Getting Into You

#1

“Cara, já é mais de meia noite!” – falou assustado para seus amigos – ‘ Preciso ligar pra minha mãe!!”
“Ah, , pelo amor de Deus!” – falou. – “Liga amanhã. A gente tem um show pra ver agora!”
“Até parece que você não conhece a minha mãe! Preciso ligar pra ela de vez em quando!” – falou. – “Já deve fazer uma semana que não falo com ela”
“Amanhã você faz isso. Já ta tarde mesmo. Ela deve ta dormindo” – falou enquanto ajeitava sua gravata.
“Liga logo pra ela e encontra a gente lá fora, okay?” – perguntou enquanto saía da sala acompanhado por e .
“Ta, já to indo!”– respondeu enquanto via os amigos sumirem na multidão.

pegou seu celular e discou o número de casa.
“Merda! Sem serviço...” – falou jogando o aparelho no sofá. Ele pegou seu casaco, pois fazia muito frio naquele outono de Londres e saiu pela saída dos fundos da casa de shows.
, , e eram os integrantes do McFly. Eles não tocavam em uma casa de shows pequena como aquela fazia anos. Desde que alcançaram o sucesso, só se apresentavam em lugares maiores, onde cabiam todas as suas fãs.
Mas tinha gostado de tocar naquele lugar aquela noite. Ele lembrou de uma época que as coisas eram mais simples. Além disso, a atmosfera daquele lugar parecia mágica. Não havia fãs adolescentes, apaixonadas berrando; muito menos fotógrafos. Todos estavam interessados na música e nada mais. E era isso o importante, certo?

#2

voltava para casa após uma aula extra que tivera na faculdade aquela noite. Já era tarde, mais de meia noite, e ela passava por uma região deserta de Londres. Lá se concentravam os clubes de música independente da cidade. Porém, nada parecia estar acontecendo por lá naquela quinta à noite.

“Ah, não! De novo não!! Não acredito que esqueci de colocar gasolina outra vez!” – berrou para si mesma quando seu carro empacou no meio da rua.
Ela pegou o celular na bolsa e discou o número do guincho, que já sabia de cor, aliás.
“Droga, sem sinal” – ela reclamou enquanto arremessava o telefone no banco de trás.
examinou a rua deserta onde estava. Não viu nenhum posto de gasolina, porém, avistou uma cabine telefônica alguns quarteirões para frente.

#3

abriu a pesada porta de ferro e sentiu o frio cortante em seu rosto. Ele saiu em uma rua escura e deserta onde tudo parecia fechado ou abandonado. Via apenas alguns mendigos do outro lado da rua.
Alguns metros de onde estava, havia uma cabine telefônica.
teve que fazer certa força para abrí-la. A porta estava bem emperrada. Aquela cabine telefônica tipicamente londrina, vermelha e de vidro, parecia estar ali há séculos.
Já mais aquecido lá dentro, discou o telefone de sua mãe.
Apesar de já ter 18 anos, ganhar seu próprio dinheiro e ser totalmente independente, ele ligava freqüentemente para a mãe. Os dois eram muito próximos e podiam passar horas conversando. O problema era a rotina de . Ele mal tinha tempo para ele mesmo. Quando conseguia tempo para ligar, já eram altas horas da madrugada.
O garoto esperou o telefone tocar várias vezes antes de desistir decepcionado. Ela devia ter saído.

#4

estava a um quarteirão de distância do telefone quando viu um garoto loiro e magrelo entrar nela.
ara que ele seja rápido’ – ela pensou.
A garota se sentia muito cansada. Sua faculdade vinha exigindo muito dela ultimamente. Mal dormira aquela semana porque virava as noites estudando.
Ela também não estava nada feliz em ficar andando por aquelas bandas sozinha e tão tarde da noite. Na verdade, estava morrendo de medo e o que mais queria era chegar em sua casa e dormir.
O cara continuava dentro da cabine quando ela chegou e parecia meio decepcionado com alguma coisa.
O único jeito era esperar, mas ela não estava com nenhum pouco de paciência.

#5

“Vai logo, cara!” – uma garota gritou enquanto esmurrava a porta da cabine.
havia a notado já fazia alguns minutos, mas não ia parar de conversar com sua mãe só por causa de uma desconhecida maluca.
“Calma aí!” – ele respondeu – “Não, mamãe, isso não foi para a senhora!” – ele falou no telefone – “Uma louca ta berrando porque quer usar o telefone”

finalmente conseguira achar sua mãe! Ela estava hospedada em um spa em New Castle, e estava irada com o filho por ele não ter dado sinal de vida por mais de uma semana.

#6

não agüentava mais esperar, estava congelando. Ela não estava acostumada com todo aquele frio.
Ela morava em Londres fazia apenas seis meses, desde que começara sua faculdade. nasceu no Brasil e tinha morado lá por toda a sua vida. Por isso, ainda não tinha grande resistência ao clima inglês. O frio era congelante, apesar de ser apenas outono, e aquela garoa gelada também não ajudava em nada.
Ela já havia pedido para o cara se apressar, mas ele continuava lá dentro. Ela estava esperando há mais de quinze minutos e nem tinha mais forças para continuar ali.
começou a socar a porta constantemente, estava totalmente descontrolada por causa do cansaço, o que fazia muito barulho.
“Fica quieta, garota!” – o menino gritou para ela lá de dentro.

#7

já não ouvia mais nada do que sua mãe falava e nem entendia mais o rumo daquela conversa. Aquela menina tinha irritado ele. Além de socar a porta, agora ela também berrava a todo pulmão. Era claramente louca, mas não feia.
Ele tentava responder a sua mãe o que havia jantado naquela noite quando a garota abriu a porta (ele não sabia como, pois ela era meio pequena para ter força de abrir aquela porta emperrada), meteu a cabeça lá dentro e gritou descontrolada:
“Cara, com quem você ta falando?? Deus? Você ta aí faz horas!”
Ele não podia acreditar em como ela era folgada.
“Você não sabe o que é privacidade, não? Eu cheguei aqui primeiro” – respondeu vendo que ela era realmente bonita.
“Eu to congelando lá fora faz exatos 22 minutos!” – ela começou a despejar. – “A última vez que dormi foi há dois dias atrás. Meu carro está sem gasolina e eu só posso voltar para casa quando eu fizer uma ligação de 3 minutos para o guincho!” – estava assustado com ela. Totalmente psicótica. – “E desliga isso!” – ela falou enquanto apertava o botão que finalizava as ligações.
“Você é demente?” – perguntou incrédulo enquanto a garota fechava a porta por onde entrava um vento frio. – “Alô? Alô?” – testava o telefone, mas não tinha resposta. ’Minha mãe vai me matar!’
“Deixa eu usar esse telefone!” – ela falou empurrando bruscamente.
“Não mesmo!” – ele respondeu. Segurou o telefone no alto. A quase anã não o alcançaria.

#8

pulava irritada para tentar pegar o telefone enquanto o loirinho ria dos esforços sem resultado dela.
“Por que você dificulta tanto as coisas?” – ela perguntou já quase desesperada. Ela andava um tanto quanto estressada ultimamente. – “Já até desligaram o telefone!”
“Essa não é a questão” – ele respondeu com ar superior. – “Você não pode ficar atrapalhando a vida das pessoas só porque você esqueceu de abastecer o seu carro!!”
“Você fala isso porque não era você quem estava lá fora com uma comunidade inteira de mendigos olhando pra sua bunda, era?!” – perguntou, enquanto sentia seu auto controle acabar.
O garoto deu uma olhada nela e falou com um sorriso safado:
“Hum... Eu não posso culpá-los!
Agora ela realmente tinha perdido o controle e se viu berrando:
“Seu imbecil! Vai se foder!!! “ – ela pegou o telefone da mão dele e berrou mais uma vez. – “Sai daqui!!!!!”

#9

estava se divertindo enquanto irritava aquela garota. Quando ela pediu para ele sair, viu que aquilo já tinha ido longe demais e que o melhor era ficar longe daquela desregulada. Ele se voltou para a porta, porém não estava conseguindo abri-la. Forçou um pouco mais, mas não adiantou. Tentou de novo...

“Você não vai sair, seu imprestável?” – a garota perguntou com a voz irada.
Ele não sabia como falar aquilo para ela.
“Acho que a porta está emperrada” – ele respondeu enquanto ainda tentava empurrar a porta.
“Você está me zoando, certo?” – ela perguntou com seu inglês americanizado e desespero na voz.
“Antes eu estivesse” – respondeu enquanto a menina tentava abrir a porta, como que se ela tivesse a força que ele não tinha para isso.
Ela começou a chutar a porta violentamente enquanto gritava palavras em um idioma que para parecia espanhol ou então português.
A garota estava quase chorando e claramente tendo um ataque de nervos. Ele se preocupou.

“Hey, calma!” – ele falou enquanto a impedia de chutar a porta. – “A gente já vai sair daqui! – ele segurava os ombros dela e olhava diretamente em seus olhos por onde escorriam grossas lágrimas. – “Meus amigos estão naquele clube” – ele apontou pela porta da onde saíra há alguns minutos atrás – “A gente só precisa ligar para um deles e pedir ajuda!” – falou imaginando que Lars, um dos seguranças da banda, abriria aquela porta num estalar de dedos.

#10

concordou quando o garoto falou que chamaria os amigos. Parecia uma boa idéia. Ele estava sendo legal com ela. Legal demais, na verdade. Afinal, ela tinha se comportado como uma temperamental descontrolada.
Ele estava segurando em seus ombros e ela podia sentir os olhos azuis dele encararem os dela profundamente. Ele passava segurança para ela, e finalmente se acalmava.

“Okay” – ele disse abraçando-a, pois que ainda tremia como se tivesse mal de parkinson – “Respira fundo e relaxa, ta bom?”
Ela concordou com a cabeça e a encostou no ombro dele. Ela não pode deixar de reparar como aquele cara cheirava bem. Uma mistura de roupa limpa e perfume masculino.

#11

abraçou a garota até sentir que ela estava totalmente calma. E ele gostou disso. Ela era louca, obviamente, mas muitos caras gostariam de estar abraçados com ela. O perfume dela também era muito bom. Ele se sentia intoxicado de uma maneira legal! O cabelo dela cheirava como uma mistura de melão e chiclete, na opinião dele. O perfume que vinha de suas roupas e de sua pele também era maravilhoso e ele sentiu borboletas em seu estômago, quando se deu conta que adoraria sentir aqueles perfumes para sempre.
Os dois se soltaram e sorriram um para o outro.
“Eu sou o ” – ele falou timidamente.
“Eu sou a ” – ela falou meio envergonhada – “Prazer em te conhecer!” – a voz dela era calma e meiga. Nada parecida com a da garota que gritava há alguns minutos atrás.
“Prazer em te conhecer também” – ele respondeu sorrindo sinceramente. Enquanto os dois se analisavam.
“Vamos tentar falar com os seus amigos? – Ela perguntou.
Os dois se voltaram para o telefone e discou os números enquanto ela segurava o fone.

“Ta mudo” – falou nervosa.
“O quê?” – achou que tivesse escutado mal. – “Eu devo ter discado errado!” – ele falou com um sorriso nervoso.
“Não” – ela falou séria. – “Não tem linha. A gente ta ferrado” – ela falou enquanto deslizava o corpo pela parede e se sentava no chão.
se sentindo levemente em pânico pegou o telefone e conferiu o que a garota tinha falado. Era verdade. Ele sentiu o desânimo ar conta de seu corpo e se sentou no chão em frente à .
A cabine era pequena e os dois estavam bastante próximos.

#12

Por incrível que pareça, não perdeu o controle dessa vez. Ela encarou os próprios pés por longos minutos e desviava o olhar apenas para encarar . Ele era bonito. Ela já tinha reparado nisso quando esperava por ele do lado de fora da cabine, mas só agora que ela estava realmente pensando no assunto.
Ele tinha o cabelo loiro, com algumas mexas mais escuras do que as outras. Ela reparou que ele devia ter ficado arrumando sua franja por um bom tempo. Ela caía perfeitamente em cima de seus olhos absurdamente azuis.
Ele usava uma calça cinza no mínimo dois números maiores, uma camiseta verde do The Sarting Line e um blazer preto por cima.
Por alguma razão, pensava que já tinha o visto em algum lugar...

#13

“O que a gente faz agora?” – a voz de tirou de uma espécie de transe. Ele pensava exatamente nisso. Não tinha como saírem de lá tão cedo. Só se, por sorte, alguém passasse pela rua; mas ela estava deserta. Ele ficou em silêncio e encarou a garota que estava a sua frente. Ela encarava os próprios pés e agora ele não conseguia mais tirar seus olhos dela.
Ela tinha a pele bem branquinha, o que constratava com seu cabelo escuro e com os olhos com forte maquiagem preta, do jeito que sempre gostara. Os cabelos dela eram longos e lisos e brilhavam de uma maneira mágica.
ainda não tinha chegado a uma conclusão sobre os olhos de , já os tinha visto verde naquela mesma noite, mas agora estavam castanhos claros.
Ela usava uma calça jeans escura. Ele não gostava de jeans, raramente as usava, mas não podia negar que ficassem bons nela. Ela usava uma malha roxa com decote em V e um sobretudo preto. Mas o que mais gostou mesmo foram os sapatos dela. Ela usava all star roxo.
Ela definitivamente não parecia tão maluca.

“Eu não sei” – respondeu sinceramente. – “A gente podia gritar, mas acho que ninguém nos ouviria” – ele falou sorrindo, encarando a rua deserta e escura do lado de fora.
“É, nem os mendigos estão mais ai! “ – ela falou e sorriu. se sentiu feliz e aliviado ao ver ela totalmente calma e até feliz, talvez.
“Acho que eles desistiram de você!” – ele falou arrancando uma risada da garota.
“Eles ficaram com medo de mim!” – ela falou enquanto ainda ria.

#14

Os dois ainda riam um do outro quando algo brilhante veio na cabeça de :
! Como a gente é burro!!” – fez uma cara surpresa – “Você tem celular?”
O rosto do garoto se iluminou. Ele sorria como uma criança. sentiu borboletas em seu estômago ao ver aquele sorriso.
Porém o rosto de se tornou rígido e não sorria mais.
“Deixei o celular lá dentro” – ele falou desanimado.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos. pensava em como tinha se metido naquela situação. Não que ela não estivesse gostando, para ser sincera.
Estava muito frio. A temperatura já tinha caído muito desde que eles entraram lá. Ela sentiu seu corpo inteiro se arrepiar após uma rajada de vento mais forte que entrou pela fresta da porta.
“Ta com frio?” – perguntou e ela concordou com a cabeça. Ele se arrastou até ficar ao lado dela. – “Vai ficar meio apertado” – ele falou com um sorriso encantador – “Mas eu vou te esquentar!”
Ela se sentia mais confortável do que nunca e apenas sorriu para ele em forma de agradecimento. Ele passou seu braço esquerdo por trás do pescoço dela e ela encostou sua cabeça nos ombros do garoto.

#15

Apesar de tudo, estava feliz como não ficava há muito tempo. Ele estava abraçado com uma garota perfeita e não podia evitar sorrir bobamente. Tudo parecia tão certo.
?” – ele a ouviu perguntar.
“Eu!”
“Eu queria me desculpar por antes. Eu estava meio nervosa, para não falar descontrolada e descontei tudo em você”
“Em mim e na porta, né?”
Ela riu envergonhada.
“Ai, que vergonha. Desculpa de novo.”
“Esquece isso, ” – ele falou enquanto olhava para o reflexo dos dois no vidro – “Me conta sobre você, ...”
“Hum... não tem muito o quê contar. Eu tenho 18 anos. Faço faculdade de jornalismo e” – ela fez uma pausa – “ah, não sei. E você?”
“Também tenho 18, eu...” – ele gaguejou – “eu... Hum, trabalho com uns amigos”
“Sério?” – ela perguntou e ele confirmou com a cabeça. – “O que vocês fazem?”
pensou por segundos. Não queria contar para ela sobre sua banda, fama, fãs e etc. Podia assustá-la. Era melhor mentir.
“A gente têm uma loja”
“O que vocês vendem nessa loja?”
Ela estava insistindo.
“Ah, sabe como é, né?”
“Não!” – ela falou sorrindo.
“Coisa de música, sabe? CD, DVD... essas coisas” – ele não estava falando nenhum absurdo, se for pensar bem.
Após alguns segundos de silêncio, perguntou:
“Posso te perguntar uma coisa?”
Ela olhou desconfiada para ele.
“Acho que sim”
“Você tem namorado, ?”
“Não” – ela respondeu sorrindo e sentiu um sorriso se formar em seu rosto também – “E você?”
“Nope! Interessante, não?”
“O que é interessante?”
“Você não estar saindo com ninguém e eu também não, nós estarmos aqui juntos, sabe?” – ele se esforçou o máximo para fazer uma cara inocente.
“Você não perde tempo, em ?”

#16
estava adorando estar nos braços daquele cara lindo. Mas de onde ela o conhecia? Não conseguia se lembrar...
‘Hey’ – ela chamou . – ‘Acho que eu já te vi em algum lugar, sabia!?’
‘Jura?’ - ele respondeu com uma cara estranha.
‘Err’ – fez cara pensativa. – ‘Você vai às festas do pessoal de Cambridge?’
‘Vou sim!’
‘Ta explicado, devo ter te visto em alguma delas’

#17
se sentia mal por ter mentido para , mas sabia que toda a história de popstar mundialmente famoso iria apavorá-la. Aonde ele ia, ele era perseguido por fãs histéricas e paparazzis. Seu rosto estava estampado em outdoors pela cidade e em nove de dez revistas adolescentes pelo país. Isso o fez pensar o quanto era estranho ela não ter saber quem ele era...
‘Você não é daqui, é ?’ ele perguntou. Sabia que ela não era inglesa, obviamente, era bonita demais para ser inglesa, e isso explicaria ela não saber que está trancada com um dos caras mais famosos do país – ‘É canadense? Parece ser...’
‘Não sou mesmo, mas também não sou canadense!’
‘Não?’ – ele fez cara de passado. – ‘ Jurava que era’
Ela fez que não com a cabeça.
‘Tenta adivinhar!’ – ela falou com um sorriso de menina sapeca.
‘Bom... pensando bem, quando você estava tendo ataque...’ – ela riu envergonhada – ‘Você falou algumas coisas em espanhol?’ – ela negou com a cabeça. – ‘Humm... Então deve ser português?’
‘Isso aí!’
‘Que legal!! Então você é portuguesa!’ – ele falou metido, como se tivesse descoberto a América.
‘Você ta lerdo agora, hein ?’
Ele tentou fazer a cara mais triste possível enquanto concluía o obvio:
‘Você só pode ser brasileira então!!’
‘Ah eeee! Finalmente!’ – fez mais cara de coitadinho. – ‘E você é daqui de Londres mesmo, certo!?’
‘É’ – estava meio longe dali – ‘Brasil? Legal... Garotas brasileiras são... é são, você sabe né?
começou a rir da cara dele.

#18
‘Por que você ta rindo de mim? – ele perguntou fingindo indignação.
‘Ficou todo bobo só porque eu falei que era brasileira!’
‘Fiquei nada!!!’ – ela olhou bem nos olhos dele –‘ Ta bem, mas só fiquei um pouquinho bobo.’
começou a rir da cara dele de novo e quando se deu conta, estavam gargalhando e falando besteiras o que os fazia rir mais ainda.
Quando os dois conseguiram se controlar e parar de rir, sentiu seu estômago roncar. Lembrou-se que a última vez que tinha comido fora na hora do almoço.
‘Você tem comida aí, ?’
‘Boa idéia, ’ – ele pegou sua mochila e de lá tirou um pacote de salgadinho e uma garrafa de água.

#19
adorou ver o sorriso dela por causa da comida, parecia uma garotinha.
‘Você sempre anda com comida por aí, ?’ – ela perguntou.
‘não’ – ele respondeu sério – ‘só quando eu fico preso com garotas famintas e meio malucas em cabines telefônicas!’ – ele falou apenas para irritar ela.
Ela o olhou com cara brava e deu um soquinho em seu braço enquanto comia os salgadinhos com tanta vontade quanto se aquela fosse sua última refeição.
Os dois ficaram em silêncio depois que terminaram de comer.
‘Ok’ – ela falou olhando no relógio – ‘agora são 3:30. O que a gente vai fazer?’
O rosto de se iluminou.
‘Hum... Eu acho que tenho uma idéia’
‘O quê?’ – ela perguntou animada.
pegou o queixo dela e aproximou seus rostos. Sua mão deslizou por sua nuca. Podia sentir o calor do corpo dela e suas respirações fortes e compassadas. Nunca tinha sentido um perfume melhor do que aquele.

#20
sentiu o lábio quente dele se encostar carinhosamente no seu. Resolveu se entregar totalmente àquele beijo, ele parecia querer aquilo tanto quanto ela. Deixou a língua dele explorar sua boca enquanto a dela explorava a dele. A mão de deslizava de sua nuca para suas costas, o que lhe causava arrepios.
Quando os dois finalmente se soltaram, sentiu seus lábios quentes e riu ao ver que os de estavam vermelhos. Os dela não deviam estar muito diferentes.
Ele se aproximou novamente e os dois voltaram a se beijar. Agora, mais intensamente. Quando se deu conta, estava no colo de , as mãos dele estavam dentro de sua blusa e as dela no cós da calça dele.
Ela não se importava de estar dentro de uma cabine telefônica (quem mais parecia uma vitrine), não se importava que tinha acabado de conhecer e nem se lembrava de faculdade ou aulas extras. Aquilo estava tão bom.

#21
Se morresse àquela hora, ele morreria feliz. Ele e aquela quase desconhecida estavam em perfeita sintonia, tornando tudo ainda mais perfeito.
Os dois se soltaram, beijou delicadamente sua boca e deslizou para seu lado, apoiando sua cabeça no peito do garoto.
Os dois estavam de mãos dadas. Com a mão livre, acariciava o cabelo da menina. Sentiu a respiração dela calma e regular, ela tinha adormecido. Parecia um anjo enquanto dormia e se sentiu o cara mais feliz do mundo. Fechou os olhos sentindo seu perfume e o calor de seu corpo contra o dele. Seus olhos estavam cada vez mais pesados, mas não queria dormir, queria continuar sentindo a presença dela com toda a atenção possível. Alguns minutos depois, porém, o cansaço venceu e dormiu.

#22
‘Hei!’ ouvia uma voz distante e barulhos persistentes ‘O que vocês estão fazendo aí?’ a voz e os barulhos pareciam mais altos agora.
Ela abriu os olhos e se deparou com muita claridade. Já tinha amanhecido. Se deparou com um policial batendo na cabine e falando com ela. Olhou para o lado e viu um com a franja toda bagunçada. Não pôde deixar de sorrir. Aquilo tinha sido tão perfeito.
Foi necessária a força de e a de mais três policiais para desemperrar a porta, mas finalmente, se viu livre!
A garota se recompôs e foi chamar um táxi. Precisava ir para casa ar um banho quente e uma caneca dupla de café. Olhou para o lado e viu conversando com os policiais, contando como tinha acabado ali. Putz, como ele é bonito.
O táxi chegou quando os policiais estavam indo embora.
Um tímido, com as mãos no bolso e uma mais tímida ainda se encaravam. Os dois aproximaram seus rostos. sentiu o nariz de no seu, ela puxou o garoto pela nuca e os dois se beijaram intensamente. podia jurar que as borboletas em seu estômago estavam se transformando em avestruzes.
‘Eu me diverti, sabia?’ falou quando os dois se separaram meio sem fôlego.
sorriu. Como ele é fofo.
‘Eu também!’
Ela o beijou na bochecha e entrou no táxi, explicando ao motorista como chegar em seu apartamento.

#23
sentia que seu estômago tinha sido arrancado, colocado num freezer, congelado e depois colocado de volta em seu corpo. Era uma sensação horrível e perfeita ao mesmo tempo. Nunca tinha sentido aquilo antes e era tudo por causa dela, ele tinha certeza. Ele viu o táxi começar a andar e viu que alguma coisa estava faltando. Como ele podia ter esquecido?
‘Eiiii! Pára!’ ele gritou e correu alguns metros, onde o táxi tinha parado ‘Eu não mereço seu telefone depois de tudo isso?’ ele perguntou, tentando sorrir o mais inocentemente possível, mas sabia que estava com um sorriso babaca.
A garota sorriu, pegou a mão de e anotou seu número lá. Ele colocou sua cabeça dentro da janela, e a beijou nos lábios. Ele não conseguia ficar longe deles por muito tempo.
Ele assistiu o táxi se afastar e olhou para sua mão com um sorriso abobalhado.

Comentem, por favor! Queria gradecer a Criickz que teve muitaaaa paciência cmg, me ensinou que ‘agente’ são soh os caras do fbi e da cia e ainda deu o título! Obrigada mesmo!!

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