Finalizada em: 06/10/2021.

Capítulo Único

Yeah, yeah
(Sim, sim)
Okay, okay, okay, okay
(Ok, ok, ok, ok)
Yeah
(Sim)
samnyeoni jinatne
(3 anos se passaram)
Agust D
soljikhi, myeotgok neoheulji jal moreugesso gyang

(Honestamente não sei quantas músicas colocar)


Os flashs daquele lugar podiam cegar com muita facilidade.
Não era algo novo para o rapaz naquela altura, nem mesmo era algo que poderia surpreendê-lo por muito tempo, como acontecia anteriormente. Os passos do rapaz eram vagarosos para longe dali e nem um resquício de sorriso, ou boa vontade emanavam de si. não tinha motivos para tal, não o suficiente para que se sentisse em casa outra vez. Já haviam se passado três anos desde a última vez que havia colocado seus pés em Daegu, desde a última que encarou todos os que o desacreditaram e a última que observou tão espontânea e livre, antes de se virar e seguir em direção a seu novo destino.
O rapaz cruzou seus braços na altura de seu peitoral de forma relaxada, deixando os olhos caírem sobre toda a extensão da enorme Seul que brilhava pelas suas luzes tão chamativas pelo outro lado do vidro transparente de sua cobertura. Por mais que sua mente vagasse para longe, o fazendo se lembrar de tudo o que havia conseguido até ali, seu peito doía.
Aquele peso nunca iria embora, tinha certeza.
Nunca havia sido a intenção de deixar tudo inacabado daquela forma. Para ser sincero, ele não queria ter ido embora sem ao menos fornecer uma explicação simplista e clara para a única pessoa que o incentivou tanto para que chegasse onde estava naquele momento. Passou parte dos meses iniciais se culpando e martirizando pelo que fez. Não era o planejado, não era para ser daquela forma.
Bufou. Por que havia tomado uma decisão tão impulsiva como aquela? Como poderia ter ousado em deixar para trás? Se não fosse pela mulher, nada daquilo teria sentido e por mais que ele soubesse que muitas das coisas só dependiam dele, se não fosse a mesma para lhe dizer que conseguiria e que poderia, não existiria a fama.
Não existiria .
Ele podia sentir todas aquelas emoções pesando sobre si cada vez que seus pensamentos voltavam a Daegu, voltavam ao lugar onde antigamente chamava de lar, mesmo com todos os problemas que lhe atormentavam. Mesmo com todas as pessoas que não acreditaram no mesmo e que fizeram o possível para que não chegasse ao topo.
havia chegado nele, mas não do jeito que havia imaginado e desejado.
O vazio ainda crescia pouco a pouco dentro de seu peito.
Por mais que ele tivesse conquistado todas as coisas comparado a seu começo para agora, em sua gloriosa cobertura em Hannam The Hill, não se sentia completo. Parte das coisas que havia deixado para trás voltavam para lhe lembrar que poderia ter feito diferente. Que poderia ter sido de outra forma se ampliasse sua mente e seu coração.
Como tudo seria se tivesse traçado outro plano? Se perguntou, ainda com o olhar caído sobre a cidade e com isso, seu peito voltava a arder gradativamente, o fazendo respirar com dificuldade. Ele não sabia explicar com muita certeza todo aquele misto de emoções inundando seu coração, se a maior parte era o arrependimento que sentia ou a raiva por se sentir daquele jeito.
Por que não poderia ter sido fácil? Por que ele não podia esquecer?
Ele não conseguia seguir em frente, nem mesmo sentia que era capaz de tal coisa.
só queria seguir com sua vida, desde como pensou no começo. Desde quando achou que realmente funcionaria daquele jeito. Parar para pensar agora em tudo o que havia feito até aquele momento, em todos os momentos de sua vida que relutou tanto para que pudesse estar confortável agora a principalmente, afastar até quem se importava com ele daquele jeito, tão cruel e frio…
Havia valido a pena? Ter feito todas essas coisas havia compensado pela vida que agora vivia? Pela falta de felicidade e pelo vazio que insistia em crescer dentro de seu peito?
Ele já não sabia mais, sua mente ecoava uma única palavra.
Perdido.
Era assim que se encontrava a maior parte do tempo.
Com o corpo ainda parado na mesma posição e seus olhos focando cada minucioso lugar daquela cidade, respirou fundo, quase como se quisesse expulsar todos aqueles pensamentos do fundo de sua mente e pudesse espantar para longe os sentimentos ruins que recobriam seu coração.
Ele precisava consertar tudo aquilo de alguma forma. A começar por , a qual ele devia uma explicação sincera ou nunca mais esqueceria daquilo. Afinal, o que importava para ele naquele instante, era que a mulher lhe perdoasse. Para que ao menos, mesmo que por alguns instantes, pudesse vê-la sorrir..
E ele só conseguiria aquilo voltando para Daegu, nem que fosse pela última vez.

gakkeumssik sinkke wonmanghae wae ireon saleul salge han ji
(As vezes culpo Deus, me pergunto por que ele me fez viver esse tipo de vida)
naega mworeul haneunji eumageun saranghaneunji
(O que eu estou fazendo, e se eu realmente amo música)
gakkeumssik doemureo doragal suman isseum
(Às vezes, eu me pergunto: "Se você pudesse voltar atrás,)
doragal geonyago geulsse geugeon gomin jom
(Você voltaria?" Bem, eu teria que pensar melhor sobre isso)


Os olhos do rapaz vagavam sem pressa, mas apreensivos pela janela do carro em que estava. O som do vento do outro lado se misturando ao barulho da pouca música que já conseguia ouvir pelas ruas de Daegu traziam uma nostalgia em que não sabia explicar ao certo como lhe deixava. Tudo aquilo, todos os lugares que passavam por sua visão lhe traziam uma memória que instantaneamente fazia com que seu coração se apertasse um pouco, ainda mais ao ver a torre da cidade ao longe assim como o observatório que se mantinha iluminado pelo horário naquela noite.
Ele sentiu a garganta queimar e um nó enlaçar parte dela.
Durante todo aquele tempo, nunca gostou de lembrar como havia sido sua vida anteriormente, quando seus sonhos eram humilhados pelos demais e ninguém confiava em seu potencial.
Além de .
Ele não gostava de relembrar, mas tinha aquela parte em que ela havia sido essencial. Querendo ou não, era tudo graças à mulher que havia sido sua melhor amiga, mesmo sabendo que talvez ela não o considerasse um mais.
queria muito ter a mesma valia que antes, mesmo que tivesse a plena noção de que seria quase impossível por conta de sua atitude de alguns anos atrás. Se ao menos tivesse pensado um pouco com mais afinco, talvez pudesse tê-la consigo e nada mais importaria até então. Mas, havia uma barreira muito grande, a qual fez ter certeza da decisão que deveria tomar. Ele não poderia decidir o futuro da amiga, nem mesmo poderia fazer mais por ela naquela época, como sempre quis. tinha certeza que se soubesse do que estava prestes a fazer, faria o possível para que estivesse perto do amigo, para apoiá-lo e ajudá-lo, como sempre fez. E isso impactaria em alguns planos que ela tinha.
Ele não queria aquilo, sabia certamente que pesaria em sua opinião.
E seus mundos eram tão diferentes… sempre mereceu mais do que ele podia oferecer.
A única coisa que queria agora, mesmo que não a encontrasse mais ali e esperava muito para que isso não acontecesse, era se reencontrar. Ele precisava disso mais do que tudo.
A fama, o dinheiro, a luxúria… Tudo o que tornou , não eram mais suficientes. Nada poderia comprar a paz de ter alguém que se importe por perto.
Nada se compararia a como se sentia antes…
Ele respirou fundo, engolindo em seco e pôde sentir o olhar de seu manager pelo retrovisor, o avaliando antes de continuarem a seguir até o destino final daquela noite.
Aquilo o incomodou. Sejin, mais do que ninguém, soube desde o início o que havia acontecido, mesmo o rapaz não sendo tão preciso sobre os mínimos detalhes e ainda relutante, apoiado sua decisão.
— Você não parece bem, .
— E desde quando estive? — rebateu, soltando o ar ao encostar o corpo no estofado do sofá. O carro ainda se movimentava.
— Não quero me intrometer em sua vida, você ao menos me conta certamente sobre ela, mas há algo lhe incomodando mais do que deveria nesses últimos meses. — continuou, ainda o observando. — E tenho a impressão que isso tudo tem haver com a pessoa que deixou nesta cidade.
— Sejin, não… — o rapaz tentou desviar o assunto, mas uma dor repentina se instaurou em sua cabeça, o fazendo fechar os olhos. — Não acho que seja assunto para conversarmos agora.
— Compreendo. — o manager ficou em silêncio por alguns instantes, se pronunciando uma última vez antes de estacionarem em frente ao hotel que ficaria. — Alguns arrependimentos realmente ficam cravados no fundo de nossa mente e a única solução para isso, bom… Talvez seja tentar desfazer o que aconteceu, de alguma forma. E eu espero que você consiga isso.
queria agradecê-lo, mas as palavras do mais velho ecoaram por sua mente por um bom tempo, o fazendo pensar em como faria para encontrar e se desculpar como deveria ter feito há tempos.
Dá forma que sempre havia materializado em sua mente.

nan ajik gopa ige eopboinga
(Eu ainda estou sedento, é isso que eles chamam de carma?)
jonna nopge nani neukkyeojineun gongheoham
(O vazio que eu sinto depois de voar alto pra caramba)


Há um tempo, depois de começar a ser reconhecido e adorado por muitas das pessoas que ele podia jurar que não acreditariam nele no começo, começou a questionar seu propósito em relação a tudo que lhe acontecia. Claro que muita das vezes, o mesmo focava e tentava acreditar que tudo o que havia lhe acontecido havia sido resultado do esforço, suor e lágrimas do árduo caminho que o levou até ali, o que de fato não era mentira. havia sido fruto de tudo o que lhe impulsionou até a fama que fez o seu nome e toda a sua angústia, a frustração do que havia passado também estavam anexados à ele.
Pensou que não era de todo ruim assim.
Mas com o passar desse tempo, ao se ver tão sozinho, perdido em um mundo repleto de camuflagens e sentimentos ruins, mesmo que parte dos bons passassem por si, se via vazio. Ele se pegava, em todos os fins de noite que passava em sua cobertura, olhando para toda a Seul como se aquilo o trouxesse vida, a qual tinha antes ao lado de e mesmo com as dificuldades que o espreitavam, ainda poderia sorrir com ela ao final de um dia exaustivo.
Sabia certamente que nada daquilo, nem mesmo um pingo do arrependimento que sentia, faria as coisas voltarem a ser como eram. Muito menos que a garota fosse lhe tratar da maneira com que fazia anteriormente, mas se ele ao menos pudesse se explicar…
Voltar à Daegu havia sido impulso de sua vontade repentina, rodeada pela vontade de poder vê-la outra vez, por mais que seu objetivo fosse dividido entre isso e o fato de querer entender e reconhecer o que havia habitado dentro de si algum dia.
Ele precisava sentir alguma coisa que não fosse o tédio, o espaço que preenchia seu coração e a tristeza que também o encobria.
Com todos esses pensamentos, ajeitou o boné preto em sua cabeça, encarando seu reflexo no espelho minutos antes de sair pela porta do apartamento. Claro que Sejin sabia de seus planos, mas não queria lhe contar parte do trajeto que havia feito em sua mente. Não queria contar à seu manager que procuraria pela garota em todos os cantos inimagináveis da cidade, mesmo que só pudesse observá-la em frações de segundos de longe.
Ele só precisava saber como estava.

Daegu parecia mais movimentada do que antes.
Talvez fosse o fato de ser quase fim de semana ou talvez muita das coisas realmente tenham mudado desde que esteve fora dali. Não que importasse muito para o rapaz, não era algo que tomava conta de parte de sua mente, mas parecia tudo tão… Diferente. Até mesmo o ar que respirava.
O que era aquele sentimento, afinal? A única coisa que sempre desejou, piedosamente, mais do que tudo em sua vida, havia sido sair daquela cidade que o deixava quase à beira da insanidade, mas porque ele sentia como se fosse seu lugar? Toda a sensação de conforto e alívio o enjoavam.
Ele não devia se sentir daquela forma.
Continuou a caminhar, ainda sentindo o vento gélido daquele fim de noite de encontro a seu rosto escondido pela máscara que usava assim como o boné baixo, em direção à seus olhos. Ninguém poderia reconhecê-lo por ali, seria uma das últimas coisas que queria naquele instante.
Os olhos negros e profundos do rapaz continuavam a vislumbrar o nada, até que fossem erguidos em direção ao céu estrelado, mesmo que com algumas nuvens o estampando e de forma imediata, os mesmos foram cravados à enorme lua que iluminava parte da cidade.
Aquilo fez bufar, deixando uma risada sarcástica ressoar por seus lábios entreabertos. Talvez fosse o carma querendo deixar claro que ele havia perdido a melhor parte de sua vida? Que havia deixado a pessoa que mais lhe apoiou para trás, sem ao menos dizer o que estava acontecendo.
Por que a droga daquela lua tinha que estar tão resplandecente naquela noite?

nae meoritsok hyeonsireun isanggwa ssawo jigyeopge
(Na minha mente, a realidade luta incessantemente com o ideal)
nae gajang keun jeogeun sok anui hwa
(Meu maior inimigo é a raiva dentro de mim)


Por que tudo ultimamente tinha que se ligar à ela? nunca saberia explicar com todas as palavras como aquela raiva, a repulsa e frustração cresciam dentro de si só de pensar na atitude que havia tomado com sua melhor amiga.
A verdade era que ele só queria que tivesse sido diferente e mais certo ainda era o fato de que nunca a havia esquecido por completo.
Ele bufou mais uma vez, balançando a cabeça com rapidez, voltando a caminhar pelas ruas de Daegu que pelo horário mostravam a calmaria que ele não tinha internamente.
Não sabia por onde começar, nem mesmo se todo o esforço que estava tendo resultaria em alguma coisa. O rapaz não fazia ideia se ainda permanecia por ali, se havia ido para outro lugar, muito menos se havia se formado, construído uma família e se estava feliz. Não havia tido notícias da mesma por anos e aquilo apertava seu coração de uma forma inexplicável.
Como deixou se levar por todas as incertezas, deixando-a para trás?
Aish… — resmungou, ainda com todas essas questões latejando em sua mente, tendo certeza mais uma vez de que não teria um minuto de paz naquele lugar.
E foi exatamente quando virou seu corpo na próxima esquina que lhe fornecia uma vista mais ampla no centro de Daegu, que pôde sentir seu corpo um pouco mais frívolo e tenso, ao observar a torre principal do lugar.
De imediato o baque das lembranças se tornaram um pouco mais fortes em sua mente e no segundo seguinte, fechou seus olhos, praguejando-se por ter tomado aquela decisão.

— Qual a graça, ?
— Pare de ser estraga prazeres, . Olhe, você consegue ver?
— É tudo a mesma coisa…
— Olha bem! Ali, logo ali! — a garota apontou ansiosa para um canto do céu, tentando fazer com que o amigo também visse o mesmo que ela. — Não é diferente das demais?
— É só mais um ponto brilhante…
— Ah! Não dá para te mostrar nada, você é um enjoado.
A garota bufou, desistindo da ideia de tentar mostrar à como a constelação daquela noite tinha algo distinto das outras noites. sabia perfeitamente como sua melhor amiga era fascinada por tudo o que remetia a astronomia e por mais que ela insistisse tanto para mostrá-lo o que a deixava extasiada, o rapaz insistia em tirá-la do sério, do jeito que tanto gostava de fazer.
Talvez fosse o fato de que achava adorável a forma com que o rosto dela se tornava gracioso ao estar emburrada ou ao vê-la tão curiosa tentando mostrar para ele algo que havia visto diferente.
Todo aquele conjunto que rodeava a garota deixava mais admirado do que o normal.
— Não aumente esse bico. — esticou uma das mãos em direção ao rosto da garota, o cutucando brevemente. resmungou. — Por mais que eu não consiga ver o mesmo que você, tenho certeza que será ótima em desvendar cada um desses corpos celestes.
— Aish… — a garota murmurou, virando seu rosto vagarosamente para o lado, podendo observar com mais clareza e de forma imperceptível, deixou um sorriso de canto escapar. — Pelo menos você consegue ver a lua essa noite, não?
Aquilo fez soltar uma gargalhada fraca, podendo ver o mesmo sorriso encantador de antes estampado nos lábios da garota. Ele assentiu.

— E preciso admitir que essa noite ela está… Incrível.
— É verdade…
Os dois ergueram seus rostos, focando seus olhos no luar que iluminava toda a extensão do observatório em que estavam. Por alguns segundos, permaneceram em silêncio, apenas apreciando a beleza do lugar e a presença um do outro.
— Eu fico feliz que esse seja nosso ponto de encontro. Afinal, tem tudo o que mais gosto bem aqui. — sorriu para si mesma, mas sua afirmação fez com que virasse o rosto em sua direção, a observando com curiosidade. O rapaz tentou caçar bem no fundo de sua mente tudo o que englobava o gostar que estava falando e aquilo fez com que algo remexesse bem na boca de seu estômago.
O que ela queria dizer?
Com o olhar queimando sobre si, a garota também o observou, em uma troca de olhares breve.
— O que foi? Até parece que não sabe do que estou falando. — riu fraco. ainda continuou a olhando. — Eu esqueço que você, além de bobo, também costuma ser lento às vezes. — balançou sua cabeça, fingindo indignação. Quando abriu os olhos, minuciosamente sentiu um sorriso acanhado brotar no canto de seus lábios. — As constelações, . E você.


O aperto em seu coração se tornou mais evidente do que o normal naquele momento, quando pôde vislumbrar o rosto de em sua mente, desta vez com muito mais nitidez do que nas anteriores. queria se praguejar como sempre havia feito, mas nada daquilo adiantaria se não tomasse alguma atitude certa. Pelo menos agora, era o mínimo que deveria fazer.
E dessa forma, retirou o celular do bolso do moletom escuro, ainda com seus olhos sobre o observatório iluminado por detrás da torre, o desbloqueando e digitando rapidamente por sua tela.
Mesmo um pouco trêmulo, não poderia dar um passo atrás.

“Espero que esse ainda seja seu número e espero que ainda esteja em Daegu. Não há muito o que dizer por aqui já que minhas explicações podem ser ditas pessoalmente, é o que mais quero. Só… Se você ainda estiver aqui, , me dê uma chance de esclarecer tudo o que aconteceu. De te dizer o porque precisei ir… Pelo menos uma última vez, no lugar que sempre foi nosso. É tudo o que te peço.”

geunyang eumagi joaseo sijakan ge dande
(E eu só comecei porque eu gostava de música)
naege buchineun susigeodeureun gakkeumeun beogeomne
(Mas os adjetivos que eles colocam junto ao meu nome são demais às vezes)
eojjeogesseo geunyang dallyeoyaji mwo
(O que posso fazer, devo apenas correr, eu acho)
eojjeogesseo kkwak jwin geon jabayaji mwo
(O que posso fazer, devo apenas segurar as coisas que venho agarrando, eu acho)


já havia perdido as contas de quantas vezes havia ligado o display de seu celular em busca das horas, mesmo que aquilo não importasse muito já que não fazia ideia de que fosse aparecer.
E tudo bem se ela não comparecesse ou ao menos respondesse sua mensagem, como ocorreu. Ele merecia aquilo.
O rapaz entenderia caso a mulher não aparecesse por ali, compreenderia perfeitamente que tinha motivos o suficiente para que ela não quisesse olhar em seu rosto nem que estivesse pintado de ouro. Afinal, havia feito por merecer, ele havia provocado toda aquela situação.
Só que o vazio dentro de si não parava de aumentar. Crescia cada vez mais, a ponto de quase entalar em sua garganta e se continuasse daquela forma, ele não saberia dizer com todas as palavras o que poderia lhe acontecer.
se arrependia de todas as suas decisões tomadas até ali. De ter saído de Daegu sem ao menos dizer para o que estava acontecendo, de ter deixado um mundo de expectativas para trás e simplesmente ter ignorado todos os acontecimentos que o levaram a ser o grandioso .
Ele havia esquecido de quem realmente era, havia perdido toda sua essencial.
O que havia se tornado? Uma carcaça sem anseios e que se transbordava em lástimas e lamentações?
O que toda a fama lhe havia proporcionado? Um mundo imerso em mentiras estampadas pela mídia?
Ele não podia aceitar que havia se resumido naquilo. Não era para ser assim, tinha que ser mais.
Deveria ser mais.
respirou fundo, levando uma das mãos na cabeça. Ele podia sentir seus olhos marejarem brevemente. Por que o único sentimento que se manifestava dentro de si era o de estar perdido? Ele só conseguia sentir aquilo.
O rapaz ergueu seu olhar em direção ao céu azulado, com poucas estrelas iluminando o mesmo e a lua que sempre estava posta, tão luminosa como sempre havia sido nas noites que costumava visitar o observatório.
A onda de sensações inexplicáveis em seu coração fez com que se sentasse em uma das escadas no local, ainda observando toda aquela pintura acima de si. Se ele ao menos tivesse a chance de dizer o que sentia…
— Isso é o mínimo que mereço, por tudo o que fiz. Permanecer sozinho e com todo o arrependimento habitando dentro de mim… Grande conquista, . — murmurou para si mesmo, pressionando os lábios. — Do que adianta ter tudo e sentir que não possuo nada?
Aos poucos que ia falando, mesmo que para si mesmo, o peso que sentia se aliviava gradativamente. pensou que talvez, daquela forma, pudesse compensar sua vinda a Daegu, pelo menos para se sentir em paz.
Respirou fundo, abaixando a cabeça minimamente.
— Eu concordo.
virou o rosto rapidamente ao ouvir a voz que tanto conhecia atrás de si, conseguindo vislumbrar a silhueta de ainda longe de si, mas quase da mesma forma que se lembrava. Ele pôde sentir seu coração acelerar como nunca havia sentido e mesmo que imperceptível, um quase sorriso de alívio tomou conta de seus lábios.
— Não imaginava você tão cedo por aqui. — a voz da garota, agora mulher, ressoava firme pelo observatório, misturada com o pouco vento que passava por ali. — A que devo a honra de ter o tão glorioso no lugar em que trabalho?
— Não me chame assim, … Por favor. — respondeu, sentindo a cabeça pesar pelo turbilhão de pensamentos que havia lhe invadido naquele momento. havia conquistado o que queria? Havia começado a faculdade de Astronomia e agora trabalhava ali?
Ele deixou os olhos caírem sobre a figura ainda longe de si, sentindo o nó em sua garganta aumentar um pouco mais. havia mudado tanto… Pelo que conseguia observar, sua força havia aumentado e ela parecia tão destemida agora.
A mulher deixou um sorriso sarcástico escapar de seus lábios e se aproximou minimamente.
— E por que não? Não é o seu nome agora? — arqueou uma das sobrancelhas, cruzando os braços abaixo do busto. não soube o que responder ao ouvir suas palavras, apenas sentiu o aperto em seu peito ficando mais forte. — E então, o que queria me dizer? Que se tornou um esnobe como todos os que te rodeiam e que decidiu me mostrar pessoalmente?
— Você sabe que não é nada disso. — disse rapidamente, tentando se aproximar um pouco mais. Ele podia vislumbrar o olhar decepcionado da mulher em sua direção, ainda com a expressão de antes. — Não é nada disso, só…
— E o que é, ? — o cortou. — O que é que você veio fazer em Daegu de volta? Você não pertence mais a este lugar desde que colocou seus pés para fora daqui deixando tudo para trás. — apontou em sua direção, entre os dentes. — Por que decidiu voltar logo agora?
sentiu seu coração doer e por um breve momento pôde sentir sua garganta trancar, quase em desespero ao ver a forma com que ela estava. Não… A última coisa que ele imaginava era que o odiaria daquele jeito, era a última coisa que queria.
, por favor, eu precisava pensar em algum jeito de poder te explicar o que me levou a ir para Daegu.
— E por que achou que eu estaria disposta a te ouvir depois de três anos, ? — disse, agora mais baixo, sem encará-lo. tinha seus olhos focados em qualquer outro lugar que não fosse os olhos arrependidos de em sua direção. Ela não podia lidar com aquilo naquela hora, ao menos sabia se conseguiria… Seu coração se despedaçava. — Você ao menos sabe o verdadeiro significado de uma amizade?
— Eu precisei colocar tudo na balança, ! Você começaria a construir sua carreira depois da formatura, te vi tão feliz naquela festa e eu pensei que… Que eu não conseguiria fazer parte de seu mundo, … Eu nunca poderia te oferecer o que você tanto merecia antes, nem mesmo consegui te pagar um jantar decente! — despejou com tanta rapidez que ao menos notou que ela havia se aproximado um pouco mais. — Faz ideia de como me senti ao perceber que você poderia ficar bem melhor sem mim? Eu nunca quis ser um amigo mais ou menos, , eu queria poder fazer tudo por você, mas nem o mínimo eu conseguia. Nem isso… — levou uma das mãos na cabeça, aparentemente nervoso. ainda o encarava. — Nunca foi meu desejo deixar tudo para trás assim, mas foi a única oportunidade que tive em toda minha vida… Foi a única coisa que eu tive certeza que daria certo para mim.
— E aí você não levou em conta o que eu sentiria, minha opinião e o que eu acharia, não é? — respondeu, balançando a cabeça. — Você simplesmente pensou que era o melhor para você e ao menos se lembrou que eu costumava ser a pessoa que sempre compartilhava tudo com você, independente do que fosse. E você nem mesmo contou que sumiria do mapa por um bom tempo?
— Eu tenho plena certeza de que errei, eu errei muito, em não ter te falado sobre isso. Eu deveria, , ter te contado nem que fosse na noite da formatura, mas… Você não deixaria eu ir.
— Você não pode concluir isso.
— Eu posso, , porque eu te conheço. — afirmou, caminhando em direção à ela, podendo notar que a luz da lua refletia sobre seu rosto tristonho. Ele se odiava por vê-la daquela forma, ainda mais sendo por culpa do mesmo. — Você tentaria aguentar o início até que pudesse ir a meu encontro, porque você é assim! Você faria de tudo para estar ao meu lado e eu não podia simplesmente aceitar isso. , eu não me perdoaria se você tivesse que deixar seus planos para trás por minha causa.
— Você não deveria ter tomado decisões por mim, , se ao menos sabia o que realmente poderia acontecer. — soltou o ar que prendia, pressionando os lábios. Ele podia observar seu olhar começando a marejar. — Foi a pior escolha que você pôde fazer.
— Eu sei disso, foi a pior escolha. Não devia ter feito nada do que fiz, muito menos deveria ter ido embora sem te dizer o que acontecia. — o rapaz tentou levar uma de suas mãos em direção ao braço da mulher, mas recolheu ao imaginar que talvez ela não quisesse aquilo naquele momento. olhou em direção à sua mão. — Eu voltei à Daegu justamente para reparar tudo o que despedacei todo esse tempo. Por recuperar o tempo perdido com você e para entender o que me fez ser quem eu sou hoje. Entendi que você foi a maior parte da minha conquista e eu precisava tentar, pelo menos, ter mais uma chance.
Ele pôde ouvir o suspirar da mulher à sua frente, quase como se fosse difícil raciocinar com tudo o que ele havia lhe dito. sentia seu coração bater mais rápido e forte dentro do peito, como uma onda de emoções invadindo sua mente. Não sabia o que responder e muito menos qual decisão tomar naquele instante.
Ela queria entender tudo o que havia lhe dito, queria entender todos os motivos que o levou a tomar a decisão, o que o fez sair da cidade daquela forma, mas ver os olhos tão perdidos e melancólicos do rapaz que costumava ser seu melhor amigo, a fez querer abraçá-la, nem que fosse brevemente. Odiava ver daquele jeito, tão vazio, sem emoção, apático. Por mais que se lembrasse bem do mau humor que ele costumava carregar, nunca havia o visto tão abatido daquele jeito.
O que aqueles três anos havia feito com o rapaz? O que ele havia passado? Será que havia sofrido sem ter alguém do seu lado?
Ele ao menos tinha alguém com quem pudesse contar?
O nó enlaçou a garganta da mulher um pouco mais forte. Ela queria muito entender.
Mas precisava de tempo. Precisava compreender todos os pequenos detalhes que o levaram até ali naquele instante.
— Não consigo entender ao certo o que te levou a fazer tudo isso, , também não sei se conseguiríamos manter a mesma amizade que tínhamos antes. — suspirou, desviando seu olhar do dele, deixando o silêncio pairar entre os dois mesmo que com o vento que passava por ali. podia sentir o aperto em seu coração por ouvir com clareza como ela ainda estava decepcionada com sua atitude e como ele imaginava, que não o perdoaria. Foi a primeira coisa que lhe passou em mente ao voltar para Daegu, não poderia culpá-la. — Você seguiu o seu caminho, assim como eu também segui o meu, completamente distintos e eu queria muito que as coisas fossem como eram em nosso ensino médio. — permaneceu encarando o horizonte, que lhe fornecia a vista da cidade iluminada. assentiu, concordando e entendendo o que ela queria lhe dizer. — Mas por mais tenha se passado todo esse tempo, ainda tenho a convicção que te conheço como o de três anos atrás. E sei que você não teria tomado essa decisão se não tivesse pensado em todas as outras possibilidades para que não precisasse fazer isso.
Sua afirmação fez com que erguesse seu olhar em direção ao dela, tentando entender o que a mulher realmente estava falando. O que ela queria dizer com aquilo? estaria o perdoando?
— Nada do que estou falando quer dizer que te perdoei, . Muito menos indica que será como anteriormente, mas quero voltar a ser sua amiga e quero muito entender o que aconteceu durante esse tempo. — deu um passo a mais em sua direção, ficando quase colada ao amigo. Ele continuou a olhá-la. — Essa é a minha condição. Seja sincero comigo e nunca mais me deixe como fez.
deixou seus olhos caírem sobre os dela, que agora brilhavam carinhosos e emocionados, podendo sentir exatamente o que também sentia naquele momento. E aquilo fez com que ele não esperasse por muito tempo para esticar seus braços em direção ao corpo delicado da mulher, puxando-a para si, em um afago que só eles conheciam.
— Obrigado por não desistir de mim.
Talvez fosse a saudade, o alívio ou até mesmo, o começo de uma nova relação naquela noite estrelada. Nenhum dos dois saberia explicar muito bem, só tinham plena certeza de que, dali em diante, não deixariam nada mudar como havia acontecido.
E que assim como a luz daquela lua, aquela relação continuaria a mesma, se não melhor. Brilhante, sublime e única.

saebyeoge manneun jeo dalbit
(A luz da Lua que me ilumina antes do alvorecer)
yeojeonhi geuttaewa ganne
(É a mesma de antes)
nae saleun maneun ge byeonhaetjiman mwo
(Muitas coisas mudaram na minha vida, mas)
jeo dalbicheun yeojeonhi geudaerorago
(A luz da Lua ainda é a mesma)
saebyeoge manneun jeo dalbit
(A luz da Lua que me ilumina antes do alvorecer)
yeojeonhi geuttaewa ganne
(É a mesma de antes)
byeonhwaneun moduege pillyeonjeogiji
(Mudanças são inevitáveis para todos)
eotteoke byeonhaeganeunjiga uriui eobiljido
(Mas como nós mudamos pode ser o carma que carregamos)




Fim



Nota da autora: Oi, babe! Se você chegou até aqui, eu espero do fundo do coração que você tenha gostado de todo o enredo! Espero também que você tenha gostado desse final incrível dos nossos principais! Ah, e caso você não tenha lido o início de como tudo começou, você vai encontrar em 05. 724148! E não esqueça de deixar um comentáriozinho para eu saber o que você achou hihi Beijos! E se você se interessar por mais histórias minhas, o link da página de autora vai estar logo aqui embaixo. Beijão!





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