Fanfic finalizada.

Capítulo Único

A xícara de chá fumegante havia sido depositada com cuidado sobre a mesa e dois cubos de açúcar foram acrescentados à mistura. Com cuidado e paciência, a pequena colher agora fazia seu papel de unir os dois ingredientes, tornando o sabor do líquido mais agradável ao paladar. Uma coloração avermelhada denunciava uma combinação de cascas de frutas e o cheiro agradável fazia com que um sorriso de satisfação se esboçasse nos lábios de Frederick Winstead.
O fogo crepitava na lareira, disposta a poucos metros da confortável poltrona, e produzia ruídos que se uniam ao delicioso som da chuva torrencial, que sacudia as árvores devido à força dos ventos. A temperatura naquela época do ano devia estar em uma média de 6ºC, o que Frederick apreciava profundamente. Mal podia esperar pelo rigoroso inverno, que ameaçava estar cada vez mais próximo, o que fazia o homem ansiar ainda mais. Quanto mais neve caísse dos céus, mais tempo ele teria para apreciar a dança das chamas em sua lareira. Era fascinante a sinuosidade com que se mexiam, tão brilhantes, tão perfeitamente desenhadas ao lançarem-se ao ar. Sentia vontade de tocá-las, de deixar com que lambessem cada extremidade de seu corpo. Quem sabe, se se juntasse a elas, poderiam partilhar do poder que emanavam, infestando e se alastrando assim que recebiam passagem.
Mais um pequeno sorriso se formou nos lábios de Frederick quando, rompendo o som ambiente que agraciava seus ouvidos, o barulho de batidas ansiosas em sua porta pôde ser ouvido. Ele então, deixando a colher sobre o pires ao lado da xícara intocada de chá, levantou-se e caminhou tranquilamente até a entrada de sua residência, abrindo a porta sem se dar o trabalho de identificar através do olho mágico quem havia decidido lhe importunar.
Seus olhos pareceram um tanto surpresos ao identificar uma jovem loira, com seus cabelos e vestes encharcados e os olhos verdes suplicantes ao lado de um rapaz, poucos centímetros mais alto, porém igualmente loiro de olhos verdes.
— Posso ajudar? — Encarou-os com curiosidade, avaliando-os dos pés à cabeça sem o mínimo de discrição, já que não havia sido ele que havia tido a ideia de bater à porta de um estranho. Os lábios da jovem pareceram tremer quando ela decidiu que seria a porta voz.
— Senhor, desculpe incomodá-lo, mas… Tivemos um problema com nosso carro na estrada e esta foi a primeira casa que encontramos. Será que podemos usar seu telefone? — A voz dela havia soado um tanto esganiçada no primeiro momento, mas, conforme as palavras eram ditas, ela parecia se sentir menos nervosa. Frederick voltou a avaliar os dois jovens, franzindo seu cenho e passando a língua pelos lábios.
— Não quero parecer indelicado, senhorita, mas e quanto ao seu celular? — ele não poderia deixar de questionar em um tom desconfiado.
— Acredite, foi a primeira coisa que tentamos, mas não conseguimos encontrar sinal. — Ela torceu a boca, num claro gesto de constrangimento. E antes que Frederick pudesse responder, o rapaz se pronunciou, em um tom que beirava a irritação.
— Vamos embora, , ele não irá nos ajudar. — Uma de suas mãos segurou o braço direito da garota e lhe puxou para que o seguisse. imediatamente o sacudiu, voltando a fixar seus olhos brilhantes em Frederick.
— Calado, William — ela ralhou em tom sussurrado. — Por favor, senhor, não iremos lhe fazer nenhum mal. Nós precisamos da sua ajuda — implorou, sentindo que sua voz voltava a soar esganiçada. E mais uma vez Frederick lançou um olhar minucioso na direção dos jovens, necessitando confirmar a boa índole dos dois, já que naquela época não se podia confiar em nenhum estranho que batesse à sua porta. Ele então soltou um longo suspiro e se afastou, dando espaço para que entrassem em sua casa.
— Tudo bem, mas vocês fazem a ligação e dão o fora — disse, por fim, vendo assentir freneticamente às suas palavras.
— Oh, muito obrigada. Por Deus, muito obrigada! Não se preocupe, nós só precisamos usar seu telefone mesmo e… Obrigada! Sou Callmon e esse é meu irmão, William — ela havia vomitado as palavras tão rapidamente que Frederick precisou piscar os olhos algumas vezes para fazer seus pensamentos voltarem aos eixos.
— Frederick Winstead — ele respondeu por pura cortesia, já que não tinha o menor interesse de saber mais sobre aqueles que haviam atrapalhado a hora de seu chá. William manteve-se calado, era o completo oposto de sua irmã, que quando ficava nervosa falava muito mais do que deveria.
deu então alguns passos para dentro da casa e parou no pequeno corredor, lançando um olhar para o chão coberto por um tapete de aparência cara e que ela havia acabado de molhar e encher de lama. Se sentiu completamente sem jeito, mas não sabia como pedir ainda mais desculpas ao homem.
— O telefone fica em minha sala — Frederick disse, após soltar um pequeno pigarro, fechando a porta e então conduzindo-os até o local.
Até William deixou uma baixa exclamação escapar de seus lábios quando chegaram ao cômodo. Vista de fora, aquela casa não possuía nada demais; era apenas uma casa grande e comum. Os cômodos eram espaçosos e impecavelmente decorados com uma mobília cara e requintada, tudo extremamente organizado e limpo, como se Frederick passasse seus dias na função de manter o local sempre daquela forma, o que causou um certo espanto no rapaz. Apesar dos modos um tanto ultrapassados, ele não tinha aparência de quem de fato colocava a mão na massa para organizar alguma coisa.
— Mora nessa casa enorme sozinho, senhor Winstead? — William ouviu sua irmã questionar, olhando a sala ao seu redor com o mesmo tom de admiração que ele tinha certeza que estava estampado em suas feições e provavelmente chegando à mesma conclusão. Era incrível a ligação que os dois tinham, aquela coisa de gêmeos que não tem explicação. Desde sempre, compartilhavam pensamentos parecidos e um sempre agia em reflexo ao outro, embora tivessem personalidades diferentes.
— Tenho alguns empregados — Frederick respondeu, parando ao lado da mesa do telefone e o indicando para . — Mas eu costumo dispensá-los nos finais de semana.
— Não tem esposa? Filhos? — a jovem evidentemente não se importava em soar invasiva. Sua pergunta fez Frederick arquear a sobrancelha enquanto a analisava com curiosidade. Por que ela fazia tanta questão de lhe perguntar todas aquelas coisas? Ela só precisava usar a porcaria do telefone! Será que ela esperava com aquela atitude que ele lhes daria hospedagem ou algo do tipo?
, só faça a porcaria da ligação e vamos embora! Não tá vendo que ele não quer conversar? Nós estamos atrapalhando as coisas dele — William se fez ouvir novamente, com a voz irritada pela mania incontrolável da irmã de não calar a boca. A loira o encarou indignada no primeiro momento, abrindo a boca para protestar e a fechando sem dizer nada. Encarou Frederick por poucos segundos, adquirindo uma expressão de quem pede desculpas e então suspirou, dando alguns passos até chegar ao telefone e o pegando das mãos do dono da casa, que se afastou para aguardar que ela fizesse a ligação.
O barulho da chuva ao lado de fora pareceu aumentar ainda mais, ricocheteando as gotículas de água nas janelas e no telhado da casa com tanta força que pareciam se transformar em pedras de gelo antes de tocarem a superfície.
Frederick permaneceu no local, dando apenas alguns passos silenciosos, se afastando de e se aproximando de William, que se sentindo incomodado com o ato fez uma careta, tentando não retribuir os olhares do outro quando ele os sentia sobre si.
— O quê? Mas o senhor não entende, nós… E quanto precisamos pagar para conseguir adiantar esse serviço? — Ela parecia ficar cada vez mais agoniada e lançava alguns olhares nervosos na direção de Frederick, o que fez com que William franzisse o cenho ao tentar decifrar o que estava acontecendo. — Tudo bem então, obrigada. — Ela voltou a colocar o telefone no gancho e passou a língua pelos lábios, apertando-os com seus dentes antes de levar suas mãos aos cabelos e desviar o olhar do dono da casa. — Temos um problema, William. — Voltou-se para o irmão, com uma careta formada em seu rosto.
— Como assim? O que foi, ? — Ele se aproximou da irmã e tocou um de seus braços, olhando-a com genuína preocupação.
— O mecânico mais perto fica há 8 quilômetros daqui e com essa tempestade ele não vai arriscar ir buscar nosso carro. Teremos que esperar até a chuva passar. — Lançou outro olhar de relance a Frederick, que então entendeu tudo. Se ele tinha alguma esperança em finalizar seu chá, esta agora era apenas uma doce lembrança. — E agora, irmão? O que iremos fazer? Ele não vai nos deixar ficar aqui e…
— Daremos um jeito, — ele a cortou porque não queria ouvir a irmã se humilhando novamente e pedindo desta vez por um abrigo. — Agradecemos sua ajuda, senhor Frederick. — Era estranho para ele chamá-lo daquela forma, porque o homem honestamente não parecia muitos anos mais velho que os dois. William acenou com a cabeça na direção do outro e então puxou a irmã sutilmente em direção à saída da casa. lançou um sorriso fraco para Winstead, que bufou segundos depois, quando os dois jovens alcançavam a soleira da porta.
— Esperem. — Não demorou a se aproximar a passos largos. — Creio que há um quarto disponível para que passem a noite… Uma noite! — frisou ao ver um sorriso largo tomar as feições da moça, que praticamente se jogou em seus braços ao ouvir aquilo.
— Muito, muito obrigada! Você salvou nossas vidas, senhor Winstead! Que Deus lhe abençoe! — William precisou segurá-la para que não segurasse em suas mãos e beijasse como se fossem as de um padre.
— Obrigado, senhor — o rapaz fez um esforço para também dizer, por mais desconfortável que aquela situação estivesse lhe deixando.
— Muito bem. Vou levá-los até um dos quartos. Ali encontrarão tudo o que precisam e acredito que também posso lhes arrumar roupas secas. — Indicou os trajes encharcados que os irmãos vestiam. — Estão com fome? — perguntou, achando a resposta bem óbvia e se perguntando mentalmente se não estava exagerando na hospitalidade. Há poucos minutos, ele queria se livrar de e William, não queria soar como alguém completamente bipolar.
— Estamos famintos — deixou escapar, recebendo um olhar feio de seu irmão, mas não dando importância.
— Certo. Venham comigo — Frederick chamou e seguiu em direção às escadas na extremidade da sala.
Eles seguiram por um corredor comprido e passaram por mais portas do que haviam imaginado. Por que viver sozinho em um lugar tão grande? Voltaram a se questionar, mas dessa vez permaneceram em silêncio, com receio de irritar Frederick e perder o abrigo.
Quando chegaram ao quarto de hóspedes, o anfitrião lhes entregou tudo o que precisavam para tomar um banho quente e após se certificar de que não precisavam de nada, pediu que descessem quando estivessem prontos, pois ele arrumaria algo para comerem.

🍷


Alguns bons minutos haviam se passado. Frederick haviam preparado um caldeirão de sopa relaxante e a mesa estava posta quando e William adentraram a cozinha, com uma expressão perdida e curiosa. A moça bateu palminhas em aprovação e praticamente se jogou sobre a cadeira, olhando ansiosa para seu prato.
— Como o senhor adivinhou que eu amo sopa? — comentou, com uma expressão adorável e Frederick abriu um sorriso de lado, desviando o olhar para William quando este sentou no lugar oposto ao de .
— Digamos que tenho uma boa intuição — Winstead disse, pegando o prato da garota e servindo-a com conchas generosas de sopa. Fazia o mesmo com o prato de William, quando mais uma vez ouviu a pergunta curiosa da jovem.
— Como pode viver sozinho em uma casa como essa? Onde estão seus filhos? Esposa? — Ele riu baixinho da insistência dela e sua expressão então mudou para uma séria quando ele lhe respondeu.
— Não tenho filhos. Minha esposa faleceu há algumas semanas. — Então um estrondo fez William se assustar quando deixou cair a colher em cima do prato, espalhando sopa pela camiseta branca que vestia. Agora fazia sentido ele ter roupas femininas para lhe emprestar. Isso queria dizer que eram da…
— Eu sinto muito, senhor — William soltou, antes que sua irmã pudesse dizer alguma besteira.
— Não precisam me chamar de senhor o tempo inteiro. Creio que sou apenas alguns anos mais velho que vocês. — Embora sua expressão ainda estivesse travada pelo assunto, seu tom era mais ameno.
— Sinto muito, Frederick. Não nos conhecemos, mas se tiver algo que possamos fazer… — O rapaz sentiu compaixão pelo homem, entendendo agora por que ele havia agido de maneira tão arisca ao recebê-los em sua casa.
— Vocês podem comer essa sopa de uma vez. Deu trabalho porque fazia eras que eu não cozinhava. — soltou uma risada escandalosa e levou uma colherada à boca. Que foi seguida de outra, e mais outra. Ela não fazia ideia do quanto estava faminta até sentir algo de fato tocar seu estômago. Nos primeiros segundos, sentiu até certo enjoo, mas logo depois não conseguia mais parar porque seu organismo implorava por mais.
— Isso está ótimo! — ela soltou, após engolir um bocado de sopa, voltando a enfiar mais uma colherada na boca. Frederick apenas sorriu em agradecimento, vendo que William não havia tocado em seu prato, apenas observava a irmã com reprovação estampada em suas feições.
— Não se preocupe, não estou julgando vocês — expressou em voz alta os pensamentos do rapaz, com uma expressão cordial. — Vá em frente.
William então suspirou e se rendeu, levando um pouco de sopa aos lábios e arregalando seus olhos em genuína surpresa ao sentir o sabor. Realmente, era deliciosa. E enquanto comia, sentindo necessidade de limpar o prato e quem sabe pegar mais um pouco ele se perguntava se de fato Frederick cozinhava muito bem ou se na verdade era a fome que fazia tudo parecer melhor do que realmente era. De qualquer forma, a sensação de estar cada vez mais alimentado era maravilhosa. Ele sentia cada poro de seu corpo se esquentar, lhe deixando com um excelente humor. Aquele calor delicioso então lhe abraçava como se ele fosse um bebê e o embalava de forma tão relaxante que ele sentia seus olhos pesarem. Estava tudo tão sereno, tão tranquilo. E quando ele ouviu o pequeno estrondo vindo da direção de sua irmã ele percebeu que por mais que lutasse não conseguia manter seus olhos abertos. Mas qual seria o problema de se render? Uma pequena soneca não faria mal a ninguém, faria?

🍷


Quando voltou a abrir seus olhos, William se deparou com a figura de Frederick Winstead sentado à sua frente, bebericando de uma xícara de chá enquanto seus olhos estavam fixos nele, que sentia seu corpo deitado sobre algo macio.
Seu primeiro instinto foi se mover e se levantar para que pudesse entender o que estava acontecendo ali e onde estava sua irmã, mas quando tentou fazer isso, uma dor lancinante irradiou de seus dois pulsos. Ele virou seu rosto para o lado direito e soltou uma exclamação de surpresa ao perceber que seus braços estavam abertos, um de cada lado de se corpo e seus pulsos estavam cortados, escorrendo sangue e pingando no que pareciam ser duas tigelas à sua volta.
— Que… Que merda é essa que está acontecendo? — Sua voz soou quase sussurrada. Ele não sabia por quanto tempo havia ficado daquela maneira, mas se sentia fraco de tal forma que o sono voltava a lhe dominar e ele sabia que se apagasse dessa vez não voltaria a acordar. — ! Onde está minha irmã? — se esforçou em questionar, sentindo a irritação tomar conta de si quando Frederick deu mais um longo gole em seu chá, como se não ouvisse uma palavra sequer que saía dos lábios de William. — Porra! Responde, seu verme imundo! — Então ele conseguiu arrancar algo dos lábios de Winstead. Uma risada sádica, que transformou a expressão do homem em uma completamente psicótica.
está nos aguardando para o chá. A encontraremos assim que você estiver pronto. — Ele então largou sua xícara, levantando-se e pegando um segundo conjunto ao lado do bule. — Diga-me, William, como gosta de seu chá? Com açúcar? Leite? — Olhou rapidamente para o rapaz, esperando por uma resposta.
William voltou a se contorcer, soltando exclamações que foram se transformando em grunhidos quando a dor em seus pulsos continuava a aumentar.
— Que tipo de doente é você? Vá para o interno! — retrucou, mal educado, vendo que Frederick apenas sorriu, assentindo e pegando uma pequena colher para mexer o chá após colocar alguns cubos de açúcar, como se aquela fosse a resposta do rapaz.
— Açúcar então — disse, terminando de mexer e deixando a colher de lado, se aproximando do rapaz e levando a xícara até seus lábios. — Beba isso, vai fazer você se sentir melhor. — Um olhar rápido para o conteúdo da xícara fez com que William se sacudisse mais ainda, levando sua cabeça para frente e tentando acertar Winstead de alguma forma.
— Se afaste de mim! ! — soltou o nome da irmã, tentando ouvir alguma resposta da parte dela, então sentiu sua bochecha arder e seu rosto ser lançado para o lado. Frederick havia lhe acertado um tapa.
— Eu disse beba isso! — frisou, em tom frio e irritado, forçando o líquido na boca de William, que sentindo uma ânsia interminável engoliu o conteúdo da xícara. O gosto de ferrugem quase fez com que ele vomitasse e quando Frederick afastou o recipiente de sua boca, ele sentiu uma vontade imensa de cuspir, por mais que soubesse que não importava quantas vezes ele tentasse, nunca mais esqueceria daquela experiência. Frederick havia acabado de lhe obrigar a beber sangue.
— Por que está fazendo isso? — sua voz soou ainda mais fraca.
— Porque é divertido — Frederick respondeu, com simplicidade, voltando a beber de sua xícara, terminando seu conteúdo e se voltando para pegar uma enorme faca de cozinha.
— Não, cara. Não faça isso! Se me deixar sair, não conto pra ninguém — a voz de William começou num tom urgente e Winstead se aproximou devagar, tomando um dos pulsos de William e o cortando novamente, de forma que ficasse mais fundo e mais sangue escorresse.
— Não é nada pessoal, William. Você e sua irmã parecem ser boas pessoas… O sangue de vocês é tão doce. — Sorriu diabolicamente e a lâmina passou pelo peito do jovem. Frederick continuou trilhando o caminho, como se o fizesse em movimentos ensaiados e então, num movimento rápido, decepou um dos dedos de William.
Os gritos ecoaram por toda a casa, mas ninguém viria ao socorro daqueles dois. A casa, além de isolada, tinha seus sons abafados pelo barulho da chuva, que continuava derrubando o céu como se não houvesse amanhã.
Frederick passou a língua pela faca, lambendo o sangue de William e pegando a tigela para beber alguns goles, lambuzando seus lábios e rindo quando notou os olhos arregalados em sua direção.
— Por favor — era um sussurro fraco e dolorido.
— É só um pouco de chá — Winstead disse, fazendo pouco caso, voltando a colocar a tigela no chão.
Dessa vez, William estava previamente preparado, mas não tornou tudo menos doloroso. E a cada dedo que Frederick decepava o ritual se repetia. Ele se fartava do sangue e voltava a mutilar sua vítima, rindo cada vez mais ao ouvir as lamúrias de agonia que escapavam de seus lábios.
Quando acabaram-se os dedos, Frederick garantiu que cada parte do corpo fosse devidamente arrancada de seu devido lugar, o sangue lhe deixando cada vez mais cheio de vida.
William se perdeu em meio à dor e foi levado pela agonia. Sua essência foi consumida, parte por parte, pelo sedento Frederick Winstead, que ao se saciar com a vida de William Callmon, voltou a encaixar cada peça em seu devido lugar, remontando a vítima em seu sofá, com a bela xícara de chá disposta na mesa de centro e o corpo também montado de Callmon.
Durante semanas, Frederick Winstead desfrutou do chá com seus novos amigos, da mesma maneira que havia feito com sua jovem esposa, aguardando então ansiosamente para que novas companhias lhe pedissem abrigo durante as chuvas.


FIM



Nota da autora: Aqui estou eu com mais uma doidera da minha cabeça hahaha. Essa foi inspirada nos serial killers vampiros e no icônico Stefan Salvatore. Espero que tenham gostado!
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Beijos e até a próxima.
Ste.



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