Capítulo Único
- Todos estão olhando para você. - Nate murmurou em meu ouvido, me fazendo rir. - Bendito seja o vestido preto. - Ele comentou com um sorrisinho vitorioso no rosto, lembrando que o look da noite havia sido uma escolha dele.
- Bendita sejam às 14 horas, sete dias por semana, treinando sem parar. - Respondi e sua feição imediatamente mudou de vitoriosa para contrariada, o que me fez gargalhar.
- Esse lugar é incrível, eu nem acredito que estamos aqui. - Sam disse animada. - Vamos fazer uma promessa agora. - Ela parou em nossa frente, fazendo com que também parássemos de andar. - Nessa semana de férias não vamos pensar em treinos, coreografias, campeonatos e proibições. Vamos aproveitar tudo, absolutamente tudo.
- Meu Deus, sim! - Concordei animada. - E se caso façamos alguma merda, o que fizemos nas férias, fica nas férias. - Completei.
- Isso! O que fizemos nas férias fica nas férias, sem impedimentos e arrependimentos. - Venham. - Sam nos puxou pela mão até o bar. - Eu quero três doses da bebida mais forte que você tiver, por favor. - Ela disse ao bartender. - Vamos brindar para selar nosso pacto.
- Eu não sei... - Nathan começou, um pouco receoso.
- Shhhh. - O interrompi. - Para com isso. Pelo menos uma vez na vida você tem que aproveitar sem pensar nas consequências. Vamos Nate, por favor. Por mim, sua irmãzinha favorita. - Fiz biquinho, implorando.
- Nate, não seja estraga prazeres. Quando foi a última vez que você fez alguma loucura na vida? - Sam perguntou.
- Nunca. - Respondi, encarando meu irmão gêmeo.
- Então, vamos Nate. Por favor. - Ela pediu.
- Sim Nate, sem você, não vai ser a mesma coisa. Merecemos isso. Merecemos uma semana sem pensar em nada. Você sabe que é a nossa última oportunidade. - O lembrei.
- Vamos Nate, por favorrrrrrr. - Sam implorava pendurada em seu braço.
Nathan fechou os olhos, pensativo e respirou fundo.
- Eu espero não me arrepender. - Ele disse, pegando sua dose de sabe-deus-o-que e levantando para um brinde.
🌴☀️🌴
Assim que saímos para fora do aeroporto e eu senti a brisa do mar em meu corpo, eu tive certeza que essa seriam as melhores férias de toda a minha vida.
Não que eu tivesse muito com o que comparar. Ao longo dos meus 21 anos eu podia contar nos dedos de uma mão as vezes que eu e meu irmão gêmeo pudemos tirar uma semana de folga da nossa vida.
Nathan e eu éramos patinadores artísticos desde que nós nos entendíamos por gente. Vínhamos de uma família tradicional da patinação então, essa rotina frenética de treinos e competições sempre esteve presente em nossa vida.
Eu era patinadora solo, enquanto Nate competia em duplas com Samantha, sua parceira há 12 anos e minha melhor amiga.
Nós três estávamos convocados para as olimpíadas que aconteceriam no próximo ano então, aproveitamos a pausa entre as festas de fim de ano para uma pequena viagem. Havíamos acabado de completar 21 anos, Nate e eu, e merecíamos ter pelo menos uma semana como pessoas normais numa viagem com amigos. Mesmo que nossos amigos fossem apenas a Sam.
- Nosso itinerário será: vamos daqui para a casa, descansaremos e iremos de noite para aquela boate de frente com o mar que eu tinha comentado. Ok? - Samantha, que tinha feito todo o nosso itinerário de viagem, informou.
- E a praia? Eu quero ver a praia. - Nathan perguntou.
- E verá, da janela do nosso apartamento e depois da fila da festa. - Ela o respondeu, pedindo um carro pelo celular.
- Mas... - Ele resmungou, mas percebeu que reclamar de qualquer coisa com Sam era uma total perca de tempo.
- Vamos para a praia amanhã, Nate. Relaxa, vamos aproveitar um dia de cada vez. - Murmurei.
🌴☀️🌴
O reggaetón tocava alto e era possível ouvir do lado de fora da boate que iríamos. Sam havia pesquisado na internet e, segundo ela, aquela era a mais badalada da cidade. Eu estava muito ansiosa. Não era de frequentar casas noturnas mesmo que amasse. Inclusive, uma das minhas metas da viagem era ir em festas todos os dias.
Nathan e Samantha, muito sociáveis haviam conhecido um grupo de amigos na fila que, por incrível que pareça, eram da mesma cidade que a nossa e também estavam ali para curtir o fim de ano. As três meninas e os dois rapazes, um deles que claramente já estava interessado em Nate, aparentavam que também estavam felizes em nós conhecer. Tudo estava conspirando para ser uma viagem ótima e eu estava muito feliz com isso.
🌴☀️🌴
- Você sabia que a nossa amiga aqui também é famosa? - Daniel disse claramente alterado, ficando em pé entre os bancos que Harry e eu estávamos sentados para pedir uma bebida, que eu não prestei atenção em qual era, porque queria matá-lo.
- Ah é? - Harry perguntou, claramente interessado no assunto. Seus olhos curiosos passaram de Daniel para mim, fazendo com que eu imediatamente abaixasse a cabeça e olhasse para meu copo. Maldita hora que contamos para eles sobre a nossa profissão.
- Sim, medalhista olímpica. Do que mesmo? Esqui? - Ele me perguntou.
- Patinação. - Corrigi, respirando fundo para não cometer um assassinato. - E não sou medalhista olímpica, ainda não. Fui convocada para as olimpíadas do ano que vem, quem sabe ganho alguma coisa. -
Expliquei, olhando para Harry, que me olhava atentamente.
- Oh, você ganhou o campeonato europeu desse ano. Eu sabia que te conhecia de algum lugar! - Ele exclamou animado. - Seu programa curto foi ao som de Bamboleo.
- Harry Styles assiste competições de patinação? - Perguntei.
Não acreditava que isso era possível. Patinação não era um esporte popular e ele tinha mais o que fazer.
- Não acompanho, infelizmente. Mas, às vezes, entro no YouTube e nunca mais consigo sair. Aí, acabo parando em vídeos de patinação, por exemplo. - Ele riu, me fazendo rir também. - Aí eu me empolgo e pesquiso sobre, como aconteceu nessa situação. - Ele explicou e eu concordei com a cabeça.
- Nossa, o mundo é muito pequeno mesmo.
- Demais! - Ele bebeu um gole de seu drink. Daniel ja tinha sumido no meio da pista de dança e eu agradecia mentalmente por isso.
- Porque você não me contou?
- O quê? - Respondi. - Ah, sei lá. - Dei de ombros.
- Você sabia quem eu era desde o início. - Ele apontou, me fazendo rir.
- Bom, não desde o início, né? - Brinquei, lembrando da gafe que passei chamando-o pelo nome de um colega da sua antiga banda. - Mas, desculpa. Eu só queria uma semana em que eu não fosse a aposta do país nas olimpíadas.
- Eu sei como é esse sentimento. As vezes sumo para uma cidade aleatória só para ver se consigo ser só o Harry.
- Eu queria poder fazer isso. Vir aqui foi meio que uma tentativa. Só de estar longe dos meus pais e dos rings já é libertador. - Ri e ele me acompanhou.
- Estou muito feliz que tenha tido essa iniciativa. Não consigo imaginar como seria estar aqui sem ser com você. - Ele mordeu o canto da sua boca e sorriu, fazendo com que eu sorrisse em resposta.
- Nem eu. - Sorri.
Em algum momento da noite, Harry e eu estávamos dançando qualquer música que tocava na festa enquanto tentávamos conversar.
- Eu estava pensando e, tenho certeza que você será medalhista de ouro. - Disse Harry assim que eu o encontrei no bar depois de ter ido ao banheiro.
- Hã?
- Sim, eu estava pensando nisso. Estava lembrando do seu vídeo e vendo você dançar agora, imaginei você nos patins. Eu tenho certeza que será ouro. Você é ouro. - Ele me puxou pela mão e beijou meu rosto.
🌴☀️🌴
- Você pode mesmo estar andando na praia sozinho? - Perguntei a Harry enquanto caminhávamos na beira do mar.
Meus amigos estavam alguns metros distantes, um pouco a frente, conversando e rindo de algo que eu e ele não compartilhávamos, pois, estávamos imersos na nossa própria bolha.
- Não posso. Tem um segurança logo ali. - Ele disse, apontando discretamente para o carro preto que nos seguia da rua. - Em todo o lugar é assim, mas já estou acostumado. Na verdade, eu não poderia estar aqui nem acompanhado. Pessoas podem tirar fotos e amanhã tudo estará de ponta cabeça.
- Se você precisar ir, eu não vou me importar. Não quero te causar problemas. - O informei sincera. Não queria mesmo. Por mais que tivesse adorando a companhia dele.
- Mas eu quero estar aqui. Não queria estar em nenhum outro lugar no mundo que não fosse aqui. - Ele sorriu, roçando seus dedos nos meus discretamente. - Inclusive, enquanto dançava, pensei numa música.
- Que música? De quem? - Perguntei, curiosa.
- Será minha, se você gostar. - Harry riu. - Ainda tenho que dar uma organizada na melodia e no tom. Mas, quando soube a sua história as palavras vieram imediatamente na minha cabeça. Até escrevi num guardanapo. - Ele disse, tirando os papéis do bolso, mostrando-me.
- Você está me deixando com vergonha. - Murmurei, sentindo meu rosto ruborizado.
Harry balançou a cabeça em negação, rindo, pegou em minha mão e ficou em minha frente, andando de costas.
- Golden, golden, golden as I open my eyes (Dourada, dourada, dourada enquanto abro meus olhos)
Holding focus, hoping, take me back to the light (Mantendo o foco, esperando, me leve de volta à luz)
I know you were way too bright for me (Eu sei que você era brilhante demais para mim)
I'm hopeless, broken, so you wait for me in the sky (Estou sem esperança, quebrado, então espere por mim no céu)
Brown my skin just right (Doure minha pele perfeitamente)
You're so golden (Você é tão dourada)
…
You're so golden (Você é tão dourada)
I'm out of my head, and I know that you're scared (Estou fora de mim e sei que você está com medo)
Because hearts get broken (Porque corações se partem)
Ri sozinha, ouvindo que ele sabia que eu estava com medo, mesmo que eu tivesse fazendo o possível para disfarçar isso. Viver um romance de verão não estava em nossos planos, porém, isso seria praticamente impossível.
- I don't want to be alone (Eu não quero ficar sozinho)
I don't want to be alone when it ends (Eu não quero ficar sozinho quando acabar)
Don't wanna let you know (Não quero que você perceba)
I don't want to be alone (Que eu não quero ficar sozinho)
Num impulso, Harry me puxou pela mão e selou rapidamente nossos lábios, pegando-me de surpresa.
- You're so golden. - Ele murmurou, olhando fixamente em meus olhos. Eu tinha certeza que retribuía seu olhar com a mesma intensidade.
- Não podemos nos beijar aqui, né? - Perguntei.
- Não, infelizmente.
- Então, você pode ir embora comigo?
- Também não. Tenho uma entrevista, oito horas da manhã. Na verdade, não deveria nem estar aqui. - Ele riu sozinho da sua desgraça. - Mas depois, tenho a semana livre.
- Vamos para a praia amanhã à tarde. Não aqui, na praia vizinha. Que é mais tranquila.
- Posso te encontrar lá.
- ! - Nathan chamou, atraindo a nossa atenção. - Pedimos o carro, venha!
- Você tem o meu telefone. - Respondi. - Vamos combinando. - Beijei o seu rosto e sorri, antes de correr até meu irmão e deixá-lo ali.
- Bendita sejam às 14 horas, sete dias por semana, treinando sem parar. - Respondi e sua feição imediatamente mudou de vitoriosa para contrariada, o que me fez gargalhar.
- Esse lugar é incrível, eu nem acredito que estamos aqui. - Sam disse animada. - Vamos fazer uma promessa agora. - Ela parou em nossa frente, fazendo com que também parássemos de andar. - Nessa semana de férias não vamos pensar em treinos, coreografias, campeonatos e proibições. Vamos aproveitar tudo, absolutamente tudo.
- Meu Deus, sim! - Concordei animada. - E se caso façamos alguma merda, o que fizemos nas férias, fica nas férias. - Completei.
- Isso! O que fizemos nas férias fica nas férias, sem impedimentos e arrependimentos. - Venham. - Sam nos puxou pela mão até o bar. - Eu quero três doses da bebida mais forte que você tiver, por favor. - Ela disse ao bartender. - Vamos brindar para selar nosso pacto.
- Eu não sei... - Nathan começou, um pouco receoso.
- Shhhh. - O interrompi. - Para com isso. Pelo menos uma vez na vida você tem que aproveitar sem pensar nas consequências. Vamos Nate, por favor. Por mim, sua irmãzinha favorita. - Fiz biquinho, implorando.
- Nate, não seja estraga prazeres. Quando foi a última vez que você fez alguma loucura na vida? - Sam perguntou.
- Nunca. - Respondi, encarando meu irmão gêmeo.
- Então, vamos Nate. Por favor. - Ela pediu.
- Sim Nate, sem você, não vai ser a mesma coisa. Merecemos isso. Merecemos uma semana sem pensar em nada. Você sabe que é a nossa última oportunidade. - O lembrei.
- Vamos Nate, por favorrrrrrr. - Sam implorava pendurada em seu braço.
Nathan fechou os olhos, pensativo e respirou fundo.
- Eu espero não me arrepender. - Ele disse, pegando sua dose de sabe-deus-o-que e levantando para um brinde.
Assim que saímos para fora do aeroporto e eu senti a brisa do mar em meu corpo, eu tive certeza que essa seriam as melhores férias de toda a minha vida.
Não que eu tivesse muito com o que comparar. Ao longo dos meus 21 anos eu podia contar nos dedos de uma mão as vezes que eu e meu irmão gêmeo pudemos tirar uma semana de folga da nossa vida.
Nathan e eu éramos patinadores artísticos desde que nós nos entendíamos por gente. Vínhamos de uma família tradicional da patinação então, essa rotina frenética de treinos e competições sempre esteve presente em nossa vida.
Eu era patinadora solo, enquanto Nate competia em duplas com Samantha, sua parceira há 12 anos e minha melhor amiga.
Nós três estávamos convocados para as olimpíadas que aconteceriam no próximo ano então, aproveitamos a pausa entre as festas de fim de ano para uma pequena viagem. Havíamos acabado de completar 21 anos, Nate e eu, e merecíamos ter pelo menos uma semana como pessoas normais numa viagem com amigos. Mesmo que nossos amigos fossem apenas a Sam.
- Nosso itinerário será: vamos daqui para a casa, descansaremos e iremos de noite para aquela boate de frente com o mar que eu tinha comentado. Ok? - Samantha, que tinha feito todo o nosso itinerário de viagem, informou.
- E a praia? Eu quero ver a praia. - Nathan perguntou.
- E verá, da janela do nosso apartamento e depois da fila da festa. - Ela o respondeu, pedindo um carro pelo celular.
- Mas... - Ele resmungou, mas percebeu que reclamar de qualquer coisa com Sam era uma total perca de tempo.
- Vamos para a praia amanhã, Nate. Relaxa, vamos aproveitar um dia de cada vez. - Murmurei.
O reggaetón tocava alto e era possível ouvir do lado de fora da boate que iríamos. Sam havia pesquisado na internet e, segundo ela, aquela era a mais badalada da cidade. Eu estava muito ansiosa. Não era de frequentar casas noturnas mesmo que amasse. Inclusive, uma das minhas metas da viagem era ir em festas todos os dias.
Nathan e Samantha, muito sociáveis haviam conhecido um grupo de amigos na fila que, por incrível que pareça, eram da mesma cidade que a nossa e também estavam ali para curtir o fim de ano. As três meninas e os dois rapazes, um deles que claramente já estava interessado em Nate, aparentavam que também estavam felizes em nós conhecer. Tudo estava conspirando para ser uma viagem ótima e eu estava muito feliz com isso.
- Você sabia que a nossa amiga aqui também é famosa? - Daniel disse claramente alterado, ficando em pé entre os bancos que Harry e eu estávamos sentados para pedir uma bebida, que eu não prestei atenção em qual era, porque queria matá-lo.
- Ah é? - Harry perguntou, claramente interessado no assunto. Seus olhos curiosos passaram de Daniel para mim, fazendo com que eu imediatamente abaixasse a cabeça e olhasse para meu copo. Maldita hora que contamos para eles sobre a nossa profissão.
- Sim, medalhista olímpica. Do que mesmo? Esqui? - Ele me perguntou.
- Patinação. - Corrigi, respirando fundo para não cometer um assassinato. - E não sou medalhista olímpica, ainda não. Fui convocada para as olimpíadas do ano que vem, quem sabe ganho alguma coisa. -
Expliquei, olhando para Harry, que me olhava atentamente.
- Oh, você ganhou o campeonato europeu desse ano. Eu sabia que te conhecia de algum lugar! - Ele exclamou animado. - Seu programa curto foi ao som de Bamboleo.
- Harry Styles assiste competições de patinação? - Perguntei.
Não acreditava que isso era possível. Patinação não era um esporte popular e ele tinha mais o que fazer.
- Não acompanho, infelizmente. Mas, às vezes, entro no YouTube e nunca mais consigo sair. Aí, acabo parando em vídeos de patinação, por exemplo. - Ele riu, me fazendo rir também. - Aí eu me empolgo e pesquiso sobre, como aconteceu nessa situação. - Ele explicou e eu concordei com a cabeça.
- Nossa, o mundo é muito pequeno mesmo.
- Demais! - Ele bebeu um gole de seu drink. Daniel ja tinha sumido no meio da pista de dança e eu agradecia mentalmente por isso.
- Porque você não me contou?
- O quê? - Respondi. - Ah, sei lá. - Dei de ombros.
- Você sabia quem eu era desde o início. - Ele apontou, me fazendo rir.
- Bom, não desde o início, né? - Brinquei, lembrando da gafe que passei chamando-o pelo nome de um colega da sua antiga banda. - Mas, desculpa. Eu só queria uma semana em que eu não fosse a aposta do país nas olimpíadas.
- Eu sei como é esse sentimento. As vezes sumo para uma cidade aleatória só para ver se consigo ser só o Harry.
- Eu queria poder fazer isso. Vir aqui foi meio que uma tentativa. Só de estar longe dos meus pais e dos rings já é libertador. - Ri e ele me acompanhou.
- Estou muito feliz que tenha tido essa iniciativa. Não consigo imaginar como seria estar aqui sem ser com você. - Ele mordeu o canto da sua boca e sorriu, fazendo com que eu sorrisse em resposta.
- Nem eu. - Sorri.
Em algum momento da noite, Harry e eu estávamos dançando qualquer música que tocava na festa enquanto tentávamos conversar.
- Eu estava pensando e, tenho certeza que você será medalhista de ouro. - Disse Harry assim que eu o encontrei no bar depois de ter ido ao banheiro.
- Hã?
- Sim, eu estava pensando nisso. Estava lembrando do seu vídeo e vendo você dançar agora, imaginei você nos patins. Eu tenho certeza que será ouro. Você é ouro. - Ele me puxou pela mão e beijou meu rosto.
- Você pode mesmo estar andando na praia sozinho? - Perguntei a Harry enquanto caminhávamos na beira do mar.
Meus amigos estavam alguns metros distantes, um pouco a frente, conversando e rindo de algo que eu e ele não compartilhávamos, pois, estávamos imersos na nossa própria bolha.
- Não posso. Tem um segurança logo ali. - Ele disse, apontando discretamente para o carro preto que nos seguia da rua. - Em todo o lugar é assim, mas já estou acostumado. Na verdade, eu não poderia estar aqui nem acompanhado. Pessoas podem tirar fotos e amanhã tudo estará de ponta cabeça.
- Se você precisar ir, eu não vou me importar. Não quero te causar problemas. - O informei sincera. Não queria mesmo. Por mais que tivesse adorando a companhia dele.
- Mas eu quero estar aqui. Não queria estar em nenhum outro lugar no mundo que não fosse aqui. - Ele sorriu, roçando seus dedos nos meus discretamente. - Inclusive, enquanto dançava, pensei numa música.
- Que música? De quem? - Perguntei, curiosa.
- Será minha, se você gostar. - Harry riu. - Ainda tenho que dar uma organizada na melodia e no tom. Mas, quando soube a sua história as palavras vieram imediatamente na minha cabeça. Até escrevi num guardanapo. - Ele disse, tirando os papéis do bolso, mostrando-me.
- Você está me deixando com vergonha. - Murmurei, sentindo meu rosto ruborizado.
Harry balançou a cabeça em negação, rindo, pegou em minha mão e ficou em minha frente, andando de costas.
- Golden, golden, golden as I open my eyes (Dourada, dourada, dourada enquanto abro meus olhos)
Holding focus, hoping, take me back to the light (Mantendo o foco, esperando, me leve de volta à luz)
I know you were way too bright for me (Eu sei que você era brilhante demais para mim)
I'm hopeless, broken, so you wait for me in the sky (Estou sem esperança, quebrado, então espere por mim no céu)
Brown my skin just right (Doure minha pele perfeitamente)
You're so golden (Você é tão dourada)
…
You're so golden (Você é tão dourada)
I'm out of my head, and I know that you're scared (Estou fora de mim e sei que você está com medo)
Because hearts get broken (Porque corações se partem)
Ri sozinha, ouvindo que ele sabia que eu estava com medo, mesmo que eu tivesse fazendo o possível para disfarçar isso. Viver um romance de verão não estava em nossos planos, porém, isso seria praticamente impossível.
- I don't want to be alone (Eu não quero ficar sozinho)
I don't want to be alone when it ends (Eu não quero ficar sozinho quando acabar)
Don't wanna let you know (Não quero que você perceba)
I don't want to be alone (Que eu não quero ficar sozinho)
Num impulso, Harry me puxou pela mão e selou rapidamente nossos lábios, pegando-me de surpresa.
- You're so golden. - Ele murmurou, olhando fixamente em meus olhos. Eu tinha certeza que retribuía seu olhar com a mesma intensidade.
- Não podemos nos beijar aqui, né? - Perguntei.
- Não, infelizmente.
- Então, você pode ir embora comigo?
- Também não. Tenho uma entrevista, oito horas da manhã. Na verdade, não deveria nem estar aqui. - Ele riu sozinho da sua desgraça. - Mas depois, tenho a semana livre.
- Vamos para a praia amanhã à tarde. Não aqui, na praia vizinha. Que é mais tranquila.
- Posso te encontrar lá.
- ! - Nathan chamou, atraindo a nossa atenção. - Pedimos o carro, venha!
- Você tem o meu telefone. - Respondi. - Vamos combinando. - Beijei o seu rosto e sorri, antes de correr até meu irmão e deixá-lo ali.
FIM
Nota da autora: Obrigada pela leitura. ♥️
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.