Escrita Por: Lu



"Feliz dia dos namorados!"

"Peter você me disse que era uma festa, e eu só estou vendo uma menina sozinha, sentada numa mesa!" disse uma menina acompanhada do tal de Peter ao entrarem de rompante pelo meu escritório.

"Hey! Hey! Hey! Eu normalmente não sento nessa mesa! Eu sento naquela outra lá, e a festa é no andar de cima" respondi um tanto quanto alterada. Decidi continuar trabalhando.

"Oi, cadê a festa?" perguntou um homem, também entrando de rompante no MEU escritório.

"Lá em cima." respondi secamente. Passados alguns minutos, ouvi a porta abrir, nem precisa dizer que foi de rompante né? "Cadê todo mundo?"

"Se enganou de piso, a festa que comemora o dia sem sentido nenhum é lá em cima!" disse sem nem levantar os olhos do meu projeto.

"Já deu para ver que você não é muito fã do dia dos namorados..." me levantei e disse.

“Eu acho que é um, ridículo completamente sem noção, completamente lindo, maravilhoso, feriado!” mudei o meu discurso ao ver o rapaz que tinha entrado. Ele realmente era o que eu acabei de descrever nos últimos dois adjetivos. Ele sorriu e disse. “É eu também acho que é um feriado maravilhoso!”.

“Bem, é a festa é no andar de cima, divirta-se!”.

“Você sabe que para alguém que odeia o dia dos namorados você tem muitos admiradores, ou é isso, ou você está prestes a morrer. Ah, espere... Isso só é engraçado se você não estiver prestes a morrer. Você está prestes a morrer?” perguntou o rapaz ao ver um monte de flores e de caixas de chocolates por todos os lados.

“Hm, acho que não, a não ser que você me mate!” respondi com certo nervosismo. Depois de uns minutos em silêncio, continuei. “Que situação estranha, né?”

“Ah, eu sou o !” ele disse esticando a mão, apertei-a e disse.

!”

“Eu não queria perguntar isso...” interrompi-o, dizendo.

“Eu sei, você quer saber porque é que uma menina bonita está sozinha no dia dos namorados!”.

“Na verdade, eu ia dizer que não é possível que você consiga comer esses chocolates todos, sozinha!”

“Quer um?”

“Aham!” peguei a caixa de chocolates e apontei para ele, para que ele pegasse um, quando ele meteu a mão, recuei a caixa e disse. “Não, esse não, nem esse, nem esse, nem aquele...”

“Você tem noção de que acabou de apontar para um embrulho de papel vazio, né?”

“Mas tem um restinho aí... Ah, está bem, pode pegar!” disse, entregando o chocolate para ele.

“Você, obviamente, não está num clima festivo!” ele respondeu, olhando pro embrulho.

“É só esse dia! É uma espécie de conspiração maléfica, criada pelo pessoal dos cartões, pelo pessoal das flores e o pessoal dos chocolates e dos bombons. Se bem que vou ter que retirar o pessoal dos chocolates e dos bombons da lista porque eles vieram a mando de Deus!”.

“Sabe, eu não acho que o pessoal dos cartões seja assim tão mau também, não...”

“Eles são simplesmente os piores, reduzindo o amor a...” peguei num cartão em cima da mesa e continuei. “... Um cão com um arco e uma flecha na mão, dizendo Eu te amo!”

“Mas esse é só um cartão mal feito, quer dizer, primeiro deviam ter posto o cão dizendo Eu te ladro, certo? E porque é ele quem vai segurar um arco e uma flecha, se não vai dar nenhum uso? Tipo... Você é o alvo do meu amor! ou O seu amor me faz estremecer, talvez esse não, parece ser muito sexual e ficava estranho vindo de um cão!”.

“Que tal botar um cão de um lado e um cara mentiroso e monstruoso do outro lado, e dentro dizendo O seu namorado tem uma cachorra do lado!?”.

“Você sabe, eu poderia apresentar essa sua idéia na reunião de amanhã, mas normalmente os diretores costumam torcer o nariz para cartões que chamem um cão de cachorra e vice-versa!” ri.

“Espere, você está falando sério? Você escreve cartões?”

“Eu prefiro pensar que eles são histórias extremamente curtas.”

“Ah, tá, eu vou tomar cuidado com o que eu vou dizer agora, porque eu não quero te ofender, mas você sabe que o seu trabalho é idiota!”

“Eu estou achando que, pela decoração daqui e pelos rolos de tecido, você trabalha para a UNICEF?”

“Pelo menos eu não ajudo a espalhar o mito de que se você não estiver apaixonado no meio de Fevereiro você tem algum problema.”.

“Ah, tá, e o verdadeiro mito é que você só é mal-educada e azeda no dia 14 de Fevereiro?”

“Wow! Sabe de uma coisa? Chega! Vá para a sua festinha vá, vá!” disse empurrando ele até a porta e a abri com força. Tamanha força que fez com que ela batesse na cara de .

“Ah!” ele gritou.

“Oh! Meu deus! Me desculpe... Aqui, oh...” corri para a minha mesa e peguei um chocolate, corri na direção dele, parei e disse. “Esse aqui não, você não está sangrando...” voltei para a mesa e peguei outro chocolate e entreguei. Alguns minutos depois, estava ele sentado com a cabeça inclinada para trás, com um saco de gelo na cara.

“Ah, ah, isso dói, e esse gelo tem sabor de vodka.”

“Eu peguei ele da mini geladeira da minha assistente.”

“A sua assistente é a Courtney Love?”

“Não, ela não é assim tão normal... Sério, sinto muito, me desculpe!”

“Não faz mal, afinal você não fez por querer, foi um acidente... Quer dizer, você não tem instintos assassinos, não né? É que parece que você fez uma jardinagem psicótica aí.” disse, apontando para um vaso de rosas, com os botões cortados, ou seja, só restavam os caules.

“Isso não é psicótico... Isso é que é!” respondi mostrando um urso de pelúcia sem cabeça.

“Ano difícil, né?”

“Aham!”

“Bem, eu te entendo, eu perdi minha namorada recentemente...”

“Ai, meu deus! Isso é tão... Meus pêsames!”

“É. O processo que ela abriu contra mim saiu semana passada, você acredita que ela queria roubar minha casa...”

“Processo? Mas eu achava que ela tinha morrido!” bati nele com o urso sem cabeça.

“Hey! Calma, tem uma caixa de música dentro dessa coisa! Eu não gosto de dizer que ela abriu um processo contra mim porque parece que eu fiz alguma coisa de errado. Prefiro dizer que ela morreu, assim só posso ser acusado de negligência!”

“Oh, sombrio, gostei...”

“Olhe, eu não sei se são os cubos de gelo que estão falando, mas seria muito doido se a gente se beijasse?”

“No dia de S. Valentim? Podemos fazer isso hoje? Não seria muito clichê?” nos inclinamos para nos beijarmos, quando, de repente, a porta abre, você já sabe, né... De rompante! Um homem entra e pergunta.

“Cadê a festa?”

“No andar de cima!” respondemos os dois ao mesmo tempo.

“Talvez isso tenha sido um sinal!” disse, me afastando.

“De que a gente não deveria se beijar ou de que você precisa arranjar um cadeado para essa porta?”

“Os dois!” respondi rindo. Levantei e disse. “Eu provavelmente deveria voltar à... À UNICEF.”

“Bem, então acho que isso faz com que a gente seja amante das tragédias gregas!” ri.

“Ah, sim, claro, é muito trágico!”

“Bem, tecnicamente, não pode ser trágico se a gente não se beijar!” ele disse, se aproximando.

“Verdade!” respondi e logo senti os lábios quentes dele pressionarem os meus. Senti a língua dele levemente sobre a minha boca, como se estivesse implorando passagem, concedi-a sem esforço. Beijamo-nos com bastante intensidade e paixão. Quando finalmente nos separamos, ele perguntou. “Será que os amantes das tragédias gregas se vêem de novo?”

“Eu realmente não sei, sendo que normalmente um deles morre ou até mesmo os dois...”

“Então acho que a gente vai ter que comer muito bem e olhar para os dois lados antes de atravessar a rua, porque eu realmente quero te ver de novo.”

"Eu também!" respondi enquanto ele andava até a porta, continuei. "Deixa que eu abro."

"Não, pode deixar!" Ele disse com um ar preocupado, rimos.

Fim!


Nota da Autora: A fic tem como base um episódio de Will & Grace, espero que tenham gostado e só mais uma coisinha...dedico essa fic a uma das minha melhores amigas, Ana... Te amo xuxu!!

Outras Fics:
x O Diário da Nossa Paixão
x Uma Vida A Dois Inesperada

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