Fanfic Finalizada em: 08/01/2022

Capítulo único.

love me only till this spring…


Lee deixou que suas mãos pousassem sobre a cadeira em que descansava, quando seus olhos admiravam toda a paisagem que a ilha de Jeju lhe fornecia desde que havia colocado seus pés naquela areia morna. Não sabia dizer ao certo o que sentia naquele instante, quando seu coração palpitava com calma, quase como se indiciasse que aquele era o lugar certo a se estar. Ela conseguia vislumbrar a água clara em tons azulados e aquilo a fez pensar em como gostava daquela sensação de tranquilidade que o lugar lhe fornecia.
O completo oposto de sua realidade.
A mulher conseguia contar em seus dedos a última vez que pôde sentir a paz acariciar seu corpo e alma como estava acontecendo, já que seus últimos momentos se resumiam em administrar a fonte de todo o dinheiro que recebia, o cassino.
Não reclamava de tal fato, afinal, adorava estar lá e a forma com que se sentia poderosa com seu reino era inexplicável, mas independente desse sentimento, sabia que precisava tirar seu foco do principal. Pelo menos para deixar que parte do estresse se esvaísse por um tempo.
E era o que estava tentando fazer, não fosse pela voz de um de seus seguranças inundando seu ouvido esquerdo.
— Srta. , tudo certo por aí? Deseja alguma coisa, água, um coquetel…?
Lee deixou uma risada quase imperceptível sair de seus lábios com a preocupação do rapaz, a metros longe de si.
— Não se preocupe, Minhyuk. Não vou demorar.
— Certo. Já faz um tempo desde que você tem olhado o mar — mencionou, despreocupado.
Ela puxou o ar vagarosamente, olhando o horizonte mais uma vez antes de ajustar seu corpo na cadeira, pronta para se levantar. Aquilo fez com que ela olhasse para o lado, observando o segurança ao longe, vestido em suas roupas informais para que não chamasse tanta atenção. Havia conhecido Park há um tempo, quando o mesmo procurou o cassino quase desesperado à procura de uma solução.
E Lee o deu uma.
— Acho que já basta. Irei voltar ao resort.
Minhyuk apenas assentiu, voltando a caminhar para a parte de trás da praia, onde se encontrava o enorme e mais conhecido resort da ilha de Jeju, misturado com algumas plantas altas e esverdeadas.
piscou algumas vezes antes de se virar, pronta para tentar esquecer, pelo menos naquele dia, o quão se sentia sobrecarregada e quem sabe assim, esperando que algo de diferente de sua rotina lhe acontecesse.
Pelo menos naquela primavera.

neodo eonjenga nal itge doelkka
será que você vai me esquecer algum dia?
jigeum pyojeonggwa oneurui hyanggido
a expressão de agora e o cheiro de hoje?
danjam saie seuchyeogan
são como o sonho de uma noite de primaveira
bomnarui kkumcheoreom
que passam num sono profundo



Com um copo de coquetel que ela não sabia dizer ao certo qual era, apenas pediu pela aparência e não ligou de saber qual o gosto seria, Lee sentiu o corpo esquentar com a música alta que tocava por ali, enquanto do outro lado da borda da piscina podia vislumbrar Minhyuk com o corpo descansado em uma das bancadas enquanto que, por mais que não pudesse tirar seus olhos de , conseguia ter uma visão mais ampla de todo o lugar, ainda que a mulher estivesse a seu alcance.
Lee bebericou um pouco da bebida, sentindo o sabor da mesma impregnar cada canto de sua boca e não percebeu quando um sorriso imperceptível surgiu no canto dos lábios com aquilo. Havia gostado.
— Parece que te agradou.
— Pela cor, pensei o contrário. — respondeu, balançando a cabeça. Park ergueu seu copo. — O que é isso?
— Cerveja, oras. Melhor que esses drinques duvidosos. riu fraco e ajeitou os óculos escuros no rosto.
— Não vim a um resort caríssimo em Jeju para tomar cerveja.
— Como se não tivessem bebidas do tipo em Tóquio. — o outro resmungou do outro lado e arfou no instante seguinte, fazendo com que Lee o olhasse sem entender. — Espere, estou indo aí.
— O que foi?
— Alguém se aproxima.
Com isso, Minhyuk deixou seu copo para trás, erguendo seus óculos no rosto para olhar com mais clareza a pessoa que se aproximava de . A mesma virou o rosto da direção contrária, deixando que seus olhos caíssem sobre o rapaz que caminhava até onde ela estava, sem óculos, com os cabelos molhados e com um sorriso contido no canto dos lábios.
A cena fez com que a mulher paralisasse, sem saber decifrar o que sentia ao vê-lo se aproximar daquele jeito. Não que não tivesse se sentindo atraída por qualquer pessoa, mas aquele homem…
Notou sua regata clara marcando parte de seu peitoral e abdômen, seguido dos braços não tão torneados, mas marcados e aquilo fez seu coração descompassar um pouco mais do que antes. Os fios escuros do rapaz caíam por sua testa e aquele sorriso reprimido no canto de seu lábio queria dizer algo a mais.
Quando observou o mesmo parando ao seu lado, inclinando a cabeça lentamente, Lee quase se esqueceu o tipo de mulher autoritária que era, só de observá-lo com mais afinco.
— Eu sei que isso vai soar trivial, mas… Aquele cara está te incomodando? — perguntou, tirando os olhos de Lee por breves segundos e caindo sobre Minhyuk que havia parado a uma distância considerável para que pudesse ouvir o que ele falava. — Quem… Ah começou, tentando respondê-lo e olhou em direção ao segurança. Fechou seus olhos brevemente e pressionou os lábios contendo uma risadinha. — Não, é só um amigo que está me acompanhando.
— Claro. Achei estranho a forma com que ele parecia falar com você — mencionou, rindo fraco. Aquele ato fez com que Lee sentisse seu coração afagar dentro do peito. — Mas estranhamente, fico feliz por ele adquirir apenas este posto.
E com isso, olhou nos olhos da mulher, podendo vislumbrar cada pequeno detalhe daquele rosto angelical que ela tinha. Parecia surreal demais para ser verdade.
ainda sentia parte de si paralisada com o rapaz que tinha em sua frente e não conseguia acreditar no real motivo de estar se sentindo daquele jeito.
Não acredita em coisas do tipo, apenas na atração à primeira vista.
— É mesmo? — colocou uma das mãos embaixo do queixo, ainda o olhando. Ele arqueou uma das sobrancelhas. — E você está aqui sozinho?
— Sim. Resolvi aproveitar um pouco das minhas férias para espairecer. Não é sempre que se tem a chance de vir para cá.
— Digamos que viemos com o mesmo objetivo. Se sente sobrecarregado? — perguntou, curiosa.
— O tempo inteiro.
O rapaz riu nasalado, fazendo com que seus olhos ficassem um pouco mais fechados e aquilo fez com que sorrisse involuntariamente.
Como uma pessoa conseguia ser tão simples e adorável?
— E com o que você trabalha? — o rapaz perguntou, tentando emendar o assunto. Seu questionamento fez com que Lee arqueasse uma das sobrancelhas, mesmo que não fosse intencional e ele logo notou seu ato. — Não precisar responder, desculpe se eu…
— Não, tudo bem. Você… — Lee pigarreou, se sentindo um tanto sem graça por ter agido daquela forma. — Você quer um drinque? Posso pegar para nós dois e quem sabe podemos falar sobre coisas mais interessantes.
— Não se preocupe com isso. Posso pegar. Você me espera aqui?
Ele manteve aquele sorriso no canto dos lábios e mal sabia que aquele ato a fazia ter ainda mais vontade de descobrir o que é que ele tanto tinha que havia chamado sua atenção.
apenas se limitou a balançar a cabeça, assentindo e pôde observá-lo se afastar gradativamente, deixando que seus olhos focassem nas costas marcadas que o mesmo tinha pela regata.
Quem era aquele cara?
.
Minhyuk apareceu dizendo em seu fone auricular.
— Sim?
— Ainda preciso permanecer por aqui? — Questionou. A mulher virou o rosto vagarosamente em sua direção e o viu sentado em uma das espreguiçadeiras, aparentemente procurando algo em seu celular. Ou ao menos fingia fazer aquilo.
— Acho que não há perigo por aqui. Você quer descansar um pouco?
— Sabe que não posso fazer isso. — deixou uma risadinha fraca escapar. Lee sorriu. — Mas irei desligar o fone para sua privacidade, por enquanto. Me avise se precisar de ajuda pelo celular, certo?
balançou a cabeça novamente, indicando que havia entendido o que ele tinha lhe dito. Sabia certamente que não encontraria um segurança melhor do que ele para lhe acompanhar.
Não demorou muito para que o rapaz que havia cativado a atenção da mulher retornasse sorridente como havia lhe demonstrado anteriormente e com as duas taças em sua mão, enquanto cheio de graça tentava tirar algum sorriso ou risada da mulher que havia se encantado, fazendo apenas com que aquela tarde iniciasse um relacionamento um tanto interessante 3 questionável, pelo menos no ponto de vista de Lee .

gibuni dara konnorae bureune (ralla)
estou de bom humor, cantarolando
ipkkorineun saljjak ollin chae
com um leve sorriso
eojjeom ireoke haneureun deo barameun tto
wanbyeokan geonji
como o céu e o vento podem ser perfeitos desse jeito?
oneulttara nae moseup mame deureo
estou gostando muito da minha aparência hoje



— Sanha! Aish… Espere por mim!
gritou tentando se manter irritada e brava como sua própria personalidade permitida, mas em meios a risadas descontraídas ela sabia que não seria possível continuar assim.
Pelo menos não com ele.
O rapaz estava um pouco mais à frente, pedalando com afinco para que ficasse longe da mulher, mesmo que a poucos metros e sabia perfeitamente que aquilo a deixaria louca, pelo mínima que pôde conhecê-la naqueles dias em que estava na ilha.
— O que foi? Não estou te ouvindo bem! — rebateu, olhando rapidamente para trás. Lee balançou o rosto, tentando tirar os fios do cabelo que a atrapalhavam e bufou ao não conseguir fazê-lo. Sanha, ao perceber, diminuiu o ritmo até que parasse e ela fez o mesmo, se ajeitando por completo.
O rapaz não pensou muito para repousar a bicicleta no descanso e caminhar em direção a ela, ainda com seus olhos escuros sobre o rosto delicado da mulher.
Ele sorriu. Lee parecia uma pintura.
— Parou para me ouvir melhor, foi? — questionou, rolando os olhos. Ele riu ao parar em sua frente.
— Não. Parei para admirar a mulher linda que você é. — Mencionou, como se não fosse nada tão importante e levou seus dedos leves em direção ao rosto da mesma, ajeitando os fios bagunçados. — E também para te ouvir melhor, sim.
Aquilo a fez rir como não havia feito antes. Lee se sentia tão viva, tão energizada que não sabia explicar o que estava acontecendo ali, entre os dois. Não queria pensar em quando precisasse ir embora, nem mesmo quando tivesse que esquecer aquela primavera, principalmente as folhas coloridas e únicas que caiam pelas árvores da avenida em que passeavam naquele instante.
se sentia de uma forma que nunca havia se sentido anteriormente e aquilo de certa forma a preocupava.
Tudo aquilo era amor? Ou era como um caso de verão?
Ela não sabia distinguir e por um pequeno e minucioso momento torceu para que pudesse ser a primeira opção.
— Não precisa falar dessa forma…
— Claro que preciso. Estou aqui para isso — piscou, depositando um beijo em sua bochecha, inesperado. — E aí, vamos continuar?
— Espere.
Ela deixou que seus olhos caíssem sobre ele mais uma vez, sentindo algo remexer na boca de seu estômago. Deixou uma de suas mãos seguirem até a blusa do rapaz, o puxando para si e pela última vez antes de prosseguirem, o observando com delicadeza, querendo entender se tudo aquilo era um sonho ou sua realidade.
Por que ela sentia que tudo se desmancharia em questão de segundos?
Os olhos de Sanha em sua direção quase a hipnotizaram, se esquecendo de toda a preocupação anterior e fazendo um sorriso pequeno surgir em seus lábios, antes de depositar um beijo singelo nos lábios do rapaz.
Ele não havia esperado por aquilo, não naquela situação ou momento, principalmente quando as folhas caíam ao redor dos dois em uma cena quase impossível de existir de verdade.
Ao abrir os olhos e vislumbrar o rapaz a observando com tamanha admiração e fascínio, sentiu seu coração bater um pouco mais rápido.
— Agora sim, podemos continuar.

Love me only untill this spring
me ame apenas até esta primavera
bombaramcheoreom
como a brisa de primavera



O sol se punha com certa destreza pelos olhos de , mesmo que ainda sonolenta pelo sono tirado no final daquela tarde. Ela não sabia enumerar muito bem quais foram as vezes em que teve tanta paz e liberdade em poucos dias, e nem quando havia descansado tão bem como lhe estava acontecendo naquele instante.
A brisa fresca do mar entrando pela fresta da janela entreaberta a fez respirar fundo, querendo estar ali por mais algum tempo, mesmo sabendo que não poderia fazer aquilo.
Ela não queria que aquela fosse sua realidade, vivendo imersa em sombras e informações ocultas, ao menos deveria ter se mostrado tanto à Sanha…
O mesmo dormia tão tranquilamente ao seu lado, com o corpo desnudo parcialmente, sendo coberto pelo lençol fino e deixando à mostra como conseguia ser tão lindo mesmo com cenas tão simples como aquela.
Ah, se Lee pudesse mudar seus planos…
Por que se sentia tão debilitada só de estar na presença do homem? Aquilo a enfraquecia, mesmo sabendo que gostava tanto.
Sanha havia lhe mostrado uma outra face da vida, a qual a mulher nunca havia vivenciado, nem mesmo havia se interessado em descobrir. Ele lhe mostrou os sentimentos mais singelos e raros que ela ousou conhecer e como queria poder levá-lo consigo.
Seu peito se contorcia e ficou ainda mais evidente quando ergueu seu corpo, se sentando naquela cama de casal macia e descomunal. Se ela pudesse e fosse fácil como um dia pensou que seria, largaria tudo para continuar ali só por mais alguns dias.
Não demorou muito para que já estivesse de pé, ajeitando a roupa fina que trajava, evitando ao máximo fazer qualquer que fosse o barulho para que não acordasse o rapaz deitado na sua cama e com um último olhar, o observou mais uma vez. Queria tê-lo conhecido em outras circunstâncias, talvez. Ou ao menos queria que o mesmo fizesse parte de seu ramo. Seria tão fácil…
Pressionou seus lábios, percebendo o vento fraco bagunçar os fios finos e escuros do rapaz que demonstrava uma expressão tranquila, quase angelical e aquilo fez com que quase arfasse por um segundo, cogitando a ideia de ficar por mais um tempo.
Ela não podia. Infelizmente.
Quando bateu os olhos em sua bolsa de colo, a qual um pequeno lenço enfeitava sua alça como sempre deixava de costume e impecável, não se preocupou em ajeitá-lo como também sempre fazia antes de sair para qualquer que fosse o lugar. Aquilo não importava. Não naquele momento.
Por que nada do que chegava em sua vida poderia permanecer. Seus amigos, falsos amores, sua família… Ela não conseguia firmar ninguém em qualquer que fosse a fase em que passava.
E com Sanha ela imaginava que não seria diferente, não se passava de um caso passageiro.
Respirando fundo pela última vez, pôde ouvir sutilmente Minhyuk no fone em seu ouvido.
, precisamos partir.
Assentiu como se ele pudesse vê-la e fechou os olhos brevemente, se dando por vencida e virando as costas definitivamente, sabendo que deixaria as melhores lembranças daqueles dias para trás e tinha certeza de que nunca esqueceria aquela primavera.
Sabendo que nunca mais veria Yoon Sanha outra vez.
E mesmo assim, ela sorriu. Tudo havia sido perfeito.
— Não se preocupe. Podemos ir agora.

o raillak kkochi jineun nal good bye
no dia que as flores lilases caírem, adeus
ireon gyeolmari eoullyeo
esse final combina conosco
annyeong kkochip gateun annyeong
adeus aos olás que são como flores
haiyan uri bomnarui climax
foi o clímax dos nossos dias brancos de primavera
a eolmana gippeun iriya
estou feliz com isso







Fim.



Nota da autora: Oi, gente! As duas autoras aqui agradecem de coração você que tirou um tempo pra ler Lilac e esperamos que tenham gostado! Nos deixe saber seu feedback sobre essa história incrível! E não se esqueça de ler a continuação que se encontra em 03. Coin, deste mesmo ficstape!
Para quem se interessar, o link das páginas de autora vai estar logo aqui embaixo.
Um beijão a todas, e volta sempre <3





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