Finalizada em: Out/2021

bungee

Esse é um daqueles momentos
Em que você se apaixona à primeira vista, huh
A emoção e o medo desaparecem, é perigoso”


Era difícil se esquecer da primeira vez em que viu .
Não foi nenhum momento grandioso. A aluna transferida não trazia nada demais a não ser um novo nome e um novo rosto para a Daeyeon High School. Era uma garota totalmente normal, tão bonita quanto as expectativas anteriores e que ganharia toda a atenção pelo restante do dia pela afobação dos outros alunos ao ver carne nova no pedaço.
Jaemin foi ouvinte da maior parte de conversas onde o foco era Komorowska.
Ele jamais imaginou a importância que a garota ganharia em sua vida, e muito menos que, aquele olhar que compartilharam quando ela se sentou na mesa ao lado da sua, podia ter sido, sim, uma forma de amor à primeira vista.
O mesmo amor que consumia seu coração nos dias atuais.

A noite era inesperadamente gelada em Seul.
O aeroporto era grande demais para um Jaemin completamente perdido na cidade em que estivera pouquíssimas vezes na vida. Ele olhou em volta no salão de desembarque, tentando enxergar a garota em algum lugar, mas nenhuma placa grande e cafona com seu nome foi avistada. Nenhuma das pessoas que iam e vinham se pareciam com sua namorada. Ele bufou e puxou o telefone, discando os números imediatamente quando sentiu os braços passarem por sua cintura, fazendo-o se virar de imediato.
— Você finalmente chegou — ela murmurou na curva de seu pescoço, se afastando logo em seguida — Já estava pensando no pior.
— O que exatamente é o seu pior? — perguntou ele, cerrando os olhos — O avião cair no mar ou eu ter fugido com a aeromoça?
— Você sabe a resposta — ela revirou os olhos e levantou um pouco os pés para um selinho rápido — Vamos, estamos atrasados.
— Ei, ei — o garoto disse e segurou na curva de seu cotovelo, puxando-a para um beijo de verdade. A demonstração de afeto pública não era algo que ele fazia questão, mas a saudade que sentia dela não o deixariam esperar até um ambiente mais propício.
se viu sem alternativas a não ser retribuir o gesto. Depois de um semestre puxado e quase dois meses longe dele, estar ali com Jaemin era tudo que ela esperava pelo resto do ano.
Ao se separarem, ela mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça.
— Você não tem jeito mesmo.
— Agora posso te deixar falar — ele sorriu e acariciou a bochecha dela com o polegar — O que quer fazer comigo hoje? Já adianto que sou totalmente a favor dos brinquedos.
— Jaemin! — ela deu um tapa nos ombros do garoto, que encenou uma dor horrenda — Você não veio de Busan apenas pra isso. Vem, teremos um passeio muito legal pra fazer.
— Agora? — deixou que ela pegasse em sua mão, sendo guiado até o portão de saída — Pra onde você vai me levar a essa hora que não seja para usufruir dos brinquedos?
revirou os olhos e soltou uma risada. Ele entrelaçou seus dedos e deu um sorriso discreto ao fazer isso. Há alguns meses, era inimaginável que Na Jaemin fosse estar onde estava e que permitisse que alguém segurasse em sua mão daquele jeito.
O Fiat 500 estava estacionado no meio fio na saída do aeroporto. Jaemin encarou a bela máquina, branco e reluzente, compacto e confortável. Ele se virou para com o cenho franzido.
— Fui a melhor da classe — disse ela, andando até a porta do motorista. — Posso te levar pra dar uma volta, bonitinho? — piscou um dos olhos.
Jaemin ergueu um dos cantos da boca, apontando para a mala de rodinhas aos seus pés e eliminou o sorriso sacana do rosto, fazendo um “ah” com a boca e lembrando-se desse detalhe. Era incrível como ela ficava extremamente fofa quando tentava agir daquela maneira sedutora. Depois de guardadas, ela assumiu o volante e ele apertou o cinto de segurança, olhando-a de relance.
— Há quanto tempo seu pai decidiu cometer essa loucura? — perguntou, em tom divertido. Ela estreitou os olhos.
— Muito engraçado, meu bem — ela colocou a chave na ignição — Meu pai achou que eu merecia esse tipo de loucura, ainda mais depois dos resultados finais do semestre. Você foi sorteado pra estrear o presente comigo.
— Me sinto honrado, Komorowska — a língua dele passou por seu lábio inferior de forma automática enquanto seus olhos vagavam em busca de reparar todas as outras partes do carro. A garota tossiu para limpar a garganta.
— Mas e então, como andam as motos da semana passada?
— Me dando trabalho — ele deu de ombros — Mas era o que eu queria. Você é a melhor da classe e eu sou o da oficina. Taeyong parece estar muito satisfeito.
— Pois eu também — ela sorriu e girou a chave — A competição da semana passada caiu na boca do povo. As pessoas conhecem bastante o seu nome agora, mais do que eu imaginei.
Ele abriu a boca para responder, mas só conseguiu rir. Aquela foi a primeira corrida que participou depois da última festa da escola, onde todas as coisas começaram a mudar e se encaminhar. Quando ele finalmente tinha conseguido seguir em frente. A volta ao clube e às trilhas havia sido apenas o começo. A oficina renomada de Taeyong era apenas um bônus, comparado a tudo que havia mudado dentro de si.
E a garota focada na avenida à sua frente era grande parte do motivo.
— Parece que tô ouvindo o gritinho de ciúmes? — ele debochou, fazendo-a soltar uma risada seca.
— Não estou com ciúmes — respondeu, apertando os dedos no volante, seja pelo nervosismo no trânsito ou por estar contando uma mentira — E daí se você for parar na TV ou coisas desse tipo? Não é como se fosse um grande evento.
— É verdade. Grande vai ser apenas a quantidade de garotas, e do dinheiro também, talvez — disse ele casualmente, e virou o rosto rapidamente. Ele arregalou os olhos e apontou para a frente, fazendo-a xingar baixo e pisar no acelerador.
— Idiota — ela resmungou em meio às risadas dele — Você anda bem engraçadinho ultimamente, Na Jaemin.
— É, parece que estou mais feliz ultimamente — recostou-se no banco — Consegue imaginar por quê?
Ele levou as mãos até o joelho nu da garota, que mordeu o lábio inferior enquanto tentava não olhar aquela expressão que gritava por segundas intenções. A bochecha corada não passou despercebida por ele, e o caminho seguiu com o clima confortável e as carícias de Jaemin que tanto ansiou naqueles meses.
Ela estacionou o Fiat em frente a um restaurante iluminado e com a fachada de tijolos brancos. Então, desatou os cintos e começou a abrir a porta.
— Vem. O que está esperando? — ela sorriu, já do lado de fora.
Jaemin sentiu a calçada de paralelepípedo sob os coturnos assim que se aproximava mais do lugar. As escadas de madeira levavam a um espaço aconchegante e inundado por luzes amareladas e placas de neon. Uma brisa quente dava um ar tranquilo e intimista. Era a condição perfeita para casais, mas ele duvidava muito que se atentou nesse fato na hora de escolher. Era mais provável que a namorada tivesse prestado atenção apenas no que eles serviriam. Ao entrarem no ambiente, eles andaram até os fundos, onde o vento era mais fresco no deck ao ar livre com a vista para o amontoado de árvores no escuro, que não passavam de sombras negras e infinitas. Os olhos de eram daquele mesmo tom escuro e ilimitado, e Jaemin percebeu que talvez houvesse mais nela que o atraiu da primeira vez do que ele imaginava.
Ao se sentarem, a comida foi servida sem pedido algum.
Era uma mistura das comidas favoritas dos dois.
— Ah, não me olha assim — disse ao notar a expressão confusa do garoto — Não teria graça se pedíssemos o cardápio. Preciso te impressionar um pouco.
Ele não segurou o sorriso, que perdurou até mesmo quando ela já não o encarava mais e começava a comer. Era engraçado o pensamento dela de que precisava impressioná-lo de alguma forma – era absurdo. era tudo que ele precisava para manter o coração quente e vivo, e pra isso ela só precisava estar bem ali, na sua frente, misturando batatas fritas no milk shake.
A garota sorriu ao ver o namorado relaxado e descontraído. Era exatamente o que era para ser aquela noite. Se começasse a olhá-lo demais, voltaria para alguns meses, quando essa palavra (namorado) era apenas um desejo escondido, um segredo jamais revelado, e que agora ela podia dizer abertamente que Na Jaemin era oficialmente o dono de seu coração – e de sua própria vida.
Os dois conversaram sobre o semestre de na Universidade de Seul e de como ela encontrava os outros colegas de Busan esporadicamente no campus ou em torno da cidade. Em contrapartida, Jaemin contava sobre o que os outros colegas que ficaram para trás estavam fazendo da vida, além dele mesmo. Não que esses assuntos não eram sempre comentados diariamente nas conversas telefônicas, mas era de conhecimento geral que existiam coisas que eram muito melhores relatadas pessoalmente.
Ao terminarem, continuou com o clima misterioso até o carro. Jaemin não tinha ideia do que ela pretendia, mas se deixou levar do mesmo jeito. Ela se acomodou no banco do motorista de novo, cantarolando alguma coisa enquanto dava a partida.
— Vai me sequestrar para outro lugar? — perguntou ele.
— Mas é claro — ela deu uma piscadinha, saindo na estrada — Hoje você é só meu, Na Jaemin.
Ele gostou desse tom de voz.
Não demorou para que parasse novamente, desta vez na entrada de um portão de ferro que escondia uma grande propriedade iluminada logo atrás. As palmeiras de cada lado indicavam o nome do estabelecimento sutilmente, defronte a todo o glamour de “Grand Seoul Parnas”.
Jaemin viu um rapaz se aproximando, usando camisa e calça sociais, com uma fita no peito que indicava seu nome. Ele parou ao lado da porta do motorista enquanto descia do carro. Ela murmurou algumas palavras e estendeu a chave, olhando para Jaemin sugestivamente para que ele acordasse e fizesse o mesmo. Confuso, ele desfez o cinto e saiu rapidamente, vendo o homem fazer uma breve reverência e entrar no carro logo em seguida.
Ao encarar a construção monumental, ele ainda continuava sem entender.
— Que lugar é esse? — perguntou.
— Nossa diária de hoje — respondeu ela, simplesmente — Vem, ele vai levar suas malas depois lá pra cima. Vamos nos divertir.
Ele soltou uma risada perplexa e se deixou levar novamente pela garota, já animada. Depois dos portões, o lugar era um perfeito paraíso noturno; muitas luzes piscantes, caminhos de pedra sobre a grama e aromas interessantes e chamativos. Ele não sabia onde estava, mas não parecia algo que pudesse pagar apenas com seus turnos na oficina de Taeyong.
Ao passarem pela entrada e virarem por dois corredores, o casal entrava num amplo salão com tapeçarias vermelhas e douradas, e mesas dispostas paralelamente. Um jazz baixinho vinha do saxofone de um homem em cima de um palanque, enquanto as conversas animadas repercutiam no ar. Ela puxou Jaemin até o balcão na lateral, voltando-se para ele quando se sentou.
— Posso te pagar uma bebida, senhor?
Ele riu e olhou em volta mais uma vez.
— O que significa tudo isso, meu bem? — apoiou um cotovelo na bancada — Não precisava gastar tanto comigo…
— Você acha mesmo que paguei por tudo isso? — ela levantou uma sobrancelha, e Jaemin arregalou os olhos por um instante.
, se você arrumou um sugar daddy…
A garota deu uma gargalhada.
— Não preciso de nada disso, babe. Meu cérebro fez todo o serviço — ela suspirou, vendo o barman que se aproximava.
— Boa noite, pessoal. Acabaram de chegar? Em que posso servir vocês?
— Boa noite, pode verificar sua lista? Komorowska.
O barman assentiu obedientemente antes de abrir um pequeno tablet e deslizar os dedos pela tela.
— Ah! A estudante no ranking da Universidade de Seul? Meus parabéns, o que vai querer?
Ela deu de ombros e olhou para Jaemin. Ele ainda parecia surpreso, mas não por muito tempo – como não considerou aquela possibilidade? Fez um sinal para que ela escolhesse livremente e ela o fez pelos dois. A noite estava apenas começando.

Venha e dance
Você se parece comigo
Eu preciso ter você”


Jaemin não sabe quantas bebidas coloridas e diferentes chegou a experimentar naquele bar. tentava contar que seu projeto de circuitos digitais havia tido o maior êxito de todos e, com isso, veio o vale para a diária no hotel, e de que ela garantiu aos colegas que aproveitaria da melhor forma possível.
Era o que estava acontecendo. Depois de beber o suficiente para não se importar com mais nada, ele se levantou e estendeu a mão para a garota, puxando-a até o meio do salão, onde pegou em sua cintura e balançou seu corpo até entrar no ritmo do jazz lento. Os movimentos delicados não duraram por muito tempo e logo ele estava inventando os próprios passos, os dois rindo como idiotas até que os músicos acelerassem a batida por conta própria, contagiando todo o restaurante a fazer o mesmo e colocarem os pés para funcionar.
Era assim sua vida com : entrega. Entusiasmo. Tudo perto dela se tornava uma atitude de puro instinto. Ele se sentia pronto para qualquer coisa, e só isso já dizia absolutamente tudo que sentia, sem usar palavras.
Eles não sabem até quando dançaram, mas quando a música parou, as cadeiras já começavam a ser colocadas para cima. Jaemin se sentia cansado, o rosto apoiado nos ombros de enquanto se inebriava com seu cheiro e o clima de felicidade que voltara a sentir depois que recebeu sua declaração atrapalhada no banheiro da última festa da escola em Busan. Ele passaria noites inteiras dançando e se divertindo com a mulher, e arriscava dizer que faria aquilo por toda a vida se ela deixasse.
— Quero fazer uma coisa — ela disse em seu ouvido, e naquele estado, ele sentiu o corpo inteiro se arrepiar.
— Vou obedecer — murmurou, viajando nas probabilidades e em como todas elas terminavam em uma cama king size em qualquer um dos quartos daquele lugar imenso.
Ela riu e se afastou um pouco, entrelaçando seus dedos de novo.
— Tá afim de se arriscar um pouco? — perguntou.
— Com você, sempre.
Ela mordeu os lábios e olhou em volta. Em seguida, puxou o garoto para fora do lugar.
Mais alguns passos e curvas pela lateral, eles entravam em um corredor estreito e com placas que passavam rápido demais para que Jaemin as lesse. Um portão pesado marrom foi arrastado pela garota, como se tivesse sido liberado antes, e de repente eles entraram para um lugar de luz baixa, com o cheiro de cloro da piscina e as luzes no fundo da mesma, exalando a fumaça da água aquecida.
Ele olhou para a imensidão do lugar, tendo a plena certeza de que eles não deveriam estar ali. O silêncio era total, demonstrando as altas horas da madrugada.
— Podemos estar aqui? — perguntou, inocente.
Ela caminhou até a piscina, sorrindo selvagem.
— O que você acha?
Ele riu, encarando-a sob o brilho azulado da piscina. Louca. Completamente maluca.
Mais louco ainda foi o que a garota fez em seguida.
Lentamente, ela abaixou as alças do vestido até que ele escorregasse para o chão. Sem estar usando nenhuma peça por cima, os seios desnudos foram expostos contra a luz, o que só a deixou ainda mais fantástica e ilusória na mente zonza de Jaemin. Ele sentiu as pernas bambas pela visão arrasadora. era perfeita demais, e ele duvidava que fosse se acostumar com essa ideia.
— Vai me acompanhar? — ela perguntou depois de um tempo, ainda com o sorriso malicioso, virando-se para a água.
Ela pulou sem medo, empinando-se antes de saltar. Jaemin sentiu o calor característico na base da nuca, e vê-la ir sem qualquer receio o deixou tentado a continuar. Ela emergiu da água, afastando os cabelos para trás.
— O que está esperando? — ela disse em meio à fumaça — Me faça ver estrelas.
A garota deu de ombros, desafiadora. Jaemin soltou uma risada malvada, tirando os tênis com os próprios pés ao mesmo tempo que abaixava a jaqueta do motoclube que já era quase uma segunda pele. Ao ficar apenas com a boxer, ele pulou logo atrás dela, submergindo o bastante para tocar seus calcanhares e subindo de volta para a superfície, balançando os cabelos grudados e rindo com a maluquice a que se deixou levar.
— Você pulou como uma criança — disse ela, rindo.
Ele passou o braço firmemente por seu quadril, puxando-a para seu colo. Ela se prendeu em sua cintura, sentindo o formigamento característico da aproximação de ambos que sempre sentia.
— Pulei pra você — ele murmurou, beijando-a levemente enquanto ela ainda sorria — Ainda quer ver as estrelas?
— Sim, senhor — ela apertou mais suas pernas em volta dele, mordendo o lábio inferior — Antes que você mesmo vire uma e eu não tenha mais oportunidades como essa.
Ele revirou os olhos e soltou uma risada nasalada.
— Sua boca — ele lhe deu um selinho — só fala besteira. Não percebe o quanto eu te amo?
Ela tentou responder, mas ele a calou novamente. sentiu aquele beijo mais do que os próprios lábios; ele vinha acompanhado da declaração que mexia com todo seu ser.
— Eu também te… — tentou dizer, desorientada com os lábios dele em seu pescoço.
— Eu sei, eu sei — ele sussurrou, puxando-a para mais perto — Mas agora, vou realmente te mostrar as estrelas.
Ela riu e sentiu suas mãos descerem.
E aquela era considerada outra forma de pular, onde ela simplesmente se jogava nos braços de Na Jaemin e deixava que ele os guiasse para onde quisesse.

Não há nenhum instante
Em que eu não tenha tempo para você
Eu quero isso, mas não é o suficiente
Precisamos ter coragem nos momentos de medo
Acredite em mim, encha seu coração
Nos leve às estrelas
Sim, eu posso te levar às estrelas
Sempre que você pular”


FIM.



N/A FIXA 📌: Obrigada por ter lido :)


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