Besides The Always


Por: Rave :)
Betada por: Gabriella



Capítulo 1



O tempo estava fechado, o céu turvo e o vento frio. Tudo estava de acordo com a melancolia de um coração arruinado. Os dias tinham horas intermináveis, sem nenhum motivo para sorrir. Nada melhor do que dormir para esquecer aquilo que lhe arrancava o coração, toda aquela dor imensa, ela pensava. As lembranças vinham num lapso perverso, onde tudo o que se acumulava novamente naquele vácuo vinha à tona em forma de lágrimas salgadas, venenosas, que apenas afogavam mais ainda a garota tão frágil, a qual já não encontrava mais razão alguma para sua existência.

Sentia-se o último ser da Terra, sozinha ela vivia somente a recordar os derradeiros momentos que passara ao lado de seu amor. Seus pensamentos positivos instigavam-na às vezes em que conseguia um pouco de paz, ela tentava usar seu bom senso e fazer daquilo um passado, mas nem sempre era possível expelir aqueles amargos sentimentos de seu coração, era sóbria a dor que dominava seu ser. Em sua vida já não reinava um mínimo contentamento. Não havia saída, nenhuma solução para esquecer aquelas lembranças tão nocivas. Quão grande era o sofrimento daquela menina tão moça.

Ela não os compartilhava com ninguém, nos últimos dias nem suas melhores amigas tinham a imunidade de vê-la. Era triste sua situação, digna de pena. Ela sabia muito bem que não poderia passar o resto de sua vida assim a chorar pelos cantos, mas sentia dentro de si o conforto de viver naquele profundo poço de lágrimas, não queria fugir de suas lamentações e lembranças ainda tão recentes que incidiam em seu frágil coração. Andava pelas ruas sem destino, o “ar fresco” lhe vinha como um gelo a atravessar seu corpo tão pouco vigoroso. Caminhava em frente às lojas sortidas de coisas engraçadas e fúteis, tudo naquele lugar era colorido e cheio de vivacidade, mas nada, nada lhe tirava daquele poço, somente o tempo haveria de dar conta.

Parou defronte a uma loja de CDs, algum motivo a fez ficar fitando a loja. ficou parada durante alguns minutos olhando fixamente para dentro da loja, mas não via nada exatamente, algo tomara a sua atenção, e não era nenhum objeto ou qualquer capa de CD, era o som que vinha lá de dentro e que soava em seus ouvidos como uma melodia divina, terna. A jovem tornou de seus pensamentos e logo entrou na loja para ouvir mais de perto aquele tão agradável som. Lembrara de que era aquela música a qual seu amado gostava de cantarolar por aí, quando estavam os dois a sós.

- Cause it's you and me and all of the people
Nothing to do, nothing to lose
And it's you and me and all of the people and
I don't know why I can't keep my eyes off of you

Porque somos você, eu e todas as pessoas
Com nada para fazer, nada para perder
E somos você, eu e todas as pessoas e
Eu não sei porquê
Não consigo tirar meus olhos de você


Ele cantava a abraçando por trás, dando alguns beijos em seu pescoço.

- Eu te amo, sabia?
- Não, você nunca me disse antes – Ele adorava fazer piadinhas para a garota, que adorava ouví-las também.
- Engraçadiinho! – Ela sorria, segurando suas mãos como se jamais desejasse soltá-las. Adorava poder compartilhar abraços com ele, ainda mas depois de um dia super cansativo como o que ambos tiveram.
- Ah, mas agora eu sei, e prometo nunca esquecer – Ele sorria sem esconder a sua alegria que estava estampada na cara, sua face emoldurava todo o seu sentimento de satisfação e sua fantasia mais real, seu amor por era tão puro e doce como nenhum outro.
- Bom mesmo, e afinal de contas, eu não deixarei que esqueças disto jamais – Um beijo suave selou aquele momento com um laço dourado.


foi acordada por uma voz suave e meiga, uma voz feminina que se aproximava conforme estalavam no chão os saltos de um tamanco.

- Em que posso ajudá,-la moça? – Uma morena de estatura que varia entre média e alta, com cabelos negros e encaracolados, tinha um suave sorriso em seus lábios e a delineação de seu rosto transmitia doçura.
- Não, muito obrigada– disse ligeiramente enxugando uma lágrima sutil que escorria em sua face pálida.
- Quer um copo d’água, senhorita? – A moça dirigiu-lhe desta maneira a palavra por perceber que ela não passava de dezoito anos de idade.
- Não, não. Está tudo bem– sorriu agradecida para a garota que parecia ser tão amigável. – Mas antes que eu vá, qual seu nome?
- – Ela respondeu dando um passo à frente em direção à .
- Prazer, meu nome é . Obrigada por me oferecer sua atenção, não é todo mundo que faz isso – Ela sorriu fazendo um gesto simpático com a cabeça. A vendedora percebera o quão solitária e carente estava a jovem, via em seus secos olhos a profunda tristeza que lhe tomava de dentro pra fora, cada vez mais lhe roía.


Capítulo 2


- ? – entrara em sua casa com um monte de sacolas. Encontrou sua amiga sentada no sofá, aos prantos, com o rosto inchado e os sapatos jogados pela sala.
- Amiga...– soluçava. logo deixou todas as sacolas de compras largadas em cima da mesa e foi ao encontro da amiga para um abraço, tentando acalmá-la.
- , eu sei o quanto é duro, mas você tem de superar isso, tem de viver sua vida– passou delicadamente a palma da mão sobre as bochechas de , limpando suas lágrimas e fazendo-a respirar fundo e se conter com aquele consolo.
- Aquela música, aquela música, !– podia sentir as lágrimas contumácias derramando novamente seu rosto, tomando o caminho para o salgado sabor em sua boca.
- Ai , ele vai estar em todos os lugares, tudo poderá te fazer lembrar dele, eu sei disso. Mas você deve lembrar sorrindente, ele não gostaria de ser lembrando desta forma, neste seu estado.– calou por alguns instantes, encarou a amiga com o olhar carregado de tristeza, deviou-o para a cômoda ao lado.
- Brigadeiro?– lançou um olhar digno de pena para a amiga. Ela não lhe pedia chocolate daquela maneira por chantagem emocional, pedia-lhe sinceramente, sentia dó quem a via daquela forma.
- É pra já!– correu para a cozinha feliz em achar alguma simples forma de fazer sorrir. Poderia não ser uma solução, mas por alguns instates a faria esquecer daquilo que ela temia lembrar.


Passaram-se dias, semanas, meses... estava bem melhor e levava sua vida normalmente. De vez em quando tinha algumas desastrosas recaídas, afinal, não foi fácil enfrentar a perda e muito menos ter de conviver com ela. No dia seguinte seria o aniversário de 1 ano de namoro, se estivesse vivo. Deste último e nem tão pequeno detalhe ela não gostava de lembrar. Mas era a sua realidade, ela tinha que aceitar que seu companheiro não estava mais fisicamente do seu lado, apesar de saber que ele estava sempre ali com ela, mas não era possível deixar de se importar com a sua presença mais viva, seus abraços acolhedores e seu sorriso tão recheado de carinho.

Era madrugada fria do dia 23 de Janeiro, a escuridão refreava a noite coberta de solidão. tinha o gosto amargo no peito de lembrar que ao amanhacer iria comemorar contraproducentemente, sozinha, um ano de namoro com . Ela não continha sua angústia, suas lágrimas abafadas no calor do travesseiro faziam-na perceber que ficaria sozinha de qualquer forma, e ele não iria aparecer sorridente com um buquê de flores em mãos para comemorarem juntos um perfeito dia de aniversário de namoro.

Ele não estaria ali, por mais que ela impetrasse seu nome pelo silêncio do lar tão ermo e desgostoso. Preenchia-se a mente de lembranças por ela vivida durante um ano, exatamente um ano cheio de surpresas e sorrisos. Ela sorria chorosa ao lembrar de seu rosto, seus traços, seu sorriso tão acolhedor e...sexy, como ela gostava de acrescentar. Em seu brusco sentimento ela buscava saciar seu ímpeto de viver, contemplar as noites, lambuzar-se de sorvete sem receio dos quilinhos à mais, aninhar-se debaixo do cobertor enquanto curtia uma boa comédia romântica, tudo como costumava fazer.

Depois de duras horas, ao sentir seu estômago implorar por algum petisco, chegou a conclusão de que deveria viver aquele dia como o dia em que faria de o mais feliz do mundo. Convenceu-se a fazer de tudo para ter um dia de muita satisfação, por mais que sentisse dentro de si uma migalha de toda aquela ruína, ela prometeu à si mesma que faria por onde buscar em sua alegria o sorriso de seu amor, o qual ficaria tão feliz de vê-la comemorar aquele momento só deles, tão especial para ambos.

Enxugou suas lágrimas e sentou-se na cama, distante do sono ela dirigiu-se à cozinha a procurar qualquer comida que pudesse enganar seu estômago furioso. Estava decida a abrir uma janela em seu coração para deixar entrar um pouco de energias positivas. Ela, no fundo, sabia que não iria sustentar por mais de um dia aquele sorriso opaco, mas iria se esforçar, por ele. subia as escadas com uma caixinha de achocolatado e um pacote de biscoitos recheados, parecia uma menininha com isônia de volta para seu quarto aconchegante, quando sentiu um vento frio percorrer entre suas pernas, parou instantâneamente, assustada, não havia nenhuma brecha por onde entrar uma corrente de ar naquela casa, ela ignorou o fato e seguiu para o calor de seu quarto.

Olhou para sua cama de casal, onde um lado estava mais arrumado que o outro, sentiu seu coração comprimir repentinamente, ele parecia vibrar num misto de angústia e sofrimento. Ela sentou vagarosamente na cama desejando encontrar ali algum vestígio da existência do rapaz, ele tinha que estar ali, era madrugada do aniversário de namoro deles, ele não poderia estar longe, não poderia. A jovem arrancou um pedaço do biscoito para dentro de sua boca, estava digerindo no “automático”, seus pentamentos rolavam soltos e nada ao seu redor tirava sua concentração no tempo.

A garota voltou à si quando escutou o insistente ruído do canudinho do achocolatado, já havia digerido a bebida e ela nem tinha dado conta disto, estava realmente longe. Deu um suspiro cansado na tentativa de se safar dos temidos choros, aliviou o espírito. Sentiu novamente uma corrente de ar frio subindo por suas vértebras, o que fez a garota dar um pulo. Sentiu-se estranha, mas novamente ignorou o que havia acontecido.


Capítulo 3


Era manhã do dia 23 de Janeiro, a jovem acordou com o seu celular teimoso a gritar na cômoda ao lado da cama. Ela preguiçosamente tateou sem levantar os olhos ao encontro do dia claro, atendeu com a voz roca de quem pessimamente dormira.

- ? – Uma voz perceptivelmente preocupada falou do outro lado da linha.
- Eu? – Nem a própria sabia ao certo o que estava falando.
- Você está bem? Fiquei preocupada, pensei que não iria conseguir dormir...– sempre preocupou-se com , eram melhores amigas, era amiga tanto dela quanto do também. - Eu estou bem me...Quem é?– rolou na cama por inteiro.
- – Ela abafou um risinho ao ouvir a voz bêbada d a amiga.
- AAAAAH! – caiu da cama – É VOCÊ MENIN
A! - Sim, sou eu!– ria nervosamente. - Er...Então, eu estou bem melhor...E você querida?
- Eu também, muito mel hor– disse vitoriosa, também havia sido duro aceitar aquela perda, era seu melhor amigo.
- Que bom. Silêncio. Ambas sabiam que dentro de si ainda havia um espaço vazio. - Afim de curtir um solzão hoje? Sei lá...Esticar as pernas e trabalhar um pouco os músculos do riso. E além disso, você deve estar transparente criatura!
- Seria ótimo!– concluiu, seria realmente muito prazeroso compartilhar com ela aquele dia tão radiante para ambas, já que fora quem mais ajudou na união dos dois, sem ela nada teria acontecido.
- Então tá, passo aí na sua casa que horas?
- Se quiser vir agora...Vai levar um susto com a minha aparência de urso panda, mas como você já me conhece em todas as formas isso não seria nenhuma novidade. – Elas riram.
- Está bem...– concordou e estava decidido um encontro da duas.

não demorou a chegar na casa da amiga. pôs um short colado onde realçou perfeitamente o formato de suas exíguas coxas, uma blusa pouco decotada e um biquíni por baixo. vestia-se do mesmo estilo. Foram à uma praia deserta, ao longe, onde o ar vivia sozinho e na areia não haviam marcas de pegadas. Passaram o dia rindo, às vezes chorando, era inevitável lembrar dos bons momentos sem que pudesse chorar a perda do grande amor. A garota parecia ter adivinhado que não conseguiria fazer daquele dia um dia para recordar em boas lembranças no futuro.

- Ele a amava muit
o. - É, eu sei, eu também o amava, demais.
- Ele disse algo estranho sobre dizer que lhe ama...Ma... - interrompeu a frase e arrependeu-se completamente de ter dirigido aquelas palavras para , sua expressão não foi das mais belas. - A gente prometeu um ao outro que...Apenas nos momentos mais felizes que passássemos juntos é que iríamos dizer um ao outro “eu te amo”, por mais que fosse saudável aos nossos corações ouvir aquilo, caberia a nós guardar esta frase para os momentos mais difíceis, mais felizes, ou certamente mais especiais.– falou tudo de uma vez, sem tropeçar nas palavras. analisou um pouco a questão e achou bem interessante o que eles haviam feito, afinal de contas, eu te amo não é bom dia! E isso tornaria aquela frase tão especial mais marcante ainda nos momentos em que fosse dita.
- Ele certamente lhe diria “eu te amo” se estivesse aqui agora...– brotou com aquelas palavras um sorriso maravilhado no rosto da garota.
- Eu diria o mesmo pra ele...Quanto eu sinto a sua falta– não conseguiu completar a frase sem que pudesse sentir em seus lábios novamente o gosto de uma lágrima.
- Menina, não chore! Viva! Você tem que continuar a estudar, arranjar um emprego bonzinho por enquanto pra poder comprar roupas novas, mais comida para a geladeira. Você está um caco, não pode continuar assim. É tão moça ainda, nós duas somos. Você sabe que eu também o amava muito, era meu melhor amigo, mas depois de algum tempo eu me toquei de que não seria legal eu ficar triste pra sempre, não mesmo...Ele não gostaria de me ver assim, muito menos de te ver assim, você está péssima , não deve.– suspirou e olhou para as mãos de que seguravam as suas, apertou-as.
- Eu não sei o que seria de mim sem você. Você e a são dois anjos que tomam conta de mim, são meus braços e pernas.– riu graciosa e confortou novamente.
- Estaremos aqui pra tudo o que precisar.– sorriu agradecida. – Mas hein, por onde anda aquela Senhora ?

Conversaram durantes horas. É claro, o dia não ficou na base da conversa...Quem disse que não iriam enlouquecer no mar? Cada pulo, berro, chute com os pés na água, corrida pele areia molhada...Pareciam duas garotinhas brincando como se a vida fosse a mais fácil e comum do mundo. Era tarde e o sol lambuzava o céu de cor alaranjada, despedindo-se para uma bela lua aparecer em breve. Foram para casa, com direito ainda a brigadeiros e testes de revista adolescente. Talvez estivessem tentando recuperar o tempo que fora perdido, afogado pelas lágrimas e pela dor.


Capítulo 4


Eram onze horas da noite do dia 23 de Janeiro.

via-se rodeada de pensamentos sombrios, estava apavorada. O comprimido roliço descia no caminho de sua garganta arranhando tudo por dentro, sentia-se frágil e só, por mais que mantivesse todas as luzes da casa acesas sentia o bruto horror do escuro. A garota andava seu quarto de ponta a ponta, indo e vindo vezes seguidas. Seu coração palpitava em batidas fortes, suas mãos tremiam suadas e ela podia sentir o som de seus pés ao tocar no chão, revestido por carpete, o que seria quase impossível de se ouvir, já que suas pegadas eram tão mansas.

Seu estômago condenava-lhe com um frio horripilante, seus olhos estavam desconfortados com uma vista apenas, eles não paravam quietos em um canto só, ela fitava desesperadamente todos os móveis e objetos do quarto. Seu espírito impetuoso de angústia parecia não querer ficar quieto dentro do corpo. dirigiu-se até o banheiro e mergulhou o rosto dentro de suas mãos cheias d’água, olhou para o espelho procurando algum reflexo além do seu, nada.

Passou os dedos sobre sua face, tocava os próprios cílios com dificuldade, suas mãos tremiam. De repente, ouviu o celular tocar escandaloso e insistentemente. Olhou fixamente para seu reflexo no espelho e andou lentamente até o aparelho, que continuava a tocar depois de tanto tempo. Suas mãos estavam geladas, perdeu o equilíbrio ao ouvir a voz que vinha do celular. Desabou no chão e pôs-se a chorar desesperamente, sem mal conseguir segurar o aparelho ao alcance do ouvido. Era , com voz trêmula, ele havia dito em nítido e bom som “Eu te amo pequena, a...”, mas não conseguiu terminar a frase, o sinal da ligação foi interrompido de alguma forma. Como assim? A garota não entendia nada... Ela o viu morto, ela foi ao seu enterro, ele acabara de falar “Eu te amo” no telefone!

sentiu seu coração disparar, não conseguia levantar do chão frio, chorava sem parar até que uma luz veio como um lapso em sua mente, sem parar de derramar lágrimas ela levantou bruscamente e caminhou com fúria nos pés até o banheiro, molhou o rosto novamente, confudindo suas lágrimas com água. Chorou, chorou... Era impossível ter ouvido aquela voz novamente, mas ela tinha certeza de que era mesmo a voz dele, certeza. Seus sentimentos eram confusos e sua cabeça estava prestes a explodir com tanta coisa a girar dentro dela.

A jovem ouviu o celular tocar novamente, ele estava no chão, vibrando. Ajoelhou-se no banheiro e gritou, com os cabelos sendo puxados pelas próprias mãos, voltou a chorar e gemer com a dor que lhe destruía por dentro, e o celular não parava de tocar aquela música agora irritante aos ouvidos de . Ela, derrotada pela curiosidade e pela apreensão de não viver aquela oportunidade novamente, engatinhou rapidamente até o celular, onde num suspiro triste atendeu à ligação.

- ? – Uma voz feminina murmurou aflita.
- ...– suspirou mais uma vez, com um alívio no peito ainda cheio de palpitações. - Você está bem?– preocupou-se ao ouvir a amiga fungar do outro lado da linha.
- Ele me ligou...– gemeu e voltou a derramar novamente um rio de lágrimas. ficou apavorada, compreendeu que ela se referia a , acabara de entender tudo, ela também estava passando por algo muito estranho naquele momento.
- Venha para o Tibet, AGORA!– ordenou, nada mas fez do que cumprir imediatamente, estava desnorteada mas conseguiria chegar até lá.

Tibet era um parquinho que fora batizado com este nome pelo grupinho de amigos. , , . , e eram amigos desde pequenos, e ali haviam crescido. Frequentavam o parquinho sempre, inclusive plantaram uma árvore, que hoje era imensa e muito bela, cheia de flores e uns frutinhos minúsculos. Expressava vivacidade com seus ruídos de folhas batendo ao vento. Era um importante símbolo para todos, pois demonstrava união deles por tanto tempo. se encontrava no Tibet, tremendo de medo. Ela havia frequentado o parque naquele horário nos últimos meses, ía sozinha, nem ela sabia onde encontrava coragem para isso. Estava branca como uma vela, de frente para a grandiosa árvore.

Capítulo 5


- O que tá acontecendo? – falou chegando no local, vinha correndo, estava ofegante e pálida, ainda chorosa.
- Veja isto!– apontou para a árvore. aproximou-se e, ao ver o que tinha ao longo daquele gigantesco tronco, ela caiu de joelhos no chão, seu rosto não mostrava expressão alguma, o sentimento mais seco e frio tomou conta de seu ser. teve receio de acolhê-la, pois não quis atrapalha-la naquele momento de entendimento.

lia as palavras escritas na árvore com dificuldade, era um desafio e tanto para ela raciocinar naquele seu estado. A garota deslizou os dedos nos próprios lábios, parecia ter acabado de ler a mensagem que estava em um bilhete, pregado no tronco da árvore, e no mesmo encontrava-se uma marca...

- !!– correu para aparar a amiga que já chorava escandalosamente no chão, contorcendo-se e machucando as mãos ao bater fortemente no chão, seus berros nada mais eram que gritos de desespero, estava incrédula, em choque. Ela encostou a testa no chão quando sentiu mãos amigas a puxarem pelo braço, livrou inúmeras lágrimas dos olhos e abraçou a amiga.
- Ele foi embora sem dizer... Mas ele voltou para provar isso – falou quase que incompreencivelmente, seus lábios tremiam e ela tocava o próprio rosto molhado de lágrimas, deformado pela tristeza do momento. chorava calada, sentada enquanto fazia carinho no rosto da amiga deitada em seu colo, tentando acalmá-la, sem muito sucesso, parecia impossível. Ela também estava incrédula, não podia acreditar que ele tinha feito tal coisa, mas não parecia ser nenhum tipo de brincadeira de mal gosto, era mesmo real.

chegou como uma louca que acabara de fugir do hospício, havia ligado antes do acontecido para que pudessem se encontrar no local. Ela vinha correndo avorossadamente até que alcançou as amigas.

- O QUE HOUVE? – Ela disse desesperada, olhando para as duas sentadas embaixo da grande árvore.
- Está na sua frente...– balbuciou sem mover o olhar. percebeu algo de estranho com a árvore, era o bilhete anônimo, e o mais curioso, as marcas ao longo do tronco, escritas aparentemente com canivete no duro tronco da árvore. As palavras do bilhete diziam o seguinte...

“ Pequena, como havíamos prometido um ao outro, diríamos ‘Eu te amo’ apenas nos momentos mais especiais. Um deles é hoje, dia 23 de Janeiro, um ano de namoro. Mas infelizmente eu não pude estar de corpo e alma ao seu lado para comemorar este dia, eu queria apenas dizer que te amo muito pequena. E como alguns sábios dizem ‘O pra sempre sempre acaba’, então... Eu te amo além do sempre, porque meu amor por você é puro e eterno, meu anjo. Por fim, novamente, eu te amo”.

E na árvore... algumas marcas feitas com dificuldade...

<3 Besides the always”

As três ficaram abraçadas embaixo da árvore. O aroma das plantas parecia estranho, o vento mais frio do que de costume...Fora uma noite difícil.

Marcas recentes, fatos do passado, lembranças lúcidas e vivas na mente de , o parque agora poderia ser o único vestígio de a durar para sempre. Dali nunca mais iriam sair as marcas, por isso tinha sido o melhor presente do garoto após sua ida, lembrando que também foi o único. Mas aquilo bastava, era uma prova de amor para toda a vida, onde não só , mas outras pessoas que puderam viver um pouco da vida do jovem casal, poderiam lembrar o quão grande era o amor de por ela, grande de verdadeiro. nunca iria esquecer dele, foi seu primeiro amor, talvez não o último, mas o único.

The End



N/a: E então, o que achou da fic? :D Pode deixar eu comentário ai hein /o/ contato? seedof.love@hotmail.com pode add, eu não mordo :B ;*

comments powered by Disqus