Thunder
By Sílvia Yumi




Capítulo Um – You're my dream, please come true.

É estranho quando, durante toda a sua vida, você se acha uma pessoa sem sorte e, de repente, acontece algo que muda tudo. Até parece sonho, ou, ao menos, que alguma coisa está errada. Mas não foi nada disso. Eu realmente estava tendo o melhor dia da minha vida – até então. Em pensar que tudo não passou de simples brincadeira! Mas, afinal, eu estava mesmo me sentindo diferente naquele dia. Tinha alguma coisa que me dizia que tudo daria certo, e que minha vida enfim abandonaria a rotina medíocre e me daria um presente.
'Vai, ! O que custa tentarmos?' tentava me convencer a participar de uma promoção pra conhecer o McFly.
'Mas eu nunca ganhei essas promoções! Sou péssima nisso...' Eu olhava da tela do computador, que estava aberta a página da promoção, pra ela.
'Você era péssima. Esqueceu do 'segredo'? Temos que pensar positivo!' Não, eu nunca me esqueço do 'segredo'. Acredito em tudo que li naquele livro, mas, às vezes, as coisas simplesmente não parecem possíveis. E não era isso que se falava? Por mais que as coisas pareçam impossíveis, tem que se acreditar.
'Ai, tá bom! Esse argumento é sempre tão bom...' Eu abri um sorriso ao vê-la fazer o mesmo. Não custava nada mesmo, e ainda ia poder deixá-la feliz. Então, cliquei no link que levava à página pra escrever uma frase – que concorreria com outras milhares - e que nos daria a chance de conhecer os caras de nossos sonhos.
'Nem acredito que vamos conhecê-los! Já tá sendo o máximo eles virem pra cá, finalmente. Agora conhecê-los? É o nosso sonho realizado, !' estava realmente animada e convencida de que iríamos conhecê-los. Por que, então, eu não deveria fazer o mesmo? Sempre acreditamos que sonhar é muito bom - ainda mais com eles!
'Eu seeei! Valeu a pena esperar pra dar um abraço bem apertado no , e aquele beijo no canto da boca!' Eu falava animada e ria junto com a minha amiga. Sempre falei que iria fazer isso quando o visse, e ela vivia me chamando de cara-de-pau. Ah, quem liga?! Um monte de fãs fazem a mesma coisa.
'Nossa, eu não sou tão cara-de-pau assim!' Não disse? 'Mas não seria nada mal se eu tiver coragem de abraçar o !' Ela faz aquela típica cara de sonhadora. Não íamos parar de imaginar aquelas cenas, encontrando com eles, até que finalmente os víssemos. Se não ganhássemos a promoção, continuaríamos a viajar até não se sabe quando.

Depois de alguns dias, chegou a data do resultado da promoção. Algo estava diferente em mim, como se eu pressentisse uma mudança. Era uma emoção diferente...algo que nunca tinha sentido antes, como se uma necessidade enorme de realizar um sonho surgisse em mim, e não sossegaria até que fosse alimentada. Eu não seria completamente feliz e satisfeita com a minha vida se não me arriscasse por um sonho, se não fizesse tudo o que podia pra realizá-lo.
Fui até a casa da - por sinal, nada perto – para conferirmos o resultado juntas. Uma daria suporte emocional para a outra caso ganhássemos e saíssemos de controle, e consolaríamos uma a outra se nossos nomes não aparecessem lá. Apesar da enorme concorrência, estávamos otimistas. Se a Lei da Atração permitisse, seríamos as duas sortudas que entraríamos no camarim, depois do show, pra conversar com eles durante meia hora.
'Vai, , abre logo isso!' falava aflita ao meu lado, enquanto eu tinha as mãos tremendo sobre o mouse. A emoção seria grande demais se ganhássemos...eu não sabia mais se queria ver o resultado. Tinha medo do que poderia acontecer comigo. 'Por favor! Você tá me matando!' Ela quase implorava pra mim. Não podia continuar com aquela tortura, tanto pra ela quanto pra mim.
Tomei coragem e cliquei no link que levava pra página com o resultado. Droga de internet lenta, demorou tanto pra carregar! Mas nossos pensamentos continuavam focados no 'segredo', e não perdíamos a esperança. Quando, da página em branco, começou a aparecer as imagens e tudo o mais que havia nela, grudamos nossos olhos na tela esperando encontrar os nomes '' e ''. Meu coração batia tão rapidamente que eu quase podia ouví-lo, e eu não conseguia respirar direito. Minhas mãos estavam geladas e eu não sentia nenhuma força nelas. Por um momento, fui transportada pra algum outro lugar que não lá, na casa da minha amiga. Só fui 'acordada' com os gritos dela em meu ouvido.
'EU SABIA! EU SABIA!' Ela já estava de pé, pulando pela sala e gritando descontroladamente. Na hora fiquei perdida, mas fui entender tudo quando olhei pra tela do computador e me deparei com meu nome e o dela como as ganhadoras. Meu coração queria sair pela boca e minhas pernas ficaram moles como gelatina. A única reação que tive foi soltar um grito tão forte como nunca havia soltado. E então, fui me juntar à nos pulos pela sala.
'CARA, NÓS VAMOS CONHECÊ-LOS! NÓS!' Não tinha como parar de gritar e rir. Nos abraçamos forte e então toda aquela emoção terminou de se expressar em forma de lágrimas. Sim, chorávamos de felicidade. E eu que sempre achei um absurdo poder chorar de alegria. Há! Toma, .

A partir daquele dia, nossa vida não foi mais a mesma. Vivíamos apenas pra falar deles e do nosso futuro encontro com , , e . Claro, queríamos conhecer o Fletch e o Neil também, senão não seria uma vitória completa! Eu não conseguia mais me concentrar em nenhum trabalho ou aula da faculdade, pois ficava imaginando milhões de cenas que poderiam acontecer quando encontrássemos com eles. Às vezes, me surpreendia sorrindo para o nada involuntariamente. Ainda bem que nesses momentos ninguém estava olhando pra mim, senão certamente iriam me taxar de louca. Mas é que ninguém sabia como eu estava feliz. Nunca tinha sentido tanta felicidade durante meus quase dezoito anos de existência.



Capítulo Dois – Can you believe your eyes?

Demorou, mas enfim o dia do show chegara. Eu e largamos de todos os compromissos que tínhamos e tiramos o dia pra ficar na fila que entraria pra pista. Tinha em minhas mãos o banner que eu havia feito, tão grande quanto fosse possível: ', Let's Have The Motion In The Ocean!'. Um pouco ousado, mas nada perto de outros que aparecem por aí, certo?! Antes mesmo de eles marcarem um show no Brasil, já combinávamos de montar o banner e de ficar o dia inteiro na fila para poder grudar na grade e não sair de lá até que terminasse. E íamos fazer isso, sim. Chegamos lá pelas cinco e meia da manhã e apenas mais três meninas estavam na nossa frente. Sentamos no murinho e ali ficamos, conversando até com as meninas da nossa frente, durante todo o tempo. Quando precisávamos ir ao banheiro, uma guardava o lugar da outra e íamos até um shopping próximo e a mesma coisa valia pra quando queríamos comer. Não digo que o tempo voou, mas passou mais rápido do que eu pensava. E logo a gritaria começou quando o carinha abriu a porta da casa de show e a fila começou a andar. Saímos correndo até conseguir chegar na frente do palco, e conseguimos nos grudar na grade! Sorríamos de orelha a orelha uma pra outra, até que o resto das meninas começaram a chegar e a nos esmagar contra o ferro. Cara, eu só rezava pra não passar mal ali, porque senão ia perder o show e o meu ótimo lugar!
Agradeci muito ao Papai do Céu quando as cortinas começaram a balançar e um cara desconhecido veio anunciar que eles já estavam se arrumando pra entrar no palco. A gritaria começou a ficar ainda mais intensa – e inclua eu e ajudando no barulho – e o empurra-empurra era insuportável. Minha respiração começava a falhar e eu tinha medo de desmaiar ali. Coloquei meus pés por entre as barras da grade e, assim, garanti que, mesmo se caísse, não ia sair do meu lugar. Coloquei meu banner gigante pro lado de fora da grade, evitando que fosse estragado. E então, finalmente, as cortinas se abriram e eu só via o letreiro luminoso escrito 'McFly'. Não conseguia parar de gritar e de pular naquela grade, e meu coração estava mais disparado do que nunca. Sabe quando você simplesmente não acredita que aquilo está acontecendo? Não era possível que eu estava bem na frente do palco onde a minha banda preferida iria se apresentar em apenas alguns segundos! Depois desses segundos, via-se as sombras de cada um em suas posições e logo se podia ouvir e cantar [erm...gritar] 'Please, Please' junto com eles.

Eu já estava sentindo minha garganta pinicar quando eles saíram pela segunda vez – e última, infelizmente – do palco. Encerraram com 'Five Colors In Her Hair' e a animação foi geral. Dougie quase quebrando seu baixo nas caixas de som, Danny e Tom pulando de um lado pro outro, Danny correndo para cima de Dougie e Harry fazendo seu maravilhoso trabalho com uma 'continuação' do final da música. Eu e quase piramos durante o show: choramos em 'She Left Me', em 'Bubble Wrap', 'Too Close From Comfort' [eu achei que ela ia derreter, cara] e em 'Don't Know Why' e eu quase pulei no palco em 'Friday Night' e 'Transylvania' – para abraçar o Dougie, que foi tão incrível na apresentação solo do começo da música. Durante uma parte em que eles ficaram apenas conversando com o público, inclusive o Harry, levantei meu banner bem alto. Afinal, ele foi notado! Eu e a gritávamos de tanta empolgação. Com tantas emoções juntas, eu até tinha me esquecido o que vinha depois do show. Só fui me dar conta quando o mesmo cara desconhecido que os anunciou, apareceu novamente e chamou por nossos nomes.
Arregalamos nossos olhos e depois desatamos a rir. Todas as meninas nos lançavam olhares invejosos e raivosos. Provavelmente queriam nos matar pra irem ao camarim em nosso lugar. Com a ajuda dos seguranças, subimos no palco e o cara nos conduziu pra trás da cortina até chegarmos numa porta em que se encontrava um papel escrito 'McFly'. Ele deu três leves batidas na porta. Era como se eu não tivesse emoções. Acho que eu fui novamente transportada pra outro lugar longe dali e nem tinha me dado conta do que iria acontecer em seguida. Fui despertada repentinamente quando me vi de frente com o cara que eu sabia ser o Fletch. Meu coração começou a pular descontroladamente de novo e minhas mãos começaram a tremer. Na verdade, meu corpo inteiro tremia. Segurei o banner enrolado com mais força, pra que esse não caísse. Não queria olhar pra , pois sabia que se nos olhássemos, íamos chorar. Com um sorriso simpático, Fletch nos olhou e eu consegui entender que era pra entrarmos. Meus pés pareciam não poder se mover, e eu comecei a ficar ainda mais nervosa por estar daquele jeito, afinal, não queria pagar nenhum mico na frente daqueles caras. Senti a mão, também gelada, de minha amiga apertar a minha. Só assim que consegui me mover, e então entrar naquele cômodo. Levei um susto quando percebi que não havia ninguém lá, apenas um sofá de três lugares e aquelas tipo penteadeiras. Fletch nos conduziu até o sofá e nos disse pra sentar, pois logo os garotos iriam chegar, e então ele saiu pela porta que entramos. Eu queria falar alguma coisa para , mas, quando olhei para ela e ela olhou pra mim, nada saiu da minha boca. Era como se tivesse uma trava, de tão nervosa que eu estava. Ainda continuávamos de mãos dadas, e ela sentia que eu tremia muito. Quando ela abriu a boca pra falar – ou ao menos tentar – alguma coisa, ouvimos uns murmúrios aumentando a cada segundo. Seriam eles? Ai, meu Deus! Simplesmente era inacreditável que estávamos vendo-os entrarem no lugar em que estávamos. Danny vinha com seu sorriso maravilhoso, – e melhor ainda ao vivo – Tom mostrava sua covinha, Harry também entrava com um sorriso lindo, arrumando o cabelo, e por último chegava Dougie com seu jeito tímido, mas um sorriso encantador. Foi como se tivessem me dado um soco no estômago. Fiquei morrendo de medo de desmaiar ali, vendo-os de perto. Sentaram em cadeiras que tinham na frente do sofá e sentou ao lado de . Ok, eu nem imagino como ela se sentiu naquele momento. Não sei como ela conseguiu ficar viva, ou pelo menos sem desmaiar. O perfume que vinha deles era bom, pois provavelmente já tinham ido colocar roupas secas e limpas. Acho que eles ficaram meio assustados com as caras que devíamos estar naquele momento. Fazer o quê, não tinha como ser de outro jeito. Eu tremia mais ainda e não sentia minhas pernas. começou a falar.
'Hey! Vocês ganharam a promoção, né?!' Não sei como, mas conseguimos abrir um sorriso e assentir. 'Parabéns!' Também não sei como, mas um 'thank you' tremido saiu de nossas bocas.
'Quem é e quem é ?' perguntou sorridente. Eu achei que fosse infartar quando ele falou meu nome, com aquela voz maravilhosa.
'E-Eu sou a ...' Ela tem mais controle sobre as emoções, eu acho. Porque eu nem consegui falar nada.
'Hum... então prazer, !' Ele estendeu a mão à ela, que soltou da minha e a apertou. No fundo, eu queria que ele não apertasse a minha, porque então ia ver o quanto eu estava tremendo. 'Prazer, .' Não conseguia tirar os olhos daqueles olhos e do sorriso lindo, mas agradeço por ter tido forças pra apertar a mão dele sem tremer tanto quanto eu imaginava.
'O que acharam do show?' Foi a vez de falar, ao lado da . Cara, até hoje eu me pergunto como ela conseguiu ficar viva! Ele olhava pra nós duas com um sorriso muito simpático e ela buscou minha mão pra voltar a apertar, rapidamente.
'Adoramos! Foi perfeito!' Consegui falar! Consegui! Mas só porque eu vi o desespero da minha amiga, e precisava ajudá-la.
'Que bom que gostaram! Nós também gostamos muito do público brasileiro!' Ele continuava a falar sorridente.
'E as praias! Adoramos as praias daqui.' falou e eu rapidamente voltei meus olhos pra ele. Já o achava lindo, ainda mais de perto. Acho que precisa de uma pesquisa científica pra poder explicar como ele consegue ser tão lindo, tão perfeito.
'Ah, é, só fala das praias!' deu uma risadinha, olhando pro sr. Perfeição.
E assim continuamos a conversar, pois logo e eu já estávamos mais à vontade. Ríamos das besteiras que eles falavam, das provocações que faziam um pro outro e nos entretíamos falando de gostos em comum. Fiquei muito feliz por ter tido mais certeza de que meus gostos eram parecidos com os de , e por isso conversamos bastante. Às vezes, me surpreendia com ele olhando fixamente pra mim. Por um momento, passou pela minha cabeça que ele poderia ter se interessado, mas esse pensamento logo foi embora. Eu já estava querendo demais, né?! Durante nossa conversa, descobrimos que eles iam embora apenas daqui há três dias, pois estavam encerrando a turnê e iriam aproveitar pra passear mais pela cidade. Sugerimos alguns lugares pra eles irem, e logo a meia hora que tínhamos estava praticamente no fim. Quando notei isso, me apressei a pedir pra tirar fotos e que nos dessem autógrafos em nossos 'Motion In The Ocean – Tour Edition' que conseguimos comprar pela internet.



Capítulo Três – And tonight we are the only ones who feel it.

O tal cara desconhecido, e de tanto que o víamos não era mais desconhecido, apareceu na porta nos chamando para ir embora. Um peso de umas mil toneladas pareceu cair em cima do meu peito. Eu não queria que tudo aquilo terminasse...eu queria ficar ali, conversando com eles, pra sempre. Tinha sido tão divertido! Senti as lágrimas aparecendo em meus olhos, mas fiz o máximo de força pra não as deixarem rolar. Porém meu esforço não foi o suficiente quando cada um nos abraçou pra se despedir, principalmente quando me senti envolvida pelos braços de . Eu já chorava vendo fotos e vídeos dele, até parece que não ia fazer o mesmo quando ele me abraçasse. Então, lembrei do beijo no canto da boca que eu ia pedir e acabei nem lembrando. Soltei uma risadinha, quando estávamos nos separando do abraço, e ele perguntou ‘o que foi?’, sorridente.
‘Ah, nada. Lembrei de uma coisa que falava pra que ia te pedir quando nos encontrássemos.’ Eu olhei pra ela, que estava ao meu lado, e ela também soltou uma risadinha.
‘O quê? Pode pedir!’ Ele continuava sorridente, e realmente disposto a me conceder o que eu desejava. Fiquei com muita vergonha de perguntar. Afinal, a estava certa quando disse que tinha que ter coragem pra pedir aquilo. Mas era minha única oportunidade, e eu não podia desperdiçá-la. Nunca mais ia os ver. Nunca mais ia olhar naqueles olhos azuis brilhantes.
‘Erm...eu...eu queria saber se você deixa eu te dar um beijo...’ Perguntei muito tímida, sem conseguir encará-lo. Depois de uns segundos em silêncio, resolvi que era melhor olhar pra ele. Ele podia estar fazendo careta, ou balançando a cabeça incrédulo. Mas me surpreendi, pois ele tinha um sorriso muito lindo em seu rosto.
‘É claro que eu deixo!’ Ele falou com um sorriso maroto estampado em seu rosto e deu uma piscadinha pra mim. Meu coração disparou naquele momento, e não pude me conter em sorrir como nunca havia feito antes. Acho que meus olhos brilhavam tanto quanto os dele...mentira, era bem mais. Nem quis olhar pra cara da , porque provavelmente ela estava com o queixo no chão, e eu ia acabar tendo um ataque de risos. Não tirei meus olhos daquele rosto maravilhoso, e fui me aproximando lentamente. Sentia minhas bochechas muito quentes e parecia que a qualquer momento todas as forças abandonariam meu corpo. Continuei firme, me aproximando cada vez mais da boca dele. Parecia que aquele momento tinha sido todo em câmera lenta, mas eu sabia que a velocidade tinha sido normal. É só que eu quis ficar atenta a todos os detalhes que eu tanto observava pelas fotos que tenho no computador. Quando eu senti a respiração dele, engoli em seco e decidi que seria melhor se beijasse apenas o canto de sua boca mesmo – e foi o que eu fiz. Me afastei rapidamente, sentindo uma vergonha enorme surgir dentro de mim por lembrar que todos os outros estavam lá do lado, vendo a cena. ainda sorria, e abriu a boca pra falar alguma coisa quando o cara nos chamou novamente. Virei de costas e, ao lado de , fui me distanciando deles e indo em direção à porta. O cara nos acompanhou até as escadas laterais do palco, e de lá caminhamos apenas as duas até a saída da casa de show.
, não acredito que você teve coragem de pedir o beijo pra ele!’ falava entre risos.
‘Nem eu! Me surpreendi comigo mesma, e ainda mais com ele. Não esperava que ele fosse concordar tão facilmente.’ Eu falava sem tirar os olhos do chão, mas sorria como idiota. Tinha sido tão bom todo aquele tempo, e ainda poder ter feito o que eu mais queria...nunca iria esquecer aquele sorriso maroto e aquela piscada.
‘Pois é! Acho que ele se interessou por você, hein!’ Isso, , me mata. Eu já estava ainda mais apaixonada por ele, depois daquele beijo, e ela ainda vinha me colocar esperança de que ele quisesse algo comigo.
‘Nah, claro que não, ! Sabemos o quanto ele, e todos os outros, são assanhadinhos!’ Eu falei entre umas fracas risadinhas.
‘Isso é, né?!’ Ela riu. ‘Mesmo assim, foi ótimo ter ficado tão perto do , e ainda abraçá-lo!’ E mais uma vez, a cara de sonhadora aparecia em seu rosto. Dei um último sorriso, e mergulhei em pensamentos. No fundo, eu queria que ela respondesse que ele estava, sim, interessado em mim – por mais assanhado que fosse. Queria que, ao sair do camarim, ele viesse correndo atrás de mim e me puxasse pra um beijo apaixonado e falasse que me amava. Mas tudo isso era apenas parte de meus sonhos com ele, e nunca deixaria de ser dessa forma. Pelo menos durante algum...pouco tempo. Dominada por aquele silêncio e com o coração apertado por não ter realizado completamente meu sonho, e por tê-lo realizado e agora estar voltando pra minha rotina de sempre, minhas lágrimas voltaram a escorrer pelos meus olhos e logo eu vi que a fazia o mesmo. Mas sabíamos disso...sabíamos que quando terminasse o show iríamos chorar, chorar e chorar. E assim voltamos pra minha casa, onde ela iria passar aquela noite.



Capítulo Quatro – Worth looking for?

No dia seguinte, mal conseguia abrir meus olhos. Estavam inchados e ardiam de tanto que havia chorado na noite anterior. Contava também o fato de que não havia dormido nada, pois fiquei pensando em , no show e em tudo o mais que havia acontecido por toda a noite. Olhei para o colchão estendido ao lado da minha cama e me deparei com minha amiga da mesma forma. Estávamos ridículas, cara. Então, desatamos a rir como loucas. Sim, porque não tinha nenhum motivo pra rir, apenas pra chorar... mas acho que as lágrimas haviam acabado.
Não conseguíamos tocar no assunto de McFly. Tomamos café da manhã, depois de termos passado um bom tempo na frente do espelho, enchendo de maquiagem nossos rostos e tentando mil artifícios para tentar normalizar nossos olhos, em silêncio. Pela minha cabeça, toda a conversa com eles se repassava. Lembrei, então, de quando dissemos aonde eles podiam ir, na cidade. Olhei para , mastigando um pedaço de pão, e assim fiquei até que ela se enchesse de esperar que eu falasse alguma coisa e me desse um tapa no braço.
‘Sabe o que eu lembrei?’ perguntei, dando outra mordida no pão.
‘O quê?’ ela falou meio sem emoção.
‘Que eles iam passear pela cidade hoje.’ Tomei um gole de meu suco. Ela não respondeu nada, apenas assentiu com a cabeça. ‘Você não vai falar nada? Nenhuma idéia brilhante de ir procurando eles por todos os lugares que indicamos?’ Abri os braços, sem entender a atitude de minha amiga.
‘Pra quê? Não vamos encontrá-los... Indicamos vários lugares e eles já poderiam ter outros em mente. Além disso, não sabemos o horário que eles vão.’ Ela deu de ombros, sem tirar a atenção das migalhas de pão que se espalhavam pelo prato.
Entendi tudo: ela estava deprimida. Eu também estava, mas ainda assim esperava que ela falasse algo que me animasse. Queria ouvir ela me falando do “segredo” de novo... queria muito.
‘Tem razão, vamos desistir. Nunca mais vamos encontrá-los, quem sabe só no próximo show... isso se tiver outro.’ Também dei de ombros e voltei a me silenciar. Estava tentando fazê-la se arrepender do que havia dito, mas parece que não funcionou. Ela continuou quieta.
Levantei-me da cadeira para levar o prato e o copo, agora vazio, para a pia.
‘AAAHHH! Não vou agüentar ficar assim!’ Antes de me virar para voltar a sentar à mesa, ela resolveu falar de repente e me deu um susto tão grande que até teve direito à pulo. Então, me virei e voltei a sentar na cadeira. ‘Não consigo me permitir a ficar tão passiva quanto a eles... Eles estão tão perto! Precisamos ir atrás, .’ me olhou de forma como se suplicasse. Ela estava sofrendo, e eu mais ainda por vê-la daquela forma.
‘Eu sei. Também não estou conseguindo me permitir ficar assim... acho que foi aquele maldito “‘segredo”.’ Bufei, meio raivosa.
Eu sabia que era apenas para o nosso bem fazer aquilo, mas mudava nosso jeito de ser até então. Se não estivéssemos sentindo aquela necessidade enorme de correr atrás de nossos sonhos, iríamos ficar sentadas no sofá, assistindo à televisão o dia inteiro, chorando e afundando cada vez mais em uma depressão pós-McFly.
‘Chega! Vamos nos arrumar muito bem e corrermos pra todos os lugares que falamos!’ Ela bateu com uma mão na mesa e tinha um olhar decidido.
Abri um sorriso de concordância e de orgulho por ela não se deixar abater, e em seguida fomos para o meu quarto pra nos arrumarmos.

Antes de sair, escrevemos em um papel todos os lugares que havíamos indicado pra eles conhecerem. Aproveitamos para buscar pelas comunidades o hotel em que eles estavam também. Por sorte, pudemos ver que nenhuma das pessoas que pareciam saber de tudo não sabiam que eles iriam ficar por mais três dias na cidade. Ou seja, teríamos esse tempo para procurarmos por eles sozinhas. Isso nos motivou ainda mais, e logo estávamos pegando o metrô até o hotel.
Depois de muito insistirmos com a recepcionista, e fazermos um joguinho de emoção, conseguimos descobrir que eles haviam saído de lá há pouco tempo. Corremos para o primeiro lugar da lista, mas não obtivemos sucesso – depois de andarmos pelo lugar todo umas cinco vezes. No segundo também falhamos, no terceiro a mesma coisa, no quarto também, e agora só faltava um. O último era um barzinho muito popular, e então concluímos que se eles fossem lá, seria apenas à noite. Assim, voltamos para casa e resolvemos nos arrumar ainda melhor para à noite. Não restavam dúvidas que, em algum dia, eles iriam para lá. Quando sugerimos o lugar, todos se animaram. Típico, não?!
Depois de algumas horas, estávamos prontas. Os olhos já haviam desinchado e estávamos com rostos de seres humanos de novo. Pedimos ao pai da que nos levasse até o barzinho, e umas nove horas da noite estávamos paradas na porta, olhando cada pessoa que passava atentamente. Escolhemos uma mesa que tinha uma boa visão para a entrada e sentamos. Começamos a beber um pouco, mas não tirávamos os olhos da porta, pois já havíamos notado que lá dentro eles não estavam.
Já se passava das onze e estávamos cansadas de esperar por eles. Meus olhos ardiam por quase não piscar, de tanta atenção que eu mantinha na entrada do bar. O sono também começava a tomar conta de mim, e a já resmungava, querendo ir para casa. Mas como sou muito teimosa, consegui convencê-la de ficar até meia-noite e meia. Tomava mais um gole da minha smirnoff ice, quando ouvi minha amiga dando risadinhas. Olhei para ela, e então ela olhou pra mim.
‘Olha aqueles caras entrando, cara! Aonde eles pensam que estão, com aqueles blusões de capuz e toucas cobrindo o rosto?’ Ela apontou para quatro caras que entravam no bar, e chamavam um pouco da atenção das pessoas que estavam ali. Por sorte, estava frio e eles não surpreendiam todo mundo.
‘Estranhos, né?! Devem ser do tipo que nunca saem à noite, e hoje deu a louca.’ Também dei uma risadinha. Continuei os observando discretamente, enquanto eles iam se dirigindo à uma mesa próxima da nossa. Quando meus olhos se encontraram com um deles, tive uma sensação muito estranha... como se conhecesse aqueles olhos. Foi então que a ficha caiu e eu quase pulei na cadeira. ‘, se liga! Será que são eles?’ Eu agarrei no braço dela e a puxei para perto de mim, falando a última palavra um pouco mais baixo e dando ênfase.
Eles?’ Ela arregalou os olhos, pensando em tal possibilidade. ‘Será, ?! Ai, meu Deus!’
Ela se afastou de mim e colocou a mão na boca. Eu via seus olhos se enchendo de lágrimas, só de pensar naquilo. Sentia-me da mesma forma, sem ter forças para, se realmente fossem eles, ir falar alguma coisa.
Olhei para a mesa que eles já haviam se sentado e notei que aqueles olhos se encontraram com os meus novamente. Engoli em seco e senti um frio na espinha. Sim, eu conhecia aquele olhar! E o mesmo acontecia com o cara, pois ele continuava me fitando. De repente, senti novamente o soco no estômago quando vi um sorriso surgindo naquele rosto encoberto por um capuz. Virei para rapidamente.
‘Cara, eu acho que são eles mesmo.’ Foi a minha vez de ter os olhos marejados de lágrimas. Segurei-me para não chorar ali na frente de todo mundo.
me olhou com uma cara mais assustada do que a de antes, e parecia que ela ia ter um enfarte.
‘Jura, ?! Tem certeza? Por quê?’ ela falava com a voz falha.
‘Porque tem um dos caras que tá olhando pra mim desde que vieram sentar naquela mesa e ele acabou de sorrir. Eu conheço aqueles olhos, ...’ Eu tomei mais um gole da minha bebida, percebendo, então, como minhas mãos tremiam.
‘Precisamos falar com eles, então! Não podemos deixá-los irem embora assim!’ Ela começou a ficar realmente inquieta naquela cadeira. Eu sabia que tínhamos que ir falar com eles, mas cadê a coragem? Simplesmente ela não aparecia.
‘Eu não consigo... não vou conseguir fazer isso!’ eu falava nervosa.
‘Mas nós temos que conseguir! Procuramos por eles a tarde toda à toa? Não, , pára com isso.’
‘Eu sei, eu sei! Mas eu não tenho coragem...’
Comecei a me sentir enjoada. Isso que dá ter gastrite. Bebe e depois passa um puta nervoso pra ver como é bom. Ainda bem que eu tinha meu bom e velho amigo Omeprazol na bolsa, e logo tirei um comprimido pra tomar.
‘Ok, vamos esperar mais um pouco. Eles acabaram de chegar, então vai demorar um pouco para irem embora.’ falou com mais tranqüilidade, na tentativa de me acalmar e acalmá-la. Assenti com a cabeça e ali ficamos por mais um tempo, sem olhar mais para os caras da mesa ao lado.



Capítulo Cinco – Heaven is here.

Um certo tempo se passou, e continuávamos tentando criar coragem. Um deles resolveu levantar, e acabamos olhando. Ele já estava sem nada que o escondesse, e quase surtamos quando vimos que era o . Então viramos para o outro lado, pois não tínhamos coragem de olhá-lo. Foi inevitável quando senti uma pressão sobre a mesa e vi que eram suas mãos apoiadas. Lentamente, fui subindo os olhos até encontrar com os dele. sorria, e eu não pude evitar de fazer o mesmo.
‘Hey, meninas! Que coincidência nos encontrarmos aqui!’ ele falou, ainda sorridente.
‘Ah... é, não é?!’ eu disse, gaguejando um pouco.
‘Já que estão sozinhas, não querem ir sentar com a gente?’ Ele olhou de mim para , e vice-versa.
Eu e ela nos olhamos e abrimos um sorriso. Em seguida, estávamos indo em direção à mesa deles, com no meio de nós, e eu sentindo que a qualquer momento iria desmaiar.
Não olhei para nenhum deles até sentar na cadeira que puxou para mim. Só quando ouvi a voz que me era tão familiar. Aquela voz que mexia comigo toda vez que eu a ouvia, ainda mais quando estava tão perto. Levantei meus olhos para a pessoa que estava ao meu lado e encontrei aqueles olhos que me fitaram anteriormente, e eu sabia que conhecia. Meu coração dava pulos dignos de acrobatas, e o Omeprazol parecia não fazer nenhum efeito em meu estômago.
‘Hey, ! Caiu bem o nosso disfarce?’ perguntou sorridente. Ele também tinha o capuz do blusão abaixado.
‘Ahh... caiu! Eu nem reconheci.’ Eu dei uma risadinha. Que mentira... aqueles olhos nunca me enganariam.
‘Eu percebi! Por que você nem falou nada quando nos viu passando por vocês.’
‘É...’ Continuava com minhas risadinhas nervosas. Estava sendo muito estranho conversar com eles naquele lugar, como se fossem amigos nossos.
‘Ah, mas acho que as pessoas daqui nem conhecem a gente! Por isso que tiramos tudo.’ comentou. Realmente, parecia que ninguém percebeu quem eles são.
‘Ainda bem. Por que fico bem mais bonito sem essa touca! Não acha, ?’ olhou para ela, com um sorriso maroto e fazendo uma pose. Naquele momento que eu percebi que ela estava sentada ao lado dele, e separada de mim por .
‘Claro! Apesar de que a touca também não é nada mal.’ Ela riu. Pronto, já havia voltado a ser a mesma pessoa que havia conversado com eles no camarim. Faltava eu parar de ficar que nem boba na frente do .
‘Ih, , parece que tem alguém aqui que tem você como o favorito’ falou em tom de brincadeira e entre risos.
‘Mais uma entre muitas, né?! Não tem como não gostar de mim!’ falou, com uma pose toda convencida. ainda ria, e eu também ri junto com os outros.
Ficamos um tempo conversando, até que me puxou delicadamente pelo braço e falou mais baixo, perto do meu ouvido, arrepiando-me inteira:
‘Eu não consegui te falar ontem, quando vocês estavam indo embora, mas eu percebi uma coisa...’
‘O quê?’ perguntei surpresa e olhei para ele.
‘Que era você quem estava segurando aquele banner durante o show. Aquele que dizia para termos motion in the ocean.’ Ele sorriu maliciosamente.
Senti meu rosto ficar muito vermelho, e um calor enorme me preencher. É assim que fico quando passo por situações extremamente embaraçosas. E essa era uma delas. Que vergonha, cara... que vergonha. Se mata, .
‘Ahhh... sim... foi uma brincadeira que eu e a quisemos fazer.’ Eu tentei disfarçar o nervoso, rindo.
‘É, foi um banner legal! Eu gostei. Quem teve a idéia?’ Ele continuava sorrindo.
Ou eu jogava a culpa na e fazia ele achar que ela o tinha como preferido, e não o , ou eu assumia a culpa e abria um buraco no chão para me esconder eternamente. Ai, essa honestidade me mata...
‘Fui eu...’ falei meio insegura. Nem consegui olhar para ele, mas o ouvi dar risadinhas.
‘Eu adoraria ter motion in the ocean com você, .’ E lá veio aquela piscadinha de novo para terminar de me matar. Eu sorri timidamente e não consegui falar nada, apenas ficar olhando dentro daqueles olhos lindos e me perder lá. ‘Quer dançar?’ Sua voz me despertou da viagem que eu fazia por dentro de seus olhos.
‘Erm... pode ser.’
Essa é sempre a minha resposta. “Pode ser”. É que eu não costumo dançar, mas também não queria negar um convite de ! Além do mais, eu já havia visto um monte de vídeos e sabia que ele também não tinha muita noção de dança.
Ele abriu um sorriso e me pegou pela mão para levantarmos da cadeira. Senti como pequenos choques quando nossas mãos se encostaram, e eu achei que estava pálida.
‘Nós vamos dançar. Alguém mais vem?’ ele perguntou para todos da mesa, ainda segurando a minha mão.
‘Acho que eu vou também!’ se levantou. ‘Vem, .’ E puxou minha amiga, que não devia saber se deixava o queixo cair ou sorria de orelha a orelha.
‘Vamos?’ perguntou para o amigo à sua frente. Ele concordou sem muito ânimo, mas era melhor do que ficar apenas os dois sentados na mesa.
Então, todos nós fomos até a pista que havia lá. Estava tocando uma música animada, e, com a ajuda do álcool, logo eu me animei pra dançar junto com eles. Eu e a não conseguíamos parar de rir, vendo-os dançando de forma tão engraçada. Mas mesmo assim ficavam lindos e chamavam a atenção de algumas garotas que estavam por perto. Confesso que fiquei com ciúmes, porque algumas eram bem bonitas. Mas logo me dei conta que estava na companhia dos caras do McFly, e não tinha ninguém com privilégio maior do que o meu e o da .
Durante o tempo que estávamos lá, notei como o agarrava a e quase a fazia desmaiar em seus braços. Com certeza, ela estava morrendo de vontade de berrar até perder a voz, e por isso eu tive que rir, cara. Eu, distraída com a , e de repente sinto um braço em volta da minha cintura. Quando virei para a frente, vi o rosto do muito próximo do meu. Gente, eu pensei que fosse morrer naquele dia.
‘Também quero rir com você!’ ele falou sorridente.
‘Ah, é que tô achando graça da com o !’ eu disse entre risos.
‘Ele gostou da sua amiga, sabia?! Achou ela muito bonita.’ Nossa, se a soubesse disso naquele momento... Haha, ela surtaria!
‘Sério?!’ Eu levantei minhas sobrancelhas e estampei um sorriso enorme no rosto. ‘Ela adoraria saber disso! Cá entre nós, ele é o preferido dela’ eu falei mais baixo a última frase.
‘Hum, então não se enganou.’ riu. ‘Mas e quem é seu preferido?’ Duh, ... não é óbvio? O banner, o beijo...
‘Ahhh. Não sei se você merece saber.’ Eu ri, soltando-me de seu braço que ainda envolvia minha cintura. Que doce! devia ter me socado.
‘Por que eu não mereceria? Deixei você dar um beijo em mim, poxa...’ ele falou em tom de brincadeira.
‘Hum... é, você foi bonzinho. Mas é muito claro que é você!’ Coloquei as mãos na cintura e o olhei, sorrindo. Ele também abriu um sorriso maravilhoso.
‘E sabia que nós também temos nossas fãs preferidas?’ se aproximou de mim.
‘Não sabia, não! No meio de tantas, não tem como ter isso!’
‘Mas tem, sim. E a minha preferida é você!’ Ele abaixou minhas mãos que estavam na cintura e colocou as suas no mesmo lugar.
Meu coração disparou e eu voltei a ficar completamente quente. Não sabia o que falar, apenas fiquei estática, olhando para ele. Entrei novamente no transportador e logo já estava perdida em algum lugar pelo universo. Quase uma Star Girl. HAHA. Não foi engraçado. Mas voltando... Caí na Terra de novo com grande impacto e me sentindo muito arrepiada. Foi quando me dei conta que o nariz de encostava delicadamente em meu pescoço, enquanto ele dava pequenos beijos. Ok, não tinha o que pensar a não ser que aquilo tudo era um sonho. não podia estar certa quando disse que ele tinha se interessado por mim, sabe?! Impossível...
Lembro que eu permaneci sem me mexer, sentindo aquela sensação tão boa. Só fui ter certeza do que estava acontecendo quando senti a respiração dele se misturando com a minha, e de tanta surpresa até dei um passo para trás. Porém, as mãos dele me mantinham muito próxima a ele, e logo já tinha me entregado completamente àquele beijo que por tanto tempo eu desejei. Não sei explicar como me senti... uma sensação tão absurdamente boa! Eu nunca vou esquecer como é maravilhoso realizar um sonho. Isso devia fazer parte da rotina de todo ser humano.
‘Um beijo seu apenas no canto da minha boca não é o suficiente’ falou, após rompermos o beijo intenso que concebemos naquela pista.
Abri meus olhos e pude ver o sorriso maroto que aparecia em seu rosto. Sorri; sorri com muita vontade. Eu queria me beliscar para ver se não estava sonhando... mas seria dolorido demais. Preferia continuar dormindo, se fosse realmente um sonho.
Olhei para o lado e apenas vi e dançando com mais três garotas. Procurei e com o olhar, até os avistar encostados em um canto da parede nuns bons amassos. Depois daquilo, duvido que ela fosse se deprimir de novo! Ela não poderia! HAHA. Soltei uma risada e voltei meus olhos ao deus grego à minha frente, que logo me puxou para mais um beijo que poderia ser interminável.




Capítulo Seis – Let The Good Times Roll

Acordei no dia seguinte com uma leve tontura. Estava no meu quarto e não me localizava no tempo e no espaço. Olhei para o lado e vi novamente o colchão estendido com dormindo profundamente. Parei um momento para pensar. Será que todas aquelas lembranças que eu estava tendo eram apenas um sonho? Só podiam ser, porque eu me lembrava de ter beijado ! E de ver minha amiga se amassando com ! Desatei a rir e acabei acordando a bela adormecida.
‘Você enlouqueceu, garota?’ Ela olhou para mim meio preguiçosa.
‘Não! É que tô lembrando do sonho que tive’ eu falava ainda entre risadinhas. ‘Você se amassava com o , !’
‘Hã?’ Ela sentou-se na cama e ficou me olhando com uma sobrancelha arqueada. Balançou a cabeça negativamente. ‘Sua anta, foi real!’ E foi a vez dela de desatar a rir.
‘O QUÊ?’ Sentei-me na cama num pulo e fiquei olhando incrédula para minha amiga. Novamente parei pra pensar e fui me lembrando de tudo, até quando voltamos para minha casa no carro de . ‘Caaaara, que coisa estranha!’ Levei minhas mãos à cabeça.
‘Estranha? Eu não usaria essa palavra!’ ainda ria. ‘Perfeita seria a palavra adequada.’
‘Nossa, nem acredito que eu realmente beijei o ! Agora me lembro da sensação maravilhosa...’
Uma das minhas mãos abaixou e a outra parou em minha boca, que se esticava pra formar um sorriso deslumbrado e ainda sentia o gosto da boca do meu ídolo.
‘E que sensação, hein?! Aquele sabe realmente como conquistar uma mulher!’
se deixou cair deitada na cama novamente, e eu via aquela sua expressão de sonhadora novamente. Porém era mais real, pois tudo não havia sido apenas sonho. Incrível!
‘Será que eles vão ligar para a gente, ?’ perguntei de repente. É que eu não me lembrava de ter dito alguma coisa sobre isso, ou ter pedido meu número.
‘Mas você bebeu, hein?! Se esqueceu que deixou seu telefone num guardanapo para o ?’ E uma vaga lembrança surgiu em minha mente.
‘Ah! Eu lembrei agora!’ falei animada. riu da minha cara.
‘Vai, vamos comer alguma coisa!’

Passamos a tarde sem fazer nada. Não preciso nem dizer o quanto ficamos falando sobre a noite anterior, descrevendo pela milhonésima vez cada detalhe do que aconteceu com cada uma. Acho que passamos o tempo inteiro com sorrisos nos lábios... Difícil alguma coisa te deixar para baixo quando algo tão maravilhoso e inacreditável acontece na sua vida! Só por algo realmente sério, mas graças a Deus nada aconteceu. Também ficamos imaginando se eles iriam ligar ou não. A já estava convencida de que eles iam querer passar aquela noite apenas eles, mas eu mantinha minhas esperanças. Afinal, você também pensaria positivo todo o tempo se tivesse conseguido o que mais desejava.
Eram quase quatro horas e estávamos comendo brigadeiro de panela e vendo “De Volta Para o Futuro”, já que queríamos fazer apenas coisas que nos lembrassem deles, quando o telefone tocou e minha mãe atendeu. Não se passaram nem cinco minutos e ela já se aproximava de nós com uma cara de quem não entendeu nada.
‘Filha, é a voz de um garoto que disse seu nome de um jeito bem estranho.’
Ela me entregou o telefone sem-fio. Na hora, minha ficha nem caiu, mas quando olhei dela para minha amiga, quase engasguei com o doce que descia pela minha garganta.
, deve ser o !’ falou baixinho, mas não o suficiente pra que os super ouvidos da minha mãe não captassem.
?! É gringo esse cara?’ ela perguntou, ainda não entendendo.
‘Deixa, mãe, depois a gente conversa.’ Fui colocando o telefone em meu ouvido, sentindo as mãos trêmulas. Eu nunca iria deixar de tremer quando ouvisse falar de . Fato. ‘Alô?’ falei, sentindo minha voz um pouco falha. Meu coração disparava, e fiquei ainda mais nervosa por sentir os olhares de minha mãe e de sobre mim.
‘Hey, !’ Quase desmoronei quando ouvi a voz do cara mais perfeito do mundo, na minha opinião. Não são todas as fãs que conseguem ouvir a voz do ídolo pelo telefone, né?! Foi, no mínimo, estranho. ‘É o ! Você e a estão ocupadas?’ ele perguntou animadamente.
‘Oi, ! Não, estamos só vendo filme. Por quê?’ Abri um sorriso de orelha a orelha. Ao meu lado, pulava no sofá, contendo-se para não gritar e rir alto, e minha mãe continuava nos olhando sem conseguir saber o que estava acontecendo. Acho que ela cansou e saiu de perto de nós.
‘Ah, queríamos que vocês saíssem com a gente! Sabe, só temos mais hoje e amanhã para passearmos por aqui.’
‘É verdade.’ Um súbito desapontamento surgiu em minha voz e em meu coração. Mas logo consegui mudar de sintonia. ‘E aonde vocês querem ir?’
‘Bom, estávamos pensando que vocês podiam nos levar pra andar por aquele parque que comentou, e depois irmos jantar em algum lugar bem legal.’
‘Ah, é uma boa! Vamos, sim!’
O sorriso enorme em meu rosto não queria desaparecer e eu me segurava para não rir da , que continuava a pular.
‘Ok. Então passamos na sua casa daqui a uma meia hora, pode ser?’
‘Pode, sim! Anota meu endereço aí.’
Vi mexendo a boca, perguntando se eles realmente iam nos buscar em casa. Fiz sinal positivo, ainda segurando a risada, e fui falando o endereço enquanto anotava.
‘Então até daqui a pouco. Beijo, linda!’ Demorei um pouco para entender que ele tinha me chamado de “linda”.
‘Beijo!’ Depois de conseguir me recuperar, me despedi e desliguei o telefone.
No mesmo momento, larguei o aparelho no sofá e comecei a gritar, rir e pular – tudo ao mesmo tempo – junto a minha amiga.
‘Eles vão vir nos pegar em casa! Vão sair com a gente!’ não se continha de alegria.
‘Vão! Vão! Vão!’ Decididamente, eu nunca tinha me sentido tão feliz. Eu iria vê-los de novo! ‘Ahhhh! Temos que correr, ! Eles vêm daqui a meia hora!’
Parei de pular e de gritar. também ficou séria, de repente, e parou de pular.
‘Ai, sua idiota, por que não me avisou antes? Vaaaamos!’ Ela saiu correndo escada acima e eu fui atrás dela, rindo sem parar.

Depois de aproximados quarenta minutos, a campainha tocou. Tínhamos nos arrumado muito rápido, mas sem deixar de caprichar em cada detalhe. Não eram simples caras; eram os caras do McFly! Eu corri até a porta e abri. Parecia que eu ia cair para trás quando dei de cara com um muito lindo. Se meu favorito não fosse o desde sempre, se não tivesse o beijado, se o não fosse o favorito da minha amiga e se eles não tivessem se pegado, eu iria beijá-lo. Ah, a beleza das fotos não é nada quando visto pessoalmente!
‘Hey!’ Ele abriu um sorriso lindo. E eu pude imaginar se derretendo por dentro.
‘Hey! Vamos?’ eu disse sorridente. Sabia que minha amiga estaria incapacitada de falar.
‘Vamos!’ Ele se afastou um pouco da porta, para que nós duas passássemos.
Logo fui me aproximando dos outros, que estavam encostados, conversando, num carro muito bonito e provavelmente alugado. Olhei para trás para ver se já vinha atrás de mim e soltei uma risadinha quando vi que ela e o já estavam aos beijos. Virei para frente novamente, e um muito sorridente veio me abraçar.
‘Você tá linda!’ Depois de nos separarmos do abraço, ele me olhou de cima a baixo – o que me deixou um tanto constrangida.
‘Obrigada!’ Eu sorri tímida. Sentia minhas bochechas queimarem.
Em seguida, ele pegou na minha mão e me levou para cumprimentar e . e chegaram e ela cumprimentou os outros três. Quando estávamos entrando no carro – os dois casais no banco de trás –, discretamente sorri maroto para ela, que colocou a mão na boca para não rir. Fiquei sabendo que eles conseguiram se guiar até chegar em minha casa pelo computador de bordo do carro, e nem precisávamos explicar o caminho até o parque. O que foi muito bom, porque ocupei minha boca beijando . Aquela sensação maravilhosa de senti-lo tão próximo é indescritível e inesquecível. Seu cheiro nunca vai ser esquecido por mim, e nem os detalhes de seu rosto, visto numa proximidade extrema.
Chegamos ao parque e ali ficamos até a noite chegar. Eles tinham levado seus violões e a boa vontade de nos fazer um “acústico” das músicas que mais gostávamos (o que foi bem difícil de escolher). Arrependo-me até hoje de não ter levado um gravador, pois aquilo devia ser guardado para sempre. Agora, só tenho suas vozes e a melodia em minha cabeça.
foi muito carinhoso comigo e não saiu de perto de mim nem um minuto. Assim também fez com a . Naquele dia, percebi que nunca tinha visto como o parque é lindo!




Capítulo Sete – To let you know you're more to me than what I know how to say.

Estávamos no carro, e, como havia dito, pensei que íamos jantar em algum lugar. Mas , que estava dirigindo, chegou ao hotel e parou o carro na frente. Não consegui entender o que eles queriam fazer e olhei confusa para . Ela parecia também não entender nada, mas logo vi a puxando para fora do carro quando e já tinham descido.
‘Tchau, ! Tchau, ! A gente se fala amanhã.’ acenava pelo lado de fora, e nós retribuímos.
fez o mesmo, e, em seguida, entraram no saguão do hotel. assumiu a posição de motorista e a sentou-se no banco do passageiro.
‘E aí, , nós vamos no mesmo lugar ou vocês querem mais privacidade?’ perguntou com um sorriso malicioso nos lábios.
Na mesma hora, minha amiga me olhou espantada, e eu só pude virar para o outro lado, para não rir da cara dela.
‘Hum... acho que nós dois sabemos que queremos mais privacidade, certo, ?’ virou para trás, olhando-o com o mesmo sorriso.
Foi a minha vez de olhar para da maneira como ela havia me olhado, e dessa vez quem quase riu foi ela.
‘Certo!’ riu. ‘, nós vamos pegar um outro carro pra podermos ficar mais à vontade, ok?’ Ele olhou para mim, falando daquele jeito tão doce.
Eu podia estar espantada, mas ele me olhando e falando daquele jeito, não tinha como falar um “não”. Então assenti com a cabeça, e ele abriu um sorriso, em seguida, abrindo a porta do carro e me puxando para fora.
‘Até mais tarde, ! Tchau, !’ Ele acenou para dentro do carro.
‘Até! Tchau, !’ Foi a vez de acenar, e eu retribui.
Olhei uma última vez para , e nós duas estávamos espantadas. Mas, ao mesmo tempo, sabíamos que as duas queriam rir muito por dentro. Imagina seu McGuy favorito falando que quer mais privacidade com você! Ah, é demais pra mim. HAHA.
Vi o carro sair tranqüilamente pela rampa do hotel e acompanhei até a garagem. Lá, ele falou com o carinha, e um carro tão bonito quanto o outro apareceu. Entramos nele e ligou o computador de bordo.
e foram encontrar com umas garotas que conheceram ontem’ ele falou com um sorriso, enquanto ligava o carro. ‘E nós vamos aonde?’ Ele se virou para mim, ainda sorrindo. Cara, que pergunta! Normalmente eu já não sei aonde ir, ainda mais quando estou com !
‘Erm... sinceramente, eu não faço idéia.’ Sorri sem graça. ‘Que tipo de lugar você gostaria de ir?’
‘Em um lugar que possamos comer uma comida boa e... ouvir boa música!’ Uh, que tipo de lugar tem isso?
Fiquei um bom tempo pensando e finalmente lembrei de um restaurante razoavelmente chique, onde um cara costuma tocar violão e cantar. Expliquei aonde era, e facilmente foi achado no mapa do computador de bordo. Em uns quinze minutos, chegamos ao local, e pela cara que ele fez quando entramos, gostou – ainda bem! Sentamos em uma mesa encostada na parede, que o garçom nos indicou, e começamos a olhar o cardápio. Eu não sabia o que fazer. Sério, como uma pessoa reage saindo para jantar com seu ídolo? Por mim, eu ficava sem comer e sem falar, só o observando fazer essas coisas. Mas aí eu seria extremamente desagradável, então teria que me comportar como uma pessoa normal.
Expliquei o que alguns pratos eram e então ele escolheu o dele. Acabei optando por algo parecido. Logo, o pedido estava feito, e estávamos olhando tudo à volta, sem saber o que falar.
‘Gostei da música daqui! É brasileira mesmo, né?!’ ele falou todo simpático.
‘É sim!’
Realmente, a música estava agradável, apesar de eu nem saber o que era. Não sou muito ligada à música brasileira, sabe.
‘Nunca tinha ouvido, mas gostei.’ sorriu, e eu fiz o mesmo.
E novamente o silêncio se estabeleceu. Quando estávamos junto com os outros, não tínhamos nenhum problema com isso: ríamos, falávamos besteiras, conversávamos sobre várias coisas... mas parece que quando estávamos apenas nós dois, toda aquela descontração sumia. Estávamos ambos tímidos. Então, a bebida chegou. Ele tinha pedido champagne. Senti-me um pouco sem jeito por ele ter pedido algo mais caro do que simplesmente um suco ou coisa do tipo, mas juro que não influenciei em nada! Estava distraída com umas pessoas que haviam acabado de adentrar o local (minha mania de observar os outros. õÔ), quando ele começou a falar.
...’ Olhei rapidamente para ele, que mexia as mãos desconfortavelmente. ‘Não sei se é hora pra isso, mas queria te falar uma coisa.’
Meu estômago começou a se revirar e meu coração queria saltar pela boca. Fiquei bem nervosa com isso que ele disse, pois não tinha nem idéia do que ia ouvir. Mesmo assim, procurei agir com calma.
‘Pode falar, ’ falei tão tranquilamente que me surpreendi.
‘É que assim... vocês, fãs, devem pensar que nós, famosos, nos pegamos com várias garotas.’ olhava em meus olhos, mas eu não conseguia ter nenhum tipo de reação. Apenas fiquei prestando atenção no que ele falava. Mas era verdade, sempre havia pensado assim. ‘Na verdade, não é bem assim. De vez em quando é que ficamos com alguém, ou passamos uma noite. No meu caso, não costumo fazer isso com quem não conheço muito bem.’ Não fazia idéia da onde ele queria chegar com aquilo, mas assenti com a cabeça e fiquei esperando ele continuar. ‘O que é difícil é achar alguém que realmente chame a atenção e me faça sentir algo diferente. Sei que não passamos muito tempo juntos, mas você tem um jeito todo especial de ser... e eu realmente gostei. Adorei conhecer você, . E realmente fico muito triste por vivermos tão longe.’
Ele não tirava os olhos dos meus, e eu nem sabia se ainda estava respirando, depois de ouvir tudo aquilo. Ficamos um tempo apenas nos olhando, até que me toquei que deveria falar alguma coisa.
‘Ah... nossa, , você me surpreendeu. Mesmo. Eu nunca esperava ouvir uma coisa dessas de você... nunca. Difícil te explicar o que eu sinto por você. Posso dizer que é um sentimento realmente intenso e que foi surgindo desde que te vi a primeira vez. Tudo em você me encantou, desde o seu rosto tão lindo, até seu jeito de se vestir e de ser. Não consigo mais não reparar em cada detalhe seu, em cada palavra que você diz, cada sorriso que se forma, casa risada, cada gesto... É inevitável. Você é uma pessoa cativante e apaixonante. Você pode virar e dizer a maior besteira do mundo, mas mesmo assim vou amar. Amo tudo o que você faz, tudo o que você diz e tudo o que você é. Penso em você constantemente, e me lembro de você em quase todos os momentos dos meus dias. Quando estou mal, ouço sua voz ou apenas vejo fotos suas, e tudo fica bem novamente. Você me dá forças, me faz feliz... e depois que te conheci pessoalmente e passamos por esses momentos juntos, eu só cheguei a conclusão de que realmente você é tudo o que eu pensava e só me fez ficar ainda mais apaixonada por você.’
Cara, não faço idéia de como tudo isso foi saindo da minha boca! Nunca fui boa em falar dos meus sentimentos, mas parece que dessa vez uma luz veio lá de cima para me ajudar. Quero dizer, não ajudou muito porque eu fiquei extremamente sem graça pelo jeito que ele me olhava. Parecia que ele estava entrando dentro de mim, pelo orifício dos meus olhos. Ele sorria, quase abobamente.
, essa foi a coisa mais linda que já falaram pra mim! Eu sei que muitas pessoas admiram o meu trabalho e o que faço, mas não pensava que podia ser tão importante pra alguém que vive tão longe de mim...’
Ele esticou o braço para poder acariciar meu rosto. Levantei minha mão e segurei delicadamente no braço dele, acariciando-o também. Então nos esticamos até nossas bocas se encontrarem em mais um beijo delirante.
Após não muito tempo, a comida chegou e estávamos bem mais à vontade para conversar e rir. Nunca comi algo tão bom, e não sei se é pelo lugar mesmo ou pela companhia e todo o acontecimento daquela noite. Um dia ainda volto lá para saber... ou não. Às vezes, é bom deixar a magia de ser “o lugar que jantei com ”. A noite passou rápido e só posso resumi-la como: perfeita.



Capítulo Oito – It’s gonna be strong enough

Acordei como se estivesse sob o efeito de alguma poção mágica. Ou, pra quem leu ‘O Dia do Curinga’, como se tivesse bebido um frasco da bebida púrpura. Era tanta felicidade que eu não entendia como cabia dentro de mim. Parecia que eu tinha colocado um cabide dentro da boca e ele havia ficado por lá. Minha mãe não conseguia entender nada do que estava acontecendo, e eu acabei percebendo o quanto estava sendo injusta de não dar satisfação à ela. Pra quê, né?! Ela quase pirou por eu ter saído com um cara que eu nem conheço e ainda gringo. Ameaçou ligar pra mãe da e alertá-la também, mas eu acabei a convencendo de que não era necessário. Eles logo iriam embora e estávamos tendo total juízo. Ok, foi difícil convencer a pessoa, mas ela entendeu o quanto eu amo aquele cara.
Ainda não tinha entendido como tinha se interessado tanto por mim. Sério, quem imagina isso? Uma pessoa comum, que vive num país subdesenvolvido, que tem uma vida monótona, que sonha mais do que encara a realidade...ali, ouvindo que o cara que sempre fazia parte de seus sonhos estava dizendo o quanto gostava dela e a beijando. Muita coisa pra conciliar; provavelmente vai demorar no mínimo um mês. Enquanto isso, é bom dar uma de curiosa e querer saber tooodos os detalhes da noite da amiga com o cara dos sonhos dela.
‘Vamos lá, xuxu, desembucha.’ Falei, assim que ela atendeu o telefone com uma voz sonolenta.
‘Ai, não dá pra esperar umas horinhas? Tô com tanto sono...’ falou, bocejando.
‘Hum, então a noite foi mesmo boa hein?!’ Dei risadinhas.
‘Ok, já vi que você não vai desistir!’ Ela bufou.
‘Não, eu tô realmente curiosa!’
‘A curiosidade matou um gato, garota.’ Falou com desdém. ‘Mas enfim...foi ótima, maravilhosa, indescritível!’ O tom de sua voz ficou muito animado.
‘Ahh, que lindo cara! Aonde vocês foram?’
‘Fomos num restaurante muito lindo! Não chique, mas tinha toda uma decoração diferente e tal. Ele adorou!’
‘E ele falou alguma coisa? Se amassaram mais um pouco?’
‘Aff, mas tá me achando A pervertida, né?!’ riu, ao ouvir meu murmúrio de concordância. ‘Bem, ele falou que estava encantado por mim e que não tinha conhecido nenhuma garota como eu, antes. Disse que estava realmente triste por ter que ir embora tão rápido, mas que queria ter sempre meu telefone, e-mail e tudo o mais pra saber que ainda pode se comunicar comigo. E disse que, com certeza, eles vão voltar logo pra cá!’ Minha amiga terminou a frase com gritinhos de animação.
‘Jura?! Ai, isso era tudo o que eu queria ouvir cara! Não vou aguentar esperar mais tanto tempo por um show deles aqui.’ Também falei muito animada. ‘, mas ele foi muito lindo! Nossa, provavelmente depois disso você se jogou nos braços dele, né?!’ Nós duas rimos.
‘Assim também não, né ? Mas sim, eu fiquei completamente boba. Aí eu também disse tudo o que sentia por ele, e tivemos um jantar maravilhoso. Depois ainda demos uma volta pela cidade, eu apresentei algumas coisas à ele, e depois me deixou em casa. Mas agora eu quero saber da sua noite!’
‘Ah, a minha foi perfeita! Sugeri aquele restaurante que tem sempre um músico tocando e cantando, sabe?!’ Ela concordou. ‘Então. E ele adorou! Aí ele me disse coisas lindas, como que eles não eram como pensamos, de saírem com um monte de garotas, e que eu tinha chamado muito a atenção dele e que me adorou! E fica realmente triste por morarmos tão longe. Agora, você não sabe o monte de coisas que foram saindo da minha boca, ! Fui falando tudo o que sentia por ele, de uma forma que eu nunca pensei que fosse conseguir falar. Depois ele me puxou pra um daqueles beijos maravilhosos, tomamos champagne, comemos uma comida deliciosa e...foi isso!’ Respirei fundo, mas sorrindo muito por ter lembrado mais uma vez de toda a noite. Lembrado não né...porque eu nem cheguei a esquecer.
‘Ah , eles são muito fofos! Eu não esperava que eles fossem assim, sabe. Tô tão feliz por nós duas! E eu não te disse que o tinha jeito de quem beijava bem?’ Caímos na risada quando ela disse a última frase. Sim, ela sempre dizia isso e me deixava louca! Eu não podia sequer pensar na possibilidade de ele beijar bem, senão ia querer beijar o monitor quando visse suas fotos. Mas afinal, ela estava certa. E nunca vou cansar de agradecer por ter tido a oportunidade de comprovar isso!

Depois de ficar conversando com ela por um bom tempo, resolvi tomar um banho e me arrumar. Ao mesmo tempo que estava radiante com a noite anterior, sabia que eles iriam embora no dia seguinte, pela manhã. Um aperto enorme tomava conta do meu peito e eu só queria chorar por pensar naquilo. Mas não podia...em nome dos momentos ótimos que passamos ao lado deles. Logo que saí do banho, minha mãe veio me avisar que tinha ligado. Ela fez uma careta, mas quando viu o sorriso enorme estampado em meu rosto com a notícia, deixou se tomar por um sorriso também. Qual mãe não gosta de ver a filha tão feliz, não é?! Me arrumei rapidamente e peguei o número dele que estava gravado em meu celular.
‘Hey !’ Ele atendeu com uma voz alegre.
! Minha mãe disse que você ligou.’ Meu coração, como sempre, disparava. Ai, como esse menino mexe comigo!
‘Liguei sim! Queria sair com você pra aproveitar esses últimos momentos.’ Ouvi sua voz desanimando enquanto a frase ia sendo terminada.
‘Ah...’ De novo o aperto no peito. De novo a vontade de chorar. ‘...tem razão. Seria ótimo!’ Tentei voltar a me animar.
‘Bom, então eu posso passar aí daqui a pouco?’
‘Claro! Já estou pronta!’
‘Ok. Até mais, linda!’
‘Até!’ Minhas mãos tremiam quando eu desliguei o telefone. Não sei se era animação por ele ter se preocupado em me ligar pra passar os últimos momentos dele, aqui no Brasil, comigo, ou se porque eu não podia pensar que todo aquele sonho estava prestes a terminar. Senti algumas lágrimas querendo escapar de meu rosto, mas não as deixei. Sabe, você tem sempre que pensar pelo lado positivo das coisas: quando uma oportunidade dessas iria aparecer pra mim? Quando eu me imaginei saindo com meu ídolo? Quando imaginei que ele estivesse gostando de mim e ficasse triste por ter que ir embora? Só em sonhos, mas nunca acreditando realmente que tudo isso iria acontecer. Então pra quê chorar? Nao, só tenho motivos pra sorrir, e muito!

Não passou muito tempo e logo a campanhia tocou. Corri pra abrir a porta, e lá estava ele. Parado em minha frente, com um sorriso radiante no rosto de feições perfeitas e com as mãos pra trás. Abri um sorriso gigantesco e senti meus olhos brilharem ao se depararem com tal beleza. Meu coração não parava quieto e minhas mãos rapidamente ficaram muito geladas. Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas nos observando. Então, ele moveu suas mãos pra frente, revelando um buquê maravilhoso de vários tipos de flores. Lindo, lindo, lindo! Meus olhos enxeram-se de lágrimas, e a surpresa era demais! Até senti minhas pernas querendo ceder.
!’ Falei, um pouco sem ar. Mantinha os olhos naquele presente tão lindo, mas logo os voltei pra aquele olhos que eu tanto amo.
‘Eu queria te presentear de alguma forma. Acho que a maioria das mulheres gostam de flores, não é?!’ Ele falou, um pouco sem graça. Peguei o buquê das mãos dele.
‘São maravilhosas! Muito obrigada!’ Com a mão que não segurava o presente, passei por trás de seu pescoço e lhe dei um beijo.
Ele colocou as duas mãos em minha cintura e me abraçou forte, mas carinhosamente, enquanto íamos prolongando o beijo. Quando o rompemos, ainda tínhamos sorrisos em nossos rostos. Olhei novamente pro buquê.
‘Vou colocá-las num vaso. Quer entrar?’ Fui pra trás, pra poder dar espaço pra que ele entrasse.
‘Ah...erm...não tem problema?’ Ele sorriu tímido e coçou a nuca.
‘Não, imagine! Entra!’
Então ele entrou lentamente, olhando pros lados. Fechei a porta em suas costas e peguei em sua mão. Nunca vou esquecer de como aquelas mãos eram macias e quentinhas! Sempre deixavam uma sensação reconfortante nas minhas, que sempre são geladas.
‘Vem, vou enxer o vaso de água.’ Peguei a peça de cristal que estava em cima da mesa e ele me ajudou, se oferecendo pra levá-la. Fomos até a cozinha, e enquanto ele enxia de água o vaso, eu tirava as flores do papel enfeitado ao qual elas estavam enroladas.
‘Você está linda!’ Ele sussurrou em meu ouvido, quando terminou o que estava fazendo. Me arrepiei toda, e deixei cair uma flor.
‘O-Obrigada!’ Olhei pra ele pelo canto do olho, sorrindo tímida e me sentindo muito vermelha. Peguei a flor que havia derrubado, jutei às outras e coloquei-as dentro do vaso. Fiquei as olhando por alguns segundos. ‘Queria que elas durassem pra sempre...’ Falei mais pra mim do que pra ele, suspirando.
‘Elas podem não durar pra sempre, mas o que nós temos vai.’ puxou, delicadamente, meu queixo pra que eu olhasse pra ele. ‘Você acredita em mim? Acredita em tudo o que eu te falei até agora?’ Ele tinha os olhos fixos nos meus, e falava muito sério.
‘Eu acredito, . Acredito, sim.’ Estava meio insegura, mas da maneira com que ele disse aquilo, tirou minhas dúvidas.
‘Então saiba que eu nunca vou te esquecer. É promessa, é juramento sim, mas mais que isso...é fato!’ Ele tirou sua mão do meu queixo e a passava por meu cabelo, acariciando carinhosamente. Continuava muito sério e sem tirar seus olhos dos meus. Não pude evitar de sorrir.
‘Você não sabe como é bom ouvir isso. Saber que eu não vou ser apenas uma fã que você conheceu, e que quando você voltar pra Inglaterra, não vai ter qualquer significado.’ Fechei os olhos e respirei fundo, e depois os abri novamente. Ele estava sorrindo.
‘É claro que você não vai ser esquecida! Eu já disse, ...nunca encontrei alguém como você. Nunca vou sentir por alguém o que sinto por você.’ Ele segurou em minhas mãos e depois aproximou seu rosto do meu, pra outro beijo.
Ouvimos um barulho, e então rompemos o beijo rapidamente. Olhei pra porta da cozinha, e lá estava minha mãe, sorridente.
‘Olá! Você é o , certo?’ Cara, o inglês dela é muito bom! Ela se aproximou dele com o braço esticado, pra cumprimentá-lo.
‘Olá! Sou sim! Muito prazer!’ Ele apertou a mão da minha mãe, sorrindo.
‘Prazer! Sou a mãe da . E você é realmente muito bonito, rapaz!’ Ela soltou uma risadinha e ele riu, sem graça. Eu? Ah, só quis me esconder embaixo da pia.
‘Obrigado! Vejo da onde a beleza da sua filha veio.’ falou, um pouco sem graça ainda. Nossa, mas que garoto simpático, Deus! xD
‘Ah, o que é isso! Muito obrigada! Bem, não quero atrapalhá-los mais do que já atrapalhei. Pode deixar que eu levo esse vaso pra sala, filha.’ Ela se aproximou da pia e pegou o vaso. ‘Se divirtam!’ Saiu da cozinha, toda sorridente.
‘Erm..então...vamos?’ Falei, ainda meio atordoada com a reação da minha mãe. Ela foi muito legal, mas fiquei meio confusa com sua atitude tão simpática! Vai ver foi a beleza do que mexeu com ela...com quem não mexe, não é mesmo?!
‘Vamos!’ Ele abriu um sorriso e segurou em minha mão, logo indo em direção da porta.
Capítulo Nove – ‘Cause we’re young and we’ll feel so alive


Entramos no carro e ele ligou o GPS. Não tínhamos idéia da onde ir, por isso ficamos vasculhando por aquele radar, ao mesmo tempo que eu me divertia descobrindo mais uma evolução tecnológica. Quem tem dinheiro pode, né?! Pena que não é meu caso. Enfim, logo vimos o litoral aparecer. se animou.
‘Hey! E se você me dissesse alguma praia legal pra irmos?’
‘Hum...pode ser!’ Eu falei, sorrindo. Não era meu lugar preferido pra ir, mas afinal, não encontrávamos nenhum outro.
Então eu mostrei à ele uma das praias mais bonitas da cidade, e logo estávamos em direção à ela. Durante a viagem, fomos ouvindo alguns CDs que ele havia trazido e conversando animadamente. Não havia trânsito, por isso seguimos tranquilamente. Ao chegar na praia, andamos com o carro por mais alguns minutos, até acharmos um ponto mais sossegado pra estacionar o carro e ficarmos. Tendo o carro estacionado, descemos e nos encaminhamos até a areia.
‘Uau, aqui é realmente bonito!’ falou sorridente, olhando a paisagem à sua volta.
‘É sim! Claro que existem praias mais bonitas que essa no país, mas...é aonde pudermos vir.’ Sorri, olhando a paisagem também. Fazia um certo tempo que não ia até lá, e realmente estava bonito e agradável.
‘Mas aqui está ótimo, !’ Ele olhou pra mim, ainda sorrindo, e eu também o olhei da mesma forma. Os raios de Sol batiam na lateral de seu rosto, o deixando ainda mais bonito – se é que isso era possível.
‘Vamos sentar aqui?’ Perguntei, parando num ponto em que areia estava boa pra sentarmos.
‘Vamos!’ Ele também parou, e logo foi sentando.
Tirei as sandálias que calçava e coloquei-as na areia, logo em seguida sentando-me sobre elas. acompanhou com o olhar o que eu fizera.
‘Cara, boa idéia!’ Ele falou, animado, e também tirou os tênis, colocando-os na areia em seguida e depois sentando-se sobre eles. ‘Hum, acho que sua sandália é mais confortável...mas tá bom assim.’ Fez uma careta – muito fofa, por sinal – e eu soltei uma leve risada.
‘Se quiser podemos trocar.’
‘Não, assim tá bom. Obrigado de qualquer forma.’ Ele aproximou o rosto do meu, e me deu um selinho. Afastou-se apenas alguns poucos centímetros e sorriu, fazendo-me abrir um sorriso grande. Ele apoiou uma mão na areia, deixando o corpo cair um pouco pro meu lado. Passei meu braço por trás de seu pescoço, segurando em seu cabelo, e assim trocamos mais um beijo.
Enquanto o beijo ia se intensificando, ia deixando-se cair ainda mais, acabando por ficar deitado. Eu estava em cima dele, sem que quisesse interromper o beijo. Suas mãos estavam em minhas costas, com uma acariciando-me por dentro de minha blusa, e outra apertando delicadamente minha cintura. Bem, por mais que aquele momento era único e eu desejasse muito que o tempo parasse naquele momento, o bom senso falou mais alto e eu não pude deixar que ficássemos daquele jeito com outras pessoas presentes no lugar. Fui afastando-me lentamente, até que o beijo já havia sido rompido e eu estava me apoiando pra sentar-me ao lado dele.
‘Hey, volta aqui!’ Ele puxou meu braço pra perto dele, fazendo-me cair deitada de lado na areia.
‘Ai, !’ Acho que fiz uma cara de dor. oO’
‘Desculpa! Te machuquei?’ sentou-se rapidamente, olhando assustado.
‘Não...’ O olhei sem graça. ‘É que eu detesto areia.’ Fui me sentando novamente, tirando, com a mão, a areia que estava grudada em meu braço e minha roupa. Uh, eu nem queria olhar na cara dele! Não devia expôr minhas frescuras pro meu ídolo cara...Então, ouvi ele rindo.
, como você é fresca!’ Ele me olhou, ainda rindo. Levantei meus olhos pra ele, rindo por vê-lo me debochando, e por achar graça da maneira que ele pronunciou meu nome. ‘Vai aprender a brincar direito!’ De repente, sem que eu tivesse tempo de me defender, ele me empurrou e eu caí pra trás, sentindo meu cabelo se esparramando naquela areia. A careta foi inevitável, o que fez ele rir ainda mais.
! Você é mau!’ Cruzei meus braços, forçando uma cara de brava. Mas ele ria de uma forma tão linda, de uma forma tão única, que eu não me contive e acabei rindo. ‘Pára!’ E puxei-o pelo braço, fazendo com que ele também caísse deitado na areia, quase em cima de mim.
‘Você tá querendo guerra?’ me olhou com os olhos cerrados, mas mantendo o sorriso lindo nos lábios.
‘Não, não!’ Levantei minhas mãos até um pouco abaixo do queixo, como se me protegesse de mais algum ataque que ele fizesse.
‘Eu acho que tá, sim...’ Vi uma das mãos dele se fechando, viradas pra areia, e no instante seguinte ele havia jogado um montinho de areia na minha barriga. Fiquei sem palavras, apenas com a boca aberta, incrédula, olhando da minha blusa cheia de areia pro sorriso maroto do menino.
!!’ Falei alto, quase gritando, quando vi sua mão com mais um punhado de areia. Levantei-me o mais rápido que pude, saindo correndo.
‘Volta aqui, lindinha!’ Ao olhar pra trás, só o via correndo atrás de mim, ainda com a mão fechada e cheia de areia.
Tentei correr o mais rápido que podia, mas tenho que confessar que estava fora de forma. Infelizmente, fazia algum tempo que eu não brincava de Pique-Esconde, Polícia e Ladrão, ou coisa do tipo. Acho que ele costuma brincar disso com os outros McGuys, ou simplesmente tocar instrumento e fazer shows é um bom exercício. Bom, ele conseguiu me alcançar, mas ainda bem que já havia desistido da idéia de me jogar areia. Segurou-me pela cintura e eu tive que parar. Não sei se estávamos mais cansados de rir ou de correr, pois estávamos ofegantes, sem fôlego pra rir do jeito que a vontade pedia.
‘Já...parei.’ Ele falou, ainda recuperando o ar. Me colocou de frente pra ele, e eu passei meus braços por trás da cintura dele também.
‘Ainda bem...porque...eu nem aguento mais...correr.’ Apoiei meu queixo no peito dele, fechando os olhos e procurando recuperar o ar perdido.
‘Sem problemas! Nem precisa andar!’ Com uma visível recuperação de fôlego, ele se abaixou um pouco, passou um braço por trás de minhas pernas, e sem que eu me desse conta, já estava em seu colo. Passei os braços por trás de seu pescoço, me segurando.
, me põe no chão!’ Falei, entre risos. Não que não estivesse bom, mas imagine o seu McGuy favorito tendo alguma noção do seu peso? Fala sério, não é nenhum pouco agradável pensar nisso, e eu nem queria que ele pudesse ter tal noção.
‘Vamos tirar essa areia do corpo, certo?’ foi andando em direção ao mar, sem mostrar alguma intenção de me colocar no chão. Ai, aquele sorriso maroto de novo! O cara só queria sacanear comigo, não era possível... õÔ’
‘Ah, mas eu nem tô de biquíni! Nem tenho outra roupa! Não faz isso...’ Olhei suplicante pra ele, mas só recebi um selinho e logo já sentia ele acelerando o passo e os respingos de água do mar batendo contra mim.
Fechei os olhos, já esperando pelo momento em que fosse ser jogada dentro da água. Mas ele foi bem gentil, e me colocou no chão delicadamente. Já estávamos a uma certa distância da areia, e já não estava muito raso. Resultado: saia e metade da blusa molhadas. (y)
‘Anda, vamos dar um mergulho!’ Ele pegou na minha mão e fomos andando mais pra frente. olhava pra mim, sorrindo animado, e mesmo eu estando numa situação meio desagradável, com aquela roupa toda molhada, também abri um sorriso pra ele.
Ele soltou da minha mão e mergulhou. Sem pensar muito, fiz a mesma coisa e depois nos encontramos na superfície. Senti seus braços passarem pela minha cintura e me abraçarem. Passei meus braços por trás do pescoço dele, e ele aproximou seu rosto do meu pra mais um beijo.
Depois de ficarmos mais algum tempo no mar, voltamos pra pegar nossos sapatos na areia.
‘Vem, vamos nos enxugar.’ pegou na minha mão que não estava ocupada com a sandália e fomos em direção ao carro.
‘Você trouxe alguma coisa pra isso?’ Perguntei, com uma sombracelha arqueada.
‘Sim!’ Ele me olhou, sorrindo. ‘Eu já tinha feito uns planos de virmos pra alguma praia.’ E fez uma cara de quem diz “viu como eu sou espertinho?”. Eu ri.
‘Muito bem, .’ E continuei andando ao lado dele, até chegarmos no carro.
Então, ele abriu o porta-malas e, dentro de uma mochila, tinham duas toalhas e trocas de roupa pra ele. Quer dizer que aquela história de “pra onde você quer ir?” não existe com , afinal, ele já tinha feito seus planos. =P
‘Pronto, pode se enxugar e depois se vestir.’ Ele me estendeu uma toalha e uma bermuda e camiseta. Fiquei o olhando, sem entender. ‘Eu trouxe essas roupas minhas pra você poder ficar seca.’ Percebendo minha confusão, ele me explicou aquilo. Sorri.
‘Ah, obrigada !’ Estendi meu braço pra pegar a toalha, mas não as roupas. ‘Mas não se preocupe, eu fico com essa roupa mesmo.’
‘Por quê? Você tem nojo de mim?’ perguntou, num tom bem convicente de quem realmente pensou aquilo. HAHAHA! Nojo de ? Só se eu fosse uma louca, insana e retardada. -.-‘
‘É claro que não!’ Falei rapidamente, muito surpresa. ‘Só não quero sujar sua roupa.’
‘Pára ! Eu trouxe pra você usar, não vou me incomodar nem um pouquinho!’ Ele manteve as roupas estendidas na minha direção.
‘Hum...ok, vai. Obrigada de novo.’ Torci a boca, mas peguei. Depois abri um sorriso agradecido, que ele me retribuiu da forma mais linda possível.
Virei as costas e deixei as sandálias no chão, ao lado do carro. Então me passou pela cabeça: “Aonde vou me trocar, Jesus?” Voltei-me pra novamente.
‘Sabe, eu nem sei se tem algum lugar aqui pra poder me trocar...’ Coçei minha nuca desconfortavelmente, pensando se ele poderia achar o Brasil um país realmente subdesenvolvido para não ter nenhum lugar disponível para banhistas se trocarem. Paciência, ué.
‘Claro que tem!’ Ele abriu um sorriso. ‘O carro!’
‘O carro?’ Aí você pensa: “ele tá falando sério?” Porque imagine a cena de eu me trocar dentro do carro alugado dele, com pessoas andando pela praia e ele, , ali do lado. E olha meu nariz de palhaço!
‘Sim, tem insul-film. Ninguém vai te ver muito bem.’ Ah sim, não vão me ver muito bem, mas vão ver. =P Fiquei olhando dele pro carro, do carro pra ele, sem saber o que fazer. ‘Ah, eu sei que é um pouco desconfortável, mas eu fico aqui na frente da janela, oh!’ Então ele se posicionou ao meu lado, encostado no carro e tampando a janela traseira. Arqueei uma sombrancelha, olhando pra ele. ‘E eu prometo não olhar!’ Ele riu, e eu não pude evitar de fazer o mesmo.
‘Ok, . Você me convenceu.’ Aiai, complicado babar no cara...tudo que ele pede, acabo cedendo. *rolleyes* Entrei no carro, pela porta de trás, e respirei fundo pra começar o desafio.
Estiquei a toalha no assento do banco e sentei-me em cima. Comecei tirando minha saia, sem tirar os olhos do vidro aonde estava encostado. Nenhum sinal de que ele ou outra pessoa estava vendo, então continuei. Terminado de tirar, peguei a bermuda dele e comecei a vestir. Depois, a parte mais dolorida: tirar a blusa. Tinha que ser numa rapidez digna do Flash. Então comecei a tirá-la, mas infelizmente ela estava enxarcada e grudava em meu corpo. -.-‘ Quando consegui tirar, levantei-me um pouquinho, apenas pra pegar a toalha e passá-la rapidamente pelo meu tronco. Nesse momento, o bonito se abaixa e olha pelo canto do olho pra dentro do carro. Puxei a camiseta e me cobri, rapidamente. Só vi ele arregalando os olhos e voltando a olhar pra frente, tão rápido quanto meus movimentos. Comecei a rir, e o ouvi fazendo o mesmo. Larguei a camiseta e peguei a toalha pra me enxugar...e lá foi ele de novo!
‘Hey, descul...OPS!’ E novamente voltou a olhar pra frente muito rápido.
Puxei a toalha pra me cobrir e me aproximei da janela, apertando o botãozinho pra abrí-la. Ele sentiu o vidro descendo e olhou pra trás, colocando a cabeça na altura da minha. Abri um sorriso meio cínico.
‘Fala, fofinho.’
‘Erm...’ Ele abriu um sorriso meio malicioso, mas ao mesmo tempo sem graça. ‘...só queria pedir desculpas. Duas vezes.’ Acabei rindo com aquela carinha de “criança que aprontou”, e ele se sentiu mais à vontade pra rir também.
‘Sem problemas. Mas deixa que eu te aviso quando terminar, ok?’
‘Ok, ok.’ Ainda sorrindo, ele voltou-se pra frente e eu me enxuguei rapidamente, pegando a camiseta, logo em seguida, e vestindo-a. Saí do carro segurando a toalha e minhas roupas molhadas.
‘Ah, que linda você tá!’ olhou-me de cima à baixo, dando uma leve risadinha. Ele só podia estar me debochando, porque a camiseta estava enorme, e a bermuda ia descer até meus joelhos a qualquer momento.
‘Claro, claro.’ Ri, olhando pra mim mesma.
‘Quer um cinto?’ Ele perguntou, vendo que eu segurava a bermuda.
‘Nossa, eu quero!’ Olhei pra ele, animada. Leu meus pensamentos, cara!
sorriu e foi até o porta-malas, abriu novamente a mochila e pegou um cinto. Voltou a se aproximar de mim e...ah! Ele colocou o cinto em mim! *-* Ok, estava me sentindo o próprio na versão feminina, vestida daquele jeito. Depois, pegou as roupas e toalha molhadas da minha mão e levou-as pra colocar num saco plástico, e então dentro da mochila.
‘Minha vez!’ E, passando por mim, me deu um beijo estalado e foi pra dentro do carro com as roupas e a toalha. ‘Vigia, hein?! Mas sem tentar me ver pelado!’ Falou, já de dentro do carro.
‘Pode deixar, eu não sou nenhum tipo de tarada!’ Falei, entre risos, já me apoiando no carro, de costas pra janela traseira.
Tá, a vontade de olhar bateu algumas (muitas) vezes. Mas fazer o quê, eu já tinha exagerado escrevendo um cartaz dizendo que queria ter “motion in the ocean” com ele. Tem que manerar, né...garota de família. xD O bom é que, pouco tempo depois, ele já havia saído do carro. E, depois de colocar as roupas em outro saco plástico, dentro da mochila, se aproximou de mim, puxando-me pra um abraço apertado.


Capítulo Dez – It would suit the moment perfectly


O momento era tão perfeito que me faltam palavras pra descrever. Sentí-lo daquela forma, tão próximo de mim, poder sentir seu cheiro, era emocionante. Às vezes leva um tempo pra entendermos que certa coisa está realmente acontecendo. E foi ali, daquele jeito, que fiquei pensando que realmente estava com . Talvez ele estivesse curtindo o momento também, pois ficamos daquela forma por um tempo ainda. Depois, ele me deu um beijo carinhoso na testa e disse:
‘Vou ligar o rádio. Me ajuda a achar uma estação?’
‘Ajudo sim.’ Eu disse, sorrindo pra ele.
Entramos no carro e ele ligou o rádio. Fuçei um pouco, até entender como aquele aparelho sofisticado funcionava. Não é fácil conviver com esses produtos de gente rica, enquanto eu sou acostumada com os típicos da classe média. Mas quando consegui, sintonizei na rádio que ouvia quando ligava o rádio – ou seja, quase nunca -, e que eu sabia que tocavam músicas do agrado dele. Voltamos a sair do carro e eu encostei na porta do passageiro, enquanto passava as mãos pela minha cintura e juntava seu corpo com o meu. Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, até que começou a tocar uma música que me fez silenciar. Era Thunder, do Boys Like Girls. Eu gostava de a ouvir quando via fotos do , criando um ‘clima’ que me fez chorar algumas vezes. Entendam agora porque quando a ouvi, me vendo de frente com ele, fui silenciada. E prestando atenção na letra, mais do que normalmente já prestara, vi o quanto tinha a ver com a gente.
? Tá tudo bem?’ A voz de me despertou dos meus pensamentos.
‘Ah sim, tudo bem.’ Eu sorri, voltando a encará-lo.
‘Por que ficou quieta de repente?’ Ele perguntou, colocando uma mecha de cabelo atrás de minha orelha.
‘Hm...não é nada.’ Tentei fugir do assunto. Sei lá, era meito estranho dizer que pensava nele com a música.
‘Aaah, fala vai! Eu sei que tem alguma coisa!’ Ele sorriu maroto. Que curioso!
‘Não é nada...sei lá, é que eu lembro de você com essa música...com a letra.’ Falei, timidamente.
‘Mesmo?’ me viu assentir com a cabeça. ‘Eu nunca tinha a ouvido, mas gostei! O que é?’ Ele abriu um sorriso.
‘Boys Like Girls...Thunder.’
‘Vou ouví-la mais vezes.’ Ele falou, ainda sorrindo. Também abri um sorriso e fiquei o olhando por mais alguns instantes, enquanto ouvia a música terminar.
Dá vontade de me rasgar, até hoje, só de pensar em como aquele cara consegue ser tão perfeito, principalmente pessoalmente. Gosh! *-* E o melhor era sentir o olhar dele sobre mim também, como se nossos sentimentos fossem recíprocos. Como se eu também fosse especial pra ele, e que despertasse sentimentos verdadeiros em seu coração. Foi um momento mágico, ainda mais do que todos pelos quais já tinha passado ao lado dele.

Já anoitecia quando estávamos de volta à estrada. havia me convidado pra ir até o hotel em que ele estava hospedado e, com muita insistência, ele acabou por me convencer. É que ele me deixou meio tensa, porque parecia bem misterioso quanto à esse convite...como se ele estivesse planejando algo. Ele realmente não iria desistir. Mas antes, íamos passar em casa pra que eu pudesse pegar algumas roupas. Eu precisava me sentir um pouco mais feminina sabe?! Usar roupas do é legal e confortável, mas cara, você precisa estar com roupas dignas de uma mulher bem vestida, estando ao lado de seu ídolo, certo?!
Em meio a piadas, risadas e assuntos idiotas, chegamos em casa. preferiu ficar esperando no carro, com vergonha de entrar em casa novamente. O cúmulo, não é?! Afinal, eu estava indo pro quarto dele no hotel. :P Bom, dei sorte de minha mãe não estar em casa, ou ela iria ficar fazendo mil perguntas sobre minhas roupas – tanto as que eu vestia, como as que eu peguei. Apenas deixei um bilhete na geladeira dizendo que ia dormir na casa da . Porque realmente era essa minha intenção, se ela não estivesse muito ocupada com o . Voltei ao carro, com minha bolsa, e fomos ao hotel.
Ok, eu estava bem nervosa. Primeiro porque eu passava pelo saguão do hotel e todos olhavam pra mim, vestida com roupas do cara que segurava minha mão. Segundo porque eu estava prestes a entrar no quarto do hotel do , o cara dos meus sonhos. Não que ele tivesse dito: “olha, nós vamos dar aquele passo importante”, mas sei lá...sempre passa pela cabeça essas coisas, não é?! Ainda mais quando ele faz tanto suspense. Mas então, finalmente entramos no quarto. Impressionante como apenas aquele cômodo parecia ser do tamanho de 2/3 dos cômodos da minha casa. Fala sério, a coisa muda muito quando se tem dinheiro, hein. Era tudo muito bonito, muito bem decorado.
‘Pode deixar sua bolsa em cima da cama!’ falou, fechando a porta atrás de si. Fiz o que ele pediu. ‘Vou ligar pra pegarem as roupas molhadas.’ E andou até a mesinha onde tinha um telefone, logo depois fazendo a ligação. Gente, que coisa mais chique! Lavanderia! Haha.
Foi o tempo de comentarmos sobre o hotel, da hospedagem deles ali, das pessoas me encarando no saguão e já tocaram na porta. levou as sacolas com nossas roupas até a moça que veio buscá-las e eu fiquei sentada no sofá, apenas olhando de longe. E então apareceram duas pessoas bem familiares!
‘Hey ! Hey !’ disse, assim que a moça foi embora e o amigo pôde ser visto.
‘Hey ! Tá aprontando o que aí, hein?!’ se aproximou da porta, com ao seu lado.
!’ Levantei-me rapidamente, vendo minha amiga.
, o que são essas roupas?’ Ela falou, entre risos.
‘Gostou? Modelito !’ Eu fiz uma pose e eles riram.
‘Digno de Fashion Week, xuxu.’ levantou o polegar, em sinal positivo.
‘Obrigada! Créditos ao .’ Olhei pra ele e sorri.
‘Viu ? Eu sempre soube que era o mais estiloso da banda.’ sorriu, convencido.
‘HA HA! Conta outra, querido.’ o debochou.
‘Mas me conte, menina...aonde vocês foram?’ Falei, depois de ver fazendo uma careta pro amigo.
‘Fomos pro litoral sul... queria muito ir até lá. Foi bem divertido!’ olhou pro garoto ao seu lado e sorriu. Ele retribuiu. ‘E vocês?’
‘Engraçado que nós fomos pro litoral norte...’ Arqueei uma sombrancelha, olhando de soslaio para , que abriu um sorriso maroto. ‘Hey...acho que eles planejaram isso, sabia?! Uma pequena gentileza de nos perguntarem aonde queríamos ir, mas a verdade é que eles já tinham em mente isso.’
‘Mas que espertinhos! É claro que não iam sair daqui sem antes visitar uma praia, não é?!’ cruzou os braços, encarando desafiadoramente.
‘Uau, vocês nos pegaram, senhoritas Holmes!’ levantou os braços na altura dos ombros, rindo.
até tinha roupas e toalhas no carro, vê só?’ Eu disse.
também tinha, mas felizmente eu consegui impedí-lo de me levar pro mar.’ olhou pra ele, com cara de convencida.
‘A já não pode dizer o mesmo.’ piscou pra mim, entre risos.
‘Graçinha!’ Sorri cinicamente, e apertei a bochecha dele. Tão fofinha e macia! *-* HAHA. ‘E tava bom o Sol, lá?’ Me voltei pra minha amiga e . Percebi voltando-se pra dentro do quarto e se afastando de nós.
‘Um calorzinho muito bom!’ Ela sorriu satisfeita.
‘Gostou, ?’ Perguntei pro garoto.
‘Muito bonito lá! Mas um pouco quente demais, não acha?’ Ele falou, com uma cara meio incerta. Eu e rimos.
‘Pra nós é normal...mas acredito que lá na Inglaterra as coisas sejam um pouco diferentes, né?!’
‘Um pouco. Às vezes também enfrentamos um verão bem intenso.’ Ele disse.
Ainda ficamos conversando uns cinco minutos, e só então voltou pro meu lado.
‘Bom gente, nós temos que nos arrumar. Acho que a merece se trocar, né?!’ Ele falou, entre risos.
‘Ah, mereço mesmo! Quero me sentir uma menina novamente.’ Eles riram.
‘Ok, aproveitem. Qualquer coisa, estamos aqui do lado, ouvindo muito bem o que vocês fazem, hein!’ falou, brincando.
‘É, estamos de ouvidos em vocês, crianças!’ entrou na brincadeira. Os dois não eram umas graçinhas ? -.-‘
‘HA HA, saiba que nós também estamos de ouvidos em vocês!’ disse, apontando o dedo na cara deles.
‘Tá bom gente, chega de palhaçada. Nós vamos nos comportar muito bem, e vocês apenas façam o mesmo.’ Eu falei, já incomodada com as insinuações do casalzinho.
‘Isso, isso. A gente se vê mais tarde.’ concordou e deu um tapinha no ombro de , quando terminou a frase.
‘Tá, então até mais!’ pegou na mão de .
‘Tchau!’ Ela acenou, e logo eles viraram-se.
‘Tchau!’ Eu disse, quando eles já estavam se encaminhando pro quarto ao lado.
Então, fechou a porta do quarto, quando me afastei da mesma. Se encostou nela e olhou pra mim, sorrindo.
‘Agora podemos ficar em paz!’ Ele me puxou pela mão, até que eu ficasse bem próxima dele.
Eu abri um sorriso e aproximei minha boca da dele. Fiquei apenas passando-a levemente contra a dele, sem beijá-la. As mãos dele passaram para a minha cintura, e aos poucos, uma delas subia até chegar ao meu pescoço. Sentia que estava o provocando, e isso me divertia. Ele tentava me beijar, mas eu afastava minha boca e voltava a apenas acariciar. Depois de um tempo, ficou difícil até pra mim e acabei cedendo ao beijo dele. Sua mão subiu até os meus cabelos, e acariciou-os. Quando ele começou a me levar pra longe da porta, rompi o beijo.
‘Hey...não passa a mão no meu cabelo, tá? Ele está realmente horrível por causa do mar e eu não quero que você sinta isso.’ Fiz uma careta e ele riu levemente.
‘Ok. Mas por que você não toma um banho, então?’
‘Nah, não precisa.’ Eu ri. Era bem incômodo pensar em tomar banho no quarto de hotel de , sabendo que ele estava ali.
‘Precisa sim! Você vai ficar mais à vontade e eu vou poder mexer no seu cabelo!’ Ele falou, entre risos.
‘Ah, mas sei lá...eu dou um jeito nele com uma escova.’
‘É sério, ...não precisa se preocupar comigo, ok? Prometo que eu me comporto!’ levantou a palma da mão, em sinal de juramento.
‘Hmmm...’ Era algo a se considerar. Eu realmente queria tomar um banho, sabe. ‘...tá bem, eu aceito.’ Eu sorri.
‘Aê! Então a preocupação era realmente comigo, né?!’ Ele falou e eu apenas ri.
Fomos até o banheiro e ele me mostrou algumas toalhas limpas que estavam lá. Havia um shampoo dentro do box, e ele disse que eu podia usá-lo. Cara, tem noção de como eu fique extasiada? Usar o shampoo que usa? Meu Deus! Pensei seriamente em nunca mais ia querer lavar o cabelo de novo! Hahaha. Enfim...ele pegou minhas roupas e trouxe pra dentro do banheiro. Quando saiu, eu fechei a porta e a tranquei. Ok, pode ser babaquice, mas foi um dos melhores banhos que tomei! Naquele banheiro bonito, com o sabonete e o shampoo que ele usou...aiai! *-* Demorei uns vinte minutos, porque não queria deixá-lo esperando por muito tempo. Mas certamente, se eu pudesse, ficaria lá por mais tempo.
Saí do banheiro já trocada e arrumada. Havia pego minha maquiagem, perfume e etc. Coloquei minha bolsa na cadeira que havia ao lado da porta do banheiro, e hesitei por um instante em continuar a andar. O quarto estava escuro, apenas com as luzes de algumas velas espalhadas pelo quarto. Não estava entendendo nada, até que vi se aproximando, com uma bandeja de comida nas mãos. Levou-a até uma mesa encostada na parede do quarto, e aonde pude ver que havia uma vela, uma garrafa de champagne e duas taças de cristal. Fiquei boquiaberta com tudo aquilo!
‘Hey ! Vem sentar aqui!’ me chamou, quando havia colocado a bandeja em cima da mesa.
Sem conseguir falar nada, fui caminhando até ele. Parei perto de uma das cadeiras e ele a puxou pra que eu sentasse.
‘Ah...obrigada!’ Abri um sorriso meio tímido.
Ele também sorriu e o vi indo se sentar na cadeira à minha frente.
‘Desci até a lan house do hotel e consegui passar pro iPod algumas músicas que sei que nós dois gostamos. Lembrei de algumas bandas que comentamos quando nos conhecemos, no camarim do show.’ Ele falou, sorridente.
Foi então que percebi a música que tocava, meio baixinha. Entende que o clima era perfeito? Porque ele é perfeito, a música era linda, eu estava vivendo um sonho, e mal podia acreditar que eu merecia tudo aquilo. Meu sorriso foi imenso ao perceber tudo isso.
‘Obrigada, . Eu adorei!’
‘Que bom! Pedi a comida enquanto você conversava com a e o .’
Claro...naqueles minutos que ele se distanciou de nós! Que espertinho, huh?


Capítulo Onze – So bring on the rain and bring on the thunder


Bebemos, comemos uma comida deliciosa e conversamos bastante. Nunca esperava isso de , e ainda me pegava, em alguns instantes, pensando em como tudo tinha chegado naquele momento, em menos de uma semana. Mas ele logo me tirava do silêncio, puxando algum outro assunto ou fazendo algum comentário engraçado. Fato, eu nunca ficava sem rir ao lado dele...e isso me fazia tão bem!
Quando já estávamos satisfeitos, ficamos ainda algum tempo sentados à mesa. Em certo momento, ele esticou seu braço e pegou em minha mão, que estava apoiada na mesa.
‘Foi um dia ótimo, sabia?’ E falou, sorrindo.
‘Pra mim também! Não esperava ter um dia como esse...ainda mais ao seu lado.’ Abri um sorriso grande e sincero.
‘É, não passou pela minha cabeça que ia conhecer uma garota como você em meio a turnê.’ Ele soltou uma leve risada.
‘Isso é bom...certo?’ Foi a minha vez de rir, mas meio incerta.
‘Claro!’ respondeu prontamente. ‘Como seria ruim? Você é ótima, !’
Nada saiu de minha boca. Eu apenas manti o sorriso em meus lábios e senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Tive que desviar o olhar, porque aqueles olhos brilhantes, fixos nos meus, me faziam sentir borboletas em meu estômago e um tremor invadir todo meu corpo. Provavelmente ele percebeu como eu estava tímida e soltou da minha mão, levantando da cadeira logo em seguida. O vi se aproximando de mim e, sem falar nada, colocou uma mão atrás de minha cabeça, aproximou seu rosto do meu e começou a me beijar intensamente. Correspondi ao seu beijo, e lentamente ele foi fazendo-me levantar da cadeira e ficar de pé. Sua outra mão pousou em minha cintura, e de vez em quando ele a apertava delicadamente. Minhas mãos estavam apoiadas em seu peito, e logo fui as descendo até sua barriga, ficando por lá. Quando estávamos perdendo o fôlego, rompemos o beijo. Na posição que estávamos ficamos, apenas mantendo nossos olhares fixos um no outro. Nós dois sorríamos.
‘Sabe...você também é ótimo, . Muito mais do que eu pensava.’ Disse, ainda sem tirar os olhos dele.
‘Bom saber que sou correspondido.’ Ele abriu mais o sorriso e eu soltei uma leve risada. ‘Aonde estávamos, mesmo?’ fingiu uma cara de dúvida.
‘Aaah...não me lembro!’ Coloquei o dedo indicador encostado em meu queixo, como se estivesse pensando.
‘Hmmm...eu acho que lembrei. Deixa eu refrescar a sua memória.’ E falando isso, passou seus braços por trás de mim, como estivesse me abraçando, mas começou a me beijar tão intensamente quanto anteriormente.
Aos poucos ele foi me levando até sua cama. Quando encostei minhas pernas nela, ele foi me deitando, delicadamente. Por cima de mim, continuou a me beijar. Sua mão acariciava meus cabelos, e a outra estava apoiada em minha barriga. Tinha minhas mãos segurando na cintura dele, mas aos poucos ia acariciando-lhe as costas. Fomos nos ajeitando, até que eu ficasse com o corpo inteiro esticado na cama, e o dele sobre mim. Sentia sua mão, que estava na barriga, descer até a cós de minha calça jeans e depois de uns instantes, descer até minha coxa. Senti-me ousada o suficiente pra passar minhas mãos por dentro da camisa dele, ainda em suas costas. Então, a mão dele, que estava em meus cabelos, foi descendo até chegar em minha cintura, assim como a outra que estava em minha coxa. Ele foi levando-as pra cima, junto com minha blusa. Senti o ar quente, que estava entre nós, bater contra minha barriga, denunciando que ela já estava de fora. Esperei mais um tempo, pra ver aonde ia ser o limite dele, e pude sentir aquele ar externo subir até a parte de baixo de meu sutiã, depois ficou por ai. Bom, chegando nesse tempo, logo me veio à cabeça o que iria acontecer se eu apenas deixasse as coisas rolarem. Mas...eu tinha medo. Muito medo. Não queria que aqueles momentos perfeitos se estragassem depois daquilo. Eu queria ser especial que nem ele me falou que era. Delicadamente, rompi o beijo e abaixei minhas mãos.
‘Ahn......e-eu vou até o banheiro, tá?!’ Outch, como eu sou estúpida, cara! Mas sério, eu não sabia o que falar ou o que fazer. Pelo menos era um tempo pra eu poder pensar naquilo, pensar no que dizer, pensar no que fazer.
‘Ah...ok!’ Ele me olhou com uma cara meio confusa, mas saiu de cima de mim e sentou-se na cama, ao meu lado.
Levantei rápido e fui até o banheiro, sem conseguir olhar pra trás. Estava com tanta vergonha, que não ia conseguir encará-lo. Então, tranquei a porta e apoiei minhas mãos na pia. Olhei no espelho...fiquei me encarando. Dei uma arrumada no meu cabelo e chequei se o lápis estava borrado. Tudo ok. Agora era decidir o que fazer. Não que eu não quisesse aquilo, apesar de ser tudo novo pra mim. Mas eu não queria ser só mais uma fã na lista dele, que ele dormiu. Tá bem, ele disse que não era assim, realmente. Mas de qualquer forma, eu queria ser especial, queria ser diferente das outras...queria que eu tivesse significado pra ele. Será que eu estava preparada pra aquilo? Sim, por que não? Afinal, eu tinha que ter alguma confiança nas coisas que ele dissera, e não ficar pensando que ele era um monstro aproveitador de garotinhas inocentes como eu. Respirei fundo e sorri. Então ia ser daquele jeito! Saí do banheiro mais confiante, conseguindo olhar pra ele. continuava sentado na cama, e olhava pra mim, sorrindo.
...vamos conversar.’ Ele falou, assim que eu me sentei na cama.
‘Tá...’ Falei, meio insegura do que iria ouvir.
‘Olha, eu acho que você tá meio confusa com tudo o que tá acontecendo, né?!’ Ele pegou na minha mão e olhava diretamente em meus olhos. Eu apenas assenti, timidamente. ‘Então é o seguinte...você deve tá pensando que, passando essa noite comigo, não vai ser nada mais do que mais uma. Só que eu já falei pra você o que sinto, falei que não é assim. É tudo confuso pra mim também, porque eu não esperava por isso...mas é o que realmente acontece. Eu não quero te magoar de nenhuma forma, e nem quero te desrespeitar. Ok, eu posso querer isso...mas nada vai acontecer se você não quiser.’ Ao terminar de falar, ele continou me olhando firmemente.
Fiquei alguns instantes encarando nossos dedos entrelaçados, até finalmente tomar coragem pra falar.
‘Eu...quero, .’ Voltei meus olhos pra ele, sorrindo levemente. Ele sorriu largamente.
‘Que bom que você confia em mim, linda.’ aproximou-se de mim novamente e me deu um selinho.
Eu abri meu sorriso e ele me deu outro selinho. Depois foi a minha vez de o fazer, e ficamos repetindo isso até que não resistíssemos e começássemos um beijo intenso e carinhoso. O corpo dele foi fazendo peso sobre o meu, até que eu voltei a me deitar. Fomos nos ajeitando até que eu encostasse minha cabeça no travesseiro macio. A partir daí, seus movimentos foram um pouco mais rápidos do que anteriormente, e logo já levantava meus braços pra que ele tirasse minha blusa. Quando ele a colocou ao lado, na cama, abaixei minhas mãos até suas costas, e, passando por dentro da camisa, fui a levantando também, até que estivesse do outro lado da cama. Durante esses movimentos, rompemos o beijo, e depois de os dois estarem sem blusas, começou a beijar-me carinhosamente, depois passando a dar pequenos beijos em meu pescoço, descendo para meu busto, até que foi abaixando a alça de meu sutiã. Estava toda arrepiada por causa dos beijos, e um pouco nervosa por ele estar me deixando nua na parte de cima. Claro, nunca tinha acontecido isso comigo antes! Quando meu sutiã fazia companhia pra minha blusa, ele continuou os pequenos beijos, descendo para minha barriga até alcançar a cós da calça. Ela foi desabotoada e seu zíper aberto, em seguida. Delicadamente, ele foi tirando-a e depois a colocando pro lado. Ao subir novamente, voltou a beijar-me. Achei que estivesse na minha vez de tomar alguma iniciativa, então, enquanto nos beijávamos e ele acariciava meu rosto, fui abrindo sua bermuda, até que ele a retirasse completamente. Ok, eu queria surtar. Eu ali, apenas de calçinha, deitada numa cama grande com por cima de mim, e apenas de boxers! Uma coisa é vê-lo daquela maneira em fotos e vídeos...a outra é presenciar a cena. Uau, que corpo! *-* Bom, depois de jogar sua bermuda pro lado, ele voltou pra cima e se esticou até a mesinha ao lado da cama. Abriu uma gaveta e de lá tirou um pacote de preservativos. Good one, ! Ele chacoalhou o pacote, sorrindo maroto, como quisesse dizer: ‘Hey, eu sou responsável!’. Eu soltei uma leve risada e ele colocou o pacote em cima da cama, ao lado da minha cabeça. Voltamos a nos beijar, passar as mãos pelo corpo do outro, até que me vi em cima dele. Fui tirando suas boxers, e...erm...admito que na hora queria sair correndo, porque me bateu uma tremenda vergonha. Mas logo ele me puxou pra um outro beijo que me fez perdê-la rapidinho! Huahua. Aí...permita-me dizer que foi a empolgação do momento, mas eu coloquei a mão dele no meu quadril, insinuando pra que ele tirasse minha calçinha. mordeu de leve meu lábio inferior e não perdeu tempo para agir. Já ambos nus, ele pegou o pacote de preservativos – que agora estava ao lado da cabeça dele -, e abriu-o, colocando no devido lugar. Agora o momento surto total: Juro que bem NESSA HORA, começou a tocar...Thunder! Aff...bom, é porque as músicas que ele havia selecionado continuavam a tocar (sim, foram muitas, não?! Oo). Me deu uma imensa vontade de chorar, mas eu consegui me segurar. Ainda bem, huh? xD Aí ele sorriu carinhosamente pra mim, acariciando meu rosto. Delicadamente, ele voltou a ficar por cima de mim, e sussurrou em meu ouvido:
‘Momento perfeito, não é?!’ E foi me dando pequenos beijos embaixo na orelha, até voltar pra minha boca.
Bom, a partir daí não preciso descrever o que aconteceu...só digo que foi realmente perfeito. Toda aquela noite. Passamos ela juntinhos, até quando dormimos. Ele passou o braço pro trás de meus ombros, e eu me aconcheguei em seus braços, apoiando a cabeça em seu peito. Dormi depois que ele me deu um beijo na testa e começou a acariciar meus cabelos, lentamente. Isso é tiro e queda pra mim, baby. Antes disso, ainda pude ouvir algo dele que realmente me deixou pasma. Muito pasma. ‘Eu...te amo, ...’ falou, com o rosto muito próximo ao meu.
Na hora fiquei sem fala, e ouvi ele suspirar. Ousei levantar meus olhos pra ele, e o vi com os seus fechados.
‘Eu te amo mais do que pensei que amasse.’ Respondi baixinho.


Capítulo Doze – So long, sweet summer.


Naquela manhã, acordei sem ter noção do que realmente tinha acontecido. Enquanto tudo foi acontecendo, era impossível não ser real. Mas quando o sol entrou pela janela daquele quarto de hotel, eu fiquei na dúvida. Tinham sido dias loucos demais! Coisas que eu nunca esperei aconteceram. Percebi que estava nua, e a ficha foi caindo...aquilo tinha mesmo acontecido! Então me estiquei para alcançar minhas lingeries e as vesti. Ajeitei-me novamente na cama, voltando a deitar. Virei minha cabeça pro lado e me deparei com a coisa mais linda que havia visto na vida: dormia como um anjo, da maneira mais doce do mundo. Sua beleza parecia ficar ainda maior daquela forma, e eu senti algumas lágrimas escapando de meus olhos. Então, meus pensamentos foram se organizando e eu lembrei que ele iria embora depois de poucas horas. Não pude me conter mais e logo já estava me segurando para não soluçar alto e acordar . As lágrimas não queriam parar de escorrer de meus olhos. Quando senti ele se mexendo, como se estivesse prestes a acordar, enxuguei rapidamente meu rosto e respirei fundo. Ele não podia me ver daquela maneira. Então, seus olhos abriram lentamente e, ao me ver, ele abriu um sorriso...perfeito!
‘Bom dia, meu amor!’ disse, com a voz levemente rouca.
‘Bom dia! Dormiu bem?’ Perguntei, tentando disfarçar que estava chorando.
‘Muito bem!’ Seu sorriso continuou estampado em seu rosto. ‘E você?’ E passou a mão, carinhosamente, em meu rosto.
‘Idem! Sabe, essa cama realmente fez toda a diferença...’ Brinquei e abri meus braços, dizendo que era grande a cama.
‘É, né?! Seria ainda melhor se eu tivesse dormido no chão, pra aí você ter mais espaço então.’ entrou na brincadeira, ficando sério.
‘Tem razão.’
‘Ok, pode deixar que eu vou pro chão agora e você pode continuar a dormir.’ Ele fez menção de se levantar, e eu apenas o fiquei observando. Ele ia se movimentando devagar, como se esperasse uma reação minha de puxá-lo de volta. Tinha que me segurar para não rir. Então, ele cansou. ‘Hey! Então foi por causa da cama mesmo?’ Perguntou indignado, vendo a minha indiferença. Caí na risada.
‘Claro que não, seu tonto! Eu tava só vendo até onde você ia com sua brincadeira...’ Pisquei pra ele, sorrindo maroto.
‘Hm, que espertinha! Quase me enganou, ok?’ cruzou os braços, fazendo cara de magoado.
‘Ah, me perdoa! Você sabe que quem me deu a melhor noite da minha vida foi você...Por mais que essa cama tenha ajudado bastante...’ Olhei pro lado, tentando não rir.
‘Sua pestinha!’ riu e começou a fazer cócegas em mim.
‘AAAAHHH! Não faz isso, ! Me desculpa, nunca mais falo da cama!’ Eu gritava e ria, enquanto me contorcia.
‘Agora aguenta, sua aproveitadora de rockstars!’ Ele continuou a me torturar com cócegas.
‘Rockstars?’ E comecei a rir ainda mais.
‘Vai zoar ainda mais?’ Ele me olhou maliciosamente.
‘Nããão, me desculpa! Você é um rockstar, babe!’ Falei com dificuldade, enquanto tentava segurar as mãos dele.
‘Muito bem, acho que você já aprendeu a lição.’ Enfim ele parou, e eu pude me sentar novamente e respirar fundo.
‘Ai, ai. Quase me mata com essas cócegas!’ Arrumei meu cabelo, que havia ficado bagunçado depois de tantos contorcionismos.
‘Aprenda a não brincar mais com .’ Ele olhou pra mim, fazendo uma cara de convencido. Apenas ri. ‘Vamos voltar a deitar mais um pouquinho?’ Ele sugeriu, e eu assenti com a cabeça. Qualquer minuto a mais ao lado dele, seria ótimo.
Deitamos na cama e nos ajeitamos, de modo que ele ficássemos virados um de frente para o outro, e ele passasse um braço seu por mim. O silêncio reinou por alguns instantes, enquanto meus pensamentos ficavam passando por minha cabeça à toda velocidade. Apesar disso, mantinha meu sorriso sincero enquanto olhava pra , porque nada era melhor do que vê-lo tão perto de mim, naqueles momentos tão preciosos. Ele parecia estar do mesmo modo. Então, o relógio que estava na mesa de cabeceira, ao lado dele, começou a tocar. O que eu temia: hora de começar a se arrumar pra ir embora. Na mesma hora, o sorriso dele desapareceu.
‘Temos que levantar.’ Ele disse, com dificuldade. Não consegui dizer nada, por isso só concordei com um aceno de cabeça.
se levantou lentamente da cama e vestiu sua boxer. Ele parecia ter seus pensamentos muito distantes de lá. Sentei na cama e fiquei o observando, até que ele entrasse no banheiro e sumisse de minha vista. Suspirei e também comecei a me levantar. Como a porta do banheiro havia ficado aberta, pude facilmente ouvir quando ele me chamou. Sem entender muito e com um pouco de vergonha, fui me aproximando da porta do banheiro. Ele estava enxendo a banheira.
‘Hey!’ Vi um sorriso aparecer em seu rosto, quando me viu. ‘Que tal um banho?’ E então, o sorriso ganhou um ar malicioso. Eu ri.
‘Não estamos atrasados?’ Perguntei, mantendo um sorriso maroto em meus lábios.
‘Não pra isso.’ piscou e eu ri novamente.
A banheira enxeu e, então, ele fechou a torneira. Fui me aproximando lentamente, até que ele esticasse os braços e me pegasse pela cintura, fazendo com que meu corpo grudasse no dele rapidamente. Ele começou a me beijar carinhosamente, até começar a ficar mais ardente. Novamente, ele foi tirando minha lingerie. Depois, rompemos o beijo e ele tirou sua boxer rapidamente. Entrou na banheira e pegou em minha mão, pra que eu entrasse com ele. Eu nunca havia entrado numa banheira antes, e a minha estréia ser em uma enorme e com foi extremamente legal. xD Voltamos a nos beijar e a nos acariciar. Dessa vez nada aconteceu, apenas ficamos ‘dando banho’ um no outro. Foi bem interessante. Haha. Quando saímos, ele me puxou pra perto novamente e ficou me olhando nos olhos.
‘Acho que temos mais um tempinho...’ Um sorriso malicioso foi se formando no rosto dele. Soltei uma risada e concordei.
Então, ele pegou uma toalha e colocou-a em volta de mim. Fui me enxugando enquanto ele fazia o mesmo consigo. Quando terminei, prendi a toalha em meu corpo e ele simplesmente a jogou em cima da pia. De repente, me pegou no colo e me levou até a cama, enquanto eu ria. Deitamos novamente e lá se foram mais alguns minutos muito especiais pra mim. *-*
Já estávamos quase trocados, quando alguém bateu na porta do quarto. , sem camisa ainda, foi abrí-la. Eu estava colocando minhas meias.
‘E aí, dorminhocos!’ Um sorridente estava do outro lado da porta.
‘E ai, cara.’ disse, sem muito ânimo.
‘Como vamos fazer? e vão nos acompanhar até o aeroporto?’
‘Vão!’ respondeu prontamente e virou o rosto pra mim. ‘Não vão?’ Fez uma cara de cachorro sem dono.
‘Ah...sim, vamos.’ Ao mesmo tempo que queria, não sabia se ia ser drama demais. Mas aquela cara dele não me permitiu responder outra coisa. ‘Eu só preciso passar em casa pra avisar minha mãe.’ Um sorriso estampou-se no rosto dele e voltou a se virar pra .
‘Ok! Eu e estamos terminando de arrumar as malas. Vou falar com o Judd agora, aí pegamos o carro e passamos na casa da antes de ir.’ disse.
‘Tudo bem. Nos vemos daqui há meia-hora?’ perguntou.
‘Sim! Tomem café-da-manhã e nos encontrem na porta do hotel.’
Com tudo combinado, saiu e fechou a porta. Então, ele se aproximou de mim e sentou-se na cama, ao meu lado.
‘Me desculpe responder por você. É que eu não tinha pensado o quanto quero ver você até o último momento.’ Ele disse, pegando em minha mão.
‘Ah, , não tem importância. Eu também quero isso.’ Sorri fraquinho, ao mesmo tempo feliz e triste. Não iria ser muito boa a volta do aeroporto. Ele sorriu e levantou-se novamente, pra terminar de se arrumar.
Comemos um delicioso café-da-manhã no quarto, conversamos mais um pouco e o ajudei a guardar as coisas que faltavam em sua mala. Tudo estava pronto. Agora, aquele quarto de hotel iria guardar apenas lembranças de . Antes de sairmos do quarto, olhei-o mais uma vez e suspirei.


Capítulo Treze - It's cold where you're going, I hope that your heart's always warm.


Encontramos todos lá embaixo, na porta do hotel, como havíamos combinado. e não tinham caras muito melhores que as de e eu. Nem me esforcei em puxar algum assunto com , porque eu sabia que seria inútil. Naquele momento, isso não iria adiantar em nada. Então, em um táxi entrou eu, e . No outro, foram , e . Os ‘solteiros’ no banco da frente, pra não ter que separar os casais. Como havia dito, pediu pra que táxi parasse em minha casa, e então eu desci rapidamente pra avisar minha mãe do que iria fazer. Vi fazer a mesma coisa, e então voltamos pro carro. O caminho até o aeroporto foi longo. Mais longo do que normalmente seria. Em quase todo o percurso, nada foi dito. De vez em quando puxava algum assunto, ou dizia algo pra mim. Mas apesar disso, nos mantivemos abraçados o tempo todo, aproveitando cada segundo que estávamos vivendo.
Enfim, chegamos ao aeroporto. Descemos do táxi e fomos encontrar os outros três mais à frente. Passamos pelo Check-In e logo já estávamos ouvindo a chamada para o vôo em que eles partiriam. Meus olhos se enxeram de lágrimas, mas as segurei com todas as minhas forças. Fomos até o portão de embarque, e as despedidas começaram. Primeiro foi , depois e em seguida . Todas muito difíceis, mas nada comparada com a de . Ele se postou à minha frente e ficou me segurando nos braços. Seus olhos , aqueles que nunca me enganariam, estavam penetrando nos meus. Depois de alguns instantes em silêncio, ele falou:
...eu nunca vou te esquecer.’ Vi seus olhos ficarem molhados, e ele começou a me apertar, por causa do nervosismo.
‘Eu sei que não.’ Tentei ficar o mais dura que podia, ainda sem tirar os meus olhos dos dele.
‘Não deixe esses momentos irem embora, ok? São reais, tudo foi real!’
‘Eu sei, eu sei.’ Abaixei minha cabeça, admitindo minha fraqueza. Não aguentava mais segurar minhas lágrimas.
‘Quando nos encontrarmos de novo...porque isso vai acontecer...iremos viver tudo de novo, e melhor ainda!’ Ele pegou em meu queixo e me fez olhar pra ele novamente.
‘É claro que vamos! Eu me esforçarei ao máximo pra ir até você.’ Eu abri um sorriso, em meio às tantas lágrimas.
‘E eu pra voltar até você.’ Ele também sorriu, e algumas lágrimas escorreram.
Nos abraçamos fortemente e demoradamente. Não me segurava mais pra não chorar. Queria sentí-lo inteiro; seu cheiro, seu corpo, tudo o que fosse possível. Acho que ele queria fazer o mesmo comigo, pois cada vez ele me apertava mais contra seu corpo. Naquele momento, nada além de nós existia no mundo. Ninguém ao redor, ninguém lá fora ou em qualquer outro lugar. Apenas e . E quando nos separamos, voltamos a nos olhar, gravando cada imagem que fosse possível. Ouvimos a última chamada para o embarque, e eu sentia meu coração quase explodir dentro de mim.
‘Nos vemos em breve, .’ sorriu e piscou pra mim. Aquela piscada que eu nunca iria esquecer.
‘É, até em breve, .’ Eu também sorri.
e estavam mais distantes e acenaram para mim e . Depois, e foram se aproximando um do outro, até que colocassem um braço por trás do ombro do outro. Foram caminhando lentamente, até alcançarem os outros dois. Viraram-se para nós e acenaram. Retribuimos o gesto, e eu soltei uma leve risada ao ver os dois com olhos vermelhos de chorar. Ficamos paradas ali, grudadas ao chão, vendo nossos ídolos, aqueles que nos proporcionaram momentos inesquecíveis, irem embora...não poderíamos fazer nada. Tive que segurar minha vontade de correr atrás de e trazê-lo de volta pra mim. Mas eu tinha que encarar a realidade. Então, quando eles sumiram de nossa vista, nos viramos uma pra outra. Sorrimos, mas logo já estávamos chorando, abraçadas.


Não lembro como foi aquela volta pra casa. Dizem que certos momentos da vida, que são muito ruins, são apagados da nossa memória automaticamente. Acho que foi isso que aconteceu. Depois disso, meus dias voltaram a ser como antes eram, seguindo a rotina normal. continua sendo meu ídolo, claro. Mas além disso, ele é uma pessoa extremamente especial na minha vida...alguém que vai sempre estar no meu coração, como a pessoa que passou comigo os melhores momentos da minha vida, até então. Hoje faz exatamente um ano que fomos ao show. Há um ano atrás, eu e estávamos realizando nossos sonhos. Há um ano atrás, eu me tornava uma garota que nunca esperava me tornar...uma garota que pôde ver seu ídolo de perto, amá-lo como uma pessoa normal e ainda fazê-lo sentir algo recíproco. Como me pediu, eu nunca esqueci os momentos que passamos. E pra ter certeza que nunca vou esquecer, estou registrando-os em palavras. Se ele também não se esqueceu de mim, eu já não sei. Apenas quero e acredito no que ele disse...acredito em seu coração. Ele já me mandou vários e-mails desde que partiram pra Londres novamente, assim como fez pra . Nós os respondemos, claro. Mas, o último e-mail já tem uns dois meses. De acordo com as notícias, agora eles estão gravando um novo CD. Talvez seja por isso. Eles ainda nos tratam com muito carinho e admitem sentir muitas saudades. Quem sabe, ainda esse ano eles voltem a fazer uma turnê por aqui. Enquanto esperamos, eu vivo minha vida e a a dela. Estamos trabalhando pra, um dia, conseguir ir pra Londres e poder vê-los novamente. Eu ainda quero fazer o que disse, de vivermos todos os momentos novamente, e ainda melhores. Admito que foi difícil passar todos eles para palavras, não só pela fidelidade aos detalhes, mas porque dói no coração não tê-lo por perto. Minhas lágrimas escorrem novamente pelo meu rosto...ao mesmo tempo, me sinto extremamente feliz por tudo ter acontecido! Se me for justo, apenas desejo ter tudo novamente...poder sentir novamente...beijá-lo novamente...vê-lo piscar daquela maneira, ouví-lo falar meu nome...até o deixo me jogar na areia e fazer cócegas. xD Bom, e quanto à música Thunder...agora lembro dele com muito mais intensidade, e não preciso nem ver suas fotos mais. Apenas vejo nossos momentos passarem pela minha cabeça. E claro, choro sempre que a ouço. Talvez seja por isso que há tempos não a coloco pra ouvir...ao mesmo tempo que é bom lembrar de tudo aquilo, não me faz bem sentir como aquele verão terminou tão frio.


Today is a winding road
(Hoje é um caminho espiralado)
Thats taking me to places that I didn't want to go, whoa
(Que me leva para lugares que eu não quero ir)
Today in the blink of an eye
(Hoje em uma piscada de um olho)
I'm holding on to something and I do not know why
(Eu estou preso em alguma coisa e eu não sei porquê)
I tried...
(Eu tentei...)

I tried to read between the lines
(Eu tentei ler entre as linhas)
I tried to look in your eyes
(Eu tentei olhar em seus olhos)
I want a simple explanation; what Im feeling inside
(Eu quero uma explicação simples; o que eu estou sentindo por dentro)
I gotta find a way out
(Eu tenho que achar um jeito de sair)
Maybe theres a way out
(Talvez tenha um jeito de sair)

Your voice was the soundtrack of my summer
(Sua voz foi a trilha sonora do meu verão)
Do you know you're unlike any other?
(Você sabe que é diferente de qualquer outro?)
You'll always be my thunder, and I said
(Você sempre será meu trovão, e eu disse)
Your eyes are the brightest of all the colors
(Seus olhos são a mais brilhante de todas as cores)
I don't wanna ever love another
(Eu não quero nunca amar outro)
You'll always be my thunder
(Você sempre será meu trovão)
So bring on the rain
(Então traga a chuva)
And bring on the thunder
(E traga o trovão)

Today is a winding road
(Hoje é um caminho espiralado)
Tell me where to start and tell me something I don't know, whoa
(Me diga aonde começar e me diga alguma coisa que eu não sei)
Today I'm on my own
(Hoje eu estou por minha conta)
I cant move a muscle and I cant pick up the phone, I dont know
(Eu não consigo mexer um músculo e eu não consigo atender o telefone, Eu não sei)
And now I'm itching for the tall grass
(E agora eu estou me coçando por causa da grama alta)
And longing for the breeze
(E desejando uma brisa)
I need to step outside, just to see if I can breathe
(Eu preciso de um passo lá fora, apenas pra ver se eu posso respirar)
I gotta find a way out
(Eu tenho que achar um jeito de sair)
Maybe theres a way out
(Talvez tenha um jeito de sair)

Yeah I'm walking on a tightrope
(Eu estou em uma situação ruim)
I'm wrapped up in vines
(Eu estou preso em videiras)
I think I'll make it out but you just gotta give me time
(Eu acho que eu vou conseguir, mas você só precisa me dar tempo)
Strike me down with lightning
(Me acerte com relâmpago)
Let me feel you in my veins
(Deixe-me sentir você em minhas veias)
I wanna let you know how much I feel your pain
(Eu quero que você saiba como eu sinto sua dor)

Oh baby bring on the pain
(Oh baby, traga a dor)
And listen the thunder...
(E escute o trovão...)




Fim.


N/A: Acabou. AAAHHH! Eu me apeguei à essa fic, cara. Tô muito triste. =/ Mas, uma hora tinha que acabar, huh? E eu acredito que não foi como muitas queriam, mas eu tinha que dar um final mais dramático, mesmo. Senão ia perder a graça. ^^’ Eu penso em fazer continuação, mas é sempre complicado, né?! E nem sei se vai valer muito a pena. Enfim...espero que tenham gostado. Na tradução, eu acredito que o significado de ‘thunder’ tenha algo a ver com momento...algo como quando comparam pessoas à cometas, sabe?! Eu sei que em Friends eu aprendi que pode significar ‘momento’, sim. Haha. Ok, that’s it. E por favor, não me xinguem pelo final. >.< Deixarei meu MSN no meu nome, logo abaixo dessa nota, para aquelas que quiserem uma relação de paz comigo. Meu orkut está no ‘see ya’. ;D
E como todo fim de fiction tem agradecimentos...eu agradeço à Mah Lorandi por ter betado alguns capítulos da minha fic, à Crickz por ter betado outros, e eu não lembro mais se tiveram outras. xD Eu que terminei de betá-la, então agradeço à mim mesma também. Huahuahua. Ao Boys Like Girls por terem feito uma música tão linda que me faz pensar no Dougie e chorar de vez em quando. Ao livro ‘O Segredo’ que inspirou a mim e minha amiga Giovanna em muitos momentos, inclusive na esperança de conhecer o McFly...e claro, à ela também, por ter lido os capítulos prontos e me animado com elogios! :D
See ya, Sil.

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Outras fics: 'I Wanna Get With You' – finalizada. 'Sweet Summer' – em andamento. (:





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