She Cares?




E então eu arrumei... arrumei tudo! Qualquer um que visse iria me zoar, eu não sou assim sabe, sou mais do tipo que deixa tudo rolar, mas com ela não era assim, eu queria que com ela fosse tudo perfeito. No centro da mesa estavam as velas, ao lado dos dois guardanapos estavam os talheres e os dois pratos.... eu definitivamente não era bom na cozinha, nunca havia feito comida alguma, minha mãe costumava fazer para mim quando morava com ela, e depois de ir morar com os dudes comia sempre as coisas que , ou de qualquer um dos caras, fizessem. Eu, , jamais cozinhava!
O telefone tocou de repente e eu deixei de admirar a mesa, passei os olhos pela tigela de brócolis uma ultima vez - eu mesmo tinha feito, sabia que como boa vegetariana ela gostava de uma boa salada.- e tirei o fone sem fio da base.

- Alô? - escutei a voz dela dizer daquele jeito descontraído e seguro de si que só ela tinha.
- !- disse animado, parecendo um garotinho de 10anos de tão nervoso. era assim, tinha esse poder sobre mim, me deixava sempre nervoso! Não sou assim, geralmente sou bem seguro com as garotas, se é que me entendem... mas eu disse com as "garotas" e não com " "!
- Eu mesma! Por que? Esperando outra além de mim? - brincou e eu pensei escutar algumas vozes ao fundo. Estranhei.
- Não, não. Por hoje é só você mesmo! - ri tentando parecer normal- Mas então, estou te espe...
- Pois é exatamente por isso que estou ligando! Eu sei que você está me esperando e tudo o mais, mas sabe o que é? Não vai dar pra eu ir! - a voz dela disse com tal simplicidade que pareceu mais descaso que outra coisa.
Eu não consegui pensar numa resposta, estava ainda ao lado da mesa que prepara com todo o cuidado para a ocasião quando fui apunhalado com tal notícia.
- ? - chamou do outro lado da linha. Ela e essa mania de chamar as pessoas pelo sobrenome!
- Ahn, por que não vai poder vir, ? - consegui perguntar tentando não mostrar na minha voz o quão decepcionado estava.
- Ahn...Porque preciso ajudar uma amiga minha que tem...diz "problemas femininos"!...ahn...- eu escutei claramente uma segunda voz dizer ao lado de e a voz dela tremeu um pouco enquanto, eu tive certeza, se segurava para não rir - ...ajudar uma amiga que terminou com o namorado! Bom, é isso! - ela se apressou - Marcamos depois, Judd! Beijos!
Eu nem sequer tive tempo de falar tchau, quando dei por mim já estava sozinho na linha. Sai de perto da mesa, não antes de apagar as velas, com raiva e me joguei no sofá decepcionado. Raivoso e decepcionado! Sim, os dois ao mesmo tempo, porque eu tinha me dado o trabalho de fazer um jantar, que agora eu começava a pensar que ela iria achar ridiculamente romântico, e ainda o trabalho de ter esperanças que finalmente iria me dar uma chance e ela simplesmente me dava o bolo! Eu deveria ter previsto, deveria mesmo... Ela me ligando com toda a naturalidade do mundo e me dispensando com uma desculpa qualquer enquanto se segurava para não rir da minha cara de idiota! Idiota mesmo, porque eu deveria, mais uma vez, ter previsto desde o começo que ela pouco se importava se a desculpa que tinha me dado era esfarrapada ou não, ou se eu tinha preparado a porra de um jantar para nós! No mínimo marcara esse encontro porque até então, quando estávamos conversando na hora do almoço na escola dois dias atrás, não tinha nada mais divertido para fazer numa sexta à noite... Mas eu, burro, cego por todo aquele jeito... boca... corpo... pouco deveria me lembrar do meu próprio nome naquele dia!
Afundei-me no sofá segurando uma garrafa de cerveja que deixara ali perto e bebi um pouco tentando afastar de minha cabeça...Inútil! Difícil esquecer ! Ela é meu fetiche sabe, desde que chegou do Brasil e entrou na escola com apenas 13 anos ela se tornou "A" garota dos sonhos de todos! E não estou exagerando, os outros caras da escola iriam confirmar, inclusive , e !
Horas se passaram e eu, após terminar a noite afundando no sofá com três garrafas de cervejas vazias ao meu lado enquanto via um programa na TV, dormi, ali mesmo.


(...***...)

- Porra! Eu sabia dude!
- Cadê ele?... Olha aí! Nem tiro a mesa!
- Aí ó, ele tá aqui! ! ! - escutei as vozes de , e , respectivamente, falarem ao longe e logo tive meu ombro sacudido por uma mão. Abri os olhos devagar e os três estavam na minha frente me encarando.
- Deixe me adivinhar! - foi logo dizendo, levantando o indicador pro teto. - Ela não veio não é?
Eu me endireitei no sofá e vi olhar as garrafas de cerveja vazias ao meu lado enquanto me lembrava qual era o motivo delas estarem ali.
- Não - respondi com a imagem de surgindo na minha cabeça. Olhei para o relógio ao lado da televisão: 03h46min am.
- É claro que não! - falou em tom óbvio - Ela estava lá no 'Freak Out' com as amigas!
- 'Tava mesmo. E com um vestidinho caro amigo... Precisava ver só! - soltou um assobio ao mesmo tempo em que dava um soquinho no meu peito.
- A estava lá? - perguntei não me surpreendendo nem um pouco com o fato dela ter me trocado por uma noitada no pub com as amigas. Era típico dela...
- Estava! Pensamos em vir para casa te buscar para você ver com os próprio olhos, mas achamos...bom... - deu um sorriso ladino - ...não conseguimos sair de lá, estávamos com campainha!
- E nos divertindo muito vendo dançar! - acrescentou , confessando. riu. Eu não.
- Vou tirar a mesa - eu disse me levantando do sofá e sentindo uma tontura, mínima, por causa da cevada. O resto da madruga passou sem muitos acontecimentos importantes. Fiquei realmente me achando um idiota completo pelo ocorrido naquela noite, porém não me culpava por nada, afinal, no dia que um garoto tiver plena certeza do que vai fazer eu dou um chute no meu próprio saco!


Sábado chegou e eu estava combinado com os dudes sobre o show da banda que íamos fazer no domingo - o McFLY parecia finalmente estar mesmo conseguindo um espaço, pelo menos era o que dizia o Fletch - quando meu celular tocou, era a Ashley me convidado para sair... Essa sim eu sabia bem o que queria, o que esperar! Aceitei! Afinal, ela beijava bem. Combinei de buscá-la e irmos comer alguma coisa num pub que a galera freqüentava.

- Oi ! - me cumprimentou Ashley jogando os braços no meu pescoço num abraço apertado assim que a peguei em frente a sua casa no horário combinado.
- Hei, Ashley.. você está linda! - comentei enquanto ela fechava a porta do carro e eu deva partida em direção ao pub. Ashley usava uma saia preta e uma blusinha rosa com um casaco branco por cima...Por algum motivo me lembrei de Britney Spears!
- Obrigada, lindo!

Em breves minutos nós já estávamos entrando no pub e tomando lugares em uma mesa mais para o meio do lugar, que, diga-se de passagem, estava lotado naquele noite de sábado.
- E então? Como vai a banda? - perguntou Ashley sorrindo enquanto esperávamos nossas bebidas chegar.
- Vai indo... temos ensaiado bastante e andamos escrevendo varias músicas - eu respondi me sentindo esperançoso com relação ao futuro possível CD do McFLY. - Ah, e vamos fazer um show amanhã no "Generation".
- Uau! No Generation?! Isso é ótimo ! Já tocaram muitas bandas famosas lá!
- É, eu sei! E isso me deixa um tanto nervoso - confessei desviando o olhar para as outras mesas.
-Vocês tocam muito bem, não tem com que se preocupar! - incentivou Ashley e eu sorri para ela agradecendo o apoio.
- Espero que sim...
- Não vai me convidar pra ver? - perguntou Ashley fazendo dengo com um biquinho infantil. Achei meio bobo, mas ri.
- Está convidada! Afinal, garotas bonitas são sempre bem vindas nesses eventos! - dei um sorriso maroto. Ashley corou de leve e assim que fez menção de dizer alguma coisa nossas atenções e de todo o bar foram voltadas para uma mesa em especial, no canto do lugar, onde uma explosão de risadas acontecia num grupo de garotas.

- Repete isso! Você disse o que? - perguntou uma garota loira de cabelos curtos que eu achei conhecer.
- Que eu tinha marcado um jantar com outro garoto! Ora, não vejo qual é a graça nisso! Eu tinha mesmo! - eu vi afirmar ninguém mais, ninguém menos que . Sim, era ela, sentada em uma mesa mais adiante com suas fies puxa sacos da escola. Reconhecia agora a loirinha que falara antes, era Jenny Leery. Ashley, que também observava a mesa das garotas, bufou ao meu lado e disse:
- Ridículas essas aí! Vou ao banheiro, , volto já.
- Ok- foi o que saiu da minha boca enquanto Ashley saia da mesa e eu voltava a prestar atenção em e suas amigas. Era incrível como ela conseguia me fazer ficar com os olhos presos nela, como eu estava agora. Não importava se estava num canto escuro e meio escondido num pub lotado ou se estava sozinha no refeitório da escola, eu sempre acabava com o olhar preso nela.

- Ah tá bom! Então se você tinha um jantar marcado para ontem à noite por que a srta saiu com agente e não foi no tal jantar? - vi Jenny perguntando duvidosa. Jantar? Ontem à noite? Liguei um mais um e arregalei meus olhos ao perceber que era do meu jantar idiota e do "bolo" que tinha levado de que elas estavam falando. Procurei um buraco no chão para enterrar minha cabeça, mas tive que me conter em me afundar na cadeira e tentar chamar menos atenção possível.
- Por que... ahn... sei lá, me deu uma coisa estranha e eu num quis ir jantar com o ! - ouvi a voz da sair meio nervosa. Estranhei. Ela não era do tipo de demonstrar nervosismo... Alias, não era do tipo de demonstrar nenhum tipo de sentimento!
- ?! ?! Aquele maluquinho que anda com uns garotos estranhos e é de uma banda? - perguntou uma voz que eu não reconheci e vi depois que era , a aparente melhor amiga de . Digo "aparente melhor amiga" porque não tenho certeza se ela possuía amigas de verdade. A maioria das garotas da escola pareciam apenas querer puxar o saco dela, e as que não faziam isso, a odiavam profundamente... As que odiavam na maioria das vezes eram as lideres de torcida e suas comparsas como a Ashley! Inveja, claro!
- Ele é de uma banda? - surpreendeu-se antes de dizer com aquela naturalidade só dela - Não sabia!
Senti um aperto no estomago com tamanha indiferença e falta de interesse na minha pessoa. Será que ela ao menos sabia que "eu era eu"?
- Ele é um loser! - disseram e espiei como quem não quer nada para a mesa. Todas elas riram enquanto me faziam sentir como um grande "loser" mesmo. , porém fora mais discreta nesse gesto (o que me fez sentir um pouco melhor), poderia dizer até que parecia meio sem graça, mas se tratando de , era delírio dizer que por algum motivo ligado a minha pessoa ela ficaria sem graça.
- Loser loser loser! - cantarolou , outra amiga, fazendo um "L" com o dedão e o indicador levando a testa. novamente deu aquele sorrisinho chocho, não parecia estar se divertindo tanto quanto as outras em me zoar.
- Pelo menos ele é hot! E digo mais! Sabem o que dizem de garotos que tocam ? - perguntou com ar entendido e todas, inclusive eu, lançaram olhares curiosos para ela.
- Não. - responderam em coro e eu apurei meus ouvidos realmente interessado na resposta.
- Que eles são realmente habilidosos com as mãos! - a vi responder com um sorriso depravado. Todas as garotas que estavam com ela de repete pareceram espantadas e ao mesmo tempo admiradas com tal comentário. sorriu entendida e eu não pude evitar rir sozinho e satisfeito no meu canto.
- Rindo do que ? - perguntou Ashley voltando à mesa e só ai me fazendo tirar a atenção da mesa mais a frente. As bebidas e nossa pizza já estavam servidas e eu sequer havia notado que o garçom as trouxera.
- Do e sua fixação pelos próprios mamilos! - respondi a primeira coisa que veio na cabeça [NA: Soh tem graça com Dannyboy! Hauhaa]. Ashley fez uma cara de "que nojo" e eu ri mais ainda. De repente me sentia mais feliz... Então era isso? achava que eu era "habilidoso com as mãos"? Hum, bom saber... se ela um dia se lembrar que me deve um encontro e realmente aparecer eu com certeza não terei problemas nenhum em demonstrar tal destreza... Ri de novo, dessa vez com pensamentos pervertidos na cabeça.
- Que foi agora? Vai me dizer que está rindo do e sua fixação pelos dedos do pé?
- Não, dessa vez é do e sua fixação pelas bonecas infláveis!
Dessa vez ri do meu comentário mesmo, Ashley fez o mesmo.


(...)

- Vão querer mais alguma coisa? Sobremesa? - perguntou o garoto espinhoso do pub um tempo depois com o bloquinho de papel na mão, mas totalmente distraído com outra coisa.
- Eu não quero nada!- respondeu Ashley enquanto eu olhava para onde o garoto estava olhando e via todas as amigas de se levantarem da mesa e se dirigirem para a saída. Não encontrei , talvez já tivesse ido.
- Estou de dieta! - continuou Ash e nós, eu e o garoto, ainda tínhamos a atenção longe dali.
- Eu, ao contrario, vou querer um sorvete de chocolate. - respondeu alguém atrás de mim. Conhecia aquela voz... aquele jeito de falar inocente e mal intencionado ao mesmo tempo...
- E com muuuuuuuita calda de chocolate! - vi mordeu o lábio inferior e eu senti os cabelos da minha nuca se arrepiarem involuntariamente enquanto o chão parecia sumir debaixo dos meus pés.
- Ah-ah-ah-ah-ah - o garoto espinhoso gaguejou nervosamente e soltou uma gargalhada divertida fazendo o garçom corar e sair andando depressa para longe.
- Hei !
- Oi !
Senti de repente um calor me subir por todo o corpo. Ela sorriu pra mim, apenas sorriu e eu tive certeza que nem sequer lembrava-se que eu era o cara que ela tinha dado o bolo no dia anterior. Ash me olhava feio, enciumada.
- Por que não foi embora com suas amiguinhas ? - perguntou Ashley afetada, olhando de cima a baixo. Aproveitei a oportunidade e fiz o mesmo... ao contrario da Ashley, as roupas dela não me lembravam Britney Spears, ela tinha estilo!
- Preciso do ! - respondeu com simplicidade, dando um sorrisinho. Deixei de olhá-la e franzi levemente a testa... Como é que é? Ela precisava de mim?
- O quê?! Pra que você precisa do ?
- Uuuuh, nem te conto! - ela riu me olhando e dando uma piscadela. Ninguém respondeu nada. Eu até tentei emitir um som com a boca, mas não consegui.
- Foi uma brincadeira ok? - disse visivelmente vendo que a minha feição de espanto era a mesma de Ashley. - Não sabia que vocês levam as coisas tão a sério assim - ela riu. Reaja ! Vira homem! Ok, hora de inverter o jogo... eu não sou assim! Que porra essa garota acha que está fazendo comigo?
- Então, precisando de mim pra que mesmo? - perguntei desviando o olhar dela com muito custo e me virando para Ashley- Porque se não vê estou no meio de algo aqui e você está interrompendo.
não pareceu se afetar, apenas levantou as sobrancelhas finas. Ok, talvez tenha a afetada um pouco, afinal quem seria louco de falar assim com ela? É, eu estava momentaneamente louco talvez, mas o fato dela ter me dado o bolo no dia anterior e o modo como agia me irritou um pouco. Ah e claro! Havia meu orgulho! Ainda não falei do meu orgulho, não é? Bom, resumindo, eu sou muito, muito mesmo, orgulhoso!
- Ok, já entendi, afinal tive minha chance ontem né. - respondeu com a voz levemente afetada, mas ainda com toda sua postura. AHÁ! Então ela se lembrava que tinha um encontro comigo na noite passada? Lembrava sim! Lembrava, e mesmo assim vinha falar comigo como se não tivesse me dado bolo algum!
- Pois é, mas preferiu inventar uma desculpa qualquer e sair com suas amigas. - retruquei tomando um gole da minha cerveja. Louco! Louco! Louco! Eu estava ficando louco! Só podia...
- , e linguarudos! - deduziu revirando os olhos e dando um risinho - Não conseguiram ficar calados não é? Aposto que chegaram em casa e foram logo dizendo: "A estava no Freak Out com as amigas"
Exatamente! Era isso mesmo que eles haviam dito, mas eu não iria dar esse gostinho para .
- 'Pera aí! Vocês tinham um encontro ontem? - intrometeu-se Ash mais perdida que não sei o que. e eu não respondemos, sequer a escutamos, estávamos mais preocupados um com o outro que até tínhamos esquecido que Ashley estava ali.
- Não, eles nem mencionaram você ontem à noite! - menti na cara dura olhando para - Eu sei que você estava lá porque todos já estão sabendo do que você fez ontem com aqueles caras.
ficou momentaneamente séria e me olhou no fundo dos olhos...Peguei ela sem querer, parecia mesmo que tinha feito alguma coisa com alguns caras ontem!
- Como você sabe? Não fiz nada!- ela disse calmamente, ainda me encarando.
- Foi uma brincadeira ok? Não sabia que você levava as coisas tão a sério assim - disse rindo vitorioso. Isso ! Agora você está sendo você!
- Foi justo - foi o que ela disse se virando para ir embora. Senti-me meio culpado, não totalmente, meio só, afinal nunca fui de ser pisado por nenhuma garota... mesmo que ela fosse meu fetiche! Mesmo que ela fosse .
- Onde estávamos? - perguntei me virando para Ashley, que parecia bastante incomodada, e ignorando, com muito custo, que agora desviava do caminho da porta de saída para o balcão onde o garoto espinhoso estava e falava alguma coisa com ele, que parecia, como todos os outros caras que a viam, abobado. A olhei pelo canto do olho, vendo como era irritantemente perfeita até de costas e tive uma imensa vontade de pedir que voltasse, mas me controlei bravamente.
- Você estava me convidado para ir até sua casa amanha depois do show - informou-me Ashley sorrindo enquanto enrolava uma mexa do seu cabelo. Eu sorri marotamente para ela.


Uns vinte minutos depois o celular de Ashley tocou e ela me disse que precisava ir embora correndo por causa do seu pai. Não me explicou nada, apenas me deu um selinho nos lábios, me pediu desculpas e saiu correndo para pegar um táxi para algum lugar que disse que eu não a poderia levar. Dei de ombros e fui pagar a conta... 108 libras! Que porra era essa?! Não havíamos comido o lugar todo! Desde quando esse pub havia virado tão caro?...Bom, não tive o que fazer, paguei me vendo ficar sem dinheiro por todo um mês e sai do lugar.
- 17...não, 190 libras! Acertei?
- Ahn?! - exclamei pela segunda vez naquela noite sendo surpreendido por ela. estava com o sorvete de chocolate na mão, sentada num banquinho do lado de fora do pub me esperando. Me esperando?
- Acertei ou não? - voltou a perguntar ela se levantando e vindo na minha direção. - A conta deu 190 libras?
Franzi a testa...
- 108. Passou longe! - respondei a olhando.
- 108? , o que vocês comeram? Você deveria alimentar melhor sua namoradinha! - brincou rindo - A propósito, obrigada pela torta de morango, pelos cinco copos de vodka, pelo suco...e, ah, obrigada por pagar meu jantar todo.
Ela sorriu como uma menina de oito anos que acabara de aprontar e me deu um beijinho estalado na bochecha, me fazendo sentir os lábios quentes e macios dela na minha pele gelada pelo frio. Eu sorri levemente.
- Quer dizer então que eu paguei também o seu jantar? - eu perguntei não podendo evitar rir. Ela era boa em me enrolar... tenho que admitir! Muito boa!
- Aham! Achei que fosse o certo, você estava me devendo um jantar mesmo - ela respondeu dando uma lambida em seu sorvete. - Ficou bravo comigo?
- Não - respondi sincero. - Mas foi bem atrevido da sua parte!
- Talvez, mas estava com raiva de você, tinha que me vingar! Sorvete? - ofereceu sorrindo. Fiz que não com a cabeça e anotei mentalmente: sorvete de chocolate + = hot, HOT! MUITO HOT!
- Te deixei com raiva foi? E por que?
- Não sei, eu achei que hoje você deveria ficar em casa esperando eu ligar para pedir desculpas por ontem, como todos os outros, e não estar por aí se divertindo com outra garota. - respondeu sorrindo espontânea. Eu ri, gargalhei na verdade.
- Ciúmes?
- Nem ferrando! Se toca ! - ela disse com desdém... e mais uma lambida no sorvete.
- Ok, mas então, o que está fazendo aqui fora? - perguntei curioso, pegando a chave do carro no bolso da calça.
- Eu preciso de você já tinha dito lá dentro!
- Mesmo? E pra que?
- Você mora perto da casa da minha vó! Estou morando com ela por uns tempos - respondeu e eu tive a impressão que era a primeira vez que tínhamos uma conversa normal.
- É só isso? Pensei que fosse algo mais... éé.. divertido! - brinquei malicioso. Ela revirou os olhos.
- Sou uma garota de família ! - disse com um sorrisinho que dizia totalmente o contrário.
- Sei... - duvidei sorrindo - Mas tá bom, eu levo você.
- Ok, não achei que fosse ser diferente! Qual é o seu carro? - perguntou caminhando pelo estacionamento enquanto terminava seu sorvete. Esperta! Ela sabia muito bem que nenhum maluco negaria nada a ela!
- Aquele ali, do lado do vermelho!



Queria fazer muitas perguntas durante todo o caminho até a casa da vó dela! Começando por aí! Por que diabos estava morando com a avó? Que eu sabia, ela morava com os pais... mas ok, não perguntei, não quis me intrometer, alias, era inédito eu estar conversando com ela assim tão naturalmente, como se fossemos amigos. Não que eu NUNCA tenha conversado com ela, mas é que todas às vezes era sobre alguma coisa inútil como um trabalho de química, o almoço horrível que estavam servido no refeitório, a péssima defesa do time da escola ou como as lideres de torcida eram vadias e... Ok, eu acho que realmente conversava bastante com ela e nunca tinha percebido isso! E vou ter que dizer, esses números de conversas estavam aumentando nos últimos tempos... não me pergunte porque! O único problema é que não conseguíamos nos falar por mais de cinco minutos, pois toda vez alguém interrompia a chamando e pronto! Num segundo nem se lembrava mais do meu nome!

- Ah essa musica é legal! Deixa aí! - pediu sorrindo quando na rádio começou a tocar "She Loves You" dos Beatles. [NA: Eu teria colocado Hey Jude, mas é que She Loves You é mais apropriada à situação! o//]
- Ok, você é mesmo raridade! - sorri e não me contive em falar. Droga! Ela era perfeita ou era impressão minha?
- Ué? Por quê?
- Beatles é demais e tal, mas você sabe, que tipo de garota hoje em dia ainda gosta de Beatles?
- O tipo ! - ela me respondeu rindo antes de aumentar o volume e começar cantar alto para fora da janela: "...yeah yeah yeah! With a love like that you know you should be glad!". Eu ri a olhando enquanto batucava no volante. Adorava essa musica também! Um dia quem sabe o McFLY poderia gravar um cover!

- Chegamos? É aqui?
- Aham, aquela segunda casa branca.
Parei o carro em frente a uma casa toda branca e que tinha uma cortina de rendas na janela da sala.
- Parece que minha avó não está em casa. - comentou ainda no carro, e espiei pela janela vendo que todas as luzes da casa estavam apagadas.
- Você tem a chave, certo? - perguntei me virando um pouco no banco para ficar de frente para ela.
- Certo!
- Tudo bem você ficar sozinha aí?
- Não tenho medo mais medo de bicho papão ou coisa assim, - ela riu para mim. Meu Deus, ela era realmente linda! - Alem do mais, você vai entrar, não é?
Tenho certeza que fiquei pálido!
- Vou? - perguntei sorrindo ladino.
- Aham, não vai poder me deixar aqui sozinha com o James, ele é realmente lindo, mas gosta da Bella! - ela desceu do carro, mas não fechou a porta.
- James? Quem é James?
- Meu sonho de consumo! Vem, quero te apresentar a ele! Anda, desce logo desse carro! - fechou a porta e correu até a porta de entrada da casa, olhando por cima do ombro para ver se eu ia atrás. E adivinhem o que eu fiz? Fui atrás!
Surpresos né? Eu sei! Mas o que mais eu ia fazer? Perguntar-me para o resto da vida quem era o idiota do James que preferia a tal da Bella invés da ? Não! É óbvio! Era a que estava me chamando! Ela! O meu fetiche desde os treze anos! A garota mais hot que eu já conheci em toda a minha vida! Não sou besta! Sou um garoto! Um adolescente com os hormônios a flor da pele e bem mal intencionado no momento!
- Entra aí! - disse abrindo a porta, acendendo a luz e entrando, eu logo atrás dela. A sala era bem simpática, nem parecia casa de vó! Era bem moderna... tinha até um bar! Só podia ser vó da mesmo, se fosse minha avó, teria uma bola de lã em cima do sofá e agulhas de tricô fincadas nela.
- Espera aí, vou te apresentar o James! Aquele traidor que roubou meu coração! - ela dramatizou teatralmente subindo as escadas.
- Ok. - respondi nenhum pouco animado para conhecer esse idiota aí! Em segundos ela estava de volta.
- Bom, , esse é o James! James esse é o !
Tive que rir! Ela era maluca! Uma maluquinha linda, era verdade, mas era maluca!
- Ahn, oi James! - eu disse para um gato preto de pelo preto espesso e muito brilhoso que segurava com carinho no colo.
- Seja cavalheiro ! Aperte a patinha dele! - brincou segurando a pata de James e me fazendo segura-la como se fosse um aperto de mão humano.
- Você é maluca!
- Não dizem que o amor é cego? Então... sou uma prova disso! Mas James também é meio ceguinho também eu acho, ele prefere a gata da vizinha, a Bella, ao invés de mim! - ela o soltou no chão e o gato se esticou preguiçoso antes de pular para o sofá - Tudo bem que não tenho pelos tão fofos quanto os dela, mas pelo menos meus cabelos são mais cumpridos!
- Você tá realmente competindo com a gata da vizinha pelo amor do James não é? - brinquei sorrindo e rindo.
- Estava, mas recebi a notícia semana passada que ela tá grávida desse safado! E sabe, não sou destruidora de lares!
E então nós dois rimos da conversa boba que estávamos tendo.
- Ok, agora chega de falar da minha vida amorosa! Quer comer alguma coisa? - perguntou ela indo até a cozinha e eu a segui.
- Não, acabamos de voltar de um jantar.
- Mas eu como todo o tempo! Não tenho fome, mas vivo comendo... Pipoca! - exclamou ela pegando um saquinho de microondas. - Pipoca e filme! Que você acha?
- Ah, por mim... ok!
- Então enquanto eu faço pipoca aqui, você procura um filme lá na sala pra gente?
Sai para sala e vi James deitado folgadamente numa almofada. Fui até a estante e procurei entre os DVDs algum que me agradasse. Não entendia muito bem o que eu estava fazendo ali, nem como tinha chegado até ali...não sabia direito qual era a da , o que ela estava planejando... Por que será que do nada ela me resolvera me convidar para...
- De volta para o Futuro! - exclamei pegando o filme da prateleira da estante - Pode ser esse?
- Pode! Faz tempo que não assisto! - falou lá da cozinha - Coloca aí que eu vou tirar essa roupa, e já volto!
- Hmm - fiz abrindo um sorriso safado quase sem querer.
- Ok, vou fingir que não vi esse seu sorriso pervertido !
- Desculpa! Não pude evitar! - ri sem nenhum um pouco de vergonha. Que culpa eu tinha? Ela era hot demais! Culpa dela por nascer assim!
- Pervertido!
- O que você esperava? Eu sou um garoto! Vai logo vai, ! Prometo que não vou espiar! Nem o James! - falei me sentando ao lado da almofada que o gato estava deitado. Ela soltou uma risada gostosa, aquela risada que era só dela e que só ela sabia dar daquele jeito.
- Volto já!


O pote de pipoca já estava vazio num canto, James a essa altura da noite - no relógio digital da estante marcava 12:45 am - havia sumido para algum lugar da casa, estava sentada de pijama no tapete e eu, estava ao lado dela, ambos vendo o final do filme.
- Sua vó vai demorar? - perguntei por perguntar.
- Não. Na verdade se ela não voltou ainda do seu bailinho - nós rimos- então ela arranjou um coroa e não volta mais!
- Sua vó é bem moderna né?
- É, por isso que eu a prefiro invés dos meus pais! - confessou desviando o olhar do filme.
- É? E por que? -fiquei curioso, me virei e fiquei de frente para ela, que deu uma risadinha discreta.
- Ok, te concedo três! - falou ela fazendo o número com os dedos e também ficando de frente para mim.
- Três o que?
- Três perguntas. E o mesmo para mim. Pode perguntar qualquer coisa , só que depois vai responder à três perguntas minhas - disse e eu percebi que estava fazendo aquilo porque ela não costumava falar de sua vida para ninguém e, que para mim, por algum motivo, estava abrindo uma exceção.
- Ok. Deixa eu pensar então... não quero desperdiçar nenhuma - falei bebendo um pouco da minha cerveja enquanto o filme ia chegando ao fim na televisão. Tinha tantas coisas para perguntar...
- Estou esperando...
- Ahn...Você já se apaixonou por alguém? - perguntei a olhando. Era algo que eu sempre quis saber oras!
- Não. - ela respondeu sem rodeios - Você?
- É sua primeira pergunta? - perguntei sorrindo.
- Não. Acho melhor não, vou desperdiçar assim com bobagens - repensou sorrindo de volta. - Bom, continue você, depois eu pergunto.
- Ok. - concordei e tomei mais um pouco de cerveja antes de perguntar algo que realmente ainda não entendia - Por que não apareceu ontem e agora sem mais nem menos resolveu me chamar aqui? Por um segundo pensei ter visto perder o seu costumeiro ar de quem tem sempre o controle da situação... Ficou séria e me olhou no fundo dos olhos. Senti como se ela penetrasse meus pensamentos com aquele olhar, era meio incomodo, mas ao mesmo tempo instigante. Sustei o olhar dela, não desviei nem por um segundo... ainda me deixava nervoso, meio tonto sem saber o que fazer, mas de repente alguma coisa parecia estar mudando entre nós...
- Não faço a mínima idéia - finalmente respondeu meio relutante... ou seria melhor dizer "confessou"? Não sei direito... Para falar a verdade eu já não sabia mais de nada! Como assim não fazia a mínima idéia? Ela sempre sabia o que estava fazendo!
- Com quantos caras você já dormiu? - não podia deixar de perguntar. gargalhou alto, jogando a cabeça para trás, fazendo com que seus cabelos balançassem e seu pescoço ficasse todo a vista... senti um vontade quase incontrolável de beijá-lo. Era incrível como ela era absurdamente sexy com gestos tão simples.
- Responde - pedi sentindo que mais um pouco e eu iria agarrá-la.
- Vai parecer totalmente cafona, mas... - ela revirou os olhos e encolheu os ombros - já que eu nunca me apaixonei, nunca dormi com ninguém.
Eu engasguei com a cerveja!... me recuperei a olhei sem acreditar! era virgem! Virgem! Como era possível?! Todos sabiam que ela havia namorado pelo menos três caras da escola e um dois da faculdade vizinha a nossa cidade... e bom, vocês sabem, que tipo de cara conseguiria a namorar e não... AHHH! E não sentir vontade! Com certeza eles sentiam, mas... Tudo bem, é mais compreensível quando se pensa que nenhum deles durara mais de um mês, mas isso, todos sabiam também, porque a não quisera mais, porque ela havia dado o fora neles.
Virgem... quem diria?! - Tá, minha vez! - disse me fazendo lembrar de uma menininha e me interrompendo os pensamentos- Tudo que vai, volta, ou seja com quantas garotas você já transou, ?
pegou a garrafa de cerveja da minha mão e se pôs a beber no meu lugar enquanto me olhava. Tive que me recuperar rápido da recente descoberta de que ela era virgem e me por a pensar... Eu sabia que havia sido algumas, mas...Dude, pra ser sincero...
- Não sei... - respondei pensando em como eu era galinha. Ela riu.
- Não sabe? Foram tantas assim? - perguntou brincando com a garrafa de cerveja.
- Não sei. E sim, foram algumas. Agora já se foram sua três perguntas! - respondi me aproveitando da chance e rindo.
- Hei ! Isso não vale! As duas ultimas não contam! - protestou sendo pega de surpresa.
- Quem disse? - levantei as sobrancelhas.
- Eu!
- Grande coisa! - desdenhei brincando e começando a rir. abriu a boca para argumentar alguma coisa, mas desistiu se levantando do tapete e pegando uma almofada do sofá que bateu no meu ombro.
- Au! Hei!- eu disse começando a gargalhar, me levantando e indo até o sofá.
- Não reclame de uma almofadada! Estou sendo boazinha, porque se não estivesse, estaria te dando uma surra igual a do Colin McPhee! - brincou rindo, ainda com a almofada na mão, pronta para me atacar.
- Foi você que bateu no Colin?! - eu ri lembrando do garoto mancando pela escola. Ela confirmou com a cabeça e se adiantou tentando acertar uma segunda almofadada. Mas eu fui mais rápido, a segurei pelo braço e... nós dois tropeçamos! Não sei exatamente em quê, mas caímos, um por cima do outro no sofá. Eu vi morder o lábio inferior e olhar para os meus... ela estava a centímetros...milímetros... a ponta dos nossos narizes estavam encostados e eu sentia o peso dela sobre meu peito... sentia a respiração quente dela... abriu um sorrisinho malicioso e eu fiz o mesmo... ela roçou os lábios dela nos meus e eu senti um estupor me invadir. Sem saber direito o que estava fazendo, parecendo momentamente embriagado com o cheiro que vinha dela, eu fechei os olhos e colei meus lábios nos de . A boca dela era macia e quente, e nós nos beijávamos como se aquilo fosse a coisa que mais desejávamos no mundo. A sala pareceu sumir ao nosso redor e nossas línguas exploravam sem pudor nenhum cada canto da boca um do outro. Nossas respirações começaram a ficar ofegantes e as mãos dela percorreram minha barriga por debaixo da camiseta, senti os cabelos da minha nuca se eriçar e fiz o mesmo, passei as mãos por debaixo da blusa do pijama dela, deixando as pontas dos meus dedos percorrendo toda as costas de chegando até o fecho do seu sutiã ao mesmo tempo que ela parava as mãos no cós da minha calça.
- Quar...quarto - disse ofegante entre nossos beijos, resumindo em uma palavra o que queria. Eu apoiei os cotovelos no sofá para levantar, ainda sem parar de beija-la... era impossível isso! me segurou pela nunca e nós dois levantamos juntos do sofá, sem interromper nosso beijo. Aos tropeços conseguimos chegar a escada, derrubamos alguma coisa no caminho que se espatifou pelo chão, mas não demos importância. entrelaçou as pernas no meu corpo e eu a segurei firmemente pela cintura a carregando para o segundo andar. Ela bagunçava meus cabelos e puxava minha camiseta para cima enquanto subíamos...

- Qual... quarto? - perguntei quando chegamos e ela arrancava minha camiseta a atirando em qualquer canto longe no corredor.
- O da minha vó...aquele ali! Tem a cama maior! - disse rindo enquanto eu depositava beijos por todo o seu pescoço... Parei por um instante olhando para o quarto que ela apontara eu sorri mal-intencionado. Voltamos a nos beijar...
- Tranca...a porta ! Minha vó...pode chegar.
E foi o que eu fiz, tranquei a porta e logo eu já estava a deitando cuidadosamente na cama. Foi a minha vez de puxar a blusa dela e revelar um sutiã preto de caverinhas... riu de mim... não sei bem o porque, mas eu acho que a minha cara de tarado era tamanha que ela não se conteve. Quando tiramos o restante de nossas roupas de uma maneira que pouco importa, eu vi uma tatuagem pequena perto da barra da calcinha escrito em letras finas "la bella vita", [NA: "a bela vida" em italiano xD] sorri mais ainda.

- Hei, - ela me chamou mordendo de leve meu lábio inferior e me fazendo ficar mais entorpecido...
- Fala, - eu disse a beijando lentamente - Não sou muito pesado não é?
Ela sorriu fazendo que não com a cabeça e aproximando os lábios do meu ouvido... Me arrepiei mais uma vez...
- Não esquece que é a minha primeira vez - ela murmurou mansamente. Eu senti um frio diferente na barriga e fiz um caminho de beijos do seu pescoço até seu ouvido...
- Não vou esquecer. - cochichei carinhosamente. Fui o mais cuidadoso e delicado que pude, nossos olhares se mantiveram fixos, senti a pele macia dela se arrepiar em alguns instantes enquanto ela fechava os olhos e eu a beijava calmamente...parecíamos ter uma aderência perfeita... Minha atenção foi extrema do começo ao fim.


(***...***)


Eu vi, deitado ao lado dela, o domingo amanhecer lentamente através da cortina da janela. Não sei que horas eu tinha acordado, talvez às cinco... não sei e para ser sincero pouco me importava. Estava encarando o teto do quarto, mergulhado no silêncio da casa e da rua. Nem passarinhos cantavam, não havia nenhum barulho, nada além da respiração calma dela, da respiração quente de que saia dos lábios vermelhos entreabertos e batia no meu peito nu, onde ela repousava a cabeça e uma das mão, dormindo com uma expressão tranqüila.
Apesar de todo o ambiente calmo ao meu redor, dentro de mim parecia instalar-se uma guerra! Eu tinha dormido com ! Sim, eu tinha e ela me confessara na noite anterior que era virgem... virgem porque ainda não tinha se apaixonado por ninguém! Ou seja, queria transar com alguém por quem estivesse apaixonada! Porra! Então que merda eu estava fazendo ali? Por que eu estava deitado ao lado do corpo nu dela? Por que eu? Será que quando ela acordasse me chamaria de aproveitador ou será que realmente tinha algum tipo de sentimento por mim? Era loucura demais pensar uma coisa dessas, era sim! Mas depois do que tinha me acontecido nas últimas horas eu já não sabia mais o que NÃO era loucura!
Um tempo depois, um movimento calmo no meu peito me fez despertar dos meus pensamentos e olhar pelo canto do olho... estava acordando. Fiquei com medo da reação dela, mas para minha surpresa ela sorriu meigamente. Nunca tinha a visto sorrir assim.

- Hey - eu disse sorrindo de volta.
- Hey - respondeu me dando um breve beijo nos lábios. - Bom dia.
- Bom dia. Dormiu bem?
- Dormi, apesar do travesseiro não ser muito macio - ela brincou correndo a mão sobre o meu peito onde dormira a noite toda. Todos os meus medos de antes foram sumiram num piscar de olhos, embora a dúvida do porque eu havia sido o escolhido ainda ficara.
- To com fome - ela disse segurando o lençol em volta do corpo e se apoiando nos cotovelos.
- Novidade... - ri.
- Não sabia que dava tanta fome...- ela disse graciosamente inocente - Vai dizer que depois de tudo não esta com fome ? - perguntou fazendo menção de se levantar da cama
- ? - eu perguntei a agarrando pela cintura e fazendo com que ela voltasse a se deitar do meu lado - Até quando vai ficar me chamando de ?
- Não sei, talvez até a hora que eu descobrir seu primeiro nome. - ela disse com um biquinho.
- Mesmo? - perguntei sem ter certeza se ela brincava ou falava a verdade.
- Mentira, eu sei que você chama Jason!
- ! -exclamei indignado enquanto ela me provocava dando um selinho no canto da boca. - Não me chamo Jason, meu nome é...
- ! Eu sei bobo! - ela desatou a rir. Sempre ria! E eu sempre caia nas suas brincadeiras.
- Eu te pego na próxima!
- Me pega? Hmm, mal posso esperar!
- Mal pode esperar é? - perguntei sorrindo malicioso e a puxando para mais perto, roçando meu nariz no dela. Começamos a nos beijar... não dava para ficar tão perto assim dela e não a beijar...era impossível, era como se nossos lábios se atraíssem naturalmente.
- Ah , espera! - ela disse empurrando meu peito para longe quando nossas respirações começaram a ofegar - Eu to com fome, não posso começar tudo de novo antes de comer - falou com cara de pidona.
- Ok, eu também to precisando comer.
Ela me olhou segurando o riso e eu por um momento não entendi, mas logo nós dois começamos a gargalhar.
- "...to precisando comer" - repetiu rindo - Mais do que você já comeu ontem?
- Tá legal, ok, vamos evitar a palavra "comer" daqui pra frente! - eu disse rindo e me sentindo realmente o cara mais privilegiado do mundo apenas por ver levantar envolta no fino e meio transparente lençol. Eu me vesti e parei para vê-la colocar cada pedaço da sua roupa espalhada pelo chão.
- Depravado! - me xingou vendo olha-la.
- Linda! - eu disse sorrindo maroto enquanto ela terminava de ajeitar a alça da calcinha, igualmente preta ao sutiã já vestido. revirou os olhos e sorriu.
- Ok, vamos descer vai, vem- e me puxou saindo do quarto vestindo apenas sua blusinha do pijama e a calcinha. Encontrei minha camiseta assim que chegamos à escada, não a vesti, continue sem ela mesmo.
No andar debaixo James passeava calmamente entre os cacos de um vaso espatifado no chão, assim que nos viu miou baixinho, e por algum motivo seus olhos amarelos se fixaram em mim.
- Caramba! Quebramos o vaso de casamento da minha vó! - disse não sabendo se ficava séria ou ria. O gato voltou a miar, só que dessa vez foi um miado mais alto e não muito contente.
- O que ele tem? - perguntei.
- Num se...ou sei! Ahhh Jamesinho, você tem ciúmes do é? - falou rindo divertida, me abraçando e dando pequenos beijos nos meus lábios enquanto encarava o gato. James miou mais alto...e mais alto...
- É ele tem! - conclui rindo. Porra! Até o gato!
- Que pena pra ele, não mandei ele me trocar pela Bella, agora eu troquei ele por você! - ela disse e indo até a cozinha. Eu fui atrás. abriu a geladeira, alguns armários e foi colocando na mesa algumas coisas...
- Bom saber que me prefere ao invés do gato. - comentei quando ela sentou-se a minha frente pegando um pouco de cereal.
- Prefiro você a muitos outros, - disse sorrindo e me olhando. Senti meu estomago afundar, de alguma forma percebi que para ela essa simples frase queria dizer muito... e para mim significou muito também.
- Então foi por isso que me trouxe até aqui ontem à noite? - perguntei ainda curioso com isso, esperando que dessa vez ela me respondesse.
- É, eu acho que foi. Eu realmente gosto de você, . Droga! Esse café tá horrível! - reclamou fazendo uma careta engraçada após beber o café que colocara na xícara.
- O que quis dizer com isso? - perguntei estuporado.
- Que preciso fazer café! - ela se levantou e foi até o fogão, eu fui atrás e a virei de frente para mim.
- Você me entendeu, ! - a pressionei querendo saber o que exatamente significava "eu realmente gosto de você". Ela me olhou no fundo dos olhos, estava séria.
- O que acha que eu quis dizer?
- Não volte a pergunta para mim! - dessa vez fui mais esperto que ela. - O que quis dizer com "eu gosto realmente de você"?
- Não vai arrancar a famosa frase de mim ! - ela voltou a me chamar pelo sobrenome. - Não pense que estou apaixonada por você!
- Mas eu estou por você! - confessei sem nem ao menos pensar. Estava mesmo! Sempre estive!
- Você nem me conhece! Só porque transamos ontem a...
- É! É verdade! Transamos ontem e você me disse que era virgem lembra? Que era virgem porque ainda não tinha se apaixonado por ninguém! - me irritei um pouco com ela. Que diabos de garota era aquela? Eu não a entendia!
- ! Seu maníaco tarado! Você tirou minha virgindade! - ela brincou rindo. Brincou sem nem ao menos perceber a importância da coisa toda para mim! Eu continuei serio e então ela partiu para o golpe baixo. Jogou seus braços em volta do meu pescoço e roçou seus lábios nos meus.
- O que está fazendo? - perguntei já sabendo a resposta e tentando bravamente resistir ao joguinho dela.
- Te beijando... não posso? - respondeu com um biquinho inocente, permaneci calado. - Não? Ok.
se virou para o fogão como se nada tivesse acontecido e continuou a fazer seu maldito café. Eu fiquei ali parado por um instante... respirei fundo e...não pude mais resistir!
- Você realmente me irrita às vezes! - eu disse a virando novamente de frente para mim, ela sorriu satisfeita e nós nos beijamos demoradamente. Nossas línguas outra vez gostando de brincar uma com a outra e nossas mãos mais uma vez se aventurando por todas as partes do corpo.
- Quer saber o que eu quis dizer? Eu quis dizer , eu gosto de verdade de você, porque você realmente vale a pena! - disse com os lábios vermelhos quando partimos o beijo. Eu ri. Sabia que aquele "vale a pena" era apenas porque quando nos beijávamos ficávamos ofegantes!
- Se você diz... - eu disse encolhendo os ombros e voltando a sentar-me à mesa. Estava bom demais para mim! Para quem achava que ela nem se importava... agora eu sabia que ela se importava, mesmo minimamente. Aham, acredite em mim, no momento tudo dizia que ela se importava!
- Você devia andar mais sem camiseta! - ela comentou me olhando.
- Pervertida!
- Lindo!
Rimos. Ela voltou para mesa minutos depois com o café pronto...
- Então quer dizer que você é apaixonado por mim?
- Não. Eu só "realmente gosto de você"! - usei as palavras dela só para provocar. Ela jogou uma bolinha cereal em mim e eu ri divertido. As coisas entre nós definitivamente tinham mudado depois da ultima noite.


(...**...)


- Fica quieto gato idiota! Agora ela é minha! - falei enquanto a agarrava pela cintura sem o menor pudor em frente a porta da sala. gargalhou e voltou a me beijar, bagunçando meus cabelos e me fazendo ter vontade de carregá-la até o andar de cima e começar tudo de novo. Incrível como o beijo dela era o melhor que já provará em toda a minha vida... era instigante sabe... provocava arrepios em lugares que nem queiram saber!
- Vai logo antes que minha vó chegue e pergunte o que a netinha dela esteve fazendo com um garoto a noite toda!
- Você vai hoje me ver tocar? - perguntei a vendo abrir a porta e querendo ficar.
- McFLY no Generation as 23:30 não é? - ela relembrou sorrindo e me puxando pela camiseta para fora da casa.
- Isso mesmo. Vai? - fiz cara de cachorro sem dono.
- O gostoso vai estar lá?
- Ele vem te buscar as 23:00! - confirmei.
- Ok, então eu estarei lá!
- Ótimo!
- Ótimo!
Nós nos olhamos, eu do lado de fora da casa, e ela, ainda de pijama e calcinha, dentro...sequer se importando que alguém passasse na rua e a visse daquele jeito. E não resisti e a puxei pela cintura dando um último beijo enquanto ela correspondia e ao mesmo tempo relutava.
- Vai logo antes que te algeme ao pé da cama! - falou tentando partir o beijo.
- Jura? - mordi o lábio inferior dela.
- !- exclamou me dando um tapa no peito e parando de me beijar.
- Ok! To indo! Até de noite!
- Até!
fechou a porta e eu vi alguns vizinhos espiando pela janela com um olhar acusador... meu carro ficara parado a noite inteira em frente a casa e com certeza eles haviam visto o nosso "breve" amasso em frente a porta...se ela ao menos não estivesse de calcinha quando fizemos isso!


(...***...)


- Duuuude! Pensamos que você tinha morrido! - disse vindo ao meu encontro assim que cheguei em casa.
- E acho que morri, porque essa noite eu definitivamente fui ao céu caro amigo!
- Como assim?
- !!! Você tem noção que precisamos fazer o playlist pra hoje à noite? - saiu do quarto ansioso, não como sempre, mais do que o normal, afinal o Generation era um pub realmente famoso de Londres.
- Eu sei, eu sei.
- Desencana, ! O 'tava pegando a Ashley, relaxando e tal... né não cara? - falou surgindo da cozinha e me dando tapinhas nas costas.
- Ashley? - perguntei esquecido por um momento. - Ah é verdade! A Ashley! Mas não era com ela que eu 'tava não.
Os três me olharam com cara de pervertidos como quem quer dizer "tá podendo hein!"
- Arranjou outra?
- Mais ou menos - respondi imaginando qual seria a reação deles quando eu dissesse com quem passara a noite.
- Já sei! Arranjou mais uma e ficou com a Ashley e a outra! - deduziu malicioso.
- Não, fiquei com uma só mesmo... e não trocaria essa nem por duas, três... é a melhor de todas! - eu disse sorrindo ladino.
- Uúúh! Parece que essa fisgou mesmo nosso zão! O que ela tem hein? - perguntou me olhando interessado.
- O que ela tem? Hmm, - a imagem de se formou na minha cabeça - um corpo perfeito, é linda, uma tatuagem perto da barra da calcinha, um jeito hot de andar...falar e...
- Que isso, cara? Só te vi falar assim de uma pessoa! E até parece que você passou a noite com a ...
- CARAAAAAAAALHOOO!! NÃO ACREDITO! - exclamou arregalando os olhos assim que eu confirmei o que ia dizendo com a cabeça. sentou no sofá e me olhou incrédulo.
- Tá mentindo! É sério? - perguntou
. - Aham, e ela vai ver agente tocar hoje lá no Generation!
- Pronto! Agora sim fiquei nervoso! - exclamou começando a andar de um lado para o outro.
- Calma, ela não vai lá pra ver você! - me gabei.
- Gay!
- A não acha! - brincou e todos riram.
- Então, conta aí! Como foi transar com ? - perguntou curioso.
- Foi transar com ! Não tem descrição, e mesmo que tivesse não ia ficar falando, porque eu bem sei que vocês iriam ter sonhos pervertidos com ela! - falei meio ciumento.
- Íamos mesmo! - confessou babando.
- , ele falo que ela tem uma tatuagem perto da barra da calcinha! Isso já basta para os meus sonhos, dude! - falou hipnotizado. Todos pararam de falar por um momento, com certeza imaginando coisas indescritíveis
-É, depois dessa, acho que preciso tomar banho! - disse saindo correndo. E todos gargalharam.


(...***...)

Quando já estava quase dando o horário de irmos para o Generation foi quando eu finalmente consegui ir tomar banho e me livrar das perguntas insistentes de , e . Combinamos que eles iam à frente e eu chegaria um pouco mais tarde com a . E foi isso que fizemos...


Buzinei. Minhas mãos estavam frias, minha barriga parecia estranhamente embolada e minhas pernas estavam formigando. Olhei mais uma vez para a porta da casa da vó da e nada! Meu nervosismo por vê-la a primeira vez depois da noite anterior só aumentou. Ela ia me dar o bolo de novo! Eu era um bobo mesmo! Idiota! Esse era o jeito que ela me tratava e eu sempre caia.

- BÚÚÚ!!
Meu coração pulou pela boca, eu pulei no banco e minhas mãos tocaram a buzina sem querer.
- Caralho ! - exclamei enquanto ela gargalhava pelo susto que me dera e entrava no carro - Onde ficou a parte que você escuta a buzina, sai de casa e vem caminhando até carro calmamente?
- Ué, eu fiz tudo isso, mas você estava aí pensando... em que estava pensando? - perguntou levantando as sobrancelhas.
- Na minha vizinha gostosa!- brinquei.
- Diz que falou isso só pra me provocar e eu controlo o instinto de te bater! - falou me encarando. Por algum motivo me lembrei do Colin McPhee...
- Falei só pra te provocar!
- Eu já sabia, suas vizinhas são todas pelancudas mesmo! - ela disse arrancando uma risada meio treslouca de mim. Eu estava meio entorpecido com todos aqueles acontecimentos, ainda custava em acreditar que estava ali... que nós dois estávamos saindo.
- Então, sua avó reclamou do vaso? - perguntei com um sorriso malicioso.
- Não, que culpa tenho eu se o James o derrubou no chão? - perguntou sorrindo marota.
- Típico, botar a culpa no gato.
- É... sabe outra coisa que é típica?
- O que?
- O cara dar um beijo na garota quando vem buscá-la para sair. - ela disse olhando para a minha boca. Eu sorri a olhando.
- Como queira...
E me adiantei para beijá-la. deslizou a mão do meu rosto para minha nuca e puxou de leve os meus cabelos enquanto eu mordia o lábio inferior dela arrancando um gemido baixinho. Eu a puxei para mais perto, mas ela rompeu o beijo com um selinho e disse:
- Se continuarmos assim você sabe onde vamos parar, e definitivamente não será no seu show. É melhor irmos de uma vez.


Conversamos sobre qualquer coisa inútil durante um longo tempo. Ela me contou que odiava os faróis da cidade, mas que comigo eles estavam sendo divertidos... É lógico, em todos que passamos nós nos beijávamos até que ficassem verdes! É, talvez prolongássemos o beijo um pouco além disso, mas tudo bem, escutávamos as buzinas dos carros atrás e daí seguimos em frente enquanto os irritadinhos passavam... se fossem homens dava uma piscadinha e os caras se acalmavam na hora - embora eu me irritasse um pouco- e se fossem mulheres ela mostrava o dedo do meio e gritava pela janela "É falta!". Ela era completamente maluca... e eu adorava cada vez mais essa maluquice dela! Cada vez mais me apaixonava feito um idiota sem nem ao menos perceber!



- Então era assim, quando os seus exs queriam você...
- Tinha dores de cabeça incontroláveis, sono, cólicas...
- ...Dizia que precisava ajudar uma amiga sua que tinha terminado com o namorado... - alfinetei enquanto a via descer do carro no estacionamento do Generation.
- Outch! - fez andando do meu lado em direção a entrada do pub.
- Ok, deixa pra lá! - disse vendo muitos caras, mas muitos mesmo, olhando de para mim como se perguntassem com os olhos "O que ele tem para ficar com ela?".
- Está escrito na sua testa que você é da banda ou coisa assim? - perguntou e eu não entendi até me virar e ver para o que ela olhava. Havia uma fila enorme de pessoas para entrar no lugar, e muitas delas eram garotas que olhavam para mim, davam tchauzinho e jogavam beijos. Nós, e eu, tínhamos passagem vip por isso entramos numa fila de cinco pessoas.
- Dude! Fletch não disse que tínhamos ficado famosos! - eu falei sorrindo maravilhado. O McFLY nunca tinha tocado para tanta gente! Fletch tinha dito mesmo que tocar no Generation era um grande passo para nós, mas não tinha acreditado muito.
- Hei linda, vem aqui comigo vem! - um cara bem mais velho mexeu com me fazendo voltar a atenção para ela enquanto faltava apenas duas pessoas a nossa frente para o segurança revistar.
- E ai, lindo? - falou olhando o cara com um sorrisinho que me irritou extremamente.
- Você conhece? - perguntei encarando-a.
- Não. Você conhece? - retrucou ela sustentando meu olhar e apontando para as garotas que me mandavam beijos.
- Não. Mas é diferente, não estou dando bola para elas!
- É obvio, elas já estão dando toda a bola que se precisa por você!
Encaramos-nos por segundos... Ok, ela ia realmente jogar duro! Sabia que era bonita, que num estalar de dedos teria pelo menos 10 caras aos pés dela e estava fazendo o favor de me deixar isso bem claro...era bom eu nem triscar o olho para nenhuma das garotas que estavam ali.
- Ok, já entendi!
- Ok. - abriu aquele sorrisinho típico dela e me deu um beijinho estalado nos lábios.
- Os vips de vocês? - falou o segurança nos fazendo desviar o olhar um do outro. Eu mostrei o meu e disse que estava comigo. Entramos no Generation e logo , e vieram na minha direção com sorrisos de orelha a orelha estampados no rosto. O lugar estava apinhado de gente e um DJ tocava uma musica agitada.
- ! Você viu quantas pessoas vieram nos ver? - falou parecendo pálido.
- Vi! É loucura,dude! Não sabia que o Fletch dessa fez estava falando sério com aquele papo furado de "grande passo para o McFLY" - falei sentindo meu coração bater excitado e nervoso ao mesmo tempo.
- É, nem eu, to precisando vomitar faz horas! - disse com uma cara enjoada. [NA: Essa parte é mais legal com o Dougster!]
- No momento, não sei se tenho capacidade para vomitar! - disse passando as mãos nos cabelos nervosamente.
- Não sei se tenho coordenação pra tocar! - confessei ficando cada vez mais nervoso.
- Nem brinca!
Uma risada meio baixa, mas audível, fez todos pararem de falar por um instante. pigarreou e eu a vi segurar o riso.
- Hey guys - ela cumprimentou e só ai pareceu que todos lembraram que ela viria, porque abriram sorrisos tão simpáticos que só vendo.
- E ai?
- Oi!
- Ela veio mesmo!
Disseram respectivamente, , e .
sorriu e eu fiquei mais nervoso ainda! Como se já não bastasse todas aquelas pessoas que estavam ali, as que esperavam lá fora para entrar, ainda tinha a para me colocar sobre uma pressão maior. E eu não vou mentir! Estava tentando demais impressioná-la!
- AH! AÍ ESTÃO VOCÊS! - gritou alguém atrás de nós e todos viraram vendo Fletch com o rosto todinho vermelho de nervosismo - Andem, andem! Cinco minutos para começar!
- Cinco minutos?! - esganiçou-se .
- Vou vomitar!
- Deixa isso pra depois, ! - Fletch agarrou o colarinho de e o empurrou para o palco junto com e .
- Anda !
- Já vou! Já vou! - disse e Fletch saiu em largas passadas para o palco também. O DJ parou de tocar e todos gritaram...
- Nervoso? - perguntou me olhando carinhosamente.
- Aham.
- Você vai se dar bem! - me disse fazendo carinho no meu cabelo. Me deu um de seus famosos beijinhos nos lábios e me abraçou, murmurando em meu ouvido: "Quando você voltar, vou estar bem aqui te esperando." Ok. Vou dispensar comentários sobre essa fala por que ela realmente me fez sentir um pouco mais confiante, não sei como, mas me acalmei um pouco.
Sai correndo para o palco e, ao mesmo tempo que as luzes se apagavam, cheguei até , pronto para tocar. Ouvi muita gritaria ansiosa por parte das pessoas que estavam esperando o show começar e...


One, two…One, two, three, four!
Well it's quarter to four
We're hanging out at the pizza place…


Começamos a tocar e a galera se animou mais ainda. Eu abri um sorriso de orelha a orelha enquanto tocava, talvez parecesse um tanto alegre demais, meio treslouco, mas não pude evitar tamanha era felicidade que sentia no meu peito. Pensei que fosse explodir, foi uma das melhores coisas que eu já tinha sentindo em toda a minha vida, era como se todos que estavam nos assistindo mandassem uma vibração contagiante e entorpecente para nós... sim, para nós, porque eu vi que o mesmo sorriso de felicidade estampado nos rostos de , e . E cara, eu quis que fosse eterno... soube naquele momento que era isso que eu queria para o resto da minha vida!

…I just wanna date a surfer babe
I hope I'm not a little too late
I never know what you're gonna say…


Eu ouvia agora o coro das pessoas cantando o refrão... É! Não me pergunte como elas conheciam nossa musica! Só sei que quase todos estavam cantando juntas... um unisom perfeito e novamente vou ter que dizer, contagiante! Entre os rostos lá embaixo eu procurei o único que realmente me importava... e que desejava ver como complemento perfeito para tudo. Olhei e não achei de primeira, mas logo depois, ao lado do bar, com uma bebida na mão e balançando a cabeça levemente, estava , a garota por quem estava completamente apaixonado, olhando para mim. Quando nossos olhares se cruzaram, ela sorriu marotamente e, num gesto que eu sabia ser o jeito dela de dizer "é isso aí!", mostrou o dedo do meio sorrindo e me fazendo rir...



- Você tem que provar o de abacaxi, !
- Tenho? Então, me vê um de abacaxi agora Carter! - conversava com um bar-men e eu ia na direção deles assim que deixei o palco, meus amigos vinham logo atrás.
- Aqui está linda! - o bar-men estendeu a bebida a ela todo simpático! Bufei.
- Obrigada, amor - ela sorriu para ele, aquele sorriso que dava quando quer alguma coisa. Senti a alegria de antes dispersar e uma pontadinha de raiva surgir no lugar dela... raiva do tal cara e de ! Será possível?! Eu não podia a deixar um segundo sozinha que ela já se esquecia que tinha vindo COMIGO!
- ...- comecei, mas...
- ! - me interrompeu se jogando nos meus braços e derrubando um pouco da bebida em nós.- Opa! - disse rindo meio treslouca...
- O quanto você já bebeu? - perguntei achando que ela estava um pouco "alta".
- Você estava ótimo lá em cima! Senti orgulho de você! - ela disse não respondendo minha pergunta e logo em seguida me beijando apaixonadamente, ali na frente de todos. Minha raiva sumiu do mesmo jeito que veio quando senti a língua dela procurar a minha e nossos lábios serem pressionados um contra o outro em busca de mais e mais... deslizou as mãos da minha nuca para a frente do meu peito em busca dos botões da minha camisa... abriu alguns deles antes de eu tomar a consciência de onde estamos.
- Não... aqui não, ! Estamos no meio de todo mundo! - eu disse fechando os botões e ela me lançou um olhar meio raivoso e decepcionado por ter sua vontade negada. Mimada! Ninguém negava nada a ela!
me encarou por breves segundos e eu a olhei nos olhos tentando entender o que se passava na cabecinha indecifrável dela...
- Ok, então vamos dançar? - ela disse mudando totalmente a expressão e me deixando confuso.
- Estou meio cansado do show - respondi sincero vendo meus amigos se sentarem um pouco mais a frente, numa mesa perto do bar.
- Adoro essa música! - ela exclamou me dando a impressão que sequer tinha me ouvido - Não vem? Vou sozinha então! - respondeu dona de si. terminou seu drink de um gole só e colocou em cima do balcão do bar, onde o tal bar-men ainda a olhava, e saiu dançando com as mãos para cima meio ao monte de pessoas. Estava estranha... ou era apenas o seu jeito... não sei! Acho que nunca vou entender essa garota! Uma hora parecia extremamente doce, atenciosa e na outra...sequer parecia se importar comigo! Me sentindo meio revoltado e fui sentar junto com meus amigos...

- E ai?
- Fala sortudo! - disse e eu me aborreci mais um pouco. Sortudo? Então era isso que tinha acontecido? Eu estava com não porque ela queria estar comigo, mas porque eu tinha dado sorte? Apenas isso? Sorte?
- Que cara é essa ? - perguntou me olhando e percebendo meu humor - Estando com a garota que está, você deveria estar sorrindo!
- Está vendo ela aqui comigo agora? - perguntei meio seco. - Não está, não é? Então pronto!
- Que isso dude? Aconteceu alguma coisa? Ela te deu o bolo de novo?
- Caralho! - exclamei pegando uma das cervejas em cima da mesa e batendo com ela no tampo- Será que a gente pode mudar de assunto! Não quero mais falar na !
- Ok ok, mudamos de assunto então...
- Ou não..., foi mal dude, mas olha lá.- disse apontando mais para frente e todos se viraram para olhar. Se eu já estava enraivecido antes, o que vi naquela hora só me fez aumentar ainda mais minha raiva. Senti o sangue das minhas veias correrem mais depressa e eu num impulso levantei indo atrás de , que estava rodeada de pelo menos quinze caras, dançando despreocupada no meio deles.
- ! - chamei, mas nem eu consegui escutar minha própria voz direito, a musica do DJ na pista de dança era ensurdecedora de tão alta. Tentei entrar no meio da roda, mas dois caras me olharam feio e me controlei, já que estava em minoria, para não meter um soco neles. A única coisa a fazer era se misturar ao grupo de caras e fingir que sequer conhecia a garota que estava dançando ali no meio... entrei por um brecha e a vi dançando...Dude, quase não tenho palavras... me vi incrivelmente fascinado por um segundo, sem reação, entorpecido... ela definitivamente era a garota mais sexy que eu poderia ter conhecido! Entendi na hora porque tantas pessoas estavam ali em volta dela... Acordei! Voltei de repente do meu repentino transe a tempo der ver um cara se aproximar de e começar a dançar com o rosto a centímetros do dela... e eu? Eu...

-!!!!- gritei furioso e dessa vez me escutou. Ela abriu um sorrisinho satisfeito por me ver ali e continuou dançando, puxando o tal cara pela camisa, o trazendo para mais perto ainda enquanto me encarava provocando, parecia estar tendo prazer em fazer aquilo comigo... prazer em me deixar louco de ciúmes! Xinguei-a em pensamento e logo em seguida a vi dar uma mordidinha no lábio do cara! Aham, assim bem na minha frente! Sem cerimônia nenhuma e ainda com olhar fixo em mim como se me desafiasse... Cerrei os punhos e senti o ódio se espalhar por todo o meu corpo, meu sangue borbulhar... QUE PORRA ESSA GAROTA ACHAVA QUE ESTAVA FAZENDO?!
- Vem comigo... AGORA! - exclamei indo até ela e a puxando pelo braço sem nem me importar que poderia apanhar de todos aqueles caras.
- Aiaiai ! - reclamou querendo rir enquanto eu a arrastava para o lado de fora do pub. - Tá me machucando, amor - ela disse com a voz mansa. Ignorei-a e ela riu gostosamente... se tivesse como ficar mais furioso do que eu já estava, eu teria ficado...Passei pelos seguranças e cheguei ao estacionamento. Ia a levar direto para casa! Abri a porta do carro do lado do passageiro e fiz sinal para que entrasse...
- Não quero ir embora - disse balançando a cabeça como uma garotinha e fazendo cara de inocente. Filha da puta! Lá vinha ela com aquele jeitinho...
- QUAL É SEU PROBLEMA, HEIN GAROTA?! - eu perguntei aos gritos, estourando ali mesmo no estacionamento. Não havia mais ninguém por perto, éramos só ela e eu. Tive vontade de gritar e gritar, gritar o mais alto que meus pulmões agüentassem naquela noite fria, não sabia direito o porque, ou talvez soubesse, afinal, tinha conseguido me deixar louco de raiva! Cego de ciúmes! Parei na frente dela e a encarei ferozmente.
- Não grita comigo! - exclamou entre dentes, e eu a vi ficar irritada também... tenho que admitir, adorei isso!
- Ah, então disso você não ri? - provoquei rindo irônico.
- Não, disso não, prefiro rir dos idiotas como você! - retrucou levantando as sobrancelhas. Idiotas como eu? Bufei, a segurei pelos ombros e a empurrei contra a lataria do carro. As costas dela bateram contra a porta com um baque.
- E eu prefiro rir das vadias como você! - vociferei baixinho, olhando no fundo dos olhos dela, querendo que ela sentisse através dos meus olhos o ódio que sentia.
- Devia ter dito isso para Ashley Davis hoje, quando ela apareceu na minha frente procurando por você! - disse colocando as palmas das mãos no meu peito e me empurrando para longe. Fiquei sem reação por um instante, tinha me esquecido completamente que também tinha convidado a Ashley para ver o show... mas 'pera aí, isso fora antes de tudo acontecer com ! Caralho! Agora entendia porque estava estranha quando terminei o show e porque fora dançar com aquele cara daquele jeito...
- Eu...ééé...ahn...convidei a Ashley ontem, mas... foi antes de você e eu...- eu dizia procurando as palavras certas enquanto permanecia encostada no carro, olhando as unhas e pouco parecendo me escutar. - ...foi antes de...
- Você gosta dela? - interrompeu sem me olhar.
- Quê?! - perguntei incrédulo - Não! Claro que não!
- Já transou com ela? - perguntou e eu não respondi. - Filha da puta! - me xingou. Ué? Eu não ia mentir! Não sou mentiroso.
- E você, que porra 'tava fazendo lá dentro com aquele cara hein?! - perguntei me aproximando de novo dela.
- Dançando ué...- ela controlou um sorrisinho- ...enquanto ele pegava na minha bunda! - acrescentou achando graça. - Caralho ! - Fica louco de ciúmes né? - disse e não agüentou, abriu um sorriso divertido para mim. Senti um alivio no peito quando ela sorriu...
- Mais ou menos - fui orgulhoso e ela gargalhou. - Você sempre fazia isso com seus outros namorados?
- Você não é meu namorado!
- Não achei que fosse...
- Você é meu amante! - ela disse e me puxou para perto dela. Não tive duvidas, passei minhas mãos pela cintura dela e juntei nossos corpos...estavamos tempo demais longe um do outro.
encostou levemente sua boca na minha e passou delicadamente a língua nos meus lábios me hipnotizando como sempre fazia. Mordi os lábios dela e subi uma das minhas mãos por dentro da sua blusa enquanto ela levantava uma das pernas na altura da minha cintura e nós começávamos a ficar com falta de ar.
- Vai ser aqui mesmo? - eu perguntei malicioso, parando de beijá-la por um instante.
- Tem o capo do carro se quiser... - brincou sorrindo daquela maneira provocante dela. Abriu a porta do carro, que eu já tinha destrancado, e subiu. - Me leva pra sua casa? Quero conhecer sua casa!
- Quer conhecer minha casa ou minha cama? - perguntei rindo e fazendo a volta no carro para o lado do motorista.
- Os dois. - ela respondeu quando subi no carro e dei partida. Não dá para nos entender não é? É eu sei, um segundo atrás estávamos brigando e agora... agora estávamos como gostávamos de estar!

Não preciso nem dizer que os faróis foram tão divertidos quanto antes... talvez mais divertidos ainda! Entre na rua errada e subi na calçada uma hora, mas finalmente chegamos à garagem do prédiozinho meio-boca que morava há dois meses com , e e pegamos o elevador. Para nosso azar ele parou no térreo e dois velhinhos subiram interrompendo nosso beijo "discreto". teve ataque de riso e, pela primeira vez, segurou minha mão.
- Desculpa - murmurei para os velhinhos e também quis rir, mas ao contrario da , me segurei para não fazê-lo. Chegamos ao terceiro andar e a mulher disse algo como: "Que absurdo!". Assim que as portas automáticas fecharam eu comecei a gargalhar alto e desatou a rir mais ainda
- Somos jovens, ok?! - ela disse para as portas fechadas do elevador enquanto eu abria porta de casa. Entramos ainda rindo feitos loucos e o apartamento todo foi tomado pelas nossas gargalhadas. Rimos apenas por rir! Sabe quando se fica feliz e qualquer coisa "engraçadinha" vira motivo para gargalhar até a barriga doer? Então, era isso nos fazia rir tanto. Estávamos felizes!

- Está aí uma prova do que você disse sobre as minhas vizinhas serem todas pelancudas!
- ! Respeito com os idosos! - rimos mais e ela se aproximou - Quando você for famoso e rico tente se lembrar de momentos como esse ok?! - falou parando de rir aos poucos e me abraçando.
- Ok, e você, quando cansar de ser minha "amante" tente se lembrar que a gente ria bastante ok? - disse de volta e ela encostou sua cabeça no meu peito. Apenas isso, apenas repousou sua cabeça do lado do meu coração. Tá vendo só o que eu disse! De repente ela ficava assim, delicada, carinhosa... Como ela fazia aquilo? Como é que ela conseguia sempre me surpreender? E isso apenas com um simples gesto!
- Você vai ser famoso - disse me olhando - E vai dar entrevistas, fazer turnês, ter varias garotas gritando seu nome e comer metade delas!
- Vou é? E como você sabe?
- Eu não sei.
Não entendi, não mesmo, mas ela me olhou de um jeito que me fez sentir que ela estava certa. Sorrimos e eu a beijei, pressionando meus lábios contra o dela de uma forma que eu queria que dissesse tudo por mim. Cara, eu estava mesmo louco por ela, agora mais do que nunca. Estava realmente apaixonado, sabe? Sentia todas aquelas coisas que se sente quando estamos apaixonados. Euforia de estar a seu lado, ansiedade de tê-la em meus braços, medo de decepcioná-la, ciúmes, medo de perder seus beijos e carinhos,... vontade de estar junto dela para sempre e daquele jeito, sem espaço nenhum entre nossos corpos, desejo de vê-la sem nada e deitada ao meu lado a cada dia que eu acordasse...

- Então quer dizer que você acha que eu sou vadia? - perguntou quando paramos de nos beijar.
- E eu sou um idiota?
- É! Um idiota muito sexy por sinal - respondeu ela e começou a desabotoar os botões da minha camisa vagarosamente, beijando meus lábios. - Mas eu sou mais sexy que você! - disse convencida.
- Não tenho duvidas! - respondi descendo beijos pelo pescoço dela.
- Ah não ser quando você me chamou de vadia com toda aquela raiva! - riu maliciosa, terminado de abrir o último botão. Ela passou as mãos pelo meu peito e fez minha camisa deslizar pelos meus ombros e braços antes cair no chão.
- Me segurei para não te agarrar!
- Mesmo? - ri
- Aham. - confirmou e eu a segurei pela cintura dirigindo-a até meu quarto enquanto nos beijávamos incansavelmente. - Não esquece da meia na porta...

Na escuridão do quarto ela entrelaçou minhas mãos por debaixo de sua blusinha branca. Puxei a barra dela para cima, e levantou os braços, parando de me beijar somente nesse instante. A barriga dela ficou nua antes de retirar sua blusa por completo e um sutiã rosa claro aparecer. Voltamos a nos beijar, nossos lábios se pressionaram outra vez e nossas línguas se encontram, massageando uma a outra... alterando de movimentos calmos para mais rápidos de hora em hora. Deitei-a na cama com cuidado e ela sussurrou um gemido.
deslizou suas mãos das minhas costas para minha nunca enquanto eu tentava retirar minhas calças cinzas sem interromper nosso beijo. Já sem elas, eu passei as mãos pelas pernas de por debaixo da saia e fui trilhando um caminho de beijos do seu pescoço, entre seus seios até sua barriga... Então ela ficou só com sua lingerie e eu só com a minha boxer. Não demorou muito e não havia mais nenhuma peça de roupa em nossos corpos colados um no outro.
- ... - ela chamou baixinho.
- Hum - respondi com a testa colada na dela, olhando nos seus olhos.
- Talvez um dia, quem sabe, eu me apaixone por você. - me disse num sussurro, sorrindo e também me olhando - Eu disse "talvez" só. - deixou claro ao ver meu sorriso. Ela acariciou minha bochecha e depois passou o polegar pelos meus lábios, recebendo um beijo meu nesse dedo.



- Alô? - eu escutei ao longe a voz de dizer meio sonolenta. Aos poucos abri meus olhos e vi que ainda estávamos no meio da madrugada de segunda-feira. O sol ainda nem tinha nascido, estava escuro lá fora.
- Quem é? - perguntei olhando para ela segurar o lençol em volta dos seios, o celular no ouvido e se apoiar no colchão com um cotovelo. não respondeu, mas parecia bem aborrecida. "Volta para casa agora sua vagabunda!" escutei uma voz feminina gritar do outro lado da linha. Franzi a testa sem entender.
- Já estou indo! - disse com a voz meio embolada, desligou o telefone e se virou para mim. - Desculpa te acordar.
- Tudo bem. - respondi preocupado com a expressão chateada no rosto dela.
- Preciso ir - me disse levantando-se depressa e o mais rápido que pode vestindo-se. - Me empresta? - perguntou colocando a minha camisa e eu vi que a pressa dela era tanto que não teria tempo de vestir sua roupa.
- Pode pegar, eu levo sua roupa depois.
- Ok. - ela forçou um sorriso e seu celular tocou de novo - Eu disse que já estou indo! - falou irritada e logo desligou o aparelho. - Me busca hoje para irmos pra escola? - perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. Por uma fração de segundos eu achei ter visto os olhos dela encherem d'água, mas não tive com saber, me deu um selinho rápido e saiu depressa apenas com minha camisa e sua bolsa.


(...***...)


- Vou buscar a e agente se encontra na escola! - me despedi de , e e eles me lançaram olhares engraçados.
- Até, dude!
- Até! E não se atrevam a mexer nas roupas dela!
- Nós? Que isso? Somos moços de respeito! - brincou , mas eu sabia que era eu dar as costas para eles correrem para meu quarto.
Entrei no carro, dei a partida e liguei o rádio. Ri com a música que tocava, "She loves you - Beatles"... obviamente me lembrei dela e pela primeira vez percebi como a letra daquela musica tinha a ver com nós dois. Apesar de eu ter plena certeza de que ela não me amava, de que sequer chegava perto disso... Alias eu AINDA nem conseguia entender se ela se importava mesmo comigo! Bom, eu, depois das últimas duas noites achava que sim.
Parei o carro em frente a casa da vó dela e buzinei. Nada. Buzinei de novo e olhei para os lados esperando ela surgir do nada e me assustar, mas... nada! Esperei um pouco antes de buzinar pela terceira vez. Dessa ultima vez a porta se abriu e junto com ela um sorriso no meu rosto... doce ilusão! Não foi que apareceu. Eu acho que era a avó dela, não sei... bom, era uma senhora bem arrumada, com os cabelos pintados de loiro e uma roupa moderna que fazia sinal para que eu fosse até ela. Foi o que eu fiz, mesmo sem entender o porque. Desci do carro e caminhei até a porta da casa.

- Olá querido - ela cumprimentou simpática, mas não sorriu.
- Oi! - cumprimentei de volta.
- Procurando a , certo?
- Isso - confirmei sorrindo. - Ela está?
- Não, não está.
- Voltou para a casa dela ou já foi para escola?
A senhora me olhou por um segundo, pareceu ter pena e soltou um suspiro.
- Não voltou para casa e duvido muito que esteja na escola - respondeu a sra cabisbaixa - Ela foi embora, querido, deve ter sido por volta das sete horas da manhã porque quando cheguei não estava mais. Sempre soube que um dia ela faria isso, e não a culpo, depois da briga que ela teve com a mãe hoje cedo, as coisas se complicaram mesmo.
- Foi embora? - perguntei ainda não acreditando, sentindo o mundo ao meu redor se tornar estranhamente cinza e o chão sumir debaixo dos meus pés.
- Foi sim. E tenho certeza que foi embora do país, sabe? Sempre teve problemas com os pais desde que chegou aqui. Deixou apenas um bilhetinho... vejamos...- ela enfiou a mão no bolso e retirou um papelzinho - Aqui está! Tome! Pode ficar se quiser, não diz muita coisa. Agora se me dá licença, preciso tentar fazer o gato comer, desde sábado está temperamental! - a sra deu um tapinha de consolo no meu ombro vendo que eu segurava o bilhete sem reação - Não fique assim! é daquelas que pertence ao mundo, sabe se cuidar, tenho certeza que está bem! Até logo!
A senhora fechou a porta e eu me sentei nos degraus em frente a porta, apertando com firmeza o bilhete entre meus dedos... senti frio. Tomei fôlego e abri o pequeno papel vendo a letra fina da :

"Sabe o que me irrita mesmo? O conservadorismo da Inglaterra! É ridículo termos uma rainha! É ridículo também ter uma mãe como a minha e um pai bêbado como o meu!
Bom, quanto ao nosso país ter uma rainha eu não posso fazer nada, mas quanto aos meus pais... é diferente! Não preciso suporta-los! E já que não tenho nada além de você, vó, que me prenda a esse lugar horrível... vou nessa!

Com amor (apesar de não acreditar nele), ."


"...não tenho nada além de você, vó, que me prenda a esse lugar horrível..." eu li e reli milhares de vezes esse bilhete, porém essa frase em particular foi a que me incomodou profundamente. Mas o que mais eu podia esperar, não é? Que um final de semana comigo a fizesse ficar? A fizesse se apaixonar por mim? Como eu fora idiota... Eu deveria esquecê-la! Deveria seguir em frente...Mas no final das contas, a essa altura, com todas aquelas lembranças do fim de semana eu apenas queria saber uma coisa: Ela se importa?


FIM!!



NA: Tá eu sei q acabou assim do nada! Mas guys, foi mal! Eu tinha fazer isso pra que pudesse dar continuação numa próxima!... Ou seja, dependendo de como vcs verem a fic, isso é, se vcs gostaram ou não, eu faço uma "She Cares? II" Se não… bom realmente foi mal pelo final toskerrimo! -.-! Mais uma coisinha…Fic pervertidaaaaa! Hauahuahaua, q fic é essa hã? Obrigada pelo apoio Vika q gosta das minhas perversões! ^^ Então é isso, baseada na musica Broccoli! E ahhh! É minha primeira short! E primeiro script tbm, então deve ter erros aí =(! Por isso, pensem com carinho no xingamentos que vão usar! hehe o//;...Espero q tenha gostado! xD Bjuux!



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