We are On Fire

Autora: Nathalia | Beta: Laura

Capítulo 1

Andava rápido pelas ruas de Londres, precisava chegar ao Pub Etiquette, Landon me esperava lá.
Morava em Londres há dois anos e era modelo fotográfica por não ter altura para desfilar, conseguia me virar bem por ali e Landon foi minha primeira amizade na cidade, logo se tornou meu namorado. Nosso namoro não era do tipo perfeitinho que as pessoas olham e dizem: “nossa, quero um relacionamento que nem o de vocês”, mas conseguíamos causar boas impressões. Minha família era de Whashington, Estados Unidos, e eu gostava de lá, mas as oportunidades de emprego para área que eu amava, em Londres, eram bem maiores.

Voltando ao assunto Landon, cheguei ao pub e ele estava sentado na nossa mesa de costume. Sempre que íamos lá nós nos sentávamos na mesma, estava sorridente e segurava um papel na suas mãos.

- Oi, Lan – sentei e larguei minhas sacolas, não costumávamos ter apelidinhos, tipo: amor, anjinho, babe e etc – O que é isso? – perguntei apontando com a cabeça para a folha.
- Eu passei – seu sorriso iluminava Londres inteiro. Fiz cara de dúvida – Eu vou para a UFRGS, no Brasil! – ele quase gritou e ergueu os braços se jogando para trás.
- Como é? – pisquei tentando raciocinar.
- É, lembra que me inscrevi? É a melhor universidade do Brasil e eu passei, ! Embarco daqui dois dias – ele ria feito criança.
- Ual, que legal, Landon – forcei um sorriso.
- Porque você não parece feliz? – seu sorriso sumiu.
- Você acha que devo ficar feliz já que me namorado vai morar do outro lado do mundo?
- Cara, tua vida tá formada aqui, você trabalha numa das melhores agencias de modelo de Londres, ganha dinheiro para caramba e já tá realizada na vida, você quer que eu fique aqui por que você não quer ficar longe de mim?
- Pensar um pouco em mim seria bom, Landon. – revirei os olhos
- Pensar em você? – ele riu e se jogou para trás na cadeira – Pensar em você e continuar levando essa vida de merda que levo aqui, ? Para de ser egoísta.
- Nossa, obrigada – coloquei as mãos no peito fingindo estar chocada, acho que eu estava chocada.
- Eu não vou abrir mão disso por você, eu te amo, mas é meu sonho, você veio para Londres para realizar seu sonho de ser modelo e eu vou para o Brasil para ser um grande médico.
- É o fim então ,Landon? – quase sussurrei.
- É o fim, ) – ele olhou para baixo.
- Ok, então – olhei para os lados e suspirei, peguei minhas coisas e levantei – Boa sorte para você, nos vemos.

Sai quase correndo do pub sem olhar para trás. Talvez fosse egoísmo, mas, Brasil? Londres tinha ótimas faculdades de medicinas, ele podia ficar, tudo bem que vivíamos brigando, mas eu amava aquele cara, poxa, como ele podia me deixar assim? Nunca apoiei a ideia dele se inscrever nessa faculdade idiota do outro lado do mundo. Eu andava rápido e de cabeça baixa tentando conter as lágrimas quando meu braço colidiu com o de alguém fazendo minhas sacolas cair.

- Droga – sussurrei e abaixei para juntar tudo sem olhar para quem estava na minha frente.
- Meu, desculpa, eu estava distraído e – interrompi o garoto.
- Toma mais cuidado, você não é dono da rua – quando encarei seu rosto pude ver quem era, estava explicado.
- Hey, já pedi desculpas – ele disse levantando e me entregando uma sacola.
- Só porque é de uma bandinha que deu a sorte num programinha acha que pode sair derrubando a sacola dos outros?
- Qual é, garota, para de ser mal educada, eu já pedi desculpas e ninguém mandou ficar por ai andando de cabeça baixa.
- Olha por onde anda e já tá bom, po! – gritei e arranquei outra sacola da mão dele e sai rápido.

Pude ouvir um “sua louca”, mas ignorei, só queria me trancar em casa e chorar. Landon ia me deixar e eu não podia fazer nada para evitar.
Quando abri a porta de casa meu celular vibrou, era Cassie, minha agenciadora que cuidava da minha agenda, photoshoots e tudo mais. “Só o que me faltava”, pensei. Larguei as sacolas e atendi.

- Oi, Cassie – falei quase num suspiro.
- , meu amor, preciso de você aqui na agencia agora!
- Cassie, acabei de chegar da rua.
- Vai mudar sua vida e quero você aqui em dez minutos, tô te esperando.
- Mas eu... – e ela desligou na minha cara.

Minha vida era assim desde que cheguei, eu não tinha escolhas, Cassie mandava e eu fazia, fim. Abri a porta, joguei as sacolas lá e a fechei de novo e fui voando para agencia. Eu morava perto dali, mas o trânsito de Londres sempre complicava tudo. Era sexta e era para ser meu dia de folga, mas quando se é modelo meu bem, a palavra folga não existe no seu dicionário. Em oito minutos cheguei a agencia. Renan, o porteiro, sorriu para mim.

- Suba logo, todos estão esperando você.
- Todos? – me debrucei na bancada e perguntei.
- É, tem uma banda ai e uns agenciadores, Cassie tá quase surtando, vai logo, moça – ele fez sinal para que eu fosse para o elevador.

Subi até o segundo andar e assim que as portas abriram, eu o vi.

- Ah, não, você de novo?

Todos olharam para mim e o sorriso daquele moleque insuportável sumiu na hora, sério que eu teria que trabalhar com Harry Styles e o resto da One Direction?

Capítulo 2

- Puta que pariu! – ele passou as mãos no cabelo e foi em direção à janela, depois olhou para mim – É essa ai que vai trabalhar com a gente?
- Eu achei ela gata – Niall deu de ombros e veio até mim – Prazer, Niall Horan. – esticou a mão todo sorridente
- Eu sei quem é você – olhei para mão dele e cruzei os braços, eu odiava aquela bandinha, achava que eles cantavam mal, as músicas eram péssimas e nem eram tão bonitos assim, existiam britânicos bem mais lindos e com talento de verdade por aí. O sorriso dele sumiu.
- Nem tenta, Niall, ela é uma mal educada – Harry falou ainda perto da janela.
- Bom – Cassie bateu palmas e foi para o meio do estúdio – vejo que vocês já se conhecem.
- Infelizmente – eu e Harry falamos juntos. Cassie olhou para nós dois.
- E pelo jeito não se gostam, mas a questão é a seguinte, , vem aqui, meu amor – ela me chamou e me aproximei ainda com os braços cruzados – Simon me ligou e disse que os meninos precisam de um toque feminino na banda, ele não pode vir hoje então tô no comando, vamos até a sala de reuniões conversar? – ela sorriu para nós seis e alguns representantes da banda que estavam ali e apontou para porta que dava na sala que eu já conhecia bem.

Bufei e fui para lá, seguida daqueles cinco moleques nojentos. Eu queria vomitar só de olhar para cara deles, eram insuportáveis, viviam debochando de algo e nem tinha motivos para rir. Como conseguiam? Só queria me afundar numa cama e chorar que nem criança. Sentei-me na cadeira e aquele idiota do Harry logo na minha frente, os meninos se sentaram nas outras cadeiras assim como Cassie e os representantes.

- É o seguinte – Cassie começou – Simon e eu conversamos e ele pediu para que eu indicasse minha melhor modelo – ela olhou para mim e sorriu.
- Sério que isso ai é sua melhor modelo? – Harry apontou para mim com cara de deboche.
- Olha o respeito senhor “fiz sucesso porque dei sorte num programinha de talentos” – retruquei. Ele me encarou e desviei o olhar.
- Se respeitem, por favor? – Cassie interrompeu um pouco irritada - Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas isso não me interessa, a questão é que a partir de hoje vai ser a garota propaganda da One Direction.
- COMO É? – gritei e me levantei da cadeira – Cassie, eu aceito qualquer coisa, até posar pelada.
- Eu ia adorar isso – escutei aquele moreninho que admito, era o mais gostosinho e que se não me engano se chamava Zayn, cochichar com o outro do seu lado que tinha certeza, era o Louis.
- Vai para merda, seu nojento – falei para ele e voltei a olhar para Cassie – Eu não posso fazer isso, Cassie, não posso e não quero.
- , você sabe quanto vai ganhar em cima disso? Milhões! E eu como sua agenciadora já fechei contrato com o Simon, a partir do mês que vem você viaja com os garotos e vai ser a garota propaganda deles, sim.
- Calma ai – Hary falou se inclinando para frente – Essa garota vai com a gente para onde quer que formos?
- Não pensa que to feliz com isso, Harry Styles! Cassie, a gente conversa amanhã, eu tô acabada – peguei minha bolsa e sai dali, acreditem, não houve conversa no outro dia, Cassie estava decida.

Uma tormenta se formava e não fiz questão de correr para chegar a casa, eu precisava de um banho de chuva daqueles que os pingos machucam apenas de encostar-se à pele. Ventava muito e todo mundo fechava as lojas e se abrigavam em lugares fechados e eu fiquei lá, parada no meio da rua só esperando a chuva cair.

Andei até o Londo Eye que era ali perto e me sentei num banco, deu um relâmpago e senti o primeiro pingo de chuva, junto com ele caiu uma lágrima. Meu namorado ia me abandonar, eu ia ter que ficar sei lá quantos meses na estrada com a banda que eu mais odiava na história da música aguentando aqueles moleques nojentos e sem graça, minha agenciadora não aceitava minha opinião e agora a chuva já caía mais forte. Os pingos machucavam meus braços despidos e encharcava meu cabelo, o vento era forte. Senti saudades de casa, da proteção da minha mãe, da minha vida antes disso tudo. As luzes começaram a piscar, ia faltar luz provavelmente, os galhos das árvores balançavam e acho que o London Eye também. Eu chorava forte, meu peito doía e minha boca tremia, só queria alguém ali para me proteger, dizer que aquilo era um sonho. Fechei meus olhos e rezei para que aquilo fosse mesmo um sonho e minha mãe ia me acordar agora. Alguém me puxou e eu abri os olhos, era Harry.

- Me solta! – gritei tentando puxar meu braço.
- Para com essa marra – ele tentava fazer eu ficar embaixo do guarda chuva que quase quebrava por causa do vento – Entre no carro.
- Não vou a lugar nenhum com você, me solta – eu usava toda minha força para me desprender dele e num relance ele me puxou pela cintura e me colocou por cima dos seus ombros. Eu soqueava suas costas e esperneava querendo me desprender dali. Senti o banco quente e a porta fechar. Era uma van. Olhei em volta e vi quatro cabeças me olhando, Liam, Niall, Louis e Zayn no banco da frente. Eles me olharam, se olharam e começaram a rir.
- Parece um panda – Niall falou.
- Continua linda – Liam disse gargalhando e colocando a mão na barriga.
- Tá feliz? – olhei para Harry, furiosa, passando a mão embaixo dos olhos e limpando o rímel.
- Se eu te deixasse lá tu ia morrer, garota, para com isso!
- Pelo menos não ia ter que ir a lugar nenhum com vocês.
- A gente nem é tão ruim assim – Louis que estava debruçado no banco falou.
- Imagina se fossem – revirei os olhos e olhei pela janela – Ei, já passou minha casa. – falei acompanhando a minha rua que ficava distante a cada segundo.
- Tá alagada, todas as ruas da proximidade estão – o motorista falou e mentira, minha rua não alagava assim fácil.
- E eu vou para onde? – os meninos ficaram em silêncio e se arrumaram nos bancos, ninguém me respondeu – Alguém me responde? – silêncio, bufei e observei a chuva lá fora.

A van parou em frente a um prédio depois de uns quinze, vinte minutos.

- Desce – Harry disse me entregando um guarda chuva.
- Nem a pau – cruzei os braços.
- Vai querer que eu te carregue de novo? – ele olhou com um sorriso irônico nos lábios.

Bufei e desci da van. Onde eu estava? Harry abriu a porta e indicou a escadas porque era perigoso pegar elevador com aquela chuva, Deus me livre ficar trancada com aquele projeto de boneco de porcelana num elevador. Subimos até o último andar e Harry abriu a porta, era a casa dele... Ah tá, que ótimo. Entrei e fiquei num canto, ele acendeu as luzes.

- Fica a vontade, acho que você não vai para casa essa noite.
- Não vou dormir aqui, Styles, a chuva tá parando e eu vou embora. – um relâmpago iluminou tudo e as luzes se apagaram, ótimo, começara a chover mais forte.
- Tem certeza? – pude ouvir uma risada – vou pegar uma camiseta para você e uma calça, toma um banho ou vai ficar doente.
- Não precisa, eu vou embora. – deslizei na parede e fiquei ali sentada vendo a chuva na sacada. Harry veio com uma toalha, uma camiseta e calça de moletom.
- Pega isso e para de marra, .
- Eu. Não. Quero. Ficar. Aqui. – falei pausadamente ainda olhando para chuva que caia lá fora.
- Tá, fica ai então e pega uma gripe que vai te deixar de cama, no mínimo, um mês. – ele jogou as coisas do meu lado e foi para o quarto.

Fechei os olhos e senti lágrimas escorrerem novamente. Estava tudo dando errado, tudo. Escutei uns acordes vindos lá de dentro, levantei devagar e segui o som. Parei na porta e observei Harry tocar, ele tocava Torn e eu reconhecia aquela música porque era minha preferida, me encostei-me à porta e o observei, os relâmpagos iluminavam seu rosto e talvez, eu disse, talvez, ele não fosse tão feio. Aqueles olhos verdes dele eram realmente bonitos e grandes, seu cabelo enrolado dava um ar angelical e suas covinhas o deixavam com cara de príncipe. Espera, porque ele estava sorrindo?

- Gostou da música? – ele parou de tocar e me olhou. Ajeitei-me na porta.
- É minha preferida.
- Porque você me odeia mesmo? – ele me olhou e senti um calor dentro do meu corpo. Não respondi. Fui até a porta de entrada e peguei a maldita toalha e a blusa, tomei um banho e pedi algumas cobertas para Harry, adormeci no sofá.

Na manhã seguinte fui embora antes de Harry acordar, a luz tinha voltado no meio da noite e Harry deixou a secadora ligada já para ir secando a roupa caso a luz voltasse. Vesti-me, deixei tudo arrumado e fui embora.

Casa, finalmente, minha casa. Joguei-me no sofá, precisava me desligar um pouco dessa vida, liguei para , minha melhor amiga ali em Londres. Ela estava namorando, mas não queria me contar quem era, eu acreditava que isso era coisa da cabeça dela, mas tudo bem, sempre fui na onda. Ficamos conversando horas e não contei nada sobre One Direction e Harry Styles só sobre o banho de chuva e meu termino com Landon. falou que ia me apresentar o namorado dela hoje, achei ótimo, amigos novos, porque não? Marcamos no Lux, um dos meus restaurantes favoritos, às oito da noite.

Passei o dia arrumando algumas roupas, jogando fora uns papéis antigos e colocando na mala algumas roupas de Landon que ficaram ali, eu tinha que devolver aquilo para ele. Logo o dia passou voando, tomei um banho e coloquei uma calça bordo com uma blusinha brilhante prata. O clima era fresco, mas não frio. Passei pouca maquiagem e alisei o cabelo, coloquei um salto e peguei meu carro.

Cheguei ao Lux era oito em ponto, com o tempo aprendi a ser pontual assim como os britânicos. Procurei e a vi num canto rindo e conversando com alguém, o cara estava de costas tinha os cabelos loiros e gesticulava algo com as mãos, me aproximei.

- U-UHUM – pigarreei, e o cara se virou para mim. Niall Horan era o namorado de ? Ela abriu um sorriso enorme e ele sorriu torto.
- ! – ela me abraçou – Esse é Niall, tu deve conhecer ele, era por isso que...
- Sim – a interrompi – eu conheço ele – olhei para ele e sorri sem graça.
- Creio que sua amiga não gosta muito de mim, . – ele pegou uma batata e me olhou.
- O que? Por quê? – ela olhou incrédula para nós dois.
- Olha, Niall, desculpa por ontem – passei a mão nos cabelos – eu tinha acabado de terminar um relacionamento e – olhei para ele e ele não parecia muito interessado – Ah, que seja, me desculpa ok?
- Tudo bem – ele soltou um sorriso tão gracioso que meu coração amoleceu.

Sentei-me e contamos a historia para . Tomamos umas cervejas e pedimos alguns petiscos. Niall era um garoto adorável, acho que esqueci um pouco dos motivos pelo qual eu o odiava, quer dizer, eu tinha algum motivo mesmo?

- Ele está chegando, babe – Niall falou voltando do banheiro e guardando o celular no bolso – hesitou um pouco quando falei quem era nossa companhia, mas o convenci.
- Ótimo – bateu palminhas e me olhou.
- Desculpa, gente, quem tá chegando?
- Eu – me virei e lá estava mais uma vez aquele garoto, qual é, ele ia me perseguir agora?
- Mereço – revirei os olhos e virei para frente dando um gole na minha bebida – Vou no banheiro. Levantei-me e esbarrei em Harry.
- Sempre esbarrando nas pessoas né, ? – aquele sorriso cínico em seu rosto me deu vontade de bater nele, ele segurava meus cotovelos.
- Vai à merda – sussurrei e fui para o banheiro que era perto da nossa mesa.

Que ótimo, saio para esclarecer as ideias e me faz, entre linhas, ter um encontro com Harry. Ela sabe que eu odiava One Direction e por enquanto, Niall era o único que se salvava. Retoquei meu rímel e sai do banheiro quando dei de cara com Landon, ele sorriu e eu congelei.

- Não esperava te encontrar aqui – ele disse se aproximando.
- Muito menos eu – sorri sem graça.
- Amor, achei uma mesa – uma morena, alta e branquela chegou do seu lado e segurou sua mão – Ah, sua amiga? – ela sorriu para mim e meu coração se despedaçou, mas não ia chorar ali, não mesmo.
- Não – olhei para Landon que tinha um semblante sério e depois para garota – Sou a ex dele – dei um tapinha no seu ombro e sorri para os dois saindo em direção a mesa. Puta que pariu, um dia e ele já estava com outra? Isso não podia estar acontecendo. Sentei-me, bufando, na cadeira.
- Você tá legal? – Harry perguntou olhando assustado.
- Não fala comigo, por favor.

Todos me olhavam assustado, quebrou o clima começando um assunto sobre música. Não prestei atenção em nada. Acho que depois daquilo bebi uns dez copos de cerveja e alguns outros drinks, já sentia minha cabeça girar. Harry era chato e só falava sobre ele depois de certo tempo, Niall e ficavam trocando carícias e eu estava de vela lá. Harry levantou e foi para o bar, provavelmente paquerar. Acho que eu precisava me divertir. Esperei ele chegar a alguma garota, dei um tempo e me aproximei.

- Harry, meu anjo, desculpa incomodar a conversa com a sua amiga – sorri para garota –, mas a babá ligou, Harry, Junior tá passando mal, precisamos ir.
- Como é que é? – Harry me olhou pasmo e segurei o riso.
- Você tem filho? – a garota perguntou.
- Não!
- Sim e esposa, não falou isso para moça, amor? – sorri cínica para ele.
- Cara, eu vou te... – o interrompi.
- Tá bom, anjo, te espero no carro, prazer em conhecê-la, fofa – sorri para garota e fui para fora do restaurante morrendo de rir, tá, aquilo foi ótimo. Harry veio atrás.
- Que historia é essa de filho? – ele me puxou pelo braço e nossos corpos se colaram, ele me encarou e seu semblante era sério.
- Eu tava entediada, precisava me divertir – eu ria, mas Harry não achava graça daquilo.
- E para isso precisava estragar minha paquera? Qual é a tua garota? – ele me sacudiu e eu parei de rir. Harry ficou me observando e, em fração de segundos, juntou nossos lábios. Não foi um beijo, só um selinho, daquele demorados.
- Sai fora – empurrei-o e limpei a boca.
- Estúpida!
- Nunca mais encosta em mim! – sai em direção ao meu carro e fui para casa.

Que nojo, ele tinha me beijado.

Capítulo 3

Acordei cedo apesar de ser domingo. Minha cabeça doía e eu estava toda borrada por conta da maquiagem. Lembrava-me muito bem do que tinha acontecido noite passada, meu estÔmago embrulhou e corri para o banheiro. Sim, vomitei tudo.

Fechei a tampa do vaso dando descarga e me sentando nele. Harry Styles me beijou e Landon já estava com outra, era demais para mim. Falando em Landon ele ia embora hoje e não sei se ficava feliz ou triste por isso. Espera, porque ficaria feliz? Meus pensamentos estavam confusos.

Cassie me ligou e segunda eu tinha que estar na agencia para uma sessão de fotos com quem? Sim, Harry, argh, era demais para mim.

Segunda de manhã.
- Vamos, , temos 5 minutos para começar, Harry já está pronto!
- Por que ele, Jenn, por que ele? – perguntava para maquiadora que tentava terminar de passar pó em mim.
- Não sei, querida, mas fica quietinha por favor?

Ela terminou de me maquiar e fui para o estúdio, Harry estava lá parado comendo uma maçã, usava uma blusa em v branca, calça preta e uma botina preta, seu cabelo estava meio ajeitado, arrumado e ele sorria para maçã. Qual era o problema dele? Ele me olhou e sorriu mais ainda. Cruzei os braços. Eu usava um vestido floral tomara que caia e um salto médio nude, meu cabelo estava preso num rabo de cabelo e nas pontas cachos se formavam.

- Acordou bonita hoje, hein? Milagres acontecem – ele soltou e o estúdio todo riu. Revirei os olhos.
- Vamos logo com isso, Styles.
- Tá cheirosa também – ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha.
- Eu ainda não te perdoei por sábado – limpei o rosto com a mão.
- Ninguém disse que é para você me perdoar.

Nem respondi, Jerry mandou ficarmos fazendo poses de casal feliz, o que era patético.

- Tudo bem, Harry, agora segura na cintura dela – Harry me puxou para perto dele e olhei seus olhos verdes que quase iluminavam todo aquele estúdio de tão brilhantes – encostem os narizes.
- A não, ai é sacanagem – falei me afastando e olhando para Jerry com as mãos na cintura.
- – ele me olhou sério – não tô brincando, seja profissional.
- Ok – bufei e voltamos para aquela pose.
- Tá, juntem os narizes e você, , abrace Harry pelo pescoço – fiz o que Jerry mandou e fiquei olhando sério para Harry que sorriu, seu olhar passava por todo meu rosto – sorria – forcei um sorriso – e ergue o pé, Harry, incline ela para trás como se fosse a beijar – Harry fez isso e por segundos eu quis beijá-lo mesmo, mas ai vi o flash e Harry me soltou fazendo eu ficar normal novamente.
- Nossa, Jerry, essa parece real, todos vão acreditar – Cassie falou vendo a foto na câmera.
- Acreditar? – eu e Harry nos olhamos.
- Ah, esqueci de contar – Cassie bateu na testa rindo – Vocês são o mais novo casal do show business – ela sorria de orelha a orelha.
- Como é? – coloquei a mão no peito.
- Casal arranjado? – Harry falou com uma cara de espantado.
- É, querido, saiu algumas fotos de vocês juntos num restaurante – puta que pariu, não acredito – e Simon achou vocês ótimos juntos, acha que vai fazer um bem danado para imagem da banda.
- Mas eu não quero namoro arranjado – Harry olhou para mim e depois para Cassie – ainda mais com ela.
- Não me ofende desse jeito Styles – empurrei-o de leve – Cassie, eu tenho uma reputação.
- Que só vai melhorar ao ser vista com o Harry, anjo – ela alisou meu vestido – agora vão se trocar, já encerramos por aqui. E , você embarca com os meninos para Vancouver amanhã as 5 da manhã.
- Para que?
- Show lá, lembra? Garota propaganda precisa estar junto. – ela piscou e foi falar com Jerry. Era só o que me faltava.

Troquei de roupa com uma raiva enorme que jamais deve ter sido vista em qualquer camarim da história das modelos. Que raiva, eu de namoro arranjado com Harry? Cassie esqueceu que eu acabei de terminar um namoro? Eu não era famosa, não igual Harry, mas a mídia sabia do meu namoro com Landon, o que iam falar de mim agora? Que nojo! Que raiva! Quero matar aquele metido do Simon e junto com ele o Harry! Argh.

Me celular vibrou. Número desconhecido.

“Precisamos sair daqui juntos, tá cheio de fotógrafos aqui e querem saber mais sobre o novo casal, desce logo, po – Harry”

Ah ta, só o que me faltava. Vesti minha calça, tênis e camiseta, peguei meu casaco e sai. Na porta havia milhões de fotógrafos e Harry estava sentado no sofá da recepção com um jornal. Parei na frente dele e chutei seu pé.

- Já viu isso? – ele virou o jornal para mim.
- A não, que que é isso? – puxei o jornal de sua mão e tinha uma foto enorme nossa se beijando e em cima dizia “Harry da One Direction e seu novo affair, o clima esquentou” – O clima esquentou? Me poupe – joguei o jornal no sofá e arrumei minha blusa – vamos logo Harry – sai na frente.
- Você já namorou alguma vez? – ele me alcançou e parou na minha frente me segurando pelos dois braços.
- Sim, vamos. – tentei passar e ele bloqueou o caminho.
- Então deve saber que a gente tem que sair junto – ele sorriu e abriu a porta para mim. Eu odiava aquele garoto.

Os flashs dispararam e fiquei cega com aquilo, Harry me abraçou e sorriu, como ele era fingido. Escondi meu rosto no seu peito, não conseguia enxergar nada, só ouvia as perguntas “há quanto tempo isso tá rolando?” “vocês vão se casar?” (puff, me poupe, não com ele) “as fãs gostaram de você, ?” “porque esta se escondendo?”, Harry respondeu todas com educação e pediu licença para que fossemos até o carro, quando entramos cocei meus olhos e recuperei a visão.

- Eles podiam maneirar no flash né?
- Você tá legal? – ele disse segurando meu joelho.
- To sim – olhei para mão dele e puxei o joelho para o lado.
- – ele suspirou e passou as mãos no cabelo – eu realmente não sei por que você me odeia e não gosto disso de namoro arranjado, mas nossa vida na real não é nossa, eles tomam a decisão e a gente obedece, pronto, então aceita isso, ok? Eu sei que logo acaba.

Não respondi. Ele tinha razão, minha vida, na verdade, não era minha! Eu tinha que aceitar aquilo calada e pronto, a partir de agora eu era, além de garota propaganda, namorada de Harry Styles. Outra coisa que ficou na minha cabeça, porque eu o odiava? Nem eu sabia. Decidi dar uma trégua para essa rixa imaginaria entre nós.

- Tá, Harry, desculpa. – falei abaixando a cabeça – você tem razão e acho que vamos conviver bastante juntos agora.
- Você vai gostar do Canadá, é incrível.

Ele sorria feito criança e pela primeira vez notei que aquelas covinhas existentes nas suas bochechas eram realmente grandes, eram lindas. Seu cabelo era mais lindo ainda, parecia um tipo cheio de nós, mas arrumadinho e aqueles cachos eram maravilhosos, seu rosto era angelical e aqueles olhos verdes grandes o deixavam mais perfeito ainda.

- Ouviu algo do que falei, ? – ele falou rindo e estalando os dedos na minha frente.
- Aham, aham – balancei a cabeça e pisquei algumas vezes – Eu conheço o Canadá, Harry.
- E porque deixou eu falar tudo isso se você conhece?
- Eu nem prestei atenção em nada – dei de ombros.
- Nossa, que legal – ele bufou e olhou pela janela, cruzando os braços, que lindo emburrado.

Capítulo 4
Vancouver – Canadá.

Desembarcamos no Canadá as 18 e o show seria às 21h, logo os meninos tinham duas horas para dar entrevistas e se arrumar. Eu como “garota propaganda” ia estar em alguma dessas entrevistas mostrando as novas camisetas e fazendo divulgação do CD. Patético.

Na hora da entrevista fiquei do lado dos meninos vestindo uma camiseta do fã clube oficial o que era horrível porque eu nem era fã e segurando a prévia do CD, fala sério, não nasci para aquilo.

- E a sua namorada, Harry, tá gostando da viagem? – um dos jornalistas perguntou.
- Namorada? – Ele fez cara de dúvida e vi Louis chutar seu pé por de baixo da mesa – Ah, claro, – ele me olhou e sorriu – tá sim, amando – ele deu uma piscada para mim e um coro de “awnn” se formou.
- Queríamos ouvir umas palavras dela Harry, se importa?
- Ah, não, claro que não... Hey, babe – Harry me chamou e fiz que não com a cabeça – senta aqui rapidinho – o sorriso no rosto dele me dava ódio, ele sabia que eu odiava dar entrevistas, mesmo que às vezes eu precisasse fazer isso por conta do meu trabalho, sorri sem graça para os repórteres e passei por ele sussurrando “te odeio”, me sentei na cadeira dele e suspirei.
- Então, , como é ser namorada de Harry Styles?
- Ah, é ótimo – respondi rápido e seca.
- Só isso? – ouve um riso geral.
- Harry é um cara – girei a cadeira e o encarei – muito gentil, que me entende, faz de tudo para me ver feliz e acima de tudo me respeita – sorri para ele e me voltei paras câmeras.
- Você é modelo, certo? – um deles perguntou.
- Uhum.
- E tá aqui só acompanhando o sortudo ai?
- Não diria que ele é sortudo por me ter ao lado dele – todos riram – e eu sou garota propaganda da banda, tô aqui para bem – olhei para camiseta – fazer propaganda. – todos riram.
- Pretendem se casar? – essa pergunta veio do fundo. Gelei.
- Isso deixa para mim. – Zayn respondeu percebendo meu desespero e logo o assunto mudou e a coletiva acabou.

Fomos para o camarim, que na verdade era uma salinha ali no hotel mesmo, e acho que tomei cinco garrafas de água sem parar, a palavra casar me atordoava.

- E o casamento sai quando, ? – Zayn passou por mim rindo. Eu aprendi a gostar deles, por certo lado, eram queridos, gentis e realmente me respeitavam, mas ter que ficar por ai andando com Harry de um lado para o outro não era legal.
- Morre, Malik – eu ri e joguei um pouco de água nele.
- Belas palavras sobre minha pessoa – Harry se aproximou, coçando a nuca.
- Improvisei, não sirvo muito para atuar – dei de ombros.
- Era atuação então? O que falou não era verdade? – ele parecia decepcionado.
- Você, gentil? Ah ta e bom, se fizesse de tudo para me ver feliz ia ficar longe de mim. – larguei a garrafa de água e fui para o quarto do hotel, pelo menos no show eu não ia precisar ir.
- E o papo de dar uma trégua, ? – ouvi Harry gritar no fundo, ignorei.

Paris

Depois de quase dois meses de viajem com One Direction, fingir ser namorada de Harry e conhecer vários lugares nós estávamos aonde? Paris! Cidade da luz, da moda, do romance... E aí que a coisa ficou preta, Simon quis aproveitar que estávamos em Paris para protagonizar umas cenas românticas entre mim e Harry, nojo. Fui vista com Harry fazendo compras, andando de mãos dadas por ai, na praia quando fomos ao Brasil (o que me doeu muito porque me lembrei de Landon), em premiações, tudo, tudo eu tinha que estar com ele e confesso, passei a gostar dele, passei a admirá-lo como artista e pude ver o quanto ele era gracioso.

Fazia frio, então coloquei uma calça e um casaco grosso.

Fomos comer algo perto da torre Eiffel, andamos por meia hora, eu acho, e não conseguia gostar de nenhum lugar que íamos, na real, acho que eu não gostava era de estar ali com o Harry. Depois desse tempo entramos num pub, era meio escuro, tinha um músico tocando uma música suave e garçonetes sorridentes, agradável eu diria. Ao redor vários fotógrafos, claro.

- Não gostei daqui – falei olhando o lugar.
- Por quê? É ótimo, vamos pegar uma mesa.
- Eu não quero ficar aqui. – cruzei os braços e fiquei parada na porta.
- Por que, caramba? – ele se virou para mim e abriu os braços.
- Porque não gostei, ué, vamos para outro lugar. – me virei saindo do pub e Harry segurou meu braço.
- , a gente tá andando a mais de meia hora e tu só sabe reclamar, para com isso, senta-se à mesa e vamos dar logo para esses fotógrafos o que eles querem. – nossos rostos estavam perto e sei que todos olhavam, seu olhar era sério e quase assustador, aquele Harry alegre e divertido tinha sumido naquela hora.
- Tudo bem – sussurrei e olhei para baixo.

Sentamos-nos numa mesa perto da porta mesmo. A cena que acabara de acontecer ia ser um prato cheio para mídia, tenho certeza.

- – Harry começou quando fizemos o pedido – essa historia toda já tá rolando há dois meses e eu nem sei teu nome todo – eu ri e ele também – a gente deveria se conhecer de verdade.
- Não quero correr o risco de gostar de você – fiz uma pausa – de verdade, Harry.
- Por quê? Qual é o problema comigo? – ele tomava um café com muito chantilly em cima.
- Eu ainda amo outra pessoa e não vou usar você para esquecer ele.
- Hum, conta mais.
- Não vou falar da minha vida para você – eu ri.
- Tudo bem, a questão é que – ele olhou para os lados e suspirou olhando para mim – eu gosto de estar com você e confesso que de uns dias para cá tô amando essa ideia de namoro arranjado.
- Você sabe que isso vai acabar logo, não sabe? – ele não podia gostar de mim e eu não podia gostar dele, nada de sentimentos naquilo, tudo aquilo era uma mentira, história inventada pela mídia.
- E se não acabar, ? – ele segurou minha mão e eu a puxei.
- Harry, eu gosto do meu ex e para mim você é só mais um cantor pop britânico bonitinho que logo vai perder toda essa fama e pronto, eu não quero namorar um cara famoso, quero um cara normal. Quero poder andar na rua sem ter milhões de fotógrafos em volta – olhei disfarçadamente para um cara que estava atrás de um poste, sério que ele achava que ninguém o via? – quero uma família, quero ser normal, Harry.
- Ah, então você admite que sou bonitinho? – ele riu e arrumou o cabelo.
- Você ou viu o que eu acabei de falar? – revirei os olhos.
- Acho que vou ter que te lembrar que você já é de certa forma famosa, você é modelo, se liga e outra – ele engoliu seco e me olhou com aqueles olhos verdes, vou confessar que aqueles dois últimos meses fiquei totalmente apaixonada por aqueles olhos – seu namorado te deixou e foi para o Brasil, , ele não vai voltar.
- Como você sabe isso?
- Contatos – ele riu. – Não to pedindo para você me amar e na real, nem sei se quero ficar mesmo contigo, só quero que tu pare com essa marra e deixa eu te mostrar que sou mais que esse rostinho lindo que você vê.
- Bonitinho, Styles, não lindo. – eu ri e tomei meu café.

Harry sorriu e ficou me olhando, acho que mantivemos um contato visual por uns 30 segundos e cara, ele era lindo mesmo, seu rosto parecia ter sido esculpido por anjos, eu não queria gostar daquele cara, então decide que era hora de parar de olhar ele e continuar mantendo minha pose de marrenta.

- Tá, Harry, eu vou parar com as implicâncias, talvez e agora vamos dar uma volta porque aquele cara atrás do poste tá me irritando – rimos e fomos andar.

Harry me abraçou pelos ombros e andamos até a torre Eiffel, porra, era linda a luz do luar. Conversamos sobre várias coisas e vi que talvez ele não fosse tão mal, Harry era simples, antes de ser músico levava uma vida simples e ainda gostava de coisas simples, mas claro que tinha que tirar proveito da fama. Contei a ele sobre Landon e ele pareceu feliz em alguns momentos porque segundo ele “assim a gente tá aqui agora fingindo ser um casal”. Otário. Falei sobre minha vida antes da fama também e que na real eu me achava gorda demais para ser modelo, Harry riu e falou que se emagrecesse mais eu sumia. Falei sobre meus hobbies, livros e bandas que gostava e assumi meu ódio por One Direction. Ele me contou o que gostava de fazer quando estava de folga e tudo, na real, se resumia em dormir. Dei umas boas risadas quando ele me contou sobre os micos nos palcos.

- Acho que já demos bastantes fotos para eles, vamos voltar para o hotel? – falei parando em frente à torre e me abraçando – Tá frio – fingi tremer e sorri.
- Pega aqui – ele tirou o cachecol e enrolou no meu pescoço.
- Não precisa, Harry – sorri.
- Tudo bem – ele arrumou uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha e sorriu se aproximando, desviei o olhar e observei a torre Eiffel.
- É linda, né? – olhei para torre e depois para Harry que estava bem perto.
– Fica mais linda com você aqui – ele sorriu com os lábios fechados.
- Harry...
- Fica quieta um pouco, po? – ele me olhou e soltou um riso abafado. – Sabe o que é engraçado? – ele me abraçou pela cintura – Dois meses e ainda não tem fotos nossas se beijando em lugar algum, isso não é estranho?
- Vai continuar assim, Styles – minhas mãos estavam em seu peito e eu encarava sua boca, como é? Eu queria beijá-lo? Sério? – E na real já tem uma sim, aquela do restaurante.
- Aquela não conta, a gente não era um casal – ele me apertou fazendo nossos corpos colarem mais.
- Nós não somos um casal.
- Vai dizer que não quer me beijar?
- Não.
- Então porque não para de encarar minha boca? – ele sorriu e encarei seus olhos.

Harry se aproximou devagar e começou um beijo lento. Passei minhas mãos por seu pescoço e demos intensidade ao beijo.

Na minha cabeça formulei a notícia do dia seguinte: “Harry e se beijam apaixonados em frente a Torre Eiffel”, para ficar mais clichê só faltava nevar.

Capítulo 5

-Harry, meu amor, vamos nos atrasar para festa, vai logo – eu soqueava a porta do banheiro.

Depois do beijo em Paris o clima só melhorou entre mim e Harry. Já eram quatro meses de namoro arranjado agora e eu gostava de ficar com ele mais e mais a cada dia. Sim, admito que estava gostando de Harry. Niall e eram só alegria também, Simon achou ótimo porque agora todos da banda namoravam e isso era bom, mas eu sabia que aquele namoro arranjado logo ia acabar, apesar de Harry ter falado algumas vezes enquanto dormia que queria ficar comigo (Niall me contou isso porque não chegamos a dormir juntos, ainda) e aquilo me deixava meio assustada porque eu gostava dele, mas não sabia realmente se queria continuar com aquilo, meu coração, na verdade, já era dele, mas minha cabeça ainda estava longe, para ser mais especifica, no Brasil. Nós havíamos assinado um contrato de que faríamos propagandas juntos, entrevistas e sairíamos por ai fingindo ser um casal durante um ano, mas logo foi diminuído para 8 meses já que não éramos mais novidade e aí ia rolar toda uma cena de separação para que Harry e eu voltássemos a ser destaque nos holofotes. Eu odiava essa parte de fazer todo esse drama só para conseguir atenção, eu sabia que eu e ele não precisávamos disso, mas claro que não era eu que tomava as decisões da minha própria vida.

Já estávamos de volta a Londres e hoje à noite tínhamos uma festa, cada menino ia com a sua namorada, devia ter me ligado quinhentas vezes só aquele dia para saber sobre com que roupa eu ia.

- Tá, amor – ele abriu a porta e se olhou no espelho a última vez – Tô bonito? – ele me olhou e segurou o blazer com as pontas dos dedos.
- Lindo – me aproximei arrumando a gola de sua blusa e dei um beijo em seus lábios.
- Hm, tá usando o perfume que eu te dei? – ele me puxou e deu um cheiro no meu pescoço.
- É, até que é bonzinho – eu ri e o encarei, acho que eram aqueles olhos que me faziam ficar mais encantada por ele a cada dia.
- Cinco meses né, babe? – ele me segurava pela cintura com uma mão e a outra alisava meu rosto.
- Quatro, Harry.
- Hoje é dia – ele olhou no relógio – dia cinco, o dia que a gente assinou aquele contrato idiota, então, fazem cinco meses.
- Ual, Harry Styles sabe o dia do nosso namoro, a mídia vai adorar – eu ri.
- A mídia não me importa mais, – ele me olhou sério e eu parei de sorrir – o contrato vai acabar, mas não quero que isso acabe, eu acho que eu – o interrompi me desprendendo de seus braços.
- Precisamos ir, amor – peguei minha bolsa e sorri para ele esticando minha mão, eu realmente não queria ouvir aquilo e não queria ter aquela conversa ali e agora.
- Tudo bem – Harry colocou as mãos no bolso e passou por mim indo até a porta me ignorando totalmente.

Ok, acho que estraguei o clima.

O caminho até a festa foi tenso, Harry não falou uma palavra se quer, só olhava fixo para estrada e o único som no carro era do rádio que tocava uma música do McFly, Love is Easy, para ser especifica. Ótima música para o momento, não é mesmo?

Quando chegamos ao Café Paris, a festa era de alguma revista que eu realmente não conseguia lembrar porque não dava a mínima agora já que Harry não falava comigo desde que saímos de casa, Harry entregou as chaves ao manobrista e foi para o red carpet, ainda me ignorando.

- Harry – chamei segurando seu braço, ele parou e se virou calmamente olhando para o céu e não para mim – qual é, porque você tá assim?
- Nada, – ele colocou as mãos no bolso e encarou os sapatos.
- ? – cruzei os braços. – Tu nunca me chama assim, o que aconteceu? Dá para olhar para mim? – segurei seu queixo e ele me encarou.
- Toda vez que eu quero falar de ficarmos juntos tu desvia o assunto, me diz a real – ele se aproximou e senti seu hálito quente – para você tudo isso – ele girou os dedos no ar – ainda é só um namoro arranjado e não vai passar disso, né?
- A gente tem que falar disso aqui?
- Sim! Tu não pode mais ficar fugindo disso, po!
- Eu não quero falar sobre isso aqui – olhei para baixo e Harry soltou uma risadinha.
- O problema é sempre esse, a gente só conversa e faz as coisas quando você quer, do jeito que você quer – olhei para ele e quando abri a boca para me defender ele segurou minha mão – Vamos, tem fotógrafos lá querendo ver o casalzinho preferido de Simon e Cassie.

Dizendo isso ele me puxou e fomos para o red carpet, tentei sorrir da maneira mais sincera que pude, o sorriso de Harry era o mesmo, aberto, brilhante, radiante, pensei nos ensaios e nas dores que eu sentia quando estava em cima de um salto que machucava meu pé para fingir um sorriso, acho que deu certo porque ninguém perguntou nada sobre clima estranho ou sei lá.

Encontramos Zayn e Perrie, ela era linda mesmo, perto do bar, eles sorriram e Harry sorriu de volta. Os dois começaram uma conversa animada sobre a banda que tocaria ali aquela noite, me sentei perto de Perrie e pedi um drink.

- Climão hein? – ela quase sussurrou perto do meu ouvido.
- Desculpa – olhei para ela e sorri – não entendi.
- Eu sei do seu “namoro” – ela fez aspas com a mão – com o Harry e sei que não tá tudo bem, querida – ela sorriu gentilmente.
- Da para notar?
- Dá sim e na verdade, parece um namoro de verdade porque quando Zayn faz birra o clima entre nós fica igual – ela jogou o cabelo loiro para trás e riu.
- Logo acaba, Perrie – suspirei e soltei um riso abafado.
- Mas você quer que acabe? – ela me olhava com ternura.
- Não sei – soltei com um suspiro e senti um aperto no peito, olhei para Harry – ele é incrível, mas eu gosto de outro cara no fundo e não quero o fazer sofrer só que realmente não quero deixar ele, eu acho que to perdida. – ri sem graça.
- Olha, eu sei que aqui não é hora nem lugar – ela segurou minha mão –, mas Harry é um ótimo garoto, tem um grande coração e da para ver nos olhos dele que gosta de você, tanto que tudo isso parece real, da uma chance para ele, mesmo depois do fim de tudo, , tenho certeza que você não vai se arrepender e quem sabe até esquece esse cara ai que faz você sofrer.
- Mas eu – ela me interrompeu.
- Promete pensar nisso? – ela sorriu.
- Prometo – sorri de volta.

Logo Danielle, Liam, Eleanor, Lou, Niall e chegaram e se juntaram a nós. O clima ficou menos tenso e Harry parecia mais solto. O casal destaque com certeza era e Niall, toda hora tinha alguém em cima dos dois, coitados, não podiam nem dar um amasso num canto escondido. Havia vários famosos por ali e críticos também anotando tudo para fazer suas especulações no outro dia. Era aquilo que eu odiava nisso tudo, não podíamos ser quem realmente éramos. Senti vontade de mandar tudo para merda e ir para casa, tudo em volta começava a girar e eu nem tinha bebido tanto. Harry ainda me ignorava e pude o ver flertando com alguém, era sério aquilo? Poxa, e nós? Mas existia, mesmo, um nós? Juro que eu não sabia, não conseguia pensar. Queria ir para casa.

- Harry – me aproximei dele e ele olhou para mim, seu sorriso sumiu – vou embora, tenta não estragar nada – apontei para garota com a cabeça.
- Por que vai embora?
- Não to bem.
- Tá passando mal? – agora toda sua atenção era voltada para mim.
- Não, eu só to meio – olhei para ele e prendi a respiração – tonta, preciso dormir.
- Eu te levo.
- Não, não quero estragar sua festa.
- , somos um casal, vem, eu te levo – ele segurou minha mão e me senti segura, não era exatamente com Harry que eu queria ir para casa, mas tudo bem, algo dentro de mim se acendeu.

Harry mantinha uma mão no volante e a outra segurando minha mão o trajeto todo, seu olhar se revezava entre a estrada e eu, um sorriso aparecia algumas vezes quando ele me olhava. Não disse nada, aquele silêncio era confortante, pela primeira vez, gostei de ficar quieta sem ouvir nada.

Fomos para minha casa e assim que cheguei me joguei no sofá.

- Tudo bem eu passar a noite aqui? – Harry largou as chaves na mesa e me olhou, fiz que sim com a cabeça – Quero ter certeza de que tá tudo bem com você.
- Obrigada – sorri e tirei meus sapatos, me levantei para levá-los para o quarto, mas Harry foi mais rápido.
- Tudo bem, deixa que eu faço isso – nossos olhares se encontraram e eu não sei exatamente o que aconteceu no minuto seguinte porque tudo em volta pareceu parar e sumir, ele colocou os sapatos para o lado e segurou minhas mãos se sentando do meu lado – Qual o real motivo de você ter vindo para casa?
- Não tava me sentindo bem no lugar, aquelas pessoas, não sendo quem realmente são, sei lá – ele riu – porque riu?
- Nós não somos quem realmente queremos ser, isso é contraditória, .
- E isso me cansa – suspirei.
- Para de fingir então – ele se aproximou e colocou minhas pernas por cima das suas e juntou nossas testas – faz isso ser real , por favor, é só o que te peço – seus olhos estavam fechados, suspirei, não queria responder aquilo, então o beijei.

Minha mão pressionou sua nuca e Harry me beijou com intensidade, de um jeito que nunca havia me beijado antes. Uma de suas mãos me puxou para seu colo e a outra abriu o zíper do meu vestido, senti seu toque quente nas minhas costas e me arrepiei, Harry me deitou gentilmente no sofá e me olhou.

- Tudo bem para você se a gente fizer isso?
- Faz logo antes que eu me arrependa – eu sorri e o puxei para beijá-lo.

Nós nos beijávamos e sorríamos, suas mãos foram tirando meu vestido devagar o que me causava angustia e tensão ao mesmo tempo, seu lábios faziam caminho pelo meu pescoço, passando pelos meus seios e chegando na minha barriga. O ajudei a tirar o vestido com as pernas e ele voltou para minha boca, sua língua brincava com a minha e suas mãos apertavam minha cintura de leve. Ele tirou o blazer e a gravata, abri alguns botões da sua camisa e aquilo o deixava sexy. Alguns pingos de suor se formavam em sua testa e por algum motivo aquilo me deixou excitada porque ele estava mais lindo do que nunca. Sua boca voltou para minha e sua mão abriu meu sutiã deixando meus seios à mostra, Harry foi mordiscando meu pescoço e peito até chegar neles, chupou de leve e soltei um gemido baixo agarrando seu cabelo, ele sorriu e então chupou mais forte, aquilo era demais para mim, levantei sua cabeça e o beijei com força em seguida arrancando logo aquela camisa que não permitia um contato de verdade entre nós.

- Hey, vai com calma – Harry ria e jogava a camiseta longe.
- Calma? Você me pedindo calma? Olha minha situação – apontei para os meus seios e ele mordeu os lábios.

Nós nos beijamos mais algumas vezes e aquele calor em cima de mim me deixava louca. Sua mão estava entre as minhas coxas e brincavam de vez em quando por cima da minha calcinha, sussurrei para que ele parasse com aquilo porque me deixava louca, ele tirou a calça e pegou uma camisinha, seu membro já era bem visível. O ajudei com a cueca e poxa, estremeci ao ver aquilo, era realmente digno de Harry Styles. Tirei minha calcinha porque não queria esperar mais um segundo por aquilo, Harry abriu minhas pernas e não esperou nem um segundo para penetrar, acho que queria aquilo tanto quanto eu. Soltei um grito na primeira investida, como doeu, ele sorriu e aumentou os movimentos. A dor durou alguns segundos e logo passou a ser prazer. Sentia todos meus sentidos se abalarem a cada investida de Harry, nossos dedos estavam entrelaçados e ele me beijava uma vez ou outra. Os movimentos foram parando e Harry respirava rápido, minhas unhas arranhavam de leve sua pele, ele grudou nossos corpos e sussurrou perto dos meus lábios.

- Dizem que quando chega nessa parte, é porque valeu a pena.

E dentro de mim senti algo quente, Harry chegou ao ponto máximo e gozou dentro de mim. Sorri para ele e ele caiu exausto no sofá. Passei a mão nos meus cabelos e coloquei minha calcinha em seguida me aninhei em seu peito, Harry passou seu braço em torno de mim e vestiu sua cueca.

- Harry.
- Fala – ele resmungou entre meus cabelos.
- Esqueci de te contar uma coisa – eu fazia desenhos quaisquer em seu peito.
- Hm – ele me abraçou mais forte – conta então.
- Foi minha primeira vez. – eu sorri.
- Que? – ele se mexeu e eu ergui a cabeça para olhá-lo – sério? Quer dizer, eu – ele ria e ao mesmo tempo olhava para os lados.
- É – eu ri – não sei por que, não senti medo nem necessidade de todo aquele drama de primeira vez, só deixei acontecer.
- Meu Deus – seus olhar era fixo no meu – tu parecia tão experiente no assunto.
- Não precisa mentir para me agradar – dei um tapa de leve na sua barriga.
- Sério, , para uma primeira vez tenho que dizer que foi ótimo, tu me fez gozar, po – nós rimos e depois ficamos em silêncio.
- Harry – falei depois de alguns minutos.
- Hm – ele resmungou de novo, dessa vez mais sonolento.
- Acho que não quero que isso acabe.

Não ouve resposta, olhei para ele e ele dormia, feito um anjo. Sorri e deitei minha cabeça sobre seu peito, adormeci em seus braços.


Capítulo 6

Estava escuro e eu realmente não sabia para onde Harry estava me levando. Só ouvia barulho de folhas secas e galhos, mato? Ele ia tirar meus órgãos e vender na internet? Eu ri com esse pensamento.

- Tá, chegamos – escutei sua voz e ao fundo barulho de água, era inverno em Londres e eu estava morrendo do frio.
- Posso tirar essa venda?
- Não, calma – sua voz era quase que um grito, estava distante, fiquei com medo. – Tá, agora pode. – ele tirou a venda e olhei em volta, sim, nós estávamos no meio do mato, havia duas barracas, uma fogueira que ainda não estava acesa e umas tochas iluminando o lugar, do outro lado um lago e uma mini cachoeira, acima de nós as copas das árvores fechavam o lugar o que permitia que as tochas ficassem acesas já que ventava, era lindo e romântico.
- Você fez isso sozinho? – olhei rindo para ele.
- Claro que não, Zayn ajudou, não conheço cara mais romântico na historia dessa humanidade – ele riu e ajeitou o gorro na cabeça – gostou?
- Óbvio, anjo, é tudo lindo, só não entendi o porquê das duas barracas – apontei para outra barraca.
- Niall e vêm daqui a pouco – ele deu de ombros.

Eram dez meses agora, o contrato acabou e passamos a ser só um casal normal. Cassie zombava de mim todos os dias dizendo que sabia que nós iríamos acabar juntos, eu a agradeci por ter feito isso por mim. Algumas vezes me lembrava de Landon, mas logo Harry vinha com algum surpreendente, tipo aquela noite, e eu me esquecia, acho que se ele voltasse hoje eu mandaria ele embora e diria que já tenho outro na minha vida. Ou não. Mas não preciso me preocupar, Landon não ia voltar, tá bem feliz no Brasil. Não que eu tivesse stalkeado seu facebook algumas vezes, imagina, longe disso.

Voltando ao acampamento improvisado de uma noite só, Niall e , por um motivo desconhecido, foram nadar, sim, naquele frio do inferno (isso não faz sentido) eles foram nadar! Eles eram o casal mais fofo que podia existir e eu torcia para que aquilo um dia virasse casamento. Harry tentava acender a fogueira porque já escurecia e eu ria da cara dele, era engraçado o ver fazendo aquilo, parecia um primata tentando descobrir o fogo.

- Já chega – ele jogou uns gravetos e tirou um isqueiro do bolso – vou acender assim.
- Tu tinha um isqueiro esse tempo todo e tava ai se matando? – gargalhei.
- Ah, queria que fosse algo natural – finalmente a fogueira se acendeu – aleluia! – ele ergue os braços e eu ri. – só falta os marshmellows.
- Mais clichê para que, Styles? – revirei os olhos e abracei meus joelhos, estava frio.
- Cala boca. – ele me mostrou a língua, mal educado.
- Alguém falou em comida? – Niall parou perto da fogueira, sua boca estava roxa e ele se balançava tentando se aquecer.
- Siiiiiiiiim – Harry virou sacudindo dois sacos enormes de marshmellows.
- MEU DEUS, EU AMO ISSO! – Niall correu até ele e abraçou um dos sacos, aquele garoto não era normal.
- Nossa senhora – ria, sua boca também estava roxa.
- Vão se vestir, parecem duas crianças, vão pegar uma gripe desgraçada – eu falei me encolhendo.
- É, amor, é melhor colocarmos uma roupa, vamos lá na barraca – andou em direção a mesma.
- Tem umas camisinhas ali caso precise, Horan – Harry falou erguendo as sobrancelhas.
- VAI PARA MERDA, HARRY! – gritou já de dentro da barraca.

Depois de todos vestidos estávamos em volta da fogueira, sentados em colchonetes, na real estava deitava no colo de Niall que acariciava seus cabelos e Harry me abraçava pelos ombros na falha tentativa de me esquentar.

- Tá muito frio, não to aguentando – falei com os lábios tremendo.
- Um jogo para esquentar então – Niall sugeriu e se sentou do seu lado.
- Isso, isso – ela batia palminhas.
- Tá, jogo da verdade então? – Harry olhou para eles dois e depois para mim, concordamos – eu começo, Niall, como foi a primeira vez com a donzela ai? – ele apontou para .
- Não precisa começar tão quente assim, Harry – escondeu o rosto com as mãos.
- Foi ann – ele coçou a nuca – estranho.
- Estranho? – eu e Harry falamos juntos.
- É, minha calcinha prendeu no zíper da calça e o Niall não conseguia abrir meu sutiã, ele rasgou a camisinha três vezes e quebrou todo o clima – falou rápido e soltou um suspiro no fim – Mas foi bom.
- Puta que pariu – eu e Harry caímos na gargalhada. – A da calcinha é o melhor – falei apertando a barriga.
- Conta ai como foi a tua então bonitinha – ela me olhou e eu parei de rir.
- Foi ótima – Harry falou – tava de vestido o que ajudou muito e eu não rasguei a camisinha, assim espero pelo menos – ele me olhou – porque se não daqui alguns meses vamos ter um Harry Junior de verdade.
- Cala essa boca! – revirei os olhos, Cassie me matava se eu tivesse um filho agora.
- Tá, saindo do papo sexo, e já que falou em filhos – Niall abraçou – pretende ter filhos, ?
- É complicado né, Niall? Minha profissão não permite que eu simplesmente saia por ai e tenha um filho.
- Não vai sair por ai, vai sair comigo – Harry me apertou.
- Hmmm, Harry Styles acaba de confessar que quer ter um filho com a não perdeu a chance.
- Acho que somos novos. – falei séria, não achava graça naquele assunto.
- Concordo – Niall balançou a cabeça.
- Mas eu quero um filho um dia – olhou para ele com cara de manhosa.
- Então a gente tem que deixar esse lance mais sério.
- Como assim? – se ajeitou e Niall levantou.
- Já venho.
- Espero que um dia sejamos nós dois – Harry sussurrou e sorriu, mas o que?
- – Niall voltou e ficou de joelhos na frente dela – Se você quer ter um filho um dia, eu espero que esse filho seja comigo, e para isso a gente não pode ser só namorados, então, casa comigo? – e ai abriu uma caixinha com duas alianças douradas, levei as duas mãos na boca para não gritar, meu Deus, era a cena mais linda que eu já tinha visto.
- Niall – a luz da fogueira deixavam seus olhos mais brilhantes por conta das lágrimas – eu te amo – eles se beijaram, Niall Horan pediu minha melhor amiga em casamento? O que vinha a seguir? Os Beatles ressuscitando e tocando a marcha nupcial?
- Vai ficar com essa cara de tansa ai quando eu te pedir em casamento, ? – Harry me cutucou e riu, olhei para ele, casamento? Eu? Acho que não.
- Para, não brinca com isso.
- Não é brincadeira, eu quero me casar contigo um dia. – ele falava com uma calma que chegava a me assustar.
- Somos jovens.
- E dai? Eu sei o que eu sinto, e sabe o que eu sinto? – ele suspirou – Amor, é , eu te amo.

Aquelas palavras me atingiram de uma forma que não sei explicar, foi a primeira vez que ele disse que me amava e logo depois do assunto casamento, eu não sabia o que pensar, acho que queria morrer. Ele ficou me olhando esperando uma resposta, mas não podia dizer o mesmo, eu não tinha certeza se o amava, na real, com eu podia amar ele se ainda pensava em outro cara? Sorri e acariciei seus cabelos.

- Harry, desculpa, mas...
- Tudo bem – ele fechou os olhos e sorriu – você não precisa dizer só porque eu disse.
- Tá – o puxei para o meu colo e dei um beijo no topo da sua cabeça –, mas saiba que você é muito, mas muito importante para mim.
- Eu sei.

***


Véspera de natal e decidi sair às compras numa manhã. Queria comparar umas coisinhas para os meninos, para Harry e meus pais.

Estava na minha loja preferida de souvenires quando um garoto alto, cabelos preto e magro me chamou atenção, parecia muito, mas muito Landon. Balancei a cabeça expulsando aquela ideia da cabeça, não, não era ele. Continuei vendo algumas coisas, mas ainda dando umas olhadas no garoto só para ter certeza. Aquilo estava me perturbando, sai da loja quando alguém me segurou, virei para tras e sim, era Landon.

- Miss Londres – ele sorriu, esse era o único apelido que ele tinha me dado durante os dois anos de namoro, meu coração pulou dentro de mim, tentei me manter calma.
- Landon – sorri.
- Compras para o natal? – ele apontou paras sacolas.
- É. – sorri, eu só sabia sorrir porque dentro de mim estava acontecendo uma catástrofe, eu queria abraça-lo, dizer que senti sua falta, que eu o amava, queria beija-lo ali e agora, mas me contive.
- Vi umas fotos suas com um tal de Harry – ele coçou a nuca e sorriu de canto – One Direction, Elis? Sério?
- Ah, sim – soltei um riso abafado – Não é nada sério, era só algo arranjado – o que? Porque eu falei aquilo? Por que eu estava mentindo? acorda para vida, você ESTAVA SIM com o Harry e não era nada arranjado, aquele cara extremamente perfeito ali na sua frente te abandonou e nem se quer fez questão de pensar em você, para de mentir.
- Tá solteira ainda então?
- Sim – o que? Cala boca, porra, não!
- Então posso te convidar para comer algo hoje à noite pelos velhos tempos? – ele sorriu de canto, eu amava aquele sorriso.
- Uhum – meu Deus, não!
- Tá, passo na sua casa às oito horas, tchau, Elis – ele me deu um beijo na bochecha e saiu.

Fiquei ali parada que nem uma boba, o que tinha acabado de acontecer? Landon voltava e eu simplesmente esquecia tudo que passei com o Harry? E para piorar eu aceitei sair com ele? Sério? Não, isso não estava acontecendo. Eu explodia de felicidades por dentro, mas na verdade queria me matar, Harry ou Landon, o que eu ia fazer? Tá, eu ia sair com Landon, era só um jantar, nada demais, nós éramos amigos agora.

Cheguei em casa por volta de meio dia, quando digo casa queria dizer a casa de Harry.

- Oi – larguei as comparas no sofá, Harry estava na mini sacada.
- Oi anjo, vamos jantar hoje? Fiz reserva – Ah, que legal né?
- Desculpa, amor, encontrei uma amiga antiga da agencia que veio paras festas, combinei de jantar com ela – inventei.
- Tudo bem então, vou com vocês.
- Não! – quase gritei e Harry me olhou confuso – Quer dizer, não da amor, é algo mais... Intimo, só para garotas mesmo.
- Hm – ele olhou para os prédios a sua frente – tudo bem então – e depois sorriu, sorri nervosa, odiava ter que mentir para ele.

Capítulo 7

- Nossa, Elis, você não mudou nada – Landon ria e passava a mão no cabelo.

Estávamos no Fifteen, costumávamos frequentar ali quando estávamos juntos e eu contei algumas coisas sobre as viagens com os meninos e os micos que paguei. Landon me falou do Brasil e não gostei muito daquilo.

- É bom tá aqui com você de novo, esse lugar não mudou nada.
- O tempo passa e nada muda, Landon – e eu não falava só do restaurante, mas também dos meus sentimentos por ele que não pareciam tão fortes, mas ainda existiam porque toda vez que ele me olhava ou sorria meu coração parecia que ia sair pela boca.
- To pensando em ficar.
- Que?
- É – ele segurou minha mão e eu gelei – acho que vou ficar por aqui, não to gostando muito de lá.
- Sério? – abri um sorriso que deve ter iluminado Londres toda.
- Uhum, muito quente, eu gosto é desse frio, do clima e – ele sorriu – desse frio que eu sinto na barriga quando to com você, parece que te conheci hoje, , eu acho que eu ainda – o interrompi.
- Não, não fala isso.
- Por quê? – ele sorriu e eu puxei minha mão.
- Vamos embora e eu te explico.

Landon me levou até em casa e desceu do carro para abrir a porta para mim, ele tinha mudado. Não falamos nada o caminho todo, já passava da meia noite. Subimos e Landon se sentou no sofá, eu numa distância apropriada, o mesmo sofá onde fiz amor pela primeira vez, contive o riso.

- Porque não posso dizer que ainda te amo, ? – meu coração foi até a boca e voltou quando ele falou isso.
- Porque eu não sei se ainda sinto o mesmo, você me deixou aqui e agora acha que pode voltar e tudo vai voltar a ser como era? – tentava ao máximo controlar as lágrimas.
- É por causa daquele garoto, né?
- Não, Harry não tem nada haver com isso – sim, Harry tinha tudo haver, metade de mim gostava dele e a outra amava Landon e queria desesperadamente beijá-lo e implorar para ele ficar.
- Então – ele se aproximou e sorriu – deixa eu te mostrar que isso é coisa da sua cabeça, nada mudou.

Encarei seus lábios e nada mais fazia sentido. Landon me beijou, me beijou com tanta intensidade que por um segundo achei que era Harry, mas depois eu vi que não, era Landon, ele tinha voltado, ele era meu novamente e eu o amava, ia terminar com Harry e voltar para ele porque era isso que eu queria fazer, era isso que eu ia fazer. Os detalhes seguintes da noite não interessam porque eu trai Harry no mesmo lugar que nós nos amamos a primeira vez e isso me doeu, mas ao mesmo tempo me deixou feliz porque a falta que eu sentia de Landon não existia mais.

***


Acordei com Landon do meu lado e aquilo foi estranho, mas sorri, ele estava ali e não era um sonho. Suspirei e vesti uma roupa, precisava ir conversar com Harry, a última conversa por que seria o fim. Peguei seu presente e saí de casa.

Suspirei algumas vezes e tomei coragem, bati três vezes na porta e Harry atendeu todo sorridente.

- Babe – ele veio em direção para me beijar, mas desviei.
- Precisamos conversar – entrei de cabeça baixa no seu apartamento e parei no meio da sala, olhei tudo em volta e meu coração se apertou, eu não podia fazer isso com ele, mas era o certo.
- Tudo bem, o que houve? – ele parou atrás de mim.
- Harry – fechei os olhos tentando segurar as lágrimas – quero terminar. – houve um silêncio, então me virei devagar para ele e ele sorria, o que? Por que ele estava sorrindo?
- Pegadinha de natal? Tudo bem, foi engraçada, agora vem aqui – ele veio me abraçar então me afastei.
- Harry, não, eu quero terminar.
- Ah – seu sorriso sumiu e ele passou a mão no cabelo – Eu devo perguntar por que?
- Meu ex, ele voltou, nós ficamos ontem e eu ainda o amo, desculpa Harry, por mais que eu não gostasse dele, eu te trai, não ia conseguir continuar com isso.
- Então – ele se sentou no sofá, suas mãos estavam juntas e ele olhava para o chão – ele volta e todos os 10 meses que a gente passou juntos somem assim, como se fossem fumaça? Tudo bem, dez meses não são nada comparados aos dois anos, mas... – seus olhos estavam cheios de lágrimas, não chora, por favor.
- Me desculpa, não posso continuar.
-E eu não posso aceitar isso, cara! - ele se levantou e eu dei um passo para trás – , eu te amo, eu nunca amei tanto alguém quanto eu te amo! – ele chorava e senti meus olhos ficarem úmidos.
- Não torna isso difícil para mim.
- Difícil para você? – ele gritou – O cara volta, você me trai com ele e acha mesmo que tudo isso é difícil para você? Por que ? Por quê? – ele me segurou pelos braços.
- Harry, tá me machucando, me solta! – eu já chorava.
- , por favor – seus olhos estavam vermelhos e mais verdes.
- Desculpa – abaixei a cabeça e ele me soltou.
- Vai embora – ele sentou no sofá tampando o rosto.
- Tudo bem – deixei a sacola do presente dele em cima da mesa e sai.

Meu coração estava despedaçado, eu queria ficar com ele, mas o que sentia por Landon era mais forte e eu não ia me enganar. A volta para casa foi torturante, o rosto de Harry ainda pairava pela minha cabeça, primeiro quando ele abriu a porta com aquele sorriso, depois o jeito que se aproximou para me abraçar, logo após aquele sorriso indo embora seguido do jeito que meu nome falhava na sua voz e por fim ele chorando e mandando que eu fosse embora. Seguei uma lágrima que escorreu com a costa da mão. O que eu sentia por Harry talvez não chegasse perto do que sentia por Landon, mas meu coração estava dividido. O táxi parou em frente a minha casa, olhei para ela e sorri fraco, eu sabia o que encontraria lá em cima, relaxa Elis, o amor da sua vida estava ali não estava?

- Oi, amor – entrei no apartamento e gritei para Landon que estava sentado no sofá.
- Onde você foi? – ele segurava o celular nas mãos e me olhou.
- Procurar um peru para o jantar hoje, mas não achei – era vinte e quatro de dezembro, noite de natal, me sentei do seu lado e olhei para o celular, sua cara era de apreensão – o que houve?
- Elis – ele suspirou e passou a mão no cabelo, levantando e indo até a sacada. – recebi uma ligação, do Brasil.
- Hm, e o que tem? – falei soltando todo ar do meu pulmão.
- Antes de vir para cá, eu tava concorrendo a uma vaga, em um dos melhores hospitais locais de lá – ele se virou para mim – e fui aceito.
- Landon, não me diz que você vai embora.
- Desculpa, mas é a melhor oportunidade da minha vida.
- O que? Depois de ontem tu simplesmente olha para mim e fala que vai embora?
- Elis – ele sorriu – eu só volto ano que vem para lá, posso passar o natal com você podemos aproveitar juntos e – sua mão pousou na minha perna, me levantei num pulo.
- NÃO, LANDON! – gritei – Eu terminei um namoro de verdade por causa de você da para entender? Eu tava te superando, você falou, você jurou que ia ficar aqui e agora isso? Eu acabei de deixar o cara mais perfeito que já conheci por sua causa, porque eu ainda te amava, mas quer saber? Nesse momento eu acho que foi uma pegadinha do coração, eu não te amo mais, eu finalmente te superei e agora to sozinha porque você vai embora e a trouxa aqui vai ter que juntar todos os pedacinhos do seu coração de novo – lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto.
- Um namoro de verdade? Com aquele gayzinho?
- Não fala assim dele, entendeu? Ele é bem mais homem que você só pelo fato de não ficar brincando com os sentimentos de uma garota, agora pega a porra das suas coisas e vai embora, Landon!- acho que gritei tão alto que qualquer Landon em Londres iria embora do lugar que estivesse.

Landon não falou nada, levantou, juntou suas coisas e saiu pela porta. Outra vez, a última vez.

Afundei-me no sofá e chorei, não por ele e sim por Harry. Eu o deixei ir embora, não, eu fui embora, eu terminei com ele, quebrei seu coração e agora não podia ir lá e consertar tudo, eu perdi o cara que me ensinou o que era sorrir de verdade, que me deu o melhor momento da minha vida, que me fazia rir de piadas bobas, que me acordava com beijinhos no pescoço, que me levou a lugares mágicos, que sabia exatamente o que fazer depois de uma briga, que fazia birra quando eu não queria sair com ele, que me deixava louca espalhando suas coisas pela casa, que me abraçava todo suado depois de um show, que eu contei meus segredos mais profundos, que sabia exatamente quando eu não estava de bom humor e não queria ouvir aquelas piadas sobre como meu cabelo era seco demais para uma modelo e que em seguida me beijava dizendo que era brincadeira e que meu cabelo era o mais cheiroso que ele já tinha visto; o cara que tinha olhos que pareciam duas esmeraldas de tão verdes, que numa manhã de domingo deixava eu desembaraçar seus cachos e uma ou duas vezes até deixou eu fazer uma hidratação maluca, o cara que cantou para mim na frente dos amigos num quase pedido de namoro oficial, que me deixou louca quando sujou toda minha casa de barro por que decidiu fazer um trilha e depois vir me ver, que me fez aprender a gostar daquela bandinha chata que perturbava meus ouvidos e agora não sai do meu celular; que me olhou antes de um programa e falou “segura na minha mão, tudo vai dar certo, eu to aqui”, que fez eu perder medo de altura e me levou ao London Eye, que fez eu criar coragem e levantar no escuro para acender a luz, que inclusive dormiu vários dias com o abajur aceso por causa do meu medo, que eu aturei nos momentos de surto porque a mídia inventava coisas absurdas da banda, que fez eu ficar viciada em café, o cara que tinha tatuagens ridículas e sem sentido, mas que na verdade se tornavam lindas por serem sem sentido, que me convenceu a fazer uma tatuagem e perder o medo de agulhas, aliás, o cara que aguentou todos meus medos e repetia que isso me deixava mais perfeita todo os dias, o cara que tinha um melhor amigo e morria de ciúmes quando ele falava da namorada perto, o cara que eu desconfiei ser gay no início, mas que me pegou de jeito e falou “gay? Vamos ver o gay”, o cara que virou mais do que um namorado e sim um melhor amigo, que me deixava ganhar no vídeo game para me ver feliz, que segurava na minha mão toda vez que eu parecia estar nervosa, que fazia eu me sentir confiante, que lutava comigo e terminava me beijando, o cara que falou sem medo olhando nos meus olhos que me amava e quem sabe, o cara que eu amei de verdade, o cara que eu amo de verdade.

Eu perdi o cara que deu sentido para minha vida outra vez. Eu perdi o Harry, o meu Harry.

Capítulo 8

O natal foi deprimente, fiz uma sopa, me afundei no sofá e chorei a noite toda. A cada lembrança meu coração se apertava e mais lágrimas se formavam nos meus olhos. Passei a noite olhando para o celular e esperando Harry me ligar, óbvio que ele não ligaria, lá pela meia noite desliguei o celular e acho que adormeci, eu não lembro.

Na manhã de Natal acordei no sofá, encolhida e com o vento gelado entrando pela sacada, nevava. Meus olhos ardiam e minha cabeça parecia que ia explodir, cocei os olhos e peguei o celular, o liguei e não tinha nada, nem mensagem de texto, nem mensagem de voz. Joguei-o no sofá e fui para o quarto me afundando nas cobertas, o cheiro de Harry estava ali. Forcei os olhos para não chorar. Fui para o banheiro para um banho rápido que se tornou o banho mais demorado e dramático da minha vida. Sentei-me no chão e chorei deixando a água quente escorrer pelo meu corpo.

Queria ele ali para me dizer que tudo ia ficar bem.

Sai do banho e passei o dia rolando na cama, de um lado para o outro, feito peixe fora d’água. Não comi, não bebi, não fui ao banheiro. Meu coração estava vazio, eu estava vazia. Como pude ser tão burra? Abracei o travesseiro e deixei aquele cheiro invadir meu corpo. Já anoitecia, o dia passou rápido. Achei melhor ligar o celular, minha mãe poderia ter me ligado, ou quem sabe Harry... Sentei-me no sofá e liguei o celular. Nossa foto na tela apareceu e eu sorri com algumas lágrimas se formando nos olhos. Suspirei e achei melhor dar sinal de vida, liguei para .

Ela atendeu no terceiro toque, provavelmente estava com os meninos.

- Querida – sua voz era doce.
- Oi, feliz Natal.
- Para mim sim, mas e para você? Ai Niall, espera – ela falou se afastando do celular – eu já venho, desculpa, vim aqui para fora, Niall tá me deixando louca – ela sorriu, podia sentir isso, sorri também. – Ai, desculpa, eu soube do Harry e eu queria brigar com você, mas acho que não dá.
- A gente pode não falar disso?
- Eu sei que você quer saber como ele tá.
- Talvez.
- Ele passou o natal em casa, veio aqui no Horan, comeu, entregou uns presentes e foi embora. Não atende ligações e só mandou uma mensagen para os meninos dizendo “estou bem, mas não venham aqui, quero ficar sozinho, feliz natal”, é só isso que sei. - meu coração se apertou.
- Eu acabei com o menino.
- Como você tá? Desculpa não ter ido ai, Niall trouxe os pais para cá e bom, eu tinha que fazer sala.
- Que isso , vida de casada, né? – eu ri e ela também – eu tô destruída.
- Por que? Landon não tá ai?
- Obvio que não, ele foi embora, passei o natal chorando, tô acabada, eu quero ele , meu Deus, eu amo aquele cara, não da para viver longe dele. – eu já chorava.
- Ele te ama, Elis, isso não vai acabar assim, eu sei.
- Ai , eu vou fazer algo para comer, tô o dia todo sem comer.
- O QUE?- sempre foi muito preocupada com isso, ela dizia que não queria que eu me acabasse como as outras modelos. – VAI COMER AGORA E GRAVA UM VÍDEO PARA MIM.
- Para de paranoia – eu ri – passa aqui amanhã?
- Claro, se cuida e come, .
- Tá, manda beijo para todo mundo.


me acordou às oito da noite. Se ela sonhar que noite passada eu tomei um remédio para dormir (talvez quatro) ela me mata. Mas estava difícil para dormir, estava complicado demais fechar os olhos e desligar os pensamentos. Tomei um e nada, tomei dois e já sentia meus olhos pesarem, mas meus pensamentos não paravam, tomei três, tudo girava e eu nem conseguia abrir os olhos direito, mas era difícil ainda deitar e dormir, no quarto foi apenas cinco minutos e tudo se desligou. Oito da noite e meu celular berrou do meu lado, a voz do outro lado me mandou abrir a porta.

Cambaleei até a porta e abri-a devagar.

- Credo, tu tá horrível – me analisou de cima a baixo.
- Dormi demais – sorri fraca, acho que precisava de comida.
- Notei, te liguei quarenta vezes, sem exageros e tu não atendeu uma – ela parou e analisou a sala, estava tudo bagunçado – credo, Elis.
- Nossa, tá tudo meio escuro- falei me apoiando na parede.
- Tu comeu ontem?
- Comi , vê os pratos lá no quarto, mas não sei como dormi tanto – menti.
- Hm, sei – ela me olhou desconfiada – vou fazer algo para você comer, vem.

Ela me levou até a cozinha e preparou uma comida deliciosa, meus sentidos foram se recuperando aos poucos e as coisas ao redor faziam sentido. Conversamos um monte, tanto que o tempo pareceu voar, logo era quatro da manhã.

- Tudo bem – olhou no relógio e sorriu para mim – vem comigo.

Ela me carregou até a sacada, eu morava numa rua calma, apesar de ser perto do centro, no segundo andar e os prédios do lado eram praticamente abandonados, abriu a porta e andei até o para peito. Ele estava lá, usando o cachecol que dei de natal, segurando um violão e sorrindo igual a um bebê. Levei a mão até a boca e deixei as lágrimas caírem, ele começou a cantar.

You don't understand, you don't understand
(Você não entende, você não entende)
What you do to me when you hold his hand
(O que faz comigo quando segura a mão dele)
We were meant to be, but it's just a faith
(Nós fomos feitos um para o outros, mas uma distorção do destino)
Made it so we had to walk away
(Fez com que nos distanciássemos)

Happily,
aquela música me fez sorrir quando ele me mostrou e eu fiquei cantando ela por umas três semanas sem parar, fazia sentido agora.

'Cause we're on fire, we're on on fire
(Porque estamos pegando fogo, estamos pegando fogo)
We're on fire now
(Estamos pegando fogo agora)
Yeah, we're on fire, we're on on fire
(Sim, estamos pegando fogo, estamos pegando fogo)
We're on fire now
(Estamos pegando fogo agora)


Pegando fogo estava meu coração e talvez outro lugar, como ele ficava sexy com aquela boca vermelha por causa do frio, ele olhava para mim e sorria, eu olhava para ele e chorava.

I don't care what people say when we're together
(Não me importo com o que as pessoas dizem quando estamos juntos)
You know I wanna be the one who hold you when you sleep
(Você sabe que eu quero ser o único que te abraça enquanto você dorme)
I just want it to be you and I forever
(Eu quero que seja só você e eu para sempre)
I know you wanna leave
(Eu sei que você quer deixá-lo)
So come on, baby, be with me so happily
(Então vem, amor, fique comigo sendo tão feliz)


Foi difícil no começo, eu reclamava que as fãs não gostavam de mim e Harry sempre dizia que isso não importava a mínima para ele. Sim, eu queria que ele fosse o único que me abraçasse enquanto nos dormíamos, eu queria que ele fosse o único na minha vida. Eu e ele para sempre? Demorou, eu aceito. Eu já deixei ,querido Harry, e agora nós vamos ser felizes, para sempre, sempre e sempre.

It's 4am, and I know that you're with him
(São quatro da manhã e eu sei que você está com ele)
I wonder if he knows that I touched your skin
(Me pergunto se ele sabe que eu toquei sua pele)
And if he feels my traces in your hair
(E se ele sente meus vestígios em seu cabelo)
I'm sorry, love, but I don't really care
(Desculpe, amor, mas eu realmente não me importo)


Ironia ou não eu ri nessa parte, eram mesmo quatro da manhã. Não, Landon não imaginava, mas eu estava pensando seriamente eu ligar para ele e contar que ele não tirou minha virgindade, que bom, ele não foi o primeiro e sim aquele lindo garotinho que fazia meu mundo todo girar e não me deixava tonta.


'Cause we're on fire, we're on on fire
(Porque estamos pegando fogo, estamos pegando fogo)
We're on fire now
(Estamos pegando fogo agora)
Yeah, we're on fire, we're on on fire
(Sim, estamos pegando fogo, estamos pegando fogo)
We're on fire now
(Estamos pegando fogo agora)


Eu não me importava com o que ia acontecer agora, já sabia o resto da música, olhei para que ria que nem criança, segurei sua mão e a puxei, descemos a escada correndo e parei na frente de Harry, cara a cara novamente, os meninos estavam ali, Niall abraçou e eu fui para frente de Harry.

I don't care what people say when we're together
(Não me importo com o que as pessoas dizem quando estamos juntos)
You know I wanna be the one who hold you when you sleep
(Você sabe que eu quero ser o único que te abraça enquanto você dorme)
I just want it to be you and I forever
(Eu quero que seja só você e eu para sempre)
I know you wanna leave
(Eu sei que você quer deixá-lo)


-So come on, baby, be with me so happily- ele não cantou essa parte, ele recitou e sorriu. Sorri de volta e o beijei. Eu não sabia o que falar, fazer ou qualquer outra coisa. Um violão nos separava dois e foi um beijo rápido. Os meninos e gritavam “ae, dai sim”. Nosso beijo foi parando, Harry tirou o violão e me abraçou. Um abraço forte, desesperado, necessitado. Senti que ali era meu lugar, junto aquele garotinho do cabelo cacheado, aquele garotinho que não era tão garotinho, que já era um homem.

- Me desculpa – sussurrei no seu ouvido.
- Shh, não fala nada, foi um erro e eu te perdoo, – ele me olhou e colocou meu cabelo atrás da orelha.
- Harry, eu te amo.

O sorriso dele acendeu meu coração e deu energia para cidade toda, ele me beijou e com aquele beijo me senti completa novamente.

Oh Harry, you make me Strong.

FIM


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