Escrita por: Carla Marques
Betada por: Abby




Era meu último dia oficial em Nova York, e para terminar com estilo, decidi ir para o Lips Karaoke: um “barzinho” em que as pessoas iam para espantar os males. Traduzindo: as pessoas iam para cantar.
Como eu sabia disso? Nada como assistir Lugar (in) comum justamente no dia em que a Didi veio visitar o Lips Karaoke.
O lugar era cheio de drag queens que serviam e também cantavam. No começo, o meu objetivo era ver as pessoas cantando/desafinando, mas isso mudou quando uma das drag queens veio na minha direção.

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Eu estava fazendo o meu “trabalho”. Sim, trabalho com aspas. Esse não é o meu real trabalho, eu faço parte de uma banda inglesa chamada McFLY. Tudo isso aconteceu por causa de uma aposta maldita. Nunca mais vou apostar, eu sempre perco! Mas, voltando ao assunto, eu estava com um vestido, uma peruca, cara que calor! Então, eu estava lá, conversando com minhas/meus “amigas/amigos”- é, eu não sabia se eram realmente homens como eu vestidos de mulher – quando ela entrou. Meu Deus, que gata. Muito gostosa mesmo, eu tinha que catar. Não vestido de drag queen, mas eu tinha. Não foi paixão à primeira vista, eu não acredito nisso, mas ela era toda perfeitinha. Tudo no lugar. Tudo de bom. Como me aproximar? Tentar engatar conversa vestido de mulher mesmo. Aproximei-me dela.

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Ele/ela se aproximou, sentou ao meu lado e sorriu.
- Oi? – perguntei
- Ah sim querida. Tudo bem? – era um homem tentando fazer voz de mulher. Será que ele era gay?
- Tudo sim – sorri por educação e ele/ela se aproximou beijando a minha bochecha
- Não vai cantar?
- Não, obrigada
- Canta querida, quando você vai ter a oportunidade de cantar comigo? – era um drag queen me cantando?
- Ta ok, mas não me responsabilizo se você levar tomatada por minha causa! – ele/ela riu, e que sorriso lindo! Balancei a cabeça afastando os pensamentos porque eu não sabia se ele/ela era gay ou hetero.
- Certo. – ele/ela virou para uma das drags – Marilyn querida, nós vamos cantar! – gritou apontando para mim e para ele/ela
- Ok , qual o seu nome querida? – Marilyn se aproximou
- – sorri
- Que nome lindo! – ela/ele sorriu também
- Obrigada – sorri de novo. Não tinha outra reação

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Aproximei-me e perguntei se ela gostaria de cantar. Quase resistiu, mas no fim, aceitou. Ah, eu descobri o nome dela. Que nome lindo! . O nome lindo como ela. Levantamo-nos e fomos para uma área perto do palco onde iríamos escolher a música. Depois de um tempo pensando e olhando o catálogo que continha as músicas, chegamos à conclusão. Escolhemos uma música que foi trilha sonora de um dos filmes mais populares que a Nicole Kidman fez: Lady Marmalade. Cara, podia ser outra música, mas as drag queens malucas escolheram essa. Hahaha.

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Nós levantamos e fomos até um espaço perto do palco. As drag queens insistiram tanto que acabamos aceitando a escolha delas de nós cantarmos Lady Marmalade, o tema de Moulin Rouge. Aceitei, o que eu podia fazer? Deram-me uma pluma para usar enquanto cantava. Subimos no palco e começamos o “show”. Eu comecei cantando:

He met Marmalade down in old Moulin Rouge
Strutting her stuff on the street
She said, hello, hey Joe
You wanna give it a go, oh
(Ele encontrou Marmalade no velho moulin rouge
Se oferecendo na rua
Ela disse: "hey, olá, joe, Está a fim ?")

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Gichie gichie ya ya da da (hey hey hey)
Gichie gichie ya ya here (hee oh)
Mocca choco la ta ya ya (ooh yeah)
Creole Lady Marmalade (ohh)

Voulez-vous couché avec moi, ce soir (oh oh)
Voulez-vous couché avec moi

Ela começou a se soltar. Traduzindo: ela estava se rebolando e cantando. Gente, eu tinha que me segurar se não aconteceria uma tragédia que não é legal de ser comentada. Eu continuei cantando:

He sat in her boudoir while she freshened up
Boy drank all that magnolia wine
On her black satin sheets
It's where he started to freak, yeah
(Ele sentou no quarto dela enquanto ela se arrumava
Ele bebeu daquele vinho doce
Sobre seus lençóis pretos de cetim
Foi aí que ele começou a delirar)

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Cara, que voz linda dele! Sim, eu descobri, ele era homem e hetero. Sabe por quê? Eu estava rebolando, eu tinha me soltado sabe? E ele não estava agüentando a pressão. Ok, parei. Cantamos juntos:

Gichie gichie ya ya da da (hey hey hey)
Gichie gichie ya ya here (hee oh)
Mocca choco la ta ya ya (ooh yeah)
Creole Lady Marmalade (ohh)

Voulez-vous couché avec moi, ce soir (oh oh)
Voulez-vous couché avec moi

E eu continuava me rebolando. Parecia que eu estava me oferecendo, o que não era verdade, era só a empolgação. Juro que quando minhas amigas souberem vão me chamar de muita coisa não muito legal. Comecei a cantar:

Yeah, yeah, aw
We come through with the money and the garter belts
Let 'em know we 'bout that cake, straight out the gate, uh
We independent women, some mistake us for whores
I'm saying, why spend mine when I can spend yours
Disagree, well that's you and I'm sorry
I'm a keep playing these cats out like Atari
Wear ideal shoes, gettin' love from the dudes
Four bad ass chicks from the Moulin Rouge
Hey sister, soul sister
betta get that dough sisters
We drink wine with the diamonds in the glass
By the case, the meaning of expensive taste
You wanna gichie gichie ya ya (come on)
Mocca choco la ta (what)
Creole Lady Marmalade (One more time now, come on)
(Seguimos com o dinheiro e a cinta-liga
Saibam que é fácil estamos numa boa
Somos mulheres independentes nos confundem com vadias
Digo: "por que gastar o meu se posso gastar o seu?"
Discorda? Bem, é contigo, sinto muito
Vou ficar com os de sempre
Usar sapato alto, transar com judeus
Quatro garotas difíceis no Moulin Rouge
Ei, amigas de raça
Melhor pegar a grana, amigas
Bebemos vinho com diamantes no copo
O sentido desse gosto tão caro
Você quer gichie gichie ya ya (vamos lá)
Cor-de-café chocolate (o que?)
Creole lady marmalade (Vamos lá, mais uma vez)

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A voz dela? Linda! Cara, e ela estava dizendo que iríamos tomar tomatada né? Que louca. Graças a Deus a música estava quase acabando e já era a minha vez:

Hey, hey, hey
Touch of her skin feeling silky smooth, hey
Colour of cafe au lait, alright
Made the savage beast inside
Roar until he cried: More, more, more
(A pele dela é sedosa ao toque
Cor de café-com-leite
A fera selvagem ruge de dentro até ele gritar
"Mais, mais, mais")

Começamos a alternar:

Now he's back home doing nine to five (nine to five)
Living the gray flannel life
But when he turns off the sleep, memories creep,
More, more, more
(Agora ele está em sua casa ás cinco para as nove
Vivendo a sua vidinha medíocre
Mas quando vai dormir as lembranças vêm
Mais, mais, mais)

Gichie gichie ya ya da da (da da da da uh)
Gichie gichie ya ya here (ohh)
Mocca chocolata ya ya (ooh)
Creole Lady Marmalade

Quando acabou ela se aproximou e deu um beijo na minha bochecha. Ui, que lindo. Descemos do palco e fomos para um pequeno backstage que lá havia. Já estava acabando o meu “turno” e eu ia me trocar. Chegando lá, ela ficou se olhando no espelho, observando algumas roupas que lá havia e eu não agüentei. Fui me aproximando, ela me olhava um pouco assustada, percebi que ela estava suando, mas continuei com a aproximação. Quando cheguei a uma distancia perigosa e a beijei, a beijei como nunca fiz com nenhuma garota. Ela deve ter achado estranho, mas o importante é que não apanhei.

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Acabamos de cantar e fomos para um backstage pequeno que havia no lugar. Fiquei observando as coisas inocentemente. Eram roupas muito calorentas. De repente ele foi se aproximando de mim, uma aproximação perigosa. Não demorou muito e me beijou. Não resisti, aquele beijo era apaixonante, e se eu me soltasse era capaz de cair ali mesmo. Depois de um tempo nos separamos e ficamos nos olhando. Ele pegou um papel e anotou algo.

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Terminamos de nos beijar e eu peguei um papelzinho. Ela deve ter achado estranho, eu estava achando estranho! Eu anotei meu telefone e a entreguei.
- Toma aqui, abre só quando sair ok? – falei e ela afirmou com a cabeça.
Dei um beijo de despedida nela e fui para o banheiro do backstage.

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Ele me entregou esse papel e me falou que só deveria abri-lo depois que saísse do barzinho. Falei que ok. O que mais poderia fazer? Ele foi pra algum lugar e eu fui embora. Tinha que arrumar minhas coisas para a viagem. Voltaria para Londres. Tinha esquecido do papel, mas quando cheguei ao hotel e comecei a arrumar a mala, o papel caiu do bolso do meu casaco. Nele havia escrito:


“É... Meu nome é , prazer. Não, eu não sou gay. Claro que não! Eu te beijei! Hahaha, chega de piadinhas. Esse é meu número: (xxx) xxxx-xxxx. Me liga se quiser, eu não te obrigo a nada! Xoxo, .”

É, ele deixou o número dele comigo. Sem saber se eu sou uma assassina em série ou algo do tipo! Mas, esquece. Ei! Eu conheço esse código e é de Londres. Cara, que tudo. Um drag queen que eu conheço num bar, que me beija – e beija muito bem – ainda mora em Londres. A sorte virando para meu lado? O que me resta agora é ter coragem e quando chegar na minha cidade ligar para ele. Bom, o que eu sei é que, esse foi o melhor dia da minha vida. O melhor mesmo.



FIM



Nota da autora: Oi lindinhas! Então, mais uma fic minha no site. Legal não? Essa fic surgiu depois de assistir Lugar (In) Comum na multishow um dia desses, mas a idéia se concretizou só depois. Agora mais exatamente. E foi feita em um dia. Por favor, não fiquem chateadas! O que eu peço pra vocês? Comentem! Beijos: *

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