Algumas pessoas me consideram superficial. Não posso culpá-las. Quando alguém me conhece apenas de vista, é inevitável que pensem que eu só ligo para homem, roupas de marca, festas e carros. Minha aparência me entrega completamente! Mas quando esse alguém resolve me dar uma chance e realmente me conhecer... Todas as suas suspeitas se confirmam.

New York
- Hei, Princess! - Hanna grita enquanto desce o vidro da janela do carro. Porsche Boxster? Hmm, já gosto desse novo namorado de minha amiga.
- Chega essa bunda gorda pra lá, Shields, querida - ordeno assim que abro a porta do carro, logo entrando no mesmo. Observo o interior do veículo enquanto respiro aquele cheirinho de carro novo. Sorrio automaticamente.
- Aprovado? - Ela sussurra em meu ouvido, toda feliz e sorridente.
- Não fique toda empolgada por enquanto, Hanna... - Contenho a alegria de minha amiga, dando-lhe tapinhas na perna bronzeada artificialmente. - Vamos ver como ele vai se sair pelo resto da noite.
- Brandon, Robert, - Hanna aponta para os cavalheiros sentados nos bancos da frente - esta é minha grande amiga, .
- Como vai, ? - Brandon, o mais novo namorado de Hanna, me cumprimenta, rapidamente virando sua cabeça para trás. - Hans não consegue deixar de citar seu nome em pelo menos oito das dez frases que fala!
Hans? Hmm, mas que cara apressadinho!
- Bom saber - comento em um tom misterioso, fazendo-o rir. - Vocês estão juntos há quanto tempo mesmo?
- Três dias! - Hanna não contém sua alegria e bate palminhas enquanto fala. - Hoje é nosso aniversário de quatro dias inteiros, não é, meu docinho?
Ela se inclina para frente e lhe dá um beijo na bochecha para comemorar, ou algo assim. Nesse meio tempo, troco olhares com Robert, o tal amigo de Brandon. Hanna havia me dito que ele era um recém-formado de Stanford e acabara de se mudar para Nova York. Ela só não me avisara que ele já estava dando indícios de calvície precoce e que precisava urgentemente de um clareamento dental para esconder o fato de que provavelmente fumava e era um viciado em cafeína.
- Para onde estamos indo? - Pergunto assim que Hanna resolve parar de beijar seu namorado ao volante e senta-se ao meu lado novamente.
- , você vai A-DO-RAR essa nova boate, dizem que já é a melhor de Manhattan... É tipo impossível entrar lá sem ser alguém famoso ou importante, mas o pai do Brandon conseguiu umas cortesias e nós estamos na área VIP! Dá pra acreditar?
Toda semana surge uma nova casa noturna em Manhattan e as pessoas dizem que essa sim é a melhor, e Hanna sabe muito bem disso. Mas vou fingir que estou super animada, pra agradar a minha amiga e seu affair.
- Mal posso esperar - falo com malícia na voz.

Entramos na casa de festas sem o menor problema, graças aos contatos de Brandon. Esse cara deve ser importante mesmo... Quer dizer, os pais deles pelo menos são. Assim que pisamos no principal ambiente da boate, meus olhos percorrem todos os exemplares masculinos que ali estão, analisando-os minuciosamente com base no cabelo, roupa e relógio de pulso. De fato o material presente era de qualidade.
- Acho que vou conseguir me divertir aqui, amiga - sorrio para Hanna. Ela aperta minha mão, repreendendo-me, e eu ergo a sobrancelha sem entender. - O que foi?
- , você prometeu que ia dar uma chance ao amigo do Brandon... - ela me olha com aquela carinha de melhor amiga pedindo um favor. - Você sabe que é importante pra ele que as amigas de sua namorada se deem bem com os amigos dele!
- Deixa de besteira, como você sabe disso? Conhece o cara há menos de 48 horas! - Dou um tapinha em sua mão e ela me segura com força, dando mais alguns passos adiante.
- Por favor, só por hoje... Robert também tem dinheiro, ele acabou de conseguir um emprego no jornal local como comentarista de futebol! Por favor, por favor, fica com ele essa noite?
Chegamos à mesa que os cavalheiros separaram para nós e nos esperam de pé. É uma mesa reservada, no canto da boate, porém não vejo nenhum banheiro por perto. Com certeza uma das mais cobiçadas mesas do local, não deve ter saído barato.
Enquanto Hanna e eu nos sentamos na poltrona que cerca a pequena e acolhedora mesa, vejo que Brandon passa uma grande nota para o hostess que nos acompanhou. Explicado.
- Vou tentar, mas não prometo nada - falo para Hanna, agora sentada na minha frente.
- Tentar o quê? - Robert, curioso, pergunta.
- Tentar beber menos do que da última vez que saímos juntas - sorrio, olhando para ele ao meu lado. Viro-me novamente para Hanna e conto uma mentira. - Bebi todos os drinks coloridos que eles serviam e não consegui me controlar... Dancei até não me aguentar mais de pé!
Hanna confirma com a cabeça, sorrindo também.
- Vocês não vão querer ver essa menina bêbada... - ela comenta como se fosse o pesadelo, porém nós duas sabemos que o que eles mais esperam desta noite é que fiquemos bêbadas o suficiente para voltarmos com eles para o apartamento de Brandon no Upper East e liberarmos as vagabundas que vivem dentro de nós.
Todos riem e o rumo da conversa logo muda para o novo emprego de Robert. Comentarista de futebol, ainda por cima num jornal local? Sério, como isso supostamente atrai mulheres? Enquanto bebemos os drinks que Brandon não hesitou em pedir, eu tento não reparar nos dentes amarelos de meu acompanhante, mas sim nas pessoas que dançam na pista, exibindo seus corpos e trajes caríssimos.
- Ah, está terminando o curso de Artes Cênicas agora no final do ano - ouço Hanna mencionar meu nome e volto a prestar atenção à conversa. Pelo visto agora estamos falando de mim.
- Então você quer ser uma atriz, hum? - Robert pergunta, fingindo interesse. Minha vontade é responder ironicamente que estou fazendo Artes Cênicas, mas na verdade desejo ser advogada. Respiro fundo e sorrio, pois devo alguns favores a Hanna.
- Sim, adoraria fazer um filme, ou até mesmo algum seriado na televisão - respondo da maneira mais sonhadora que consigo.
O que quero na verdade é me casar com um homem rico o suficiente para sustentar a mim e todo o luxo que o dinheiro pode proporcionar. O curso que estou fazendo é na verdade um jeito de enganar meu pai para que ele continue pagando por meu apartamento no West Village e por minhas noitadas, até que esse homem surja em minha vida.
- Me acompanha até o toalete, Hanna?

- Juro que estou tentando, Shields, mas esse cara é irritante demais! - Desabafo assim que entramos no banheiro. - Isso sem falar que ele não consegue falar duas palavras sem que haja uma interrupção entre elas pra que ele possa checar meus peitos "discretamente" - faço as aspas com as mãos, logo em seguida dando uma ajeitada em meu sutiã enquanto me olho no espelho enorme a minha frente.
- E desde quando isso é um problema pra você, ?
- Ah, nem começa com isso... Você sabe muito bem que eu aprecio um joguinho de conquista, quando é fácil demais assim perde totalmente a graça!
Abro minha bolsinha e remexo o conteúdo, procurando por meu batom levemente avermelhado com sabor cereja.
- , você sabe muito bem que qualquer cara daqui te pegaria e te levaria pra casa com menos de cinco minutos de conversa... - Hanna me encara enquanto esbraveja, sem conseguir conter sua raivinha porque eu não estou entrando na vibe do encontro-duplo que ela arrumou.
- Na verdade... - viro de frente pra ela, aproximando-me para poder falar mais baixo como se alguém pudesse estar escutando. - Eu já avistei um alvo que pode significar algo desafiador pra mim...
- Tá vendo só como você não está nem tentando dar uma chance ao Robert? - Hanna explode, não dando a mínima para o babado que eu acabei de contar para ela.
Rolo os olhos e viro para o espelho novamente, aplicando a camada generosa de batom em meus lábios.
- Não é culpa minha se Daniel Underwood resolveu comemorar seu aniversário de 29 aninhos na mesma boate que eu - dou de ombros e ofereço o batom a Hanna, me arrependendo um segundo depois que ela aceita. Agora vamos ficar com lábios iguais, ótimo!
- Daniel Underwood?
- Argh, Hanna, o que você faz com as colunas sociais que eu te empresto depois que leio? Joga fora? - Irritada, sento na bancada de pias do banheiro, de costas para o espelho. Cruzo minhas pernas e ajeito a barra de meu lindo e querido vestido.
- É claro que eu sei quem ele é, ele é filho daquele cara, o... Adolf Underwood! - Hanna sorri ao ver que se lembrava do nome. - Acabou de herdar a empresa do pai e entrou na lista dos jovens empresários de sucesso na segunda colocação!
- Ele merecia bem mais do que aquele nerd que inventou o Facebook, cá entre nós - resmungo, dando de ombros. - Mas enfim, o que interessa é que ele é rico, inegavelmente sexy e um ótimo marido em potencial.
Não consigo conter um sorriso ao me imaginar dividindo uma cama com ele, dormindo e acordando todos os dias ao lado de um homem poderoso e influente no mundo dos negócios nova iorquinos, que ainda arruma um tempo para manter a aparência impecável. Acho que estou apaixonada!
- Marido em potencial? Nossa, você está realmente interessada, hein - Hanna comenta, começando a se contentar com o fato de que eu não vou mais dar bola para Robert, o calvo, esta noite. Ela devolve meu batom e eu guardo na bolsa, feliz em poder constatar que ele combina muito mais com meu tom de pele do que com o dela.
- Pois é, querida... Você entende que eu tenho pendências a resolver hoje então, certo? Quero dizer, onde mais eu vou encontrar esse cara outra vez? Essa é uma daquelas oportunidades que só surgem uma vez na vida de uma garota como nós - seguro as mãos de minha amiga para adicionar um drama ao momento. Sei que ela vai entender. Se não hoje, daqui a um ano ou dois, quando eu estiver casada e rica.

Perfeito... Agora só me resta observar o alvo e arquitetar um plano bom o suficiente para chamar a atenção de Daniel Underwood, conseguir conversar com ele e ainda ser chamada para um segundo encontro. Não pode ser tão difícil, afinal de contas, ele é bem sucedido e inteligente, mas continua sendo um homem com uma segunda cabeça entre as pernas.
Chego mais perto para observar o que ele está fazendo, com quem está se relacionando. Preciso observar se ele tem namorada, afinal de contas, se ele tiver, meu trabalho será dobrado! Passo bem devagar pela pista de dança e me sento na bancada alta do bar, analisando-o pelo canto do olho. Ele ainda não me viu, mas seu amigo está bem animadinho sorrindo para mim, hm. Ele também não é de se jogar fora, mas consigo perceber só pelas roupas que não chega nem aos pés de Daniel em termos de condições financeiras.
- O que vai querer, senhorita? - O barman chama minha atenção e sorrio para ele.
- Um Bloody Mary, por favor.
Em menos de cinco minutos já estou com minha bebida na mão, sentada no bar da boate, sozinha. É claro que recebo olhares de vários caras no local, inclusive alguns até já vieram me cumprimentar, mas nada que consiga tirar meu foco da missão principal de hoje. Daqui eu consigo ver que Hanna e Brandon resolveram dançar e parecem estar se divertindo na pista de dança. Minha amiga está de fato mais alterada do que o normal, e Brandon, que não é bobo nem nada, está com um sorriso no rosto maior do que sua própria cabeça.
Estava começando a ficar entediada e puta da vida porque não recebi nenhum olhar furtivo de Daniel ainda, até que seu amiguinho dos olhos simpáticos se aproxima de mim e pede alguma coisa ao barman. Encaro-o por um tempo, sem esboçar nenhum sorriso.
- Desacompanhada hoje, ? - Ele pergunta. Fico meio atordoada por uns segundos, fitando seu rosto na cara dura para ver se o conheço de algum lugar. De fato, olhando de perto, suas feições não me são estranhas...
- Desculpe, não estou te reconhecendo - falo, ficando ainda mais intrigada depois que ele sorri e dá de ombros.
- Compreensível - ele diz, pegando dois copos de uísque do balcão. - Por que se daria ao trabalho de lembrar do filho da babá que a criou?
- Você é o filho da Lucy? - Acho que acabo fazendo uma careta enquanto digo isso. - Justin Timberlake?
- O próprio - ele sorri e dá sinais de que está prestes a me abandonar ali de novo sozinha. - Só que bem diferente da última vez que você me viu, não é?
Fico um tempo sem conseguir formular frases com sentido completo. Meu cérebro normalmente só consegue processar uma informação de cada vez, e o pobre coitado ainda estava tentando entender o que o filho nerd e horroroso da minha babá, que costumava ficar brincando sozinho de ler bulas de remédio na minha cozinha, estava fazendo ali. Na minha frente, lindo e gostoso, comprando bebidas para o cara que deveria estar ME pagando bebidas.
- Bom, estou indo - ele desiste de ficar esperando uma resposta minha e dá as costas. Felizmente, Daniel aparece na frente dele e o impede de se afastar muito.
- Ah, aqui está você... Achei que tivesse se perdido no meio da multidão - ele diz, tirando um dos copos da mão de Justin.
- Não, só reencontrei uma amiga dos velhos tempos - Justin explica, apontando para mim. No momento que percebo que a atenção de Daniel está sobre mim, refaço minha cara de idiota e sorrio levemente, acenando para eles.
- Justin, diga a sua mãe que mandei um abraço para ela e que sinto saudades - falo do jeito mais meigo que consigo. De fato, Lucy foi minha babá por muitos anos e eu gostava mesmo dela. Meu único problema com ela era seu filho.
- Tudo bem, eu digo... - ele afirma com a cabeça, tomando um gole de seu uísque. - Ela está morando na cidade agora, no Brooklyn... Você pode visitá-la quando quiser. Continua trabalhando como babá.
- Ah, claro... Eu adoraria - continuo sorrindo e demonstrando interesse. Tudo bem, eu até sinto saudades da tia Lucy, mas visitá-la? Um pouco demais, considerando que eu não visito nem a casa dos meus pais ultimamente.
- Minha mãe foi babá da por muitos anos - Justin explica para Daniel, que assente com a cabeça enquanto toma um gole de seu copo. Apesar dele já ter dado uma boa encarada de cima a baixo, não fixou seu olhar em meu rosto por mais de cinco segundos. Sim, eu contei.
- Tome, - Justin tira seu cartão pessoal do bolso da camisa social e me entrega - me liga quando tiver um tempo, eu te passo o endereço dela.
Pego o cartão e finjo que não estou analisando demais, apenas lendo o nome. Confirmo com a cabeça e guardo o cartãozinho em minha bolsa.
- Divirtam-se, rapazes - sorrio e fico bebendo meu Bloody Mary enquanto observo-os se afastando.
Advogado representante da empresa do pai do Daniel? Como assim? Desde quando aquele garotinho remelento e irritante servia pra alguma coisa que não fosse ficar espiando a minha janela com seu binóculo barato? Desde quando ele conseguia ter amigos interessantes, se vestir razoavelmente bem, frequentar lugares como esse? Eu já ouvi falar em mudanças que ocorrem na adolescência, mas por essa... Eu realmente não esperava.
Ouço meu celular apitando e dou uma olhada na mensagem de Hanna.
"Como está indo até agora? Já vi que você estava conversando com ele e o amigo... Me contaaa! ;)"
Pobre Hanna... Provavelmente ela também não tinha reconhecido Justin Timberlake.
Olho para os lados e percebo que os dois já estavam inseridos em uma rodinha de amigos novamente. Daniel parece estar discutindo com uma mulher estranhamente alta, mas ele é tão discreto e educado que não sei dizer ao certo. Provavelmente não vou conseguir me relacionar com nenhuma daquelas pessoas para poder me enturmar, então acho que minha missão acabou por hoje. Pelo menos eu consegui um telefone, que não é o do Daniel, mas da empresa dele!
Não é exatamente o que eu chamo de progresso, porém mulheres inteligentes sabem a hora de recuar com seus planos, sem que isso signifique desistência. E além do mais, estou louca para contar as fofocas à Hanna!

-/-

- , você não vai acreditar! - Ouço a voz de minha amiga extremamente ansiosa no telefone. - Sábado foi a MELHOR noite do ano, sem superação!
- Acalme-se, Shields... Estamos em Abril, ainda há muito a ser vivido esse ano...
Estou sentada no palco do teatro de minha faculdade calçando meus tênis enquanto falo com Hanna. Acabei de sair da pior aula de Expressão Corporal da história! Encontro-me literalmente um caco de ser humano.
- Você diz isso porque ainda não abriu a HellYeah! dessa semana!
- Por que? Por acaso saiu uma lista das pessoas que estavam no ClubKai sábado passado que inclui nossos nomes?
- Melhor! Minhas pernas apareceram no fundo da foto de uma das Olsen, mas não é disso que eu estou falando... Saiu uma notinha na reportagem sobre o ClubKai dizendo que Daniel Underwood terminou com sua namorada naquela noite! E tem uma foto dele saindo da boate completamente atordoado e sem rumo, mais bêbado que uma porca, sendo carregado por seu amiguinho Justin Timberlake.
- Hmm, interessante... - Comento enquanto pulo do palco e dou um tchauzinho para minha professora Karla. Um amor de pessoa! - Se ele ainda estava namorando aquela noite, significa que temos um motivo para ele não ter dado muita bola pra mim, certo?
- Certíssimo! Melhor do que ter namorada, ele estava brigando com a namorada! Quer uma explicação melhor do que essa? Homens não pensam direito quando estão sob pressão amorosa, minha querida...
- Sei disso - digo, sorrindo comigo mesma. Troco o telefone celular de orelha e ajeito minha bolsa debaixo de meu ombro. Acabo de deixar o teatro em passos acelerados, pois estou louca para chegar em casa!
- Muito bom saber, obrigada pela notícia, amiga... Estava precisando mesmo de uma motivação pra continuar com esse jogo.
- Isso quer dizer que você vai ligar pro Justin ainda hoje? - Perguntou Hanna, e eu sabia que ela estava dando pulinhos de empolgação. Minha amiga adora acompanhar meus processos de conquista.
- Ainda estou pensando... Mas acho que é provável. Não tenho outra forma de conseguir informações sobre o Underwood nesse momento, já tentei de tudo! O cara é bem reservado.
- Tudo bem, vou desligar agora porque ainda pretendo entrar no banho com meu namorado... Mas boa sorte, e me ligue depois que estiver de encontro marcado com Justin, o esquisitinho. Beijocas!
Rio comigo mesma e desligo o celular em seguida. Apresso o passo para chegar em casa antes das seis, quero ligar para Justin antes que ele saia do escritório.

Encaro o telefone e ele me encara de volta.
"Você vai parecer muito desesperada", ele me diz. Não posso deixar de concordar. Hoje é segunda-feira e Justin me deu seu cartão sábado à noite. Se eu ligo agora, ele vai pensar que estou interessada demais nele, o que é totalmente mentira. E eu nem posso alegar que estou com tanta saudade da mãe dele assim, porque se eu estivesse, já tinha tentado encontrá-la antes. Mas como já dizia minha avó, arquiteta do melhor golpe do baú que já se ouviu falar... Situações desesperadoras requerem medidas desesperadas!
- Justin Timberlake - ele atende com sua voz "estou trabalhando".
- Oi, Justin - digo de um jeito descontraído, rolando na cama. Ajeito uma almofada em cima de minha barriga. - É a , tudo bem?
- Ah, oi, ! - Justin parece surpreso. - Não achei que você fosse me ligar...
- E por que não ligaria? - Ri como se aquilo fosse um absurdo, quando na verdade eu não ligaria mesmo em circunstâncias normais.
- Nada, esquece - ele também ri, e já vai logo mudando o assunto: - Mas escuta, eu estou um pouco ocupado agora, terminando algumas coisas do serviço... Você se importaria de me encontrar daqui a uma meia hora em algum bar de sua preferência para um happy hour? Aí poderemos conversar melhor...
- Ah, entendo... - demoro um pouco pra responder, como se estivesse pensando. A verdade é que eu já estava de pijama, pronta pra dormir depois de um dia cansativo, mas... Tudo por Daniel Underwood. - Bom, acho que pode ser... Que tal um restaurante no centro para um jantar mais cedo?
- Perfeito, escolha qualquer um e me mande o endereço por mensagem, te encontro lá.
Desligamos e eu suspiro... Ai, ai, Danny, querido... O que eu não faço por você?

"Estou te esperando aqui..." Dizia a mensagem de Justin. Acalme-se, querido, estou chegando!
Entro no restaurante ainda vazio que havia escolhido e rapidamente encontro Justin sentado em uma mesa no canto. Deus, não vou cansar de me perguntar quando foi que ele ficou tão sensual assim?
- Desculpe o atraso, não consegui achar nenhum telefone de táxi... - vou me desculpando enquanto me sento à mesa.
- Já estava quase indo embora - ele diz em um tom sério e eu o encaro sem graça por um momento. - Brincadeira!
- Ai, Justin, cala a boca! - Rio divertidamente, encarando-o devidamente pela primeira vez na noite. Contato visual é muito importante nessas situações. E nada doloroso no caso...
- Você não mudou nada mesmo, hein... - continuamos nos analisando e eu desvio o olhar, como se estivesse envergonhada.
- Já você... - comento.
- Pra melhor, espero!
- Você sabe que sim... Tanto que eu nem te reconheci à primeira vista no ClubKai!
- Mas nem eu te reconheci logo de cara... Quando te vi entrando com aquele quarentão na boate, nem passou pela minha cabeça que podia ser você! - Ele diz isso rindo, mexendo na garrafa de água que estava bebendo antes de eu chegar.
- Ah, aquele era o Robert... - pelo tom da minha voz, espero que Justin perceba que eu não estava com ele porque queria. - Amigo do novo namorado da minha melhor amiga.
- Ihh, já vi tudo! Tentaram te arranjar com o sem noção que não consegue mulher sozinho? - Justin está se divertindo muito com a situação de Robert, e eu acabo rindo também do pobre coitado.
- É, pode-se dizer que sim... Por isso eu tive que dar uns perdidos nele, ficar um pouco sozinha no bar... - encolho os ombros, analisando minhas unhas. - Você entende, né...
- Hmm, então era por isso que você ficou aquele tempo todo sentada no bar bebendo sozinha... Danny achou que você estava dando em cima dele - ele diz e eu o encaro imediatamente, com uma sobrancelha arqueada.
- Você é bem direto mesmo, não? - Balanço a cabeça negativamente, rindo. - Mas eu devo ter encarado demais então... É que na verdade estava curiosa pra entender a situação que parecia estar rolando entre ele e a namorada. - Digo qualquer coisa, só pra não deixar o assunto Daniel morrer.
- Até você percebeu? O clima tava meio pesado mesmo, a Ambreal não tem a menor noção de nada... - Justin diz com descaso.
- Entendi... Mas eles se ajeitaram no fim das contas? - Pergunto com falsas esperanças. Ele faz que não com a cabeça e eu respondo com uma cara surpresa. - Poxa, mas que pena...
O silêncio reina por alguns segundos, até que o garçom se aproxima de nossa mesa.
- Vão beber alguma coisa?
- Um gim com tônica, por favor - não hesito em fazer meu pedido. Minha garganta está seca por algo que desça com um gostinho amargo...
- E eu acho que vou continuar na água mesmo... - Justin aponta para a sua garrafa de água e dá de ombros. O garçom se retira.
- Água? Você tá de brincadeira comigo, né?
- Você não faz ideia do que é trabalhar pro seu melhor amigo! Ele ficou sabendo que eu ia te encontrar e resolveu me sacanear... Marcou uma reunião pro primeiro horário da manhã, com os caras mais importantes da empresa ainda por cima.
- Peraí... Você disse mesmo que ele é seu melhor amigo? - Rio meio confusa com as informações que recebi. - Não quero nem conhecer seus inimigos então - brinco.
- Não, é só uma inveja do bem - Justin ri enquanto se explica, gesticulando bastante com a mão. Ele sempre teve essa mania, eu me lembro perfeitamente. O que antes parecia ridículo, agora me dava tesão. - Danny não tem um encontro desde a Idade da Pedra! Aí ele resolve descontar a frustração em mim.
Não consigo me conter e arregalo os olhos diante daquele fato. Como assim, Deus do céu? Aquele deus grego consegue levar qualquer uma pra cama sem nem ter que dizer seu nome! Até porque, se mencionar seu nome, ele consegue a devoção eterna mesmo...
- Não acredito nisso... Você precisa ajudar seu amigo, Justin, meu bem. Aproveitando agora que ele está recentemente solteiro.
- Esse é o problema, ainda está recente demais... - ele dá de ombros e ficamos em silêncio enquanto o garçom deposita nossas bebidas na mesa. - Mas enfim, vidas alheias à parte... O que você anda fazendo da vida?
E pronto, perdi todas as minhas chances de saber mais sobre a vida de Daniel Underwood. Ótimo, agora terei que falar sobre minha faculdade e minhas falsas aspirações... E o pior, ouvir sobre a vida de Justin e seu trabalho medíocre como subordinado do meu futuro esposo, fingindo interesse em tudo isso. Não posso me esquecer de jeito nenhum de sorrir, flertar e ser adorável. Afinal de contas, tenho que sair daqui com um convite para a próxima festa da empresa, no mínimo!

-/-

Estou descendo o elevador de meu apartamento e me abaixo para amarrar meu tênis mais firmemente. Agora me transformei em uma mulher esportista, do tipo que não consegue passar um dia sem uma corridinha pelo parque para desestressar. Pra falar a verdade, eu sempre odiei qualquer tipo de atividade física com todas as minhas forças, mas acontece que Daniel me parece o tipo do cara que gosta de mulheres ativas. E, como o Central Park é super perto do escritório dele, penso que não custa nada passar em frente algumas vezes e ver se esbarro com ele ou com Justin na saída.
- Que está fazendo agora? - Hanna me pergunta pelo telefone.
- Correndo enquanto ouço meu iPod e flerto com os corredores que passam por mim. Não sabia disso, mas até que homens esportistas tem seu lado sexy... E além do mais, eles se atraem por mulheres suadas, dá pra acreditar nisso?
- Eca. Não vou nem perguntar por que você se prestou a esse papel - ela diz, com voz de nojo.- Mas enfim, está livre hoje à noite?
- Por enquanto, sim... Se meus planos derem certo, não estarei mais.
- Jura? Eu tô precisando tanto de você, amiga...
- Por quê? Já conseguiu brigar com Brandon?
- Não, Deus me livre! Com esse eu não quero brigar nem tão cedo... Só quando as coisas precisarem de umas apimentadas na cama, se é que me entende... - ela fala com a voz maliciosa. Rolo os olhos.
- Que foi então?
Estou quase chegando em frente ao prédio de Daniel, por isso diminuo o passo.
- Brandon foi viajar a trabalho e eu estou me sentindo um pouco sozinha, sabe?
- Bom, você sabe que eu tenho alguns conselhos pra essas ocasiões, mas você provavelmente vai me bater se eu falar que envolve um tubinho super justo, eu, você e muitos drinks, certo?
- Eu estava pensando mais em eu, você, pijamas e filmes da Hilary Duff.
- Hilary Duff, sério? - Faço a minha cara de nojo instantaneamente, parando em frente ao local de trabalho do meu alvo. Vou ter que dar uma enrolada por aqui até ele sair, porque eu não aguento mais uma volta por nada nesse mundo! - Ela é tão 2006, amiga...
- Eu sei, mas nada vai superar sua versão do clássico "Material Girls".
- A material, a material giiiirl - cantarolamos juntas ao telefone.
- Se eu soubesse que você cantava tão bem, já teria te levado comigo pra um bar com karaokê há muito tempo! - Ouço uma voz masculina atrás de mim. Sorrio, mas logo me contenho. Não posso perder meu tempo com qualquer executivo agora, afinal de contas, estou tentando fisgar O executivo do momento.
- Preciso ir, Hans. Depois a gente se fala, me liga. - Me despeço de Hanna e desfaço meu sorriso, pronta para encarar meu admirador e lhe dar um fora educado.
- O que tá fazendo por aqui uma hora dessas? - Justin me pergunta assim que me viro para ele, enquanto checa meu modelito esportivo recém-adquirido.
Ajeito minha franja para o lado antes de responder naturalmente.
- Correndo um pouco, sabe como é - dou de ombros, abrindo a garrafinha de água que trouxe comigo. - Preciso esfriar a cabeça de vez em quando.
- Claro, o curso de Artes Cênicas deve ser muito estressante - Justin usa seu sarcasmo comigo e eu resolvo ignorar, já que ele está encarando meu corpo incessantemente e isso está elevando minha autoestima.
- Você tem cara de quem precisa de uma atividade física, Justin, meu bem...
- Estou tão fora de forma assim? - Ele dá um passo para trás, dando uma pequena abertura em seu paletó para que eu possa checar sua barriguinha. Suspeito que Justin Timberlake esconda um tanquinho por baixo daquela roupa social, hmmm...
- Não é isso, bobo - rio levemente, puxando-o para perto de novo pelo braço. - É que essa vida de homem de negócios deve ser bem estressante, não? E nada como um esporte, qualquer que seja, pra aliviar a tensão do dia-a-dia...
- Você falou igualzinho ao Underwood agora - ele riu, parecendo entediado com esse discursinho "seja ativo e seja feliz!". Pelo menos meus instintos sobre o Daniel estavam certos, ele gosta de praticar exercícios, basta agora descobrir o quê e onde. - Eu prefiro os métodos tradicionais de relaxamento, principalmente aqueles que podem ser praticados no conforto do meu quarto, se é que me faço entender...
- Homens - lanço aquele típico olhar enjoado, rindo em seguida. Preciso admitir para mim mesma que o olhar que Justin lançou me deixou com um certo fogo entre as pernas. Que inferno, por que esse homem tinha que ter se tornado gostoso da noite para o dia?
- Justin! - Daniel o chama antes que pudéssemos falar mais alguma coisa. Justin e eu o acompanhamos com o olhar enquanto ele se aproxima de nós.
- Danny, essa é a . , meu chefe e amigo Daniel. - Justin faz as devidas apresentações e nós nos cumprimentamos cordialmente. Chego perto o suficiente de Danny para perceber que ele é um dos homens mais cheirosos que já conheci na vida. Agradeço mentalmente por não ter corrido de verdade, apenas caminhado, o que preservou meu perfume e evitou suor excessivo. Sou ou não sou genial?
- Você estava no ClubKai no dia da inauguração, certo? Lembro de vocês conversando.
Não consigo disfarçar meu sorriso ao descobrir que ele guardou a minha fisionomia e lembra até onde me viu! Ponto para mim! E para o vestido que estava usando aquele dia, sejamos justas... Não teria conseguido sem ele.
- Eu mesma - continuo com meu sorriso na medida. - Justin e eu nos encontramos aquele dia depois de anos, totalmente inesperado.
Daniel assente com a cabeça logo depois que Justin confirma meu comentário.
- Eu tenho que ir agora, Brit está me esperando em casa. - Daniel olha a hora em seu relógio de pulso. Ai, meu Deus, eu estou prestes a ter um infarto!!! Meus olhos acabaram de captar um dos relógios Cartier mais perfeitos do universo ou o quê? Estou tão empolgada por descobrir que Daniel é de fato minha alma gêmea, que por um segundo esqueço que ele acabou de mencionar que está indo para casa encontrar uma vadia chamada "Brit".
- Vai lá, cara - eles se cumprimentam na minha frente, Daniel novamente me dá dois beijinhos educadamente e, antes de ir embora, ele diz para Justin:
- Você devia convidar a para a festa da empresa esse fim de semana.
Score!

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Observo mais uma vez meu reflexo no espelho de lado, só para confirmar que não estou com nem um grama de gordura em excesso na barriga. Depois que comprei esse vestido esperando essa exata ocasião, comecei num regime rigoroso para garantir que eu não ia ficar parecendo as Kardashians. Dou uma ajeitadinha no cabelo meio desarrumado no maior estilo "sou linda casualmente e não passei horas fazendo esses cachos esvoaçantes".
- Vamos? - Justin pergunta, me tirando de meu transe. Confirmo com um sorrisinho e me apoio em seu braço, seguindo em frente com ele pelo salão onde estava acontecendo a festa da Underwood Enterprise. - Já te disse que você ficou linda com esse vestido?
- Obrigada, Timberlake - digo, meio seca. Não quero que ele fique com falsas esperanças para a noite, afinal, estou aqui com objetivos maiores na cabeça.
A festa está simplesmente maravilhosa. Assim que entramos no salão principal, não sei nem para onde olhar e o que analisar, de tão magnífica a decoração e o ambiente. Sinto um orgulho subindo por meu corpo só de imaginar que um dia eu serei responsável por festas como essa.
- Então... Eu tenho que dar uma rodada pelo local, fazer um social e cumprimentar algumas figuras importantes... - ele rola os olhos, entediado. - Mas você pode ficar à vontade pra andar por aí, beber ou qualquer coisa.
- Pode deixar - falo, olhando ao redor com um sorriso. - Vou tentar não morrer de tédio nesse lugar - sorrio ironicamente.
Justin se aproxima de mim para se despedir com dois beijinhos bem demorados, enquanto isso ele sussurra em meus ouvidos:
- Não se diverte muito sem mim, ok? Deixa essa parte pra quando a gente se encontrar de novo.
Sinto um pequeno arrepio com esse comentário seguido da maior cara de sacana que eu já vi, pelo menos nos últimos anos. Tenho que juntar todas as minhas forças pra não me derreter e me recompor. Olhos no prêmio, !
Assim que eu e Justin seguimos caminhos opostos, procuro o primeiro garçom e pego a taça de qualquer coisa que ele esteja servindo. Hmm, champagne. Me dei bem! Vou andando lentamente pela festa, sorrindo para algumas pessoas como se as conhecesse e encarando algumas outras com cara de nojenta importante. Nada de Daniel por enquanto...
Algumas taças de champagne depois e muitas voltinhas pelo salão, resolvo sair um pouco para tomar um ar fresco na área da piscina (coberta, é claro, para evitar vexames de bêbados). Me aproximo da mesa de frios e finjo escolher alguma coisa enquanto ouço a conversa das gazelas ao meu lado.
- Você o viu por aqui hoje? - Uma delas pergunta.
- Não... Nem acho que ele vá aparecer por mais de dez minutos, quer apostar? - Gente, mas por que isso?
- Aquela vadia da Ambreal conseguiu deixar o cara totalmente pra baixo... Ouvi dizer que ele não quer saber de outra coisa que não seja trabalho ultimamente! Vê se pode!
Ambreal... Ótimo, elas estavam mesmo falando do Daniel. Será que ele não ia dar as caras na droga da festa dele? Não acredito que gastei uma fortuna nesse vestido novo e ele nem vai ter a chance de me ver usando... Termino com vontade mais uma taça, deixando-a em cima da mesa. Quanto tempo será que eu estou vagando inutilmente por aqui? Será que Justin não vai voltar não? Ele pelo menos seria uma distração, já que a atração principal está mais do que atrasada. Avisto-o do outro lado da piscina, conversando com dois velhos engravatados e fingindo rir de alguma coisa que eles diziam. O modo como ele segura o copo de uísque em uma mão é bastante sensual e másculo.
Pego meu celular dentro da bolsinha pequena que carrego comigo e resolvo mandar uma mensagem para ele.
"Me trocou por Morgan Freeman e Robbie Williams?"
Fico o observando enquanto ele tira o celular do bolso da calça e lê a mensagem, tentando sem sucesso segurar a risada. Aposto que ele não tinha percebido que aqueles dois senhores eram A CARA do Morgan e do Robbie.
"Só te trocaria pela Natalie Portman, ... Vou só conseguir uma garrafa de bebida pra gente e já te encontro no jardim dos fundos."
Engraçado, jurava que Justin curtia mais um tipo Scarlett Johansson. Sorrio, guardando novamente meu celular na bolsa.

- Para, isso é humanamente impossível - dou um tapa no braço forte e torneado de Justin. Acho que não consigo me cansar de sentir esses músculos! - Sério, você não vai conseguir!
Rio desesperadamente enquanto assisto Justin entornar uma garrafa de rum diretamente na boca, com a cabeça pendendo para trás. Acho que não me divirto assim com essas exibições idiotas masculinas desde a época do ensino médio... Ou talvez seja o champagne falando mais alto.
Dividimos uma espreguiçadeira de sol, embora todas as outras ao nosso redor estejam vagas. Na verdade, estamos sozinhos no jardim mal iluminado, acompanhados apenas pelas garrafas de álcool que Justin conseguiu surrupiar. Balanço a cabeça negativamente quando vejo um fio do líquido descendo pela lateral de seu queixo.
- Eu disse que você ia babar - falo com uma voz de nojo. - Amador!
Ele termina de engolir o rum e limpa a boca com as costas da mão, soltando uma risada extremamente alta.
- Cala a boca e faz melhor - ele me desafia. Ergo minha sobrancelha, encarando-o.
- Eu tenho classe o suficiente pra não fazer isso em locais públicos, Timberlake - falo com minha voz de desprezo. Por um momento esqueci que estávamos na festa de Daniel Underwood.
- ... - ele começa, com a voz arrastada - Não venha bancar a pudica que não combina com você... Tenho certeza que curte um sexo em locais públicos.
- Sexo? Quem está falando em sexo aqui, homem?
- Ninguém está falando, mas estamos todos pensando... - ele dá de ombros e, antes que eu consiga pensar em uma resposta, sinto sua mão em minha cintura com uma certa agressividade e seus lábios colando nos meus, pedindo urgentemente por passagem.
Honestamente, enquanto o beijo, só consigo pensar em como fazia tempo que não beijava um homem de tamanha atitude... É difícil admitir, mas Justin sabe exatamente o que fazer com seu corpo e a hora de fazer, o que é bastante raro de se encontrar. Ele já está quase rolando para cima de mim na espreguiçadeira (já não sei como fui parar deitada) quando meu bom senso fala mais alto e me lembro de Daniel. Não posso me dar ao luxo de ser pega com seu melhor amigo assim, nos fundos de uma festa como essa! Onde estou com a cabeça?
- Justin - interrompo o beijo, me xingando mentalmente por isso. - Acho melhor você achar um táxi e ir pra casa antes que passe um vexame hoje, está bem? Esse é o seu trabalho e você não deveria arriscá-lo assim...
Ele me olha como se eu estivesse falando grego no momento. Deita na espreguiçadeira e passa as mãos pelo cabelo, bagunçando-o completamente.
- Achei que você fosse mais divertida, - resmunga.
Divertida? Eu sou um poço de diversão, meu bem! Mas sei muito bem a hora de me divertir e a hora de trabalhar, o que não poderia dizer de você... Ao invés disso, digo apenas:
- Boa noite, Timberlake.

Arrumo meu vestido brevemente e meu cabelo antes de seguir para a festa novamente. Já estou quase passando pela porta dos fundos quando esbarro com o homem do momento. Não consigo controlar um sorriso.
- Daniel?
Ele franze a testa, tentando me reconhecer apesar da pouca luz.
- Ah, olá, srta. - me cumprimenta, formal como sempre.
- Pode me chamar de , imagina!
Ele sorri amarelo, colocando as duas mãos nos bolsos da calça social.
- O que está fazendo aqui fora? Achei que mulheres se arrumassem todas para serem vistas...
- Ah - rio de sua piadinha, simpática. - Estava na verdade procurando a saída, já pedi um táxi pra ir embora, mas acho que me perdi no meio do caminho...
- Não seja por isso, eu te dou uma carona até em casa! Também já estava de saída...
- Não, imagina, Daniel! - Faço uma cara ultrajada. - Não vou te dar o trabalho, eu...
- Faço questão, - ele me interrompe, passando meu braço ao redor do dele enquanto me acompanha pelos fundos até onde seu motorista o aguarda.
- Quer dizer então que Justin te abandonou na festa? - Ele pergunta descontraído. Já estamos dentro de seu carro, no banco de trás.
Faço minha melhor cara de mocinha abandonada, franzindo meus ombros. Prendo uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Acho que nos perdemos no meio da multidão, acontece...
Sinto que Daniel trava uma luta consigo mesmo tentando desviar os olhos de minhas pernas artificialmente bronzeadas. Aproveito o momento para cruzá-las bem vagarosamente. Homens... Sempre tão divertidos!
- Mas e você? Por que foi embora tão cedo? A festa é sua, afinal...
- Ah... - ele solta o ar pelo nariz e encolhe os ombros - não ando com cabeça pra festas... Muitos problemas, você sabe... - Ele me olha com um sorrisinho no canto da boca. - Pensando bem, você não deve saber! Não me parece o tipo de pessoa com muitos problemas nos ombros, sem ofensas.
- Com certeza não o mesmo tipo de problema que você, afinal, eu não tenho uma companhia inteira em meu nome pra gerir - digo humildemente. - Já quanto aos problemas do coração...
Sei que soou ridiculamente brega e "menininha" nesse momento, mas eu sinto que só assim vou conseguir chamar a atenção dele hoje.
- Desses eu entendo - ele admite, rolando os olhos e virando seu rosto para a janela. Uma chuva fina começa a cair.
Ficamos em silêncio por um tempo, pensativos.
- Por que será que os outros estão sempre tentando mudar sua personalidade? Quero dizer... Se você está com a pessoa que te ama, ela deveria te aceitar como você é e não ficar te criticando o tempo inteiro, não é? - Uso meu melhor tom de mulher indignada e confusa.
- Exatamente! - Daniel parece se identificar com meu drama falso. - Por que tentar controlar a outra pessoa o tempo todo? Eu tenho outras responsabilidades além de posar como namorado perfeito pras suas amigas o tempo todo, pelo amor de Deus!
Uau, eis uma pessoa revoltada E com vontade de falar! Assinto com a cabeça para que ele prossiga. Preciso de mais pistas sobre o término do namoro com Ambreal.
- Como se não fosse o suficiente convidá-la para morar comigo, ela tinha que redecorar meu apartamento inteiro e levar três gatos insuportáveis pra minha casa! Pobre Britanny...
Gatos? Britanny? Danny já começava a perder o foco e despejar baboseiras... Preciso controlar o rumo da conversa.
- Eles nunca estão satisfeitos com nada, sempre vão querer mais do que você pode dar... - digo, compreensiva.
- Nem me fale... - ele pausa por um instante, ainda respirando fundo. - Mas aí, quando você toma coragem e manda ela embora... Parece que surge um buraco no seu peito.
- Sei como é - digo com pesar. Na verdade, não sei e não quero saber! Tenho raiva de quem sabe.
- Chegamos - o motorista de Daniel fala pela primeira vez.
- Chegamos? - Pergunto confusa, olhando pela janela. A chuva apertou bastante.
- Droga, viemos pra minha casa! Esqueci de te dar o endereço da moça, Johnston...
- Me desculpe, sr. Underwood. Posso levá-la em casa agora, sem problemas.
- Não, não! - Interrompo educadamente. - Não precisa se dar ao trabalho, Johnston, eu pego um táxi. De verdade.
Viro-me para a porta e hesito em abrir, devido à chuva.
- Obrigada mesmo assim, Daniel - sorrio simpática.
- Você pode ficar, se quiser. Tenho um quarto vago - ele diz, segurando minha mão para que eu não saia do carro.
Ergo uma sobrancelha enquanto analiso seu rosto, tentando entender suas intenções. Ele solta minha mão imediatamente, sorrindo nervoso.
- Não, não é isso... Eu não estou tentando me aproveitar nem nada, não quero que você pense o contrário. É só que está tarde, chovendo e eu não vejo nenhum táxi por perto.

- Seja bem-vinda ao meu apartamento - ele diz enquanto entro na sua frente, analisando o local. - Costumava ser mais a minha cara, mas o resto da história você já sabe...
- Continua adorável - sorrio simpática, embora esteja achando tudo exagerado e de mau gosto. Já adianto que terei uma boa trabalheira consertando tudo isso... Talvez seja melhor nos mudarmos após o casamento.
- Se importa se eu tirar meu salto? Meus pés estão me matando!
- Fica a vontade, , por favor - ele me deixa só na sala por um instante. - Aceita alguma coisa, um suco ou até mesmo um vinho?
Sorrio sozinha com uns pensamentos pervertidos em minha mente. Mas não, tenho que me controlar hoje e fazer a donzela se quiser impressioná-lo.
- Aceito um copo de água pra evitar uma ressaca... Sou muito fraca para bebida, um copinho e já estou pra lá de alta! - Conto a mentira do século. Ok, talvez eu tenha mentiras piores, mas esta é bastante descarada. Aposto que detono o engomadinho em qualquer competição de bebida.
- Isso significa que você se divertiu na festa hoje, então? - Daniel volta segurando um copo de água e se senta ao meu lado no sofá.
- Ah, mais ou menos... - dou de ombros, tomando um gole grande da água. - Acho que me senti um pouco deslocada, não sou a maior fã de eventos desse tipo, prefiro coisas mais íntimas e casuais para um encontro.
- Pode deixar que eu dou essa dica pro Timberlake na próxima - ele tira seus sapatos e se senta de forma mais confortável, pretendendo alongar a conversa.
- Não sei se teremos uma próxima vez... Justin é um ótimo rapaz, mas acho que procuramos coisas bem diferentes no momento - digo enquanto encolho os ombros. De fato, eu procuro um homem rico e ele provavelmente está a procura de uma mulher abastada.
- É verdade, Justin ainda está na fase de curtir a vida... Digamos, de um jeito mais festeiro - Danny soa como meu bisavô falando de um homem com a mesma idade que ele, mas relevo esse fato.
- Onde vocês se conheceram, afinal? - Pergunto, curiosa de verdade com o fato de um garoto de Staten Island ter se tornado melhor amigo de um upper east sider.
- Isso foi há um bom tempo já, nós dividíamos o dormitório em Columbia e nos formamos no mesmo ano... Bons tempos. De início a gente não se dava bem, competíamos o tempo todo por tudo... Notas, basquete, pôquer, garotas, principalmente - ele deu uma risadinha, soando todo nostálgico.
- Nossa, deviam ser impossíveis! E como foi que viraram amigos finalmente? - Apoio o cotovelo no sofá e seguro a cabeça com a mão, puxando minhas pernas comportadamente para cima.
- Acho que foi quando percebemos que podíamos juntar nossas habilidades e sair ganhando em tudo - ele deu de ombros e soltou uma risada forte. - Começamos a sair pra pegar garotas juntos, estudar juntos e tirar notas melhores... Mas foi quando começamos a ganhar uma bolada no pôquer jogando como dupla que a amizade fortaleceu de verdade!
- E nunca mais competiram por nada?
Se eles ainda fossem pelo menos um pouco competitivos como eu suspeitava, talvez fazer com que Danny se interessasse por mim fosse ser mais fácil do que tirar a calcinha da Hanna bêbada!
- Por nada muito significativo, acho - Danny segura um bocejo enquanto fala.
- Acho que tá na hora de alguém ir pra cama...
- Não, eu tô bem! Posso ficar a noite inteira conver... - e outro bocejo. Rio fraco e acabo sendo contagiada por seu bocejo.
- Ok, vou te mostrar o quarto de hóspedes, vem - Daniel se levanta e estende a mão para me ajudar. Seguro meus saltos em uma mão e seguro a dele, me deixando ser guiada de mãos dadas levemente até o quarto que fica no andar de baixo. Imagino que a suíte principal ocupe todo o andar de cima do apartamento. Mal posso esperar para conhecê-la...
- Acho que você vai encontrar tudo que precisa aí - Danny solta minha mão e abre a porta do quarto.
Sorrio acenando com a cabeça de leve e encaro o chão por apenas alguns segundos.
- Obrigada, Daniel - quando ergo minha cabeça para olhá-lo, já estou propositalmente mais perto e nossos rostos quase se tocariam se ele não fosse mais alto do que eu.
- Me chame de Danny, - ele apoia uma mão em meu ombro e acaricia-o de leve, me fazendo olhar para seu gesto. - Quantos anos você disse que tem mesmo?
- Eu não disse ainda - encaro Danny bem nos olhos, obrigando-o a fazer o mesmo. - Mas se eu te disser, promete que não vai deixar de me beijar por causa disso?
- O quê? Eu... - Danny, atolado com as palavras, tentava se defender.
Rio de seu nervosismo e balanço a cabeça negativamente.
- Tenho 21, Danny. O que você acha disso?
- Acho que você é muito nova pro tipo de pensamento que estou tendo - ele admite, descendo sua mão deslizando por meu braço até segurar minha mão novamente.
Me aproximo só um pouquinho mais, o suficiente para que meus seios encostem de leve em seu peitoral e fico na pontinha dos pés para encostar nossas bocas. Espero que ele tome a iniciativa de me puxar mais contra seu corpo e intensificar o beijo. Até que ele não é dos piores nesse quesito...
Sinto um calor subindo por meu corpo e já é hora de parar. Nossa, preciso arrumar logo um homem, acho que já faz tempo demais...
Separo nossos lábios bruscamente e sorrio do jeito mais inocente que consigo, embora meu corpo esteja pedindo por coisas totalmente opostas no momento.
- Boa noite, Danny - pisco para ele e entro no quarto, fechando a porta atrás de mim o quanto antes.
- Vinte e um... - ouço-o murmurando para si enquanto se afasta.

-/-

Segundas-feiras, por que existem? Estou sentada no balcão da minha cozinha comendo um iogurte light e encarando minhas pantufas. Obviamente já perdi a primeira aula da faculdade e estou pensando seriamente em perder a segunda, terceira... Podia ligar para Hanna e ver se ela queria passar aqui para assistirmos Bonequinha de Luxo. Se bem que ela deveria estar na casa de Brandon, para variar. Hanna é daquelas pessoas irritantes que quando arruma um namorado novo, não desgruda um segundo e esquece o resto da vida... Talvez eu precise de uma nova amiga.
A campainha toca e quase pulo de felicidade, ansiosa por ter alguém para quem falar bom dia, mesmo que seja o zelador querendo saber se eu já chamei alguém para consertar o vazamento da banheira. Olho no olho mágico antes de abrir e me surpreendo ao ver um Justin parado ali, parecendo impaciente e atrasado. Dou uma ajeitada rápida no cabelo, puxo a camisola para baixo e confiro meu hálito antes de abrir a porta, encarando-o com minha cara de surpresa.
- Bom dia, Justin. A que devo esta visita?
- Acho que temos alguns assuntos inacabados - ele diz e já vai entrando, observando rapidamente meu pequeno apartamento, que tem apenas uma cozinha, um quarto-sala, um closet e um banheiro.
Ele tira seu paletó e sapato, deixando-os pela sala.
- Claro, fique à vontade! A casa é sua - digo ironicamente, cruzando os braços.
- Tenho uma proposta a te fazer, - ele ignora meu comentário e senta na beirada da minha cama. Da umas batidinhas ao seu lado, me chamando para sentar.
Ainda de braços cruzados e cara amarrada pela sua audácia de chegar do nada na minha casa achando que pode mandar assim, sento relutante ao seu lado.
- Mas antes tem uma coisinha que eu preciso confirmar - ele diz isso enquanto desabotoa alguns botões de sua blusa, e logo em seguida joga seu corpo em cima do meu enquanto me beija de surpresa, fazendo peso para que eu me deite forçada.
- Mas que porra é - tento me desvencilhar de seu beijo espalmando as mãos em seu peitoral já meio a mostra e me perco olhando para ele por uns segundos.
Justin me segura pela cintura e me empurra mais para cima na cama, passando as mãos em minha coxa descoberta enquanto me olha com um sorrisinho de lado tão confiante e sexy que quase me amolece por dentro.
- , negócios inacabados... Eu fiquei te devendo isso sábado à noite, e além do mais, já disse que preciso confirmar se você é tão boa como eu imagino que seja - ele acrescenta quando percebe que seu papo não estava adiantando.
Ok, ele me ganhou. Nada como um homem que sabe te elogiar e desafiar ao mesmo tempo...
Apenas ergo meus braços acima de minha cabeça e permito que ele tire minha camisola, me deixando completamente exposta. Percebo sua expressão de admiração enquanto ele encara meu corpo e termina de tirar sua camisa ao mesmo tempo.
E então eu passo a próxima hora mostrando para ele que suas suspeitas sobre mim estavam mais do que corretas.

- Aceita? - Justin volta do banheiro já de cueca, com um cigarro na boca e me oferecendo o maço. Faço que sim com a cabeça e ele o joga para mim na cama.
Sento-me na cama, pego um cigarro e coloco na boca. Justin logo se senta ao meu lado e acende para mim. Ficamos em silêncio por um tempo enquanto aproveitamos a nicotina e enchemos meu apartamento de fumaça.
- Então quer dizer que você me deixou na festa e foi para casa do Daniel - Justin solta do nada e olho imediatamente, surpresa por ele já saber disso. - Qual é, o cara é meu melhor amigo, achou mesmo que ele não me contaria no dia seguinte?
- E por que você está aqui agora? - Pergunto curiosa, apagando meu cigarro no cinzeiro ao lado da cama. Pego o de Justin e faço o mesmo para ele.
- Precisava te comer antes dele - ele responde com a maior naturalidade e depois ri da minha cara de idiota. - Já disse, tenho uma proposta pra você.
- Pois então diga logo que eu tenho mais o que fazer da vida - digo seca, ainda irritada por sua brincadeirinha. Viro-me de lado na cama, ficando de frente para ele para ouvir a tal proposta. - Justin! - Chamo sua atenção ao perceber que ele estava vidrado em meus seios.
Ele balança a cabeça e joga o lençol branco em cima de mim, parecendo irritado por ter sido pego distraído.
- Porra, - rio de sua reação, me sentindo melhor agora que estamos quites. - Enfim, o que eu vou te contar agora não pode sair daqui, tá bem? Imagino a loucura que seria se esse boato saísse pela cidade!
- Fala, garoto!
- Não me chama de garoto, ... Não sou um de seus coleguinhas da faculdade - Justin, se sentindo ofendido, me repreende. - Você deve ter ouvido por aí que o pai de Danny recentemente deixou a Underwood Enterprises nas mãos do filho pra começar um negócio de Hotéis em Dubai, certo?
Fiz que sim com a cabeça, embora não soubesse dessa história com tantos detalhes.
- O fato é que uma das condições do velho pra fazer isso era que o Danny se casasse em um prazo de seis meses. E agora quase dois meses já se passaram e a vadia da Ambreal conseguiu estragar o namoro deles, então, resumindo, precisamos achar uma noiva o mais rápido possível.
- E achar uma noiva pro Danny é sua obrigação porque...
- Porque se ele não se casar, o Sr. Underwood tira seu filho do cargo de CEO e consequentemente seu melhor amigo não é mais o advogado principal da empresa. - ele diz como se fosse óbvio.
- Ham... - confirmo com a cabeça enquanto absorvo essas informações calmamente. - E eu entro nessa história como a nova pretendente?
- Não, , nada de pretendente! Não temos tempo pra isso - Justin me olha com os olhos quase arregalados, uma pilha de nervos. - Você é a candidata perfeita, preciso que você aceite casar com ele.
- O quê? Como assim? Danny te mandou até aqui pra pedir a minha mão?
- Meu Deus, ! Você fica lerda depois de um orgasmo? - Justin levanta o tom de voz, grosso. Faço uma careta e ele logo se retrata:
- Desculpa, eu estou nervoso com a situação... - ele respira fundo. - Você está procurando um marido rico pra te sustentar, certo? Certo, não se faça se desentendida que eu conheço seu tipo. E eu estou procurando uma pessoa exatamente como você para casar com meu amigo. E Danny? Bem, ele me pareceu interessado em você da última vez que conversamos, o que, acredite, é um milagre! Não vê? Todos sairemos ganhando com essa união divina!
- Sim, mas... Pelo que eu entendi, o Danny não sabe ainda que vai se casar comigo.
- Não, mas isso é detalhe. Com seu charme e meus conhecimentos sobre os gostos e manias do Danny... A gente faz ele te pedir em casamento em menos de dois meses!
Estou tão feliz com aquela notícia que não consigo nem acreditar na minha sorte! Será que isso estava acontecendo mesmo? O melhor sexo da minha vida seguido da melhor notícia do universo?
Não conseguindo me conter, pulo para cima do colo de Justin, segurando em seu pescoço.
- Me belisca? - Digo toda alegre, já me inclinando para lhe dar um beijo de agradecimento. Justin, sorrindo de volta pra mim, me dá um apertão na bunda, selando nossos lábios e o acordo.


NA: Hi, girls!
Essa foi a parte I de Shallow, espero que tenham gostado!
Ainda estou trabalhando na segunda, então vou pedir a paciência de vocês pra esperarem o final da estória, sim? =))
Estava meio apreensiva pra colocar o Justin Sexy Back como personagem fixo, mas acho que ele merece um espacinho no site e nas nossas vidas, não? Hahah
Enfim, sem mais delongas, só peço que comentem aí e me digam o que estão achando da fic, se gostaram dos personagens, do estilo e da forma como ela está sendo escrita (com os tempos verbais diferentes e tal), é importante pra que eu possa tentar me adaptar e agradar mais nas próximas!
Beeeijos e até a próxima!

Outra fic:
Walking Disasters [McFly/Finalizada]
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