So Late to Learn What Is Love


Capítulo 1

Felizmente mais um dia estressante e cansativo de trabalho terminou. Mais um dia como todos os outros, por sinal. Há exatos 10 anos sou casada com , um empresário muito bem conceituado dentro de Nova York, e extremamente ausente tanto na minha vida quanto na de meu filho , ou , de apenas cinco anos de idade. Meu nome é e tenho 32 anos. Meu casamento ultimamente está indo de mal a pior, perdi as contas de quantas noites dormi sem ao meu lado, ou até mesmo de quando ele chega com perfume barato de mulher em suas roupas caríssimas, eu realmente esqueci como é ser tratada como uma mulher.
Sou chefe da maior redação de Nova York, o que me trás muito estresse e mais problemas, como se já não bastasse os que eu tenho em casa com meu marido, se é que ainda posso considerá-lo meu marido.
Depois de longas duas horas de trânsito finalmente consegui chegar em casa.
- Mamãe! - Assim que cheguei em casa logo veio ao meu encontro, me dando um enorme abraço. Ultimamente era quem tornava meus dias mais alegres e especiais com cada gesto de carinho demonstrado por ele.
- A mamãe tava morrendo de saudades de você, meu amor! - Falei enquanto me soltava dele e olhava aquele lindo sorriso em seu pequeno rosto.
- Mamãe, depois que você tomar banho e jantar me ensina minha tarefinha? - Ele me perguntou meigamente.
- Claro, . Por enquanto fica com a Carmen que depois a mamãe vem aqui te ensinar. - Minha casa era repleta de empregados por sermos ausente na vida de nosso filho, e Carmen é uma das mais antigas, ela é quem cuida de desde que ele nasceu.
Depois de ter tomado um relaxante banho e ter comido alguma coisa na cozinha fui ajudar com sua tarefa como prometido.
Nos sentamos ali no chão da sala mesmo e assim ficamos. Estávamos resolvendo os probleminhas de matemática até que entrou pela porta da sala como um furacão.
- Papai! - correu pros braços do pai que logo o largou como todas as noites.
- Agora não, filho, estou com pressa. - E então subiu as escadas enquanto afrouxava sua gravata vermelha.
- , a mamãe volta já, só um minuto. - Subi atrás dele entrando em nosso quarto trancando a porta logo em seguida.
- Se quer saber pra onde eu vou, estou indo... - ia continuar a frase,mas resolvi interrompê-lo.
- Honestamente, há muito tempo não me importo pra onde você vai ou deixa de ir, ou até mesmo com quem você sai. - Falei dando uma pausa pra respirar. - Mas dá pra você perceber que você tem uma família? Se você não me tem como uma esposa, lembre-se ao menos que você tem um filho de cinco anos de idade que precisa da sua presença, do seu amor e do seu carinho. - Já chega, há muito tempo que eu preciso falar isso pra ele. - Você é pai, você tem um filho! Há quanto tempo você não dá atenção a ? Há quanto tempo não o coloca pra dormir? ATÉ PARECE QUE ELE SO TEM MÃE.
- E o que é que você quer que eu faça? Deixe de trabalhar? - Ele me perguntou sarcasticamente.
- Eu só quero que você seja pai ao menos uma vez na vida! É isso que eu quero! - Então ele me olhou e ficou calado. - ELE NÃO TEM CULPA DE NÃO SERMOS UM CASAL COMO QUALQUER OUTRO, ELE NÃO TEM CULPA DE NADA. ELE NÃO PEDIU PRA SER NOSSO FILHO, PRA SER FILHO DE UM CASAL COMO NÓS. - Falei alterando meu tom de voz, já com meus olhos cheios de lágrimas. Cada palavra que eu havia pronunciado naquele quarto não passava da mais pura verdade, nunca foi presente, nunca soube nos dar amor, ele nunca nos teve como uma família essa era a verdade.
- Somos nós o problema? - Ele perguntou olhando fixamente pra mim com aqueles olhos dele.
- O problema é somente você, . - Falei e de repente uma dor muito forte tomou conta de minha cabeça ,fazendo com que eu tivesse que me apoiar em minha cômoda.
- Você está bem? - Ele me perguntou preocupado.
- Não te interessa. - Falei enquanto tudo ficava cada vez mais distante e escuro. E a dor me invadia cada vez mais. Até que apaguei por completo.

Capítulo 2

Acordei em um lugar estranho, com uma janela refletindo pequenos raios solares matinais, um azul predominante em todo o quarto e dormindo em uma cadeira ao meu lado. Onde estou? Então me lembrei do episódio de ontem a noite, nossa briga e a tão forte dor de cabeça. Estou em um hospital. E , o que faz por aqui, o que raios ele estaria fazendo aqui?
- Bom dia. - falou acordando-se vagarosamente.
- Bom dia. - Falei esforçando-me para me sentar na maca. A dor em minha cabeça passou, e aparentemente sentia-me bem melhor em comparação a noite passada.
- Como se sente? – Perguntou, me olhando fixamente.
- Quando sairmos passaremos em algum lugar para comer. - Ele falou e repentinamente um médico alto, de cabelos pretos e olhos azuis entrou no quarto esbanjando um sorriso receptor no rosto.
- Bom dia, Sr. e Sra. ! - Ele falou simpático, ainda com o sorriso nos lábios. - Gostaria de ter uma breve conversa com o senhor, acompanhe-me por favor. - O médico falou referindo-se a , que apenas o seguiu fora do quarto. Aproveitei que os dois haviam saído para descansar um pouco mais, afundando minha cabeça no travesseiro macio que ali havia.

narrando
Dr. Kavanagh parou ao lado da porta do quarto em que estava, para conversarmos.
- Então, o que o senhor gostaria de me falar, doutor? - Falei encostando-me a parede, pondo minhas mãos dentro do bolso da minha calça, já que hoje estava frio por aqui e estava sem nenhum agasalho ou blusa de frio.
- , preciso ser franco com você quanto a situação de saúde da sua esposa. - Ele falou mudando sua expressão facial para um pouco mais seria que a de antes.
- Sou todo ouvidos. - Falei esperando que ele me falasse o estado de .
- Foi diagnosticado nos exames de que ela sofre de um câncer cerebral há três meses. - Ele falou e me assustei, como assim tão nova com câncer? Há três meses?
- Impossível! - Ainda estava assustado isso era realmente impossível, não poderia estar doente.
- É apenas o resultado dos exames realizados na noite passada. - Ele disse calmamente.
- Ela vai se curar? - Foi a primeira coisa que veio a minha cabeça após perceber que não era um engano. Ainda com um aperto no peito, eu esperava que a resposta fosse um sim, no qual faria eu suspirar aliviado e livrar-me dessa tensão na qual me encontro no momento.
- O estágio em que o câncer atingiu já é muito avançado alem de que não houve cuidados, infelizmente a medicina não pode trazer a cura da doença, as seções de quimioterapia, os remédios e o acompanhamento médico não serão pareôs para a cura do câncer, apenas o amenizará. - Ele falou me explicando, enquanto eu apenas prestava atenção em cada palavra dita.
- Então ela ainda vai poder viver, mesmo com a doença? - Perguntei-lhe já com os olhos marejados.
- Então, ela viverá sim, porém não por muito tempo, questão de semanas ou até mesmo dias. O câncer já está agravado em seu sistema nervoso, afetando respectivamente todos os outros órgãos, tecidos e sistemas corporais, precipitando cada vez mais sua morte. - Ele falou, e uma lágrima rolou pela minha face, formando uma sensação incomoda em minha garganta.
- Então isso quer dizer que ela vai... - Não tive condições de continuar a frase, eu realmente não conseguia.
- Sinto muito. - O médico falou saindo do local deixando-me sozinho apenas com minhas lágrimas.
Abri a porta do quarto em que estava e a vi dormindo calmamente como um anjo. Cheguei mais perto dela e passei minha mão sobre sua tão macia e branca pele. Só de pensar em que daqui a algum tempo não vou mais poder tocá-la, sentir sua agradável fragrância de Chanel, não poder mais ver mais seus sorrisos sinceros, não vê-la mais abraçar todas as manhãs,n ão poder mais tentar consertar meus tão grandes erros, não poder mais tê-la, dá-me uma dor no peito que seria menos doloroso se enfiassem uma faca ali.
Vê-la deitada nesta cama me faz lembrar que eu tive uma mulher, uma verdadeira esposa, e que nunca dei conta disto. Lembrar que ela sempre esteve ali ao meu lado me apoiando, me suportando, me ajudando, me amando, me faz sentir o mais doloroso remoço.
Toda essa situação é culpa minha, reflexo dos meus erros. Eu nunca soube amá-la o quanto ela merecia.

narrando.

Chegamos em casa e havia ido ao parque com Carmen tomar banho de sol assim como todas as manhãs de domingo. Resolvi então subir e tomar um banho. Entrei no banheiro despi-me e entrei debaixo do chuveiro, que jorrava água quente. Uma sensação relaxante tomou conta de todo o meu corpo, me transportando para outro mundo. Depois de terminar o banho, enxuguei-me e sai do box, o espelho estava totalmente borrado pelo vapor da água quente vindo do chuveiro minutos antes. Esfreguei minhas mãos por ali, até poder ter a visão do meu rosto. Olhei-me no espelho vendo meu reflexo e me senti mais magra, percebi ter grandes olheiras, um rosto muito pálido, talvez tudo fosse culpa do estresse e cansaço excessivo.
Coloquei minhas roupas intimas e passei hidratante por todo o corpo, depois voltei a pia pegando minha escova de cabelo e comecei a escovar cada mecha de meus cabelos, percebendo uma grande quantidade de fios vindo juntos com a escova a cada vez que eu escovava meu último fio de cabelo. Olhei minha mão e vi o quanto de cabelo que havia caído, havia caído muito cabelo. Coloquei minhas roupas e sai do banheiro, encontrando o quarto vazio. Resolvi descer e procurar por , que estava no sofá da sala lendo um livro. Assim que notou minha presença na sala tratou de tirar seus óculos e fez menção para eu me sentar ao seu lado no sofá.
- Então, por que está em casa, não ia sair? - Perguntei-lhe, franzindo o cenho.
- Não, vou passar mais tempo em casa. Eu preciso ficar com você e meu filho. - Ele me falou sincero, e eu estranhei. O que ele quer dizer com isso? Ele nunca fica em casa, sempre de um lado pro outro, sempre saindo muito cedo e chegando muito tarde.
- Desculpe, eu não entendi o que você falou. - Falei,realmente não sei o que ele quis dizer naquela frase.
- , eu não posso mentir para você. - Ele falou dando uma longa pausa. Eu realmente não estou entendo nada. - Quando eu e o Dr. Kavanagh saímos do quarto para conversar, ele foi me contar sua situação. , foi diagnosticado que você sofre de um câncer cerebral em estado avançado. - Ele falou com os olhos brilhando pelas lágrimas que ali estavam a se formar.
- O que? Mas eu me sinto ótima, deve haver um engano, talvez uma troca de resultados entre pacientes. - Não pode ser, eu sou tão jovem, ativa, não posso sofrer de uma doença como essa.
- Infelizmente, não tem engano algum, você só tem que aceitar e fazer o tratamento. - Ele falou fixando profundamente seus olhos nos meus. Eu não entendo, como assim eu... eu estou doente, ainda mais com uma doença tão grave! Isso é pavoroso, isso só pode ser um grande pesadelo.
- Eu prometo que vou cuidar de você, eu prometo que vou fazer cada segundo valer a pena. - Ele falou e uma lágrima desceu. Eu não posso morrer, eu tenho um filho que é meu tudo, um marido que amo, eu tenho uma família. Agarrei-me a ele e me permiti chorar.

Capítulo 3

A cada dia que se passava meus cabelos caiam cada vez mais, até o dia em que eles caíram por completo, me obrigando a usar cada dia um lenço diferente em minha cabeça. Eu já não podia me exercitar, caminhar muito, fazer muitos esforços, até que o médico me proibiu de trabalhar. Eu já não me sentia bem como antes, me sentia doente, vulnerável e cada vez mais indefesa. Eu já podia sentir a doença tomar conta de mim.
Finalmente eu, e nos tornamos uma família. Todas as noites antes de dormir eu rezava pra que Deus trouxesse esse dia o quanto antes possível, e pelo que vejo minhas preces foram ouvidas, talvez um pouco tarde, mas isso sinceramente não importa.
- As malas estão prontas? - Ele perguntou colocando seu boné azul igual ao de .
- Sim! - respondeu animado.
- Vamos, então? - Perguntei,pegando minha mala. Iríamos passar um final de semana em nossa casa de praia em Portland, sairíamos hoje, sexta-feira, de Seattle e no domingo voltaríamos, pois na segunda precisaria trabalhar.
- Opa, deixa que eu cuido disso, amor. - falou pegando a mala de minha mão enquanto dava-me um selinho¬.
- Eu posso cuidar disso. - Falei pegando a mala de volta e dando-lhe outro selinho. Ele apenas sorriu divertidamente e fez menção para eu seguir em sua frente.
Ele então pegou no colo, já com a outra mão sua mala e saímos de casa,indo em direção a garagem. guardou as malas no porta-malas de seu carro esporte e eu coloquei no banco de trás do mesmo, me dirigindo pro banco do passageiro logo a frente. Quando já estávamos todos dentro do carro e já havia dado partida, chamou por nós.
- Mamãe! Papai! - Ele exclamou e nós viramos pra trás. - Eu senti falta disso. - Ele falou com um enorme brilho nos olhos. Eu também senti,pensei comigo mesma.

narrando.
Hoje era aniversário de seis anos de e eu havia faltado o emprego pra poder ajudar na organização do aniversário junto com e os empregados, cada momento que passava com ela se tornava valioso e último, infelizmente.
O câncer dela já está com três meses e duas semanas, que segundo o médico era uma grande vitória já termos alcançado esse tempo todo com a doença em seu organismo. Cada dia que se passava minhas esperanças dela se curarem aumentavam cada vez mais, mesmo sabendo que a cura seria impossível.
Depois da festa entramos em casa e foi colocar pra dormir, fiquei esperando-a no sofá da sala enquanto ela não descia. A vi chegando mais perto como se fosse me dar um susto, virei-me e dei um susto nela, que esboçou um sorriso divertido no rosto, me dando um leve tapa em meu ombro esquerdo.
- Era pra eu ter dado o susto, não você. - Ela falou ainda com aquele encantador sorriso. Mesmo agora sem seus lindos cabelos e mais magra, nunca perdeu o brilho de seus lindos olhos . O brilho do sorriso, a maciez da pele, seu carisma.
- Por que está olhando pra mim? - Ela me perguntou franzindo cenho, típico dela.
- Nada não, só vendo o quanto você é linda. - Falei e vi um sorriso estampar seu rosto, sorri e a beijei ternamente.
Resolvemos então subir, pois já estava tarde e precisávamos dormir, afinal amanhã era segunda-feira e eu precisava trabalhar logo pela manha.
Estávamos subindo as escadas até que colocou a mão na testa e fez cara de dor, desmaiando logo em seguida, algo que não fazia há tanto tempo, levando todas as minhas esperanças pelo ralo. A segurei completamente em meus braços e a levei pro quarto, peguei meu celular e liguei para o hospital solicitando uma ambulância com emergência. Logo enfermeiros adentraram nossa casa, colocando cuidadosamente em uma maca e em seguida na ambulância com toda a aparelhagem necessária.
Segui a mesma com meu carro, rumo ao hospital. Após passar por médicos e exames, enquanto eu esperava notícias na sala de espera no setor em que levaram , Dr. Kavanagh chegou na mesma procurando por mim. Levantei-me e fui ao seu encontro para saber se já podia vê-la.
- Então? - Perguntei ansiosamente, eu precisava ver como ela estava.
- , ela não está bem. Não temos mais esperanças na paciente, eu sinto muito. - Ele simplesmente falou friamente. Eu não acredito, todos os dias que eu pedi pra que ela se curasse, todas as tentativas, todos os cuidados, todas as esperanças não adiantaram. Uma sensação terrível tomou conta de mim ao ouvir aquelas palavras, esperei Dr. Kavanagh sair e fui em direção ao quarto de com um nó enorme preso em minha garganta, eu precisava chorar, eu precisava dela.
Cheguei ao quarto e a encontrei dormindo como um anjo. Senti as lágrimas escorrerem por todo o meu rosto, fazendo-me apenas sentir mais remorso por todo o tempo perdido em mulheres, cassinos, bebidas caríssimas, enquanto eu podia estar ao seu lado e do meu filho. Eu sinto raiva de mim por nunca ter dado valor ao que eu tinha.
Sentei-me numa cadeira enquanto chorava e pensava em quão estúpido eu fui esse tempo inteiro, chorei tudo que eu precisava chorar até perceber seus olhos me fitando atentamente.
- Desculpa. – Falei, fazendo as lágrimas voltarem a escorrer pela minha face.
- Exatamente pelo que? - Ela me olhou confusa.
- Por tudo, por nunca ter te dado o devido respeito, por nunca ter te tratado como minha esposa, por não ter sido um marido de verdade, por não ter sido o que você sempre sonhou.
Ela ficou calada e me olhou suavemente.
- Não importa, nós ainda temos tempo para consertar os erros do passado. - Ela me falou com um sorriso carismático no rosto e mais lágrimas desceram dos meus olhos. Como eu queria que ainda pudéssemos consertar.
- Não, infelizmente não temos, me desculpe, querida.
Me abracei a ela na cama,entrelacei minha mão com a sua e ali ficamos deitados e calados por um tempo, até que segurou minha mão com força, fazendo-me a olhar.
- Eu te amo. – Então essas foram suas ultimas palavras até descansar sua cabeça sobre o travesseiro enquanto fechava seus olhos calmamente. Senti a pressão de sua mão contra a minha diminuir e o barulho da máquina soar. Ela morreu. morreu. A mulher da minha vida morreu em meus braços, e eu não posso fazer absolutamente nada .Olhei-a ainda com as lágrimas descendo pelo meu rosto e sussurrei:
- Eu também te amo.


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