Socorra-me


-, cadê a ? Ela saiu já faz um tempo, e ainda não voltou com nosso sorvete. Nós nunca comemoramos o Natal sem sorvete. - chamou a atenção de sua amiga, que também parecia ter notado a demora de . O único mercado do bairro ficava a algumas ruas, e agora não era horário de muito movimento nos caixas, o que as fazia estranhar mais ainda o atraso.
- Ela deve ter encontrado algum cara bonitão por aí, agora que está solteira... – A voz de sumiu no meio da frase, e ela e se encararam por segundos, e arregalaram os olhos quando se lembraram de algo muito crucial que poderia ter acontecido. Em menos de cinco minutos as meninas estavam correndo portão afora, em busca de sua amiga , que a essa altura poderia estar correndo grande perigo.

Dois dias antes.

, e eram amigas inseparáveis. Onde uma estava, as outras duas tinham presença garantida. As três moças tinham vidas e problemas normais, mas nenhuma podia negar que a última semana havia sido estranhamente fora do comum. tinha sérias suspeitas de que seu ex-namorado a estava perseguindo, mandando mensagens anônimas e talvez até espionando ela e suas amigas. Das últimas vezes que as meninas saíram juntas, tinham visto pessoas com capuzes pretos e vultos rápidos as acompanhando pelo shopping, praça e sorveteria, o que as deixou preocupadas.
- Acho melhor a gente passar a noite de Natal em casa, meninas... – disse, com um olhar preocupado. – E se tiver mesmo alguém nos perseguindo? Isso pode ser muito perigoso. – Ela terminou, se sentando pesadamente na cadeira da cozinha, onde todas estavam reunidas.
- Nós sabemos do que o Rafael é capaz, certo? E nem sabemos se é ele mesmo. Fiquem tranquilas, isso deve ter sido coincidência. Devemos estar nos preocupando à toa. – respondeu em tom firme, tentando convencer suas amigas, e principalmente a si mesma.
- Concordo com a ideia de passarmos o Natal em casa, . E, , quem disse que se o ‘maníaco’ não for o Rafael as coisas melhoram pro nosso lado? Pode ser alguém mais louco e mais perigoso que ele. – acrescentou, enquanto lavava a louça.
- Parem de falar esse nome, me dá arrepios. – envolveu seu tronco com os braços, enquanto concordou. O passado das três amigas com Rafael era sombrio, e ninguém tinha boas lembranças dos três anos em que ele e namoraram.
- Então está decidido? Vamos passar o Natal em casa, só nós três? – todas concordaram, afinal o mais importante era elas estarem juntas. Logo terminou de lavar a louça e as três meninas se sentaram nas cadeiras ao redor da pequena mesa oval de sua simples cozinha, e se esqueceram de todos os problemas enquanto faziam uma pequena lista de comidas para prepararem para o feriado, tão entretidas que não perceberam que alguém as observava do lado de fora da casa. E tão rapidamente quanto apareceu, a pessoa de capuz preto e rosto coberto se foi.
****

acordou em um quarto escuro, e só percebeu que estava deitada no chão quando se levantou. Não fazia ideia de como tinha chegado ali, ou a quanto tempo esteve desacordada. A última lembrança que tinha era a de estar no supermercado, pedindo ajuda de um dos seguranças, pois um sujeito mal encarado a estava perseguindo pelos corredores. Todo o cômodo estava um breu, e a moça começou a gritar por ajuda, o mais alto que pode.
- Por que está gritando, ? Ninguém vai te ouvir. – A voz calma e suave de Rafael soou próxima, e o procurou na escuridão. Tateou uma parede fria e comprida, e quando chegou ao final dela uma luz forte e clara iluminou o quarto, cegando seus olhos. Era um cubículo, com paredes mofadas e nenhuma janela. A única porta estava bloqueada por uma cadeira, e Rafael estava sentado nela, observando o desespero da moça.
- Não quer me dizer nada? – Rafael perguntou cinicamente, com um sorriso medonho no rosto. Ele tinha olheiras profundas e usava um casaco de moletom verde surrado, e jeans sujos nos joelhos e bolsos. – Então só eu vou falar. Antes de você tentar ligar para qualquer uma das suas amiguinhas idiotas, eu me dei ao trabalho de estragar seu celular. – disse e tirou do casaco o que tinha sobrado do pequeno telefone. A tela estava feita em pedaços, e o teclado espalhado pela mão do homem, junto com todo o resto.
- O que você quer comigo, Rafael? – disse com a voz rouca por falta de uso, e o homem se surpreendeu com a fala repentina da moça.
- Não é óbvio? Você prometeu que ia passar o Natal comigo, ... E agora terá de cumprir a promessa. – seus olhos verdes adotaram um brilho psicopata. percebeu o estado deplorável de Rafael: os cabelos loiros escuros e rosto sujos de fuligem, pequenos cortes na testa e nas bochechas, e uma das mãos enfaixadas no que já tinha sido uma camiseta; até ficaria penalizada em outra situação. Não aqui, não agora. Nesse momento, ela só tinha pena de si e do que o futuro reservava para ela, se é que haveria futuro.
- Isso foi no começo do ano, antes de você tentar agarrar uma das minhas amigas, seu nojento. – os ombros de tremeram com a lembrança indesejada.
- Isso não interessa. Você me prometeu, e agora vai cumprir. Como foi que você disse? ‘Eu quero passar todos os Natais do resto da minha vida com você...’ Tenho uma boa notícia para você, amor. Esse será o seu último Natal. – Rafael riu doentiamente, e saiu do quarto, jogando os restos do telefone de contra o rosto da moça. gritou, chorou, e chutou a porta, mas Rafael estava certo: ninguém a escutaria.
****

e rodaram várias vezes pelos quarteirões do bairro, foram ao mercado, perguntaram por sua amiga, ligaram em seu telefone mais vezes do que seus cérebros desesperados poderiam contar, e nenhum sinal de . chorava pela terceira vez, enquanto tentava manter a calma.
xingava todos os nomes feios que vinham à sua mente, enquanto tinha o olhar fixo no outro lado da sala. Elas esperavam por seus amigos mais próximos, da faculdade, do serviço e do bairro, para ajudarem na busca por , enquanto a polícia local não fazia nada.
- Como contaremos aos pais dela, ? Como daremos uma notícia como essa por telefone, os deixando preocupados e sem poder fazer nada, pois estão do outro lado do oceano? – olhou para o relógio, e constatou que havia pedido ajuda para metade de sua lista telefônica a mais de uma hora atrás. – Acho que ninguém vem. É véspera de Natal, vamos deixar nossos amigos terem uma noite feliz. Está preparada, ? Nós vamos sozinhas.
- deve ter o número daquele asqueroso em alguma agenda, algo do tipo. Vamos ligar para ele, quem sabe ele não quer jogar? De qualquer jeito, ele vai perder. – disse, com uma expressão dura e olhos semicerrados.
- O nome dele é Rafael. Não é um tabu, apenas um nome. Isso só mostra o quanto você teme o inimigo, . Eu sei onde ela guardava o número dele. Numa agenda que fica dentro da cômoda. Eu vou pegar, fique aqui.
Minutos depois, desceu as escadas e avistou andando impaciente pela sala.
- Pare, vai abrir um buraco no chão desse jeito. E não está ajudando ninguém fazendo isso. – estranhou a atitude irritadiça de , mas as duas estavam uma pilha de nervos, o que a fez relevar e não discutir por tão pouco. As duas tentaram vários números, e apenas na quinta tentativa foram atendidas.
- Rafael? Nós sabemos que está com nossa amiga ! – usou sua voz mais ameaçadora, que quase fez rir, mas ela desistiu quando um olhar tão ameaçador quanto foi lançado para ela. Elas não tinham certeza do que diziam, mas sentiam que estava muito próximo a realidade.
- Não estou não... Ah, na verdade estou sim. A quem quero enganar? – Rafael riu, e então todos ouviram um barulho alto. – Por que vocês não vem passar o Natal conosco, meninas? Sabem onde me encontrar. E nada de polícia, ouviu? Esse barulho foi um tiro. E podem ter certeza que se vocês aparecerem aqui acompanhadas, esse tiro vai ter outro destino: os miolos da sua amiga. – e desligou, deixando apavorada e com um olhar calculista, analisando todas as possibilidades.
- Nós vamos a casa dele. Eu sei onde é. Estaremos correndo perigo, mas eu não vou deixar minha amiga sozinha na mão de um maluco com uma arma. – se levantou em um pulo, e encarou , que continuava sentada, com as sobrancelhas unidas e um olhar incrédulo.
- Claro, seria muito prudente se morrêssemos todas juntas! Afinal é pra isso que servem as amigas. – a encarou até convencê-la, e logo as duas iam em direção da casa de Rafael, munidas de facas de cozinha e grandes pedaços de madeira que encontraram pela rua.
****
continuou gritando até sua garganta arder, e ter uma ideia melhor. Chutou a porta com toda a sua força e para sua sorte, a porta tremia cada vez mais a cada chute investido na fina madeira branca. Depois de aproximadamente quinze chutes e uma perna muito dolorida, a porta se abriu, como se tivesse sido destrancada. A garota ficou com raiva, quase havia deslocado seu joelho e tornozelo para quebrar a porta ao meio. Só então ela percebeu o quão patético aquilo soara: era óbvio que ela nunca conseguiria quebrar uma porta a chutes... ouviu passos ao corredor, e se lembrou que a porta estava aberta. O pânico tomou conta de sua mente. Sair e tentar fugir ou ser pega em uma possível armadilha? decidiu que era melhor morrer tentando do que esperar o pior naquele cubículo com ar viciado.
Rafael estava no telefone, do lado de fora da casa, e começou a ficar desconfiado quando as incessantes tentativas de fuga de cessaram. Ela poderia ter se cansado, ou arrumado um jeito de fugir. De qualquer modo, era melhor verificar. Ao chegar a frente ao quarto, sorriu ao ver a porta ainda fechada. Abriu para zombar dos esforços inúteis da moça, e logo seu sorriso sumiu: o quarto escuro estava vazio, sem nenhum vestígio de que alguém passara as últimas horas confinado ali dentro.
- ! Onde você está? Não precisava tentar rachar minha porta, era só pedir que eu te deixava sair. Se lembra do jeito que você costumava me pedir as coisas? Com aquele seu jeito tão meigo... – O homem falava alto, e olhava dentro de cada porta que aparecia, buscando pela fugitiva . Ela não iria conseguir sair da casa, pois todas as portas e janelas estavam trancadas, e escondidas atrás de estantes. – Não se esconda, ... você sabe que eu sempre te acho. Você mudou de casa, de cidade, mas olha só, eu te encontrei! – Rafael viu a porta do banheiro aberta e a luz acesa, e então teve certeza de que estava lá dentro, e também que não sabia brincar de se esconder. Estava fácil demais... Ele entrou no banheiro, e viu uma sombra dentro do box. Silenciosamente, andou até lá, sem fazer nenhum barulho, e antes que pudesse abrir a porta, foi acertado fortemente na cabeça pro um objeto grande e pesado.
- Maldita... – ao cair Rafael avistou o chutando freneticamente, e batendo com um grande taco de ferro em sua cabeça. A dor era tão insuportável, que o homem perdeu a consciência, e a última coisa que viu antes de apagar totalmente foi uma pessoa na porta do banheiro, vestindo um casaco semelhante ao seu, andando lentamente na direção da garota descontrolada. Era alto, gordo e seu rosto estava coberto pelas sombras e pela visão embaçada de Rafael.
****

e estavam na rua certa, quando os fogos da meia-noite começaram, enchendo a calçada de pessoas, o que dificultou a passagem e as fez largar os grandes pedaços de madeira pelo chão.
- Droga, a casa dele está completamente escura. Deve estar com as portas trancadas, ! Como vamos entrar? está correndo grande perigo lá dentro!
- Vamos tentar entrar ou ficar lamuriando e pedindo ajuda ao bom velhinho aqui do lado de fora? – disse e as duas correram para o portão, que para a sorte delas, estava destrancado. As garotas forçaram a porta de entrada, mas diferente do portão, essa estava fechada a chaves e trincos. batia na porta, esperando obter algum resultado, enquanto espiava por dentro das janelas escuras, sem muito sucesso. – Vamos tentar pelos fundos, .
Ao darem a volta na casa por um corredor estreito e chegarem ao fim, encontraram uma lavanderia com acesso para algum lugar. A porta que as separava do próximo cômodo estava escancarada, e mostrava um ambiente totalmente escuro, como o resto da casa.
- Nós vamos entrar ai? E se for uma armadilha? – sussurrou para a amiga, que não respondeu. Respirando fundo, entrou no cômodo, e iluminou os objetos mais próximos com a fraca luz do celular. Logo se virou para ficar de frente para a amiga e sussurrar que era seguro entrar ali, mas foi interrompida pelo grito estridente de .
- Corre! Tem alguém ai dentro! – e voltou para o corredor na velocidade de uma bala. notou que não estava sozinha quando alguém acendeu a luz, do cômodo, que se revelara uma cozinha.
- Não vai correr, como sua amiga? – a menina pulou e se virou rapidamente quando uma voz soou atrás dela, rouca e engraçada. Ao se deparar com uma figura alta, de barbas e cabelos bancos, o queixo de caiu.
- Quem é v-você? – ela gaguejou, e o velho sorriu abertamente, deixando seus olhos azuis menores do que já eram.
- Uma pergunta respondida com outra... Gostei de você! Mas infelizmente não podemos ficar batendo papo aqui, sua amiga precisa de ajuda. E pelo que vejo, só você pode oferecer isso, já que sua companheira vai demorar aproximadamente três minutos para voltar. – ele manteve o sorriso, e sua voz tinha um som simpático, o que fez os músculos de relaxarem.
- Me esqueci da ! - a garota saiu correndo, perdendo o medo do que encontraria pela frente. Avistou uma grande escada, e em poucos segundos estava subindo o mais rápido que podia, pulando alguns degraus para se adiantar. Ao longe, ouviu um choro, o inconfundível choro de sua amiga, e seguiu o som. Foi parar em frente à única porta aberta com luzes acesas da casa, e lá encontrou em um estado deplorável: sentada no chão de um banheiro com aspecto sujo, com as pernas dobradas em frente ao corpo, cobrindo o rosto com as pequenas mãos, e o que chamou mais atenção de : o corpo aparentemente sem vida de Rafael jogado ao fundo, ensanguentado.
- , você está bem? Alguém machucou você? – No instante em que destampou o rosto e encarou , apareceu ofegante e suada, e teve a mesma reação da amiga que chegara minutos antes.
- O que eu fiz, meninas? Eu acho que eu matei o Rafael... – ela disse, olhando para o rapaz e voltando a chorar.
- Com quem você estava falando na cozinha? Me desculpe sair correndo, mas eu realmente pensei ter visto alguém na escuridão. Quando percebi que seria muito perigoso te deixar sozinha enfrentado um psicopata, voltei e vi que a cozinha estava vazia. – se dirigiu a , que a encarou confusa. - Agora eu sei que o perigo estava aqui o tempo todo...
- O Papai Noel. Você não o viu? – respondeu, ignorando grande parte do que disse, e voltando a encarar , que estava a ponto de se dissolver em lágrimas.
- Você está louca? Noel nem se quer existe... e se existisse, porquê diabos estaria perdendo tempo com nós três quando tem milhares de crianças ao redor do mundo esperando seus presentes? – a voz de subiu, e ela encarou , que ria.
- Então você está começando a acreditar? – deixou a menina falando sozinha e foi ajudar a se levantar.
- Me tire daqui, eu não quero ser presa... – resmungava em tom choroso, e se arrastava para fora do banheiro. Quando se deu conta, estava andando em direção à escada, e chamando baixinho ‘Papai Noel?’. não sabia se sentia raiva ou se sentia pena da amiga, que devia estar entrando em estado de choque. – Ligue pra ambulância, ele ainda pode estar vivo... antes ele do que eu... – sussurrava e ria, e percebeu que era a única que estava consciente entre as três.
****

Depois de algumas horas, a ambulância chegou para levar Rafael e , enquanto explicava para os policiais o que havia acontecido essa noite. havia sumido, mas decidiu não se preocupar, pois o único que poderia ameaça-las estava sendo levado ao hospital. Quando as coisas se acalmaram, decidiu voltar para casa e esperar notícias de e Rafael por telefone. Ao abrir a porta, a moça levou um grande susto ao ver dormindo no sofá, como se nada tivesse acontecido. A moça finalmente sossegou ao ver que todos estavam bem, e o cansaço a venceu, a obrigando a dormir até tarde.
****

- Já terminei de fazer minhas malas, . Só falta você e . – disse, fechando o zíper da última mala entulhada de coisas que levaria de volta para casa.
- Que pressa de voltar para São Paulo, hein. Vamos partir hoje à noite, mas ainda temos tempo de ajeitar as malas com calma, sem amassar todas as roupas, como você fez. –Em um gesto totalmente infantil, mostrou a língua para sua amiga, e logo entrou no quarto com suas últimas coisas.
- Também terminei por aqui. Só falta você, . Seja rápida, quero partir o mais rápido possível. – começou a secar os cabelos molhados, a única coisa que faltava para ela estar realmente pronta para ir. Em meia hora, as malas das três estavam prontas, e elas deixavam a casa em um táxi, seguidas por um caminhão de mudanças.
- Eu liguei para a casa do Rafael ontem, para saber como ele está. A irmã dele disse que ele continua na clínica, e que passará um bom tempo por lá, para voltar à sanidade mental. E também está na fisioterapia, para recuperar os estragos que fiz em sua coluna. – agia como se confessasse algo, e nunca olhava dentro dos olhos das amigas. pegou sua mão, e disse mais uma vez que tudo voltaria ao normal.
- Nem parece que foi há duas semanas, não é mesmo? – se pronunciou, e olhou o jornal em suas mãos, com uma enorme manchete na capa ‘Jovem sequestra ex-namorada na noite de Natal’. revirou os olhos, desacreditando que ainda guardasse aquele pedaço de papel idiota. Era uma das lembranças que todas queriam esquecer, mas não podia: era a única memória que ela tinha do dia em que encontrou o Papai Noel. se encolheu ao ver a foto de Rafael na capa, sorrindo, como costumava ser quando eles ainda namoravam. Antes de todos os problemas acontecerem. Uma lágrima escapou de seus marejados olhos, e as amigas a abraçaram dizendo palavras reconfortantes. Tudo ia ficar bem, afinal, as lembranças boas e ruins ficariam para trás, nessa pequena cidade de interior, como se nada disso tivesse acontecido. Enquanto e conversavam, olhava janela afora, e avistou uma figura que fez seu queixo cair novamente, como da primeira vez: era o Papai Noel, acenando em despedida para o táxi no qual elas estavam, fazendo sorrir, e ao mesmo tempo ficar triste, por ter sido a única que avistou o bom velhinho.


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