O vestido de flamingos, os olhos felinos, a boca molhada de batom. Rosa, de menina. Um sorriso farto, a pele tão lisa e o cabelo de anilina. Era só cor, menina.
E eu era uma explosão de emoções jovens quando a via. A gente rimava, feito poesia. A gente se amava e sequer percebia, o dia acabava e ela partia. Nenhum beijo.
Eu a notava, mais do que via. Não era a garota do vestido estampado, era a mulher que a Deus pedia. E ela simplesmente não passaria, como mais uma naquele corredor. Não para mim.
O tempo passava quando trocávamos olhares e palavras me faziam pensar que seria impossível um dia expressar o que eu nem sabia sentir. Ah, como eu a adorava naquele vestido de bicho!
Aquele sorriso só dela, seu “xilique” engraçado no passeio no zoo. As vezes que não entendia minhas gracinhas e fingia estar satisfeita só para não pagar de gulosa. Os erros de português no chat e as milhões de caretas diferentes para desaprovação. Tudo vai ficar aqui, junto da minha admiração por te ver tão linda assim, ainda que nesse troço velho de flamingos.