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Postada em: 12/07/2020

Capítulo Único

Flashback

Escutar a respiração do amigo daquela maneira tão tensa e frustrada deixava totalmente irritada. não era o tipo de garoto que escondia os sentimentos e, nos últimos seis meses, não estava escondendo simplesmente nada. Ele não estava bem hoje, e, pelo suspiro longo, a razão por essa chateação com certeza era April.
April, a namorada abusiva e louca dele.
— O que aconteceu, ? — perguntou, arqueando a sobrancelha, ao vê-lo cabisbaixo, sem vontade nenhuma de terminar o seu sorvete.
— Nada, só algumas frustrações. — Ele forçou um sorriso, mas era inútil. o conhecia tão bem e bastava apenas que olhasse dentro de seus olhos para ela descobrir que estava triste.
— O que aconteceu entre você e a April? — A garota já não tinha paciência para joguinhos e foi direto ao ponto.
— Não tem como esconder como as coisas estão complicadas entre mim e ela. — Ele deixou o peso de toda a frustração cair sobre os ombros e soltou um longo suspiro, passando as mãos pelo rosto. — Não sei o que acontece com a April às vezes, ela nem parece mais a mesma garota doce e fofa. — levantou os olhos agora, olhando diretamente para o rosto da amiga.
— Ela nunca foi doce e fofa. Sabemos disso muito bem, ! — fez uma careta, revirando os olhos. — Você sempre gostou dela por ser desse jeito. Mandona, doida e totalmente sexy. — Ela completou, pegando o pote de sorvete dele.
— Claro que não. É amor também. — Ele contestou.
— Não é amor quando você mais se sente infeliz do que feliz. Amor não é infelicidade, . — segurou no rosto dele, levantando-o para que pudesse olhar dentro de seus olhos. — Amor é quando a outra pessoa na sua vida completa a sua felicidade. Te traz paz na alma e calor para o seu coração. Amor é… — Ela parou agora, observando os olhos dele atentos aos seus lábios enquanto falava. E ele estava maravilhosamente lindo e atraente com aquele olhar perdido.
— Amor é o que eu sinto por você, sua idiota! — riu, segurando o rosto dela com ambas as mãos. — É amor o que eu sinto por você, ok? E não precisamos falar sobre isso. — Ele desconversou.
— Sei que você me ama, . — conteve o sorriso pelo canto dos lábios e não conseguiu desviar o seu olhar, que estava preso ao rosto dele. — E você sabe que é recíproco…
— Recíproco não é o que eu quero ouvir. — Ele ainda manteve o mesmo olhar nos lábios dela, com o rosto próximo. — Amor, você sabe o que eu gosto de ouvir…
— Não me chama assim, . — pediu, sentindo um frio subir por toda sua espinha. “Amor”. Vê-lo a chamando assim, mesmo depois de anos e anos, deixava o seu corpo e coração inquietos.
— Amor, sim. Chamo você de amor, porque é a verdade. — Ele insistiu, rindo, ao vê-la ficar sem graça e seu peito aumentar o ritmo da respiração.

— Amor…
! — apelou, chamando-o pelo sobrenome.
— Amor, amor e amor! — Divertido, ainda rindo, ele avançou um pouco, deixando o seu rosto o máximo possível do dela. — Amor, fala…
— Babaca! — Ela o empurrou com força, tentando separar o seu rosto do dele.
— Adoro ver você violenta assim, amor. — disse, mordiscando levemente o próprio lábio superior. — Amor, fala o que eu quero escutar. — Ele insistiu um pouco, adorando vê-la eufórica e nervosa.
— A.M.O.R. — soletrou, levando a língua para o céu da boca e depois, sem ele esperar, voltou a posicionar seu rosto a poucos centímetros do dele. — É uma brincadeira para dois, amor. — Ela riu, tensa e sem ao menos pensar onde estava com a cabeça, lhe beijou de leve o canto da boca. — Não me provoque, ! — Os olhos de ficaram presos na reação do amigo, que não conseguiu esconder o quanto estava chocado, mas ainda com um sorriso maravilhoso nos lábios. E aquele sorriso, sim, aquele sorriso. O seu sorriso, o mesmo sorriso que a fez ficar completamente encantada por ele. E seu coração acelerou naquele momento. Ele permaneceu parado, olhando para os seus lábios, e ela precisou juntar toda a força existente em seu corpo para não o beijar de verdade.

The end!



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Do restaurante para o apartamento, não demorou mais do que quinze minutos de caminhada. Mesmo com o ar gelado da noite, ele preferiu andar todo o caminho a pé, com a única intenção de refrescar um pouco a cabeça depois de jantar com April no Gaggan, sua atual namorada.
Ou melhor, ex-namorada? — Ele soltou um longo suspiro pelo canto da boca ao sussurrar a palavra “ex-namorada”.
não conseguia esconder a decepção em seu rosto e muito menos a tristeza que invadiu seu peito toda vez que a imagem da garota surgia em sua cabeça. A imagem daquela garota linda, maravilhosa e completamente sorridente era exatamente tudo o que ele conseguia guardar de mais intenso, e tudo estava desmoronando naquele minuto.
Ele já não tinha certeza sobre os sentimentos dela, não tinha certeza sobre os próprios sentimentos, ainda não tinha certeza sobre aquele relacionamento e, agora, menos ainda se ela iria aceitar o pedido de casamento que havia feito minutos atrás.
— É, . Lide com esses sentimentos, lide com esse fim. — O rapaz fez uma pausa automática, lembrando-se da conversa com a garota no restaurante. — Ela não tinha mais o mesmo brilho nos olhos, . Ela já não sente mais nada por você, lide com essa verdade. — A franqueza em suas palavras era a triste realidade que ele não estava pronto para encarar, não naquele momento, não depois de um ano e meio de relacionamento.
Com o vento gelado batendo contra o rosto, as lágrimas começaram a rolar de seus olhos e o desespero foi parcialmente aumentando.
— Sinto muito, amor. Sinto muito. — Com dificuldade, ele disse, e todo o seu corpo paralisou com uma rajada de tristeza.
Talvez fosse a sinceridade dela ou então a confirmação sobre o real motivo daquele jantar? A separação? Uma despedida? E como esconder que ele também sentia tudo aquilo? A distância, a frieza, o comodismo e o fim?
Por que pensar em tudo isso? Assim, daquela maneira?
E como foi capaz de ficar de joelhos e pedi-la em casamento em meio a essa situação atual? Desespero?
Tudo parecia tão errado, tão estranho e tão diferente. Ele estava diferente, cada parte existente do seu corpo estava respondendo ao fim de maneira tão brusca, e ele só queria chorar, gritar e desaparecer. Só que, naquele momento, tudo foi interrompido quando escutou o celular vibrar dentro do bolso da sua jaqueta.
, que seja você, preciso tanto agora de você! — A esperança era exatamente que fosse a única garota que, independente do seu humor, situação ou momento, queria ao seu lado e em sua vida pelo resto dos dias. — Você sempre sabe quando preciso. — Ele sorriu ao olhar para o visor e ver o nome da melhor amiga. E ela sempre parecia adivinhar quando o momento era oportuno e o tanto que, naquele momento, estava precisando dela. Dos abraços, do carinho e da maneira com que o deixava feliz, confortável e animado.
— Eu estou com você, independente do que esteja acontecendo e… — Ela logo disse, não dando espaço para que ele falasse nada. — Só senti um aperto no coração, uma agonia, e sei que você deve estar ainda no restaurante com a April, mas eu só preciso escutar que você está bem, ok? E eu estou aqui, . — completou, agora escutando a respiração pesada dele no fundo da ligação. — Aqui, ! Com você a todo momento. Pensando em você, querendo que você fique bem e feliz. Sempre ao seu lado, bebê! — Ela finalizou, desligando o celular e deixando completamente atordoado e perdido.
— Essa garota me deixa sem chão! — Ele, frustrado, jogou o cabelo para trás e balançou a cabeça, desacreditado nessa ligação mais sem noção. — Ela realmente consegue me deixar sem saber o que falar. — Um sorriso surgiu. E era assim com ela, sempre um sorriso e algo inesperado. Uma emoção. Uma sensação diferente. E ele sempre agradeceu a todas as entidades divinas por ter esbarrado acidentalmente com na cafeteria em Busan há sete anos.

+++


Já passava das 23h, e já sentia todo o corpo dolorido do dia agitado e confuso que parecia nunca chegar ao fim. O que ela queria era somente sua casa, um banho demorado e, por fim, sua cama macia e aconchegante. Nada daria mais prazer do que deitar e esquecer totalmente aquele péssimo dia. E, apesar de querer esquecer, seus pensamentos naquele momento estavam longe. Para ser mais claro, seus pensamentos estavam em , seu amigo e amor.
— O que será que aconteceu entre o e a April? — Ela perguntou, quebrando o silêncio entre ela e a amiga, que estava ao seu lado.
— Espero que ele tenha terminado com aquela abusiva insuportável! — soltou imediatamente, demonstrando o descontentamento com a atual namorada de . — Quando ele vai perceber que ela não quer nada com ele? E o quanto aquela garota é tóxica? — Ela seguiu atacando April.
— Achei que só eu detestava a April dessa maneira, mas você é ótima também com esse ódio. — riu com a revolta de . O que falar sobre a “abusiva e tóxica” namorada do amigo?
— Quem gosta daquela garota? Nem o próprio . — Ela foi sincera, e já tinha escutado aquilo da amiga durante muitos meses.
— Ele deve gostar sim dela. — discordou, mais uma vez.
— Ele ama você, . — afirmou com toda convicção em sua voz.
— Você ficou louca, ? — disse, boquiaberta, depois de presenciar a cena mais sem noção daquela noite.
— Você quer falar sobre isso, amiga? — colocou os braços em volta de , puxando a amiga para um abraço apertado e carinhoso. Em outra situação, levaria a amiga para algum pub e, ali, passariam a noite toda dançando e bebendo, mas, hoje, o caso era somente de um bom abraço e caminhada ao ar livre.
— Não. O que eu preciso falar é de como a April me irrita! — Ela disse, por fim, querendo que a amiga não falasse mais aquelas coisas sobre ela e . — O sabe que ela é uma babaca, e eu não entendo por que ainda fica com ela…
— Porque ela é gostosa e você deu um fora nele pelo menos quatro vezes. — Essa direta de acertou bem de cheio. — E vamos falar sobre essas quatro vezes? Que ele sempre tentou se declarar e falar algo e você simplesmente fugiu? Vamos? Quer? — Ela insistiu, empurrando-a.
— Você…
— Eu sou a sua amiga sensata e com razão e não adianta você negar isso. — Convencida de que estava certa, não deu espaço para que fugisse novamente do assunto ela e . — O cara está na sua vida durante sete anos. Ambos sabem que rola um sentimento e que é recíproco e que nunca iriam arriscar nada. O lance sempre foi “mantemos nossa amizade do que um romance, pois romance pode acabar com tudo e é melhor sermos amigos, porque não vejo minha vida sem você nela” e fim. — Ela terminou, agora encarando a amiga. — Tudo bem, é muito difícil sair da zona de conforto de uma amizade e partir para um relacionamento, mas, por outro lado, acredito que vocês estejam perdendo muito tempo da vida. Principalmente buscando outros namoros e outras pessoas e outros sentimentos, sendo que, na realidade, o sentimento é o que existe um pelo outro. — respirou fundo, abraçando bem forte nesse momento. — , eu te amo. — declarou tão serenamente, pegando a amiga de surpresa. — Amo você…
— Lá vem! — sorriu com aquela espontaneidade, mas sabia que algo aconteceria depois daquela declaração.
— Quero te fazer um desafio. — levantou uma sobrancelha e depois começou a rir. — Quero emoção. Quero te desafiar a algo que, no fundo, você vai me agradecer em algum momento. Por favor, aceite. — Ela implorou, sabendo que nada mais a faria feliz, a não ser que ela aceitasse.
— Ok. Não sei por que devo aceitar, mas se isso te deixa feliz…
— Na próxima vez que rolar algo com o , não quero que você pare. Eu te desafio a continuar e se permitir a isso. — disse rapidamente, pegando a outra de surpresa. apenas abriu a boca, não sabendo como reagir. — Se ele não for tudo isso, nunca mais falo o nome dele e passo a vê-lo somente como um amigo na sua vida. Caso contrário, você irá me levar para uma viagem na Europa!
— Europa? — Agora ela riu.
— Só se você não sentir nada. Farei você gastar alguns euros comigo, e sou uma pessoa bem chata e cara. — Ela riu, divertida.
— Hum…
— Você já negou muitas vezes…
— Sim, mas…
— E sobre a April, provavelmente a essa altura eles já terminaram. — A amiga logo foi cortando as possíveis desculpas que daria para não tentar algo com . — E ela é uma insuportável que te detesta e que já pediu mil vezes para o te abandonar!
— Não precisa me lembrar disso. — suspirou, frustrada com esse detalhe.
— E você não contou para ele todas as mensagens que ela já te mandou e como ela te obrigou a ficar longe dele. — não estava pensando muito antes de falar aquela noite. Ela só queria que a amiga fosse feliz, mas feliz realmente ao lado da pessoa que sempre amou e desejou.
— Amiga…
— Aceita? O desafio? — insistiu.
— Tudo bem, amiga. Eu aceito. — concordou, voltando a abraçar a garota. — Não vou perder e não vou negar ou fugir do caso alguma coisa nos leve para esse caminho, prometo. E você vai perder! — Ela sorriu agora, mas seu coração estava batendo mais rápido só com a possibilidade de não fugir de quando ele estivesse falando sobre os sentimentos ou quando sempre era desnecessário e começasse com as provocações de sempre. Desafiada a não fugir do garoto que sempre esteve apaixonada, esse mesmo garoto que ocupava sua mente todos os dias, minutos e segundos. Era ele, e é por ele que seu coração ficava em frangalhos daquela maneira. E tudo, tudo o que ela queria era correr para os braços dele e nunca mais sair dali.

+++


caminhou pelo apartamento de um lado para o outro, triste, apreensivo e com respiração tão pesada que achou que fosse entrar em colapso. Essa angústia que estava carregando em seu peito não iria sumir, não antes de ouvir da boca da sua amada que ela ainda o amava com a mesma intensidade e paixão.
— E se eu fosse surpreendê-la com um café da manhã? — Ele pensou alto, deixando que seus pensamentos tomassem conta do ambiente. Aquele lugar parecia tão vazio sem por perto. Ela sempre estava com ele, e, naquela noite, tudo parecia diferente e triste. não tinha e também não tinha mais April. — Eu preciso falar com ela… — relutou, mas aquele sentimento não iria embora antes que ele ouvisse a voz de April e implorasse que ela desse outra chance para o relacionamento deles. — Posso ligar? Será que eu posso? O que eu faço? — Na dúvida, ele pegou o celular e ficou encarando o aparelho durante alguns segundos. — Ok, preciso tentar! — Ele buscou o nome “April” nas últimas ligações e, antes de apertar, sorriu abertamente ao ver como o nome de contato de estava salvo “teu amor, idiota!”.
— Oi, . — April atendeu depois de três toques, e o tom da sua voz não estava como se estivesse a fim de ter atendido aquela ligação.
— Oi, April. — Ele foi suave, não sabendo se deveria chamá-la de “bebê” ou só pelo nome já bastava.
— Sim? — Ela foi seca.
— Não consegui dormir… — Ele disse, com a voz serena e baixa, demonstrando o quanto estava arrasado e triste depois daquele jantar. — Será que podemos conversar um pouco mais? Por favor.
— Nós não precisamos conversar sobre mais nada, . — April disse, torcendo internamente para que entendesse que não tinha restado mais nada para ser dito. — É um momento delicado para ambos e não quero que isso termine com palavras duras, frias e calculistas. O que eu sinto por você atualmente não pode ser mudado, e eu não quero mais esse relacionamento. Já disse tudo e não quero mais falar sobre, apenas seguir a minha vida. — Ela imediatamente escolheu palavras duras para que ele finalmente entendesse o fim.
— Eu não sei se consigo lidar com tudo o que está acontecendo entre nós, April. — Ele sentiu-se fraco, destruído, e o coração acelerou.
— Lide com isso, . Não quero ser dura e babaca com você, mas você precisa entender. Não quero mais nada, não quero você na minha vida e não sinto mais nada por você, entende? — Diretamente, fria e totalmente calculista, ela disse o que não queria escutar.
— April, ainda sinto um enorme sentimento por você…
— É só um sentimento, . — Ela o cortou, perdendo a paciência. — Um sentimento que você nunca desenvolveu em um ano e meio. Sentimento ao qual eu nunca tive espaço na sua vida. O que você realmente sentia por mim? Eu não queria apenas “parte” do , eu o queria inteiro. Queria que ele me amasse e fosse somente meu e de mais ninguém! — Possessiva. Ela sabia que aquelas palavras iriam soar como possessão, mas April já estava cansada de ser somente a “namorada” e nada além disso. — Era a sua namorada, apenas isso. E o seu coração? Seu coração nunca foi meu! Você nunca foi totalmente e completamente meu.
— Não fale isso, April! — tentou cortar aquele assunto.
— Não falar a verdade? Que, em um ano e meio, você nunca me escolheu? Que eu nunca escutei um “eu te amo” e que sempre era a sua segunda opção? — April soltou um longo riso ao fundo, nervosa e descontrolada. — Ela, sempre ela. — Sua voz agora parecia ressentida. — É ridículo eu me sentir assim, porque tudo o que eu queria era ser sua prioridade. E tudo o que você fez foi continuar sendo amigo daquela garota. Continuou a deixando na sua vida, continuou deixando que ela fosse tomando conta cada dia mais dos seus sorrisos e do seu coração. E tudo era ela, tudo era por ela…
— April, não fala isso, droga! — , nervoso, interrompeu a garota. — O que fez? Você acha isso normal? Me pedir para abandonar meus amigos e principalmente a minha amiga? — Ele perguntou, não acreditando que eles estavam discutindo novamente por aquele mesmo motivo.
— SIM, ! — April ficou alterada aumentando o tom da sua voz. — Detesto aquela garota. Detesto o jeito que você olha pra ela. Detesto o jeito que você sorri quando a vê. Detesto a maneira idiota e besta que fica quando ela senta ao seu lado. Detesto como você deseja mais ela do eu. — A garota não conseguiu controlar mais toda aquela raiva que estava sentindo. — Mandei você escolher entre mim e ela! Você nunca me escolheu, você nunca me deu prioridade e nunca priorizou nosso relacionamento. Não posso competir com ela! Ou você é meu ou dela e fim. — April terminou de falar, e sua respiração do outro lado da linha estava totalmente tomada pela raiva.
— April, nunca pedi para você deixar de lado os seus amigos e não entendo qual é o seu problema com a . — O garoto manteve o tom em sua voz para não parecer também irritado e nervoso. já estava esgotado daquela ser a razão de quase todas as suas discussões com April. , sempre . — Isso tudo é infantil, April. Nunca pedi para você fazer qualquer escolha. Tudo o que eu pedi era para fazer parte da sua vida e nunca quis que você a mudasse totalmente para que eu entrasse e fizesse parte do seu dia a dia. — Ele continuou falando, não querendo ser interrompido. — Você era minha namorada e não minha dona, entenda isso. Não é simples você chegar e pedir para eu escolher entre duas pessoas que estão na minha vida e que são importantes. Importantes em cada área e cada jeito diferente.
— ELA SEMPRE FOI MAIS IMPORTANTE! — April gritou, gritou tão alto que afastou o aparelho do ouvido.
— Ela é importante e ponto. Você também é importante…
— Isso não basta pra mim. — April foi rude, já sabendo que aquele realmente era o fim e que não queria mais em sua vida. — Quero ser sua prioridade, o centro do seu amor e universo. Detesto dividir, detesto competição e detesto que você a deseja e a ame e ainda não se deu conta disso, . — Ela não sabia se falar novamente aquelas palavras fosse surtir algum resultado. Talvez aceitasse ou confirmasse apenas que ela tinha razão e que amava , e que esse amor não era somente um “amor de amigo”. — Podemos tentar, talvez. — April seguiu falando, incerta. — Somente se você tirar essa garota da sua vida!
— Nunca farei isso, April. — Ele foi duro ao falar essa frase.
— Então, não temos mais nada um com o outro.
— Não temos. — fez uma pausa, esperando usar as palavras certas para terminar aquela ligação. — Quero que você seja muito feliz, April…
— Serei, . E nem estou pensando mais em você e talvez você precise saber nesse momento. — Ela queria feri-lo. Machucá-lo e fazer com que sentisse toda a raiva que ela estava sentindo. — Existe outra pessoa que, mesmo quando estava com você, sempre me priorizou e eu sempre fui a escolha dele. Diferente de você, . Ele sempre esteve comigo e, em alguns meses, já escutei que me amava e que era desejada como você nunca me amou e desejou. — Confessando a traição, ela já não tinha mais nada para falar com ele. Isso era exatamente o que queria. Que ele ficasse em silêncio, escutando e não acreditando que há meses ela o traía com outra pessoa.
Por quê? Por que era tão doloroso ouvir essas palavras? Será que ela já não tinha sido sincera e direta o suficiente? Traição? Por que fazer aquilo com ele? Por que mentir? Por que trair e humilhar daquela maneira? E por que de repente esse sentimento de alívio em seu peito? Que confusão!
jogou-se na cama com a esperança de que aquele sentimento fosse embora. E tudo ficou completamente em silêncio novamente.
Sem e sem April, ele estava sozinho.

+++


A garota escutou quando o carro parou na porta da sua casa e apressadamente pegou a sua bolsa. Correu para fora, na esperança de encontrar o amigo bem. O que era impossível, já sabendo de como ele estava quando ligou mais cedo, pedindo para que ela fosse em algum lugar com ele conversar.
— Fique calmo, . — pediu com a voz fraca, assustada com a velocidade que o amigo dirigia pela avenida Apgujeong sem ao menos ligar para o sinal vermelho à sua frente. — Você não pode ficar nervoso dessa maneira. Converse comigo, por favor! — Ela, aflita, olhou diretamente para o rosto dele, e sua fisionomia estava carregada de raiva. Aquilo trouxe um desconforto e preocupação para a garota, que segurava forte contra o banco de couro. não era tão descontrolado daquela maneira e nem corria absurdamente quando estava em um carro. Ele sempre teve medo de velocidade e sempre foi muito cuidadoso para que não fosse capaz de machucar alguém. Vê-lo tão desesperado e nervoso daquela maneira deixou o seu coração pesado e com medo de que algo ruim acontecesse a eles.
— Não é possível, não é possível… — Ele passou uma das mãos no cabelo e, com a outra, segurou com mais força o volante. A BMW roncou com a potência da aceleração e a troca de marcha e sumiu com facilidade por entre os quarteirões de Cheongdam. O ponteiro já estava ultrapassando os 100 km/h, e ele apertava mais o acelerador, querendo esquecer de toda a conversa que tinha acontecido há pouco com April.
— O que a April falou? O que aquela garota fez? — sabia que não podia tocar naquele assunto novamente, mas ela já estava assustada e preocupada o suficiente para poupar palavras naquele momento. Falar sobre o relacionamento dele com April era praticamente um assunto proibido. simplesmente ficava irritado e perdia a noção da realidade e do perigo. E hoje não era diferente. Estava com raiva. Muita raiva.
, eu não acredito que em todos esses meses… — Ele esbravejava, não prestando mais atenção na avenida.
! — Ela gritou, apavorada, ao vê-lo cruzar outro sinal vermelho e quase atingir um carro parado no semáforo. — CHEGA, PARA ESSE CARRO, AGORA! — implorou com os olhos marejados de lágrimas. Ela não queria que ele corresse daquela maneira, colocando a vida de ambos em perigo. precisava ficar controlado e calmo, precisava escutá-la a qualquer custo.
— Desculpa, desculpa… — , aos poucos, foi voltando para a realidade, percebendo que ela estava assustada e chorando. A raiva o havia deixado cego por alguns minutos, e tudo o que ele queria era extravasar isso de alguma maneira. — Amor, desculpa. Amor… — Ele tremia bastante.
, pare o carro! — ordenou.
— Desculpa, não era para acontecer isso. — Lentamente ele foi tirando o pé do acelerador, e a BMW voltou a andar na velocidade limite da avenida. — Fiquei cego de raiva e agi de maneira imprudente, . Desculpa, por favor.
— Pare o carro! — ordenou, novamente.
— Tudo bem. — concordou, girando o volante para que pudesse parar em um local apropriado e seguro. — Desculpa… — Ele pediu novamente com o coração em apuros ao vê-la tão assustada e chorando.
— Quando você estiver com a cabeça no lugar, a gente conversa. — ignorou o pedido de desculpas, abrindo a porta do carro apressadamente.
— Amor…
— EU NÃO SOU O SEU AMOR! — gritou, saindo, e, em seguida, bateu a porta com toda a sua força a raiva.
… — Em pânico, ele tirou o cinto rapidamente e desceu do carro. — Espera, eu não queria ser babaca desse jeito. — Ele segurou uma das mãos dela enquanto a garota chorava e tremia, assustada. — Desculpa, por favor…
, eu não quero saber qual é a droga do seu problema com a April, mas isso vai acabar com você fazendo alguma besteira. — Sentindo as lágrimas escorrerem ainda mais por todo o rosto, respirou algumas vezes, buscando ar para os pulmões. — Nada vale a nossa vida e nossa sanidade mental. Ninguém tem o direito de tirar a nossa paz, e eu estou em choque com o seu comportamento hoje, assustada. — completou.
— Eu sei, desculpa. — Ele a puxou para os seus braços, sentindo-se completamente chateado e um babaca por fazer sua garota chorar assustada daquela maneira. — Não consigo te ver chorando assim, por favor. Meu coração não consegue te ver assim…
— Então não seja imprudente fazendo algo assim com as nossas vidas, com a sua vida. — tentou empurrá-lo, mas aquele abraço era tudo o que ela estava precisando para se acalmar.
— Nunca faria algo que pudesse tirá-la de mim, .
— Então pare de sofrer dessa maneira pela April. Ela não merece esse descontrole, não merece esse surto e não merece que o fique dessa maneira. Que o meu fique assim. — Ela se sentia tão atordoada e perdida que não estava raciocinando direito e muito menos sabendo as palavras que estavam saindo de sua boca. — Que droga! Eu te amo tanto e não quero ficar desesperada dessa maneira. Não quero sentir medo, não quero sentir esse desespero que algo de ruim pode acontecer com atitudes imprudentes, ! — só queria que parasse com aquela insanidade, que ele ficasse bem e não sofresse daquela maneira por uma garota como April.
— Eu não preciso disso, . — Ele, irritado, afastou-se um pouco da garota, indo para perto do carro. — Não preciso da compaixão dela. Não preciso que ela se sinta superior e deboche da minha cara com essa traição. — Furioso, ele passou as mãos pelo cabelo, e agora sua fisionomia havia completamente mudado. — Sempre, sempre tentei ser um bom namorado para ela. Eu dei o meu melhor sempre que estava com ela. — não conseguia esconder sua frustração.
, tudo bem. — correu para ela, segurando em sua mão. — , por favor…
— Ela me traiu! E tudo bem. — Ele riu, nervoso, levantando o olhar para o rosto dela. — Tudo bem, amor. Tudo bem…
— Você não merece passar por isso, . — O amor que ela sentia por ele era tão extraordinário e verdadeiro que seu coração doeu ao vê-lo tão triste daquela maneira. — Não pense que em momento algum você teve culpa nisso. Não teve e não fez nada para que ela agisse dessa maneira errada com você. — Olhando dentro dos olhos dele de maneira intensa, ela só quis colocar para fora o que estava guardado em seu coração. — Você é maravilhoso como amigo, e eu tenho certeza de que é do mesmo jeito como namorado. E eu sou a pessoa mais complicada e crítica do mundo, mas eu sei o quanto você respeitou a April e tudo o que fez para que ela se sentisse bem nesse relacionamento. — A garota seguiu falando, e não tirou os olhos um minuto sequer dos lábios dela. — Sabe, às vezes fico me perguntando e me colocando no lugar dela… — Ela fez uma pausa, sentindo o coração acelerar um pouco. — Com certeza eu seria muito feliz em ter você me olhando daquele jeito carinhoso, único e verdadeiro todos os dias. Com certeza eu queria acordar ao seu lado depois de uma noite longa e prazerosa e, com toda certeza do mundo, eu seria a garota mais animada por ser amada por um garoto como você. E eu ficaria boba e apaixonada toda vez que escutasse você me chamando de “amor” e depois falando que me ama muito e muito. — Agora ela sorriu, e ele levou uma das mãos para o rosto dela.
— E se eu falar que…
— Não, . — o impediu. Ela não iria controlar o seu coração se ele começasse naquele momento a falar qualquer coisa.
— E se eu falar que amo você…
! — Ela o afastou.
— Amo você, . — declarou baixo, sabendo que ela não iria escutar nada. — Amo tanto você, tanto… — Aquelas palavras sufocaram em sua garganta, e ele abaixou o rosto, olhando para o chão. Talvez, em algum momento, ela o deixasse terminar e falar realmente tudo o que sempre guardou em seu coração durante anos. tinha esperança de realmente falar para a sua melhor amiga que não existia outra garota ou outro amor em sua vida a não ser ela, somente ela. E que qualquer outra garota em sua vida era somente um jeito de esquecê-la. Mas sabia que todas aquelas tentativas seriam frustradas e tristes. Porque, em seu coração, não havia outra pessoa a não ser . Ela, sua amiga, sua paixão e seu amor.
E ele esperava por uma chance, somente uma chance!

+++


Três meses depois…

Dentro do carro, pegou o balde de pipoca do colo da amiga e soltou um longo suspiro. Estava com o corpo dolorido da semana agitada em Seul. Passou a semana inteira terminando os últimos detalhes do seu roteiro para o novo MV do single, e hoje não tinha humor para dançar, beber e nem ficar a madrugada toda em um lugar agitado. Logo, a escolha tinha sido por algo mais tranquilo e que pudesse aproveitar a companhia da amiga. E ela estava sentada ao seu lado, provavelmente morrendo de tédio com o filme chato sobre a vida de Jackie Chan.
— Tédio? — perguntou, notando que não estava muito animada para ficar ali parada mais algumas horas.
— Cansada um pouco, . — esticou os braços para cima, girando a cabeça de um lado para o outro, perdendo a conta de quantas vezes ficou incomodada com aquele filme, que tinha acabado de começar e que não via a hora de acabar.
— E, mesmo cansada, consegue ser linda assim? — colocou a mão na boca, tentando parecer surpreso com a beleza da garota. — Meu coração não consegue manter o ritmo normal quando fico assim, perto o suficiente para conseguir sentir o cheiro do seu perfume e até mesmo a maneira desigual que você respira. — Ele riu, sabendo que aquilo deixaria a garota um tanto quanto desconcertada. — , por quê? Por que você é assim? Por quê? Hein, por quê? — Insistiu, atingindo o objetivo, que era deixá-la com a expressão mais leve e tímida.
— Você sempre foi esse idiota que brinca comigo e com meu coração. E isso é muito ruim, sabia? — Ela, sem graça, abaixou a cabeça, não conseguindo olhar dentro dos olhos de , que especialmente hoje estavam atentos para cada reação e expressão dela. — Por quê, ? Por que me olhar dessa maneira? Por que essa boca é tão convidativa quando fala meu nome? Por que às vezes sinto vontade de passar a vida inteira observando a maneira com que você joga o cabelo para trás e o jeito discreto que passa a língua sempre pelos lábios enquanto está me provocando? — A garota rebateu a provocação, agora sentindo-se totalmente perdida naquele olhar, que deixava cada parte do seu corpo incomodada.
? Não pode ser… — jogou a cabeça para trás, começando a gargalhar com aquele comentário. Não era possível que ela estava tão espontânea hoje. — Fica reparando nos meus lábios? Imagina quando eles começarem a te... — ele cortou a frase na metade do caminho enquanto jogou o cabelo, que insistia cair no rosto para trás. — É assim que eu faço, não é? — Ele não aguentou o próprio comentário, começando a rir sozinho.
— Exatamente. — Ela confirmou, também rindo.
— Sou um idiota! — jogou o corpo com toda violência para trás, e sua cabeça bateu com força no encosto do banco. — Caramba, acho que pela primeira vez me deixou sem graça! — suas mãos agora forçaram o volante.
— Nunca te deixei sem graça? — O sorriso sem graça desapareceu naquele instante ao vê-lo maravilhosamente atraente com as mãos pressionando o volante do carro. — Somos amigos há um bom tempo, talvez tempo necessário para que eu tenha muitos sentimentos conturbados por você! — confessando, sem ao menos esperar que ele entendesse alguma coisa, ela moveu um pouco as mãos do seu colo para a perna dele. Se ele soubesse sobre a parte sem vergonha dela, provavelmente ficaria muito surpreso. — Amizades são complicadas, ainda mais com uma pessoa como você, !
— Nós podemos ter uma amizade complicada? — A pergunta foi direta, sem chances de espaço para qualquer outra interpretação. As mãos dele rapidamente deslizaram, ficando uma no volante e a outra segurando a mão dela. O calor daquele contato fez o seu coração disparar sem rumo, e ele respirou fundo para não demonstrar todo aquele misto de sentimentos que sentia por sua melhor amiga. Logo voltou a forçar ambas as mãos contra o volante. Ali, era seguro mantê-las. Longe de qualquer reação e contato com o corpo dela.
, é a .
Sua amiga, sua .
, sem chances.
Controle-se.
É a sua garota, a única garota que você já amou desde os primeiros segundos que a conheceu.
É ela, sempre foi ela e sempre será ela.
Por ela, somente por ela que seu coração fica em euforia.

— O que eu estou fazendo? — Ele resmungou tão baixo para que ela não fosse capaz de ouvir a confusão que sua mente estava nesse momento. — , não é nada fácil ser seu amigo, sabia? — querendo mudar o rumo da conversa, ele logo soltou a mão dela. — Amizade complicada e sem nenhum benefício!
— E por que não uma amizade complicada e com todos os benefícios? — Sem responder, ela devolveu a pergunta, querendo ouvir dele primeiro a resposta.
, não faça isso. — assustou-se quando a mão dela foi mais rápida, e logo a sentiu explorando sua nuca e pescoço.
— Você nunca pensou em mim de outra maneira? Na sua cama? Totalmente nua? — Ela nem ao menos sabia como o assunto havia chegado a esse ponto, mas não queria parar. Queria saber se ele, em algum momento, a desejava daquela maneira. — Com a sua língua explorando cada canto do meu corpo…
, que homem não pensa em você dessa maneira? — Sua voz era fraca, cautelosa, e o toque suave dela em seu cabelo era exatamente o que ele precisava. Claro, óbvio que ele a desejava. Desejava mais do que tudo, mais do que todos, e o incômodo de existir outros homens querendo e desejando sua garota o deixava doido.
E ah! Você nem ao menos tem ideia de como eu quero passar toda a minha língua por seu corpo e sentir exatamente o seu gosto, em todas as partes e em todos os sentidos!
— Não quero saber de qualquer homem. — A garota disse mais firme agora, enrolando as pontas dos dedos com mais força. — Não qualquer um. Quero saber de você, . Você! — Com a outra mão, acariciou sua coxa com mais força. — Me deseja? Quer me beijar? Sentir o cheiro do meu corpo e a temperatura dele quando entrar em contato com o seu? — Ainda mais firme com os dedos, ela puxou levemente uma mecha de seu cabelo. — Não tem curiosidade de saber como é meu beijo? Minha língua…
— Deus! — sentiu algo queimar por entre suas coxas, uma vontade louca de jogá-la naquele banco de trás e mostrar para aquela garota como realmente a desejava. — , você é totalmente maravilhosa. — Ele disse, retirando as mãos dela da perna dele e indo apoiar-se na perna dela. — Não acha que penso em como é tudo isso? Sou homem! Tenho instintos. Desejos e muita curiosidade em saber como é sentir não somente a sua língua, mas toda e qualquer parte do seu corpo roçando contra… — ele fez uma pausa, não sabendo se era certo continuar falando, mas queria ao menos que ela acreditasse o tanto que era maravilhosa, perfeita e desejável. — Fico louco em saber como é sua boca explorando a minha. Como é você completamente nua deitada na minha cama. Queimo só de pensar em como seu corpo ficaria perfeitamente moldado ao meu e já me excita o fato de imaginar a sua voz gemendo no meu ouvido, me chamando por ! — Certo de que queria que ela soubesse daquilo, ele pressionou ainda mais os dedos dela, demonstrando a intensidade de como estava nervoso com aquela conversa.
, sim. — Ela disfarçou, querendo morrer por dentro com o frio que subiu na espinha com aquele olhar. — Tudo o que sempre quis é saber exatamente como é estar deitada na sua cama com você por cima, pressionando minha cintura com o próprio peso da sua. E, , você me desejar dessa maneira me deixa completamente eufórica e excitada. — curiosa e completamente provocante, ela não pensou em hesitar naquele momento. — Quero experimentar toda essa excitação que você me causa, não quero parar ou ter medo. Quero ter esse momento com você,
, não vou conseguir parar se eu começar a te tocar e beijar. Entende? Entende que eu posso não me controlar... — Em deboche absoluto, ele tirou a mão do volante, agora acariciando as bochechas dela. — O que você quer que eu faça com você, ? Beijar? Agarrar? Morder? Chupar... — Devolvendo a provocação no mesmo nível, criou um círculo de perguntas e respostas que provavelmente resultaria em primeiras, segundas e terceiras intenções dentro de um quarto.
— Podemos ir para a minha casa discutir isso? — Ela sugeriu, rapidamente posicionando o corpo mais ereta no banco. Tesão. Fogo ou o que quer que fosse que estava sentindo, ficou mais intenso quando sentiu as mãos dele percorrer toda extensão da sua coxa.
— Vamos para a minha discutir. — Ele sorriu, deixando a mão dela de lado e olhando para frente. — Minha cama com certeza é maior que a sua e os nossos corpos ficariam bem posicionados. Podemos discutir o quanto você me deixa louco! — tentou simplesmente não pensar, e qualquer outro arrependimento e sentimento sobre aquela noite, ele enfrentaria em outro momento. Não hoje.
não foi capaz de descer do carro imediatamente, não depois de ter provado o quanto ele era bom na maravilha que era brincar com os dedos no corpo de outra pessoa.
— Então é isso. Vamos para a sua cama, espero que não me desaponte. Sempre me falou muito bem sobre a maciez dela. — Totalmente excitada com o pouco movimento das mãos dele contra a calça jeans, respirou fundo, controlando o desejo em saber o que ele seria capaz de fazer quando estivesse sem ela. — Dedos… — aquilo tomou conta dos pensamentos da garota enquanto ele estacionava em frente à casa dos pais. A fisionomia dele era tensa, e ela não conseguia decifrar se tudo aquilo era o jeito para provocar ou se ele simplesmente estava guardando algo especial quando chegassem ao quarto dele. E, provavelmente não assumindo logo de cara, ela estava querendo muito a última opção, e não precisaria nem ser algo especial. Ele mantendo aqueles dedos o máximo possível no corpo dela, ela já estaria contente o suficiente durante toda a noite.

+++


Abrindo os olhos lentamente, não acreditou que realmente estava naquela cama king size, que, durante muitos anos, apenas usou para sentar-se na beirada, sem pretensão nenhuma de um dia explorar daquela maneira. Principalmente quando a exploração foi o corpo dela e do amigo em movimentos rápidos, curtos e gemidos altos em diversas posições durante grande parte da madrugada.
ainda estava deitado, totalmente pelado ao seu lado, e aquele perfume foi o suficiente para que sentisse o corpo arder. O abdômen com todos aqueles gominhos, a curva do peito e o pescoço exposto, sem dúvida, só fizeram aumentar ainda mais o calor que surgiu por entre suas coxas.
soltou um breve suspiro pelo canto da boca ao vê-lo mudar de posição e, daquele ângulo, conseguiu ver com clareza todo o corpo do garoto.
— Nossa, ele faz isso com certeza para provocar. — Ela resmungou, querendo um pouco de controle das suas reações e pensamentos para não o acordar. — , cretino! — Outro resmungo surgiu quando a lembrança de tê-lo beijando, lambendo e chupando cada curva existente em seu corpo tinha sido tão maravilhoso na madrugada, que, de alguma maneira, queria retribuir aquele chamego. Talvez com uma mordidinha no canto da boca, unhas arranhando todo aquele abdômen, a língua chupando e lambendo aquele pescoço.
— Droga! — escutou o celular vibrar em algum lugar no chão, quando provavelmente foi jogado sem preocupação alguma enquanto tirava as roupas com urgência. Ela moveu-se para não o despertar e buscou, com a pouca claridade, o aparelho, encontrando-o ao lado da sua blusa.
— Alô? — Atendeu, sussurrando, com medo de acordá-lo. — ? Qual é o problema? — Estranhou a ligação da amiga, e também sua chefe, no domingo logo cedo. Lentamente foi para a beirada da cama e correu sem fazer barulho para o banheiro — Hoje? Como você marca de mostrar o apartamento hoje? — desacreditou que, em pleno domingo, ela fosse marcar uma visita para mostrar o duplex luxuoso em Haeundae-gu.
, não faz isso comigo. — A voz suave e tranquila de fez com que ela sentasse no assento do vaso e colocasse a mão no rosto, não acreditando que ganharia mais uma batalha. — Por favor? É que meu sobrinho não conhece nada em Busan. Tenho medo de que ele fique perdido e morra em algum canto. — A chefe pediu novamente, com mais delicadeza, na esperança de que a garota pudesse salvá-la dessa situação.
— Amiga…
— Levo no escritório amanhã a sua sobremesa favorita em forma de agradecimento. — cortou a frase, puxando a negociação para a parte que com certeza daria certo. Oferecer comida era um tiro certeiro.
Ninguém no mundo negava essa barganha.
! — Irritada e toda descabelada, surtou, sabendo que era humanamente impossível ignorar o pedido tão fofo feito por ela. — Acabei de ser a sobremesa de e você quer que eu saia da cama dele justo agora? — ela confessou.
— VOCÊOQUEMEUDEUS…
— Não grita! — afastou o celular do ouvido. com certeza iria gritar de novo e até mesmo continuar gritando pelas próximas horas, dias, semanas...
— Você e o ? Sexando? Assim? De sexo? — não conteve os espasmos e os gritos e desatou a falar, totalmente perdida com aquela informação.
Ela e , sexo.
Ela e , cama.
Ela e , chupadas.
Ela e , três vezes naquela noite.
Ela e , em várias posições.
Ela e .
Só ela e naquele quarto!

— Sim, , sexo. Transamos, beijamos, chupamos e gozamos várias vezes. Ok? — Disse logo, ao escutar um murmurinho baixo do outro lado da linha.
— Várias vezes? Quero detalhes, agora! — ordenou, curiosa. — Como é na cama? Foi selvagem? É grande? O que aquela língua fez? — Buscou informações importantes sobre a noite, que provavelmente seria o único assunto durante longos dias.
...
— E como ele é? — Perguntou, curiosa.
— Como é o quê? — não entendeu.
— Gemendo, chupando, gozando...
— Você é muito detalhista!
— Tudo bem. — Ela forçou uma voz triste.
— Muito obrigada pela compreensão. — agradeceu.
— Tudo bem. Tudo bem! — não tentou forçar mais o assunto. — Cuide bem do meu sobrinho e dessa língua do .
— Cuidarei do seu sobrinho e também da língua que me deu prazer a noite toda! — rolou os olhos pelo banheiro com a certeza de que a estaria xingando mentalmente naquele exato momento. — E eu estou escutando você xingar! — resmungou alguma coisa muito feia do outro lado. Agradeceu a amiga por aquele enorme favor e, segundos depois, desligou o celular.
— Aonde você vai? — surgiu de repente, envolvendo-a com os braços.
— AISH! — deu um pulo, assustada, ao sentir os braços dele na sua cintura.
— O quê? — riu.
— Minha chefe fez uma arte para esse domingo. — A garota respondeu, frustrada.
— Trabalho de domingo? — Ele estranhou.
— O sobrinho precisa ver um duplex.
— Riquinho e chato. — Ele debochou.
— Absolutamente. — concordou.
— Vai me ligar à noite? — Ele perguntou, fazendo um beicinho fofo.
— Eu sempre te ligo todas as noites! — Exclamou, virando-se de frente para ele. — Como não ligar? Depois desse sexo! — Com um sorriso sem vergonha, ela puxou o rosto dele para perto.
— Só o sexo? — voltou a fazer o famoso biquinho de bebê.

— Sou apenas um pedaço de carne? — Ele continuou no drama e com o mesmo biquinho, que deixava a garota completamente apaixonada.
— O que vai acontecer com a gente amanhã? — Ela perguntou, sentindo o coração acelerar um pouco rápido. — Como vai ser nossa vida? Como vamos encarar tudo o que aconteceu? — O medo agora invadiu todo o seu corpo. não queria pensar em nada daquilo. Não queria sentir medo. Não queria perdê-lo e nem que as coisas ficassem estranhas entre eles.
— Vai acontecer exatamente o que aconteceu hoje. — A voz dele era natural e calma. conseguia sentir naquele momento uma tranquilidade emanar por todo o corpo, justamente agora que estava com os braços em volta da pessoa mais importante da sua vida em todos esses anos. — Preciso que você preste atenção em mim. — Rapidamente, ele moveu os braços e o corpo com precisão e a levou de volta para o quarto. — Minha garota… — ele soltou um longo suspiro ao dizer aquelas palavras enquanto a colocou sentada na beirada da cama, ajoelhando de frente para ela.

— Minha garota! — Ele falou novamente, impedindo que ela falasse qualquer coisa.
— Sempre. — confirmou, dedilhando as pontas dos dedos pelo rosto dele. Não existia outro garoto no mundo que a deixasse mais à vontade e com o coração em êxtase como aquele que estava ajoelhado bem diante dos seus olhos. não tinha a mínima noção do que causava com os seus sentimentos.
— O que você sente quando está comigo? — Ele perguntou, passando para a beirada da cama e sentando-se ao lado dela.
— É difícil…
— Esse cheiro acaba com a minha vida e me faz ficar com vontade de pegar você no colo e pressionar contra essa cama novamente. — disse, não controlando a excitação que surgiu ao sentir o cheiro suave e floral da pele dela.
… — Sem graça, o rosto dela mudou um pouco da expressão de séria.
— Você me deixa completamente doido! — O cheiro dela era o mesmo que havia deixado em todo o lençol da sua cama. — Você quer saber o que eu espero que aconteça amanhã? — Ele, agora, forçou o seu olhar mais no rosto dela, focando somente naquela boca e olhos que tanto amava. Soltou um longo suspiro, buscando exatamente as palavras certas para começar aquela conversa, que era demasiadamente importante para ambos. — Quero você na minha cama, na minha vida, na minha cabeça, no meu corpo e no meu coração. — Ele disse, por fim, sentindo a liberdade de agora falar tudo o que estava sentindo há anos. — Quero que você me chame de , quero sentir o gosto da sua língua explorando a minha boca, quero ter você todos os dias, quero te deixar excitada, louca e demonstrar e falar todos os dias o quanto você é maravilhosa, mulher, determinada e a garota que todo homem sonha em conhecer. — O sorriso fraco pelo canto dos lábios surgiu e agora ele conseguia respirar um pouco mais leve. E sua garota, sua , estava com um dos sorrisos mais maravilhosos e fascinantes no rosto. — É desse sorriso que eu preciso, preciso saber que o motivo desse sorriso sou eu. Me deixa louco olhar para você e imaginar que posso ganhar um sorriso assim por te fazer feliz. — continuou, não querendo parar. Não agora que ela estava sorrindo. — É da sua respiração que eu preciso. Do seu corpo ao meu e acordar todos os dias sabendo que não preciso mais esconder tudo o que sinto por você. Saber que não preciso fingir que não te amo, que te desejo e que preciso de você a cada momento.
— Eu te amo. — Ela confessou, já não aguentando mais também guardar aquele sentimento. — Te amei no momento que te vi, amei o seu sorriso, o seu olhar, o seu coração e toda a maneira com que você me trata com atenção, carinho, compreensão e paixão. — sorriu, novamente perdida e boba naquele olhar, que tirava toda a estabilidade emocional. — Meu , sempre meu e de ninguém mais… — a garota fez uma pausa agora para brincar com os dedos no cabelo dele. — Minha excitação, meu prazer e meus gemidos de prazer, tudo foi por você, por esse momento, que, para mim, não foi apenas sexo, e sim uma libertação de tudo o que eu estava sentindo e querendo. — ela completou, agora puxando o rosto dele para mais perto. — Amo você. Amo cuidar de você. Quero estar presente, compreender e respeitar. Amo ter ciúmes, medo e viver feliz, sorrindo à toa. Desejo você, todos os minutos e segundos. Desejo beijar toda hora, desejo te fazer completo. Amo você, amo muito você. Tudo isso é o que eu sinto por você, , esse amor infinito, intenso e eterno. — Um suspiro naquele momento foi inevitável, e ele apenas puxou o rosto da garota com desejo e amor, deixando que seus lábios tocassem os dela com urgência, paixão e euforia.


Fim



Nota da autora: Sem nota.



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Outras Fanfics:

FICSTAPES:
01. Call Me Baby [FICSTAPE #062: EXO – Exodus]
01. Don’t Leave Me [FICSTAPE #178: BTS – Face Yourself]
03. Best Of Me [FICSTAPE #070: BTS – Love Yourself: Her]
03. This Is How I Disappear [FICSTAPE #068: My Chemical Romance – The Black Parade]
03. You Are [FICSTAPE #104: GOT7 – 7 for 7]
04. Permanent Vacation [FICSTAPE #067: 5SOS – Sounds Good Feels Good]
05. Butterfly [FICSTAPE #103: BTS – Young Forever]
05. Stigma [FICSTAPE #080: BTS – You Never Walk Alone]
05. I'm Sorry [FICSTAPE #084: The Maine – Pioneer]
07. Let’s Dance [FICSTAPE #065: Super Junior – Mamacita]
08. Walk On Memories [Ficstape #111: EXO – The War]
09. The Lucky Ones [FICSTAPE #108: Super Junior – Replay]
10. Fire [FICSTAPE #103: BTS - Young Forever]
22. Memory Lane [FICSTAPE #011: McFly – Memory Lane]

SHORTFICS:
Best Of Me [Especial – Dia dos Namorados]
I Love You [Especial – Dia dos Namorados]
Hug Me [Doramas – Shortfics]
It's You [EXO – Shortfics]

MUSIC VIDEO:
MV: Don't Forget [Music Video - KPOP]
MV: One More Chance [Music Video - KPOP]
MV: That One [Music Video - KPOP]

EM ANDAMENTO:
Fake Love [KPOP - BTS – Em Andamento]
I Need U [KPOP – Restritas – Em Andamento]
Let Me Know [KPOP – Restritas – Em Andamento]
Love Is Not Over [KPOP – Restritas – Em Andamento]
Spring Day [KPOP – BTS – Em Andamento]
Time To Love [KPOP - BTS – Em Andamento]
That's Love [KPOP - EXO – Em Andamento]
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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