Finalizada: 27/09/2019

Prólogo

Alguns minutos após o sinal tocar, professora Kirby entrou na turma de formandos do ensino médio, vendo a bagunça de sempre. Colocou sua mochila e materiais em cima da mesa e seguiu para ligar o notebook e retroprojetor, antes de pedir para que todos se silenciassem. A maioria já ia para seus lugares e começava a prestar atenção na professora de história.
- Bom dia, alunos! – A professora falou.
- Fala aí, professora! – Os alunos de 16 e 17 anos perguntavam animados com a aula de sua professora favorita.
- Como foi o fim de semana? Fiquei sabendo que a festa da Samantha foi de arrasar! – Ela comentou, apoiando os punhos na mesa, esperando o notebook ligar.
- Ah, foi demais, ‘fessora! – Os alunos começaram a falar ao mesmo tempo e ela fechou um olho, se sentindo incomodada com o barulho.
- Ei! – Ela gritou. – Um de cada vez. – Eles riram fracamente. – Foi boa, Sam? – Ela se virou para a ruiva.
- Ah, foi bom demais. – Ela sorriu. – Tirando... – Ela fez uma careta.
- ...A parte que a polícia baixou lá por uma moto que voou para a casa vizinha? – A professora perguntou tombando a cabeça, Sam ficou roxa de vergonha e a sala explodiu em gargalhadas.
- É, então, tivemos esse probleminha! – Elas riram juntas.
- Desculpa não poder ter ido, depois tenho uma lembrancinha para ti. – A professora piscou.
- Uh! – Os alunos gritaram e ela riu.
- Bom, vamos voltar para aula? – Kirby perguntou e os alunos se silenciaram. – Hoje vamos falar um pouco de mitologia grega! – Alguns alunos comemoraram. – Mais especificamente sobre a história de Manthem, já ouviram falar? – A maioria dos alunos ficou quieta, mas uma aluna ao fundo ergueu a mão.
- Diga, Pansy! – A professora falou.
- É a história que inspirou as Amazonas da Mulher Maravilha. – Ela comentou. – Um mundo dividido entre homens e mulheres, aonde as mulheres são os seres supremos e poderosos e os homens são meros servos, digamos assim. – A menina deu de ombros.
- Exatamente! – A professora disse. – A Mulher Maravilha surgiu dessa história e foi aperfeiçoada, obviamente, para se adequar as questões da época. – Ela pegou o giz. - Mas o que poucos não sabem, é que o amor que conhecemos nos dias de hoje, é baseada em um casal de Manthem. Não é Afrodite, não é cupido que controla o amor do mundo, são e .
- A rainha e o criminoso? – Pansy perguntou curiosa.
- Exatamente. – A professora escreveu o nome de ambos no quadro. – foi e é até hoje a maior rainha que Manthem já teve, e foi o único capaz de confrontá-la, crendo que essa submissão dos homens não valia de nada e que ambos os gêneros precisavam viver em harmonia e ocupar todas as funções igualmente.
- Nossa! Parece a luta das mulheres nos dias de hoje. – Uma outra aluna disse e a professora assentiu com a cabeça.
- Isso que torna essa história mais irônica. – Ela suspirou, abrindo uma foto de um casal, ele de cabelos azuis e ela de cabelos rosas. – Só que, o que muitos não sabiam na época, é que ambos foram criados juntos, separados quando atingiram a maioridade, mas eles sempre se amaram. – Ela suspirou. – E são eles que regem o amor de todos os casais de hoje. O amor de uma rainha e de um criminoso.
- Você realmente acredita nisso, professora? – Um garoto perguntou.
- Eu vivo uma história de amor muito saudável e feliz com o professor Andrew, Johnny, e sim, eu gosto de acreditar que existe um casal que passou por todas as dificuldades, para eu não precisar. – A professora deu um sorriso sincero e todos os alunos repetiram, sabendo o quão bonito era o amor da professora de história com o de educação física.
- E o que aconteceu com eles, professora? – Sam perguntou. – Eles conseguiram ficar juntos? – A professora ponderou.
- Do jeito deles. – Ela piscou, abrindo a apresentação de slides. – Eles possuem um segredo que ninguém mais sabe. – Ela falou mais baixo, causando atenção dos alunos e ficando em silêncio.
- Qual? – Os alunos gritaram empolgados, fazendo-a gargalhar.
- Bom, histórias são contadas do início, certo? – Ela perguntou. – Então, vamos lá, do começo. – Ela sorriu.


Capítulo Único

A rainha empurrou as portas com o poder de suas mãos e elas saíram voando pelo chão com a força da deusa. Ela entregou seu cetro para uma de suas soldadas e se debruçou sobre a sacada, vendo à olho nu a guerra que se aproximava cada vez mais de seu palácio. Seus olhos se tornaram tão rosas quando seus cabelos e ela se afastou da beirada, se virando ao ouvir passos rápidos vindo em sua direção.
- Majestade, ele está cada vez mais perto, nossas forças não vão conseguir aguentar. É muita magia negra. – Ygritte, uma de suas soldadas mais fortes, chegou ofegante em sua direção. Ela claramente vinha do campo de batalha, havia sangue escorrendo de diversas partes do seu corpo, além de seu tom de pele estar mais escuro devido a tanta fuligem.
- Ele não pode fazer isso! – A rainha sussurrou, a raiva escapando de seus lábios.
- O que podemos fazer? Temos muitos feridos. – A rainha se virou novamente para o caos que estava lá embaixo e puxou sua capa, rasgando-a de sua armadura e derrubando-a no chão.
- Eu vou. – A rainha disse firme. – Ele não é páreo para mim. – Ela mordeu fortemente seu lábio inferior, deixando um pouco de seu sangue escapar do mesmo e virou novamente palácio adentro. – Preciso de meu Pégaso.
- Vou informar que vossa majestade está descendo. – A soldada que antes estava quieta falou e a rainha saiu às pressas pela escadaria do palácio, fazendo com que as colunas do palácio sacudissem a cada degrau que ela pisava.
Quando chegou ao térreo, um lacaio a esperava com seu Pégaso pronto para ser montado, mas igualmente arisco como sua cavaleira. Ela o montou com uma facilidade incrível, ouvindo os pensamentos do animal ao segurar em suas rédeas e deu o comando, sentindo o animal empinar e ele correu para fora do palácio, levantando voo em menos de 10 metros.
Seu Pégaso a levou para voar baixo dentre o campo de batalha. Manthenianas usavam todas as suas forças e poderes para impedir que o exército do temível chegasse ao palácio. Caso ele o fizesse, o poder que todas as soldadas de Manthem possuíam, seria extinguido, além do próprio poder de vossa majestade que era regido pelo coração da terra mágica.
Ela comandou em pensamento que seu Pégaso voasse baixo, perto do campo inimigo e reconheceu diversos conhecidos seus de seu tempo de treinamento, aonde não havia a clara separação entre homens e mulheres, aonde todos ainda eram iguais.
- ! – A voz fez o chão tremer e ela foi atingida por um raio azul que a jogou longe de seu Pégaso, fazendo-a usar seus poderes para não cair na folhagem queimada e pairasse sobre a mesma, até que conseguisse pisar graciosamente sobre ela.
Ela viu , seu arqui-inimigo vir em sua direção e fez um xis com os braços, sentindo-os se transformarem em um escudo para o ataque que lançou em sua direção, antes mesmo de pisar no chão. Ela soltou os braços antes que ele finalizasse e devolveu o efeito com a mesma potência nele, fazendo-o voar para trás, caindo fortemente no chão.
A rainha se aproximou dele com pressa, canalizando o poder da esfera do palácio e lançando-o fortemente em cima do homem de cabelos azulados como fogo. Sua voz ecoou alto, fazendo com que o chão e todas os seres vivos tremessem com a gravidade de sua voz, mas desviou, se levantando rapidamente e pairando nos ares novamente.
fez o mesmo, se colocando em sua frente e reparou que os olhos dele estavam fortemente azuis e a ponta de seus dedos ficava cada vez mais fortes. Ela fez o mesmo, conseguindo canalizar o poder de forma muito mais rápida e movimentou suas mãos para frente antes que ele o fizesse e soltou todo seu poder em cima dele, fazendo com que ele se apressasse e revidasse o poder com a intensidade que conseguia.
Fazia quase 20 dias que e seu exército de desajustados tentavam invadir o palácio de Manthem. O foco deles era a esfera de poder, apresentada somente para as mulheres daquela terra, afinal, só elas eram dignas de lutar por toda população de Manthem, mas parecia que tinha um assunto pessoal para resolver com sua majestade com a raiva que ele lutava e a raiva que ele demonstrava sobre ela.
E ele tinha.
Eles se conheciam há milhares de anos, quando ambos eram jovens, buscando seu lugar nesse paraíso mágico. Ela era descendente direta da rainha Aldry, a última herdeira nascida em milhares de anos e a única com a bênção de Atena, a única que um dia se tornaria rainha. Ele? Só mais um renegado, como os homens eram chamados. Nesse mundo, eles só eram desajustados e seu futuro só tinha um caminho: o da criadagem.
As mulheres de Manthem se tornavam guerreiras, soldadas, grandes lutadoras e tinham a permissão para se encontrar com a esfera, o poder que regia Manthem, o poder sagrado de Atena, a única forma limpa de se conseguir o real poder. Caso uma mulher não fosse digna de poder, ela conseguia trabalhos menores, mas ainda no exército ou diretamente com a rainha.
Agora os homens... A única forma de eles terem acesso ao real poder, era de formas escusas, magia negra que se alastrava entre os rebeldes que tentam mudar a forma como Manthem é regida, mas isso era impossível, visto que essa terra foi criada e é mantida até hoje pela deusa Atena. O que poucos sabiam é que seu espírito ainda guia as decisões da rainha.
- Desista, ! – gritou mais uma vez, sentindo que suas forças afundavam cada vez mais sob o chão.
- Não! – Ele gritou com um movimento da mão que fez com que a rainha fosse jogada para o lado, rolando sobre a grama queimada, mas ela se levantou rapidamente. Ela está guardando poder da esfera desde que deu o primeiro sinal de ataque, ele já lutava na linha de frente, colaborando com o ataque todos os dias. – Você é a culpada de tudo isso, você podia ser diferente. – Ele se levantou raivoso.
- Para quem? Para você? – Ela se aproximou irritada, fazendo movimentos circulares com suas mãos, aonde faíscas cor-de-rosa cresciam dentro da mesma. – Pelo amor de Atena, ! Isso aqui é Manthem! Você me obedece!
- Não! – Ele gritou, canalizando poder do solo e soltando em cima dela.
Ela estourou todo seu poder em cima dele, sentindo a terra ajudar sua rainha, prendendo-o cada vez mais forte sobre as raízes queimadas que ressurgiam com o poder dela. Ele tentou se debater, buscando canalizar seu poder cada vez mais nas trevas, mas ela o havia pegado com o poder de Atena.
Sem o poder de para atrapalhar, suas soldadas conseguiram conter os outros rebeldes e agora muitas delas estavam em volta de sua rainha, ajudando-a a conter aquele que se tornou sua maior decepção.
Quando parou de lutar, ela fechou as mãos com força, fazendo com que o poder se extinguisse rapidamente. A fumaça rosa foi sumindo aos poucos, fazendo com que as soldadas e a própria rainha se preparassem para um contra-ataque. Quando tudo clareou, elas só conseguiam ver os cabelos azulados de clareando até quase chegar ao branco novamente.
fez um movimento com as mãos, como se permitisse que a terra se afastasse do corpo de e ela ergueu a mão, fazendo com que seu corpo flutuasse para cima, deitando-o sobre a grama que voltava a criar cor com o poder de sua majestade. Ele tinha o olhar entreaberto e alguns machucados agora visíveis em seu rosto.
A rainha engoliu em seco, tentando não sentir pena de seu arqui-inimigo e antigo amigo de infância e se afastou, andando até seu Pégaso que pousou próximo de si novamente. Ela montou o mesmo com facilidade, segurou suas rédeas e, antes de levantar voo, ordenou:
- Levem-no até mim! – Ela levantou voo, voltando com facilidade até seu palácio.

A rainha saiu renovada de seu banho celestial e voltou a seus aposentos, optando por vestir alguma coisa mais leve para aquele pós-batalha. Precisava renovar as poucas energias perdidas na esfera, mas o cansaço de era mental. Lutar com nunca foi sua vontade e ela adiou isso o máximo possível.
Ela e cresceram juntos. Ele era filho de um dos cozinheiros do palácio e ambos cresceram, brincaram e começaram a treinar juntos. Inicialmente, tudo o que era mandado, eles faziam, a diferença imposta não era problema para ambos dentro do palácio, até chegarem à maioridade e começarem a viver com pessoas de fora.
era naturalmente protegida, sendo quem era, mas o poder que emanava sobre ela era mais forte do que de qualquer outra pessoa, ela demonstrava força em qualquer movimento, e existia um real poder, o poder de Atena, que emanava diretamente sobre ela, fazendo com que o poder da deusa da sabedoria e da guerra não pudesse ser detido.
Quando a divisão de trabalhos foi feita e e os homens foram selecionados para trabalhos comuns e as mulheres para o exército, ele começou a demonstrar insatisfação, mas imaginava que era só aquilo, não esperava que ele realmente se rebelasse contra Manthem e contra sua rainha e antiga amiga.
Demorou quase 500 anos para que ele o fizesse, o mesmo tempo que ela ascende ao trono. O momento em que a rainha Aldry padeceu e foi coroada, nunca mais foi visto e ninguém mais soube de seu paradeiro. A rainha, que sempre nutriu uma paixão forte por ele, ficou cada vez mais desolada, mas quando souberam que o ataque vinha dele, ela criou uma ponta de esperança.
Esperança de que podiam finalmente ficar juntos.
- Eu vou para a sala do trono, vou receber o prisioneiro lá. – A rainha anunciou após colocar sua coroa e as portas de seus aposentos foram abertas, fazendo com que ela saísse quase flutuando da mesma, em direção ao térreo, ande ficava a sala do trono.
Chegando lá, viu-se sozinha, com a exceção de diversas soldadas que ainda estavam apostas como se alguma luta ainda acontecia do lado de fora. atravessou a sala do trono e se ajeitou no alto, esperando que trouxessem o prisioneiro que um dia ela chamou de amigo e sempre quis chamar de amor.
Alguns minutos depois, um grupo de 12 soldadas apareceram e as duas do meio, traziam agarrado em seus braços o prisioneiro , responsável por diversos crimes contra Mantham. notou que após o fim da luta seus cabelos haviam criado um tom branco novamente, igual um jovem totalmente sem treinamento, além de que aparentava uma feição menos raivosa, o que causou certo alívio momentâneo em vossa rainha.
Ele foi colocado aos pés do trono, no círculo demarcado no chão e, antes que ele pudesse ao menos se levantar com algemas inibidoras de poder em seus punhos e canela, as soldadas formaram um semicírculo em volta dele, quando a rainha se levantou, e entoaram o juramento da coroa:
She is a bad bitch
Made up of magic
Pray to the goddess
Don't break your promise
Thou shall be faithful and honest

- Não! – falou em tom zombeteiro. – Nem venham com isso, eu não fiz uma promessa à minha rainha há 500 anos, não é agora que eu o farei. – Ele ergueu os olhos para que pareciam ter uma luz que emanava de seu corpo, além dos cabelos em um rosa forte. – Olá, ! Ainda mantém o mesmo juramento de sua mãe, é?! – Ele deu um sorriso sarcástico.
- Eu sou sua rainha agora, ! Você me deve respeito. – Foram as primeiras coisas que saíram da boca da rainha.
- Parece que teve dificuldades lá no campo de batalha. – Ele tentou movimentar as mãos para apontar, mas sentiu as algemas lhe machucarem.
- É, pois é, deveria ter te derrotado em menos de 10 minutos? – Ela usou sua ironia contra ele.
- Você sabe que eu facilitei para você. – Ela revirou os olhos, criando uma bola de poder em sua mão e brincando como se fosse uma bola de futebol entre os dedos.
- Claro, claro! – A rainha se sentou no trono novamente. – Acusações? – Ela se virou para um lacaio.
- Traição ao reino, sequestro de moradores, invasão de diversas residências domésticas, assassinato de mais de 300 soldadas reais, coerção de membros da terceira classe, assassinato ao mago supremo, usurpação do poder do mago supremo, uso de magia negra e... – Ele checou o papel mais uma vez. – Acho que é só.
- Uau! – falou sarcástica. – Parece que você realmente queria me encontrar novamente, não é mesmo?
- Sabe como é, senti saudades. – Ele deu um bonito sorriso e ela bufou, soltando fumaça branca de sua boca.
- Sabe, eu ia te oferecer perdão pelos seus crimes, caso você volte a trabalhar como fiel escudeiro do trono, mas com essa quantidade de acusações, realmente não há muito o que eu possa fazer.
- Eu não quero seu perdão, rainha. – Ele falou com desdém na voz. – Eu nunca aceitarei a realidade que vivemos em Manthem. Se me quer perto de ti, terá que me obrigar. – Ela revirou os olhos, fazendo-os se avermelhar novamente e suspirou.
- Qual a sentença caso o prisioneiro não colabore? – perguntou ao lacaio novamente.
- Com essa quantidade de crimes? 20 mil anos nas masmorras, sem nenhum contato com o externo. – não pareceu surpresa.
- O que você acha disso? – Ela perguntou com um pequeno sorriso nos lábios.
- Acho interessante. – Ele continuou sarcástico. – Creio que em 20 mil anos é capaz de você ainda estar aqui, quem sabe não tomamos um café e colocamos as novidades em dia? Sabe como é, em 20 mil anos eu vou ter muita coisa para contar. – revirou os olhos.
- Podem me deixar a sós com ele? – A rainha perguntou aos presentes.
- É confiável, vossa majestade? – A líder do exército perguntou.
- Meus poderes estão bem afiados hoje e ele está com as algemas da discórdia. – Ela deu um sorriso zombeteiro em sua direção.
- Sim, senhora. – As soldadas e o lacaio se retiraram, deixando sozinha com .
- É agora que teremos uma DR ou eu vou apanhar de novo? – Ele perguntou e ela desceu alguns degraus, se aproximando dele.
- Nenhum dos dois. – Ela falou calma, ignorando as provocações dele. – Só quero entender o que foi tudo isso. Por que lutar contra mim? Eu sempre gostei de você.
- Eu não estou lutando contra você, , eu luto contra um sistema falho e errado. – Ela suspirou.
- Pode ser falho e errado, e você pode não concordar com isso, mas aqui é a terra de Atena, o que você esperava? Que as coisas mudassem só por que você quer? Não há pessoa com maior poder aqui do que eu, pelo simples fato de eu ser sua rainha e ser abençoada por Atena. A última abençoada em milhares de anos. – Ela suspirou. – Você poderia ir para qualquer lugar, mas você resolveu ficar e me atacar. – Ela se sentou alguns degraus antes de chegar nele. – Por quê?
- Eu nunca te esqueci, queria te ver novamente. – Ele falou sem sarcasmo dessa vez.
- Você sabe que depois de hoje você perdeu todas as suas chances de isso acontecer novamente, não é mesmo? – Ele assentiu com a cabeça, sentindo o corpo arder a cada choque que as algemas davam. – Você deveria ter ido para outro lugar. Heimthem, Frenthem, mas você decidiu vir justo para cá. – Ele riu fracamente.
- Eu precisava te ver mais uma vez.
- Você poderia ter batido na porta e eu te receberia sem problemas. – Ela deu um pequeno sorriso.
- Faça seu dever, rainha, me sentencie e deixe que eu viva a próxima parte da minha vida eterna na masmorra de seu palácio. – Ela suspirou.
- Se você quisesse me ver, você não precisava ter feito tudo o que fez. – Ela disse.
- Eu sempre fui assim, majestade. – Ele falou suspirando. – Eu sempre tive essa parte ruim dentro de mim, não finja que não se lembra dos treinamentos e fila de feridos que eu deixava por onde passava, inclusive em você quando era jovem. – Ele deu de ombros. – Eu sou mal, por dentro.
- Eu discordo disso. – Ela se levantou e subiu os degraus até o trono novamente, se sentando no mesmo. – Lacaio? – Ela falou e logo o mesmo apareceu, junto de duas soldadas. – Levem o prisioneiro para a cela, que a pena comece imediatamente. – Ela falou e as soldadas seguraram os braços de novamente.
- Sabe, ? Você ficou ótima nessa cadeira, viu?! Com essa tiara, então, fica um arraso! – Ele esnobou dela mais uma vez, fazendo-a revirar os olhos e sua risada ecoou pela sala do trono e por algum tempo pelas escadas.
bufou quando ele foi retirado e relaxou em seu trono, sabendo que realmente não havia mudado nada em tantos anos desaparecido. Ela balançou a cabeça e ergueu o olhar para os céus, pedindo sabedoria para a deusa Atena.
- Majestade? – Ela se virou para o lacaio que estava ao seu lado.
- Pode ir, Newt. – Ela disse. – Tirarei o resto do dia para mim. – Ele assentiu com a cabeça, fazendo uma reverência à rainha e se retirou, deixando-a finalmente sozinha.

Naquela noite, em seus aposentos, a rainha não conseguia tirar de seus pensamentos. Ele havia sido tudo para ela: primeiro amigo, primeiro amor, primeiro namorado, primeiro beijo. Ela quase podia sentir o formigar em seus lábios quando os dele a tocou pela primeira vez. Eles estavam destinados a ficar juntos, mas a vida tinha outros planos.
nunca concordou com a ordem natural de Manthem, havia sido uma rebelde também em seus anos mais jovens, mas com o tempo aprendeu que não era algo que se tinha escolha, e por ser descendente direta da rainha Aldry e possuir a bênção de Atena, ela aprendeu logo como aquele mundo funcionava e como ele precisava dela para sobreviver.
ainda se lembra como se fosse ontem o dia em que sua mãe faleceu. A antiga general do exército Mantheniano veio até ela, que estava nos jardins do palácio comendo uvas com , e a mesma fez uma reverência em que a jovem adulta não estava acostumada.
- O que houve, general? – perguntou pulando da beirada.
- Sua mãe, minha jovem, acabou de padecer. – arregalou os olhos, não esperando aquela notícia, afinal, as mortes de deuses não acontecem como a de humanos, eles simplesmente se vão.
- Pelos deuses! – Ela gritou.
- Isso quer dizer que a senhorita é a nova rainha de Manthem. Vida longa à rainha . – A general falou, batendo sua lança no chão e a mesma ficou estática ali do lado.
- Isso não pode ser verdade. – falou. – Você não pode desejar isso, ! – Ele falava rápido, como se estivesse nervoso com a chance. – Esse mundo, essa terra, é errada e opressora. Você não pode querer realmente fazer parte disso.
- É o meu dever, ! – Ela virou para o mesmo. – Não é uma escolha, é um dever. – virou para ela, ele percebeu que seus cabelos ficavam cada vez mais escuros. – Eu sempre soube disso, agora é hora de cumprir meu dever.
- E sobre tudo o que conversamos? – A general os deixou.
- Exato! – Ela replicou. – Eu te digo há anos que eu agora entendo meu lugar e você não consegue enxergar. Parece que não me ouve. – Ela suspirou.
- Eu nunca pensei que fosse realmente acontecer. – Ela negou com a cabeça.
- Uma hora aconteceria e essa hora chegou. – Ela colocou a mão no rosto do mesmo. – Eu te amo, , mas eu preciso ser rainha de Manthem. – Ela deu um pequeno sorriso. – E eu gostaria muito que você estivesse ao meu lado.
- Não, . – Ele tirou a mão de seu rosto. – Eu não posso. Você sabe minha opinião e você sabe minha posição.
- E você sempre soube a minha, o que mudou agora?
- Eu percebi que você estava falando sério. – Ele deu uns passos para trás. – Adeus, , que você tenha um bom reinado.
- É isso? É assim que vai acabar? – Ela perguntou alto, vendo-o se afastar. – Meu amor não vale nada para você?
- Um dia nos veremos novamente, minha rainha, talvez não da mesma forma, mas ainda assim.
- , espera! Não pode ser assim...
- Vida longa à rainha! – Ele disse, fazendo uma grande reverência e se retirou.
- ! – Ela gritou, fazendo com que as folhas das árvores caíssem rapidamente das mesmas.
Com a posse, os poderes de ficaram cada vez mais fortes e não havia mais ninguém no mundo que pudesse derrotá-la. E sabia disso.
Ele se afastou da vida do palácio e foi viver no interior, acompanhando de longe todos os passos da nova rainha . A cada sucesso e sorriso que ela demonstrava, a raiva de crescia cada vez mais e fazia com que ele fosse atrás de formas e aliados que pudessem ajudá-lo a mudar Manthem.
está certa, seus mundos eram assim e não havia nada que pudesse mudar, nem mesmo o poder de uma deusa, mas ele estava cego, não conseguia enxergar dessa forma, parte disso também era inveja, ele gostaria de ser o centro em algum momento de sua vida, tanto que nada tirava de que toda essa guerra e mortes não passavam de uma forma que ele encontrou para chamar atenção dela.
Ele foi atrás de outro tipo de magia, encontrou magos e feiticeiros, pessoas que tentavam criar um poder similar ao da deusa Atena, mas que acabava puxando muito do poder do mundo inferior, um poder que não podia ser controlado. Durante anos, ficou de olho em , mas após 250 anos, ela desistiu. Convenceu-se de que ele não retornaria.
Como uma rainha não podia ter mágoas, ela tirou o amor de seu peito e focou inteiramente em governar seu reino, passando por todas as dificuldades e conflitos que apareceram, mas nada tão poderoso e raivoso quanto .
Quando ela o viu novamente, ela não enxergou quem conhecia anos antes, ela viu um perigo e uma ameaça para seu povo, uma ameaça que precisava ser contida para sempre. Só que ela não agiu dessa forma, no momento em que o viu novamente, optou por se esconder, já que não conseguiria enfrentá-lo, mas com o passar dos dias, ela foi ficando cada vez com mais raiva, até que não teve escolha, a não ser derrotá-lo.

Em sua cama naquela noite, mil e uma opções se passaram na cabeça de . Formas que ela podia ter evitado isso, formas de realmente mudar o mundo como era e formas que ela podia livrar desses 20 mil anos de prisão. Todas as opções eram impossíveis ou inconstitucionais, mesmo sendo uma rainha e uma deusa, ela não podia mudar regras e decidir, além de que era considerado interesse pessoal, mas ela também não podia deixá-lo lá, apesar de todos os crimes que ele cometeu.
Ela ficou bastante tempo pensando, até que, quando tudo ficou em silêncio, ela jogou as cobertas para o lado e saiu de sua cama. Poderia ir por fora e usar seus feitiços para entrar, mas o cansaço mental a consumia desde a luta, então ela optou por usar as escadas. Descendo até a sala do trono e, em seguida, mais diversos andares até os calabouços que atualmente abrigavam um único criminoso.
Durante todo o percurso, soldadas guardavam os lugares comuns do palácio, mas ninguém ousou em perguntá-la aonde ela iria. Ela não devia satisfações a ninguém e também estava sem paciência para responder caso perguntassem.
Chegou ao último andar, encontrando duas soldadas guardando as portas poderosas de Ares, de aço celestial esculpido com raios de Zeus. Ambas soldadas demonstraram certa surpresa ao encontrar sua rainha tão ao subsolo e com vestes de dormir ainda. Não foi preciso que a rainha abrisse a boca, ambas sabiam o motivo de ela estar aqui e prontamente abriram a porta.
A rainha entrou na mesma com cautela, nunca havia entrado em uma de suas celas e certamente não sabia o que guardava ali. O local estava claro, sendo iluminado do alto pela luz da lua que entrava pela claraboia improvisada. estava lá, no centro da cela, bem aonde a luz batia. Suas mãos estavam presas uma de cada lado por correntes e seus pés também, deixando-o em formato de cruz, à alguns centímetros do chão.
Ele dormia, estava desmaiado ou ignorou totalmente o barulho das portas, já que a sentença dizia especificamente “sem contato externo”. o observou por um momento, percebendo que ele parecia o de 500 anos atrás, os cabelos azuis claros, quando como intensificou seu treinamento, mas dessa vez muitos machucados ocupavam seu rosto e braços.
- ! – Ela o chamou após se certificar que a porta havia sido fechada novamente.
- Já é hora do café? – Ele ergueu o rosto. – Quem está aí?
- Sou eu, ! – Ela falou em seu tom de voz baixo.
- O que veio fazer aqui? Já ficou com pena de mim? – Ela suspirou.
- Cala a boca. – Ela disse rapidamente e se aproximou do mesmo. – Você realmente não enxerga que eu estou aqui por você? – Ela bufou. – Por favor, vamos conversar como gente. – Ele ergueu o olhar para ela.
- O que você quer? – Ele perguntou, percebendo sua aproximação.
Ela não respondeu, ergueu uma mão para seu rosto como fazia antes e flutuou um pouco para que seu rosto ficasse na altura do mesmo e colou os lábios nos dele. Ele foi pego de surpresa pelos lábios de sua rainha, mas não era como se nunca tivesse sentido-os em sua vida. Suas mãos o impediram de aprofundar o beijo, mas as mãos da rainha em seu rosto e seus ombros faziam como se ele sentisse a felicidade novamente em seu peito.
- Por que você fez isso? – Ele perguntou quando ela se afastou e colocou os pés no chão novamente.
- Eu te amo, . Não se faça de desentendido.
- Mas você não pode fazer isso, não podemos ficar nos encontrando assim. Uma rainha não visita prisioneiros. – Ela suspirou.
- Eu sei. – Ela disse. – Tudo isso é culpa sua! – Ela falou brava, empurrando-o seu ombro, fazendo as correntes sacudirem.
- Ah não, não vamos voltar nisso. – Ele revirou os olhos. – Olha meu estado, você realmente acha que eu estou com capacidades para lutar?
- Não com esses cabelos brancos. – Ele riu frustrado, concordando com ela.
- Culpa sua. – Ela entendeu a brincadeira, mas assentiu com a cabeça.
- Eu tinha que fazer algo, como eu tenho que fazer algo agora. Eu não posso te deixar aqui. – Engoliu em seco.
- Você precisa, . Eu fiz isso, entenda, eu fiz isso, não há mais o que fazer.
- Eu não consigo entender, como você pode ser alguém comigo e causar tanta destruição. – Ele suspirou.
- Com você eu não tenho poderes, eu valorizo as pequenas coisas. Já com meus poderes, eu quero ser o dono do mundo, eu sou ganancioso.
- Se você tem consciência disso, por que não muda? – Ela perguntou e ele deu um sorriso fraco para ela.
- Eu tenho 20 mil anos para pensar, prometo que sairei daqui diferente. – Ela suspirou.
- Eu prometo vir todas as noites para te visitar. – Ela disse, voltando a acariciar seu rosto.
- Não venha. – Ele pediu. – Não comprometa seu poder e seu reinado por mim, não vale à pena.
- Eu sei que não, mas o coração não escolhe quem ama. E o meu só ama você. – Ele deu um pequeno sorriso.
- Eu sei, meu amor. – Ele retribuiu o carinho, fazendo-a sorrir. – Mas nem eu que me envolvi com magia negra sei de algo que faça com que nos livramos dos meus crimes e da minha sentença. – Ele suspirou.
A rainha bufou e virou de costas, apoiando a mão no queixo, passando por sua cabeça todo o seu treinamento de anos e anos. Toda parte teórica que sempre fazia questão de não prestar atenção quando nova, cada palavra, cada treino, cada ordem, era difícil, mas sua cabeça trabalhava a milhares de quilômetros por segundo enquanto ela andava pela cela vazia.
- Você tem razão! – Ela disse suspirando. – Não há nada que te livre de seus crimes ou de sua sentença, mas existe um lugar que possa te livrar disso. – Ele franziu a testa.
- O que está dizendo, ? – Ela se aproximou dele.
- Eu acho que tenho um jeito de ficarmos juntos, não causar suspeitas, você cumprir sua pena e eu manter meu poder. – Ela disse esperançosa.
- Um milagre e nem nós deuses conseguimos fazer isso.
- Um milagre não, um feitiço que eu aprendi com minha mãe há muitos anos. – Ela suspirou.
- Que feitiço é esse? – Ele perguntou confuso.
- Uma rainha nem sempre pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas ela pode entrar em um sono profundo em Manthem e aparecer em outro lugar, sem danos e sem suspeitas, já que é algo que só as rainhas fazem. – Ela sorriu.
- Você está dizendo que quando sua mãe entrava em sono profundo ela não estava aqui? – Ele perguntou um tanto abismado.
- Em partes! – Ela disse rindo. – É uma regalia de rainhas, eu nunca o fiz, mas tem uma primeira vez para tudo. Só precisamos ter paciência.
- Eu começo a ficar com medo quando você fala assim. – Ele disse e ela sorriu.
- É a única opção que temos. – Ela disse.
- Ah, ok! O que é? – Ele perguntou entediado.
Após discutirem furtivamente o plano, a rainha deu outro beijo em seu grande amor e se retirou da cela, cumprimentando as soldadas que ficavam só no imaginativo do motivo dessa visita.

- ...Após esse dia, ninguém nunca mais ouviu falar dele. Enquanto isso, o reinado dela cresce cada dia mais... - O sinal interrompeu a fala da professora, assustando os alunos atentos à história. – Bom, gente, é isso por hoje! A aula foi muito produtiva.
- Espera aí, professora. – Os alunos começaram a gritar.
- E qual foi o plano deles? – Eles gritaram quase juntos, fazendo a professora abrir um largo sorriso.
- É isso que eu quero que vocês descubram e tragam para a aula na semana que vem! – Ela se apoiou na mesa. – Existem várias teorias na internet e nos livros, quero ver o que vocês conseguem encontrar.
- Ah, professora! – Eles reclamaram.
- Conta para gente!
- Por favor!
- É rapidinho! – Ela riu fracamente.
- Posso dizer que vocês não ficarão decepcionados. – Ela sorriu, vendo a cara de tristeza dos alunos. - Fim da aula, nos vemos semana que vem. – Ela disse e eles bufaram, pegando seus materiais e começando a sair da sala.
- Eu vou procurar agora. – Os alunos começaram a tirar os celulares do bolso, fazendo a professora sorrir por quão animado ela tinha os deixado. - Um amor de uma rainha com um criminoso. – Ela suspirou, rindo fracamente.
Adorava contar a história de Manthem, sempre causava essa atenção entre os alunos, eles ficavam bem curiosos para saber o final da história, só não imaginavam que o segredo deles, o segredo que eles ainda mantinham, estava literalmente embaixo de seus olhos.
A professora finalizou de arrumar seus materiais e saiu da sala, puxando a porta. Passou pelos corredores da escola, vendo alguns alunos compenetrados no celular e seguiu para a sala dos professores, encontrando seu namorado já esperando-a. Eles trocaram um rápido sorriso e ela seguiu guardar seus materiais no armário. Quando terminou, deram as mãos e seguiram para fora da escola.
- Sorvete? – Andrew perguntou e ela ponderou com a cabeça.
- Acho que vou gostar. – Ela disse e ambos seguiram para o carro da professora.


Epílogo

- Obrigada! – A moça de cabelos loiros falou quando o homem lhe entregou a casquinha e ela lhe deu algumas notas do dinheiro humano e se retirou da pequena loja de sorvetes.
Ela checou rapidamente o tempo, achando que ele já estava atrasado e viu o mesmo sair correndo de dentro de um beco e sorriu ao vê-la. Ela virou os olhos quando ele se aproximou dela e ambos trocaram um beijo apaixonado ali na calçada, fazendo-os se abraçarem fortemente como há muito não se viam.
- Que saudades de você! – Ele falou, dando um beijo em sua cabeça.
- Você está atrasado! – Ela disse.
- Faz 100 anos que você não me vê e é isso que você fala? – Ele brincou e ela riu fracamente, dando mais uma lambida em seu sorvete.
- Exato, nos vemos uma vez a cada 100 anos e você se atrasa?
- Não é fácil me livrar daquelas correntes, ok?! Mesmo em forma extracorpórea, é complicado. – Ela riu fracamente.
- Você tinha que aprontar, não é mesmo? – Ele abanou a mão.
- Você diz isso há uns cinco mil anos, ainda temos mais 15 mil na conta, não precisa repetir a cada 100 anos. – Eles riram juntos e ela o abraçou de lado. – Eu sei que errei, reconheço, mas é o jeito que você encontrou para ficarmos juntos.
- Se dependesse de você eu já teria perdido meu reinado e você teria morrido. – Ela deu um sorriso largo e ele fechou o dele. - Sorvete? – Ela perguntou.
- O que é isso? – Ele perguntou, tirando a casquinha da mão dela e experimentando.
- Eu provei da última vez que estivemos aqui, quando fomos para Londres, lembra? Na primeira guerra mundial?
- Ah é! O de limão era sensacional. – Ele lambeu e devolveu. – Esse é bom também. – Ela sorriu.
- E então, o que faremos hoje? – Ela perguntou.
- Eu não sei, é interessante o que acontece aqui na Terra a cada século que viemos, não faço a mínima nem aonde estamos.
- Los Angeles, Estados Unidos. – Ela falou rapidamente. – Ouvi falar que aqui é a tal cidade de Hollywood.
- Você faz planos turísticos para cada lugar que a gente vai? – Ele foi irônico e ela revirou os olhos.
- Temos que mudar a cada 100 anos, imagina o que pode acontecer se nos reconhecerem? – Ela perguntou.
- Entraremos para os livros de história humana?
- Acho que fiquei sabendo de um filme sobre isso. – Ela suspirou.
- Um o quê?
- Deixa para lá! – Ela abanou a mão e virou para ele. - Ei, gostei do seu estilo. – Ela viu a roupa mais despojada dele. – O que são? – Ela passou a mão nos braços tatuados dele.
- Eles chamam de tatuagem. – Ele falou devagar. – Vi muitas pessoas usando e decidi incrementar, o que achou?
- Eu adorei! – Ela falou honesta. – Está muito lindo! – Eles riram. – E o que achou de mim? – Ela girou rapidamente no lugar.
- Você está linda como sempre, , nem preciso dizer nada. – Eles riram juntos e ele passou os braços pelos ombros dela.
- Gostei mais dessa roupa do que as últimas, nossa! Parecia que eu ia desmaiar. Não dava para respirar dentro daquilo. – Ela passou a mão livre na barriga, como se ainda usasse o espartilho.
- Nós não respiramos como eles, !
- Eu sei, . – Ela abanou a mão. – Mas ainda é desconfortável.
- Vou ter que concordar, tinha muito pano, muito chapéu, muita coisa acontecendo, não era legal.
- Pelo visto gostou do chapéu. – Ela bateu o dedo no chapéu dele e ambos riram.
- Ah, faz parte. – Ele deu de ombros. - Mas então, aonde vamos primeiro?
- Você sabe que eu não me importo, só quero passar esse dia contigo. – Ela suspirou, erguendo o rosto para ele e ele deu um rápido beijo em seus lábios.
- Vamos, só faltam uns 15 mil anos mesmo. – Ele deu de ombros.
- Já pensou no que vai fazer quando sair de lá? – Ela perguntou enquanto ambos andavam pela Hollywood Boulevard.
- Não sei, mas acho que ainda tenho alguns anos para pensar. – Ambos riram. – Eu gostei da Terra, talvez me mude para cá.
- Terei que entrar em sono profundo e eterno para vir contigo. – Ela brincou.
- Podemos dar um jeito.





Fim.



Nota da autora: Quando eu vi esse CD, mal esperava por um ficstape, todas as músicas dão fics maravilhosas e ele precisava ser produzido, mas eu nunca fui muito fã de escrever fanfics restritas e acho que 90% desse álbum pede uma história restrita, então peguei The National Manthem e fiz essa história sobrenatural!
Espero que vocês gostem e não se esqueçam de deixar seu comentário aqui embaixo, ele é muito importante mesmo!
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Beijos! <3



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