Finalizada em: 20/09/2020

Prólogo

Noite de novembro de 2004. O estrondo ouvido foi alto, e a marca da queda deixada por eles na floresta foi maior ainda. Eles não tiveram muito tempo depois disso. Eles então pegaram a mão um do outro, apertaram como se suas vidas dependessem disso e correram, antes que alguém resolvesse pegá-los.



Capítulo Único

Dois anos desde o inevitável incidente deles. Eles se arrependiam do que haviam feito? Longe disso. Pela primeira vez em anos finalmente se sentiam livres para explorarem o mundo. A si mesmos. Por anos viam seres como eles serem expulsos pelas mesmas razões e, na época, tinham medo do que poderia acontecer com eles, por isso tentavam ser os mais discretos possíveis, mas logo foram descobertos. Hoje, vivem em uma cidade repleta de ex-anjos. Os humanos? Poucos sobreviveram depois da grande explosão causada por Gabriel, semelhante à que havia feito nas cidades de Sodoma e Gomorra descritos na Bíblia. Sabiam que uma hora teriam que pagar pelos pecados cometidos, por isso os dois se aproveitavam… e muito. Pararam de pensar no que era certo e errado fazia alguns anos, antes mesmo de caírem.
Serena e Kael tinham um relacionamento aberto. Ambos não se importavam muito com isso, desde que voltassem à noite um ao outro.
Naquela noite ambos estavam no bar que sempre iam. Kael estava em um sofá mais afastado com algumas mulheres ao seu redor, uma delas sentada em seu colo. Serena, com seu vestido preto, dançava pela pista de dança improvisada com um grupo de amigos, em sua maioria do sexo masculino ao som de alguma música pop qualquer. Ela dançava sensualmente para um dos rapazes alegremente enquanto outro vinha à sua frente e a beijava. Serena adorava toda aquela atenção que recebia, afinal, quem não gostava?
Depois de algum tempo foi até o bar para pegar alguma bebida para poder se refrescar, e como o balcão dava uma volta no salão, Serena deu uma breve olhada para onde Kael estava. Ele ria para o que uma das meninas dizia, mas mantinha os olhos fixos em Serena. Então, ele levantou seu copo, em um breve cumprimento à sua companheira. Serena fez o mesmo e sorriu, logo se virando e dando de cara com quem não esperava ver nunca mais.
— Lugarzinho interessante esse que você escolheu para residir. — ele sorriu da forma mais cafajeste possível. — Adorei.
— Sério? Você não tem mais o que fazer não?
— Até tenho, mas os boatos correm, sabe? — ele deu uma breve olhada para a mulher, enquanto rodeava com o dedo indicador a borda de seu copo que pousava no balcão. O homem então se aproximou, pondo uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e se aproximava de seu ouvido, dizendo: — E adivinha só: gosto mais de você assim, sem toda aquela aura angelical. Lhe cai bem.
— Lúcifer. — Kael disse de modo firme e o homem logo foi obrigado a se afastar de Serena para encará-lo.
— Kael? Mas que… — ele mediu o rapaz com o olhar — surpresa agradável te encontrar aqui. — levou um tempo até que ele então entendesse a situação em torno dos dois a sua frente. — Então é verdade o que falam sobre vocês? Interessante... A princípio não acreditei, mas é um bom motivo para caírem. Amor.
— Veio se divertir à nossa custa? — Kael puxou para perto de si a mulher, fazendo Lúcifer rir com o gesto.
— Um pouco, devo admitir, mas ao mesmo tempo não. Sabe, eu tenho contatos… — ele balançou o copo na mão. — Estou aqui há mais tempo que vocês.
— E esses contatos foram os que disseram nosso paradeiro? — Kael não gostava nada de Lúcifer. Não só por ser quem ele era, mas por tudo. Ele era desagradável em todos os sentidos, mas Kael sabia admitir que ele aproveitava bem a vida… Do jeito dele, mas aproveitava.
— Não. Sabe por quê?
Kael ficou novamente na defensiva e Serena segurou o objeto que os mantinham seguros instintivamente. Lúcifer acompanhou seu gesto.
— Exato, minha cara. Vocês não perceberam nada de estranho nos últimos dias? Sentiram alguém os observando… Nada? — ele diz como quem não quer nada e bebe o restante de seu líquido.
O colar servia como uma proteção para eles, assim ninguém os encontraria pelos meios certos. Rahmiel garantiu que ninguém o conseguiria fazer.
— Tipo lampejos? — Kael encara Serena. Ela não havia dito nada sobre isso.
— Algo assim. Vocês estão tão deslumbrados com tudo, mesmo depois de anos aqui na Terra, e tão presos na bolha que está em volta que não perceberam os sinais. A pilha disso aí — ele apontou para o colar — está apagando. Eles estão caçando. Pra valer. Quem estiver na sua frente não tem tempo para nada.
Kael e Serena se lembravam bem disso. Era o trabalho deles na época, mas a diferença era que eles quem mandavam.
— Eles derrubaram uma cidade cheia de anjos caídos. E sabe quem foi o primeiro a ser levado à julgamento por ter ajudado vocês com esse objeto? Rahmiel. Estão lembrados dele, certo? — Lúcifer estreitou os olhos e os encarou.
— Não pedimos ajuda dele, ele que se ofereceu. Aquilo tá um caos há muito tempo, Lúcifer, e você sabe disso tão bem quanto nós.
— Deus sumiu, Lúcifer. Quem conseguiu fugir, fugiu.
— E agora esses que fugiram, estão sendo caçados. Bem, de qualquer forma, não culpo vocês. Se eu tivesse governado desde o começo… Mas enfim. Meu objetivo é oferecer abrigo à vocês até que decidam onde ficarem e como se resolverem enquanto resolvemos esse problema de vocês — ele apontou para o pingente dos colares deles.
Chloe, parceira de Lúcifer, foi morta tempos atrás em uma operação policial que resultou em um prédio vindo abaixo por causa de uma explosão, e depois disso, Lúcifer não ficava fixo em canto nenhum, estava sempre se movimentando com Mazikeen, já que até no submundo as coisas estavam desgovernadas. Ninguém o respeitava mais como antes. Ele já não era o chefe há tempos.

— Sintam-se em casa.
Lúcifer deixou com que Serena e Kael entrassem onde ele morava com Mazikeen.
Kael assim que entrou olhou tudo, assim como Serena, mas algo chamou sua atenção. Ele apontou com a cabeça na direção e logo a mulher o acompanhou.
Era um quadro enorme com a imagem de uma mulher. Presumiram ser Chloe.
Serena nunca passou pelo que Lúcifer havia passado, mas imaginava como deveria ser. Como ser indiferente a algo assim? Perder o amor de sua vida da forma que ele perdeu… Diziam que ele se recusava a falar no assunto com qualquer um. Houve uma época que Kael e Serena ouviram rumores de que ele havia enlouquecido. Hoje, algum tempo após a morte da mulher e todos que a rodeavam, Lúcifer aparentava estar bem… Pelo menos era o que parecia para todos que o vissem.
— Então, Mazikeen e você…? — Kael perguntou enquanto se servia de um drink e ia se sentar em uma poltrona, sendo acompanhado por Serena, que se sentou em seu colo.
Lúcifer fez um drink para si também e sorriu.
— Transando? Bem que ela queria, mas não. Ela vem sendo uma boa companhia, e só. Bom, eu vou preparar algumas coisas. Caso queiram descansar, subam as escadas e vão até o último quarto à esquerda. Separei pra vocês.
— Obrigado por nos manter seguros, Lúcifer, apesar de não sabermos do porquê nos ajuda. Mas estamos gratos.
— Não por isso. — ele estendeu o copo na direção do casal.
Então eles viram ele se afastar.
Serena então se virou para Kael e ficaram se encarando por um tempo. Até que ela fez uma pergunta que a rondava anos antes, mas que já não parecia tão importante… Até agora.
— Você se arrepende do que fizemos? — ele a olhou como se ela tivesse dito a maior das loucuras já dita por alguém.
— Claro que não. Eu faria de novo se tivesse a chance, com a diferença que não tivéssemos a ajuda de Rahmiel. Ele morreu por nossa causa, Serena.
— Eu sei, também me arrependo dessa parte. — ficaram pensativos de novo.
— Mas por que pergunta? Você se arrepende?
— Não, também não. Só queria que a Terra tivesse continuado como era antes de Deus tirar férias e o caos começar.
Kael repousou seu copo na mesinha de canto e depositou suas mãos ao lado do corpo da mulher.
— Se algo acontecer com nós, quero que saiba que eu te amo. Pra sempre. E não será nenhum bundão angelical que vai nos separar. — ela sorriu e segurou ele pelo rosto, enquanto iniciava um beijo lento, depositando ali toda sua devoção e gratidão por estarem juntos nessa.
Anjos não sabiam o que era amor entre duas pessoas e aquilo era realmente uma pena… Era um sentimento tão bonito, tão… humano…
— Eww, eca, que nojo — foi ouvido um som ao longe. Ambos pararam o que estavam fazendo para olhar de quem se tratava.
— Mazikeen. — Serena revirou os olhos ao ver a mulher.
— Tenho o mesmo desprazer que você, Serena. — ela riu. — Mas estava resolvendo algo de interesse aos dois, então me agradeçam depois. — a mulher jogou um pequeno saco preto em cima dos dois. Serena pegou no ar e abriu, olhando da sacola para Mazikeen. — Esse, meus anjinhos, será a nova camuflagem de vocês. O radar dos anjinhos não vai apitar mais.
— Como conseguiu isso? — Serena perguntou enquanto entrega o de Kael e colocava o seu no pescoço.
— Contatos, minha cara. Coisa que vocês não têm por acharem erro em tudo. Onde está Lúcifer?
— Por aí. — Kael fez pouco caso. Queria ficar a sós com Serena.
Mazikeen logo saiu.
Depois de um tempo em silêncio Serena olhou para o homem.
— Sabe o que queria que tivéssemos feito se a Terra tivesse em outras circunstâncias? Ter uma família. Adotar alguma criança, ter uma casa... ter um final feliz. Sinto inveja dos humanos nessa parte.
— Mas podemos ter esse final feliz ainda. — ele acariciou o rosto da mulher e a beijou.
E ele realmente queria, desde que fosse com ela. Obviamente anjos não poderiam procriar, porém com os problemas na Terra, sobreviveram bastante crianças que vagavam pelas ruas em busca de um lar. O desespero e a ânsia em se viver eram tanta que alguns deles roubavam casas em bando.

Todos na casa dormiam quando um estrondo foi ouvido. O casal acordou com o susto e automaticamente já sabiam do que se tratava.
Serena e Kael levantaram e correram, batendo na porta de Lúcifer e Makizeen, desesperados. Não obtiveram sucesso e em seguida desceram pro andar abaixo procurando por algo que pudessem se defender.
"Desculpe não poder ficar para a festa. Amor, Lúcifer" — Serena leu o bilhete deixado em cima da mesinha de centro.
— Filho da puta! Ele nos deixou aqui pra morrer! — Kael olhava desesperado, procurando uma fuga. O barulho ia ficando cada vez mais alto, um indício de que eles estavam chegando.
Tudo se iluminou e num piscar de olhos, a casa já não existia mais.
Kael protegia Serena com suas asas abertas de pedaços da casa que caíam do céu, até que barulhos de asas batendo no céu foi-se ouvido.
Serena olhou para Kael e juntos eles levantaram, encarando a cena que acontecia à frente.
Sariel, Raguel e Samkiel estavam ali na frente deles, os olhando enquanto recolhiam suas asas atrás das costas. Vestiam camisetas e jeans. Muito casual para o que vieram fazer. Se Kael e Serena saíssem vivos depois daquilo, seria muita sorte mesmo.
Eles se levantaram e observavam os homens ali.
— Há quanto tempo… — Raguel foi o primeiro a falar. — É surpreendente vê-los viver no pecado. E decepcionante também. Principalmente você, Serena. Tinha tanto potencial e jogou tudo no lixo… — ele balançou a cabeça, desgostoso.
Serena e Kael ficaram quietos.
— Eu estou no comando agora. Se vocês ainda estivessem conosco, seriam bem-recompensados. Ao invés disso, escolheram o pior caminho. — disse Samkiel.
— Sabemos muito bem o que fizemos, não precisamos de sermões vindos de vocês. — Kael vociferou. — Andem logo! O que querem?
— Vocês não estavam na nossa lista de prioridade. Deixaríamos vocês por último, assim veriam um a um dos anjos caídos serem mortos. Mas aí recebemos uma dica e ficamos intrigados. Então vocês estavam sendo ajudados por Lúcifer?
O casal se entreolhou.
Lúcifer.
Filho da puta.
— Ele nos entregou, então?
— Nem precisou. — Sariel apontou com a cabeça para os colares. — É falso. Rahmiel garantiu que mesmo depois de morto a antiga pedra ainda funcionasse. Aquele maldito bastardo era esperto!
E então eles foram se aproximando.
Se eles tocassem em Serena e Kael, era o fim.
Kael e Serena então levantaram voo, ficando no ar. Os outros os seguiram no ato.
— Isso me dá uma sensação de nostalgia… Vocês não? — Raguel disse, se referindo ao tempo que ele passava as tardes treinando com os dois.
— Aquilo? Aquilo não foi nada. Aprendemos bem mais coisas aqui. A verdade era que você não nos ensinava tudo, pois tinha medo que superássemos você.
E ali foi o começo de tudo. Serena invocou seu arco e flecha, assim como Kael sua espada. Estavam prestes a começar a briga, quando algo puxou Sariel, Raguel e Samkiel para o ar e depois os arremessassem ao chão, levantando uma camada de poeira no ar. Foi tudo muito rápido. Era difícil de ver, então Serena e Kael protegiam um as costas do outro, em alerta para o que quer que viesse os atacar.
— Isso tá ficando interessante! — um deles gritou, animado, enquanto se levantava.
A força o puxou novamente para o chão.
Raguel começou a sangrar. Quando olhou para baixo, várias partes de seu corpo havia sido cortada durante aquela brincadeira
— Apareça e lute como um homem! Não seja um covarde, se não provará que Papai sempre esteve certo sobre você. — Raguel berrou.
Sariel se levantava.
Samkiel subiu de repente no ar e bateu suas asas com força, afastando dali a poeira.
Kael e Serena arregalaram os olhos, surpresos com o que viam.
Diante deles, estava Lúcifer com suas asas brancas e em sua verdadeira forma. Em cada uma das mãos, carregava um Machado Leviatã e os rodava no ar. Ele mantinha um sorriso cínico ao observar seus irmãos.
— Saiam daqui, Serena e Kael. Isso é entre eles e eu.
O casal estava tão chocado com toda a situação que demoraram para se levantar.
— Agora! — Lúcifer berrou.
Eles voaram até uma parte mais afastada, mas que conseguissem ver o que acontecia ali, diante deles. Os arbustos começaram a se mover e de repente Mazikeen aparece.
— Desculpem por tudo. Lúcifer precisava atrair eles até aqui.
— Ah, sério? Que modo legal, né? Nos usar de isca.
— Idiota foram vocês por acreditarem em um demônio.
— Se era falso, por que tive lampejos? — Serena questionou.
— Cuidei disso, anjinha. – ela sorriu minimamente, depois ficando séria de novo. — Agora fiquem quietos e apreciem Lúcifer matar eles.
Lúcifer via vermelho a sua frente. O que sentia era ódio. Malditos anjos!
Ele perdeu tudo por causa deles. Agora, nada mais importava e o que queria era vingança.
E então ele avançou para aqueles que um dia chamou de irmão. Lúcifer tinha a vantagem de ser mais forte que eles, então assim que eles foram para cima dele, Lúcifer os derrubou e começou a lançar seu machado em cima deles. Diversas flechas foram lançadas quando Lúcifer levantou sua mão, fazendo com que várias partes dos corpos de Sariel, Raguel e Samkiel fossem atingidas.
— Olha só que lindinho, buscando vingança pela namorada morta. — Samkiel gargalhou depois de cuspir sangue no chão árido. — Você ficou um completo frouxo depois que saiu do céu, Lúcifer.
— Cala a boca! — Lúcifer o acertou com um soco.
Raguel e Sariel estavam no chão.
— É realmente lindinho ver você assim por uma humana. Mas deixa eu te contar uma coisa: Eu fiz questão de deixar ela por último naquela cidade e ver todos ali morrerem. Ela gritou, e gritou… Ela chamou por você várias vezes, mas você não estava lá. — ele fez biquinho, mas que logo se transformou em uma feição horrorosa para um anjo. — E então, eu a torturei e matei.
Lúcifer então o acertou, enfiando sua mão no peito de seu irmão.
— Papai ficaria decepcionado de ver vocês. — Lúcifer comentou baixo, no ouvido dele, antes de puxar seu coração para fora do corpo.
Samkiel caiu no chão.
Sariel e Raguel começaram a gritar de repente, balançando a cabeça repetidas vezes, humanamente impossível com toda aquela velocidade, e mantendo as mãos ali. Eles gritavam a mesma palavra repetidas vezes.
— Para, para!
Até que um deles soltou algo que Lúcifer não soube como reagir:
Ela não morreu, ela não morreu...
E suas cabeças explodiram ali, na frente de Lúcifer, antes que ele pudesse fazer algo.
Quem havia feito isso? E por quê?
— Não! Não! Onde ela está?! Onde Chloe está? — ele se ajoelhou entre os corpos deles e os sacudiu.
Lúcifer queria respostas. Se Chloe não estava morta, onde ela estaria?
— Me falem!
— Lúcifer, não tem mais jeito… — Mazikeen disse com pesar, colocando a mão em um dos ombros dele.
— Eles disseram… Eles disseram…
— Sim, nós ouvimos.
Serena estava abraçada a Kael e não pôde de deixar de sentir pena dele. Não queria imaginar como deveria ser horrível ficar sem notícias da pessoa que se ama. Por isso, olhou para Kael e o beijou.
Observaram Mazikeen ajudando Lúcifer a se levantar e se recompor.

— Para onde vocês vão? — Mazikeen os questionou ao ver Serena e Kael, cada um, com uma mochila nas costas.
— Ouvi dizer que Wisconsin é um ótimo lugar se você quiser calmaria. — Kael disse.
— Calmaria é o que vocês nunca terão por serem quem são.
— Ah, não corta o barato, Mazikeen — falou e sorriu.
Serena estava com a mão na maçaneta, quando Lúcifer apareceu ali na sala.
— Tomem. — ele arremessou um pacote preto para ambos.
Eles abriram a embalagem. Havia duas adagas ali, com as iniciais de ambos gravadas.
— Isso é sua forma de pedir desculpas?
— Podemos considerar assim. — ele deu de ombros.
Lúcifer estava uma pessoa diferente da que Serena e Kael sempre ouviram. Quem diria que uma humana o faria uma pessoa melhor?
— Obrigada, Lúcifer. — Serena foi até ele e o abraçou — Espero que você a encontre. De verdade.
— Obrigado. — ele sorriu. — Agora saiam logo daqui ou eu vou chutar a bunda de vocês.
Mazikeen, Kael e Serena riram, e os dois últimos saíram da propriedade.
Mazikeen tinha os braços cruzados quando se virou para Lúcifer.
— E agora? O que fazemos? Por onde começamos?
Ele ficaram se encarando por um longo tempo.


Epílogo

— Meu Deus, onde eu estou? — ela andava pelo lugar enquanto abraçava o próprio corpos.
Aqueles homens que se diziam anjos a deixaram ali, mas não retornaram. Chloe, então, usou dessa oportunidade para fugir. Agora vagava por uma mata. O ar estava gélido e uma camada de ar ali cobria, impossibilitando sua visão. Andou pelo que pareceu ser horas, mas que para ela era basicamente o mesmo lugar. Parecia que estava andando em círculos.
Então, gritou o único nome a qual gritava por muito tempo, e esperava que uma hora alguém respondesse. Havia momentos que o desanimo batia e desacreditava da possibilidade que alguém aparecesse para ajudá-la.
— Lúcifer! Por favor, Lúcifer… — sua voz falhou e deu lugar às lágrimas.
Uma luz tomou sua frente e de repente Chloe estava em outro lugar. Estava de frente a uma casa de um andar.
Chloe encarava a casa.
Viu duas pessoas saindo dali e se distanciarem.
Estava com fome. Muita fome. Mal sabia quando foi a última vez que havia feito uma refeição de verdade. Pediria abrigo naquela casa até que pudesse sair novamente.
Se aproximou da casa e bateu na porta. Uma, duas, três vezes até que…
— Chloe? — Lúcifer estava surpreso.
Era ele mesmo? Claro que era. Quem mais poderia ser?
Ela o abraçou e enfim se sentiu segura. Ali, nos braços dele.


Fim.


GLOSSÁRIO DOS NOMES
Sariel é o arcanjo justiça. Seu nome significa comando de Deus. É um dos sete arcanjos mais poderosos do reino celestial. É juiz, responsável pelo destino de todos os outros anjos que violam as leis de Deus. No Islamismo é conhecido como o anjo da morte.
Raguel é o arcanjo cujo nome significa amigo de Deus. Arcanjo vigilante, encarregado de vigiar o bom comportamento dos anjos no reino celestial, sendo também guardião da Terra. É tido como um anjo vingador, julgando e punindo anjos que se comportam de forma inadequada ou desobedecem as ordens de Deus.
Samkiel Anjo da destruição.
Rahmiel Anjo da misericórdia e do amor.


Nota da autora: Obrigada por ler! Não esqueça de deixar um comentário abaixo falando o que acharam da história.






Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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