By: Tatá Flet-cha
Beta reader: Cine
Script por: Leka Judd | Revisão por: Thai Barcella




- De quem foi a idéia de vir para a Romênia, mesmo? - Reclamou , tirando as malas do carro.
- Dos outros dois, óbvio! E justamente dos que não vieram com a gente! - Mencionou , ajudando .
- São idiotas o suficiente para não reservarem passagem... - Comentou o menino.
Os dois entraram em uma velha choupana. A porta estava um pouco emperrada.
- E os gênios se esquecem de reservar hotel para a gente! - Resmungou , deixando as malas em um canto, assim como .
A poeira levantou e espirrou. Olharam em volta e notaram que no quarto havia apenas uma cama de casal.
- Cara, você vai para o chão! - Disse , jogando-se na cama. Estava cansado.
- Antes isso do que dormir do teu lado... - Conformou-se o outro, jogando-se em um sofá rasgado.
A porta fechou sozinha com um estrondo. Os dois levaram um susto.

***


- Romênia, Romênia, estamos na Romêniaaaaa! - Cantarolava , saltitante, enquanto dirigia um carro alugado.
Ao seu lado, uma menina se segurava como podia. Dirigir não era a melhor das habilidades da amiga.
- Eu sei, criança, calma! - Implorou , com medo das manobras da garota.
- Nem acredito que estamos na terrinha do Drácula! - Berrou , batendo palmas, fazendo com que colocasse as mãos no volante.
- , não é porque estamos em um lugar assustador que você tem que fazer desse passeio de carro um pesadelo... - Alegou , apertando o cinto quando a amiga fez uma curva especialmente perigosa. - Sua louca! Eu não pretendo morrer hoje, não! A menos que eu seja mordida por um vampiro gato!
- Vampiros são morcegos, dude! Não gatos! - Afirmou , fazendo uma baliza perfeita, e estacionando o carro na frente de um hotel com aspecto medieval.
suspirou, aliviada. As duas saíram do carro e um garoto pálido foi pegar as malas. O hotel era aterrorizante. Parecia que o chão e as paredes foram corroídos por cupins e o cheiro de mofo era terrível. Um recepcionista, com um sorriso sádico, as levou até o quarto delas.

- Uau! - Exclamou , entrando no aposento. Parecia um quarto saído dos filmes de vampiros.
fechou a porta atrás de si.
- Tudo aqui tem que ser tão medonho? - Indagou , desfazendo as malas.
fez o mesmo.
- Amiga, a gente está na Romênia! Se você quisesse algo que parecesse com um conto de fadas, fosse para a Disney! - Retrucou , maravilhada com o lugar.
tirou alguns DVDs de filmes de Drácula, um pote com sangue de mentira e umas fantasias da mala. parou de desfazer sua mala, intrigada.

- O que é isso, garota? Não é Halloween! - Espantou-se a menina.
riu:
- Ué? Se você vai à Romênia, tem que fazer como os romanos!
- Romenos?
- Você me entendeu! - Bradou .
- Mas eu não vi ninguém vestido de vampiro por aqui! E esses filmes? Para quê? Temos tudo ao vivo, dude! - Argumentou .
- Sei lá... Intuição! Acho que os filmes terão sua utilidade... E, quanto às fantasias, você ainda não entendeu o espírito! - Disse a rapariga, explicando a sua idéia para a amiga.

***


Os dois rapazes estavam tendo uma acalorada conversa sobre as coisas da Romênia.

- Claro que eu teria coragem! - Afirmou , cruzando os braços. - Não tenho medo de um castelinho com lendas idiotas!
- Tem sim, cara! Ninguém em seu juízo perfeito iria até aquele castelo depois de meia noite! - Assegurou .
- Eu vou!
- Duvido!
- Hoje, então?
- Feito!
- Mas você vai comigo!
- Combinado!

***


- Você achou mesmo que eu fosse usar essa fantasia? - Riu .
As duas meninas estavam à frente do castelo. A Lua cheia iluminava todo o local. estava vestida de vampira.
- Então você não vai? - Indagou, frustrada.
- Claro que não! Até porque é assustador! - Argumentou .
- E você prefere ficar aqui sozinha? - Inquiriu , fazendo cara de ponto de interrogação.
- Yep... Quem sabe algum turista não se perde por aqui? - Disse a menina, entre risos.
- Ah, você quem sabe! - Desistiu . - Eu vou assustar os turistas!
- Sabe... Até agora eu não entendi... Por que turistas viriam até aqui à noite?! - Confessou , sentando-se na grama.
- Dude, somos turistas, e cá estamos. - Lembrou-a.
deu os ombros. entrou no castelo, sorrateiramente.
Lá dentro tudo conseguia ser ainda mais assustador. A todo instante olhava para trás com a nítida impressão que alguém a estava seguindo. Subiu os degraus da escada principal e esperou lá em cima. Até a primeira vítima aparecer.

***


- O combinado era você vir aqui comigo! - Impacientou-se , na porta do castelo.
- Então, eu vim! Agora é sua vez de entrar! - Justificou o garoto, olhando para que estava 'autistando' na grama. - E eu imagino que aquela gatinha precise de companhia.
- Mas você disse... - Tentou , mas fora cortado.
- Até, dude! Ou você está com medo? - Provocou , dando as costas para o amigo e seguindo em direção à .
encheu-se de um ar corajoso e entrou no castelo. Estava tudo demasiadamente escuro. Andou um pouco até a beira da escada e ouviu um estrondo. Uma garota vestida de vampira saiu rolando escada abaixo.
levou um susto e em seguida começou a rir.

- Er... Bú? - Tentou , mas estava toda desengonçada. ria escandalosamente. - Sabe, era para você se assustar... E não ter ataques de riso! - Afirmou , levantando-se com a ajuda do rapaz.
- Você não é das vampiras mais convincentes, chuchu! - Alegou , arfante.
se ajeitou.
- E você não é dos turistas mais tontos! - Retrucou ela.
- E isso é bom, não? - Perguntou .
- Depende de que modo você vai usar a sua esperteza, dear... - Provocou ela, dando uma piscadela.
mordeu o lábio.
- Você também é turista, não? - Indagou ele, chegando perto dela e constatando que ela era muito bela.
percebeu o mesmo.
- Yeah, sou.
- A vampira de férias tem nome? - Panteou ele.
- Depende, o turista espertinho e muito sexy tem? - Quis saber a garota.
- .
- . - Apresentou-se, dando um beijo na bochecha do rapaz.
- O que faz aqui? - Interessou-se o menino.
- Assustando turistas. - Contou ela.
- Bom trabalho! - Zombou .
A garota rolou os olhos:
- E você?
- Provando para o meu amigo que eu não sou um covarde. Porque ele preferiu ficar conversando com uma turista perdida lá fora. - Explicou .
- Ih, então ele conheceu a ! - Disse, rindo.
Ouviu-se um barulho de porta fechando, e alguns morcegos voaram.
apertou as mãos de . Os dois coraram.
- O que foi isso? - Sobressaltou-se ela.
- Deve ser o . - Deduziu o menino. - ! PODE SAIR, EU SEI QUE É VOCÊ!
Um silêncio assustador tomou conta do lugar. Podiam ouvir a respiração um do outro.

- Acho que não é esse tal de , não! - Opinou , mordendo o lábio (o que, na opinião de , fora bem sexy).

Um barulho de passos retiniu no salão onde estavam e o lustre começou a balançar, mesmo sem vento algum. Os dois começaram a correr em direção oposta ao barulho. O chão rangia.
- Por que esse chão tem que ranger? - Resmungou , parando perto de uma janela que parecia estar emperrada.
Eles ouviram uma risada sádica. sentiu o estômago revirar.

- O chão ranger é o menor dos problemas... - Opinou ela.
- Como assim? - Retrucou . - Você nunca assistiu filmes de terror, não? O chão range, a música de suspense no fundo, a risada sádica. Daqui a pouco vai aparecer um....
- ! - Berrou abraçando a amiga. estava ao lado dela.
- Você deve ser o , prazer, ! - Cumprimentou a menina.
- , isso não é hora para apresentações! - Opinou .
- Ah, , esse aqui é o ! - Apresentou a menina.
riu.
gabou-se:
- Eu não disse que a risada foi do ?
- , você riu há alguns minutos atrás? - Perguntou .
- Não! Entramos no castelo agora! - Negou . assentiu.
sobressaltou-se:
- Então a porta está aberta?
Os quatro foram em direção à porta. Estava trancada.
- Mas estava aberta ainda agora! - Jurou .
- A gente vai ter que achar outra saída. - Solucionou .
Os três concordaram. Reviraram todo castelo em busca de alguma porta, janela, enfim. Não acharam nada.
era o único que ainda achava estranho o fato de estar fantasiada de vampira.
Eles pararam em um corredor cheio de teias de aranha.

- Não tem saída! A gente vai ter que esperar amanhecer! - Previu , emburrada.
pegou na mão de de novo. A idéia de passar a noite naquele lugar lhe dava arrepios.
- Já que vamos passar a noite aqui, podíamos aproveitar! - Propôs , olhando para e mordendo o lábio. A menina corou. encostou-se em um quadro na parede e uma passagem secreta se abriu atrás dele, fazendo com que ele caísse, e, consequentemente, caísse por cima dele.
- Quando eu disse para aproveitarmos, eu estava brincando! - Zombou .
e coraram.
- Vocês sentiram isso? - Perguntou , parando de rir e apontando para o céu.
- O quê? Deus está olhando? - Debochou .
rolou os olhos.
- Não, sua poia! Vento! - Explicou , entrando na passagem secreta.
- Onde tem vento, tem... - Começou .
- Resfriado! - Completou , despertando de um devaneio.
olhou para ele com um olhar que dizia "vai à merda" e "não te conheço" ao mesmo tempo.
Os quatro entraram na passagem secreta que dava em um quarto que conseguia ser mais empoeirado que o resto do castelo. As aranhas andavam pelo chão, causando arrepios.

- Cadê o vento? - Indagou à .
- Ali! - A menina apontou para uma porta.
Os meninos pegaram uma madeira e tentaram abrir. Sem sucesso.
pediu licença e tirou um grampo do cabelo.
- Queridos, nem tudo se resolve com a força! - Afirmou ela, tentando destrancar a porta com o grampo.
- , você anda assistindo muito os filmes de espião! - Opinou , esperando de braços cruzados.
- Calma, eu vou conseguir! - Indignou-se a menina, mexendo o grampo para cima e para baixo. - No filme do Tom Cruise isso sempre funciona.
Um barulho de correntes arrastando-se começou a ser ouvido no aposento.
- Vamos, ! - Apressou .
O barulho ficou mais alto e pôde avistar uma sombra se aproximando.
- Tem algo vindo para cá! - Anunciou ele.
- Joga aranhas nessa coisa, melancias, o que for, mas deixa eu, primeiro, abrir essa porta! É uma questão de honra! Se eu não conseguir, vou processar Hollywood por propaganda enganosa! -Gritou .
- Menina, o filme é de "ficção científica", a palavra ficção te lembra alguma coisa? - Panteou .
- Deixem de discutir! - Implorou . - Depois vocês se comem lá fora, agora eu quero abrir essa porta.
bufou e girou a maçaneta, abrindo a porta.
- Por que a gente não tentou isso antes? - Resmungou , rolando os olhos.
Os quatro saíram correndo, aos risos. A porta dava, realmente, para fora do castelo. Pararam quando chegaram à estrada. Sentaram-se no meio-fio, arfantes.

- Eu nunca vou esquecer isso! - Jurou , apoiando a cabeça no ombro de .
- Nem eu... - Concordou o menino.
olhou para o casal e riu:
- Cara, podem se beijar, eu sei que vocês estão querendo!
Sem que o menino terminasse de falar, os dois já começaram a se beijar.
olhou para , como se esse olhar significasse um pedido. Os dois também se beijaram.
pausou o beijo.

- Que tal ir lá para o nosso hotel assistir uns filmes de Drácula que eu trouxe?
assentiu. também concordou, fazendo um barulho estranho com a boca, já que não parecia disposto a parar de beijar .
- Eu sabia que aqueles filmes teriam alguma utilidade! - Riu a menina, voltando a beijar o garoto.

***


Na porta do castelo, certo recepcionista, com um sorriso sádico nos lábios, balbuciava:
- Turistas!

Fim!



Nota da Autora: Fic chapada, eu sei disso! Foi escrita no instante em q eu deveria estar estudando pra física! Foi feita em menos de duas horas, mas ficou feliz, não? Então comentem!
Ah... Um thank u para a Cine que betou minha primeira fic postada no ffadd e que vai betar essa ake! \o/

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