Escrita por: Mari Monte
Betada por: Larys




CAPÍTULO [Único]



Capítulo Único


estava correndo na areia da praia, como vinha fazendo nos últimos cinco dias, desde que ele e alguns amigos da turma da faculdade haviam chegado à casa de veraneio de Sam, na Flórida, para curtir boa parte das férias de verão. Sentia a camiseta suada grudar no corpo, o coração bater forte dentro do peito e a perna já ficando pesada, mas essas eram algumas de suas sensações favoritas e não fora a toa que ele escolhera estudar educação física, ao contrário da maioria de seus colegas, cuja preguiça o fazia pensar que talvez eles não tivessem tido muitas opções.

Riu sozinho, lembrando-se de como Paul resmungara, ao vê-lo sair, mais uma vez, logo depois do nascer do sol, e de como Michael sequer havia acordado com os barulhos que ele fizera dentro do quarto que os três dividiam. Em seu rápido momento de distração, quase atropelou um pequeno garotinho que também corria pela praia, desajeitadamente, e, ao reduzir a velocidade, foi surpreendido pelos bracinhos curtos e gordinhos do menino, abraçando suas longas pernas.

“Junior!” Uma garota, que devia ter mais ou menos a idade dele, fez com que a criança soltasse suas pernas e a pegou no colo. “Me desculpa! Ele é danado, e eu não posso olhar pro lado por um segundo!” Disse, dirigindo-se a , nitidamente envergonhada.

“Tudo bem.” Ele riu. “Eu também fui uma criança bagunceira, segundo a minha mãe. O seu filho é uma gracinha... e tem os bracinhos fortes, hum!” Brincou.

“Ele não é meu filho, não.” Corrigiu, sem saber que seu rosto ficara vermelho e que não fora por causa do sol. Segurou Junior com mais força, sem dar atenção a seus protestos infantis para voltar ao chão.

“Desculpa.” Foi a vez do rapaz de ficar um tanto sem jeito. “É que ele... se parece com você.” Comentou, examinando os dois e percebendo que a era bastante interessante. Tinha olhos expressivos, uma boca corada e o sorriso que surgiu em seu rosto era radiante.

“Não tem problema. Na verdade, eu poderia ser mãe dessa coisinha, já que eu já tenho vinte e dois, e ele tem só um e meio.” Declarou, apertando as bochechas do “pimpolho”, que deu uma risada gostosa e deitou a cabeça no ombro dela, ficando subitamente quieto. “Mas ele, na verdade, é meu irmão... ou meio-irmão. Minha mãe se casou novamente, há alguns anos, e como ela sempre quis filhos e o Will não tinha filhos...” Parou, de repente, fechando os olhos e suspirando.

“Tá tudo legal?” Ele indagou, confuso.

“Eu sempre falo demais! Me desculpa! Obviamente, nada disso interessa a você.” Afirmou, revirando os olhos. “E o Junior já interrompeu sua corrida, e eu tô te prendendo aqui, com essas explicações bobas que você não me pediu!” Riu, completamente sem graça.

“Que nada!” Ele deu de ombros. “Eu, na verdade, já estava pensando em parar.” Mentiu, sorrindo de lado. “Será que você e o Junior dariam uma olhada nas minhas coisas, se eu fosse dar um mergulho?”

“Claro!” Ela sorriu, aliviada, e o irmão voltou a se sacudir, querendo se livrar do colo. “Você pode colocar tudo aqui.” Ofereceu, caminhando em direção a duas espreguiçadeiras próximas a um guarda sol, cuja sombra abrigava vários brinquedos e uma piscininha de plástico, na qual colocou o menino, que logo se entreteve apertando um peixe de borracha e gritando a palavra água.

“Eu não perguntei o seu nome.” Ele disse, enquanto tirava a camiseta, interessado em conhecer melhor a garota. Sabia bem que o plano de seus amigos era juntá-lo a Violet naquele verão, mas ele não era do tipo que fazia algo somente para agradar os outros, e planejava só ficar com alguma menina, durante aquele mês, se ela realmente o atraísse. Sua época de adolescente ansioso por autoafirmação tinha ficado para trás, afinal.

“Como se eu tivesse deixado, né?” Observou e os dois riram. “É . E o seu?” Questionou, tentando disfarçar a checada que dera no corpo dele, como por instinto.

. O meu é .” Respondeu, tirando o relógio do pulso e a carteira do bolso, enquanto a olhava, discretamente, esticar o belo corpo bronzeado em uma das espreguiçadeiras. Colocou seus pertences na outra cadeira de praia, pensando em falar sobre algum outro assunto, mas não conseguiu pensar em nada. “Eu não demoro.” Acabou falando, enfim, indicando que iria em direção ao mar.

, meu bem, você não quer aproveitar a companhia do rapaz e dar um mergulho? Tá muito quente pra você ficar só pegando sol.” Uma voz masculina acabou com o silêncio muito de repente. “Eu fico com o Junior um pouco.” Acrescentou, já rindo para o filho, que gritava papai sem parar, jogando água para cima.

“Você tem certeza, Will? Você não tava...”

“Pode ir, . Eu tô mesmo precisando de uma pausa no trabalho.” O padrasto, que era um importante acadêmico e estava aproveitando a temporada na praia para finalizar seu novo livro de Sociologia política, interrompeu , antes que ela pudesse protestar. Não era totalmente mentira que tinha ido até a varanda da casa para descansar a mente um pouco, uma vez que começara a escrever ainda de madrugada. Porém decidira andar até a areia para livrar a enteada da condição de babá, ao vê-la conversando com uma pessoa jovem como ela. Ele e a esposa queriam que ela fizesse novas amizades e curtisse a Flórida, ao invés de ficar quase todo o tempo lendo, vendo TV, navegando na Internet ou cuidando do caçula da família.

“Eu vou, então. Valeu, Will.” Eles trocaram sorrisos cúmplices e achou muito legal que os dois tivessem aquele tipo de relação.

Foi sobre isso que ele puxou assunto, enquanto caminhavam para o mar. A julgar pelo modo como ela se mostrara falante, anteriormente, era provável que fosse ter maior desenvoltura do que ele para emendar este assunto em outros e não deixar que ficassem em um silêncio constrangedor, enquanto estivessem um na companhia do outro.

Não era problema, para ele, que fosse ela a escolher os tópicos da conversa, pois, no momento, ele só queria estar ali, naquela praia, com aquela garota. Era verão e ele não tinha obrigações. E, além do mais, não encontraria mesmo ninguém acordado, se voltasse para casa antes das onze da manhã.

(...)


“Eu não acredito que você fez isso, !” riu, limpando da ponta do nariz o sorvete com o qual ela o havia sujado. “Parece criança!”

“Pra minha mãe, eu te garanto que eu sou criança ainda.” Ela mexeu os ombros, mostrando não ligar. “Ou pelo menos adolescente e, aliás, eu tô mesmo me sentindo como uma hoje.” deu risada.

“E por quê?” Ele indagou, curioso.

“Talvez porque há muito tempo eu não seja convidada por um garoto pra tomar sorvete numa praça.” Respondeu, tomando um pouco de sorvete, antes que o rapaz segurasse sua mão e roubasse um pedaço, finalmente provando o sabor de morango que ela tinha oferecido, antes de não resistir e brincar de atingir o rosto dele.

“A ideia era te chamar pra jantar, mas era minha vez de lavar a louça à noite, e os caras não iam me deixar escapar dessa, ainda que fosse pra sair com uma gata.” Explicou e pensou que, na verdade, eles o haviam perturbado até mais pelo fato de ele estar saindo com uma garota, que não era a que eles tinham levado para passar o verão com ele, do que teriam reclamado pela própria tarefa não feita.

No entanto, a verdade era que ele não ligava nem um pouco. Tinha esperado por um momento como aquele desde que conhecera e os amigos que se entendessem com a menina a quem tinham dado esperanças vãs, sem que ele tivesse oferecido qualquer sinal de concordância.

Correra até a casa de nas duas manhãs seguintes àquela em que fora parado pelo pequeno Junior, e passara um bom tempo com a garota, sem que tivesse faltado assunto entre os dois e sempre retornando à casa dos pais de Sam apenas quando ela era chamada para almoçar com os seus. Quase tinham se beijado por duas vezes, mas havia sempre a mãe dela ou o padrasto a alguns metros de distância, cuidando do mais novo membro da família, e ele decidira que precisava de um encontro com ela, urgentemente.

“Amanhã, a louça é sua também?” Ela questionou, em tom zombeteiro. “Porque, se não for, a gente podia ir jantar. Se você não for do tipo que tem problemas em ser convidado para encontros por garotas, claro.”

“Na realidade, eu gosto bastante de garotas que sabem o que querem.” Informou, se aproximando e tirando uma mecha da frente do rosto dela.

“Ah, isso eu sei mesmo! Você não viu como eu escolhi rápido o sorvete de morango? Eu hoje mesmo já sei que amanhã vou querer um peixe com alcaparras maravilhoso que eles servem no Vip’s.”

“Você faz piada de tudo sempre, é?” Perguntou, baixinho, segurando o rosto dela e chegando ainda mais perto. “Ou é só porque você tá nervosa, porque sabe que eu vou te beijar?”

não esperou resposta, é claro, e nem , mesmo sendo bem falante, tinha qualquer interesse em responder. Ele tocou os lábios dela com os seus, suavemente, por duas vezes, e então a beijou intensamente, no meio da praça cheia de gente, enquanto os sorvetes derretiam em suas mãos, esquecidos, o que depois provocou boas risadas em ambos.

O passeio continuou até o começo da madrugada e os beijos foram incontáveis, não só naquela como nos próximos dias e noites quentes de suas férias na Flórida.

(...)
Os meninos tiveram que se conformar com o fato de que não ia mesmo ficar com Violet durante aquele mês. Qualquer dúvida que ainda pudesse haver foi sanada quando ele levou para conhecê-los e comer marshmallows assados em uma fogueira, em frente à casa em que estavam hospedados, ouvindo Paul tocar violão e cantar, poucos dias depois do primeiro encontro dos dois na sorveteria.

Sam não ficara tão insatisfeito, para dizer a verdade, porque sua namorada, Andy, não se dava bem com Violet e gostara de instantaneamente. Contudo, não ousaria jamais dizer isso a Michael e Paul, que acabaram não somente tendo que fazer companhia constante à colega de turma, como também sendo obrigados a ouvir suas reclamações quase infinitas.

“O Paul não parecia muito à vontade hoje.” comentou, pouco antes de parar seu carro em frente à casa dela, após terem passado parte da noite e da madrugada em um dos mais badalados bares locais, com todo o grupo, vários dias depois da reunião em volta da fogueira.

“É.” concordou. “Provavelmente, é porque a Violet não tá nem olhando na cara dele, e o Paul se faz de durão, mas, no fundo, ele não gosta de brigar com os amigos. Ele é do bem e só... enfia os pés pelas mãos, na maioria das vezes.” Riu.

“Mas o que aconteceu?” Ela interrogou, curiosa.

“Ele tava de mau humor, hoje de manhã, e, quando ela reclamou, mais uma vez, da viagem, dizendo que não deveria ter vindo, como um disco arranhado, ele se irritou e acabou falando que, se era assim, ela deveria ir embora de uma vez.” Explicou. “O Michael tentou contornar a situação, e ele mesmo já tentou pedir desculpas, mas ela passou o dia todo procurando uma passagem e falando sobre isso pelos quatro cantos. E ainda cantarolava ou falava alguma coisa bem aleatória toda vez que ele tentava conversar.”

“E ele ainda se sente mal?” Ela falou, fazendo careta.

“Eles são amigos, . E foi ele quem insistiu pra Violet vir. Tá certo que ela tava reclamando demais, mas ele acha que devia aguentar, e não mandar a garota embora, já que foi ele quem a convenceu de que valia a pena.”

“De que valia a pena ela vir, porque talvez rolasse algo entre vocês, né?” Ela o surpreendeu, completando o raciocínio.

, babe, eu não disse pra ele, em nenhum momento, que ia rolar, ok?” Ele segurou uma de suas mãos e fez carinho nela. “Eu nunca tive nenhum interesse na Violet!”

, você não precisa se explicar.” Assegurou, retribuindo o carinho e sorrindo, ainda que parecesse um pouco forçada. “Nós dois não somos...”

“Namorados?” Indagou e ela assentiu, prontamente. “A gente não é ainda, mas bem que podia ser.” Afirmou, sério, olhando nos olhos dela e tocando suavemente seu rosto.

“Seu maluco!” Ela riu, um pouco desconcertada. “A gente se conheceu há uns vinte dias só, e ninguém começa um namoro sabendo que ele tem prazo de validade!”

“Por eu ter te conhecido há pouco tempo, isso não significa que eu não goste de você, bem mais do que eu jamais gostei de alguém antes, ok? E você não precisa falar assim da gente, como uma coisa, se referindo a algo como prazo de validade.” Ele se afastou um pouco, se mostrando verdadeiramente chateado.

“Ei! Me desculpa.” Ela pediu, levantando o queixo dele, para que voltasse a encará-la e roubando-lhe um beijo rápido. “Eu tava brincando, pra descontrair um pouco, porque esse normalmente é o meu jeito de lidar com as coisas, mas, se você quer que eu fale sério, , então tudo bem: eu vou falar.” Avisou. “Eu também gosto MUITO de você e tenho me divertido demais. Esse com certeza tem sido o melhor verão da minha vida por sua causa, mas você mora em Nevada e eu, em Nova York, e eu não sou do tipo que acredita em namoro à distância.”

“Mas, ...” Ele tentou interromper, mas ela o silenciou, tocando seus lábios.

“No começo, seriam só conversas maravilhosas, promessas e planos, mas depois viriam os ciúmes e as cobranças. Viriam as brigas, as mágoas, a raiva, e eu não quero que a gente termine assim!”

esperou que dissesse algo, mas ele nada respondeu, naquela hora. Apenas fechou os olhos e suspirou, controlando a si mesmo e pensando em investir, não em uma discussão sobre o quanto ela poderia estar errada, mas em alguma estratégia para convencê-la de arriscar.

Afinal, ele ainda teria algum tempo para fazer isso e, naquele exato momento, trocar um amasso no carro parecia uma opção melhor do que ter uma primeira briga.

(...)


A primeira vez dos dois havia sido na casa de Sam, enquanto todos estavam na praia. Tinha sido deliciosa, mas apressada e nem um pouco romântica, e quase todas as outras vezes acabaram seguindo esse padrão de tesão misturado com adrenalina, acontecendo no carro ou em algum canto do imóvel, quando eles conseguiam ficar sozinhos, pois à noite ele dividia um quarto com os amigos e ela, por sua vez, estava em companhia da família.

gostava de como não se importava com isso e até curtia a sensação de perigo. Ele adorava o fato de ela gostar realmente de sexo e não ter vergonha disso, de como ela tomava a iniciativa, muitas vezes, e de quando falava coisas picantes no ouvido dele, sem temer ser julgada, rotulada ou não levada a sério. No entanto, antes de ir embora, antes de se despedir – talvez para sempre – dela, haveria uma última noite e, por mais brega que isso pudesse parecer, ele queria que, pelo menos aquela única vez, eles pudessem fazer amor, devagar e com calma, apreciando cada pequeno gesto e sensação.

não tinha dado nenhum sinal de que poderia mudar de ideia sobre namorarem e ele não tinha conseguido pensar em nenhuma estratégia maluca para convencê-la, mas queria que ao menos ela soubesse como se sentia.

Escolher uma praia bem deserta, esticar um edredom na areia e abrir uma garrafa de vinho branco bem gelado, à luz de duas lamparinas e da lua foi o primeiro passo para fazê-la perceber. Esmerar-se em cada toque, em cada beijo, em cada movimento de seu corpo, em busca do prazer de ambos, foi o segundo, mas ainda parecia pouco. Ele precisava ter certeza de que ela não iria embora, na manhã seguinte, com nenhuma dúvida.

“Eu tô completamente apaixonado por você, .” Ele disse, fazendo carinho nos cabelos dela, que estava deitada sobre seu peito, seus corpos nus cobertos por uma manta.

“Não diz isso, .” Ela pediu, baixinho.

“E por que não?” Ele indagou, mudando de posição para encará-la.

“Porque isso complica tudo! Pessoas apaixonadas ficam tristes separadas e hoje é a nossa despedida.” Falou, desanimada.

“Você não me deu espaço pra falar nada, pra tentar fazer nenhum tipo de plano, mas eu poderia MESMO ir pra Nova York, assim que a faculdade terminar e...”

“Eu não deixaria você mudar toda a sua vida por mim, ! Isso é loucura! E, além do mais, eu já te falei: eu não conseguiria namorar à distância, enquanto você não se formasse. Eu não tenho temperamento pra isso e eu achei que você tinha entendido e concordado.”

“Entender, eu até entendi, mas eu não posso concordar, quando eu tô LOUCO por você e, como você mesma disse, eu vou ficar mal sem você!” Ele definitivamente não gostava que fosse tão racional e prática. Ele não conseguia deixar de lado, assim, o coração.

, por favor.” Suplicou. “Nós vamos ter sempre as lembranças lindas desse verão. Por favor, não estraga isso.”

As lembranças, de fato, ficariam, mas aquela noite perdeu o encanto. Depois de ficarem em silêncio, olhando as estrelas, por mais ou menos meia hora, percebeu que o constrangimento não passaria e sugeriu que fossem embora, alegando que acordaria muito cedo na manhã seguinte.

“Você não vai mesmo me dar nem o seu telefone, né?” Ele questionou, chateado, depois de fazer todo o percurso até a casa dela sem nada dizer.

“É melhor não, .” Ela deu um sorriso triste. “Eu vou pensar sempre nesses dias como o mais lindo sonho de verão.” Comentou, acariciando o rosto dele.

“Não foi um sonho, . Foi real. É real!” Irritou-se.

“Tão real quanto pode ser um amor de verão.” Ela fechou os olhos, beijou os lábios dele e entrou em casa, sem olhar para trás. Teve a impressão de que, se visse o rosto dele uma vez mais, acabaria acreditando no impossível.

(...)


No verão seguinte, passou alguns dias na casa de Sam novamente, e correu todos os dias na praia, passando em frente à casa de , mas vendo apenas os avós e um tio da , que ele tinha visto em fotografias, usando as espreguiçadeiras que ele conhecia tão bem. esteve lá um ano depois, e riu de si mesma ao perceber que acordava cedo todos os dias e fazia questão de ficar com a família na areia, esperando ver aparecer magicamente, como se ainda fosse o mesmo verão em que o convencera a subir pela primeira vez em uma prancha de surf e aprendera a jogar frescobol.

Era outono quando saiu da casa dos pais para morar sozinha, e quando terminou mais um de seus relacionamentos com uma garota que era “legal, mas não era a garota certa pra ele”.

“Ela não poderia ser a garota certa, cara. Ela não é a .” Foi Sam quem teve coragem de dizer o que ele, Paul e Michael estavam pensando. Estavam no bar que frequentavam uma vez por semana, depois de seus trabalhos.

“Do que você tá falando, cara?” Ele retorquiu, revirando os olhos.

“Ele tá falando o óbvio: que você compara todo mundo com a , e ninguém nunca vai poder ser tão perfeita quanto uma garota que você idealizou.” Michael ponderou.

“Eu não idealizei ninguém.” Disse, irritado.

“A gente sabe: você viveu o melhor verão da sua vida com ela.” Paul repetiu o que ele sempre dizia, sem muita paciência.

“Então, procura a garota, cara!” Sam aconselhou, sem cerimônias. “Você não tem nada a perder.”

“É... se ela não é mesmo uma coisa que existe só na sua cabeça. Vai lá e... pelo menos tenta ficar com a garota certa pra você, em vez de uma nova a cada estação do ano.” Michael completou, bebendo um gole de cerveja.

Era inverno quando ele finalmente tomou coragem para procurar pelo perfil dela no facebook, e fazia muito frio quando ela se sentou em frente ao computador, com uma caneca cheia de chocolate quente, e viu a solicitação de amizade que ele enviara.

“Peraí, ... Não é possível! Tem cinco dias e você ainda não aceitou uma simples solicitação de amizade?” Sua melhor amiga e colega de trabalho perguntou, enquanto almoçavam juntas.

“Você não entende, Claire! Esse cara tem sido um fantasma na minha vida há mais de dois anos! Ele era tão perfeito e me fez sentir tão especial! E eu... eu não consegui namorar ninguém mais de três ou quatro meses, porque eu nunca mais senti tanto prazer! Eu nunca consigo me sentir tão...”

“Amada?” Inquiriu a outra, mordendo um pedaço de carne.

“Amada, Claire? Amada?!” Repetiu, como se fosse loucura. “Foi só um mês e nunca mais a gente sequer se falou!”

“Mas você mesma acabou de dizer que pensa nele desde então...”

“Não nele! Nessa... coisa perfeita que eu criei na minha cabeça.” Afirmou. “Eu errei, sabe? Eu devia ter dado meu telefone, deixado ele me ligar, namorado à distância, conhecido quem ele realmente é, e, assim, eu não teria criado um príncipe encantado que me faz ver só defeito em tudo quanto é cara real.”

“Ainda tá em tempo, .” Sentenciou, sem titubear. “Adiciona o cara, deixa ele te decepcionar, provando ser só mais um ser humano comum, e segue em frente.”

Ela fez isso algumas horas depois, e a primavera adentrou seu apartamento quando ele lhe enviou dúzias de flores para comemorar um mês de conversas diárias, cheias de uma intimidade e carinho que pareciam nunca deixar de ter existido, e sem que tivesse havido qualquer decepção.

E foi no final desta mesma estação que ele encontrou um emprego em Nova York, avisou a ela que estava arrumando a mudança de cidade e, dessa vez, não deixou que ela nem mesmo tentasse impedi-lo de lutar para ficar com dela e, talvez, viver uma relação que pudesse atravessar estações.

estava ansiosa, aguardando em frente ao portão de desembarque do aeroporto, quando ele chegou com muitas malas, o mais lindo de todos os sorrisos no rosto e o mais delicioso de todos os beijos só para ela.

Tudo parecia certo, pois, finalmente, depois de um bom tempo de fenômenos climáticos que surgiam e desapareciam, sem fazer qualquer diferença, o verão voltava a ser quente e ensolarado como todos os verões deveriam ser!


FIM
N/A: Muito obrigada por ler!! Se tiver gostado, comente, ok? Ter retorno dos leitores significa muito pra mim!! De coração!!

Fics da autora:
7.Night changes (Ficstape do álbum Four do 1D)
A bruxa tá solta e Insane Mardi Gras (continuação)
A chave para o coração
Corações em pedaços
Dos tons pastel ao vermelho
Fly me to the moon e Moonlight serenade (continuação)
Herança de Grego
Nem tudo é relativo
Provocadora gratidão
Quando nossos corpos falam
Season of love
Segura, peão
Um (nada) santo remédio e O que não tem remédio (continuação)

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