Se todos fossem iguais a você!
By Betina Cardoso


Capítulo um.


- Nossa, é um desperdício mesmo o ser um gay - disse tomando um gole da sua soda.
- Nem me fala. Ele é muito gostoso. Você já viu aqueles olhos? São de morrer. - entrou na conversa.
- Ah gente, fala sério. É a opção sexual dele. Nós temos que respeitar.
- ... - começou .
- Fica quieta. - finalizou .
- Por quê? - perguntou confusa.
- Porque você sabe muito melhor que a gente que você ama o . E não é desse jeito que você acha que é. - disse agora fazendo tranças no cabelo de .
- Continuando o que a disse. Você não considera o só um amigo. Ele é mais do que isso para você. Não o amigo gay.
- Ai, gente. - As lágrimas começaram a cair no rosto de . - Eu tento lutar contra isso. Mas ele é tão perfeito. Mas tudo que parece perfeito tem que ter um defeito. Eu tenho que aprender que a gente nunca vai dar certo. O é gay e vocês sabem muito bem disso.
- É o que ele diz... - falou bem baixo que nem , muito menos escutaram. E escutar? Ela estava mais entretida com a trança.

- Cara, até quando você vai continuar com isso? - perguntou já com raiva de .
Ele não podia mais continuar com esse joguinho. Quando descobrissem todo mundo ia ficar com muita raiva ou triste. Na opinião de aquilo não era certo. Ainda mais agora que o dia de descobrirem a verdade estava perto.
- Não sei... Mesmo se eu quisesse falar agora não dá. Todo mundo pensa que eu sou gay.
- Cara, mas você não é gay. Eu sei disso e todo mundo que te conhece fora do seu colégio sabe. E agora que todo mundo vai mudar para o seu colégio, como vai ficar?
- Não sei. Você acha que eu não penso nisso todo dia? - passava as mãos enfurecidamente pelos cabelos. - Meu, e a ... - ele falou aflito.
- Agora você pensa nela. Você sempre enganou a menina.
- , você mais que ninguém sabe que eu gosto dela. E gosto de verdade.
- Então por que você não vai lá e conta para ela?
- Eu não posso. - ele disse indo embora da casa de .
- , você foge dos seus problemas. - disse mas já estava longe.


Capítulo dois:


- Alô. - disse fazendo sua voz meio-a-meio, meio macho, meio gay.
- Oi, . É a .
- Ah... Er, oi, Baranga.
- Eu já disse que você atende o telefone estranho?
- Já sim.
- Então desculpa, quer vir aqui em casa?
- Ok.
- Tchau, beijos.
- Tchau.

Ia começar a tortura de novo. Era assim desde que descobriu que estava apaixonado por de verdade. E toda vez que a via a vontade de contar a verdade era grande. Mas ele tinha medo. Às vezes se considerava um covarde por não contar a verdade para a sua amiga. Acima de tudo era a melhor amiga dele, e como amigos ela iria compreender. Ah, claro que não.
Ele se fingiu de gay para ela por seis meses e agora diz: "Oi, , eu sou hétero e estou apaixonado por você." Não dava, ele não ia magoá-la daquele jeito.
Claro se ele chegasse no primeiro dia de aula do segundo semestre com os amigos que faziam parte de sua banda ela ia achar estranho. O mais engraçado era que as pessoas que o conheciam ele como homossexual eram a , , e . O resto só achava um pouco estranho ele só andar com elas. Claro que ele já havia ficado com algumas garotas do colégio, ele era um homem bonito acima de tudo, mas ele fez com que elas não descobrissem.
A pergunta era: Por quê? Por que se fingir de gay? Simples. , , e eram as quatro garotas mais bonitas e desejadas da escola. E como qualquer garota, seu desejo era ter um amigo gay. Vai, muitas garotas queriam ter um amigo gay. se viu na situação de ter que se aproximar de . Ele nunca tinha visto imagem mais bonita em toda a sua vida. Diziam que Afrodite era bonita porque não conheciam .
Como ele poderia se aproximar? Como? Mas como?
Essa foi a melhor idéia que veio em sua cabeça. Claro que no plano inicial tinha a idéia de que na primeira festa de garotas que ele fosse convidado ficar com ela. Mas com o tempo ele viu que não era assim. Que ele nunca ia querer magoá-la com isso. E a cada mês que passava daquele semestre ia ficando mais difícil, pois uma hora a mentira ia ser descoberta.
E ela foi.

/flashback\

Domingo era o dia que intitulava de "o dia da diversão" e todo domingo ia para um lugar diferente se divertir. Claro que na segunda chegava na escola morta e dormia as três primeiras aulas. Nesse domingo ela ia para um pub com Pete, um garoto do 3° ano que ela considerava bonitinho.
- Quando vamos entrar? - já perguntava impaciente. Odiava ficar esperando. Ainda mais quando era para Pete ficar contando como era seu novo carro para os seus amigos.
- Espera um pouco, gatinha. - simplesmente odiava ser chamada de "gatinha". Na opnião dela era um adjetivo rebaixador.
- Tô indo. Me encontra lá dentro. - e entrou no lugar. O que ia fazer lá sozinha? ficou olhando para os lados. Não viu nada demais.
- Sede... - disse ela indo ate o balcão e pedindo uma bebida. Ela ia dar o primeiro gole quando olhou para o seu lado e viu uma cena no mínimo chocante. Ela não acreditava no que via. Desacreditava tanto que derrubou o copo.
Quando ela derrubou o copo, , que estava se pegando com uma ruiva peituda olhou para ela, que saiu correndo. saiu correndo atrás dela. Depois de algum tempo ele a encontrou fora da boate sentada na calçada. Se sentou ao seu lado, que olhou para o lado e perguntou:
- Por quê? Só me responde isso.
explicou toda a história, até que havia se apaixonado por . Se apaixonado de verdade não atração física. A parte que mais demorou para ele explicar foi que ele não era bissexual e sim hétero mesmo.
- , você tem que contar a verdade para elas. Senão eu mesma conto. - disse saindo de lá.
- Mas ! - gritou com a sua voz natural.
- Quê?
- Me dá um tempo.
- Um mês, no máximo.
- Ok.

\flashback/


Capítulo três:


- Oi, Jimmy. - disse dando um beijo no rosto do amigo.
- Oi, . - disse entrando. Já estava desconfortável.
Fazia mais ou menos 1 mês que havia descobrido toda a verdade. E as palavras de ecoavam pela sua cabeça:" Se você não contar a verdade eu conto para elas, . Só um mês."
- Oi, tia. - ele disse cumprimentando a mãe de .
- Oi, .- respondeu ela que estava assistindo TV.
- Vamos lá pra cima, Jimmy. - disse puxando ele para a escada.

- A tá aqui? - perguntou .
- Tá não. Ela, a e a saíram daqui faz um tempo. A gente tava conversando e comendo para virarmos umas baleias. - disse rindo. - Só não te chamei porque você disse que tinha compromisso. Já tô avisando para você não rodar a baiana comigo.
- Hum, você nunca vai virar baleia. E se virar vai ser a baleia mais linda que eu já vi. - disse.
Ele não podia ter dito aquilo. achou muito estranho.
- Tá dócil hoje, Jimmy? - ela disse ligando o computador. Já estavam no quarto.
estava desconfortável de estar ali sozinho com . Fazia alguns meses que os dois não ficavam sozinhos. Só e .
- Hum... Ai, , daqui a pouco é o baile de primavera. - ela disse colocando a cabeça no colo dele, que estava sentado na cama ouvindo o que ela falava.
- Mas, , o baile ainda vai demorar.
- Mas eu nem tenho pretendentes.
- Você fala como se fosse difícil arranjar pretendentes para você.
- Claro que é! Eu não quero ir com qualquer um, né?
- Imagino que não.
- Nossa, Jimmy, você tá estranho hoje.
- Não é nada.
- Claro que é alguma coisa. - ela disse agora se sentando do lado dele e passando os seus dedos pelas macias bochechas de .
- Não é nada, eu já disse, . - ele disse se levantando e saindo do quarto da garota. - Eu tô indo...
- Como assim indo? , volta aqui! - ela disse correndo atrás dele que já havia saído da casa dela.


Capítulo quatro:

- ... - disse sentando do lado dele. Estavam em um banco no parque próximo a sua casa. - Fala o que tá acontecendo. - Ela disse pegando no queixo dele e levantando - Oh meu deus, Jimmy. Você tá chorando! - ela disse abrindo sua bolsa que nunca deixava de levar e pegando lenços de papel para limpar o rosto dele.
A cabeça de estava confusa. Ele tinha que contar para ela a verdade. Cada palavra que havia falado fazia um mês dizia para ele contar. Se ele não contasse além de mentiroso o acharia fraco. Então ele fez algo que sempre quis.
Tirou as mãos que , estavam sobre seu rosto e colocou uma mão na cintura da garota e outra no seu rosto e foi se aproximando. não entendia o que estava acontecendo, estava confusa. Mas deixou acontecer. estava o mais perto possível, aquela era a hora. encostou os seus lábios nos de suavemente.
Ela estava estática. Sem movimentos. procurava a língua de e ela percebeu que não era um simples beijo. Que não era só um selinho e se entregou ao beijo.
e se beijavam com paixão, como sempre quiseram. E se beijaram até voltar à realidade e perceber que estava beijando James, o seu amigo gay. Como que aquilo poderia estar acontecendo?
- O que fo-foi isso? - perguntou .
- , eu amo você. - disse James ,simplesmente.
- Como assim você me ama? Eu também te amo, . Mas mesmo assim eu nunca te beijei de língua, meu filho.
- Eu não sou gay. - disse ele baixinho.
- AHN?
- Eu não sou gay. - ele disse um pouco mais alto para a própria ouvir.
- , me explica isso direito. estava aflita.
- Eu fingi esse tempo todo. A descobriu a verdade e ia te contar. Mas , eu nunca quis te magoar. Esse tempo que eu fiquei com você só me fez ver como você é uma pessoa maravilhosa e como eu te amo e quero ficar com você para sempre.
- Isso é demais para a minha cabeça. - ela estava chorando. - , como você pode me enganar assim? E ainda dizer que me ama? , você não presta. - ela disse dando um tapa no rosto do amigo, que levou a mão ao rosto. - Você me usou, e me usou da pior maneira. Fingindo ser alguém que não era.E não só me usou, como usou todas as minhas amigas! Agora entendo a arrogância de quando falava de você. - disse andando em círculos. - , some da minha vida! - ela disse, atravessando a rua ainda com lágrimas nos olhos.
Ele não recuou e ficou lá sentado chorando também, pensando em como podia ser melhor se não tivesse inventado toda essa história.

FIM.

fic de presente para renata e tamy

N/A: tomara que tenham gostado.
Qualquer crítica podem colocar no mural.
Ah, eu achei essa fic uma merda mas mandei porque o SOD tem pouca fic.
Essa fic foi de presente para as duas damas que eu amo: Tamy e Renata; uma WILLIAMS e outra HALL *-* amo vocês, moças.
Continuando, eu pensei em fazer uma continuação dessa fic. Mas só irei fazer se a aceitação do público *fala bonito* for grande.
Explicação: nada contra gays. Isso NUNCA aconteceu na minha vida. Eu pensei em fazer uma história assim quando me contaram uma parecida {mas não tinha a parte dele estar apaixonado por ela e tals} tudo esclarecido? Obg.
Veijos e olhem para os lados quando forem atravessar a rua
Betina

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