Última atualização: 22/06/2020

Capítulo Único

Atual. Antigo. Estamos entendidas?
Ele bateu a mão na cadeira, olhando ao redor. Era quase automático para seus olhos, procurar por algo que ainda não conhecia. Era o que ele fazia com mulheres em um geral.
Olhou para as próprias mãos; envoltas em fita cinza, muito apertadas. Mal podia senti-las, sequer podia movê-las. O desespero começou a subir pelas suas pernas quando notou a sala escura, as cortinas fechadas. Era o que parecia ser um escritório. Muitos livros, uma verdadeira biblioteca – uma mesa enorme a sua frente, e o que parecia ser um quadro tático também. Forçou os olhos para enxergar algo, mas não conseguia ler.
Quando se trabalhava naquele ramo, o perigo era uma constante. E quando se era aquele homem, o perigo dobrava. era dono de todo o quarteirão Brightstone. Dentre todas as empresas de sucesso ali, a dele era a mais triunfante; presente na mídia quase diariamente, um homem solitário e vagaroso. Antes, seu rosto mal era conhecido.
- Sabe qual é o problema, sr. ? – a voz entoou pelo quarto, familiar e perigosa. Ele ergueu os olhos para a porta principal, a silhueta alta e curvilínea deu um passo à frente. Os cabelos loiros como o ouro não mais caíam sobre os ombros. Eram agora um pequeno reflexo de um corte mal feito, algo que, precisava dizer, até lhe caíra bem. Uma cicatriz entre os seios saltava do vestido vermelho que ele já conhecia. Engoliu em seco.
- O problema... – continuou a mulher. – É que alguns de vocês realmente não gostam muito de nós. Você me entende? – sorriu. Se aproximou, acendeu um abajur no canto da mesa à frente dele. Ela se sentou na mesa e cruzou as pernas. – Acene com a cabeça para sim e não, sr. . Isso é um interrogatório.
Nove de novembro, neve caindo do céu. O casal recém-formado girava na ponte principal da cidade, ela segurava a mão dele e ele lhe levava aos céus. Os olhos penetrantes dela eram duas orbes verdes, enormes e galantes. Ele se sentia miserável perto dela – e achava que era o que sustentava o amor deles. Ela era uma vida para ele, era um começo. Um estímulo, vontade de ser melhor. Um amor que duraria para sempre, ele poderia dizer.
Não qualquer um tinha uma mulher daquelas ao lado.
- Beverly está na cidade? – ela se esticou para a frente, dando a ele toda sua atenção.
Relutou mas assentiu positivamente. Estava assustado demais para poder ter outra reação, para agir diferente. Não era mentira nenhuma que ela sempre tinha sido ciumenta demais, grudenta demais. Ele sabia que eventualmente, algo assim aconteceria – sempre temeu pela própria vida.
- Vocês ainda têm contato?
Positivo.
- Vocês ainda fodem? – ela abriu um sorriso quando ele pareceu paralisado. Quem esperaria por aquela pergunta, afinal?
Relutantemente, ele negou com a cabeça. E era fato que ele e Beverly não se viam há tempos, meses, talvez mais. Não sabia fazer as contas. Ele não era exatamente o tipo de pessoa que se prendia a apenas uma pessoa.
Doze de abril. A abertura da igreja tinha tons pastéis por toda parte, um casamento lindo – ela era uma celebridade, dona de uma das maiores empresas do mundo. Ele era apenas um cara com aspiração e pontencial que, curiosamente, encontrou a garota certa para si. Formavam o melhor casal do mundo, imbatíveis. Os olhos dela o acalmavam. Sequer eram católicos, mas a ideia de atingir as expectativas dos pais dela foram maiores do que qualquer crença que ele pudesse ter. Queria que eles soubessem que, acima de tudo, amava a filha deles. Mais do que a si mesmo, ele diria.
- Interessante. Me diga, ... Foi você quem decidiu parar de vê-la? – ela bateu as unhas contra a madeira avermelhada da mesa. O homem ergueu os olhos e encarou os olhos dela. Ela pôde ver a expressão que queria.
Ódio. Era quase um reflexo de si mesma. Do ódio que ela própria sentia dele agora. Não nasceram para estar juntos, ela pensou. Eles nasceram para cair, odiar um ao outro. Alguns anos de casamento poderiam ensinar aquilo a casais terrenos como eles.
Um aceno negativo fez com que um sorriso se alargasse nos lábios dele. Abandonado, ele pensou. Uma posição que não gostava de ter, desde o início de tudo aquilo. É claro que jamais admitira. Ele não podia ser passado como um noivo abusivo, como um marido ruim. É claro que dentro de seu próprio casamento, precisava implicar a ela que era uma boa pessoa, um bom partido. É claro que ela estava anos luz acima de seu próprio potencial. Quem ele era, além de um cachorro perdido no meio de uma avenida silenciosa e abandonada?
Ninguém.
fez com que ele virasse alguém. Ela o levou ao topo, ela fez com que o rosto dele estivesse estampado em todo e qualquer jornal daquela cidade, daquele país. Os Estados Unidos da América apreciavam diariamente a vida do casal, viam pela tela como os dois se davam bem. Ela governava a empresa, até precisar se ausentar – supuseram gravidez, e ela não negou publicamente. Quem não amava bebês?
Supostamente, não .
Ela procurou por algo sobre a mesa, coçou o rosto. Ele pôde ver uma pequena mancha em seu pescoço – uma marca que varava de lado a lado. Era acompanhada por uma tatuagem ao redor, alguma espécie de floral. Não podia negar, ela continuava a mulher mais linda que já vira em sua vida.
Mas o desejo dele era terreno e temeroso. Ele não era um homem de algemas, ele gostava de estar no topo. Queria idealmente viver a vida no topo – o topo que ela lhe providenciou em alguns anos de casamento, antes da saturação, antes do monstro ser libertado.
Pegou um molho de chaves; as chaves dele.
- Acho que sua vida era mais fácil quando você não imaginava me ver de novo, não é? – sorriu. Um sorriso meigo, carinhoso. estava de volta? Aquilo era um surto?
Ele sentiu seu sangue ferver e começou a gritar, sons que eram impossíveis de compreender mas faziam estardalhaço. Ela puxou a fita com força, alguns dos pelos da barba dele ficaram presos ali. Ele gemeu de dor e então mexeu os lábios, ajeitando sua expressão facial. Ofegou.
- Você é maluca. Maluca, ! – berrou, a plenos pulmões. – Você sabe que vão te pegar, não sabe? Eles vão te pegar, sua vagabunda desgraçada!
- Vão me pegar? – ela olhou para a porta, vendo a figura alta entrar pela sala. Ele acendeu a luz, quase cegando os olhos de ainda sentado em sua cadeira. Olhou ao redor após alguns minutos, reconhecendo quase que imediatamente a sala em que estava.
- O que está acontecendo...? – o novo personagem daquela situação perguntou, olhando carinhosamente para . – Ele te machucou?
- Não. – ela olhou de novo para , e se voltou para o novo integrante do ambiente. Se aproximou dele, depositando um beijo carinhoso em seu rosto. – Ele não vai mais chegar perto de mim, .
- ?! Como... Como?! Vocês dois... – inconformado, tentava se mover em sua cadeira. – Não acredite nela, ! Como você pode acreditar em alguém que forja... Presa, , ela deveria estar presa!
- Mais alguma constatação? – o juiz responsável pelo caso perguntou, olhando diretamente nos olhos do arrebatado e completamente choroso . Ele negou com a cabeça, deixando que mais lágrimas corressem pelo rosto. Analisou o rosto dela no cartaz que pedia por justiça; os olhos completamente vidrados e sem vida, o pescoço marcado pelo que parecia ser uma tentativa de enforcamento. Os braços quase dilacerados, roupas rasgadas, tarjas por toda parte. O público estava assustado.
Se levantou de seu posto de testemunha e andou até a bancada onde a advogada da falecida remexia em seus papéis. Ela cochichou algo no ouvido do cliente e depois se levantou, para finalizar sua fala. deu todo o espaço para que ela desenvolvesse suas falas, sua ata final.
Se lembrava das últimas palavras dela.
“[...] Ela estará para sempre em nossas memórias. Em minhas memórias. É necessário que o culpado seja pego, em ordem para que ela possa finalmente descansar. Em ordem para que a justiça seja por fim feita. Eu falo não apenas como advogada, mas como também amiga por tantos anos da minha querida falecida. E que não restam dúvidas acerca da veracidade do constatamento de meu cliente, que, assim como todos nós, anseia por justiça por sua esposa.[...]”
E por fim, a resposta do juiz.
- O réu é considerado inocente. – bradou , enquanto assinava o termo de Beverly, a advogada.
- “Que assim seja feita a justiça, e amém” – repetiu a voz grossa e rouca do juiz enquanto observava as tentativas falhas de de se recompor e se levantar. – Você se lembra dessas falas, ?
- Você é um corrupto filho de uma puta, faria qualquer coisa por uma porra de um milhão sequer. É isso? Ela tá te pagando, não é? Quanto? – olhou para ela, e então para ele. – Eu duplico. Eu triplico a oferta dela, foda-se! Me tira daqui!
- Não tem oferta nenhuma. – ela respondeu, se intrometendo. Abriu um sorriso e se aproximou da cadeira onde ele estava sentado. – Você tem dificuldades pra compreender o quão fodido você está... – ela segurou o encosto da cadeira, arrastando-o para fora da sala. olhou ao redor completamente assustado, horrorizado. Não conseguia compor nenhuma frase que o ajudasse a se defender. Uma sequer.
Ela arrastou a cadeira até a borda de uma piscina, onde eles podiam ver o horizonte. À sua frente, a garota presa à uma outra cadeira debatia tanto quanto ele. Sua boca já estava devidamente tapada, não conseguia emitir um som sequer, mas tentava. Ele olhou para .
- VOCÊ É LOUCA!
- Eu não sou louca, , e quero que você pare de tentar fazer parecer que sou. – ela andou ao redor da piscina indo até a cadeira que comportava a mulher, Beverly. Conferiu se seus pés estavam realmente tão bem amarrados assim.
estava recostado na porta de vidro que separava a sala principal da área da piscina. Ele tinha acendido um cigarro, cujo cheiro já podia começar a sentir e tinha um gosto extremamente peculiar em suas cavidades.
- O que você vai fazer?! ...
- Sabe... – ela ajeitou o rosto de Beverly, aterrorizado e completamente molhado pelas lágrimas. – Eu fui boa, . Fui boa com você por anos. Por mais anos do que eu gostaria, se quer saber a verdade. Eu decidi investir em você, decidi tentar te ajudar... Tentar te transformar em alguém digno. E eu te amei, mesmo você sendo um traíra desgraçado, um canalha. Eu te amei cada segundo que você gastou com outras mulheres por ai. – ela olhou para o céu e respirou fundo, fechou os olhos.
- Então é isso?! Isso se trata de ciúmes, é isso?! Isso é uma vingança qualquer por eu ter te traído? – gritou, inconformado.
- Eu nunca senti ciúmes... – ela ergueu o rosto para Beverly. – Mas sabe o que eu não consigo evitar sentir, ? Ódio. Não dela. Por favor, ela é uma consequência totalmente indesejada. Beverly? Minha melhor amiga? Se você tivesse transado com ela e me deixado em paz, eu teria perdoado. Eu realmente poderia perdoar vocês, entende? – sorriu de leve, passando a mão pelo lábio. – Mas sabe... Vocês dois...
Ela foi para trás da cadeira de Beverly. Deu um passo a frente, levando a cadeira da garota consigo.
- Vocês dois armaram pra mim, . E isso eu não posso perdoar. – apoiou os dois braços na cadeira e olhou diretamente para ele. – E é assim que você vai saber que, não importa o quanto tente... você não vai ter mais sucesso do que eu. – deu de ombros. – Você tentou me matar, e eu estou aqui. – ela segurou a cadeira dela com as duas mãos. – Mas olha só o que você fez...
A cadeira de Beverly caiu com tudo na piscina, espalhando água por toda parte. A medida com que ela afundava, se debatia mais tentando se soltar da cadeira. Não conseguia. Sentia o ar desaparecer aos poucos de seus pulmões, tentava respirar e não conseguia. Ela afundava cada vez mais, e o desespero crescente em não dizia respeito à condição da advogada – mas sim à própria condição. andava na direção dele.
- Tchau, . – ela tirou um isqueiro do bolso. Ele sentiu a cadeira afundá-lo pela água, e seu último grito ser suprimido. jogou o isqueiro na piscina, que imediatamente entrou em combustão. O líquido, aparentemente, não era água.
As chamas aqueceram os olhos dela, que observava tudo cautelosamente. Aquilo lhe era perturbador. Ela sentia incômodo extremo ao ver outras pessoas passarem por tanto sofrimento, mas não podia evitar. Ela não podia evitar aquilo.
Se ela não devolvesse, não poderia viver sua vida. A prisão não era suficiente para as duas pessoas que planejaram tirar sua vida. Tirou o telefone do bolso e discou o número de um velho amigo.
- Michael? – ela tinha a expressão fixa, uma lágrima descendo pelo rosto. – Por favor, publique a notícia. A polícia estará aqui dentro de duas horas, no máximo. – uma pausa. – Nós? Estaremos longe. – olhou para , que dava um sorriso satisfeito na direção dela.
- x –

Agarrou sua cintura firmemente prensando-a contra a mesa; acompanhou seu olhar até que seus lábios finalmente se selassem. Sentiu as mãos dela arrepiarem cada centímetro dos seus braços à medida com que subiam, se agarrando ao pescoço do homem; correspondeu à intensidade com que suas unhas se cravavam nele, puxando-a para perto violentamente; não deu tempo a ela antes de agarrar suas coxas, erguendo-a sobre a mesa. se sentou afastada, a arrastou até si, encaixando o vão perfeito que se formava entre os dois.
À medida com que suas bocas travavam batalhas intensas pelo controle, as mãos dele subiram lentamente o vestido curto dela; todo o seu corpo se arrepiava enquanto lenta e firmemente subia suas mãos até seus ombros desnudos; passou então a descer com leveza as mangas de seu vestido até o ponto onde era plenamente capaz de despi-la quando bem entendesse.
Uma das mãos dele se agarrou em uma das coxas dela, a outra, se envolveu na cintura; inverteu as posições, se apoiando sentado na mesa e erguendo em seu colo. Ela se ajeitou, forçando o contato entre a calça fina de e suas partes nuas; seus cabelos eram curtos, deixando seus ombros livres, onde ele começou imediatamente morder e beijar. Sentia suas próprias mãos se guiarem, se sentia perder o controle; sentia que todos os instintos primitivos que vinha há muito tempo tentando afastar de si em prol da integridade, haviam se perdido em meio aos seus olhos esverdeados que agora o olhavam descrentes, desesperançosos; dissimulados.
A pele de se revelava aos poucos; primeiro, a barriga, o vão entre seus seios. Os anseios de eram maiores do que qualquer coisa, a excitação que quase explodia internamente. Abaixou os ombros do vestido, fazendo com que ficassem restritos a seus braços, e então afastou todo o resto da saia para trás também, observando-a. Não estava apaixonado, ele não tinha tempo para isso. Seu corpo tinha urgência. Ele a odiava. Odiava , a odiava mais do que nunca naquele instante. Queria matá-la; Sabia que o desejo por ela era sua ruína, mas não tinha forças e nem vontade para parar qualquer coisa que estivesse fazendo. Conseguia entender a mente de , por minutos. Se sentia um traídor. Profano, nojento.
Seu rosto se atentava aos seios dela, que tão furtivamente estimulava, com a língua, outrora os dentes; suas mãos apertavam violentamente sua cintura, forçando-a contra seu quadril. arqueou as costas para trás arfando enquanto controlava seu corpo como manipulava uma de suas armas. Seu olhar o colocava em maus bocados, fazia com que tudo o que restava de sanidade nele fosse retirado sutilmente de sua mente atualmente insana. Incapaz de qualquer coisa, se levantou e violentamente a jogou contra a mesa; segurou suas duas mãos ali, impedindo-a de realizar quaisquer movimentos.
se aproximou de seu ouvido enquanto, já nu, se preparava para aquele momento por fim.
A sensação única de ter seus corpos se fundindo e se movimentando como se fôssemos apenas um, ela parte dele e ele dela, era inconfundível. A esse ponto, já desistira do céu. O inferno era sua casa, enquanto era a personificação de Lúcifer. A mulher sussurrava palavras obscenas contra seu ouvido, vez ou outra confundidas por gemidos que estremeciam todo o seu corpo e o faziam arfar e avançar mais violentamente contra ela.
era uma assassina, destinada ao inferno desde que nascera. Ele acreditava ser um herói, um que abriu mão de tudo em sua vida por uma assassina. Não se importava quanto ao céu, não pensava mais em Deus. era seu deus naquele instante. Quando investia contra ela, estavam orando. Ela era como o veneno que lhe corrompia às trevas, e em uma sintonia quase exclusiva, eles oravam. O dinheiro dela era seu prêmio, o corpo, uma consequência.
A puxou contra o meu colo sem se retirar dela, segurando-a pela cintura; se agarrou ao pescoço dele. Contou os degraus enquanto subia as escadas até seu quarto. A porta aberta instintivamente, fechou com os pés; se sentou em sua cama, a aproximando de si enquanto deitava. A hera venenosa que se alastrava pelo corpo dele tinha mãos gélidas que se passavam pelo peitoral, arranhavam seu pescoço e o enlouqueciam, enquanto seu quadril se forçava contra ele instintivamente. Os gemidos dela pareciam estremecer as paredes, mas não existia pudor. Os sussurros e arfares dela o destruíam pouco a pouco, sendo jogados contra seu ouvido baixinho, fazendo com que se agarrasse à sua cintura e aumentasse a velocidade dos movimentos.
Eles eram apenas um. era uma assassina, mas era dele agora. E com ela, seu palácio também.
- x –

depositou um pouco de uísque em seu copo com uma das mãos. Jogou a garrafa contra o gramado do jardim e ajeitou o roupão no corpo, pegou seu copo e começou a andar. Repassava as palavras do jornal daquela manhã em sua cabeça. Repassava a ligação com Michael.
CASO REABERTO E SEM CONDENAÇÃO – A MÃE AMERICANA
Ontem, foram encontrados mortos em sua mansão o ex milionário e sua até então declarada advogada, Beverly Houston. A polícia encontrou fortes evidências de que era o verdadeiro mandante do assassinato de sua falecida esposa, .
Gostaríamos de esclarecer melhor o caso. Embora ainda estejamos apurando os fatos, o que temos até então é uma revelação assustadora. Após ordenar uma investigação meticulosa à procura do assassino de Beverly e , encontramos evidências, em seus respectivos computadores, da contratação de um assassino contra . O caso que comoveu a América e terminou sem um desfecho decente, libertando e inocentando foi, de fato, julgado errado. Os fatos apresentados pelo viúvo e pela advogada eram falsos, e não foi assassinada após um violento sequestro.
Uma reanálise foi enviada para um de nossos laboratórios e tudo aponta que o assassino responsável pela morte de foi incapaz de completar o assassinato apenas enforcando-a. A culpa parece lhe ter tomado conta, e nenhum de nós pode culpa-lo afinal. era gentil, era carinhosa e, infelizmente, estava grávida.
Assim que de volta em casa, e após avaliações da cena do crime, tentou explicar a seu marido, mas a atacou com uma faca. Encontramos vestígios de sangue em uma faca que foi enterrada junto com uma das mãos dela, a mão da aliança. Estamos realizando buscas no perímetro da mansão em busca das outras partes do corpo.
O até então assassino de aluguel de , que, segundo nossas fontes, passou mais de duas semanas com a mulher em cativeiro – acabou se apaixonando por ela. Deixou centenas de cartas explicando seus motivos para não ter cometido aquele crime e, no final, sabendo toda a traição por trás de Beverly e , retornou ao ponto zero. Sabendo que foi de fato assassinada por outrem, ele ateou fogo na piscina com Beverly e vivos dentro. Depois disso, atirou na própria cabeça.
Estamos levando três corpos hoje, mas libertando a alma de uma mãe e esposa incrível, que deixou sua marca nos braços da América. Eterna salvação a .
Ela abriu um sorriso, ignorando a ligação de Michael mais uma vez. Terminou de beber o uísque com sua mão livre.
Soltou o copo e tratou de fazer um caminho inteiro de gasolina para fora da casa. É claro, a polícia comprou a história, que por sinal era a verdadeira.
Depois do julgamento, terminou de tirar seu terno e o carregou no braço. Andou pelo corredor do prédio principal indo de encontro a mulher, alta e esguia e o homem – o viúvo.
- Quanto você quer? – perguntou, soltando a fumaça de seu cigarro. Um gosto peculiar.
- Dois milhões e uma mansão, e eu fico quieto pra sempre.
- Vou mandar depositar e nós nunca mais nos vemos.
- Hasta la vista, baby. – ele sorriu.
Ela respirou fundo olhando para a mansão mais uma vez. Realmente tinha gostado de estar com , pensou.
Ela tentou ser boa.
- Você se esqueceu do meu sangue ruim, T. – ela fechou os olhos. – Eu só sou boa em ser má.
Jogou o isqueiro, o caminho de fogo se completou até chegar à mansão. Em poucos segundos, toda a construção explodiu e o fogo eclodiu. Olhou para seu braço esquerdo enfaixado e pegou o celular com a única mão que lhe restava.
- Michael? – ela colocou um cigarro na boca, entrando no carro sem placa que a aguardava estacionado na porta. – Você quer mais uma notícia?




Fim!



Nota da autora: MUITAS REFERÊNCIAS POR AQUI! Não me matem, eu sei que eu matei todo mundo, mas nossa querida pp merecia a vingança dela, afinal, ela é "a vilã"! Eu espero que vocês tenham gostado, sim? E um beijão!



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