We Remain
Autora: Laís | Beta: xGabs



O gongo soou e todos saíram de seus pratos de metal. Corri em direção a uma lança. Não sou carreirista, sou apenas mais um tributo do distrito 3, distrito da tecnologia. Acho que não tenho chances, mas não posso desistir da minha vida. Tenho 17 anos, mas já sofri muito. Coração partido, problemas familiares, me tornei uma menina fria. Então voltando para os jogos, corri e peguei uma lança. Uma garota com um colete cheio de facas veio em minha direção, atirando uma faca que acertou em meu braço. Filha da puta! Atirei minha lança e acertei sua barriga. Empurrei com mais força e ela soltou seu último gemido, caindo no chão sem vida. Uma onda de culpa me atingiu, eu matei uma pessoa! Mas rapidamente a culpa deu lugar a raiva, ao ódio que sinto da capital. Já perdi vários familiares e amigos que vieram para essa merda de jogos. Não há escolha na arena, ou eu mato ou eu morro. Arranquei minha lança do corpo sem vida e peguei seu colete de facas e sua mochila. Corri para a floresta, sempre fui muito danada e costumava subir em árvores, ficando lá por um longo tempo pensando nos problemas, ninguém me achava. Subi em uma árvore e fiquei lá, pensando, armando uma estratégia, se é que isso me ajudaria em alguma coisa. Logo a fome chegou. Abri a mochila e não tinha comida, apenas algumas coisas que seriam uteis mais tarde. Desci da árvore e caminhei até que achei um bicho. Ele era de tamanho médio, descansava e não me viu. Senti um nó na garganta e um aperto no peito, virei o rosto para a direção oposta, não queria ver isso, então desci minha lança e ela perfurou o estômago do animal. Ele se espantou, ameaçou se levantar, mas logo se deitou, fechando os olhos. Pude ver a vida abandonar seu corpo. Peguei uma das facas e retirei a pele e tudo o que tinha para se tirar, acendi uma fogueira e assei algumas partes do animal. Logo depois apaguei a fogueira e subi em uma árvore distante do local. Logo o hino tocou e os tributos mortos apareceram no céu. Apenas 7 foram mortos. O garoto do meu distrito não morreu, droga, aquele desgraçado está vivo. É, eu queria que ele estivesse morto. Eu odeio ele e ele me odeia. Senti uma dor no braço e finalmente lembrei do cortei feito pela garota das facas. Achei uma meia longa na mochila e amarrei com força sobre o corte, para evitar que voltasse a sangrar. Merda, isso dói! Olhei para o céu e suspirei.
- Você aguenta, . – Disse a mim mesma. Dormi um pouco e assim que acordei desci da árvore e caminhei até um riacho. Tomei um banho, estava com sede, mas preferi não beber daquela água. Eles podiam envenenar ou sei lá. Voltei a caminhar em direção a floresta. Parei ao ouvir um barulho. Me virei e rapidamente me abaixei desviando de um machado. Um garoto tentara me acertar, mal havia me recuperado e ele já corria em minha direção. Pus os pés em sua barriga e o empurrei para longe. Eu tentara me levantar, mas ele já havia se aproximado e pulou em cima de mim. Peguei minha faca, mas ele pisou no meu pulso, acertando-me um soco no rosto e logo depois na minha costela. Ok, essa doeu muito. Gemi de dor e senti o gosto de sangue dominar a minha boca. Rolei no chão ficando por cima e o soquei com toda a força que eu tinha.
Não é assim que se trata uma mulher. O soquei novamente, logo depois o acertando com minha faca, mas ele rapidamente se recuperou e com seus braços me jogou para longe. Minhas costas se chocaram contra uma árvore com força. Gemi de dor. Quando abri os olhos ele já estava correndo em minha direção, levantado o punho. Se ele me acertasse com certeza causaria um traumatismo craniano. Me abaixei a tempo e ele acertou a árvore. Rapidamente cravei uma das facas em seu estômago. Ele tentou se afastar, mas segurei em seu ombro e cravei a faca mais fundo, fazendo-o cair no chão. Arranquei a faca de seu estômago, peguei minha lança e minha mochila que haviam caído no chão quando desviei do machado e sai mancando. A dor na minha costela estava forte, dificultando minha respiração. Do nada o tempo mudou (idealizadores dos jogos, só pode ser. Eles podem colocar qualquer coisa nessa arena: bestantes, teleguiadas, fogos, chuva, neve, tsunami, até um furacão, não estou exagerando). As nuvens de chuva cobriram o céu. Começou a chover. Peguei uma folha e utilizei como “copo”. Bebi uma grande quantidade de água. Lembrei da garrafa em minha mochila e peguei ela, enchendo-a de água. Voltei a caminhar. Não demorou e a chuva cessou. Tentei subir em uma árvore, mas ela estava escorregadia, então me encostei nela e comecei a analisar os machucados. Não percebi quando ele se aproximou.
- Oi estranha – Ergui o olhar e vi ele parado a alguns passos de mim. Droga, agora eu ia ser morta pelo garoto que mais odeio!
- Até aqui? – Perguntei a ele. Nós sempre nos implicamos. Ele sempre me provoca com xingamentos, brincadeiras sem graças e brincando com vários problemas meus e eu que não sou santa sempre revido. Já saímos até no tapa, o que resultou em uma suspensão.
- Sempre. - Ele disse se aproximando com um tridente na mão.
- Fica longe – Falei entre dentes tentando me levantar, o que fez dor aumentar. Fiquei de pé e apontei minha lança para ele, que abriu aquele sorriso que eu odeio. Que vontade de quebrar esses dentes!
- Sabe... Eu não acredito em você. – Falei me apoiando na árvore novamente. A dor aumentava cada vez que eu respirava. Não sei porque, mas correu em minha direção e me puxou para trás de uns arbustos. Ele me empurrou para o chão e ficou em cima de mim. Mas o que é isso? – Ele colocou a mão sobre minha boca.
- Shiu... – Ele sussurrou e ergueu o olhar. Só então eu ouvi as vozes e os passos que se aproximavam. Ergui um pouco o pescoço e consequentemente o meu corpo, colando ao dele. Consegui ver os rostos, eram carreiras com certeza e formaram uma aliança. Eram seis, carregavam várias armas. Um deles olhou em nossa direção e abaixou a cabeça e o corpo, deitando sobre mim, totalmente desagradável. Os carreiristas finalmente saíram e quando achei seguro empurrei , que me encarava. Depois eu que sou estranha.
- Faz isso de novo e eu nem penso duas vezes antes de te matar! – Falei tentando me levantar. Quando me empurrou no chão machucou ainda mais. Gemi de raiva, frustração e dor.
- Eu te salvei, garota! – disse apontando pra si mesmo.
- Pra depois ter o gostinho de me matar, né? – Falei irritada.
- Eu já falei que não vou te matar! – Ele aumentou o tom da voz.
- Conta outra , você está falando isso pra mim abaixar a guarda e você se aproveitar! – Aumentei também.
- Acredite se quiser. - Ele disse por fim. Tentei me levantar novamente e mordi os lábios para não deixar o gemido de dor escapar.
- Você está machucada? - Ele perguntou se abaixando, apoiando-se nos joelhos.
- Não - Menti. cutucou minha costela e eu gemi. Ai seu desgraçado!
- Você disse que não está machucada. - Esse nojento é muito sonso! - Onde está doendo? – Ele perguntou com a voz baixa.
- Pra que você quer saber? Pra machucar ainda mais? – Falei irritada.
- Pra te ajudar, ! Para de ser infantil! – Ele disse visivelmente irritado.
- Você? Me ajudar? – Forcei uma gargalha e a dor voltou. - Droga – Falei entre dentes.
- Deixa eu te ajudar... - Ele disse calmamente.
- Ok – Falei contrariada, mas estava precisando de ajuda, aquela dor ia me matar!
- Onde está doendo? – Ele perguntou novamente.
- Aqui - Coloquei a mão sobre a região da minha costela que mais doía.
- Só ai? – Ele perguntou.
- Não, minhas costas também. – Olhei para ele e nossos olhares se encontraram. Desviei rapidamente. Quem ele pensa que ele é para ficar me olhando desse jeito? Acho que ele esqueceu que nos odiamos.
- Consegue andar? – Ok, ele realmente parecia preocupado. Mas deve ser encenação, esse sonso!
- Consigo... Mas dói. – Ele pareceu pensar um pouco.
- Vem... Eu te ajudo a levantar. – Ele se levantou e segurou nos meus braços me levantando, depois passou um de meus braços ao redor de seu pescoço e colocou a mão na minha cintura. Colocou minha mochila nas costas, segurou o tridente com a mão livre e me entregou minha lança, começamos a andar. Caminhamos por um bom tempo, eu não aguentava mais.
- ... Para. – Ele parou imediatamente, estávamos próximos ao riacho.
- O que foi? – Ele perguntou se agachando um pouco, também estava cansado.
- Não to mais aguentando... Não dá pra mim continuar... Pode ir, eu fico... – Ele se levantou.
- Não, disse rígido.
- eu não sou nada sua, nem amigos somos... - ele me interrompeu.
- Não é por que eu te odeio que vou deixar você morrer! – Falando isso ele passou um braço em volta da minha cintura e o outro nas minhas pernas, me erguendo nos braços.
- está maluco? Me põe no chão! – Mandei, mas ele me ignorou, atrevido.
- Não, fica quieta! E segura nossas armas – Falou me entregando o tridente e a lança e nós voltamos a caminhar. Paramos um pouco para descansar, lembrei da garrafa em minha mochila. Abri e peguei-a, bebendo um pouco e estendi pra que tomou alguns goles e guardei novamente mochila.
- Acho que estar na hora de irmos - se levantou e estendeu a mão pra mim. Segurei e ele me levantou, me entregou minha lança. se abaixou para pegar a mochila. Quando ele fez isso vi um tributo correndo em nossa direção.
- FICA ABAIXADO! - Gritei e joguei minha lança que acertou o tributo no peito. Ele retirou a lança com as próprias mãos e caiu no chão. Logo vi mais três correndo em nossa direção. - Droga! – Exclamei. se levantou e atingiu um deles com seu tridente. Os outros continuavam a correr em nossa direção. Era um garoto e uma garota, provavelmente da mesma idade que nós.
- fica ai! Eu cuido deles! – correu em direção a garota, acertando um soco na barriga dela. A menina caiu no chão, logo depois foi acertado pelo garoto. revidou e eles começaram a brigar. tentava pegar seu tridente, mas o cara com o que ele lutava era tão forte quanto ele, talvez um pouco mais. A garota se levantou e veio em minha direção, merda! Peguei uma das minhas facas e a garota mostrou a sua também. Ok, agora fudeu. Ela correu e tentou me derrubar, mas não conseguiu. Ficamos em uma batalha de força, ao menos eu não estou perdendo. Arrisquei olhar para e ele estava perdendo, o garoto havia dando uma gravata nele, ou seja, estava enforcando que tentava se soltar. estava arfando. Ok,me distrai e a garota aproveitou pra me derrubar no chão. Isso já tá se tornando repetitivo, minha dor aumentava cada vez mais.
- DEIXA ELA EM PAZ! – Ouvi gritar, se ele estava gritando é por que havia conseguindo sair daquela posição. A garota tentava me socar, mas não conseguia, eu sempre desviava. Acertei ela com um tapa e ela me acertou com um soco, a raiva tomou conta de mim. Em um movimento rápido inverti nossas posições e comecei a enforcar a garota. Gritei quando ela me cortou com sua faca. Ela acertou minha barriga do lado direito, ficando por cima e colocou as mãos em meu pescoço me enforcando. Peguei a faca que ela havia me acertado e cravei em sua barriga. Ela gritou, cravei com mais força e ela caiu para o lado com a mão sobre a ferida. Eu me levantei, com um pouco de dificuldade, eu estava ofegante. Cuspi no chão e vi sangue, vadia! Voltei meu olhar e estava correndo em minha direção.
- Você está bem? – Ele perguntou ofegante.
- Estou – Falei respirando com dificuldade.
- Estou vendo. Vamos procurar um lugar seguro pra cuidar de você. – Ele não me deixou responder, apenas me pegou no colo e pegou nossas armas e mochilas. Coloquei minha mão sobre a ferida na tentativa de diminuir o sangramento. Caminhamos até que encontramos uma caverna. pegou seu tridente e adentrou ela, ainda me carregando. Entramos na caverna e tinha um cara, todo ensanguentado. Ele partiu pra cima e o atingiu com seu tridente. me colocou no chão e arrancou seu tridente do corpo do garoto.
- Tira ele daqui - Eu pedi, com a voz baixa. me olhou e logo saiu arrastando o corpo do garoto, voltando depois de um tempo.
- Deixei o corpo dele um pouco mais distante, para não chamar atenção. - Apenas afirmei com a cabeça e ele se aproximou.
- Obrigada... - Falei baixo.
- Pelo que? – Ele se encostou na parede de pedra.
- Por ter me salvado e por ter me carregado até aqui. – Olhei pra ele e ele estava sorrido.
- De nada... - Ele olhou para minha barriga, provavelmente deve ter visto minha cara de dor, realmente estava insuportável. - Quem fez isso? - Ele perguntou, quando finalmente viu que eu tinha me ferido, minha blusa continha uma grande mancha de sangue.
- Aquela vadia. – falei entre dentes.
- Temos que cuidar disso, você está perdendo muito sangue. – Ele falou se aproximando. O sorriso sumiu de seu rosto e deu lugar a uma feição preocupada.
- Está doendo muito. – Eu confessei, me encolhendo um pouco. colocou as mãos sobre a barra da minha camisa, por puro instinto empurrei suas mãos.
- , pra mim te ajudar eu preciso ver. – Ele disse sincero.
- Você não tem como me ajudar. – Eu disse. Ouvimos um barulho vindo do lado de fora, pegou seu tridente e saiu da caverna, voltando com um pote de alumínio. O que é isso? – Perguntei quando ele se sentou ao meu lado.
- Veio em um paraquedas, provavelmente nosso mentor que enviou. – Ele abriu o pote e lá tinha um mini kit de primeiros socorros contendo uma agulha, linha, um pequeno vidro de álcool e esparadrapo.
- Você não ta pensando em... – Ele não me deixou terminar.
- Estou sim, ele mandou por que isso vai te salvar! – Ele disse me olhando.
- Eu não vou deixar você fazer isso, você não é medico! – Eu disse assustada.
- Meu pai é e eu vou seguir a carreira. E isso não é nada demais, deixa eu ajudar você . – Ele falou irritado.
- E se você fizer errado, ? – Ok, eu sei que isso iria me ajudar, mas nem mandaram uma anestesia.
- Eu não vou fazer errado, confia em mim. – Ele disse sincero. - Posso? – Segurou na barra da minha camisa. Afirmei com a cabeça, meio contrariada, não gostava nem um pouco da ideia de me ver daquele jeito, só de sutiã. Ele retirou minha blusa com cuidado e a jogou em algum lugar, pela primeira vez vi o corte.
- Está um pouco profundo né? – Perguntei nervosa.
- Sim, um pouco, mas consigo resolver. Ainda bem que não causou danos mais sérios, apenas o sangramento. – Ele disse sério. Tive vontade de rir. Ok sei que não é a hora nem a situação adequada pra isso, não o via tão sério desde a última vez que saímos no tapa. - Eu preciso limpar ok? – Ele olhou pra mim. Afirmei com a cabeça e ele pegou o álcool e a gaze, isso vai arder pra caralho! Ele aproximou a mão.
- ... Isso vai doer né? – Ele assentiu com a cabeça.
- Morde isso – Ele me estendeu a outra meia que estava na mochila. Mordi com força e despejou o álcool na minha barriga, sobre o corte. Gritei e meu corpo arqueou pra frente. Ele rapidamente me empurrou pra baixo, mordi a meia com força e ele começou a passar a gaze com o álcool, limpando toda a região. Gemi de dor, limpou tudo e parou. Ele tirou a meia da minha boca.
- Me desculpa - Ele disse com a voz baixa.
- Tudo... Tudo bem – respondi com a voz fraca.
- Agora você tem que ser forte, ok ? – Ele olhou nos meus olhos.
- Isso vai doer muito. – choraminguei. Ele passou álcool nas mãos e pegou a agulha e passou a linha preta.Meu coração tava acelerado e minha respiração falha, eu estava arfando. Ele se aproximou e vi que suas mãos estavam trêmulas, o que aumentou meu medo. Sim, eu estava com medo. Segurei nas mãos dele e nossos olhares se encontraram. - Eu confio em você, fica calmo. – Falei olhando em seus olhos. Ele afirmou com a cabeça e pude ver seu rosto ficar rígido. Ele me entregou a meia, mordi com força.
- Não se mexe, por favor. – Ele pediu. Afirmei com a cabeça, fechei meus olhos com força. Ele aproximou a agulha, suas mãos não tremiam mais. Ele penetrou a agulha sobre o corte. Gritei, mordendo o pano e fechando os punhos com força. Ele começou a costurar, toda vez que a agulha furava a pele eu gritava. Senti meus olhos se encherem de lágrimas. A agulha novamente penetrou minha pele sensível e eu gritei, sentindo as lágrimas escorrerem.
- Ai... - Gemi baixo.
- Está acabando, calma. - falou e voltou a costurar. Gritei novamente, socando o chão, então vi ele se aproximar e morder a linha, cortando. - Pronto... Está acabando. – Ele passou a mão pelo meu rosto. pegou a gaze e o álcool, despejou novamente, agora sobre os pontos. Ainda sangrava. Gritei alto, senti minhas mãos tremerem, meu corpo começou a tremer. passou a gaze pela região vermelha e sobre os pontos. Ele pegou o resto da gaze, colocou sobre os pontos e prendeu com esparadrapo, improvisando um curativo. Você está pálida... - disse passando a mão no meu rosto. Ele se afastou e pegou a garrafa d’água. Se aproximou erguendo um pouco minha cabeça e me dando água. Bebi um pouco e ele tomou o resto.
- Obrigada. – Falei com a voz falha.
- De nada. – Ele sorriu. Argh! Ele não precisa sorrir.
- Você foi muito corajoso – Sorri de lado.
- Que nada... Corajosa foi você por ter deixado eu fazer isso e ter aguentado. Você vai ter que se cuidar viu? – Afirmei com a cabeça. Começou a chover. - Vou buscar um pouco de água ta? – avisou se levantando, pegando seu tridente, a garrafa e o pote de metal e saiu da caverna. Ele demorou um pouco, o que me preocupou. Suspirei aliviada quando ele entrou na caverna. Ele se sentou ao meu lado. - Acho melhor você descansar – falou.
- E você? – Perguntei encarando aqueles olhos .
- Eu durmo depois. – Concordei com a cabeça e me remexi um pouco no chão, tentando achar uma posição, sem chance. O chão bem que podia ser mais confortável. Eu ri do meu próprio pensamento. - O que foi? – perguntou me olhando.
- Nada não... Quando estiver cansado me chama tá? – sorriu, afirmando com a cabeça. Fechei meus olhos e logo dormi. Acordei com frio, ainda estava escuro. Olhei para e ele estava cochilando. Tentei pegar minha camisa, mas não alcançava. Grunhi de raiva, o barulho baixo fez despertar assustado. Ele me olhou e depois coçou os olhos.
- O que foi? – Ele perguntou.
- Estou com frio. – Eu ainda estava de top, havia pedido para mim não colocar a blusa, por ela estar suja, o que podia causar uma infecção. tirou sua jaqueta, sim, nessa edição dos jogos a roupa vinha com uma jaqueta, não propriamente dita, estava mais para um saco com costura, mas ainda assim esquentava um pouco.
- Deixa eu colocar pra você – ficou sobre mim e colocou a jaqueta a minha volta. Ele desceu um pouco, ficando com o rosto a poucos centímetros do meu. Sua respiração batia contra o meu rosto. E então ele me beijou... Isso mesmo, ele me beijou. Eu queria sair, mas não podia. Estava presa naquele beijo que estava bom. Argh não , não está bom. Finalmente percebi o que estava acontecendo e o empurrei, encarando aqueles olhos .
- Des... Desculpa – Ele se afastou.
- Vo-você quer que eu fique de guarda? – Mudei de assunto, definitivamente não queria falar sobre isso. Isso gagueja pra ele perceber que você gostou... Quer dizer, não gostei! (Tentava convencer a mim mesma).
- Não, pode dormir. – O saco com costura havia me esquentado, mas eu ainda estava com frio. Me encolhi um pouco. se aproximou, se deitando ao meu lado. Ele passou o braço a minha volta e me puxou pra perto. Não me afastei, ele estava quentinho. Me aconcheguei em seu braço e dormi. Quando acordei já era de manhã. ainda dormia. Me levantei com um pouco de dificuldade, cuidando para não acordar . Peguei minha lança e o pote de alumínio e sai da caverna. Caminhei um pouco, procurando algum lugar pra caçar, mas não achei nada. Vi umas frutas, as reconheci de outros jogos. Colhi algumas e voltei para caverna. despertou com o barulho dos meus passos.
- Onde você estava? – Ele falou se espreguiçando. Seus cabelos estavam assanhados, tenho de admitir: ele estava lindo. Balancei a cabeça para espantar esse pensamento. Mas que pergunta idiota a dele, se estou perto da saída da caverna é óbvio que eu estava na floresta!
- Na floresta, fui procurar algo pra gente comer. – Falei mostrando as frutas. Peguei o pote de metal que continha água e as limpei, depois comemos. Estava um delícia. - Vou lavar minha blusa no riacho – Me levantei devagar e peguei minha camisa e minha lança.
- Eu vou com você, pra ficar de olho. – Assenti com a cabeça. Ele pegou o tridente e saímos da caverna. Bom, 11 restam, com nós dois, 13. Treze tributos... 11 mortos. Seis devem estar em uma aliança. Se nos encontrarem, nos matam. Caminhamos até o riacho, atentos. Analisamos o perímetro com os olhos e não tinha ninguém. Nos aproximamos. Comecei a lavar minha blusa que estava cheia de sangue e poeira. estava atrás de mim, olhando de um lado para o outro.
- Será que dá pra nós banharmos? - Perguntei esfregando a blusa com força tirando uma grande quantidade de sangue e poeira.
- Acho que sim... - Me levantei, coloquei a blusa sobre uma pedra. - Só que acho melhor você não molhar o curativo – É verdade, não tem mais e se esse molhar eu teria que tirar. Assenti com a cabeça, tirei as botas e coloquei os pés na água, suspirando. Como é bom me sentir meio limpa.
- Não vai entrar? – Olhei para . Ele largou o tridente no chão e começou a retirar a camisa. Não pude evitar de olhar, nossa que corpo! Desviei o olhar rapidamente. Ele entrou na água, mergulhando de cabeça, queria poder fazer o mesmo. Ele me ajudou a lavar os braços, sem molhar o curativo. Não podíamos nos dar o luxo de demorar muito então, quando ficamos meio limpos, saímos. Mal colocamos os pés fora do riacho e avistei 2 tributos correndo em nossa direção. - Droga! – Falei irritada. Tentei pegar minha lança mas não deu tempo, o garoto do distrito 6 me empurrou e acabei caindo. O outro foi pra cima de . Eles estavam brigando feio, pelo gemido que soltou deve ter sido atingindo por um soco ou sei lá. O garoto do distrito 6 me levantou com força, apertando meus braços.
- VOCÊ MATOU MINHA MELHOR AMIGA! – Ele gritou comigo.
- Que? Como assim? – Perguntei confusa.
- Você matou minha melhor amiga – Ele apertou mais meus braços. Me debati, tentando me soltar.
- Ou eu matava ela, ou eu morria! – Exclamei irritada. O tapa que levei depois me fez cair no chão. Coloquei a mão sobre o local. Queimava.
- CALA A SUA BOCA SUA VADIA! – Ele berrou. Ele tava perturbado.
- ME RESPEITE! – Me levantei, acertando um tapa em seu rosto. Então começamos a brigar. Ele me segurou com força. Acertei meu joelho na barriga dele e ele gemeu caindo no chão. Subi em cima dele e comecei a socá-lo. Em um movimento rápido ele trocou as posições, levantando-se e me ergue pelos braços, me apertando novamente. Ele segurou em meu cabelo, puxando com força. Eu gritei e arranhei o rosto dele. Ele me derrubou no chão, me empurrou até o riacho e afundou minha cabeça na água.Entrei em desespero, ele tava me afogando. Eu tentava levantar, mas ele era mais forte. Ele puxou meus cabelos, me trazendo pra cima novamente, abri a boca tentando respirar, foi uma péssima ideia, ele abaixou minha cabeça novamente, me fazendo engolir água. Tentei levantar novamente, tentava acertar ele com um soco, mas não conseguia. Comecei a me sentir fraca, meus pulmões doíam. Engoli muita água e a falta de oxigênio explicava isso. Meus olhos se fecharam.

POV’s

Acertei o desgraçado que estava afogando , rapidamente a levantei da água. Ela tava apagada, entrei em desespero. Deitei-a no chão, subindo em cima da mesma, me apoiando nos meus joelhos. Aproximei a cabeça do peito dela, seu coração ainda batia fraco, assim como sua respiração. Entrei em pânico.
- - Falei balançando ela. Dei leves tapas no rosto dela, ela nem se mexeu. Comecei a fazer respiração boca a boca e massagem em seu peito, alternando. Ela não reagia. Droga, vamos , reage! – Pedi, massageando seu peito. Os lábios dela já estavam sem cor. Eu não iria desistir. Continuei com a massagem, fiz respiração boca a boca e então ela voltou. Se virou para o lado, cuspindo a água que tinha engolido. Logo ela deitou novamente, a respiração desregulada. Ela parecia tentar encher os pulmões de ar, mas não conseguia.
- Calma... Inspira e depois expira – Demonstrei e ela repetiu o ato, se acalmando aos poucos. Logo vi lágrimas escorrerem pelo rosto dela, ela estava assustada. Abracei ela, que se acalmou.
- Mas que droga. – Ela exclamou irritada, enxugando as lágrimas, não pude conter o riso. - O que é que você ta rindo? Tem alguma palhaça aqui? – Neguei com a cabeça, tentando conter o riso.
- Está melhor? – Perguntei, mudando de assunto pra não levar um tapa.
- Bom, não estão me afogando, então estou sim. – Ela suspirou. Me levantei e estendi a mão pra ela. Ela aceitou e a levantei.
- Deve ser a terceira vez que te salvo. – Falei sorrindo.
- É verdade... Em vez de ser meu inimigo está se tornando meu anjo da guarda. – Ela sorriu sem jeito. Adoro aquele sorriso.
- Vou começar a cobrar... - Ela riu.
- Obrigada, mais uma vez. – Ela colocou a mão sobre o curativo, estava com um pouco de sangue. Peguei nossa armas e a mochila. Vem? – Perguntei estendendo os braço.
- Eu consigo andar... - Começamos a caminhar. Estendi minha mão e se apoiou em mim, logo agarrando no meu braço para ter mais apoio.

POV’s

Caminhamos por um tempo. Por todo esse tempo eu pensei em todas as brigas e ofensas que já havia falado pra mim. Não fazia sentido ele estar me ajudando. Tem algo errado. Parei de andar e ele me olhou confuso.
- O que foi? – Ele perguntou.
- Está tudo errado. Por que você ta me ajudando? – Perguntei séria.
- Eu só não quero que você morra. – Respirei fundo pra não voar em cima dele.
- Você queria que eu morresse desde a nossa primeira briga. Você sempre me falava isso, todos os dias. – Falei irritada, me segurando para não gritar.
- Isso mudou, . – Ele abaixou a cabeça. Uol, a coisa está seria.
- O que mudou ? Você me odeia, eu te odeio. Isso não mudou. Me fala o porque? – Perguntei e me olhou.
- Eu te salvo, te ajudo e é assim que você retribui? – disse me olhando com ódio e desprezo.
- Se não fosse você eu ate entenderia, mas é você. O cara que desde os meus 13 anos me inferniza. Com ofensas, brincando com os meus sentimentos, com xingamentos, tapas. Você e seu grupinho de babacas – Olhei pra com nojo. Ele se aproximou e me beijou. Dei um tapa forte em seu rosto. - Não toca em mim seu babaca! – olhou pra mim com raiva. Ele me empurrou, senti minhas costas se chocarem contra uma árvore. segurava meus pulsos sobre minha cabeça.
- Olha aqui – Ele segurou em meu rosto, me fazendo olhar pra ele. Não se atreva a bater em mim, ta me entendendo? – Tentei empurrá-lo mas empurrou seu corpo contra o meu.
- Sai de perto de mim seu desgraçado. – Falei entre dentes.
- Assim não tem graça... Vocês vão se matar e eu não vou poder me divertir. – virou a cabeça em direção a voz, aproveitei o momento de distração e acertei meu joelho no estômago dele. Ele gemeu se encolhendo, sai de lá e me aproximei da minha lança. O tributo correu na minha direção, ele tinha braços fortes, bem grandes e musculosos, só faltava ser gigante e verde para ser o incrível Hulk. O Hulk me lançou para longe, sim eu voei. Fiquei no chão tentando me recuperar. Hulk foi para cima de , o levantou pelos cabelos e o encostou em uma árvore, um braço enforcando e o outro socando-o no rosto e na barriga. acertava Hulk às vezes, mas não o suficiente para ganhar. Me levantei devagar, sem fazer barulho. Peguei minha lança e cravei nas costas do tributo. No mesmo instante ele caiu no chão. Arranquei minha lança do corpo.
- Até que ele era bonito... Um desperdício. – Falei olhando o morto. Olhei para e ele estava sério, com a mão no nariz que estava sangrando. O olho dele estava roxo e sua boca também sangrava. - Só não deixei ele te matar porque você me salvou três vezes, só estou retribuindo. – Falei séria.
- Obri... Obrigado. – disse com dificuldade para respirar.
- Vamos voltar para a caverna. – Peguei minha mochila e minha lança. se apoiou em meu ombro e em seu tridente. No meio do caminho avistei um animal, igual ao que eu matei no primeiro dia. Apoiei em uma árvore e me aproximei. Este estava acordado. Atirei minha lança, acertando-o. Cravei mais fundo e ele caiu no chão. Arrastei o animal para perto de .
- Ual – ele murmurou, sorri de lado e logo depois me xinguei por dentro.
- Está com fome? – afirmou. Comecei a preparar uma fogueira, sentia o olhar de sobre mim. Então comecei a provocar, me abaixando devagar para pegar alguns gravetos. Amarrei meu cabelo e pude ver ele engolir em seco. Homens são tão bestas.
- Sabe fazer fogueira? – Ele perguntou com a voz rouca.
- Sim, meu pai me ensinou. – Falei com a voz baixa.

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- Ele morreu, não é? – Nossa como ele é direto. - É que eu nunca o vi ou ouvi você falar dele. – Ele tentou consertar.
- Sim... Já faz um tempo. – Suspirei, peguei outro graveto e o movimentei da forma que meu pai havia me ensinado, logo as faíscas apareceram e logo em seguida as chamas. - Ele... ele morreu na mão de pacificadores. – Conclui.
- Sinto muito. – me abraçou, retribui. Falar sobre meu pai me deixava pra baixo e sensível.
- Tudo bem. – Sai do abraço, me ajeitando ao seu lado.
- Foi então que você começou a... - não terminou a frase, apenas aproximou a mão, puxando as mangas da sua jaqueta, que eu ainda usava, revelando as cicatrizes. Sim, eu me cortava. Olhei para ele espantada.
- Como você sabe? – Falei rápido e ele sorriu triste.
- Eu só deduzi... Acabei de confirmar. – me olhou tristemente. - O já havia me falando, mas não dei ouvidos a ele. – respirou fundo e olhou nos meus olhos. Por que você faz isso? – Abaixei o olhar. Não queria falar sobre aquilo. Nunca gostei de falar sobre isso, nem com meus amigos.
- ... - Falei baixo, não tinha como escapar da pergunta, ele parecia determinado. - Por que minha vida é uma bosta. Meu pai era o único que me motivava, o único que me entendia, o único motivo da minha felicidade. Quando ele foi embora, levou tudo com ele. – Senti algumas lágrimas escorrerem. Não me dou bem com a minha mãe. Não sobrou mais nada. Tanto faz eu viver ou morrer. Minha vida é um tanto faz. – Conclui, ainda sentindo as lágrimas escorrerem.
- colocou a mão no meu queixo e ergueu, me fazendo encará–lo. Ele passou a mão no meu rosto, enxugando minhas lágrimas. Não faz mais isso, por favor. – pediu olhando nos meus olhos. Ele pegou minha mãos, colocou sobre seu peito e me abraçou. Isso era estranho. Mas não me importava, não mais. Ele estava cuidado de mim, ninguém fazia isso a muito tempo, ele estava sendo carinhoso e atencioso... Eu não entendia o porque. Mas estar assim com ele era tão bom, me fazia bem, eu até me sentia... Feliz. Sabia que não duraria muito, quando nos encontrassemos com os carreiristas seria o fim. - Não faz mais isso, tá? – Ele repetiu, dando um beijo na minha cabeça, depois encostei minha cabeça em seu peito e apoiou o queixo no topo da minha cabeça.
- Eu... Eu vou parar. – Falei baixo.
- E eu vou te ajudar – Pude ouvir sorrir. A barriga dele roncou e eu cai na gargalhada, saindo do abraço. Olhei para e ele estava com vergonha, tive uma crise de riso.

Podem tirar a música.

- Ai... Parei – Falei ainda rindo. - Me ajuda a retirar a pele do bicho? – Perguntei me levantando, andando até o animal.
- Não sei fazer isso, me ensina? – Afirmei com a cabeça e se levantou, pegando duas facas na mochila. Retiramos a pele do animal. Eu tinha crise de risos, não parava de fazer graça. Improvisamos um espeto e colocamos a carne para assar. Demorou um pouco para ficar pronta. Assim que vi que estava boa, devoramos, comemos tudo o que dava. Depois apagamos o fogo e escondemos os restos do bicho. Pegamos nossas coisas e seguimos em direção a caverna. Depois de meia hora caminhando achamos a caverna, entramos e não havia ninguém. Largamos nossas coisa e sentamos no chão. Peguei a garrafa d’água, bebi um pouco e entreguei para .
- Só restam os carreiristas e nós... Quando nos encontrarmos com eles, será o fim. – Falei encarando minhas mãos.
- Você acha? – Afirmei com a cabeça.
- Não tenho nenhuma esperança. – Falei sincera.
- A esperança é a última que morre – falou sorrindo.
- A minha morreu a muito tempo - Falei baixo.
- Eu acho que temos chances sim – não pude conter o riso.
- , são 6 contra 2. – Foi a vez dele rir.
- A gente acabou com 4 lá no riacho. – Ok, estava certo.
- Eles não eram carreiristas. – Relembrei.
- É... Ainda assim acho que temos chances. – disse confiante.

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- ... Me fala... Por que você ta me ajudando? Sendo carinhoso, se nunca nos demos bem? – Ele me olhou e engoliu em seco.
- Porque... - Ele parecia estar com... Medo.
- Não mente. – Falei séria e ele respirou fundo, antes de falar.
- Porque eu estou gostando de você – falou olhando para baixo. Meus olhos arregalaram, tenho certeza. Eu não ouvia isso a muito tempo e não esperava ouvir dele.
- Co-como assim? – perguntei confusa. Por essa eu não esperava.
- Eu to afim de você, . – ele suspirou.
- Co-como assim? – perguntei novamente. Sim,eu estava gaguejando.Isso sempre acontece quando estou nervosa.
- Eu sei que é estranho. Também me espantei quando percebi que estava gostando de você. – sorriu de lado.
- E... Quan-quando vo-você percebeu isso? – Argh odeio ficar gaga.
- No dia da colheita. Quando ouvi anunciarem seu nome – Ele olhou para mim. Se eu não fosse escolhido, iria me voluntariar. Eu prometi a mim mesmo que iria cuidar e proteger você, mesmo que isso significasse eu perder minha vida. – Engoli em seco, não sabia o que falar. Ele acabou de falar que morreria pra me manter viva.
- ... - Comecei a falar, confusa.
- Me dá uma chance? – me interrompeu. - Pra mim mudar tudo e tentar resolver tudo que já fiz com você, se você não aceitar eu vou entender, mas por favor. – Ele abaixou a cabeça. Eu não sabia o que falar, então ergui o rosto dele e o beijei, sim, o beijei. Por que? Eu não faço a mínima ideia do por que, mas as palavras dele mexeram comigo. Quero apenas viver o agora, sem pensar no amanhã. Nem sei se estarei viva amanhã. me deitou no chão, se posicionado em cima de mim.
- Então... Você vai me dar uma chance? – partiu o beijo sorrindo.
- Vou. Apenas uma, não desperdice. – falei sorrindo.
- Não vou. – Então ele me beijou novamente. Começou a esquentar. Nossa, estava muito quente. Desci as mãos para a barra da camisa de e a puxei para cima. Paramos o beijo para retirar, logo voltando a nos beijar. Ele retirou a jaqueta que eu usava. Paramos para respirar e ele mordeu meus lábios, encostando a testa na minha. Nossas respirações estavam desreguladas. Recuperamos o fôlego e ele colou os lábios nos meus novamente. Ele desceu a mão para minha cintura e apertou com força, depois desceu mais até chegar na minha coxa, ele apertou, depois ergueu. Enlacei minha perna na cintura dele, inverti as posições ficando por cima. Dei um selinho nele e me afastei, me apoiando em meus joelhos, ainda sobre ele. Ele se sentou coloquei minhas pernas envolta da cintura dele, me sentando em seu colo.
- Me desculpa... Fui um idiota com você. – Pus meu dedo sobre a boca dele, calando-o.
- Esquece aquilo – Eu queria esquecer, estava com ele e estava sendo tão bom, não iria pensar no passado e estragar tudo isso. Senti uma dor onde estavam os pontos, levei a mão a barriga, um gemido de dor escapou dos meus lábios.
- Que foi? – perguntou. Sai de seu colo e me encostei na parede.
- A dor voltou – Cerrei os punhos com força, para não gritar.
- Já volto – se levantou e pegou seu tridente e o pote de metal, me deu um selinho e saiu antes que eu pudesse falar algo. Depois de 15 minutos ele voltou, eu estava a beira de um colapso nervoso. Ele se aproximou de mim, ainda estava sem camisa, expondo aquele corpo maravilhosamente definido. carregava o pote de metal que continha água e algumas folhas. Ele se ajoelhou ao meu lado e pediu para eu deitar, coisa que eu fiz. Ele ergueu um pouco minha camisa, deixando o curativo, agora ensopado de sangue, a mostra.
- Vai tirar? – Perguntei ao ver ele retirar os esparadrapos.
- Vou sim, está com muito sangue. As lutas de hoje só pioraram a ferida. – Ele retirou o curativo, a região estava inflamada, estava ardendo e doendo muito. despejou um pouco d’água sobre a ferida. Gemi, estava ardendo muito. Ele pegou uma folha, molhou na água e começou a limpar a região.
- Ai... - gemi. limpou e improvisou outro curativo, agora usando as folhas. Até que funcionou.
- Está com sede? – afirmei e ele pegou a garrafa. Tomei uma grande quantidade, ele também. - Acho melhor você dormir um pouco – ele se sentou ao meu lado novamente.
- Ontem você ficou de guarda, hoje é a minha vez. – Falei e ele sorriu.
- Não está com sono? – perguntou.
- Estou, mas dá pra aguentar. – Ele se deitou, bati a mão na minha perna e deitou a cabeça em cima.
- Quando estiver com sono me chama. – Ele falou fechando os olhos, fiz carinho no cabelo dele.
Quando o sol começou a nascer, eu não aguentava mais. Chamei , que ainda repousava a cabeça no meu colo. Ele rapidamente acordou e assumiu o posto de guarda. Dormi por algumas horas, acordei com fome.
- Bom dia. – falou sorrindo.
- Bom dia – Me espreguicei e recebi um selinho. - Estou com fome – Falei olhando para .
- Também estou varadão! – Ri do desespero dele.
- Vamos caçar? – perguntei e ele assentiu se levantando e estendendo a mão para mim. Caçamos um pequeno animal e dividimos, encostamos em uma árvore e ficamos descansando entre beijos e carinhos. Começou a chover forte e logo em seguida o chão estava alagado e então uma onda veio em nossa direção. Na arena tudo é possível. Em um movimento rápido segurou meus ombros em seguida colocou minha cabeça contra seu peito e segurou nas minhas costas com força, me grudando a ele, seguramos em uma árvore.
- ! – gritou, engolindo um pouco de água. - Você está bem? Segura na árvore! – mandou.
- Estou bem! – Senti algum cortar minha perna, plantas passavam com força, cortando. A arena tava alagando, água por todo lado. Parecia que estávamos no mar, era uma tsunami, estava cada vez mais impossível se segurar. Minhas mãos sangravam, então senti elas escorregarem e fui para baixo. Tentei subir em busca de ar, mas estava muito forte, a onda puxa a gente. Nadei para cima, quando cheguei em cima vi que estava sendo arrastada para longe da árvore, então vi se soltar. Fui novamente puxada para baixo e arrastada, desviei de alguns troncos e me choquei contra outros. Tentei subir, mas não consegui, estava engolindo água. Então parou e toda água se dissolveu na areia, alagando a arena inteira. Quando abri meus olhos, meu rosto estava em uma poça de lama, a arena se resumia em lama e pedaços de árvore e plantas. Me levantei e procurei com os olhos. O encontrei e corri em sua direção.
- ! Abre os olhos! – Falei e ele abriu os olhos, sorriu e colocou a mão no meu rosto.
- Você está bem? – Sorri com a pergunta.
- Sim e você? - Ele assentiu e colei meus lábios nos dele. Então um canhão soou! Lá se vai mais um. Me levantei e levantei , ele achou seu tridente, justamente na hora que avistei dois tributos, correu em direção a um e eu ao outro. Eu estava sem minha lança e a menina não mostrou nenhuma arma. Começamos a brigar, ouvi um canhão soar, olhei para procurar , o que foi uma burrice, a garota me acertou com um tapa e eu cai para o lado. Ela ficou em cima de mim, então pegou uma faca de sua jaqueta e aproximou do meu rosto. Passou em linha reta, cortando meu rosto, um corte pequeno na minha bochecha. Os pequenos são os que mais doem, gritei, ela desceu a faca e posicionou sobre a veia do meu pescoço. Me debati e ela empurrou a faca com força no meu pescoço, fechei meus olhos, os joelhos dela estavam sobre meus pulsos e ela estava sentada sobre minha barriga. Então senti seu corpo ser puxado. Abri meus olhos e vi o tridente de atravessar as costas dela e logo em seguida seu corpo caiu no chão e o canhão soou. me levantou e limpou o sangue que escorria do corte em minha bochecha. Mal nos recuperamos e mais três tributos vinham em nossa direção. Puta merda! Acertei um com a faca que peguei da garota, acertei a barriga de um deles e ele retirou. Atrasei ele um pouco, que analisava o corte, mas o outro chegou a tempo. Tentou me acertar com uma faca, mas desviei, acertei um chute na barriga dele e um soco em seguida. Ele tentou se recuperar, o empurrei e então cravei suas costas em um galho de uma árvore. O galho atravessou a barriga dele. Me voltei para o outro que vinha na minha direção, ele me jogou no chão e começamos a rolar de um lado para o outro. Fiquei de pé e o acertei com um soco e então passei meu braço em volta de seu pescoço, dando uma gravata, enforcando-o. Pus uma mão na cabeça dele e da forma como meu pai havia me ensinado, puxei seu pescoço, quebrando-o, então ouvi um gemido de dor alto. Em seguida quatro canhões soaram. Soltei o corpo e percorri o perímetro com os olhos, encontrei e corri em sua direção, abracei ele com força e unimos nossos lábios em um beijo calmo. soltou um gemido baixo. Parei o beijo e vi uma mancha de sangue em sua barriga. estava pálido, senti que ele iria cair. O segurei e sentei no chão, ele estava deitado, coloquei sua cabeça na minha perna.


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- , olha pra mim, meu amor. – Ele sorriu e logo fez uma careta.
- Você está bem? – Ele perguntou, pela terceira vez naquele dia. Assenti, sentindo as lágrimas escorrerem.
- Não chora. – Ele pediu com a voz baixa.
- ... – Minha voz estava trêmula e as lágrimas caiam sem parar. - Eu preciso de você, não me deixa, por favor, sem você eu não consigo, eu te amo, não me deixa.
- Você vai ganhar, vai sair desse lugar. – A voz dele estava falha, ele falava com dificuldade. - Eu vou cumprir minha promessa, te protegi, meu anjo. Eu te amo. – Ele falou fraco.
- ... . – Ele não me respondeu, comecei a chorar silenciosamente. Procurei minha faca, a coloquei sobre o pulso. - EU NÃO QUERO GANHAR ESSA BOSTA DE JOGOS, VÃO SE FUDER, eu só quero ser feliz – Completei em voz baixa e então me cortei, um corte profundo e doloroso. Repeti o ato no outro pulso, deitei a cabeça no peito de , observei o sangue escorrer, até minhas pálpebras ficarem pesadas...
Acordei e estava em uma sala branca, senti alguém segurar minha mão, olhei para o lado e encontei os olhos de . Ele sorria. estava menos pálido. Meus pulsos estavam enrolados e tinha uma grande mancha de sangue em cada curativo.
- Você me prometeu que iria parar – Ele falou olhando para meus pulsos.
- Desculpa... Eu não sabia como viver sem você ao meu lado. – Olhei para ele.
- Eu te amo, . – Ele sussurrou.
- Eu te amo. – Me aproximei e colei nossos lábios em um beijo calmo, com paixão, carinho e amor.

Betado por Gillian Krein



FIM



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