Fanfic Finalizada

Capítulo Único

“I see you every day now”

Bursin estava enfurecido.

— Eu realmente preciso ficar aqui? — Questionou o diretor que estava sentado ao seu lado.
— Você é o personagem principal, esqueceu disso? — Paul retrucou.
— É que nós testamos ao menos doze garotas. — Tentou persuadir. — Eu não aguento mais repetir esse texto. — Revirou os olhos enquanto mostrava o script em sua mão direita.
— Com licença! — Uma voz doce surgiu em meio ao ambiente e captou a atenção de todos.
— Você perdeu alguma coisa? — O ator direcionou o olhar para garota, sem paciência.
— Me desculpa! — Foi gentil.
— Ah! — O estalo veio rapidamente a mente dele. — Você deve ser a garota do café. — Bursin continuou com o semblante irritado ao falar.
— Eu... — Foi interrompida quando tentou justificar.
— Ótimo! — Ele sorriu — Me traga um café preto sem açúcar. — Pediu de forma grosseira e soberba. — O maior que existir, se possível! — Voltou a encará-la e percebeu a mesma parada, sem reações. — Ainda hoje, por favor! — Deu um sorriso forçado.
— Eu acho que deve haver algum engano. — Aproximou-se de .
— E qual seria? — Indagou em tom de deboche.
— Você é sempre idiota assim? — Ela mordeu o interior da bochecha em uma tentativa de controlar a sua raiva.
— O que você disse? — O homem levantou-se para ficar cara a cara com a morena a sua frente.
— Eu ouvi muitos comentários de como você é um cuzão, mas, preferi não acreditar nisso. — Proferiu as palavras com indignação. — Mas, agora faz total sentido para mim. — Cruzou os braços.
— Sério? — Ele, também, cruzou os braços. — E quem disse que eu me importo? — Levantou as sobrancelhas.

Paul observava os dois um tanto entusiasmado, pois, era exatamente essa a energia que ele precisava no filme.

— Deveria se importar porque eu estou aqui para fazer o teste para contracenar com você. — Fez um bico ao lançar um olhar vitorioso.
— Julgando o fato de eu não ter a mínima ideia de quem você é, acho que já deve ter feitos vários testes e não ter ganhado nenhum papel. — Travou o maxilar e estufou o peito, ainda de braços cruzados, na tentativa de atingir a garota com sua fala.
— Eu estudo teatro desde que me entendo por gente, senhor Bursin. — Posicionou uma das suas mãos no ombro dele. — Acha mesmo que esse discurso de merda vai me intimidar? — Indagou de forma irônica.

sempre ouviu dos seus pais que a melhor resposta para tudo era a gentiliza, mas, não imaginava que iria precisar esgotar o seu estoque com o queridinho dos Estados Unidos. Imaginava ele ao menos sendo um amor de pessoa, como mostrava nas entrevistas, premiações e estreias dos seus filmes, porém, nem tudo que reluz é ouro.
De fato, no início da sua carreira era alguém cheio de vida e brilho, era impossível não querer estar perto dele. Mas, quando começou, realmente, a fazer sucesso, as coisas mudaram, não conseguia mais nem vestir as próprias roupas ou ir aos seus lugares favoritos sem uma dúzia de fotógrafos o seguindo para onde fosse. Com o passar do tempo, o dinheiro não conseguiu mais nem ao menos comprar algum tipo de felicidade momentânea.
O que tinha em mente era se afastar das telas após o convite de seu amigo e diretor, umas das poucas razões de aceitar fazer o filme, foi o fato de Paul Ramsey ser uma das únicas pessoas a não o abandonar, desde o início, e isso era algo que o homem sempre reconheceria. Talvez, ele estivesse amargurado demais por não conseguir mais sentir as próprias emoções, até a garota em sua frente despertar um misto de sentimentos dentro dele.

— E quem diabos é você? — Perguntou no mesmo segundo que tirou a mão dela do seu ombro de maneira brusca.
Brixton. — Disse orgulhosa, jogando uma parte do cabelo para trás dos ombros.
— É ela! — Ramsey levantou-se da cadeira com o semblante feliz e batendo palmas, o que fez com que todos no studio agisse da mesma forma chamando atenção dos dois que discutiam há minutos.

Para não foi muito difícil entender o que seu amigo estava querendo dizer.

— Definitivamente não! — Apontou o dedo para Paul.
— O que? — Ela questionou um pouco confusa.
, vocês têm tanta química que todo o estúdio parou para observar, todos ficaram completamente vidrados. — Justificou estendendo as mãos para o ator.
— Que porra! — Esbravejou. — Ela é só a garota do café! — Pousou as mãos na cintura e respirou fundo. — Ela ao menos fez a porcaria do teste. — Bufou nervoso.
— Eu não sou a garota do café. — Repreendeu ele. — E eu posso fazer a porcaria desse teste e ainda assim ser muito melhor que você. — Lançou um olhar mortífero.
— Viu? — O diretor tentou fazer Bursin enxergar. — Há tanta tensão aqui que mal conseguimos respirar. — Entrelaçou as mãos agradecendo aos céus. — É ela! — Assentiu a cabeça para Brixton.
— Isso significa que eu consegui o papel? — O maior sorriso que ela deu em sua vida foi se formando no rosto. — Eu consegui o papel! — Um leve gritinho de emoção saiu da boca dela. — Meu primeiro papel! — Empolgada, abraçou e ele ficou sem reação com a atitude da garota.

Com toda loucura do mundo, fazia um bom tempo que ele não sentia algum tipo de conforto em atos físicos. E mesmo sem retribuir o abraço de , ele pode sentir uma avalanche o alcançando, o cheiro de rosas entrando propositalmente nas suas narinas pelo movimento dos fios dos cabelos que insistiam em se mexer junto a felicidade dela e definitivamente em como sua mudança de humor o afetou.
Fechou os olhos para tentar fugir daquilo, mas, não obteve êxito. Então, esperou que ela mesmo se tocasse e decidisse se afastar. A garota, por sua vez, o abraçou mais forte ainda, após sentir o calor que ele exalava a consumir por inteira, por uns segundos ficou na expectativa de que pudesse agarrá-la o mais forte que conseguisse e quando percebeu que isso não era o que ele faria, se desvencilhou dos seus braços, devagar.

— Eu sinto muito! — Desviou o olhar, antes que ele pudesse julgá-la.
— Está tudo bem! — Colocou a mão à frente da boca e pigarreou. — Agora que vai trabalhar comigo, traga um laudo comprovando que você não é bipolar, eu imploro! — Disse e recebeu um olhar ofendido de Brixton.
— Eu não sou bipolar! — Contestou de forma exasperada.
— Você tem um laudo? — Sarcasticamente, questionou a garota.
— Não, mas... — não a deixou concluir a frase.
— Então traga um! — Sorriu sem mostrar os dentes, deu as costas e foi em direção a saída. A morena olhou para Ramsey, aborrecida e o mesmo deu de ombros, controlando a risada.
— Como alguém pode ser tão insuportável? — Reclamou com o tom de voz alto, seguindo Bursin para tirar satisfações.

Paul por sua vez, estava se divertindo bastante com a situação.

— Se ela não conseguir trazê-lo de volta, ninguém mais vai! — Sussurrou para si. — Isso vai ser hilário pessoal! — Falou, direcionando o olhar para as pessoas em sua volta naquele espaço.

Mesmo sem muita certeza do que estava fazendo, o diretor pagaria para ver.

— Ei, ei, ei! – disse indo atrás do homem. – Você não tem educação, não? – Disse o puxando pela mão.
— Que é garota? – Ralhou.
— Se tem problemas auditivos, o que eu entendo, você é velho, né? Mas meu nome é . Brixton pra você. Não sou nenhuma garota. – Cruzou os braços.

apertou o canto dos olhos e fez uma carranca que ele fazia quando estava sendo idiota e sabia, mas não queria dar o braço a torcer. não tinha culpa se a ex atriz contratada era uma mimada e não gostava de nada no texto e sempre queria improvisar na hora. Então eles tiveram que reorganizar tudo e começar do zero. Agora uma novata de, pelo menos, um metro e alguns centímetros estava o enfrentando desde a primeira vez que se direcionou a ele.

— Paul te mandou aqui? – Perguntou.
— Não. Eu vim atrás de você por eu ser profissional e levar meu sonho a sério, sabia? Podemos trabalhar numa boa juntos ou não. Mas vai ter que me aturar. Não vou renunciar ao papel. Eu vou voltar e vou conversar sobre o filme com o Paul, quando você crescer e quiser conversar, vamos estar lá esperando por você.

virou as costas e a nuvem de cabelos dela a acompanhou em passos firmes. a imitou baixinho e entrou no banheiro. Se encarou no espelho e jogou água no rosto, tentando se acalmar. Ele não podia ser visto em outra polêmica por causa de colegas de elenco e Paul o mataria se fizesse outra atriz se demitir.

— Vamos lá . Você consegue. – Disse pra si e voltando pro estúdio.

Quando estava quase abrindo a porta, conseguiu ouvir as risadas de e Paul vindo do lado de dentro.

— Atrapalho a dupla risadinha? – Disse entediado.
— De forma nenhuma. – sorriu abertamente. – Estávamos falando sobre nossos personagens.
é um talento nato, ! – Sorriu
? – riu .
. Só . – Bufou.
— Ele não tem mais senso de humor. Não liga. – Paul disse balançando a mão no ar. – Vamos apresentar a personagem pra você e vai passar o texto com ele. Estão liberados depois.

suspirou pesado e se sentou em roda com os dois. Eles passaram o texto algumas vezes até os dois acharem um ritmo bom com os personagens. Depois Paul deu algumas dicas e dispensou o casal protagonista para casa.

— Muito obrigada pela chance. Não vou decepcionar. – O sorriso de rasgou o rosto.
— Eu sei. Você foi incrível. – Paul disse sorrindo de volta. – Espero trabalhar mais vezes com você.
— Então até amanhã. – Riu. – Tchau Paul. Tchau..... – Acenou antes de sair.
— Você está vendo, né? Tá vendo?! – apontou .
— Você é muito chato, sabia? A menina ficou o tempo todo tentando interagir com você. Vão ficar meses juntos, convivendo, dia a dia, colabora comigo. – Bufou
— Tá bom. Desculpa. Vou pegar leve. – Bufou.
— Cerveja? Eu pago. – Sugeriu Paul.

se levantou com o amigo e foram até o pub que eles iam quando tinham folga. O dono era um cara novo que uma vez ajudou a se esconder junto com Paul e então viraram amigos.

— Meus clientes favoritos! – Logan abriu os braços.
— E aí, cara? Cerveja. E bem gelada. – Pediu .
— Saindo no capricho!

e Paul se desligavam quando estavam conversando. Sem falar de trabalhos ou coisas assim. Eles falavam besteira, faziam piadas e não se preocupavam se alguém ia vir pedir autógrafo a . Logan levou as duas longs “véu de noiva” (1) e alguns petiscos.
(1) Garrafa de cerveja coberta por um véu de gelo.
chegou no seu pequeno apartamento jogando as coisas na mesa e se jogando no sofá. Discou para o chinês da rua de trás e pediu o combo do dia enquanto assistia tv. Ela tinha tido um longo e cansativo dia, e nem acreditava que estava num blockbuster na sua estreia nos cinemas. Sorriu sozinha e foi colocar roupas confortáveis. Um tempo depois a comida chegou e ela começou a assistir alguns materiais que tinha tanto de quanto de Paul. Ela tentaria ao máximo não cair nas provocações de e dar o seu melhor para o filme. Ela não sabia se precisaria mexer no cabelo, então marcou um cabeleireiro correndo para o fim de semana apenas pra cortar as pontas e fazer uma hidratação.

Brixton, sua vida vai mudar para sempre depois desse filme. – disse para si mesmo confiante.

Ela acabou de comer e limpou a bancada, levando consigo seu notebook e seu caderno de anotações. Tomou uma ducha rápida e voltou a anotar algumas coisas que ela achou importante antes de ir dormir.

[...]

havia chegado cedo no set e fez amizades com os funcionários enquanto esperava chegar com Paul. sempre fora uma menina doce e gentil com todos. Então prometeu que na manhã seguinte traria rosquinhas para tomarem café. Conheceu , a maquiadora, que a levou no seu trailer.

— Ai. Meu. Deus. Eu tenho um trailer?! Me belisca, ! – Riu.
— Tá. – apertou um pedacinho de pele de e girou.
— Ai ! – Pulou.
— Você que pediu! – Riu. – Entra logo. Com o pé direito.

abriu a porta feliz e colocou o pé direito lá dentro. O trailer era composto por um sofá, uma cama de solteiro, um banheiro, uma arara de roupas e uma penteadeira. A jovem sentiu seu coração sair pela boca. Limpou o canto dos olhos e sorriu pra .

— Nem acredito nisso. Mesmo. – Disse olhando tudo com admiração. – Nem nos meus sonhos imaginei assim.
— O senhor Ramsey gosta de fazer os atores se sentirem acolhidos. Tenho certeza de que vai gostar daqui. – Sorriu.

e começaram a conversar enquanto a maquiadora a arrumava para o primeiro ensaio de câmeras e ajuste de figurino. Depois de arrumada, passou o texto sozinha e ficou esperando ser chamada para o set de filmagens.

— Sra , Ramsey e Bursin estão aqui. – Disse um dos staffs
— Ok! Obrigada! – disse abrindo a porta. – E pode me chamar de . – Sorriu.

se sentiu como as grandes atrizes que ela admirava enquanto caminhava até o set. Ela parava vez ou outra e registrava com seu celular algumas fotos que levaria de recordação quando acabasse aquilo tudo. Sentiu o coração leve e realizado. Ela mal podia esperar para finalmente ver seu rosto em todos os lugares como sempre sonhou. Andou mais uns metros e entrou no set 13. Ela nunca tinha visto uma equipe tão grande fazendo tantas coisas ao mesmo tempo. Se esgueirou entre as pessoas e as câmeras e achou a cadeira com seu nome. Mais uma foto. Sentou-se nela e ficou esperando Paul e irem para lá. Não demorou muito e os dois chegaram juntos. Paul com semblante mais sério, talvez para impor respeito, pensou. estava lindo. Ele era mais alto que ela, branco, com o corpo bem definidos e braços fortes, o rosto tinha o maxilar bem marcado, barba e cabelos bem alinhados de cor ruivo puxado pro loiro e olhos claros que faziam o pacote completo. Ele também já vestia o figurino e passou direto, seguindo Paul. Ela fingiu estar concentrada lendo seu roteiro quando ouvi Paul a chamar por um megafone.

, estamos te esperando, só falta você.

saltou da sua cadeira e foi até o encontro dos dois. Ela estava extremamente nervosa e não sabia como agir. Ela sempre lia o que atrizes que ela gostava como Anne Hathaway, Viola Davis, Sandra Oh entre milhares de outras falavam sobre os sets, as gravações e pós gravações, mas ela nunca pensou que pudesse estar vivendo aquilo.

— Vamos começar marcando os lugares de vocês e depois ver se o figurino combina com a proposta. , espero que se divirta, mas também quero profissionalismo. , não assuste a coitada, entendeu?

Farketmez (2). – Resmungou.
(2) “Tanto faz” em turco.
Paul disse caminhando em passos largos em direção a sua cadeira com uma grande câmera na frente, lhe dando visão completa dos dois protagonistas. – Em suas marcas, preparar, ação!
e posavam pra algumas fotos enquanto Paul e a equipe avaliava os dois em ação. Os dois pareciam ter nascido para atuarem juntos. A meiguice da personagem feminina era o contraste perfeito ao personagem masculino. Na tela da direção eles pareciam ainda mais bonito juntos.

— Corta! – gritou. – Vocês foram ótimos! , depois vamos tirar fotos suas e depois da . Vocês são o meu casal!
— Obrigada. – Sorriu abertamente.
— Vamos dar um break e voltamos com vocês lendo o texto original. Estão dispensados.

saiu e foi na mesa de café, fez uma careta quando viu que só tinha muffins de passas. Sua alergia jamais a deixaria comer aquilo. Tentou alcançar o último de chocolate, mas uma mão masculina já tinha o tirado da bandeja. Quando olhou e se deu conta de quem era, .

— Se importa de trocar? Sou alérgica a passas.
— Alérgica a passas? – Riu baixo.
— É.
— Que alergia idiota. – Resmungou
— Você não tem alergias? Que bom pra você. Pode trocar ou não?
Tamam, tamam (3)! – Bufou. – Pega logo esse muffim. – Disse estendendo a mão.
— Obrigada. – Disse mordendo um pedaço.
— Sou alérgico a morangos. – Comentou.
— Que alergia idiota. – Retrucou.
— Você é engraçadinha, né? – Torceu o nariz.
— Eu sou mesmo. Quando eu era pequena, eu fui do teatro da escola e eu sempre era o papel da comédia.
— Percebe-se.
— Você é sempre assim? – Bufou. – Desde o primeiro dia você é um grosseiro comigo e eu não faço nada pra você! A única coisa que eu faço e que eu quero é atuar bem e me lançar para a indústria, se você acabou com a sua carreira, problema seu! Não acaba com a minha. Passar bem.
(3) “Ok” em turco.
largou seu café e foi pro seu camarim respirar. Ela tentou ser educada e não responder com grosseria pois era nova e tinha medo de que ele, por ser experiente, sabotasse a carreira dela. Abriu o frigobar com as mãos trêmulas e virou uma garrafinha de água de uma vez.

? – Disse batendo na porta. – Podemos conversar?
— Não. Não podemos. Não estou a fim de ouvir suas patadas, grosserias e afins.
— Por favor.

abriu a porta e ficou de braços cruzados na sua frente. Ela sempre fazia um bico quando estava nervosa e não pode deixar de notar isso. Ele riu baixo e entrou.

— O que é?
— Eu sinto muito por ter sido grosso. Vou tentar ser mais....educado.
— Só isso?
— Basicamente.
— Então com licença. Estou no momento de folga e quero descansar.
— Entendi o recado. – Disse se colocando de pé.
— Ótimo. Obrigada. – Disse batendo a porta do trailer quando ele desceu.

A jovem se jogou na cama e voltou a ler o roteiro. A história era de uma estudante de arquitetura que, infelizmente, perde sua bolsa de estudos por causa de Serkan Bolat, um sharktank magnata dos negócios de construção. Quando ela descobre que ele vai dar uma palestra na sua faculdade, é a chance perfeita de enfrentar ele. Mas Eda acaba algemando os dois, literalmente, e os dois são obrigados a passar algumas horas juntos. É aí que Serkan vê em Eda a oportunidade de reconquistar a ex-namorada e sócia Selin e propõe um acordo, onde os dois fingirão um noivado para que Selin desista de seu casamento com Ferit, em troca, ele pagará a bolsa de estudos a Eda. Mas será que o destino deles não tem algo pra oferecer?

— Só uma maluca se algemaria a um homem desses. – Bufou

ouviu sendo chamada novamente e ajeitou o figurino com as mãos. Um body branco sem mangas com uma saia azul florida e um cinto branco, que combinava com o body. Cabelos soltos em ondas com bijuterias pratas, nos pés ela usava um coturno curto bege com meias brancas.

— Em suas marcas... ”You Knock On My Door (4) ”, cena 1. Gravando! – Gritou Paul. respirou fundo e começou a filmar o papel que iria mudar a sua vida.
(4) You Knock On My Door (Tradução americanizada de Sen Çal Kapimi)
“Like you were my closest friend”

Quase dois meses depois, estampava a maioria das capas de revistas dos Estados Unidos, era loucura como sua vida havia mudado tanto em tão pouco tempo. Quando surgiu a primeira notícia que ela era a garota escolhida para contracenar com Bursin, logo a mídia estava em cima dela para descobrir tudo o que eles podiam.
Levou algumas semanas para que Paul surgisse com a ideia de que e a morena estivessem sempre juntos quando fotógrafos aparecessem e isso acontecia diariamente quando ambos saiam do set de filmagem. Então era bem provável ver Brixton com um sorriso no rosto em todas as fotos que estava ao lado do homem.

PEOPLE: “Será que temos um novo casal na área ou apenas marketing para o novo filme de Paul Ramsey? Brixton e Bursin são vistos juntos mais uma vez saindo de um bar em Nova York!”

— Agora eles acham que somos um casal, ótimo! — Bursin bufou jogando a revista na bancada do bar a sua frente.
— Pelo menos agora eles não pensam que você é um solteirão! — riu depois de o provocar.
— Eu amo ser ator, acho que nunca quis tanto algo na minha vida, mas, isso cansa! — Ele apontou para revista e depois virou a taça de vinho rosé que acabara de ser preenchida pelo garçom.

A relação entre eles havia melhorado bastante desde que os dois foram obrigados a conviver um com o outro, pois, não tinham outra opção. E foi o suficiente para que se sentisse à vontade para desabafar sempre que precisava com a garota. A ideia louca de Paul era puro marketing para o filme, mas, fez com que eles passassem a gostar de estarem juntos.

— Eu também sempre quis isso sabe? — Indagou retoricamente após bebericar o vinho. — Ser uma atriz, não a fama em si. — Justificou. — Mas, eu sei que isso era uma consequência a qual eu nunca conseguiria fugir caso algo desse certo. — Deu de ombros e sorriu de maneira singela. — Na realidade, não sou famosa, acho que estão atrás de mim por sua causa. — Empurrou o ruivo que estava ao seu lado devagar.
— Eu tenho quase certeza que sim! — Foi debochado e ambos riram.

Eles, realmente, estavam se dando bem.

— Tem um fotógrafo bem atrás de você! — Ela tentou disfarçar. — Não olha agora, mas, ele está tirando tantas fotos de nós dois que é bem provável que a câmera dele exploda a qualquer momento. — Brixton fitou o homem a sua frente de maneira sexy.
— E por que a senhorita está me olhando dessa forma? — Ele umedeceu os lábios.
— O que acha de dar a eles, exatamente o que eles querem? — Questionou de forma sarcástica.
— Você está querendo dizer que quer dançar comigo, é isso? — O ruivo a puxou levemente pela cintura e o movimento fez com que ela colocasse suas mãos no peitoral dele.
— Você tem uma ideia melhor? — Questionou estreitando os olhos.
— E se eu beijar você? — Perguntou diretamente.

Por mais que fosse uma brincadeira interna deles, sempre provocarem os paparazzis quando encontrassem algum, nunca havia sugerido algo assim, mas, ficar estar perto de trazia um turbilhão de sentimentos que desencadeava emoções, as quais ele ainda estava aprendendo a lidar, a morena havia mostrado coisas que ele não via há muito tempo.
Então vê-la em um vestido curto, preto e apertado ao seu corpo, não estava o ajudando a se manter são. Além do mais, tentou usar uma justificativa falsa para adiantarem mais uma cena de beijo entre eles e não obteve sucesso, precisava sentir, novamente, a boca, a língua de , precisava do toque dela de alguma forma e não via outro jeito se não aproveitasse a oportunidade que o universo estava dando.

— Como...

Antes que pudesse terminar de fazer a pergunta, capturou sua boca com a dele. Beijar fora das câmeras era completamente diferente. Geralmente ela tinha gosto de chiclete de menta, que ele detestava que ela comesse antes que gravassem por ele não gostar de chiclete e sempre ficar com o gosto em sua boca depois. Dessa vez ela tinha gosto de vinho e era incrível. Ele começou o beijo suavemente por não saber como ela iria reagir, quando ela pediu passagem com a língua, sentiu borboletas no estômago e a puxou pra perto, passando os braços na cintura dela. levou as mãos até o rosto dele e segurou passando a unha devagar em suas bochechas.

— Opa, desculpa interromper.... – Interrompeu Logan rindo.
— Você tem meio segundo pra sair daqui. – Ralhou . Logan levantou as mãos em protesto e voltou pra cozinha rindo baixo.

cortou o beijo de repente, sem graça. Ela mal conseguia olhar para cima sem sentir o rosto quente. Ela ajeitou os fios bagunçados e virou o resto do vinho de uma vez só.
“Isso vai valer uma grana!” Gritou o paparazzi de longe.

— Pelo menos você não tá com gosto de chiclete. – Ele disse no pé do ouvido dela.
— Amanhã eu bebo vinho. – Piscou, antes de voltar a beijar ele de novo.

O casal saiu do bar um tempo depois e resolveram jantar num lugar mais discreto e da confiança dele. Eles sabiam que no momento que essas fotos saíssem, eles nunca mais iriam ter paz, nem no set e nem nas próprias vidas, mas talvez estivesse valendo o risco. sabia que não era como as outras. Ele via brilho nos olhos dela quando ela falava do filme em alguma press que eles iam ou em algum programa pra falar sobre o projeto. Ele se lembrava de quando ele era assim e não iria deixar que estragassem isso para .
Depois de jantarem e trocarem mais alguns beijos, deixou em casa e seguiu para sua. subiu as escadas de casa cantarolando, ela mal podia acreditar no que estava acontecendo. Os desvaneios dela foram interrompidos pelo toque do aplicativo de mensagens.

“Te busco amanhã. Vamos tomar café. Nada de chicletes.
The B.”


sorriu sozinha para pequena tela e respondeu de volta. Deixou o celular na cama e foi tomar banho para arrumar sua mala que sempre leva ao set. Se jogou na cama com um sorriso bobo nos lábios e adormeceu.

“I feel you, no matter what”

Quando e chegaram ao set, havia milhares de paparazzis os esperando. apertou as mãos no volante e os ignorou.

— Ignora eles. – Sugeriu. – Aja normalmente.
— Tá bom. – Sorriu insegura.
— Tá tudo bem. – disse pegando a mão dela e dando beijo rápido.

O segurança os deixou passarem e eles entraram no set. estacionou em sua vaga e desceu do carro acompanhado de .

— Eu te vejo lá dentro. – Sorriu. – Tenho uma reunião de negócios agora, mas a gente se vê.
— Tá bom . – Sorriu de volta.

e seguiram separados e cada um foi para seu trailer. Ela ouviu alguns cochichos enquanto caminhava para seu lugar e seguiu o conselho de dele, apenas ignorar. Mesmo sendo difícil, acreditou que essa seria a única alternativa que fazia ela esquecer da ansiedade querendo comer seu estomago por inteiro.
As coisas tomaram um rumo bem diferente do que eles esperavam, não porque Brixton não havia gostado do beijo, mas, por que ele não tinha nada de marketing, não foi encenado, não foi para atazanar um paparazzi ou por que era um pedido de Paul, mas por que decidiu beijá-la, ele quis isso.
Imediatamente, bloqueou a tela do celular e bufou irritada pelo simples fato de ter visto comentários supernegativos sobre eles serem um casal, um aperto no coração dela deu um sinal forte de que as coisas não terminariam bem e ela não pode evitar o sentimento de culpa.

— Mal começou e já está sabotando sua carreira Brixton! — Olhou para o espelho na penteadeira a sua vista e não evitou o susto quando a porta do trailer abriu. — Está tentando me matar? — Olhou para , nervosa.
— Por que está tão assustada? — Ela riu fraco. — Não é como se eu nunca tivesse aberto essa porta antes. — Olhou para garota desconfiada.
— Eu estava distraída. — Justificou, desviando o olhar.
— Tem certeza de que por um acaso você não estava pensando em alguém chamado Bursin? — Questionou de forma debochada.
— Você não era mais amável? — Revirou os olhos, irritada.
— Ei! — chamou atenção da garota através do espelho. — Está tudo bem? — Indagou a mesma, preocupada.
— É só que tem esse tanto de gente falando um monte de coisa sobre mim e o como se eles soubessem de tudo, como se fossem donos da razão, achei que estaria preparada para isso quando acontecesse. — Suspirou referindo-se a fama. — Mas, pelo visto não. — Mordeu o interior da sua bochecha em negação.
— Olha, tem uma carreira consolidada na indústria há anos e sempre foi conhecido por seus relacionamentos superficiais, então quando surge qualquer possibilidade ele estar com alguém, as fãs simplesmente enlouquecem. — Apertou os ombros da amiga para que ela pudesse sentir-se segura. — Não deixa isso te tirar do seu foco, você está entrando nisso agora e precisa ser mais forte que o normal. — Sorriu assentindo com a cabeça de maneira confiante.
— Nós nos beijamos ontem à noite. — comentou nervosa, na tentativa desesperada de mostrar que aquilo havia mexido com ela.
— Eu sei, está em todos os tabloides! — arregalou os olhos. — Mas, todos sabem que é puro marketing, então fica tranquila. — Deu de ombros sem perceber que sua amiga estava tentando dizer que não era. — Mas, agora você precisa se preparar porque entraremos em ação em alguns minutos. — Depositou um beijo na cabeça de e deu as costas em direção a saída.
— E se não foi? — Brixton questionou antes que sua maquiadora deixasse o trailer.
— Como assim? — Ela olhou para trás meio surpresa.
— E se não foi marketing? E se foi diferente? E se não foi algo superficial? — Mordeu o lábio inferior após lançar tantas perguntas. — Não vai dizer nada? — Encarou boquiaberta.
— Por que você está tentando sabotar sua carreira quando ela ainda nem ao menos começou? — Agiu sem pensar, não quis deixar a garota mais nervosa do que estava, então repensou as palavras rapidamente. — Quero dizer que ele é homem, essa indústria não perdoa mulheres ! — Tentou aconselhar.
— O que quer dizer com isso? — Indagou a amiga, confusa.
— Que isso pode ser algo que lá na frente pode te prejudicar. — Aproximou-se da garota. — Quem você acha que vão apontar o dedo se algo der errado? — Encarou Brixton séria.

Foi o suficiente para que ela entendesse tudo. Precisava esquecer aquele beijo entre eles, pois, não ia demorar muito para que algo a mais acontecesse e ela sabia disso. Podia sentir. Acreditava fielmente que não estava errada quando pensava que também a desejava de um jeito forte. Era algo intenso. Não existia uma explicação plausível.
Então como poderia julgá-lo por alguma coisa que ela também queria?
O medo a dominou em poucos segundos, tentou conter-se, mas, não conseguiu, a decisão de correr atrás dele foi instantânea. Deixou o trailer sem ao menos se despedir de e saiu pelo set a procura de um ruivo que quase sempre estava mal humorada, porém, que passou a sorrir depois que ela entrou na vida dele.
Sabia que não era por acaso.
Enquanto chamava atenção de alguns figurantes, pois parecia desesperada procurando e ansiando por qualquer sinal de vida de Bursin, acabou esbarrando em algo ou melhor alguém, com o impactou acabou caindo de bunda no chão e ouviu uma risada gostosa em seguida. .

— Está tentando se matar? — Perguntou de forma divertida, estendendo sua mão para que ela pegasse enquanto todos por perto prestavam atenção.
— Estão olhando para nós. — Pressionou a ponta dos dedos da mão contra o piso.
— E? — Retrucou, insistindo para que a garota pegasse sua mão e ela recusou. — Vai ficar sentada aí para sempre? — Ele sorriu de forma genuína.
— Eu estava procurando por você. — Disse em um tom de voz tão baixo, o que automaticamente fez com que Bursin se sentasse no chão ao lado dela.
— O que você falou? — Questionou encarando .
— Todos estão olhando para gente. — Engoliu seco percebendo os julgadores ao redor.
— Eu não me importo. — Puxou o queixo da garota para que voltasse a encará-la e pode perceber o medo nos olhos dela. — Vamos? — Ele apontou com a cabeça para que ambos se levantassem e ele pudesse tirar ela dali.
... — Ela tentou dizer algo e não conseguiu.
— Eu te entendo! — Segurou a mão de , levantou-se e fez com que ela o acompanhasse. — Vem, vou te tirar daqui!

Mesmo com os figurantes cochichando bobagem, Bursin não se intimidou, parecia bem acostumado com aquele tipo de coisa, Brixton pensou em quantas vezes ele já não tivera feito o mesmo com outras garotas. Repreendeu os seus pensamentos quando lembrou que o motivo de ir atrás dele, era exatamente para o contrário.
O homem direcionou-se a saída do local com a garota e foi para uma das salas que possuía no enorme estúdio. Após entrarem, ele trancou a porta para que os dois pudessem ter privacidade e ele entendesse o que estava acontecendo na cabeça de , pois queria saber se ela sentia o mesmo que ele.
Dessa vez era diferente, lembrou de repetir diversas vezes para si mesmo depois do seu beijo com ela, queria fazer diferente, seria compreensível, atencioso e amoroso, não iria perde-la por causa de mais uma manchete falando sobre como ele apenas usou suas ex namoradas por ser ganancioso e apenas se dedicar ao trabalho. Não deixaria que por um segundo a garota pensasse isso dele.

— O que aconteceu? — Questionou de forma calma.
— Já viu o Twitter? — Franziu o cenho ao perguntar.
— Eu não perco tempo com essa besteira...
— Besteira? — Ela o interrompeu. — As pessoas estão dizendo coisas horríveis sobre mim . — Explicou. — Só hoje, minha mãe me ligou duas vezes para conferir se eu não tinha me matado, você mais do que ninguém deveria saber o que essas ondas virais de ódio causam. — Colocou as mãos na cintura.
— O que eu quis dizer...
— Não tem o que dizer Bursin! — Mais uma vez o deixou sem opção de terminar sua fala. — Eles estão dizendo que eu consegui o papel por que eu dormi com você, tem noção? — Engoliu a saliva na tentativa de controlar o choro.
— Isso é verdade? — Levantou as sobrancelhas ao questionar.
— Não, não é, mas...
— Não é! — Balançou a cabeça negativamente em concordância e aproximou-se. — Eles não sabem de nada. — Colocou suas mãos no rosto dela e colou o mesmo delicadamente na sua testa. — Por que vai dar ouvidos a quem não sabe do que está falando? — Questionou.
— É só que... — Ela respirou fundo antes de continuar. — E se não conseguirmos? — Pousou as mãos em das dele.
— É claro que vamos! — Roçou o nariz no dela. — O que acha de tomarmos um vinho hoje? — Soltou-se dela devagar. — Só nós dois, na minha casa. — Sorriu. — Podemos cozinhar juntos, conversar sobre isso ou dançar um pouco. — Deu um leve gingado, o que desencadeou uma risada dela.
— Dançar? — Ela perguntou prendendo os lábios segurando a vontade de rir.
— Isso! — Assentiu. — O que me diz? — Indagou a garota, ansioso por uma resposta.
— Tudo bem! — Concordou. — Vamos fazer isso! — Sorriu e a puxou para um beijo.

Com tudo armado para um encontro à noite, o resto do dia foi rolando melhor para , as gravações ocorreram de maneira espetacular. Paul amava a química do casal, mal ele sabia o quanto aquilo era real. A morena sentia-se mais confiante porque logo mais estaria nos braços de Bursin, colocou na cabeça que se ele disse que queria fazer isso, nenhum falatório iria impedir o mesmo.
Ela estava preparada para estar com ele, qualquer que fosse a circunstância.

“...And I chose you, the one I was dancing with in New York, no shoes, looked up at the sky and it was... The burgundy on my t-shirt when you splashed your wine into me and how the blood rushed into my cheeks, so scarlet, it was maroon...”

chegou exatamente às 20 horas no apartamento de . Ela não sabia como, mas ele conseguiu com que ela chegasse e não estivesse nenhum paparazzi na porta. Ela subiu até o último andar do apartamento e tocou a campainha. Quando ele abriu a porta e se mostrou para ela, sentiu todo seu chão cair. Ele estava com roupas bem diferentes do que ela via no set quando ele chegava ou quando estava usando as roupas do personagem. Ele estava com uma blusa de manga lisa, calça de moletom e descalço. O cabelo estava molhado e ele estava sorridente.

— Entra. – disse a puxando pela mão. – Arrumei a casa só pra você.

entrou devagar tentando analisar onde ela estava entrando. Ela sabia que podia se ferrar com isso, mas ela não liga mais. Ela gostava de e sabia que ele também gostava dela. Ela não ia ligar pro que iam dizer, ela iria viver aquilo e esperar o que tivesse que acontecer, de fato, acontecer.

— Obrigada. – Riu. – O que vamos fazer hoje?
— Eu preparei uma tábua de frios, fondue e claro, vinho. – Sorriu.
— Eu trouxe chiclete. – Brincou.

roubou um selinho de e a levou até a varanda onde ele tinha preparado um espaço pra eles. a abraçou por trás enquanto ela descansava a cabeça no peito dele. A decoração romântica tinha velas e pétalas de rosas no chão acompanhadas por um espaço com almofadas para eles deitarem e uma mesa de madeira com as comidas postas.

— Eu amei. Ficou tudo lindo. – Sorriu.
— Que bom. Antes de tudo, vai tirar seus sapatos, hm? Vou colocar música pra gente.

assentiu e foi deixar seus sapatos na entrada, deixando-os perto do dele, que estava por cima de um tapetinho. Quando fez o caminho de volta encontrou enchendo as taças de vinho e ficou o observando. Ele não parecia o mesmo de quando começaram a trabalhar juntos, agora ele entregava flores no camarim dela, a deixava em casa, mandava mensagem quando estava longe, era tudo perfeito.

— Oi. – Ele disse sorrindo encantadoramente. – Eu vou colocar a música. Espera aqui.

O ruivo saiu em passos largos e foi até a mesa de canto colocar a música, a voz firme e grossa de Michael Bublé invadiu os ouvidos de que sorriu quando ele se virou e caminhou até ela com uma das mãos estendidas. Ela prontamente pegou a mão dele e eles começaram a varrer o chão da sala enquanto dançavam devagar.

— Como vamos reagir quando o Paul souber? – perguntou aflita.
— Com o Paul eu sei lidar. Não se preocupa com ninguém agora. Só em nós dois. – disse plantando um beijo na testa dela.

respirou fundo antes de esconder o rosto no tórax de .

— Eu tô do seu lado, ok?
— Obrigada. – Disse levantando o rosto e o beijando.

correspondeu ao beijo e segurou o rosto de suavemente enquanto a levava para o sofá. sorriu entre o beijo e caiu de costas no móvel. Os dois continuaram se beijando até que ela sentiu a mão tentar abrir o botão do seu jeans.

— Espera. – Pediu.
— Desculpa, desculpa!
— Não é isso. Calma. – Riu. – Só me pegou de surpresa.
— Não vou fazer nada que você não queira, tá? – Disse tirando o cabelo do rosto dela.
— Eu quero. Por favor.

voltou a beijar com mais paixão dessa vez. Os dois estavam em perfeita sintonia. Era muito melhor no real do que no ensaiado. O toque de um completava o do outro, quando as peças foram sendo jogadas no chão, os dois perceberam que não tinha mais volta. Estavam totalmente entregues um ao outro.

[...]

e estavam abraçados na cama dele enquanto riam de algum filme que passava na televisão. fazia cafuné no cabelo dela enquanto ela alisava o braço dele devagar.

— Tô morrendo de fome. Vamos descer? — Por favor! – Riu.

estendeu sua camisa para que vestiu rapidamente e levantou junto com ele. vestia só sua calça de moletom e tinha o cabelo bagunçado. Os dois desceram de mãos dada e se sentaram na varanda.

— Me conta algo da sua vida. – Pediu ele.
— Hm, minha vó era enfermeira da segunda guerra.
— Uau. Incrível.
— Não é?! – Riu
— Não tem nada legal assim na minha vida. – Riu junto.
— Você fala turco! Isso é muito legal!
— Eu sou de lá. Falo inglês e turco, que é minha língua materna. – Deu de ombros.
— Vai falar em turco pra mim quando? – provocou.
— Tem muitas coisas que eu posso chamar você em turco. – Piscou.

se debruçou e beijou devagar, mas sem querer esbarrou uma das mãos na taça, fazendo o vinho virar completamente ensopando .

! – Riu alto — Desculpa! – Disse limpando o rosto dela

Os dois riram juntos e voltaram a se beijar.

[...]

No dia seguinte, eles resolveram chegar juntos no set. Já tinham feito isso outras vezes, mas aquela ocasião ia ser diferente. Os dois chegaram de mãos dadas e deu um beijo rápido nela quando se afastou, deixando todos surpresos.

— Vou falar com Paul. – Anunciou
— Tá bom. Confio em você. – Sorriu.

deu as costas e seguiu seu caminho até seu trailer, antes que ela pudesse entrar no camarim, ela foi recebida por uma chuva de paparazzis que saíram de algum lugar e começaram a tirar fotos dela. ficou em choque e mal conseguia sair do lugar. Agradeceu por estar de óculos escuros porque aí eles não conseguiriam ver o mar de lágrimas que seus olhos estavam começando a reproduzir.

— Deixem-na em paz! Agora! – A voz já conhecida por ela disse entrando no meio dos paparazzi. .
— Me tira daqui. – Pediu quase chorando.

a agarrou pela cintura e conseguiu afastar ela deles enquanto os seguranças do estúdio tiravam os paparazzi do lugar.

— Vem, vamos falar com o Paul. – Disse beijando o rosto dela. – Fica calma.

Os dois chegaram até a sala de Paul que os esperava de janela fechada com as cortinas. conhecia Paul desde quando começou nessa vida, sabia que ele não iria ter um chilique. Mas estava preocupado com , o que será que ele iria pensar dela?

— Podemos conversar sobre o que está acontecendo? ? – Disse a fitando
— Eu....eu....- Disse se enrolando
— Ei, Paul, não. – Alertou . – A culpa foi daqueles caras! Ela é inocente.
— Vocês estão fingindo? É um pr?
— Eu não sou mulher de fazer esse tipo de coisa! – Defendeu-se.
— Não tô julgando! Ia ser ótimo! – Riu.
— Paul. Isso é sério. Estamos juntos de verdade. Sabe que eu não faço isso, me envolver com colegas de elenco e sabe o motivo, mas aconteceu. Só quero ter certeza de que ela vai ser protegida aqui dentro. Só isso.
— Claro que vai. Vamos reforçar segurança e vou garantir que ninguém comente. – Assentiu.
— Obrigado.
— Mas , sabe que a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco. – alertou. – Cuidado. Os dois.

e foram caminhando em silêncio até chegarem no trailer da garota. desabou no choro e a amparou como pode.
“Cause we lost track of time again, laughing with my feet in your lap...”
pediu a Paul que começassem a gravar mais tarde até se recuperar. contou algumas histórias de quando morava na Turquia enquanto fazia massagem nos pés dela a fazendo rir.

— Obrigada . – Riu.
— Tá bom, eu deixo você me chamar de agora. Mas só porque eu adoro você. – Disse limpando o rosto dela. – Não precisa chorar.
— Desculpa. É que eu não esperava isso tudo acontecer. Acho que entrei em pânico.
— Quer que eu mande chamar a ? – Ela assentiu.
— Tá bom. Então daqui uma hora, uma hora e meia, podemos começar?
— Podemos.

Ele sorriu e deu um beijo tímido nela.

— Dorme comigo hoje? – Perguntou.
— Claro. – Sorriu limpando os olhos.
— Tá bom. A gente pode pedir comida também, o que acha?
— Só se me deixar escolher dessa vez. – Riu.
— Combinado. – disse se levantando e beijando a testa dela
?
— Eu.
— Adoro você. – Sorriu.
— Também adoro você. – Sorriu de volta.

O ruivo fechou a porta do trailer e não demorou até que surgisse pronta pra ajudar a se arrumar.

— Como vocês estão? – Perguntou acolhedora.
— Ótimos. – Sorriu.
— Então vamos nos arrumar, srta Eda Yildiz? – riu.
— Vamos. – Riu ainda chorosa. - Por favor. Vai ficar tudo bem . Eu sei que vai. – Ela disse sentando na cadeira.

[....]

O dia de filmagem correu bem e foi liberada mais cedo, pois iria visitar a família no interior. Bursin a deixou no aeroporto e eles marcaram de se ver antes das filmagens voltarem e iriam demandar mais trabalho dos dois, já que estariam filmando as partes mais dramáticas do filme.

— Vou sentir saudades. – Comentou ele dando um beijo na testa dela.
— Eu também. – Sorriu e deu um beijo tímido no namorado.
— Me avisa quando decolar, quando pousar e quando chegar na casa da sua mãe! – Pediu
— Pode deixar! Que pena que não vai poder ir comigo. Minha mãe ia te adorar!
— Vou numa próxima. Quando as filmagens acabarem, o que acha?
— Combinado!

A morena ouviu o auto falante a chamar pelo nome para o embarque e se despediu correndo do namorado. Ele ficou a observando até ela sumir das suas vistas e seguiu seu caminho. Era a primeira vez que Bursin vivia um relacionamento depois de muito tempo sozinho e, no fundo, ele agradecia que fosse com o . Ela ser alguns anos mais nova não os impedia em nada. Ela era o oposto dele. Enquanto ela era a alma da festa, a que todos gostavam de conversar, como se ela tivesse brilho próprio, ele era o vizinho chato que furava a bola das crianças que caía no seu quintal. era a calma que ele sempre quis nesse mundo tão imbecil que ele fazia parte. Ele tentava ao máximo ignorar os comentários sobre o relacionamento dos dois, por mais que isso magoasse e ele também, ele sempre ignorava. Ele aprendeu que quanto mais te batem e você tenta revidar, mais você apanha. Ao anoitecer recebeu uma foto de com a família reunida e pode descansar sabendo que ela estaria cercada de entes queridos.

When the silence came, we were shaking blind and hazy. How the hell we lose sight of us again?

TMZ: As coisas entre Brixton e Bursin, mais conhecidos como B² estão mais sérias do que nunca! O casal é visto constantemente juntos no dia a dia. Importante lembrar que Brixton é estreante no mundo da fama enquanto Bursin já está nesse mundo a alguns anos. Teria tido alguma vantagem quando foi cotada para seu novo filme? Namorar Bursin poderia ter aberto mais portas para a novata?

E!NEWS: IT COUPLE! Cada vez mais perto de sair mais uma romcom do renomado Paul Ramsey, Brixton e Bursin são vistos juntos tirando uma semana de folga num paraíso tropical. Fontes dizem que Brixton já está cotada para mais dois papéis após viver Eda Yildiz, teria Bursin algo a ver com isso?

US WEEKLY: Brixton viverá personagem dramática ainda sem nome ou data de estreia meses depois de debutar como atriz principal no novo filme de Ramsey, fontes próximas dizem que seu namorado, , foi o responsável por facilitar as coisas para ela.


desligou o celular, o deixando na mesa de maquiagem e se jogou na pequena cama do trailer. Fungou baixinho e secou o rosto com a ponta do dedo. Mais uma vez ela estava sendo acusada de usufruir de seu relacionamento para conseguir um papel que ela só tinha feito um teste. Ela nem sabia se havia passado ou não. Ela estava cansada de sempre apanhar por causa disso. As coisas começaram a piorar quando Bige Onal, a atriz de Selin, voltou para uma reviravolta do filme. Então era constantemente perguntada se ela tinha ciúmes de com Bige por causa das cenas deles, o que estava a deixando muito puta da vida, palavras dela. Ela tinha ciúmes, sim, mas não era do modo que estavam todos falando por aí. Ela confiava em . Mas notou que quando Christian Flores entrou para o elenco fazendo um dos antagonistas, Deniz, ninguém perguntou nada a . Era sempre assim. Ela sempre era colocada a prova.

? Estou falando com você! – disse estalando os dedos na frente do seu rosto.
— Oi! – Disse a olhando.
— Não vai me contar o que está acontecendo?
— Você já viu o twitter hoje? – bufou.
— É....Vi. – Disse sorrindo de lado.
— Eu estou tão cansada disso, , você não tem noção! Cansada de me ver resumida a uma att whore(5) ou uma megalomaníaca ciumenta.
, você não é nada disso! Você sabe, o , o Paul, eu, seus amigos e sua família! Esses portais só servem pra isso. Só pra causar discórdia. – disse segurando o rosto da amiga. – Eles têm inveja de você. De todas elas! A Bige é muito amiga do , eles nunca tiveram nada além da amizade, eu te garanto. Vocês acabaram de voltar da primeira férias juntos. Não deixa isso estragar o namoro de vocês.
não me defende também. Nunca. Ele só ignora e me manda ignorar também. – Disse abaixando os ombros.
aprendeu a ser assim. Ele sabe que qualquer coisa que ele diga ou o que ele faça, as pessoas vão distorcer.

assentiu de leve e concordou com . Revidar seria pior. Mas porque será que ela se sentia tão insignificante?

— Vamos. Vocês têm um trailer para gravar agora, anda! Precisa se arrumar. Tenho uma proposta pra sua personagem. O que acha desse look? – Mostrou pelo ipad.
— Uau! É muito bonito! – Sorriu. – Eu amei.
— Mesmo? Até da franja, ? A gente pode tirar ela, se quiser.
— Não. Pode deixar como está.
— A menininha que vai fazer a filhinha de vocês chegou! Ela é tão linda, tão fofa, dá vontade de apertar! – Riu.
— Paul disse que ia deixá-la passar umas horas comigo e o , sabe? Pra ela se acostumar com a gente.
já está com ela! Ela o fez sentar no cenário e estão brincando de chá da tarde. Imagina um homem daquele tamanho naquelas cadeirinhas pequenas!

riu e deixou fazer sua mágica como sempre. era uma das melhores coisas que aconteceu com , melhor até que conhecer , ela sempre dizia.
(5) Att whore: Um indivíduo que rotineiramente solicita atenção por meio de táticas e provocações inadequadas.

[....]

Alguns meses depois começaram as press tour de You Knock On My Door, o que deixou e ainda mais expostos a todo tipo de notícia. estava começando a ficar desgastada e fragilizada pois sabia que quando o filme saísse, o assédio da imprensa iria aumentar. Ela passava mais tempo na casa de do que na sua própria já que a dele tinha um acesso mais restrito, então eles podiam respirar aliviados sem ter nenhum contato com paparazzis.

— Mãe, mãe, eu estou bem. Já disse. – tentava convencer a mãe.
— Vem pra cá. Por favor. – Argumentava a mais velha.
— Agora não dá. Estamos ocupados gravando e fazendo a promo do filme. Assim que tudo isso passar, eu irei. Prometo.
— Se cuida minha filha. – Pediu.
— Eu vou. De dedinho. – encerrou a ligação se sentindo a pior das mentirosas. É óbvio que as coisas não estavam bem.
— Eu pedi uma pizza pra nós dois. – disse entrando no quarto.
— Obrigada querido. – Sorriu.
— Quem era no telefone? Sua mãe? – Ela assentiu
— Ela tá meio preocupado com essas matérias e tal.
— Ah, besteira!
— Não é besteira pra mim, . – Bufou
— Pra mim é! Quanto mais você dar atenção ao que eles dizem, mais razão eles acham que vão ter!
— Você não entende, né? – Disse se levantando. – Não é sobre nós, ou você, é sobre mim! Eu tenho me colocar a prova o tempo todo! Provar que você nunca me ajudou em nada!
— Você vai fazer um show por causa disso?
— Um show? Então todo machismo que eu tô sofrendo é show? Se bota no meu lugar, porra! – Disse entre os dentes. – Você é o grande Bursin! Quem vai achar que você dormiu com alguém pra conseguir ser quem é?! Ninguém! Sabe o motivo? Você é homem. Você não sofre a pressão que eu tô sofrendo por namorar você. Eu vou pra casa. A gente se vê. – Disse pegando a bolsa dela e indo em direção a porta do quarto.
— Espera. – disse a segurando pelo cotovelo. – Vamos conversar.
— Não quero conversar. – Disse tentando se afastar.
— Vem cá. – disse a puxando com mais força e a abraçando.
, você não vai resolver as coisas me abraçando e dizendo que tudo vai ficar bem. – Disse o empurrando. – Eu quero saber o motivo de você nunca me defender deles. Só isso.
— Te defender do que? – Bufou.
— Você nunca leu o que falam de mim por sua causa? Ou você que não liga?
— Eu não leio porque eu não ligo pro que falam! Eu não acredito neles e eu sei que não é verdade o que falam de você. – Argumentou.

ficou em silêncio.

— Eu tô cansada disso. Realmente cansada. Eu não aguento mais. – caiu encolhida no chão abraçando os próprios joelhos.
— Meu amor, por favor, olha pra mim. – disse levantando o queixo dela. – Eu os ignoro por esse motivo. Eles só querem alguém pra atacar e enfraquecer. Não é que eu não te defenda, eu tô protegendo você, entende?
— E-eu não quero proteção! Eu quero que meu namorado me defenda quando me chamarem de prostituta! – Gritou. – Ou que eu dormi com você pra conseguir um papel. É tão difícil pra você entender isso?

Agora foi a ver de ficar em silêncio.

— Você acha que é isso porque você deixou isso entrar na sua cabeça.
— Como é que é, ? – disse o olhando feio. – Você tá concordando com eles, é isso? Você acha que eu sou uma prostituta, também?
— Eu não disse isso! Não coloca palavras na minha boca, não! Eu só disse que você deixou isso entrar na sua cabeça, então, por esse motivo, você deve achar que isso é uma verdade!
— Você é mesmo tudo que as pessoas falam. No final das contas, é tudo sobre você. – Disse o empurrando.

estava se sentindo fraca, e pior ainda, sozinha.

, por favor. – Suspirou.
— Me deixa em paz! – Disse o ignorando.
— Você não vai sair daqui nesse estado! – Disse indo atrás dela.
— E você se importa?! É só ignorar, não é isso que você sempre faz quando as coisas ficam difíceis?!
— Para! – Disse a puxando pelo braço. – Me escuta!

tentou se soltar em vão. era maior, mais alto e bem mais forte que ela. Quando ele a apertou contra si e ela sentiu o perfume almíscar entrar pelo seu nariz, ela esqueceu completamente de tudo. Mas ela não esqueceria da primeira briga deles. Quando as coisas ficaram tão insuportáveis?

— Eu sei o que eu tô fazendo quando eu não exponho nós dois. Confia em mim.
— Eu confio. – Afirmou. – Mas só isso não me basta. Eu não mereço esse tipo de comentário e ver você não me defender dói. Eu não teria medo nenhum se fosse ao contrário. Eu defenderia você com a minha vida. Não sinto reciprocidade de você nesse quesito. – disse limpando o rosto. – Eu vou embora. Eu preciso acordar cedo pra fazer o teste de novo. Tá entre mim e uma menina.
— Deixa eu te levar, pelo menos.

soltou a namorada e suspirou. pegou sua bolsa do chão e desceu as escadas sem olhar pra trás. Ela sabia dentro de si mesma que a partir desse momento em diante nada ia ser como antes. Os dois foram em silêncio até a casa de .

— Obrigada. – Disse beijando o rosto dele sem deixá-lo responder e desceu. – ...Eu acho que a gente precisa de uns dias pra esfriarmos a cabeça. – Ele assentiu.
— Como você quiser . – disse arrancando com o carro e levando o coração de junto.

entrou em casa derrotada. Ela não sabia se era pela briga, pelos tabloides, por ter ido naquele maldito teste ou o conjunto da obra. Ela só queria desaparecer. Pra sempre. Ela tomou banho quente e longo e se enfiou dentro das cobertas. Ela finalmente pode chorar tudo que estava entalado dentro dela. Ela tava cansada de parecer forte pra não deixar eles vencerem, mas, sozinha, ela pode deixá-los sentir o gostinho da vitória. Mas só hoje.

[....]

Hoje seria o último dia de gravação. não acreditava que o tempo tivesse passado tão rápido. Paul estava feliz com o resultado e tudo por causa do esforço de todos. como sempre chegou ao set bem cedo, não que ela precisasse, mas ela gostava disso. Foi caminhando devagar olhando tudo em volta como fez da primeira vez. Ela estava com o coração grato e cheio por tudo. Tudo mesmo. Já fazia uns dias desde que ela e se viram desde a última vez. Eles se viam no set e só. fingia não estar ligando, mas estava. Quando perguntavam sobre eles e sobre como estavam, ela ouvia dizer que só estavam cansados, ela apenas concordava e sorria. O clima entre eles estava péssimo.

— Oi ! – A pequena de uns cincos anos veio correndo até ela. Maya.
— Oi lindinha! – sorriu a pegando no colo
— Nem acredito que vamos acabar o filme, sabia? – Comentou
— Nem eu! – Sorriu. – Gostou de ser minha filha?
— Eu amei! – Riu. – Eu tenho que ir ler minhas falas agora. A gente se vê! – Ela disse dando um beijo no nariz de depois que a mesma a colocou no chão.

voltou a sua caminhada final para o trailer que foi sua casa por meses. Entrou pela última vez com o pé direito e quando colocou a cabeça dentro do trailer se assustou com a figura que estava a esperando. .

— Oi. – Iniciou
— Oi . – Pigarra. – .
serve. Eu acho que a gente merece conversar.

Ain't that the way shit always ends? You were standing hollow-eyed in the hallway, carnations you had thought were roses, that's us.

— Você quer conversar agora? Depois de me evitar esse tempo todo? – Disse sentida
— Eu precisava pensar e organizar meus pensamentos. – Deu de ombros
— Sei.
— Podemos? – Ela assentiu.

Ela se sentou na cama enquanto ele estava sentado em uma cadeira de frente pra ela.

— Eu não sei o que dizer. – Suspirou.
— Um pedido de desculpas ia cair bem. - Pontuou.
— Desculpa. Desculpa por ter feito pouco do que você tava passando só por não ser comigo, por ter invalidado seus sentimentos quando eu devia ter te defendido deles, por ter feito você achar que eu concordava com eles, por não ser o namorado que você achou que eu fosse. Enfim, tudo. Eu queria poder voltar no tempo e não deixar isso acontecer, de impedir tudo isso de magoar você. Mas não dá.
— Eu agradeço por ter vindo falar isso. Mas, e agora? Como vamos ficar?
— Como você quer que a gente fique? – Perguntou
— Acho que nosso tempo foi ótimo. Mas acabou.
, não precisa ser assim, você sabe.
— Eu passei no teste. Eu vou pra Chicago gravar. Eu preciso disso. Preciso recomeçar sozinha. Não vou aguentar mais uma chuva de hate em mim, não tenho mais força pra isso. – Deu de ombros.
— Mas e o filme?
— Nós vamos fazer as promos, as tours e red carpets....No final de tudo, a gente anuncia que acabou e que esperamos esse tempo passar pra não prejudicar o elenco e o Paul.
— Tudo bem. – Disse batendo nas pernas. – Se é o que você quer.
.....Eu amei você demais. Eu amo ainda. Mas não tem como isso continuar. Eu sei, você sabe. – Ele assentiu.
— Posso te pedir uma coisa?
— Claro que pode, . – Sorriu.
— Posso te dar um último beijo?

assentiu e a beijou como se fosse o último dia dele na Terra. beijava muito bem, diga-se de passagem, mas dessa vez tinha algo mais. Tinha gosto doce de paixão e o amargo da despedida. segurou o rosto de com as duas mãos enquanto a mão dele repousava na cintura dela. rompeu o beijo devagar e deu um último selinho nela.

— A gente se vê por aí. – Sussurrou.

saiu do trailer e da vida de definitivamente. A secou o rosto depressa e pegou o último script do último dia de gravação. Não demorou muito até que chegasse e a confortou quando contou o que tinha acontecido. O resto do dia até o comecinho da noite foi de gravação e um pequeno happy hour entre todos.

— Obrigado a todos por essa experiência incrível! – começou Paul. – Eu amo vocês pra caralho. Verdade. – Espero trabalhar com todos novamente. E se precisarem de mim, estarei aqui. Um brinde a todos. – Ele disse levantando uma taça.

Uma salva de palmas preencheu o lugar e as pessoas de dispersaram para seus grupos novamente.

— Como está se sentindo? – Paul disse parando do lado de .
— Meio merda. Mas vou ficar bem. – Dá de ombros.
— E a ?
— Acho que tá melhor que eu, na verdade. – Riu baixo.
— Sinto muito que tenha dado errado.
— Valeu cara. Mesmo. – Suspirou
— Você é meu irmão. Vou estar do seu lado sempre. Logan amanhã?
— Com certeza. – Sorriu.

Paul e trocando mais algumas palavras antes de resolver ir embora. No caminho de volta ele ficou pensando em todo seu começo de relacionamento com e como tudo desmoronou, parte por culpa dele, principalmente. Ele desejava que ela fosse feliz e que tive sucesso independente do status dos dois.
Do outro lado tinha que estava arrumando suas malas pra ir morar em Chicago. Ela ainda tinha alguns compromissos em Nova York devido ao filme e voaria pra Chicago quando acabasse. tinha virado sua melhor amiga e ela a ajudava quando podia. Ela e teriam que fazer promo do filme em alguns lugares e implorou pra ser a maquiadora dela por ainda estar fragilizada do seu rompimento com .

— Ele vai hoje, né? – disse mordendo a boca.
— Não, hoje vai ser só você, já disse. – Afirmou
— Ah. – disse torcendo o nariz.
— Por que não? – Perguntou
— Porque ele vai divulgar o filme na Europa e um pouco na Ásia e tal. – Deu de ombros.
— Entendi.
— Não vou te responder mais nada sobre ele! – Brigou.
— Tá, tá. Entendi. Só fiquei curiosa. – Bufou.

riu do desespero da amiga e voltou a maquiar seu rosto.

— Escuta, você topa ir comigo pra Chicago pra ser minha maquiadora? – Perguntou
— Sério, ?
— Sério. – Sorriu. – Eles me deixaram escolher.
— Claro que eu topo! Obrigada por confiar tanto em mim, mesmo!
— Você nunca mais vai se livrar de mim! – Riu.

passou o resto do dia dando entrevistas falando sobre o filme e o que poderíamos esperar dele. Tentou evitar perguntas pessoais sobre seu relacionamento apenas dizendo que era uma pessoa incrível e que tinha muito orgulho do projeto que tinham feito juntos.
No dia do red carpet oficial do filme seria a primeira vez que e se reencontrariam depois do término. Ela não sabia como iria reagir. Ela ficou andando de um lado pro outro até que a chamaram para seguir até o local da estreia.
No final do corredor tinha . Ele sabia que ela estava lá. Ele queria ir ver como ela estava. Mas será que ele deveria? Hoje não. Hoje nada podia dar errado pra ninguém. Ele estava tomando um Bourbon quando ouviu um funcionário do hotel o chamar.

— Vamos? – Sorriu um funcionário. — Claro. – Sorriu de volta. – Obrigado.

desceu com o funcionário e ficou na esperança de terem colocado ele e no mesmo carro. Mas não, ela já tinha ido na frente dele, infelizmente. Ele suspirou derrotado e não falou mais nada até chegar no seu destino.
Relaxa, . Vai dar tudo certo. Você já fez isso antes.
Ele desceu do carro confiante e foi andando de cabeça erguida até a fila de espera. Mas uma risada alta feminina o fez perder completamente o que ele ensaiou quando viu morrer de rir com um dos staffs. Ele não conseguiu evitar de fazer uma careta descontente.

— Oi . – Ela disse se aproximando.
. – Sorriu.
— Bom te ver. – Comentou
— Igualmente. – Sorriu. – Nervosa?
— Um pouco.
— Os flashes doem no começo, mas você se acostuma, sabe? – Riu.
— Com licença? – Pigarreou. – Vocês são os próximos.

ofereceu o braço direito para que logo enlaçou seu braço esquerdo no dele e os dois seguiram juntos para o red carpet. Assim que os dois entraram no salão, as câmeras começaram a pipocar diante os olhos de que tentava manter o rosto neutro. Ela não tinha ficado tão próxima de como agora, o cheiro de perfume ainda era muito familiar pra ela.

— Se quiser podemos evitar as perguntas pessoais e responder só as sobre o filme. – Ele disse baixo.
— Por favor. – Pediu.

e foram até a parte das entrevistas e os repórteres já estavam os esperando.

— Natalie Powell da E! News, como estão se sentindo com a estreia do filme?
— Ótimos! Estamos muito felizes com o resultado. Nós assistimos juntos com o elenco inteiro e nos divertimos bastante. – Comentou .
— Exato! Foi muito legal ver na tela o que fizemos por tantos meses. Espero que vocês gostem. – Sorriu .
— Como é interpretar um papel principal num filme de estreia?
— Desafiador. Mas eu acho que me sai bem. – Riu
, como foi contracenar com uma novata?
— Fantástico. é um talento como poucos.
— E como é ser um casal dentro e fora das telas?
— Hm, não queremos falar da nossa vida pessoal hoje, Natalie. Desculpa. – Cortou . – Mais alguma pergunta?
— Não. Era só isso. – Sorriu sem graça.

assentiu e foram para outros jornalistas e responderam as mesmas perguntas formuladas de formato diferente. Do mesmo jeito que fugiram das perguntas de casal.
Correu tudo perfeitamente bem durante a exibição do filme e depois na festa de estreia. e trocaram algumas palavras e não passou disso, foi embora cedo pois teria que fazer um bate e volta até Chicago, para depois voltar a Nova York para terminar a turnê do filme.

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PEOPLE: ACABOU! A assessoria de Bursin e Brixton confirmam o término do casal principal do filme You Knock On My Door. A assessoria do ex casal pede respeito e privacidade aos dois nesse momento.

TMZ: BOMBA! O casal B² terminam seu namoro meses após se conhecerem no set de filmagens que estrelaram juntos! aceita o papel principal em um novo filme de Drama e se muda para Chicago na semana que vem. permanecerá em Nova York focado em outros projetos!

US WEEKLY: É o final da linha para o it couple B². Fontes dizem que o casal não aguentou a pressão da fama e terminaram devido divergências que não foram expostas para a mídia. Desejamos o melhor!

E!NEWS: Bursin e Brixton são vistos separados após rumores de separação bombardearem a internet. estava passeando por Nova York enquanto foi vista em Chicago com seu parceiro novo de cena. A E! entrou em contato com as assessorias que confirmaram o término. É uma pena para os fãs do casal.

And I wake with your memory over me, that's a real fucking legacy, legacy...And I wake with your memory over me, that's a real fucking legacy to leave....


A entrega do Oscar seria naquela noite, estava cotada como vencedora de melhor atriz pelo filme Maroon. O drama que contava a vida da personagem de Brixton que tentava sobreviver a um término traumático com seu namorado que ia para uma base militar e não dava mais notícias desde então. Por mais que fosse seu segundo filme e muitos duvidavam de seu desempenho, aprendeu rapidamente como se defender sozinha. estava no seu quarto de hotel se arrumando e fazendo um pequeno brunch com sua equipe e sua mãe, que iria acompanhá-la no seu primeiro Oscar.

— Seu vestido chegou ! Ele é fantástico! – deu pulinhos de alegria.
— Digno de melhor atriz? – Zombou.
— Óbvio!

riu de e abriu a capa protetora do vestido. Elie Saab. O vestido com uma única manga fluída no braço direito e uma fenda sensual que destacava sua perna esquerda combinava com a maquiagem natural dela. O cabeleireiro fez um penteado que pudesse colocar o vestido em evidência e resolveram não colocar nenhum acessório. Depois de pronta e com sua mãe ao seu lado, seguiu para a cerimônia. As horas pareciam passar com uma lentidão torturante.

— Aqui estão as nomeadas para a categoria de melhor atriz. – Anunciou o apresentador da categoria.

mal podia acreditar que seu rosto estava estampado naquele vídeo junto com tantas outras atrizes que ela se inspirava. Sua mãe apertou sua mão de leve, a tranquilizando.

— Você foi incrível e só de chegar até aqui valeu a pena.
— Eu sei. Obrigada mãe. – Sorriu.
— E o Oscar de melhor atriz vai para..... – Silêncio. – Brixton por Maroon.

mal podia sentir as próprias pernas. Como assim ela ganhou um Oscar? Ela ficou imóvel por uns instantes até que conseguiu se levantar e foi caminhando até a grande escadaria vermelha. Ela abraçou o apresentador e foi até o microfone.

— Uau. Eu tenho um Oscar, mãe! – Balançou a estatueta. – Nossa. Eu nem sei o que dizer. Primeiramente eu queria agradecer a Deus, que eu sempre confiei. A minha família, minha mãe, meu pai, meus amigos, a minha equipe, a equipe do filme, meus colegas de elenco e claro, a academia por essa lindeza. – Os olhos de encontraram mais no fundo do teatro e continuou. - De certa forma, quero agradecer a alguém especial, pois, todo o legado que construímos e deixamos ao redor de toda fama e manchetes de Hollywood a Nova York, me inspirou para minha personagem em Maroon e eu não preciso citar nomes pelo motivo dessa pessoa saber exatamente quem ela é, porque agora eu tenho um desses. Então, muito obrigada a todos. Por tudo. Faria tudo de novo se isso me levasse a estar aqui agradecendo a vocês. – se afastou e agradeceu novamente.

The lips I used to call home, so scarlet, it was maroon....

chegou em casa e foi direto para o banho. Guardou o vestido dentro da capa e foi fazer algo para comer antes de dormir. Ela ainda não podia acreditar em como a vida dela mudou. De uma iniciante a vencedora do Oscar. Ela estava absorta em seus próprios pensamentos quando a tela do seu celular acendeu anunciando uma mensagem.

“Parabéns por hoje. Você merece tudo isso, . Grato por fazer parte da sua história.
The B.”


sorriu de leve para a mensagem.




Fim.



Nota das autoras: Oi meninas! Esperamos que vocês tenham gostado de Maroon assim como nós gostamos de escrevê-la. Queremos saber o que vocês acharam do casal principal! Foi difícil separar eles, viu? Mas nos contem o que acharam na caixinha dos comentários! Um beijo e até a próxima!


Nota da Scripter: HELLO!! Clique AQUI para deixar uma mensagem de amor!

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