele se despedir.

Ela levantou-se da cama e suspirou cansada daquilo. Por que tinha que ser daquele jeito? não podia simplesmente se afastar? Casar com outro cara? Andou até o banheiro e o fechou, olhou para si mesma no espelho e sentiu uma enorme vontade de chorar.
A diferença era grande, os olhos estavam cobertos de maquiagem preta, as lágrimas deixavam seu rímel borrado e os olhos quase não eram notados, estava sim muito diferente, mas ninguém tinha coragem de lhe dizer isso, porque se dissesse, certamente levaria um soco na cara.
estava agressiva e insolente.
Olhou para sua roupa e gemeu se sentindo nojenta. As roupas eram todas pretas e cobria todo o seu corpo, um belo corpo que ninguém quase não via, era uma bela garota que não se permitia ser bela, havia ser tornado fechada após a chegada de e tinha certeza que se fecharia mais ainda com a chegada de um bebê.

— Esse pentelho não entrará para a família, não mesmo. Ele vai morar de baixo da ponte junto com aquela vaca. — disse se encarando no espelho e bufou de raiva, pegou uma toalha e tirou suas roupas, se jogando de baixo do chuveiro.

***

? — perguntou sonolenta enquanto descia as escadas da enorme casa, algumas luzes clareavam a sala e sons saiam da cozinha. Ela andou calmamente até lá e se deparou com arrumando a mesa para o jantar, ela sorriu e ele sentiu a presença de alguém na cozinha e logo levantou o olhar, se deparando com ela.
— Já ia te chamar para jantar. — Ele riu deixando um prato e se aproximando dela, que sorriu e o abraçou pela nuca, ela lhe deu um selinho e o abraçou, depositando sua cabeça em seu pescoço. — Como está? — Ele perguntou acariciando os cabelos dela e sorriu ao sentir os lábios dela se encostarem-se a seu pescoço.
— Hm... Estou bem e com fome. — Ela riu um pouco e levantou a cabeça, ficando cara a cara com ele.
— Que bom, porque eu fiz uma comida deliciosa para nós e bem, não vai descer, como sempre. — Ele disse e ela riu fraco. — O que acha de procurarmos algumas coisas amanhã? Minha mãe vem nos visitar, aposto que ela vai querer te arrastar para comprar roupinhas e essas coisas.
— Ela já sabe? — perguntou sorrindo fraco e assentiu. — Eu adoraria passar a tarde comprando coisas, será que vai ser uma menina ou um menino? — perguntou acariciando os cabelos da nuca de que a acariciou na cintura.
— Vai ser uma menina. — Ele disse rindo fraco e arqueou uma sobrancelha.
— E como tem tanta certeza? — Ela perguntou achando graça naquilo tudo, nunca imaginara que nesse exato momento estaria discutindo com sobre o sexo do novo herdeiro da família.
— Eu tenho talento para meninas, eu sei quando vou ter uma. — Ele disse a beijando no pescoço e ela arrepiou-se ao sentir a barba mal feita em contato com a sua pele.
— Eu acho que será um menino, sempre tive vontade de ter um menino. , imagina que lindo o nosso filho paquerando várias meninas. — Ela disse e soltou-se dele enquanto caminhava até a mesa e pegava um prato para se servir.
— Se fosse um menino iria puxar o talento do papai aqui. — Ele apontou para si mesmo e gargalhou enquanto se servia. — Mas vai ser uma linda menina e vai puxar toda a sua beleza. — Ele disse se aproximando dela e sorriu quando ela deixou o prato em cima da mesa e rodeou o pescoço dele com os braços de novo.
— Eu estou tão feliz, amor. — Ela sorriu e acariciou a barba dele com a ponta dos dedos. — Nós vamos ter um filho, eu... Isso é maravilhoso, eu me sinto realizada. — Ela sorriu e olhou nos olhos dele que sorriu e aproximou seu rosto do dela.
— Eu sinto que dessa vez vai ser muito melhor. — Ele disse acariciando o rosto dela. — E sabe por que vai ser muito melhor? — Perguntou enquanto ainda a acariciava, ela negou e ele sorriu. — Porque há amor. — Ele disse e olhou para os olhos dela que brilhavam, sorriu e aproximou seus lábios aos dele.
— Eu te amo. — Ela sussurrou antes de beijá-lo carinhosamente, o beijo era calmo e as línguas estavam sincronizadas, o silêncio era absoluto e estavam totalmente conectados ao beijo. Eram apenas eles e mais ninguém, era bom amar alguém e ser retribuído. nunca imaginaria que se casaria com aquele cara que tinha esbarrado no corredor, mas a vida lhe deu uma rasteira e ela soube que ele entraria em sua vida a partir do momento em que ele a chamou para sair. — Certo, agora vamos comer porque eu estou morrendo de fome. — disse após ao beijo e os dois foram se servir.
— Estou vendo que vou ter que correr atrás de muitas comidas anormais de madrugada. Vou ter que me preparar. — disse e suspirou enquanto se sentava à cadeira, gargalhou e lhe mandou um dedo do meio.
— Isso é coisa que se faça na frente do nosso filho, dona ? — Ele perguntou brincalhão e ela gargalhou mais uma vez.
— Você é muito babaca. — Ela disse e sentou-se na cadeira em frente a ele.
— Minha mãe disse que é melhor eu arrumar um psicólogo para . — murmurou depois de uma mastigada e o olhou compreensiva, como se soubesse que esse assunto mexesse com ele.
— Eu concordo. Quem sabe ele mude os pensamentos dela, é só uma fase. Eu também era do jeito dela antigamente, eu tinha que ser assim para me proteger de qualquer homem que quisesse algo mais do que eu fazia, você sabe... Eu acho que ela quer se proteger de algo ou alguém... Acho que ela tem medo de te perder, . — disse e a olhou com os olhos arregalados.
— Medo de me perder? Eu nunca a deixaria.
— Eu sei, você sabe, mas ela não sabe. Eu não sei, eu só acho que ela tem medo que eu arranque você dela, ou coisa do tipo, acho ela tem medo de que você faça o mesmo que a mãe fez. — disse enquanto mexia na comida e suspirou.
— Tudo bem, vou conversar com ela depois, vamos terminar de comer. — disse e eles voltaram à comer em silêncio. pensava em como ajudar a sair dessa fase e pensava em como a assegurar de que nunca a abandonaria, porque ele amava aquela garotinha com todas as suas forças.

***

O despertador tocou e resmungou enquanto se esticava para o desligar, sentou-se na cama e olhou para o lado, dormia tranquilamente. Sem querer o acordar, ela saiu da cama e rumou para o banheiro, hoje teria que ir mais cedo à escola para terminar de corrigir algumas provas porque não tivera tempo de conclui-las ontem.
Ligou o chuveiro e se despiu, entrou debaixo dele e suspirou ao sentir a água quente em contato com o seu corpo, era um dia frio e certamente morreria congelada se tomasse banho na água fria. Aumentou a intensidade do chuveiro e entrou de baixo dele, banhou-se e saiu do banheiro enrolada em uma toalha. ainda dormia e ela riu, caminhou até o closet e se vestiu para mais um dia de trabalho, mais um dia de adolescentes gritando e outros a cantando.
Pegou um sobretudo vermelho e o vestiu por cima de sua roupa, secou os seus cabelos com o secador e o deixou natural, com algumas pontas onduladas. Estava realmente linda, os alunos tinham sorte de ter o privilégio de uma imagem dessas em todos os dias da semana.
Saiu do closet e andou em direção a que ainda dormia tranquilamente, ela se sentou na ponta da cama e se inclinou para beijar a bochecha dele.

? — o chamou e ele resmungou alguma coisa que ela não conseguiu entender.
— O quê? — Ele perguntou enquanto coçava os olhos preguiçosamente e se sentava na cama.
— Eu já vou, tenho que corrigir algumas provas antes da aula começar. — Ela o avisou e ele assentiu. Deram um selinho demorado e ela se levantou, saindo do quarto. Desceu as escadas e estranhou ao ver sentada no sofá, arrumada para ir à escola, sabia que a menina não iria com ela, então apressou o passo e foi em direção à porta, mas parou ao ouvi-la falar.
— Posso ir com você? — perguntou e se virou, arqueando uma sobrancelha.
— Hm... Não acha que está cedo demais pra você ir agora? — perguntou olhando para as horas no celular, ainda eram seis e meia e as aulas começavam as sete e meia.
— Não, é que eu preciso fazer um trabalho de outra matéria antes. — Ela disse despreocupada e estranhou, mas não reclamou.
— Tá bom, então. — disse e a seguiu para fora da casa, entraram no caro em silêncio e permaneceram assim até chegarem à escola.
— Obrigada, a gente se vê. — disse assim que o carro estacionou e saiu deixando confusa.
— Desde quando ela é educada comigo? Meu Deus, isso é um milagre? — perguntou com as mãos no volante enquanto olhava para o teto do carro, como se conversasse com Deus, balançou a cabeça negativamente e saiu do carro. O fechou e foi em direção à sala dos professores, estava vazia como sempre, alguns só apareciam por ali as sete horas, só estava ali por necessidade, tinha muitas provas para corrigir.

Suspirou cansada e foi até o seu armário, pegou todas as provas não corrigidas e as colocou em cima da mesa.

— Vamos ao trabalho. — Ela disse pra si mesma e pegou uma caneta, começando a corrigir todas as provas.

***

— Preparado? — perguntou nervosa e Chad sorriu confiante.
— Eu nasci preparado, gatinha. — Ele disse e colocou sua bolsa na carteira. — Onde ela está? — Ele perguntou arrumando a blusa e checando se estava com bafo, fez uma cara de nojo e ele arqueou a sobrancelha. — O que é? Tenho que estar preparado.
— Tanto faz, só faz logo o que combinamos. Ela está na sala dos professores, vou me esconder na porta e tirar foto de vocês dois, então não deixe que ela me veja. — disse pegando a câmera do celular e ele assentiu, os dois saíram da sala e viram alguns alunos sentados nas mesas do pátio conversando e outros fazendo trabalhos atrasados. Eles seguiram para o corredor da sala dos professores e suspiraram aliviados ao verem que não tinha ninguém. Chad a olhou e seguiu na frente, bateu na porta da sala que estava fechada e logo entrou quando ouviu a permissão.
— Oi, professora. — Chad disse galanteador e revirou os olhos.
— Olha, Chad, eu estou realmente muito ocupada e não tenho tempo para suas gracinhas, então, se você me der licença, eu agradeceria. — disse e se levantou cruzando os braços sobre o peito enquanto o esperava sair.
— Calma, professora, não vou dar em cima de você, é que eu preciso fazer uma coisa muito importante. — Ele disse rindo fraco e ela estranhou.
— Então fala logo o que é, tenho que terminar de corrigir essas provas. — Ela disse impaciente e ele se aproximou deixando-a estática.
— Na verdade, não é bem de falar e sim de fazer.
— Mas o que... — Ela não tivera tempo de terminar, pois ele juntou seus lábios rapidamente. arregalou os olhos e tentou o empurrar, mas ele foi mais rápido e a prensou contra a parede, segurou os braços dela disfarçadamente no peito para que parecesse que ela estava aproveitando o beijo e começou a tirar as fotos enquanto ria baixinho, dessa vez não escaparia. sabia bem o momento certo de deixar aquelas fotos vazarem, sabia que o Pai odiava traição, ela finalmente sairia da vida deles.
— O que é isso, Chad? Você está louco? — disse assim que conseguira o empurrar para longe, ela passou a mão na boca limpando todos os vestígios dele e franziu o cenho sentindo nojo daquele momento.
— Desculpa... Eu... Desculpa mesmo professora. — Ele tentou se redimir, mas ela negou a cabeça, emburrada.
— Eu sou casada, você tem noção disso? Eu amo o meu marido e nunca o trairia, muito menos com um aluno que nem você. — Ela disse irritada e ele coçou a cabeça. — Isso não vai ficar assim, vou consultar a diretora agora mesmo. — Ela o olhou e andou até a porta. Chad arregalou os olhos e correu para segura-la pelo braço.
— Não, por favor... Eu vou levar uma advertência e posso até ser suspenso. — Ele pediu com os olhos brilhando e ela não se importou, soltou-se dele e andou para fora da sala novamente.
— O que eu faço? — Chad perguntou baixinho para que tinha os olhos arregalados e ela o xingou.
— Vai atrás dela, seu idiota, implora. Ajoelhe se for preciso, mas não deixe ela contar para a diretora. — disse e o empurrou para fora da sala. Ligou a tela do celular e sorriu ao observar as fotos, aquilo estava maravilhoso, melhor do que ela imaginara.
— Professora! Por favor, espera, eu não posso ser suspendo! Minha mãe vai acabar comigo. — Ele correu e a segurou pelo braço, ela olhou-o irritada e indecisa.
— Você devia ter pensado nisso antes de me beijar. — Ela disse raivosa e tentou se soltar, porém ele não deixou.
— Desculpa, por favor. — Ele se ajoelhou e pediu com os olhos brilhando. — Por favor, eu quero mesmo passar de ano sem nenhuma preocupação e uma suspensão vai me fazer repetir de novo, eu não quero morrer repetindo o primeiro ano sempre. Por favor! Eu prometo que não faço mais, ninguém vai saber. — Ele juntou as mãos e ela rolou os olhos.
— Levanta daí garoto. — Ela disse brava e assim ele fez. — Eu espero que isso não aconteça de novo, e se acontecer, eu vou ser obrigada a contar para a diretora! — Ela disse e ele sorriu por dentro. — Eu sou a sua professora e não suas coleguinhas de classe, eu sou casada e você me deve respeito. — disse e o olhou pela última vez antes de voltar para a sala dos professores.
— Graças a Deus... — Ele sussurrou aliviado e sorriu logo depois. — Caraca! Melhor beijo da minha vida. Eu peguei a professora mais gostosa da escola. — Ele pulou de alegria e algumas meninas que passaram na hora o olharam estranho. — Eu sou o melhor, porra. — Disse a si mesmo e saiu atrás de para receber sua recompensa.

***

— E ai? Eu fui um gênio, não fui? — Chad perguntou quando se aproximou de , que estava acompanhada dos amigos.
— Até que mandou, mas e ai? Ela vai te dedar? — perguntou preocupada e Chad deu de ombros, sorrindo.
— Claro que não, aquela doçura me ama e não vai deixar com que eu seja expulso, relaxa. — Ele disse e revirou os olhos enquanto pegava a quantia na bolsa.
— Aqui, faça bom proveito. — Ela o disse e ele sorriu.
— Eu vou fazer, docinho, depois desse beijo eu posso fazer tudo. — Ele sorriu e saiu, algumas pessoas o olhavam sem entender, já que ele era fechado e agora esbanjava simpatia pelos corredores.
— Você devia dinheiro para ele? — Isabela perguntou timidamente para que revirou os olhos.
— Não é da sua conta, fofinha. — Ela respondeu recebendo um olhar reprovado de Andrew, ela deu de ombros e se sentou no banco ao lado de sua amiga, Laura.
— Meu aniversário está chegando. — Laura disse feliz e revirou os olhos, felicidade demais a incomodava.
— Fala sério, criatura! Seu aniversário é daqui a sete meses. — Andrew disse rindo fraco e o acompanhou, tentando evitar as mãos de Andrew na cintura de Isabela.
— Eu sei, mas já estou organizando tudinho, vai ser uma festa de arromba, todos da escola vão estar presentes e os motoqueiros da esquina de casa também. — Laura disse sorrindo, a acompanhou no sorriso e se imaginou na festa com todos aqueles motoqueiros gostosos que rondavam o bairro da amiga. — Vou aproveitar muito os meus quinze anos. — Ela sorriu fraco e Isabela se mexeu, um tanto incomodada, sussurrou algo no ouvido de Andrew e ele pediu licença, saindo com a menina.
— Essa garota não perde a oportunidade de arranca-lo da gente. — colocou os pés no banco e abraçou as pernas, arrancando uma risada dos amigos e de Laura.
— Tá com ciuminho? — Laura perguntou e a empurrou pelo ombro.
— Vai te catar. — Ela disse e eles riram, deixando a menina em um tom avermelhado, o que era difícil de ver, já que ela cobria o seu rosto com toda aquela maquiagem preta e pesada.

***

— Oi, amiga, chegou cedo hoje. — disse assim que entrara na sala dos professores.
— Oi, pois é. Tive que corrigir umas últimas provas. — Ela disse sorrindo fraco e juntou as sobrancelhas estranhando o comportamento de . Geralmente a amiga se levantava e trocavam um abraço caloroso.
— O que houve?
— Nada demais. — tentou a enrolar sabendo que não conseguiria, já que era a ali, sua maior confidente.
— Eu te conheço, . Conta logo. — Ela sentou-se ao lado da amiga e estranhou quando viu olhar atentamente para a porta, checando se nenhum outro professor entraria.
— Você acreditaria se eu te dissesse que o Chad me beijou hoje? — perguntou e tapou a boca, completamente surpresa.
— Não me diga...
— Não, eu não retribuí, se é isso que você está pensando. Eu estou morrendo de raiva! Eu... Droga. Não sei como contar isso ao . — disse suspirando e se sentiu mal ao ver o estado da amiga.
— Você contou a diretora? Ela dará uma suspensão em Chad e vai entender que ele é só um aluno rebelde, como a filha dele. — disse e negou.
— Não... Eu não vou contar a diretora, Chad se ajoelhou pedindo para eu não contar, então eu não vou contar. Aquele garoto repete o primeiro ano há tempos e pelo que eu vi, ele está disposto a passar de ano, se eu fizer isso vou acabar com a possível alegria da mãe daquele coitado. — disse passando as mãos nos cabelos e balançou a cabeça negativamente. — E eu não sei se eu vou contar a , ele odeia traição... Não que tenha sido uma traição, mas ele não vai entender.
! Você vai acabar piorando as coisas se não contar! Pelo amor de Deus, não é possível que não entenda isso, até uma criança entenderia que Chad te beijou a força. — disse dignada e suspirou.
— Eu vou pensar, tenho muito tempo até o almoço, vou pensar com calma no que fazer...
— Tudo bem, mas você sabe que o certo é contar para ele, um casamento é movido à base de confiança e sinceridade, foi por isso que o meu não deu certo, nenhum de nós contávamos a verdade. — a lembrou e assentiu levemente, como se entendesse.

O sinal bateu e as duas gemeram de frustação.

— Vamos ao trabalho. — se levantou e pegou seus materiais enquanto recolhia as provas, sua aula seria na sala de , e de... Chad. Ela agiria normalmente, como se nada tivesse acontecido.

***

— Vovó! — gritou de alegria, esquecendo o seu mau humor e correu para abraçar a avó que a esperava na sala, fechou a porta atrás de si e sorriu para que acabara de sair da cozinha.
— Oi, querida, olha como você cresceu... Oh, minha doce menina, precisamos fazer umas comprinhas, não acha? — perguntou e gargalhou, apesar da avó não apoiá-la naquele vestuário preto, ela gostava da presença dela, a fazia bem, a fazia lembrar da mãe.
— A senhora sabe que eu não nasci para fazer “comprinhas”. — disse e sorriu assentindo, olhou por cima dos ombros de e sorriu emocionada ao ver , que sorriu ao perceber que a sogra a olhava.
, querida. Linda como sempre, venha aqui. — Ela abriu os braços e sorriu e se aproximou, a abraçando calorosamente.
— É bom te ver, . Como andam as coisas? — perguntou assim que se desvencilhara do abraço e a sogra sorriu, adorava e não escondia isso de ninguém, tinha o maior prazer de contar a todos sobre o seu filho e sua adorável nora.
— Muito bem, . E esse bebezinho aí? Como anda? — perguntou emocionada e sorriu olhando para a barriga que ainda não aparecia, mas eles sabiam que existia um feto ali dentro. Um feto, que logo viraria um lindo bebê, que quem sabe, trouxesse paz para aquela família.
— Bem, está tudo bem até agora. — As duas sorriram e olhou para que tinha a cara emburrada e os braços cruzados no peito.
— Nós precisamos comprar algumas coisas para o bebê, o que acha de uma tarde de garotas hoje? — perguntou e riu, já sabendo que a mãe faria aquela pergunta.
— Claro, será um prazer. — respondeu e revirou os olhos mais uma vez e se preparou para subir as escadas, mas a voz da avó a impediu.
— Não quer ir conosco, meu doce? — A avó perguntou e sorriu, ela adoraria ir, mas com no meio nada daria certo, então negou levemente com a cabeça e subiu as escadas correndo. — Ela não muda mesmo. — suspirou frustrada e assentiu levemente.
— Eu vou tomar um banho e já desço para almoçarmos. — Ela avisou e assentiu. andou até e depositou um selinho demorado em seus lábios e subiu as escadas contente por ter a sogra em casa e ansiosa para ver as primeiras coisas do seu bebê.
— Eu já venho, mãe. — disse e subiu as escadas atrás de . — Amor? — perguntou e a ouviu murmurar um “oi”, ele foi até o closet e a encontrou sentada em um banquinho enquanto massageava um dos pés, despreocupada. — Tudo bem? Como foi o trabalho hoje? — perguntou assim que se sentou ao lado dela, tomou seus pés e passou a fazer a massagem. sentiu-se nervosa por dentro, e se tivesse contado a ? Certo, ele sempre perguntava como tinha ido o trabalho, mas hoje era diferente, porque tinha acontecido coisas que certamente o deixaria chateado. ficou submersa em seus pensamentos e não responderia se não sentisse as mãos de começarem a trabalhar em seus pés, a deixando um tanto relaxada, mas não menos preocupada.
— Foi legal. — disse e franziu o cenho, mas antes que ele pudesse dizer algo, ela continuou. — E o seu?
— Você não vai acreditar no que eu vou te contar. — Ele disse um tanto bravo e franziu o cenho, ele raramente ficava bravo com o trabalho, até porque a joalheria de seu pai era tranquila e de alto nível.
— O que houve?
— A mulher de Runster apareceu na joalheria o xingando de todos os nomes, bem alto, todo mundo ouviu e eu tive que separar os dois com a ajuda do meu pai e de outros funcionários, e adivinha o motivo? — perguntou e ela murmurou um “hm” para que ele continuasse enquanto ela sentia as mãos fortes dele a massagearem. — Traição... Runster traiu a mulher e ela descobriu, e resolveu descontar na nossa joalheria. Fala sério, espero que eu não perca clientes com isso. — disse e sentiu o coração palpitar. “Espero que não me perca também.” Ela pensou mentalmente. Definitivamente ela não contaria, para o seu bem, para o bem dele. Ninguém sabia do ocorrido, a não ser , e ela sabia que a amiga não contaria nada, então estava tudo as boas.

***

O almoço fora agradável. finalmente havia se sentado com eles, mas claro, por insistência da avó. Ela apenas comeu calada observando eles conversarem e logo depois subiu para o quarto, passou horas trancada mexendo no computador e tramando suas coisas, fora trabalhar, deixando com a diarista, e já haviam saído juntas e agora andavam em um shopping muito movimentado.
— Ali, vamos entrar naquela loja. — a puxou pela mão a arrastando para dentro da loja com vários arranjos, roupas, armários e todos os tipos de coisas para bebês, tudo aquilo era novo para e ela se sentia confusa no meio de tantas coisas. — Por enquanto vamos comprar apenas roupas brancas e amarelas, tudo bem? Aposto que se for um menininho ele não gostaria de usar rosa e se fosse uma menininha ela não gostaria de usar azul ou verde. — Ela disse brincalhona e gargalhou, concordando com ela. Era bom ter a sogra por perto, ela sempre fora simpática e amável com e isso a deixava grata.
— Olha, . — chamou a sogra que olhava atentamente para algumas roupas e ela andou até a nora, observando aqueles lindos sapatinhos da cor branca, eram tão pequenos que cabiam na palma da mão de . — É tão lindo. — sorriu encantada e sorriu junto.
— Oh, meu Deus! São lindos mesmo. Agora eu caí na real de que eu vou ser avó novamente, . — pegou os sapatinhos e deixou uma lágrima cair de seus olhos. se assustou e perguntou se estava tudo bem, assentiu e direcionou seu olhar ao de . — Está tudo bem, é que... Eu me lembrei de quando tive . É uma sensação espetacular, . Primeiro você descobre que está grávida, compra coisas e mais coisas, depois o bebê nasce e você cria ele como se fosse a coisa mais rara do mundo e depois o vê crescer, se casar e sair de casa. — Ela disse e sorriu. Como ela queria ter tido uma mãe como e não uma mãe que a arrastasse para o lado ruim do mundo.
— Eu devo imaginar, tem uma sorte e tanta de ter uma mãe como a senhora. Eu vou fazer o possível para ser uma mãe digna para o meu bebê, eu estou muito feliz com a notícia. — disse sorrindo e as duas se abraçaram, contentes.
— Obrigada, mas eu já disse que não precisa me chamar de senhora. — a alertou e as duas riram. — E eu tenho certeza que você será uma mãe maravilhosa. — Ela disse e ambas sorriram, olhou para o sapatinho mais uma vez e deixou uma lágrima cair. Aquilo ficaria perfeito nos pés do seu futuro bebê.
— Vamos levar, coloca na cesta aí. — disse determinada e gargalhou, concordando e o colocando na pequena cesta que carregava enquanto a mostrava outras roupinhas, a deixando encantada com tudo, queria aproveitar cada minuto daquele momento, afinal, não era qualquer bebê e sim, o seu bebê.

O fruto do seu amor com .

Capítulo 4


Sete meses depois...

— Tudo bem, mais um passinho para frente. — A voz calma a guiava e ela se controlava para não rir. — Pronto. Abra os olhos. — Ele lhe deu a permissão e assim ela fez, ficando maravilhada com a cena.
— Ficou lindo, amor. — disse maravilhada assim que abrira os olhos e encontrara o quarto da sua menininha todo decorado, sim... Eles teriam uma linda menininha. tinha a barriga bem avantajada, estava no seu sétimo mês de gestação e pedira hoje a licença maternal por insistência de . Ela não aguentava mais ficar em pé por muito tempo, pois a barriga pesava e não aguentaria ouvir crianças gritando, aquilo lhe estressava e não fazia bem ao bebê.
— Eu sei, fui eu quem fiz. — Ele se gabou e ela lhe deu uma tapa nos ombros.
— Admita que a sua mãe te ajudou, ela vivia aqui e não me deixava me aproximar desse quarto, eu já devia desconfiar. — Ela disse e ele gargalhou.
— Certo, ela me ajudou, mas eu fiz a maioria sozinho, ela só decorou do jeito que meninas gostam. — Ele fez careta e sorriu, acariciando a barriga.
— E aí, filha, gostou do quarto? — perguntou assim que juntara sua mão a de em cima da barriga da mesma e sorriram, alguns segundos depois eles sentiram um chute um tanto forte e se segurou em .
— Uau, eu acho que ela amou. — brincou depois de puxar um pouco de ar, ultimamente os chutes da sua garotinha haviam ficado fortes e isso fazia com que ela se sentisse cansada.
— Se não fosse uma menina, eu diria que seria um jogador de futebol. — disse sorrindo enquanto via andar pelo quarto admirando aquele lugar fofo e ela gargalhou.
— Só porque é uma menina, não quer dizer que ela não seja uma mini jogadora de futebol, . — Ela disse e ele gargalhou.
— Certo, você tem razão. — disse e riu enquanto pegava uma pequena boneca nas mãos, tinha a comprado logo no primeiro mês que descobriram o sexo do bebê. — Ficou lindo, . Estou orgulhosa. — Ela sorriu e deixou a boneca de lado, aproximando-se dele e rodeando a nuca dele com seus braços.
— Não acha que eu mereço um beijo por ter feito isso? — Ele perguntou fazendo biquinho e ela gargalhou.
— Você não fez mais do que a sua obrigação. — Ela disse arqueando uma sobrancelha e o deixando de boca aberta, emburrado. — Mas eu vou te ceder um beijo, mas só um. — disse pôr fim ao ver ele desfazer a cara de emburrado e abrir um largo sorriso. Aproximou-se dele e mordeu seu lábio inferior, tomando-o com o beijo caloroso logo em seguida. Uma tosse falsa invadiu o quarto e eles se separaram, olhando em direção ao som.
— Eu estou indo para a casa da Laura, me arrumarei lá para a festa. — disse os olhando com uma cara de nojo, ela não tinha se acostumado com essa vida, um novo quarto, uma nova menina para tirar a atenção do seu pai de si.
— Tudo bem, só tenha cuidado. — a alertou e revirou os olhos.
— Pai, tenho 15 anos e sei o que eu faço. Por favor, né. — disse olhando de cima a baixo para e voltando seu olhar para o pai. — Até mais. — Ela disse friamente enquanto saia rapidamente daquele quarto que só a fazia lembrar-se de como ela era antes, de como ela gostava daquele rosa claro e de como ria e gostava de brincar de bonecas com o seu pai, mas bem... Agora ela perderia o posto para mais uma.

***

— Caramba, você demorou. — Chad disse assim que vira entrar no carro e ela sorriu.
— Eu tive que avisar ao meu Pai que estava saindo, mas mudando de assunto, trouxe as fotos? — Ela perguntou e ele fez uma cara triste.
— Não deu. — Ele deu de ombros, esperando a reação dela.
— NÃO DEU? COMO ASSIM NÃO DEU, SEU IMBECIL? — explodiu de raiva e Chad gargalhou. — TÁ RINDO DE QUÊ? TENHO CARA DE PALHAÇA? — Ela gritou raivosa, o estapeando no braço e ele se esticou, abrindo o porta-luvas do carro, retirou um envelope laranja e jogou no colo dela.
— Tá aí, estressadinha, eu só estava brincando. — Ele riu mais uma vez e ela o fuzilou com o olhar.
— Palhaço. — Ela murmurou enquanto abria o envelope... Oh! Aquilo era colírio para os seus olhos. As fotos revelavam e Chad se beijando sete meses atrás, ela sorriu achando tudo perfeito e ele sorriu junto. — Estão perfeitas. Ah, ... Você não me escapa. — Ela gargalhou e ele arqueou as sobrancelhas, ele poderia a comparar com aquelas bruxas más dos filmes.
— Enfim, o que eu tenho que fazer exatamente com isso? — Ele perguntou assim que lhe devolvera o envelope.
— Quero que você deixe isso nesse endereço. — abriu a bolsa e pegou um papel onde continha um endereço, ele franziu o cenho mas concordou. — Claro, mas tem certeza de que vai dar certo?
— Claro que tenho, meu pai vai chegar furioso e eu vou achar bom quando sair daquela porta desolada. — Ela gargalhou e ajeitou sua bolsa no braço. — Agora me leve até a casa de Laura. — Ela o avisou e ele riu, ligando o motor e saindo de frente a enorme casa em que ela habitava.

***

— E então, como vamos chamar a nossa menina? — perguntou assim que se deitara com no enorme sofá fofo da sala, eles estavam embrulhados e vestidos com moletons, o frio tomava conta da casa e eles assistiam a um filme.
— Eu não sei, tem tantos nomes lindos. — Ela disse colocando uma pipoca que ele trouxera na boca.
— Que tal... Joaquina? — Ele perguntou e fez uma careta, negando levemente. — Rilary? — Ele deu mais uma sugestão, e ela negou novamente, enquanto encostava a cabeça no peito dele e sentia as mãos dele a abraçarem. — Renata? Nathalia? Louise? Faustina? — deu várias sugestões e riu quando gargalhou.
— Por Deus, ! Não gostei de nenhum... Convenhamos, você não tem muito bom gosto em relação a escolha de nomes. — Ela gargalhou mais e ele riu junto.
— Certo, espertinha, então qual você sugere?
— Hm, eu gosto de Lara. — Ela disse pensativa e ele concordou, achando o nome bonito. — Também tem Gabriela, Rebeca, Samanta, Sabrina... — Ela falou de uma vez o fazendo rir, certo, aquela escolha de nomes não ia dar certo.
— São muitos nomes... — Ele disse rindo baixo e se aconchegando mais a ela.
— É verdade, é complicado escolher apenas um.
— Pode deixar que vou te engravidar várias vezes para não termos que escolher apenas um. — Ele brincou e ela riu.
— Você é muito engraçado. — Ela disse irônica e os dois fizeram um breve silêncio, até passar uma cena um tanto tentadora na tela da televisão. mordeu o lábio totalmente excitada e sorriu ao ver a cena no comercial... Oh sim! Uma mulher comia um enorme bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Agarrou a blusa de e o olhou com os olhos brilhando, ele riu e balançou a cabeça negativamente, não acreditando que teria que lhe realizar mais um desejo.
— Não me diz que é mais um desejo.
— Sim... E dos bravos. — Ela brincou e ele gemeu transtornado.
— Por que, meu Deus? — Ele perguntou emburrado olhando para o teto e ela riu com todo o drama dele.
— Vamos, , você não vai querer ver a sua filha com cara de bolo de cenoura. — Ela brincou o abraçando e o beijando no pescoço e ele estremeceu, afastando um pouco.
— Tudo bem, eu vou, mas não me tente com esses beijinhos inocentes, você sabe que a situação aqui não é das melhores. — Ele disse apontando para as partes de baixo e ela gargalhou. Eles não faziam amor há meses e aquilo estava o matando, sabia que não podiam até porque o médico aconselhara a não fazer muitos esforços, teriam que esperar mais alguns meses até ela se recuperar do parto.
— Palhaço. — Ela murmurou enquanto colocava mais uma mãozada de pipoca na boca, e ele riu, levantando-se e alegando que trocaria de roupa para comprar o tão sonhado bolo.

Ele tinha sorte acima de tudo, porque os desejos de não eram complicados e eram fáceis de ser encontrados, outros, ele mesmo fazia.
Depois de ter lhe comprado o bolo, e desfrutaram do mesmo e ela se sentiu maravilhada ao sentir o bolo se desmanchar em sua boca, aquilo era simplesmente maravilhoso, eles comeram em paz e suspiraram cansados ao ver que já era tarde, subiram as escadas e cada um tomou um banho relaxante para dormir.

***

— Isso aqui está sensacional. — gritou enquanto pulava com Laura no meio da pista, a casa da amiga estava cheia de pessoas da escola e claro, dos lindos motoqueiros. Bebidas alcoólicas se espalhavam por todo lugar. O jardim da casa estava totalmente uma loucura, pessoas se beijavam e se agarravam sem nenhum medo ou receio, um casal estava apenas de roupas intimas enquanto se engoliam deitados no jardim da casa, segundo eles, era uma nova experiência.
— Minha festa está um arraso, vou ser lembrada para sempre. — Laura tomou mais uma golada de Vodca e estendeu a garrafa para que negou, ela nunca tinha bebido e tinha medo de ingerir aquilo e acabar se viciando. — Ah, bebe vai, só por hoje, você nem vai se lembrar de nada depois. — Laura disse despreocupada, ainda estendendo a garrafa e negou novamente.
— É disso que eu tenho medo, não me lembrar de nada. — Ela disse e olhou para o lado, fechando a cara logo quando se deparou com a cena: Isabela e Andrew se beijavam intensamente enquanto ela tinha as pernas cruzadas na cintura dele. Oras! Quem diria que aquela santinha iria a uma festa daquelas e ainda o beijaria dessa forma? Ela queria mostrar que sabia fazer mais, que era capaz de fazer mais. Olhou novamente para Laura e desviou seu olhar para a garrafa, a pegou e virou engolindo todo o liquido dali, sentindo sua garganta queimar... Não era ruim, mas não era como se ela tivesse gostado.

— ISSO, GAROTA! — Chad gritou a vendo esvaziar mais um vidro de Vodca.

Quem se importava? Ela queria curtir a noite de hoje, queria se sentir livre.
Após dividir mais uma garrafa com Laura, ela olhou para o canto da sala e viu Andrew sozinho, sorriu com seu pensamento e estendeu a garrafa para a amiga, que pegou tomando mais um gole, tentou devolver a garrafa a , mas quando viu, a amiga não estava mais ali, deu de ombros e tornou a beber a garrafa sozinha, enquanto pulava na pista com os convidados.

— E aí, Andrew. — se aproximou o cumprimentando e ele franziu o cenho ao sentir o cheiro de Vodca se espalhar pelo local.
? Você bebeu? — Ele perguntou assustado e a garota riu assentindo. — Uau, por essa eu não esperava.
— Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Andrew. — Ela disse e ele franziu o cenho. — Uma delas é que eu sou apaixonada por você. — Ela disse sem se importar e Andrew franziu o cenho, não acreditando naquilo, ele tinha vestígios, alguns boatos diziam o mesmo que ela, mas ele preferia não acreditar.
— Você só pode estar bêbada. — Ele disse e tentou sair, mas ela o encurralou na parede onde minutos antes, ele beijava Isabela.
— Espera, eu preciso fazer algo antes. — Ela disse e não lhe deu chances de dizer nada, apenas juntou seus lábios aos dele bruscamente, como ela sempre sonhara, ela o invadiu com sua língua e sorriu ao vê-lo retribuir, mas, não o sentia presente no beijo, a língua dele podia estar envolvida com a dela, mas era como se ele não estivesse ali, seu peito bateu forte e eles se desvencilharam ao ouvir copos se quebrarem no chão... Isabela os olhava com os olhos arregalados.
— Isa...
— Cala essa boca, Andrew. Esquece que eu existo. — Ela disse com a voz chorosa e gargalhou, deixando Andrew furioso.
— VOCÊ É UMA VADIA! FICA LONGE DE MIM, PELO AMOR DE DEUS! , EU NÃO TE AMO E NUNCA VOU TE AMAR, VÊ SE ENTENDE ISSO. — Ele gritou deixando-a estática e saiu bufando, indo atrás de Isabela, a garota que ele realmente amava.
— Você está bem? — Chad perguntou tocando o ombro de que continuava estática no mesmo lugar e ela virou-se bruscamente, correndo até o quarto de Laura e pegando a sua bolsa. Desceu novamente correndo e passou com dificuldade por várias pessoas até achar a porta da casa, suspirou e arregalou os olhos ao ver um casal nu fazendo sexo no jardim. Será que era miragem e eles não estavam ali? Certo, ela estava bêbada e tinha acabado de levar um fora, mas não era para tanto.

Pegou o celular no bolso e se concentrou em ligar para o pai, dane-se se ele achasse ruim, ela apenas queria sair dali.

— Alô? — A voz doce de soou pelo celular e revirou os olhos deixando as lágrimas finalmente caírem.
— Me tira daqui, por favor. — Ela não se importou em pedir para , apenas chorou tudo o que lhe era permitido e explicou aonde estava para a madrasta que alegara que iria em instantes, pois estava dormindo.

não se importou de entrar no carro apenas de camisola, ninguém a veria mesmo, então ela não tinha com o que se importar. Não sabia o que tinha acontecido exatamente com , mas tinha que fazer isso por , a menina nunca ligaria chorando para o pai e muito menos pediria ajuda sabendo que era .
Algo tinha acontecido, ela sabia que sim. saiu da garagem e dirigiu direto para o endereço onde alegara que estava, assim que chegara, arregalou os olhos ao observar aquela casa, o som alto e casais se amassando na porta de fora, a lembrou de lugares que ela visitava constantemente, nunca imaginara naquele lugar, antes que pudesse pensar ouviu a porta do carro ser aberta e entrar com os olhos borrados pelas lágrimas e os cabelos um tanto bagunçados.

— O que houve, ? — perguntou preocupada.
— Me leva pra casa, por favor. — pediu chorosa e franziu o cenho sentindo o cheiro forte de bebida, claro, ela estava bêbada. ligou o carro novamente e seguiu para casa sem perguntar nada, não queria se intrometer.

***

estacionou na garagem e suspirou ao olhar para que olhava para fora da janela. O carro já havia parado e ela nem havia notado, parecia estar em outro mundo. estendeu sua mão e tocou levemente no ombro de , a despertando de seus pensamentos.

— Você não quer me contar o que houve? — perguntou receosa quando a olhou e viu a menina franzir o cenho ainda com os olhos borrados por conta das lágrimas. — Eu sei que nós não somos muito amigas, não nos damos muito bem, mas você pode desabafar comigo, eu não sou aquele mostro que você acha que eu sou. — disse baixo e sentiu o coração bater um pouco mais rápido, não queria desabafar com ninguém, não queria dizer que tinha levado um fora, não queria viver, não queria mais nada naquela vida, mas ela apenas chorou e abraçou com uma força que ela nem sabia que tinha, tomando cuidado apenas para não machucar o bebê.

arregalou os olhos sem reação, ela nunca imaginaria que a abraçaria, e muito menos choraria nesse abraço, passou as mãos levemente no cabelo da menina e se controlou para não chorar, ela estava se vendo ali... Tempos atrás era que chorava e andava vestida de preto para todos os cantos, só se livrava daquele modelo para trabalhar nas noites, era como se ela estivesse tendo um déjà vu.

— Eu... Eu gosto de um menino, esse menino é o Andrew, e bem, nós somos amigos e eu acabei falando que eu amo ele. Eu beijei ele e a Isabela viu. — disse em meio ao choro e arregalou os olhos, ela sempre via os olhares que dava a Andrew na sala, mas não imaginava que a menina gostava tanto assim dele.
— E o que ele disse? — perguntou calma, depois de se desvencilhar de e a menina fungou.
— Ele disse que não me ama e me quer longe dele. — chorou de novo e acariciou os cabelos da menina, era estranho essa proximidade toda, afinal, elas se odiavam dias atrás.
— Sinto muito... — tentou arrumar outras palavras para consolar a menina, mas se deu conta que isso não a ajudaria. — Olha, o que acha de tomar um banho enquanto eu arrumo a sua cama? Você precisa dormir. — propôs e hesitou, mas depois concordou levemente, as duas saíram do carro e subiu as escadas na frente enquanto inspirava calmamente, a barriga pesava, então subir as escadas já era um obstáculo, assim que chegou no final, andou até o quarto de e viu a menina entrar no banheiro, passou a mão na testa preocupada e caminhou até a cama da menina, a arrumando e deixando-a pronta para a menina deitar, quando ia se retirar do quarto, algo a impediu, aproximou-se da cômoda da menina e pegou o porta retrato, a mãe de estava sorridente na foto, completamente diferente do que ela vira em outras fotos, estava nas costas da mulher e as duas sorriam para a foto, que deveria ter sido tirada por .

estava tão submersa a foto que nem percebeu quando entrou já vestida no seu moletom e com os cabelos soltos. sorriu fraco e se sentiu incomodada, tinha que fazer algo, tinha que desabafar com , antes que ela explodisse com esses turbilhões de sensações.

. — a chamou assim que ela ameaçou sair do quarto. — Eu queria te falar uma coisa. — Ela disse e se sentou na cama, em posição de índio, e chamou para se sentar na ponta da cama, assim ela fez. — Eu sei que nós não nos damos muito bem e eu queria pedir... Queria pedir desculpa por tudo o que eu te fiz. Eu passei anos vivendo sozinha com o meu pai e não estava preparada para ter a companhia de outra mulher aqui em casa, além da minha avó, mas ela não conta porque ela só vinha nos finais de semana e olhe lá. — Ela riu fraco e a acompanhou. — Eu não quero mais viver nesse pé de guerra. Desculpa ter tocado no seu passado, sabe? Mas eu precisava de algo para te atingir e bem... Hoje você me mostrou que não é nada do que eu pensava. — disse e olhou nos olhos de que estava emocionada. — Me desculpa mesmo, e eu estou feliz por ter uma nova irmã... Eu só não quero que ela entre no meu quarto e pegue minhas roupas emprestadas, está bem? — perguntou brincalhona e se assustou de primeira, não imaginava que ela era brincalhona e muito menos que aceitaria sua filha... Isso era surpreendente.
— Tudo bem, eu aceito suas desculpas. — disse rindo e segurando a mão de . — Olha, eu quero pedir desculpas também, por todas as coisas que eu tentei te devolver, o copo de água na cara e entre outras coisas. — As duas riram e se sentiu feliz por finalmente fazer as pazes com , ela realmente não era o monstro que pensava.
— Tudo bem... Amigas? — perguntou em dúvida e sorriu contente.
— Amigas. — estendeu a mão, mas a puxou para um abraço apertado, riram entre o abraço e se soltaram, se levantou e saiu do quarto, rumando para o seu.
— É, parece que as coisas se resolveram. — riu baixo e se deitou na cama, embrulhando-se até a cabeça.

Era bom ser amiga de , quem sabe sua vida não melhoraria? Finalmente poderia ter uma família de verdade, poderia ser ela mesma, sem medo de roubarem o seu pai de si, afinal, no fundo ela sabia que isso nunca aconteceria.

***

entrou sorrindo no quarto e encontrou no quarto, sentado na cama e olhando para os lados, como se a procurasse, sorriu fraco e caminhou até ele, sentando-se ao seu lado.

— O que houve? — Ela perguntou assim que se sentou ao seu lado, em posição de índio, ela olhou de relance para o relógio e viu que marcava três e meia, não pregara o olho um segundo se quer.
— Onde você estava? Desesperei-me quando não vi você na cama. — Ele disse rindo baixo e ela gargalhou.
— Qual é, , se acontecer algo de importante com o bebê eu grito, não se preocupe. — disse rindo fraco e ele gargalhou junto, deitando-se e levando-a para deitar-se em seu peito.
— Onde você estava? — Ele perguntou enquanto acariciava os cabelos dela e ela estremeceu, o que diria?
— Hm... Eu estava na cozinha, me deu uma vontade enorme de comer. — Ele riu fraco e ela se aliviou ao perceber que ele havia engolido a desculpa, não seria nada legal se ele soubesse em que tipo de festa a filha estava, preferia contar isso quando amanhecesse ou então esperaria a própria contar, afinal, ela era a filha.
... — Ele murmurou submerso em seus pensamentos e ela o olhou. — Será que nós podemos...? — Ele perguntou sem graça e ela sorriu fraco.
— O médico disse que eu não posso fazer esforços, amor. — Ela disse triste e ele suspirou.
— Eu prometo que você não fará esforços... — Ele suplicou e ela acariciou o rosto dele enquanto pensava. — Eu estou com saudades. — Ele sussurrou e ela sorriu, deitando-se com cuidado em cima dele.
— Eu também estou com saudades, . — Ela suspirou e o beijou calmamente, ele a acariciou, a virou com muito cuidado para ficar em cima dela, assim que o fez, a beijou de novo e só se separaram quando ficaram sem ar.
— Eu tenho um jeito novo de fazer isso, você vai ficar mais confortável. — Ele disse sorrindo e ela arqueou a sobrancelha.
— E onde o senhor aprendeu isso? — Ela perguntou brincalhona enquanto deitava-se no travesseiro que ele havia arrumado para ela e ele sorriu.
— Na internet. — Ele gargalhou e a pediu para inclinar-se para colocar mais um travesseiro em sua coluna.
— Então quer dizer que você já estava planejando tudo? — Ela riu enquanto acomodava-se no travesseiro que ficava de baixo de sua coluna, a pelve ficaria levantada e a ajudaria no orgasmo.

Era tudo muito novo, nunca fizera sexo daquela forma, seria uma experiência nova.

— Sim. — Ele riu e a beijou de novo, com cuidado, enquanto retirava a camisola dela, deixando-a apenas de lingerie, enquanto ele usava apenas uma cueca. — Se estiver desconfortável, você me avisa, ok? — Ele pediu com a voz calma e ela quase enlouqueceu, não sabia o que tinha lhe dado, mas ao ver de joelhos enquanto ela estava naquela posição, era irresistível.

o puxou para um beijo quente e ao mesmo tempo carinhoso, não podiam esquecer que no meio deles havia uma criança, que convenhamos, não gostaria nada de ser balançada, mas era a necessidade deles e realmente não havia problema naquilo, não poderiam fazer esforço, portanto, teria o maior cuidado com ela e seu bebê.
Retirou o sutiã de calmamente e foi a loucura ao ver os seios levemente avantajados e mais cheios, devido ao leite, ela suspirou maravilhada ao ver os lábios dele a chupando do jeito que ela gostava, calmo e quente, ela levou as mãos ao cabelo dele e o puxou, totalmente excitada, a língua dele ia e vinha em um movimento maravilhoso, ela estava frágil e podia gozar só com aquele movimento.
se soltou e voltou a beijá-la enquanto sentia as mãos de irem de encontro ao cós da sua cueca, em um piscar de olhos a cueca de já se encontrava no meio na coxa dele, que foi retirada lentamente pelos pés de , ele sorriu e tirou sua calcinha sem soltar-se do beijo, ele deslizou suas mãos para a virilha dela e a acariciou, a fazendo arquear as costas, ele continuou o movimento enquanto ouvia os gemidos baixos de em seu ouvido, ela dobrou as pernas na cintura dele e movimentou-se levemente sobre os dedos dele, o levando a loucura a cada segundo.
o abraçou pela nuca e sentiu os beijos dele em toda a área do seu pescoço, a deixando extasiada, era uma sensação maravilhosa, o travesseiro lhe dava uma sensação de conforto e a deixava mais a deriva aquela posição, em instantes os dedos de foram substituídos pelo seu membro duro, ela gemeu baixo o sentindo entrar, e mordeu o lábio quando ele continuou no movimento calmo, entrando e saindo, do jeito que ele sabia que a provocava.
Ela já sentia o suor descer por sua testa e os cabelos grudarem em seu pescoço, sorriu para , o sentindo ir e vir e movimentou-se lentamente com ele, fazendo com que se chocassem levemente, ela gemeu um tanto alto e controlou-se lembrando-se que no começo do corredor era o quarto de e se ela não estivesse dormindo, os escutaria.
Puxou pela nuca e o beijou novamente, ele colocou uma mão no coxão, segurando seu peso para que não caísse em cima dela enquanto a outra a segurava na cintura, estavam tão submersos que não parariam se não sentissem o orgasmo os invadindo, se retirou lentamente de , retirando o travesseiro de baixo dela e deitou-se na cama, a puxando para deitar-se do seu lado.
rodeou o corpo dele com os braços enquanto a mão dele acariciava o seu braço, eles estavam ofegantes e tinham os olhos fechados, tinha a boca entreaberta e sorria com o que tinha acabado de acontecer, fora uma experiência nova e maravilhosa.

***

? — Chad a chamou vendo a menina sentada na cadeira com seus inseparáveis fones de ouvido, ela não o ouviu e então ele retirou um dos fones, a fazendo olhar irritara para ele.
— Ah... É você. O que você quer? — Ela perguntou retirando o outro fone e pausando a música e ele riu.
— Os parabéns. — Ele disse e ela franziu o cenho.
— Por quê?
— Já deixei o envelope com as fotos no endereço que você me pediu, tudo certo. — Ele sorriu e se sentou na cadeira ao lado dela.
— Puta que pariu! — lembrou-se do que pedira a ele e se desesperou, o pai não podia ver aquilo, e àquela altura ele já estaria indo de volta a caminho de casa, brigar com quem não merecia.
— O que foi? — Ele perguntou não entendendo, ela devia estar comemorando e não com cara de quem perdeu o prêmio do ano.
— Que horas são? — Ela perguntou chorosa, ainda olhando atônica para a porta da sala e ele franziu o cenho, olhando o relógio de pulso.
— Oito horas em ponto. — Ele respondeu e ela sorriu, chegaria a tempo se fosse agora a caminho do trabalho do pai.
— Eu preciso matar aula e você, vem comigo. — Ela pegou o celular o jogando na bolsa junto com os fones, e puxou Chad que reclamava sem entender o que ela queria.
— Você precisa me levar no trabalho do meu pai, no endereço que você foi. — Ela disse calmamente, olhando no relógio do pulso dele novamente, teria trinta minutos para retirar as fotos de lá, ela sabia que estava esquecendo-se de algo quando virou amiga de , na madrugada, mas esquecera completamente o que era, e agora se lembrara que mandara as fotos do beijo armado para o escritório do pai, na joalheria.
— Você sabe que o seu Antônio não vai nos deixar sair. — Chad disse como se fosse obvio, o guarda fora contratado dias atrás para impedir a fuga dos alunos espertinhos, ou seja, eles.
— Nada que dinheiro não resolva. — Ela disse o puxando pelo pátio, indo em direção ao portão.

Todos estavam em suas salas, deixando a escola imensa e vazia. se aproximou do guarda e tomou cuidado com as palavras, para não acabar pisando na bola e sendo levada para a diretoria.

— Não vou deixar vocês saírem, ordens da diretora. — Ele disse convicto de si e revirou os olhos, pegando sua carteira na bolsa e retirando uma boa parte de sua mesada.
— É caso de vida ou morte, aceita e me deixa sair, por favor. — Ela suplicou e sorriu ao vê-lo olhá-la com dúvida, ele estava prestes a pegar quando uma voz um tanto conhecida ecoou por trás deles, o guarda rapidamente abaixou a mão, tentando disfarçar, mas a diretora riu e se aproximou mais deles.
— Aonde pensam que vão? — olhou para a diretora que vestia os mesmos trajes, o óculos no meio do nariz e o sorriso sarcástico de sempre, ela definitivamente odiava essa diretora.
— Sr. Olga, eu realmente preciso sair agora. — pediu educadamente e revirou os olhos ao ver a Diretora rir.
— Você está doente, querida?
— Não.
— Então não vejo motivos para a sua saída. — Ela disse rindo e pegando o dinheiro que ainda estava nas mãos da menina. — Seu pai não vai gostar de saber que você anda subornando o guarda da escola, vamos para a minha sala agora, e você vá para a sala, Chad. — Ela lançou um olhar mortal para o rapaz que assentiu e correu de volta para a sala de aula, bufou e seguiu a diretora que andava na sua frente.
— Velha gorda. — Ela murmurou sentindo as lágrimas se formarem nos olhos, ela concluira ontem que não merecia levar a culpa por algo que não havia feito, por algo que tinha sido culpa de , agora, a garota apenas torcia para que o pai não visse aquele envelope, porque se visse, nada ficaria bem.

Capítulo 4


Sete meses depois...

— Tudo bem, mais um passinho para frente. — A voz calma a guiava e ela se controlava para não rir. — Pronto. Abra os olhos. — Ele lhe deu a permissão e assim ela fez, ficando maravilhada com a cena.
— Ficou lindo, amor. — disse maravilhada assim que abrira os olhos e encontrara o quarto da sua menininha todo decorado, sim... Eles teriam uma linda menininha. tinha a barriga bem avantajada, estava no seu sétimo mês de gestação e pedira hoje a licença maternal por insistência de . Ela não aguentava mais ficar em pé por muito tempo, pois a barriga pesava e não aguentaria ouvir crianças gritando, aquilo lhe estressava e não fazia bem ao bebê.
— Eu sei, fui eu quem fiz. — Ele se gabou e ela lhe deu uma tapa nos ombros.
— Admita que a sua mãe te ajudou, ela vivia aqui e não me deixava me aproximar desse quarto, eu já devia desconfiar. — Ela disse e ele gargalhou.
— Certo, ela me ajudou, mas eu fiz a maioria sozinho, ela só decorou do jeito que meninas gostam. — Ele fez careta e sorriu, acariciando a barriga.
— E aí, filha, gostou do quarto? — perguntou assim que juntara sua mão a de em cima da barriga da mesma e sorriram, alguns segundos depois eles sentiram um chute um tanto forte e se segurou em .
— Uau, eu acho que ela amou. — brincou depois de puxar um pouco de ar, ultimamente os chutes da sua garotinha haviam ficado fortes e isso fazia com que ela se sentisse cansada.
— Se não fosse uma menina, eu diria que seria um jogador de futebol. — disse sorrindo enquanto via andar pelo quarto admirando aquele lugar fofo e ela gargalhou.
— Só porque é uma menina, não quer dizer que ela não seja uma mini jogadora de futebol, . — Ela disse e ele gargalhou.
— Certo, você tem razão. — disse e riu enquanto pegava uma pequena boneca nas mãos, tinha a comprado logo no primeiro mês que descobriram o sexo do bebê. — Ficou lindo, . Estou orgulhosa. — Ela sorriu e deixou a boneca de lado, aproximando-se dele e rodeando a nuca dele com seus braços.
— Não acha que eu mereço um beijo por ter feito isso? — Ele perguntou fazendo biquinho e ela gargalhou.
— Você não fez mais do que a sua obrigação. — Ela disse arqueando uma sobrancelha e o deixando de boca aberta, emburrado. — Mas eu vou te ceder um beijo, mas só um. — disse pôr fim ao ver ele desfazer a cara de emburrado e abrir um largo sorriso. Aproximou-se dele e mordeu seu lábio inferior, tomando-o com o beijo caloroso logo em seguida. Uma tosse falsa invadiu o quarto e eles se separaram, olhando em direção ao som.
— Eu estou indo para a casa da Laura, me arrumarei lá para a festa. — disse os olhando com uma cara de nojo, ela não tinha se acostumado com essa vida, um novo quarto, uma nova menina para tirar a atenção do seu pai de si.
— Tudo bem, só tenha cuidado. — a alertou e revirou os olhos.
— Pai, tenho 15 anos e sei o que eu faço. Por favor, né. — disse olhando de cima a baixo para e voltando seu olhar para o pai. — Até mais. — Ela disse friamente enquanto saia rapidamente daquele quarto que só a fazia lembrar-se de como ela era antes, de como ela gostava daquele rosa claro e de como ria e gostava de brincar de bonecas com o seu pai, mas bem... Agora ela perderia o posto para mais uma.

***

— Caramba, você demorou. — Chad disse assim que vira entrar no carro e ela sorriu.
— Eu tive que avisar ao meu Pai que estava saindo, mas mudando de assunto, trouxe as fotos? — Ela perguntou e ele fez uma cara triste.
— Não deu. — Ele deu de ombros, esperando a reação dela.
— NÃO DEU? COMO ASSIM NÃO DEU, SEU IMBECIL? — explodiu de raiva e Chad gargalhou. — TÁ RINDO DE QUÊ? TENHO CARA DE PALHAÇA? — Ela gritou raivosa, o estapeando no braço e ele se esticou, abrindo o porta-luvas do carro, retirou um envelope laranja e jogou no colo dela.
— Tá aí, estressadinha, eu só estava brincando. — Ele riu mais uma vez e ela o fuzilou com o olhar.
— Palhaço. — Ela murmurou enquanto abria o envelope... Oh! Aquilo era colírio para os seus olhos. As fotos revelavam e Chad se beijando sete meses atrás, ela sorriu achando tudo perfeito e ele sorriu junto. — Estão perfeitas. Ah, ... Você não me escapa. — Ela gargalhou e ele arqueou as sobrancelhas, ele poderia a comparar com aquelas bruxas más dos filmes.
— Enfim, o que eu tenho que fazer exatamente com isso? — Ele perguntou assim que lhe devolvera o envelope.
— Quero que você deixe isso nesse endereço. — abriu a bolsa e pegou um papel onde continha um endereço, ele franziu o cenho mas concordou. — Claro, mas tem certeza de que vai dar certo?
— Claro que tenho, meu pai vai chegar furioso e eu vou achar bom quando sair daquela porta desolada. — Ela gargalhou e ajeitou sua bolsa no braço. — Agora me leve até a casa de Laura. — Ela o avisou e ele riu, ligando o motor e saindo de frente a enorme casa em que ela habitava.

***

— E então, como vamos chamar a nossa menina? — perguntou assim que se deitara com no enorme sofá fofo da sala, eles estavam embrulhados e vestidos com moletons, o frio tomava conta da casa e eles assistiam a um filme.
— Eu não sei, tem tantos nomes lindos. — Ela disse colocando uma pipoca que ele trouxera na boca.
— Que tal... Joaquina? — Ele perguntou e fez uma careta, negando levemente. — Rilary? — Ele deu mais uma sugestão, e ela negou novamente, enquanto encostava a cabeça no peito dele e sentia as mãos dele a abraçarem. — Renata? Nathalia? Louise? Faustina? — deu várias sugestões e riu quando gargalhou.
— Por Deus, ! Não gostei de nenhum... Convenhamos, você não tem muito bom gosto em relação a escolha de nomes. — Ela gargalhou mais e ele riu junto.
— Certo, espertinha, então qual você sugere?
— Hm, eu gosto de Lara. — Ela disse pensativa e ele concordou, achando o nome bonito. — Também tem Gabriela, Rebeca, Samanta, Sabrina... — Ela falou de uma vez o fazendo rir, certo, aquela escolha de nomes não ia dar certo.
— São muitos nomes... — Ele disse rindo baixo e se aconchegando mais a ela.
— É verdade, é complicado escolher apenas um.
— Pode deixar que vou te engravidar várias vezes para não termos que escolher apenas um. — Ele brincou e ela riu.
— Você é muito engraçado. — Ela disse irônica e os dois fizeram um breve silêncio, até passar uma cena um tanto tentadora na tela da televisão. mordeu o lábio totalmente excitada e sorriu ao ver a cena no comercial... Oh sim! Uma mulher comia um enorme bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Agarrou a blusa de e o olhou com os olhos brilhando, ele riu e balançou a cabeça negativamente, não acreditando que teria que lhe realizar mais um desejo.
— Não me diz que é mais um desejo.
— Sim... E dos bravos. — Ela brincou e ele gemeu transtornado.
— Por que, meu Deus? — Ele perguntou emburrado olhando para o teto e ela riu com todo o drama dele.
— Vamos, , você não vai querer ver a sua filha com cara de bolo de cenoura. — Ela brincou o abraçando e o beijando no pescoço e ele estremeceu, afastando um pouco.
— Tudo bem, eu vou, mas não me tente com esses beijinhos inocentes, você sabe que a situação aqui não é das melhores. — Ele disse apontando para as partes de baixo e ela gargalhou. Eles não faziam amor há meses e aquilo estava o matando, sabia que não podiam até porque o médico aconselhara a não fazer muitos esforços, teriam que esperar mais alguns meses até ela se recuperar do parto.
— Palhaço. — Ela murmurou enquanto colocava mais uma mãozada de pipoca na boca, e ele riu, levantando-se e alegando que trocaria de roupa para comprar o tão sonhado bolo.

Ele tinha sorte acima de tudo, porque os desejos de não eram complicados e eram fáceis de ser encontrados, outros, ele mesmo fazia.
Depois de ter lhe comprado o bolo, e desfrutaram do mesmo e ela se sentiu maravilhada ao sentir o bolo se desmanchar em sua boca, aquilo era simplesmente maravilhoso, eles comeram em paz e suspiraram cansados ao ver que já era tarde, subiram as escadas e cada um tomou um banho relaxante para dormir.

***

— Isso aqui está sensacional. — gritou enquanto pulava com Laura no meio da pista, a casa da amiga estava cheia de pessoas da escola e claro, dos lindos motoqueiros. Bebidas alcoólicas se espalhavam por todo lugar. O jardim da casa estava totalmente uma loucura, pessoas se beijavam e se agarravam sem nenhum medo ou receio, um casal estava apenas de roupas intimas enquanto se engoliam deitados no jardim da casa, segundo eles, era uma nova experiência.
— Minha festa está um arraso, vou ser lembrada para sempre. — Laura tomou mais uma golada de Vodca e estendeu a garrafa para que negou, ela nunca tinha bebido e tinha medo de ingerir aquilo e acabar se viciando. — Ah, bebe vai, só por hoje, você nem vai se lembrar de nada depois. — Laura disse despreocupada, ainda estendendo a garrafa e negou novamente.
— É disso que eu tenho medo, não me lembrar de nada. — Ela disse e olhou para o lado, fechando a cara logo quando se deparou com a cena: Isabela e Andrew se beijavam intensamente enquanto ela tinha as pernas cruzadas na cintura dele. Oras! Quem diria que aquela santinha iria a uma festa daquelas e ainda o beijaria dessa forma? Ela queria mostrar que sabia fazer mais, que era capaz de fazer mais. Olhou novamente para Laura e desviou seu olhar para a garrafa, a pegou e virou engolindo todo o liquido dali, sentindo sua garganta queimar... Não era ruim, mas não era como se ela tivesse gostado.

— ISSO, GAROTA! — Chad gritou a vendo esvaziar mais um vidro de Vodca.

Quem se importava? Ela queria curtir a noite de hoje, queria se sentir livre.
Após dividir mais uma garrafa com Laura, ela olhou para o canto da sala e viu Andrew sozinho, sorriu com seu pensamento e estendeu a garrafa para a amiga, que pegou tomando mais um gole, tentou devolver a garrafa a , mas quando viu, a amiga não estava mais ali, deu de ombros e tornou a beber a garrafa sozinha, enquanto pulava na pista com os convidados.

— E aí, Andrew. — se aproximou o cumprimentando e ele franziu o cenho ao sentir o cheiro de Vodca se espalhar pelo local.
? Você bebeu? — Ele perguntou assustado e a garota riu assentindo. — Uau, por essa eu não esperava.
— Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Andrew. — Ela disse e ele franziu o cenho. — Uma delas é que eu sou apaixonada por você. — Ela disse sem se importar e Andrew franziu o cenho, não acreditando naquilo, ele tinha vestígios, alguns boatos diziam o mesmo que ela, mas ele preferia não acreditar.
— Você só pode estar bêbada. — Ele disse e tentou sair, mas ela o encurralou na parede onde minutos antes, ele beijava Isabela.
— Espera, eu preciso fazer algo antes. — Ela disse e não lhe deu chances de dizer nada, apenas juntou seus lábios aos dele bruscamente, como ela sempre sonhara, ela o invadiu com sua língua e sorriu ao vê-lo retribuir, mas, não o sentia presente no beijo, a língua dele podia estar envolvida com a dela, mas era como se ele não estivesse ali, seu peito bateu forte e eles se desvencilharam ao ouvir copos se quebrarem no chão... Isabela os olhava com os olhos arregalados.
— Isa...
— Cala essa boca, Andrew. Esquece que eu existo. — Ela disse com a voz chorosa e gargalhou, deixando Andrew furioso.
— VOCÊ É UMA VADIA! FICA LONGE DE MIM, PELO AMOR DE DEUS! , EU NÃO TE AMO E NUNCA VOU TE AMAR, VÊ SE ENTENDE ISSO. — Ele gritou deixando-a estática e saiu bufando, indo atrás de Isabela, a garota que ele realmente amava.
— Você está bem? — Chad perguntou tocando o ombro de que continuava estática no mesmo lugar e ela virou-se bruscamente, correndo até o quarto de Laura e pegando a sua bolsa. Desceu novamente correndo e passou com dificuldade por várias pessoas até achar a porta da casa, suspirou e arregalou os olhos ao ver um casal nu fazendo sexo no jardim. Será que era miragem e eles não estavam ali? Certo, ela estava bêbada e tinha acabado de levar um fora, mas não era para tanto.

Pegou o celular no bolso e se concentrou em ligar para o pai, dane-se se ele achasse ruim, ela apenas queria sair dali.

— Alô? — A voz doce de soou pelo celular e revirou os olhos deixando as lágrimas finalmente caírem.
— Me tira daqui, por favor. — Ela não se importou em pedir para , apenas chorou tudo o que lhe era permitido e explicou aonde estava para a madrasta que alegara que iria em instantes, pois estava dormindo.

não se importou de entrar no carro apenas de camisola, ninguém a veria mesmo, então ela não tinha com o que se importar. Não sabia o que tinha acontecido exatamente com , mas tinha que fazer isso por , a menina nunca ligaria chorando para o pai e muito menos pediria ajuda sabendo que era .
Algo tinha acontecido, ela sabia que sim. saiu da garagem e dirigiu direto para o endereço onde alegara que estava, assim que chegara, arregalou os olhos ao observar aquela casa, o som alto e casais se amassando na porta de fora, a lembrou de lugares que ela visitava constantemente, nunca imaginara naquele lugar, antes que pudesse pensar ouviu a porta do carro ser aberta e entrar com os olhos borrados pelas lágrimas e os cabelos um tanto bagunçados.

— O que houve, ? — perguntou preocupada.
— Me leva pra casa, por favor. — pediu chorosa e franziu o cenho sentindo o cheiro forte de bebida, claro, ela estava bêbada. ligou o carro novamente e seguiu para casa sem perguntar nada, não queria se intrometer.

***

estacionou na garagem e suspirou ao olhar para que olhava para fora da janela. O carro já havia parado e ela nem havia notado, parecia estar em outro mundo. estendeu sua mão e tocou levemente no ombro de , a despertando de seus pensamentos.

— Você não quer me contar o que houve? — perguntou receosa quando a olhou e viu a menina franzir o cenho ainda com os olhos borrados por conta das lágrimas. — Eu sei que nós não somos muito amigas, não nos damos muito bem, mas você pode desabafar comigo, eu não sou aquele mostro que você acha que eu sou. — disse baixo e sentiu o coração bater um pouco mais rápido, não queria desabafar com ninguém, não queria dizer que tinha levado um fora, não queria viver, não queria mais nada naquela vida, mas ela apenas chorou e abraçou com uma força que ela nem sabia que tinha, tomando cuidado apenas para não machucar o bebê.

arregalou os olhos sem reação, ela nunca imaginaria que a abraçaria, e muito menos choraria nesse abraço, passou as mãos levemente no cabelo da menina e se controlou para não chorar, ela estava se vendo ali... Tempos atrás era que chorava e andava vestida de preto para todos os cantos, só se livrava daquele modelo para trabalhar nas noites, era como se ela estivesse tendo um déjà vu.

— Eu... Eu gosto de um menino, esse menino é o Andrew, e bem, nós somos amigos e eu acabei falando que eu amo ele. Eu beijei ele e a Isabela viu. — disse em meio ao choro e arregalou os olhos, ela sempre via os olhares que dava a Andrew na sala, mas não imaginava que a menina gostava tanto assim dele.
— E o que ele disse? — perguntou calma, depois de se desvencilhar de e a menina fungou.
— Ele disse que não me ama e me quer longe dele. — chorou de novo e acariciou os cabelos da menina, era estranho essa proximidade toda, afinal, elas se odiavam dias atrás.
— Sinto muito... — tentou arrumar outras palavras para consolar a menina, mas se deu conta que isso não a ajudaria. — Olha, o que acha de tomar um banho enquanto eu arrumo a sua cama? Você precisa dormir. — propôs e hesitou, mas depois concordou levemente, as duas saíram do carro e subiu as escadas na frente enquanto inspirava calmamente, a barriga pesava, então subir as escadas já era um obstáculo, assim que chegou no final, andou até o quarto de e viu a menina entrar no banheiro, passou a mão na testa preocupada e caminhou até a cama da menina, a arrumando e deixando-a pronta para a menina deitar, quando ia se retirar do quarto, algo a impediu, aproximou-se da cômoda da menina e pegou o porta retrato, a mãe de estava sorridente na foto, completamente diferente do que ela vira em outras fotos, estava nas costas da mulher e as duas sorriam para a foto, que deveria ter sido tirada por .

estava tão submersa a foto que nem percebeu quando entrou já vestida no seu moletom e com os cabelos soltos. sorriu fraco e se sentiu incomodada, tinha que fazer algo, tinha que desabafar com , antes que ela explodisse com esses turbilhões de sensações.

. — a chamou assim que ela ameaçou sair do quarto. — Eu queria te falar uma coisa. — Ela disse e se sentou na cama, em posição de índio, e chamou para se sentar na ponta da cama, assim ela fez. — Eu sei que nós não nos damos muito bem e eu queria pedir... Queria pedir desculpa por tudo o que eu te fiz. Eu passei anos vivendo sozinha com o meu pai e não estava preparada para ter a companhia de outra mulher aqui em casa, além da minha avó, mas ela não conta porque ela só vinha nos finais de semana e olhe lá. — Ela riu fraco e a acompanhou. — Eu não quero mais viver nesse pé de guerra. Desculpa ter tocado no seu passado, sabe? Mas eu precisava de algo para te atingir e bem... Hoje você me mostrou que não é nada do que eu pensava. — disse e olhou nos olhos de que estava emocionada. — Me desculpa mesmo, e eu estou feliz por ter uma nova irmã... Eu só não quero que ela entre no meu quarto e pegue minhas roupas emprestadas, está bem? — perguntou brincalhona e se assustou de primeira, não imaginava que ela era brincalhona e muito menos que aceitaria sua filha... Isso era surpreendente.
— Tudo bem, eu aceito suas desculpas. — disse rindo e segurando a mão de . — Olha, eu quero pedir desculpas também, por todas as coisas que eu tentei te devolver, o copo de água na cara e entre outras coisas. — As duas riram e se sentiu feliz por finalmente fazer as pazes com , ela realmente não era o monstro que pensava.
— Tudo bem... Amigas? — perguntou em dúvida e sorriu contente.
— Amigas. — estendeu a mão, mas a puxou para um abraço apertado, riram entre o abraço e se soltaram, se levantou e saiu do quarto, rumando para o seu.
— É, parece que as coisas se resolveram. — riu baixo e se deitou na cama, embrulhando-se até a cabeça.

Era bom ser amiga de , quem sabe sua vida não melhoraria? Finalmente poderia ter uma família de verdade, poderia ser ela mesma, sem medo de roubarem o seu pai de si, afinal, no fundo ela sabia que isso nunca aconteceria.

***

entrou sorrindo no quarto e encontrou no quarto, sentado na cama e olhando para os lados, como se a procurasse, sorriu fraco e caminhou até ele, sentando-se ao seu lado.

— O que houve? — Ela perguntou assim que se sentou ao seu lado, em posição de índio, ela olhou de relance para o relógio e viu que marcava três e meia, não pregara o olho um segundo se quer.
— Onde você estava? Desesperei-me quando não vi você na cama. — Ele disse rindo baixo e ela gargalhou.
— Qual é, , se acontecer algo de importante com o bebê eu grito, não se preocupe. — disse rindo fraco e ele gargalhou junto, deitando-se e levando-a para deitar-se em seu peito.
— Onde você estava? — Ele perguntou enquanto acariciava os cabelos dela e ela estremeceu, o que diria?
— Hm... Eu estava na cozinha, me deu uma vontade enorme de comer. — Ele riu fraco e ela se aliviou ao perceber que ele havia engolido a desculpa, não seria nada legal se ele soubesse em que tipo de festa a filha estava, preferia contar isso quando amanhecesse ou então esperaria a própria contar, afinal, ela era a filha.
... — Ele murmurou submerso em seus pensamentos e ela o olhou. — Será que nós podemos...? — Ele perguntou sem graça e ela sorriu fraco.
— O médico disse que eu não posso fazer esforços, amor. — Ela disse triste e ele suspirou.
— Eu prometo que você não fará esforços... — Ele suplicou e ela acariciou o rosto dele enquanto pensava. — Eu estou com saudades. — Ele sussurrou e ela sorriu, deitando-se com cuidado em cima dele.
— Eu também estou com saudades, . — Ela suspirou e o beijou calmamente, ele a acariciou, a virou com muito cuidado para ficar em cima dela, assim que o fez, a beijou de novo e só se separaram quando ficaram sem ar.
— Eu tenho um jeito novo de fazer isso, você vai ficar mais confortável. — Ele disse sorrindo e ela arqueou a sobrancelha.
— E onde o senhor aprendeu isso? — Ela perguntou brincalhona enquanto deitava-se no travesseiro que ele havia arrumado para ela e ele sorriu.
— Na internet. — Ele gargalhou e a pediu para inclinar-se para colocar mais um travesseiro em sua coluna.
— Então quer dizer que você já estava planejando tudo? — Ela riu enquanto acomodava-se no travesseiro que ficava de baixo de sua coluna, a pelve ficaria levantada e a ajudaria no orgasmo.

Era tudo muito novo, nunca fizera sexo daquela forma, seria uma experiência nova.

— Sim. — Ele riu e a beijou de novo, com cuidado, enquanto retirava a camisola dela, deixando-a apenas de lingerie, enquanto ele usava apenas uma cueca. — Se estiver desconfortável, você me avisa, ok? — Ele pediu com a voz calma e ela quase enlouqueceu, não sabia o que tinha lhe dado, mas ao ver de joelhos enquanto ela estava naquela posição, era irresistível.

o puxou para um beijo quente e ao mesmo tempo carinhoso, não podiam esquecer que no meio deles havia uma criança, que convenhamos, não gostaria nada de ser balançada, mas era a necessidade deles e realmente não havia problema naquilo, não poderiam fazer esforço, portanto, teria o maior cuidado com ela e seu bebê.
Retirou o sutiã de calmamente e foi a loucura ao ver os seios levemente avantajados e mais cheios, devido ao leite, ela suspirou maravilhada ao ver os lábios dele a chupando do jeito que ela gostava, calmo e quente, ela levou as mãos ao cabelo dele e o puxou, totalmente excitada, a língua dele ia e vinha em um movimento maravilhoso, ela estava frágil e podia gozar só com aquele movimento.
se soltou e voltou a beijá-la enquanto sentia as mãos de irem de encontro ao cós da sua cueca, em um piscar de olhos a cueca de já se encontrava no meio na coxa dele, que foi retirada lentamente pelos pés de , ele sorriu e tirou sua calcinha sem soltar-se do beijo, ele deslizou suas mãos para a virilha dela e a acariciou, a fazendo arquear as costas, ele continuou o movimento enquanto ouvia os gemidos baixos de em seu ouvido, ela dobrou as pernas na cintura dele e movimentou-se levemente sobre os dedos dele, o levando a loucura a cada segundo.
o abraçou pela nuca e sentiu os beijos dele em toda a área do seu pescoço, a deixando extasiada, era uma sensação maravilhosa, o travesseiro lhe dava uma sensação de conforto e a deixava mais a deriva aquela posição, em instantes os dedos de foram substituídos pelo seu membro duro, ela gemeu baixo o sentindo entrar, e mordeu o lábio quando ele continuou no movimento calmo, entrando e saindo, do jeito que ele sabia que a provocava.
Ela já sentia o suor descer por sua testa e os cabelos grudarem em seu pescoço, sorriu para , o sentindo ir e vir e movimentou-se lentamente com ele, fazendo com que se chocassem levemente, ela gemeu um tanto alto e controlou-se lembrando-se que no começo do corredor era o quarto de e se ela não estivesse dormindo, os escutaria.
Puxou pela nuca e o beijou novamente, ele colocou uma mão no coxão, segurando seu peso para que não caísse em cima dela enquanto a outra a segurava na cintura, estavam tão submersos que não parariam se não sentissem o orgasmo os invadindo, se retirou lentamente de , retirando o travesseiro de baixo dela e deitou-se na cama, a puxando para deitar-se do seu lado.
rodeou o corpo dele com os braços enquanto a mão dele acariciava o seu braço, eles estavam ofegantes e tinham os olhos fechados, tinha a boca entreaberta e sorria com o que tinha acabado de acontecer, fora uma experiência nova e maravilhosa.

***

? — Chad a chamou vendo a menina sentada na cadeira com seus inseparáveis fones de ouvido, ela não o ouviu e então ele retirou um dos fones, a fazendo olhar irritara para ele.
— Ah... É você. O que você quer? — Ela perguntou retirando o outro fone e pausando a música e ele riu.
— Os parabéns. — Ele disse e ela franziu o cenho.
— Por quê?
— Já deixei o envelope com as fotos no endereço que você me pediu, tudo certo. — Ele sorriu e se sentou na cadeira ao lado dela.
— Puta que pariu! — lembrou-se do que pedira a ele e se desesperou, o pai não podia ver aquilo, e àquela altura ele já estaria indo de volta a caminho de casa, brigar com quem não merecia.
— O que foi? — Ele perguntou não entendendo, ela devia estar comemorando e não com cara de quem perdeu o prêmio do ano.
— Que horas são? — Ela perguntou chorosa, ainda olhando atônica para a porta da sala e ele franziu o cenho, olhando o relógio de pulso.
— Oito horas em ponto. — Ele respondeu e ela sorriu, chegaria a tempo se fosse agora a caminho do trabalho do pai.
— Eu preciso matar aula e você, vem comigo. — Ela pegou o celular o jogando na bolsa junto com os fones, e puxou Chad que reclamava sem entender o que ela queria.
— Você precisa me levar no trabalho do meu pai, no endereço que você foi. — Ela disse calmamente, olhando no relógio do pulso dele novamente, teria trinta minutos para retirar as fotos de lá, ela sabia que estava esquecendo-se de algo quando virou amiga de , na madrugada, mas esquecera completamente o que era, e agora se lembrara que mandara as fotos do beijo armado para o escritório do pai, na joalheria.
— Você sabe que o seu Antônio não vai nos deixar sair. — Chad disse como se fosse obvio, o guarda fora contratado dias atrás para impedir a fuga dos alunos espertinhos, ou seja, eles.
— Nada que dinheiro não resolva. — Ela disse o puxando pelo pátio, indo em direção ao portão.

Todos estavam em suas salas, deixando a escola imensa e vazia. se aproximou do guarda e tomou cuidado com as palavras, para não acabar pisando na bola e sendo levada para a diretoria.

— Não vou deixar vocês saírem, ordens da diretora. — Ele disse convicto de si e revirou os olhos, pegando sua carteira na bolsa e retirando uma boa parte de sua mesada.
— É caso de vida ou morte, aceita e me deixa sair, por favor. — Ela suplicou e sorriu ao vê-lo olhá-la com dúvida, ele estava prestes a pegar quando uma voz um tanto conhecida ecoou por trás deles, o guarda rapidamente abaixou a mão, tentando disfarçar, mas a diretora riu e se aproximou mais deles.
— Aonde pensam que vão? — olhou para a diretora que vestia os mesmos trajes, o óculos no meio do nariz e o sorriso sarcástico de sempre, ela definitivamente odiava essa diretora.
— Sr. Olga, eu realmente preciso sair agora. — pediu educadamente e revirou os olhos ao ver a Diretora rir.
— Você está doente, querida?
— Não.
— Então não vejo motivos para a sua saída. — Ela disse rindo e pegando o dinheiro que ainda estava nas mãos da menina. — Seu pai não vai gostar de saber que você anda subornando o guarda da escola, vamos para a minha sala agora, e você vá para a sala, Chad. — Ela lançou um olhar mortal para o rapaz que assentiu e correu de volta para a sala de aula, bufou e seguiu a diretora que andava na sua frente.
— Velha gorda. — Ela murmurou sentindo as lágrimas se formarem nos olhos, ela concluira ontem que não merecia levar a culpa por algo que não havia feito, por algo que tinha sido culpa de , agora, a garota apenas torcia para que o pai não visse aquele envelope, porque se visse, nada ficaria bem.

Capítulo 5


se espreguiçou na cama e sorriu ao lembrar do que acontecera na madrugada. Tinha sido tudo muito perfeito, a amizade com , o jeito carinhoso com o que a tratara, era realmente um sonho. Um sonho ter encontrado um homem tão perfeito, carinhoso, amoroso e era um prêmio estar gravida de alguém como ele.
Levantou-se da cama e rumou em direção ao banheiro, estava sozinha em casa há horas, a diarista só viria à tarde, então teria a casa apenas para ela essa manhã. Despiu-se e tomou um banho quente relaxante. Depois do banho, escovou os dentes e preparou-se para descer, já deviam ser quase meio dia e ela não tomara café da manhã, estava morrendo de fome, agora ela comia por dois, mas antes mesmo de sair do quarto, vira entrar furioso fazendo que que a porta batesse na parede, a fazendo tremer de medo.

— O que houve? — Ela perguntou com medo e ele caminhou até ela, furioso, seu rosto estava vermelho e ela jurava que a qualquer momento ele explodiria, mesmo que isso a fizesse mal.
— O que houve? O que houve? — Ele perguntou ironicamente enquanto passava as mãos no cabelo nervosamente e ela franziu o cenho.
... O que aconteceu? Acalma-se. — Ela tentou o tocar no ombro, mas ele se afastou. — Droga! O que houve? Vai me contar ou não? — Ela disse começando a ficar irritada, sentia-se cansada e a barriga já começava a pesar.
— Eu acho melhor você ver com seus próprios olhos. — Ele enfiou a mão no bolso e tirou um envelope laranja jogando nas mãos dela, que se atrapalhara e acabara deixando o envelope cair, ela agachou-se devagar e o pegou na mão, levantando-se de novo.
... Eu, eu posso explicar. — Ela disse assim que vira as fotos... As mãos começaram a tremer e ela sentia o mundo cair em cima dela. Nunca pensara que ele saberia, fazia tantos meses e ela já havia se esquecido disso, quem faria uma coisa dessas?
— ME EXPLICAR, ? VOCÊ ME TRAI E AINDA QUER EXPLICAR? — Ele gritou a deixando nervosa e os olhos dela lacrimejaram, deveria ter escutado e contado tudo no dia certo, com certeza ele ficaria com raiva, mas não teria toda essa repercussão.
— Não grita, ... Você sabe que eu não posso me estressar, isso não faz bem ao nosso filho. — Ela disse chorando e ele gargalhou ironicamente.
— Nosso filho... Nosso filho... Vai lá saber se ele é meu mesmo, não é? — Ele perguntou rindo baixo e ela arregalou os olhos.
— Como é que é? — Ela perguntou não acreditando naquilo, tudo bem, ela tinha errado, não tinha o contado, mas duvidar da sua gravidez era algo que ela nunca imaginara que ele pensaria.
— Com sua fama de antigamente, né... Vai saber. Será que você me ama mesmo ou só está comigo pelo dinheiro? — Ele disse olhando fixamente nos olhos dela e fechou os olhos quando sentiu a mão dela chocar-se com o seu rosto.
— EU NÃO ACREDITO NO QUE EU ESTOU OUVINDO, ! VOCÊ É DOENTE? NEM AO MENOS ME DEIXOU EXPLICAR E JÁ ESTÁ DUVIDANDO DO NOSSO BEBÊ? , EU NUNCA TRAIRIA VOCÊ E NUNCA ME APROVEITARIA DO SEU DINHEIRO, SEU IDIOTA! — Ela gritou fora de si, sentindo as lágrimas caírem e ele arrependeu-se de ter duvidado antes da hora, mas estava irritado e aquelas fotos acabaram com ele.
... Eu...
— VOCÊ SABE O QUANTO EU TE AMO? EU NUNCA MENTI PARA VOCÊ, PORQUE VOCÊ TEM QUE DUVIDAR DESSE BEBÊ? ESSE GAROTO DA FOTO É O CHAD, AMIGO DA SUA FILHA. FOI ELE QUEM ME BEIJOU A FORÇA E EU NÃO SEI DE ONDE SURGIRAM ESSAS FOTOS, MAS... FAZ TEMPO, . — Ela gritou de novo, passando as mãos pelos cabelos, totalmente nervosa. — EU NÃO ACHEI QUE IMPORTARIA, É SÓ UM ADOLESCENTE REBELDE E EU REALMENTE NÃO ACHEI QUE ESSA BOBAGEM CAUSARIA ISSO TUDO, EU NUNCA ACHEI QUE VOCÊ DUVIDARIA DE MIM DESSA FORMA. — Ela gritou novamente, sentindo-se tonta com tudo aquilo e se desesperou, tudo estava embaralhado em sua cabeça e ele não conseguia enxergar nada além do fato dela ter beijado outro homem e não ter lhe contado.
, calma, você não pode se estressar, isso não faz bem ao bebê, eu já disse. — disse baixo, tentando a acalmar, arrependendo-se amargamente por ter entrado daquela forma.
— E VOCÊ SE IMPORTA, ? CLARO QUE NÃO, NÃO É? AFINAL, ELE PODE TER VÁRIOS PAIS, NÃO É ISSO QUE VOCÊ ACHA? QUE EU SOU UMA VAGABUNDA? — Ela gritou andando em direção ao closet e ele franziu o cenho, indo atrás dela.
— Eu não disse isso, me desculpa, . Olha, nós podemos conversar sobre isso, me desculpa mesmo, amor.
— Não me chama de amor, você não merece o meu amor. — Ela disse puxando uma mala do armário e a abrindo, deixando desesperado.
— O que você vai fazer?
— Eu vou embora, eu não aguento mais isso. — Ela parou de colocar as roupas dentro da mala quando ele correu até ela, agarrando-a pelos braços, fazendo-a olhar no fundo dos seus olhos.
— Não faz isso comigo, ... — Ele suplicou e ela gargalhou, soltando-se dele e colocando as roupas na mala de todo jeito, só queria sair logo dali, antes que tacasse algo na cara de .
— Você pensou antes de me dizer aquelas coisas, ? — Ela perguntou e ele negou, de cabeça baixa. — Então eu não devo pensar em sair daqui, eu apenas vou, e você não vai me impedir. — Ela disse amargamente e colocou um par de sandálias na mala. Havia apenas roupas básicas ali, algo com o que ela conseguiria sobreviver por uma semana ou menos, não era algo temporário, ela apenas tinha que sair dali o mais rápido possível.
— Pai? ? — caminhou até o closet e sentiu o mundo cair ao ver com uma mala de rodinhas na mão.
— Para onde você vai? — perguntou ignorando a presença de , apenas sentindo as lágrimas caírem sobre o seu rosto, não sabia o que seria sem e a sua menina.
— Para um lugar bem longe de você. — Ela disse antes de sair apressada do quarto, carregando a mala junto de si.

se sentiu tonta e arrependeu-se de ter gritado tanto, agora sentia algo a incomodar e a tontura a invadir, andou rapidamente pelo corredor sentindo os olhos lacrimejarem e as duas vozes que ela tanto conhecia a chamarem logo atrás, mas não deu ouvidos, apenas andou rapidamente e respirou fundo quando começou a descer as escadas, as lágrimas agora deixavam sua vista embaçada e ela se sentiu tonta novamente.
Fora tudo em uma questão de tempo.
Um passo em falso e agora ela rolava pela escada, a única coisa que ela se lembrou foi de proteger a barriga, proteger a sua menina, e depois, tudo ficou escuro e silencioso.

***

— A culpa é toda minha, pai. — chorou na sala de espera, finalmente desabafando com o pai que andava de um lado para o outro, segundos atrás vira ser levada por médicos.
— Não é culpa sua, , é culpa minha, eu que gritei com ela. — Ele culpou-se e se sentou na cadeira do lado da menina.
— Não pai, você não entende... A culpa é minha, eu que armei tudo isso, eu que tirei as fotos e pedi para Chad beijá-la. — Ela confessou tampando o rosto com as mãos e a olhou atônico.
... EU NÃO ACREDITO NISSO. — gritou e levantou-se dando um soco na parede, fazendo estremecer. — VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE VOCÊ FEZ? EU POSSO TER PERDIDO UMA FILHA OU POSSO TER PERDIDO A MULHER DA MINHA VIDA, VOCÊ TEM NOÇÃO DISSO? — Ele gritou novamente e desabou no choro, vários enfermeiros o seguraram pedindo para ele se acalmar e o mesmo se soltou rapidamente. — EU NÃO QUERO ME ACALMAR, EU SÓ QUERO A MINHA ESPOSA E A MINHA FILHA BEM, PORRA. — Ele gritou de novo e se levantou, não tinha paciência para ficar ali, o pai estava nervoso e tudo era culpa dela, tudo por causa de suas rebeldias.
— Senhor, se acalme, por favor, ou vamos ter que sedá-lo. — A enfermeira disse grossa e se conteve, não queria ser sedado, queria estar bem para receber notícias.

passou a mão no cabelo e com a outra limpou as lágrimas, tudo aquilo parecia um sonho terrível.

4 horas depois...

— Família de ? — O médico os chamou e , e agora , levantaram indo de encontro ao médico.
— Ela está bem? Minha filha sobreviveu? — perguntou nervoso, sentindo as pernas bambearam, a cara dele não estava nada boa.
— O bebê está bem, ela nasceu prematura, portanto, terá que passar algum tempo aqui até ganhar o seu peso normal. — O médico disse sério e se sentiu aliviado, mas ele não se sentia cem por cento, porque sentia que algo tinha acontecido com .
— E a minha esposa? — Ele perguntou sentindo as lágrimas caírem do seu rosto e o médico abaixou a cabeça por um tempo.
— Ela está em coma. — Ele disse e arregalou os olhos.
— Co-coma? — disse a si mesmo sentido o mundo parar por minutos. , sua estava em coma?
— Ela tentou proteger a barriga com as mãos e isso fez com que ela perdesse a segurança na altura da cabeça, ela bateu forte com a cabeça em um degrau da escada e acabou sofrendo um traumatismo craniano, o coma é indeterminado, ela pode acordar hoje, amanhã ou daqui meses ou anos... Tudo depende da força dela. — sentiu o chão ceder, era muito pior do que ele pensava. Não ouviu mais nada, apenas caiu com tudo no chão, sendo acolhido pelos braços da mãe, que sussurrava que tudo ficaria bem, mas ambos sabiam que não ficaria.
— Nós podemos visitá-la? — perguntou ao médico antes dele sair e o mesmo sorriu fraco.
— Ela está descansando no quarto 300. Sejam rápidos. — O médico disse e então saiu, sentindo-se triste por dar uma notícia dessas para uma família, afinal, ele era casado e tinha filhos, seria terrível se isso acontecesse com ele.

olhou para o Pai por cima dos ombros e sentiu lágrimas caírem dos seus olhos, ele não merecia isso. não merecia isso, quem merecia isso era ela, apenas ela.
Olhou para o corredor e andou até ele, procurando a sala 300, assim que a achou, adentrou-a deparando-se com deitada, respirando com a ajuda de aparelhos. sentiu vontade de chorar, porque ela sabia que só sairia dali com um milagre. Andou receosamente até a cama e viu o rosto de frio, ela diria que estaria morta se a mesma não estivesse respirando.

— Me desculpe por isso. — começou, sentindo as lágrimas caírem violentamente dos seus olhos. — Não deixa o meu pai, você tem uma filha agora... Você não pode a deixar também. Sabe, eu me arrependo tanto de ter começado a implicar com você, com medo de perder o meu pai, quando na verdade, eu tinha medo de me relacionar com outra mulher que me abandonasse. Eu não devia ter causado tantas coisas ruins a você, me desculpe por isso. — pediu, apoiando as mãos na beirada da cama e olhando atentamente para o rosto branco de . — Meu pai não vai suportar perder alguém que ele ama, ele não vai suportar te perder, ... Então, volta por ele, eu sei que você o ama tanto quanto ele ama você, então... Não o deixe. Vocês têm que cuidar de alguém mais preciosa agora, eu ainda não vi a sua filha, mas tenho certeza de que ela é linda, tenho certeza que será bem cuidada. Eu sei que você é forte, afinal, você aguentou o produto no seu cabelo. — Ela riu baixo e sentiu a boca tremer de tanto chorar. — Se alguém tem que morrer aqui, esse alguém sou eu. Eu que causei tudo isso, eu estou fazendo o meu pai sofrer, eu te fiz ficar assim, entre a beira da morte. — chorou novamente e caminhou até a janela do quarto... Já era final de tarde e as ruas estavam movimentadas, ela olhou novamente para e andou até a cama novamente. — Eu espero que você volte, . Se você estiver me ouvindo, saiba que apesar de nunca demonstrar um afeto por você, eu o tenho, eu te amo e gostaria que você fosse a minha mãe, é uma pena que eu não tenha aproveitado isso tudo, mas de qualquer forma, obrigada, principalmente por fazer o meu pai feliz, tenho certeza de que ele vai aguentar tudo se você continuar ao lado dele. E, eu queria que você fizesse um favor para mim, se não for pedir demais, claro. — acariciou a mão de levemente e se arrepiou ao sentir a mão dela gelada. — Eu gostaria que você chamasse o bebê de , sabe, eu sempre amei esse nome e vai ser uma honra se você me der esse presente. — disse sorrindo fraco, torcendo para que a ouvisse. — Espero que você fique bem. — Ela se despediu e sorriu fraco, limpando as lágrimas e saindo do quarto e parando no corredor ao lado da porta.

queria partir, queria deixar sua vida para alguém melhor, não queria mais fazer parte daquela família, talvez se vivesse tudo melhorasse, mas ela não queria... Não queria continuar sua vida, queria apenas sumir e ficar sossegada em algum lugar melhor, e ela tinha certeza que esse lugar não era ali.
Então ela teve uma ideia porque sabia que depois que soubesse de tudo, desconfiaria do momento que tiveram, quando se tornaram amigas. Dirigiu-se até uma enfermeira no balcão e pediu urgentemente por uma caneta e um papel, assim que a enfermeira a estendeu o que ela havia pedido, ela andou até uma cadeira no canto da sala, e deixou-se levar, escrevendo o que sentia naquele momento, assim que terminara, colocara o nome de na frente. Não podia deixar o bilhete largado por ali, então achou melhor deixar com o pai, porque ele com certeza entregaria para a esposa.
andou rapidamente pelo corredor e olhou para o pai que dormia em uma poltrona nada confortável, ela olhou rapidamente para o bolso dele e sorriu fraco. Caminhou lentamente até ele e colocou o bilhete em seu bolso com muito cuidado. se mexeu um pouco, mas não acordou e aparentemente estava na cantina do hospital, ajeitou o bilhete no bolso e o soltou junto com sua respiração, que ela nem havia percebido que havia prendido. Fechou os olhos apenas para segurar as lágrimas e depositou um beijo da testa do pai. Sentiria falta dele. Saiu de perto dele e caminhou até a enfermeira de antes, precisava se despedir de alguém antes.

— Com licença, onde fica a parte da maternidade? Preciso ver minha irmãzinha. — Ela perguntou sem graça e a enfermeira assentiu, pedindo para ela a acompanhar.

Andaram até o final do corredor e pararam em frente a uma parede com uma janela de vidro, onde era possível observar todos os bebês, todos tinham seus respectivos nomes, menos um, que tinha apenas o sobrenome “”, sorriu para o bebê que a olhava atentamente, ela tinha um tubo de respiração no nariz, talvez pelo fato de ter nascido prematura.
Tudo ali seria mais fácil sem ela, então assim ela faria, aquele bebê ficaria bem nas mãos de e e a substituiria, seria um orgulho na família, o orgulho que ela nunca foi.

— Cuide bem deles, . — sussurrou dando uma última olhada na sua meia-irmã e correu para fora do hospital, ela queria que tudo aquilo passasse o mais rápido possível, e tinha certeza de que logo isso passaria, logo ela estaria em paz e sossegada.

, acorde. — sussurrou para o filho que dormia desajeitadamente na poltrona da sala de esperas. — Você já pode visitar, . — o tocou no ombro e ele se ajeitou na poltrona, abaixando a cabeça e suspirando forte, aquele poderia ser o pior dia da sua vida.

— Onde está ?
— Eu não sei, não a vejo desde a hora em que fui à lanchonete. — pegou o celular do bolso e ligou para , mas a menina não atendia e nem dava sinal de vida. — Droga, ela não atende. Era só o que me faltava. — sentou-se novamente e deixou as lágrimas grossas descerem por seu rosto.
— Se acalma, filho. Eu sei que as coisas não estão do jeito que você gostaria que estivessem, mas essa é a lei da vida. vai acordar do coma e vocês vão cuidar muito bem daquela linda garotinha. Você precisa vê-la, ela é linda. — disse babando, lembrando-se de ver a sua netinha minutos atrás.
— Onde ela está? — finalmente animou-se com algo. Em meio a tantas notícias, a sua menininha era a única que o alegrava.
— Venha comigo. — disse e puxou o filho pela mão, o levando até à ala da maternidade. Algumas crianças prematuras ficavam um tanto distantes, mas ainda assim era possível de se vê-las pela janela de vidro.

encostou a testa no vidro e posou o olhar na sua linda menininha... Oh! Era tão pequenininha e frágil, não via a hora de vê-la falando, dando os primeiros passos e entre outras coisas. Ele sorriu mais ainda ao ver sua menina lhe lançar um sorriso um tanto desengonçado enquanto balançava os bracinhos, ele sabia que ela havia o reconhecido. Ele a olhou pela última vez, sabendo que no momento em que ela saísse dali, seria muito bem cuidada por ele e .

— Em meio a tantas coisas, saber que a minha menina nasceu é gratificante, ficaria tão feliz se estivesse acordada. — lamentou e encostou-se na parede, do lado da janela, com sua mãe ao seu lado.
— Ela vai acordar, . Quando você menos esperar, ela vai acordar. — acariciou o braço do filho e o encorajou a ir visitar .
— Eu não sei se consigo a encarar em uma cama, sem falar, sem abrir aqueles olhos que me dão força para continuar, mãe... Eu não sei o que vai ser de mim sem ela. — olhou para o canto do corredor vendo mães felizes irem visitar os seus filhos em cadeiras de rodas, e ele se sentiu completamente estúpido por ter gritado com o amor da sua vida e lhe acusado sem antes ouvi-la. Pode soar clichê, mas era quem lhe dava forças para continuar, ele amava chegar do trabalho e a ver sentada no chão da sala, concentrada em corrigir as provas. Ela ficava incrivelmente linda naqueles óculos de grau de armações pretas e ficava mais linda ainda quando prendia o cabelo em um coque, ou quando bufava ao ver uma resposta sem noção.

certamente não conseguiria cuidar mais uma vez de uma filha sem mãe, já passara isso quando era uma criança e não queria passar de novo, dessa vez poderia ser até pior, pois a bebê nem se lembraria da mãe. deixou mais lágrimas caírem do seu rosto ao lembrar de quando se casara com .

Flashback on

andava de um lado para o outro na enorme igreja, as pessoas lotavam as cadeiras e muitos amigos e conhecidos o rodeavam, alguns amigos o zoavam por estar tão nervoso, mas o que ele podia fazer? Era o momento da sua vida, a segunda vez que se casaria, mas dessa vez, ele tinha certeza que daria certo.
Porque era o amor da sua vida, sua .

, se acalme, não precisa ficar tão nervoso, ela não vai fugir. — brincou, segurando Paul pelo braço, enquanto o mesmo sorria para todos, como sempre. O Pai de era conhecido por ser simpático, podia ser o cara mais triste do mundo, mas ninguém saberia daquilo, distribuir sorrisos era quase que um hobbie para o pai de .
— Meu Deus, eu já ouvi falar que noiva demora, mas não sabia que era para tanto. — disse nervoso enquanto enfiava as mãos no bolso do smoking, gargalhou, achando aquela situação engraçada. não havia ficado tão nervoso assim no antigo casamento.

Antes que ele pudesse reclamar mais uma vez, fora surpreendido pela marcha nupcial, que anunciava que a noiva já estava pronta.
Ele olhou contente para a porta de entrada, que se abrira segundos depois. Uma linda menininha, filha do amigo de , entrara espalhando flores por onde passaria. Ele não olhava para nada, apenas para ela.
Um lindo vestido branco lhe abraçava perfeitamente, as curvas eram realçadas e as mangas de renda a deixava ainda mais linda. De onde estava, poderia dizer que estava muito nervosa, pois a mesma mordia o lábio e agarrava o braço de Paul com força.
Ela o olhou e sorriu, o deixando ainda mais extasiado. tinha um poder em cima de que nem imaginava, só com um olhar ela conquistava o que muitas mulheres tentaram há anos... Não tinha como explicar o quanto a amava, porque o amor não é algo que possa se explicar, é algo para se sentir.
e Paul se aproximaram e desceu um degrau da pequena escada para pegar a noiva com o pai. Lembrara-se de alguns dias antes do casamento, quando ficara deprimida por não conhecer o seu pai e não tê-lo no seu casamento. Era apenas ela no mundo. Sua mãe era uma prostituta e não sabia quem era o pai de verdade de . E ela seguiu o mesmo caminho da mãe, que agora estava perdida no mundo, não sabia onde ela estava e nem queria saber. Tudo bem, era sua mãe, mas ela não queria estar na frente dela novamente, uma mãe não apoiaria a filha a entrar em um mundo perdido. Ela fugira justamente para sair daquele lugar vazio e oco, onde só havia pessoas obcecadas por prazer. Não queria voltar, não queria encontra-la e muito menos queria saber o paradeiro do seu pai, era algo impossível já que sua mãe pegava muitos em uma noite. Era uma possibilidade em meio de milhões. Mas, a alegrou e tudo ficou melhor, porque ela soube que ela estava no lugar certo. Ao lado de quem sempre lhe deu força quando mais precisou.

— Cuide bem da minha nora, rapaz. — O Paul brincou os fazendo rir e se aproximou de , lhe dando um beijo demorado na bochecha. Os dois deram as mãos e se posicionaram em frente ao padre, eles escolheram o modo tradicional do casamento, aquele seria o momento mais especial da vida de ambos.

***

— Agora os votos, por favor. — O Padre disse e ambos tremeram, agora selariam aquele momento e finalmente viveriam felizes para sempre, bem... Era o que eles achavam.

suspirou e sorriu para o irmão da linda menininha que entrara jogando as flores, ele segurava as alianças e sorriam para os dois, pegou a aliança nas mãos e segurou a mão de , enquanto o Padre segurava o microfone, para que todos presentes ouvissem.

, apesar do mundo ver essa mulher forte e independente, eu nunca conheci uma mulher tão graciosa e com um coração tão puro. Com você ao meu lado nunca vou estar sozinho. Quando estive perdido, você sempre esteve lá para me ajudar. Então, nesse dia e nesse momento, prometo o resto da minha vida a você que sempre acreditou em mim, e eu acredito em você. E quando se acredita em alguém, não é só por um minuto ou um momento, é por toda vida. Te dedico toda a minha vida, toda a minha história, tudo o que sou, hoje e sempre. — disse sorrindo ao vê-la derramar lágrimas e mais lágrimas, retirou a aliança da almofada de veludo que o menininho estendia e encachou a aliança do dedo de , que sorriu emocionada e preparou-se para fazer o seu discurso.
, Você me completa em todas as formas, de todos os jeitos, com todos os tipos de felicidade possíveis. Não existe vida longe do seu amor, não existe vida longe de você. Você foi a resposta das minhas orações. Eu vejo muitas mulheres reclamando dos seus parceiros, dizendo que não são amadas, e poucas pessoas podem dizer isto: eu estou casando com o amor da minha vida, eu estou casando com você, que sempre me proporcionou momentos maravilhosos, sempre me amou da melhor forma possível e nunca desistiu de nós, mesmo com vários obstáculos nos cercando. Eu te quero ao meu lado, para sempre.

— Eu te amo. — sussurrou antes de beijá-lo carinhosamente, mantinha-se sentada e sem demonstrar emoções, os amigos, parentes e colegas batiam palmas e outros choravam, tais como , que já tinha a maquiagem borrada de tanto chorar, definitivamente, ela era um rio de emoções.

— Eu também te amo, amor. — Ele disse depois do beijo e a abraçou carinhosamente pela cintura. — Caribe nós espera. — disse no ouvido dela que gargalhou e o tomou com outro beijo. A lua de mel do casal seria no Caribe e depois se passaria em várias outras cidades, teriam dois meses só deles, agora eram senhor e senhora , pra sempre.

Flashback off

entrou no quarto de e sentiu o coração diminuir a velocidade quando a viu deitada naquela cama, totalmente sem vida, a pele dela estava alva, diferente das outras vezes que a vira, mas ainda sim continuava linda.
Ele andou até à beirada da cama e acariciou os lindos cabelos da amada que estavam deitados sobre o travesseiro, um tubo de oxigênio estava conectado com o nariz da esposa, ajudando-a a respirar, caso aqueles aparelhos fossem desligados, poderiam considera-la morta.

... — chamou-a baixinho, enquanto passava o seu indicador no rosto macio da esposa, que estava tão gelado quanto o corpo dela. — Não me deixa, por favor. — Ele pediu sentindo as lágrimas finalmente caírem, a vê-la assim, tão frágil, era terrível. — Você é a razão da minha vida, a única que faz o meu coração bater forte. Eu não devia ter dito aquelas coisas a você, eu estava com raiva e cego pelas imagens, eu sei que você nunca faria aquilo comigo, eu sei que você me ama assim como eu te amo, então não me deixa, não deixa o que temos acabar dessa forma, nós temos uma linda filha agora e eu não sei o que vai ser de mim sem você, a nossa menina não pode crescer sem uma mãe, . — Ele abaixou a cabeça, a encostando no peito da amada e desatando em choro, não tinha condições de continuar ali, vendo-a calada, de olhos fechados, era estranho, até porque eles sempre conversavam, se beijavam, andavam juntos praticamente o dia todo, era muito estranho vê-la ali... Ela não merecia aquilo, era tão boa e amorosa com todos, definitivamente, não merecia aquilo. — Eu só peço que você volte, para que possamos recomeçar, eu até entendo se você ficar com raiva de mim, mas eu prefiro ficar brigado com você do que não ter você viva. Volta pra mim, amor. Eu vou te esperar até o último suspiro da minha vida. — Ele a acariciou mais uma vez e conteve-se novamente, saiu do quarto cabisbaixo, precisava ir pra casa e tomar um banho e nem sequer sabia onde estava, era o momento mais terrível da sua vida.

***

Ela corria sem olhar para trás, era difícil distinguir o que sentia naquele momento, era um misto de emoções. A garota já estava longe do hospital e nem pensava na possibilidade de parar de correr para seu destino. Nunca pensara que sua família chegaria a esse ponto, nunca pensara que ficaria em coma por sua causa. Era como um lembrete que sempre voltava para os seus pensamentos. Seu pai estava acabado, estava em um sono profundo, por sua culpa. E era mais complicado do que ela pensara, porque havia um bebê, um bebê que poderia ficar sem mãe, tudo por sua culpa.
Os cabelos voavam e chocavam-se contra o vento que batia no rosto da garota, alertando-a de que aquilo não era certo, mas ela não queria saber. Sentia os pés doerem e agradeceu aos céus por não ter tirado o tênis ao chegar em casa. Caso estivesse de chinelo, não conseguiria completar metade do seu objetivo.

— Eu espero que isso funcione. — Ela sussurrou para si mesma, quando parou e esperou a respiração se regular.

A vida estava tão complicada, tudo era tão complicado na vida da menina. Não sabia como as coisas seriam a partir dali, sabia que perderia tudo, mas o que ela poderia perder mesmo? Já tinha sido chutada pelo amor de sua vida, já tinha acabado com a vida do Pai e de , e realmente esperava que tudo se resolvesse quando ela partisse, nada melhor do que partir.

Choose your last words
(Escolha suas últimas palavras)
This is the last time
(Esta é a última vez)
Cause you and I
(Porque você e eu)
We were born to die…

(Nós nascemos para morrer...)

Ela voltou a correr, sorrindo ao ver o seu destino de longe. Algumas pessoas olhavam como se ela fosse louca, mas ela não se importou com aquilo, eles ficariam chocados com o que ela faria depois. Parou em uma ponte e colocou as mãos nos joelhos, sentindo-se por um fio. O rio lá em baixo deixava tudo mais ameno, o barulho da água se chocando com as pedras era como música para seus ouvidos...

— Eu espero que tudo volte ao normal, espero que você volte a viver, . — Ela disse para si mesma e olhou atentamente para a estrada, tudo o que ela veria pela última vez. Ignorou o chamado das pessoas que a olhavam com os olhos arregalados, algumas crianças seguravam as pernas dos pais, e apontavam para .

A garota sentiu lágrimas gordas descerem pelo seu rosto e virou-se para frente quando viu um dos rapazes caminhar até ela, talvez na tentativa de tira-la dali.
Estava definitivamente, pronta. Sentia-se livre para partir agora.
A ponte era muito alta, certamente morreria quando se chocasse com à água, e era isso que ela queria, morrer. Sentiu as lágrimas caírem de seus olhos e abriu os braços, sentindo o vento frio balançar os seus cabelos e lhe abraçar de uma forma acolhedora.

We were born to die
(Nós nascemos para morrer)
We were born to die

(Nós nascemos para morrer)
We were born to die...

(Nós nascemos para morrer...)

Fechou os olhos e jogou-se. Ouviu o grito das pessoas e sentiu o corpo todo arrepiar-se e a barriga estremecer, era definitivamente o fim, e soube disso quando não sentira mais o seu corpo ao chocar-se contra à água e soube mais ainda quando tudo o que se lembrara, fora de perder a consciência.

***

— Mãe, não atende de jeito nenhum. Eu não acredito, eu preciso rastreá-la. — disse nervoso, enquanto segurava as lágrimas e mexia freneticamente no celular.
— Vou ligar para polícia, se acalme, filho, por favor. — disse tão apreensiva quanto ele, sabia do que a neta era capaz e tinha medo do caminho que as coisas poderiam tomar.
— Eu estou desesperado, é tanta coisa acontecendo que eu acho que vou morrer a qualquer momento. — Ele disse triste e arrependeu-se rapidamente, pois se lembrou de que agora tinha uma pequena menina para cuidar. Até que acordasse, ele cuidaria de com ... Sentia-se completamente estúpido por estar passando por isso de novo, cuidar de mais uma menina com a ajuda da mãe, enquanto quem devia lhe ajudar era sua esposa, que nesse momento estava em um coma profundo. Sabe-se lá quando ela iria acordar.

Então sentiu uma pontada no peito e fechou os olhos deixando as lágrimas grossas caírem. Ela tinha ido, ele sentia que sim... Preparou-se para ir ao banheiro molhar o rosto, mas foi impedido pelos enfermeiros que corriam em sua direção.

— Sua esposa acordou. — A enfermeira o informou e ele entrou em choque.
— Acordou? Ela acordou? — Ele perguntou minutos depois de processar a informação e ela sorriu, assentindo.
— Eu disse que ela acordaria, você não está sozinho nessa, filho. — disse sorrindo e então ele correu para o quarto, apenas para ter certeza de que não era mentira.
? — Ele disse assim que entrara no quarto, aonde tinham alguns enfermeiros que checavam algumas coisas na esposa, era realmente um milagre... Nunca imaginariam que o coma duraria tão pouco. Ele nem conseguia expressar sua felicidade. o olhou com os lindos olhos castanhos, tudo parecia normal para ela, a não ser a sensação de ter algo a menos, assim como ele se sentia. — Oh meu Deus, você acordou mesmo. — Ele sorriu de volta e aproximou-se enquanto assistia os enfermeiros saírem da sala, para deixá-los sozinhos.
— O que houve? — Ela perguntou confusa, sentia-se como se estivesse dormido ontem e acordado hoje, normalmente, apesar de ter sido praticamente isso.
— Você caiu da escada, depois de termos brigado... Não se lembra? — Ele perguntou com medo da reação dela, afinal, naquele dia ela queria o matar, não seria muito diferente hoje.
— Lembro, mas está tudo muito confuso. — Ela colocou a mão na barriga e assustou-se ao ver que o volume não era o mesmo de antes. — Onde está nosso bebê? — Ela perguntou com a voz trêmula e ele sorriu, deixando-a com o coração aquecido.
— Ela está bem, prematura, mas bem. — Ele sorriu de novo e apertou a mão da esposa, que agora estava quente, diferente de antes, quando viera visita-la. — ... Eu quero te pedir desculpas. — Ele começou depois de minutos em silêncio, ele sabia que ela esperava isso, um pedido de desculpas. — Eu não devia ter acreditado naquela armação de . — Ele disse e ela arregalou os olhos.
— Espera... Uma armação? De ? — Ela perguntou confusa e ele assentiu triste.
— Sim, ela tinha feito aquilo tudo. — Ele disse e sentiu-se estupida por ter acreditado na possível “amizade” com a menina. — Mas isso realmente não vem ao caso. Eu quero lhe pedir desculpas por ter desconfiado de você, eu não tinha essa intenção, eu apenas... Eu estava nervoso e aquela foto piorou tudo, foi como se jogassem uma bomba nas minhas costas, foi horrível ver você beijando outro homem, mesmo que esse seja seu aluno, é horrível sentir-se trocado ou usado, eu não queria dizer que você estava se aproveitando de mim, porque de fato não estava e nunca esteve, eu sei do meu amor por você e sei do seu amor por mim, nós nascemos para ficarmos juntos. — Ele disse emocionado, assim como ela. — Eu quero viver com você até o meu último suspiro, quero cuidar da nossa menininha, quero chegar do trabalho e te encontrar sentada na sala com aquele lindo sorriso quando me olha, porque você é a razão de tudo, você quem faz o meu coração bater forte, e eu isso pode estar soando gay agora, mas eu não me importo, porque a única coisa que eu quero é você ao meu lado, hoje e sempre. — Ele disse por fim e sorriu quando ela lhe lançou um sorriso de orelha à orelha, misturado com algumas lágrimas.

Ela levantou-se com um pouco de dificuldade e se ajeitou no travesseiro, puxando-o pela nuca.

— Eu te amo, . Quero ser sua para sempre. — Ela sorriu e ele a acompanhou, enquanto limpava uma lágrima que descia pelo rosto dela. Os lábios se tocaram carinhosamente e ela agradeceu mentalmente a Deus, por ter lhe dado um presente tão bom, um homem tão maravilhoso, que alegrava sua vida dia e noite, e agora, uma linda filha, que ela tinha certeza que alegraria mais ainda.
— Com licença. — Uma enfermeira entrou no quarto com um pacotinho rosa em mãos, se desvencilhou de e sentiu as lágrimas correrem por seu rosto novamente, ela era tão linda e pequenininha. — Tem alguém querendo ver a mamãe aqui.
— Oh, meu Deus! — disse hipnotizada enquanto ajeitava a sua pequena menininha em seus braços, tinha um tubo ligado ao nariz, pois ainda não conseguia respirar sozinha, devido ao fato de nascer prematura, mas isso não seria problema, já que ela ficaria no berçário até atingir o peso máximo, ficaria aproximadamente um mês no hospital, até os médicos concluírem que ela havia chegado ao peso ideal. — Ela é tão linda. — acariciou o rosto macio na filha, que suspirou com o ato, abrindo os olhinhos. podia jurar que a viu sorrir desajeitadamente. — , nossa filha é tão linda. — Ela suspirou babona enquanto acariciava o rosto da pequenina e ele sorriu.
— Nós ainda não escolhemos o nome da nossa princesinha. — disse enquanto sentia a filha abraçar o seu dedo indicador com a pequena mãozinha.
— Eu já tenho um nome em mente. — Ela disse, sorrindo, esse nome lhe veio à cabeça como um sonho, tinha certeza que combinava com a menina.
— É? Qual é?
. . — Ela sorriu e sorriu ao sentir a menina apertar mais ainda o seu dedo.
— Eu acho que ela gostou do nome. — Ele sorriu e depositou um beijo carinhoso nos lábios da amada.
— Bem vinda ao mundo, . — Os dois disseram juntos e sorriram para a pequena menininha que agora dormia serenamente, sentiam-se completos. Por mais que soubessem que haviam perdido algo ou alguém, sabiam que traria alegria, tudo ficaria mais colorido e menos doloroso.

Epílogo


4 anos depois...

, pare de correr, por favor. Desse jeito nós não vamos terminar nunca. — gritou para a menina que completara hoje os seus 4 anos de idade. tinha agora 29 anos, tinha os seus recém 34. Os dois estavam mais velhos, mais maduros e estavam sendo excelentes pais, depois da morte de ter abalado completamente a família, os amigos e todos da escola, tudo parecia em seu devido lugar, finalmente. parecia mais ameno e tranquilo depois de tudo o que passara, os dois se esforçavam ao máximo para educarem a pequena .
— Filha, escute a sua mãe. Temos apenas alguns minutos para irmos antes da sua festa começar, você não vai querer chegar atrasada na sua própria festa, vai? — perguntou enquanto pegava a filha no colo, que sorria sapeca com o pequeno roupão de sapinho que cobria o seu corpo recém banhado.
— Você é muito sapeca, sabia, palhacinha? — apertou o nariz da menina que gargalhou e a pegou no colo para trocá-la. Todos os anos, quando fazia aniversário, eles reservavam um tempo para visitar no cemitério, afinal, ela morreu no dia do nascimento de .
— Ela vai tá esperando a gente, mamãe? — perguntou enquanto levantava os braços para a mãe passar o vestido rosa florido.
— Sim, ela estará nos esperando. — disse e sorriu enquanto pegava a escova e penteava os cabelos ondulados da filha. A menina era uma cópia misturada do pai e da mãe, ela tinha os lindos olhos herdados de . E o lindo sorriso herdado de .

Depois de arrumar devidamente, eles partiram para o cemitério. Sabiam que em algum momento da vida deles parariam de visitar . Mas preferiam não pensar nisso agora, visitar a menina os deixavam em paz.
foi retirada da cadeirinha por e foi pega no colo pelo mesmo que se aproximou de e entrelaçou sua mão a dela enquanto ela segurava flores na outra mão. Era uma tradição, faziam isso desde que a menina se fora.

— Me dá uma flor, mamãe. — estendeu a mão, assim que chegaram em frente ao túmulo de . a colocou no chão e retirou uma flor e entregou para a menininha.
— Oi, irmãzinha. — Ela disse olhando para a foto de , abaixo do seu nome, no túmulo. não entendia muito bem, sabia apenas que a irmã tinha ido para um lugar melhor. — Queria dizer que eu te amo mesmo não te conhecendo. Eu gostaria de ter você para brincar de boneca comigo, já que o papai e a mamãe não sabem brincar direito. — disse fazendo e rirem, ela estava abraçada a ele, com a cabeça encostada em seu peito, enquanto via sua menininha agachada em frente ao túmulo, enquanto conversava com , era realmente uma cena maravilhosa de se ver. — Eu acho que seria mais legal se eu tivesse uma irmã para brincar comigo, mas a mamãe disse que a fábrica fechou. — A menina disse chorosa e sentiu os olhos lacrimejarem. Talvez não fosse uma má ideia dar a irmã tão desejada para . Ainda estava na idade ideal e também, ainda poderiam tentar. — Espero que você fique bem aonde quer que esteja. — disse com a sua voz doce e deixou a flor em cima do túmulo de . Olhou para os pais e sorriu ao vê-los abraçados e emocionados, nunca entendia o porquê, mas sempre que conversava com a irmã, os pais caiam no choro.

***

— Oi, , que bom que veio. — cumprimentou a amiga assim que a viu passar pelo portão, tinham escolhido fazer o aniversário da filha em casa mesmo, era grande e tinha um espaço enorme, a piscina estava fechada e devidamente protegida para não correrem o risco de algum afogamento.

A festa era toda decorada de rosa e azul, a princesa principal era a Cinderela. A favorita de . Alguns brinquedos tomavam conta de uma parte do quintal, onde diversas crianças, sendo elas, colegas de e outros filhos de amigos dos pais, corriam e brincavam como se não houvesse amanhã.

— Eu nunca perderia nenhum aniversário da minha afilhada. — sorriu e olhou para a barriga da amiga, que agora estava maior, havia completado seis meses ontem.
— Como está esse menininho? — perguntou acariciando a barriga da amiga que sorriu.
— Está ótimo e chuta o tempo inteiro. Estou achando que vai virar um jogador igual ao pai. — Ela disse sorrindo para o marido que conversava animadamente com . Depois de se separarem por não serem fieis ao casamento, eles resolveram dar outra chance ao romance, afinal, os dois se amavam, só precisavam construir a confiança. E ali estavam eles. Juntos até hoje e prestes a terem um lindo menino. — Onde eu deixo o presente? — perguntou animada e sorriu, estendendo a mão e pegando o presente.
— Deixa que eu levo, sente-se e daqui a pouco eu me junto a vocês. — Ela disse e sorriu, andando até o marido e cumprimentando .

caminhou até a mesa onde estava os presentes e colocou o de lá, já não tinha mais onde colocar, eram tantos presentes e já estava cansada só de imaginar-se no final da festa, abrindo todos eles com , que não esperaria para abri-los, com certeza. Aquela menininha tinha açúcar no sangue, sempre estava à ativa.

, cuidado! — disse assim que a filha passara correndo e esbarrando na mesma, com os amiguinhos. — Essas crianças! — Ela balançou a cabeça negativamente e andou até algumas mesas, cumprimentando alguns conhecidos que sempre a elogiavam, claro, não era pra menos, os anos passavam e ela continuava a mesma, o corpo não mudara muito depois da gravidez. Estava mais madura e o corpo malhado que lhe dera um ar de mulher, o rosto continuava o mesmo, os cabelos que agora batiam na metade das costas, estavam lisos na raiz e cacheados nas postas, exatamente como os de , outra qualidade que a filha puxara da mãe. O corpo era moldado por um lindo vestido da cor turquesa que batia na metade das coxas da morena, os pés estavam acompanhados por um scarpin preto e a maquiagem estava leve, ela estava maravilhosa.
— Como anda a mãe mais linda dessa festa? — perguntou abraçando a esposa por trás assim que ela entrara na casa para checar com os garçons como andavam as coisas.
— Muito bem. — Ela disse sorrindo e virando-se para ele, o abraçando pela nuca. Ele a abraçou pela cintura, como um lindo casal apaixonado, exatamente como eram.
— Sabe o que eu quero? — Ele perguntou e ela negou com a cabeça. — Que todos vão embora logo para nós nos divertimos de baixo das cobertas. — disse e ela gargalhou.
, você é um safado. — acariciou os cabelos da nuca de e ele sorriu, arrepiando-se dos pés à cabeça.
— Oh, querida. Se você soubesse o quão gostosa você está nesse vestido não me chamaria de safado, e sim, de realista. — Ele disse e ela gargalhou novamente, o beijando ternamente nos lábios. Estavam aproveitando já que não ficaram muito tempo juntos na festa, cada um tinha que cumprimentar um amigo, sem contar que tinha que repreender de cinco em cinco minutos já que a menina era terrível e era um milagre ver que ela ainda não tinha se machucado ou caído.
— Vamos voltar para à festa, antes que a nossa menina taque fogo em tudo. — disse assim que terminara o beijo com um selinho molhado.
— Vá na frente, eu só preciso ver como estão as coisas na cozinha. — Ela disse e ele assentiu, saindo de volta para a festa enquanto ela corria para a cozinha, onde estava checando algumas coisas. Como uma boa sogra, ela se ofereceu para ajudar em tudo.
— Como vão as coisas por aqui? — perguntou e sorriu ao olha-la.
— Muito bem, fique tranquila. — disse e sorriu.
— Impressionante, já é o quarto aniversário de e eu nunca me acostumei. — disse esfregando as mãos e riu.
— Eu sei como é. ficava do mesmo jeito nos aniversários de . — disso e ambas sorriam tristes ao lembrarem-se da adolescente.
— Ela era uma boa menina, seria tudo melhor se ela estivesse conosco. — disse triste e assentiu.
— É, mas era tudo complicado na mente dela. Acho que ela achava que daria lugar a você se morresse. — disse balançando a cabeça negativamente.
— É. — disse pensativa e lembrou-se de algo que ela queria conferir há muito tempo, só não tinha tido coragem, até agora. — Eu já volto. — Ela disse e saiu da cozinha, subindo às pressas pela escada e entrando no seu quarto, chegou perto da gaveta do criado mudo e retirou de lá o bilhete que nunca tivera coragem de ler. Antes tinha raiva só de pensar em abrir, porque na sua mente, tudo o que lhe dissera era mentira, era apenas para armar e não ficar como uma culpada na vista do pai. Abriu o bilhete com cuidado e se emocionou ao ver a caligrafia da menina, um tanto falhada, afinal, já se passara 4 anos, mas ainda sim, dava para ser lida.

“Querida ,
Quero te pedir desculpas por tudo, e antes de tudo quero que saiba que tudo o que eu te disse foi verdade. Não menti quando te disse que queria ser a sua amiga, não menti quando te disse que sinto muito por tudo o que te fiz, eu realmente estava falando a verdade naquele dia.
Eu tinha esquecido completamente do que eu havia pedido para o Chad fazer. Eu tinha pedido para ele, no começo, para que te beijasse. Porque eu queria que você fosse embora dessa casa. Eu queria você fora da minha vida porque tudo o que eu sentia era medo de ser abandonada de novo, mas no fim eu percebi que havia perdido a oportunidade de viver feliz, com uma família de verdade.
Você não é quem eu pensava que era, é completamente diferente, amorosa, carinhosa, realmente diferente, já que eu te via como uma bruxa que havia roubado o meu pai de mim, quando na verdade, eu quem estava o afastando. Perdoe-me por tudo que eu fiz, e só assim eu poderei partir em paz, se você estiver lendo essa carta é porque foi forte o suficiente para ver a verdade.
Eu só vou conseguir seguir o meu caminho quando souber que tenho o seu perdão. Decidi fazer essa carta antes de partir porque você merece mil pedidos de desculpas por ter sofrido com todas as minhas ameaças e mesmo assim não ter desistido do meu pai. Eu te admiro muito e se algum dia eu voltar a viver, em outra vida, quem sabe, eu só desejaria ser que nem você, forte o suficiente para continuar mesmo sabendo os obstáculos que enfrentaria.
Eu tinha prometido a mim mesma que não amaria mais alguém que ameaçasse me abandonar e, droga, eu quebrei essa promessa, porque eu te amo, eu te amo como uma mãe que eu nunca tive, porque se a minha mãe fosse minha de verdade, não teria me abandonado. E eu me arrependo de não ter aproveitado tudo isso enquanto podia, se você estiver chorando, assim como eu, saiba que mesmo estando onde eu estou sempre estarei por perto. Tenho certeza que a minha irmãzinha vai ser bem cuidada, porque ela tem ótimos pais, ela vai saber aproveitar a vida.
Obrigada por tudo. Com amor, .”

permitiu-se chorar como nunca havia chorado antes. Céus! Aquela menina era uma joia que infelizmente fora perdida, era claro que ela a perdoava, não guardava rancor de ninguém, não conseguia.
Olhou atentamente para o bilhete e arrependeu-se de não ter o lido anos antes, só assim se livraria da raiva da menina, que na verdade não sabia ao certo como se expressar. Ela só tinha medo de ser abandonada, claro.

— É claro que eu te perdoo, . — disse enquanto abraçava o bilhete e sorriu quando sentiu-se um pouco mais leve, finalmente a menina estava livre.

Levantou-se e caminhou até a janela, vendo algumas pessoas correndo atrás dos filhos, o que a fez rir sozinha. Olhou para o outro canto da festa, onde dançava desengonçadamente uma música infantil com nos braços, que gargalhava gostosamente. Só aquele sorriso aquecia o coração de , aquela cena então a deixava tonta de tanto amor. Aquelas duas pessoas era a melhor coisa que já acontecera na sua vida. Bem, três, na verdade. Uma não estava presente e nunca mais estaria, mas ela tinha certeza de que de onde estivessem, estariam sendo observados por uma sorridente.
Ela deixou uma lágrima cair e sorriu, sua família era abençoada e ela tinha certeza que tudo correria bem a partir de agora.

Fim



Nota da autora: (07/04/2015) ACABOOOOU
Devo dizer que estou arrasada com o fim de Promessa Quebrada, porque ela é meu bebezinho.
Muitos devem estar querendo me matar por eu ter dado esse fim à filha do PP, mas eu já estava com isso em mente antes de escrever e postar aqui. Bom, mesmo com a morte da nossa doce irritadinha, ela ainda estará presente na vida deles, não duvidem disto. E de qualquer forma, sempre terá uma luz no final do túnel e essa luz, foi a filha dos PP's. Ela é uma gracinha, né gente? Vontade de apertar as bochechas dela!
Enfim, eu não vou prolongar minhas palavras, porque não quero chorar. Espero de verdade que vocês tenham gostado dessa short.
Depois de algumas lágrimas derramadas e celulares jogados no chão, está na hora de nos despedimos dessa fic. Obrigada por lerem e comentarem, vocês são incríveis, anjos! E claro, devo agradecer a minha querida beta, Thay. O anjo que Betou essa fic com todo carinho e amor possível.
Obrigada Thay, de verdade.
Acho que esse aqui é o final da minha nota, mas quem sabe, eu não apareça por aqui com uma fic nova, não é mesmo? Fiquem bem, anjos! Adiós, ou até breve, como preferirem

Nota da Beta: Ai que linda! Quem agradece sou eu, Yas. Muito obrigada por ter me feito ficar emocionada com a sua Fic. Espero uma nova história para que eu possa sofrer junto com os PPs. Comentem, gente. Xx





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