Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

No passado...
A taverna já estava no que eles consideravam perto de fechar, já haviam mais homens no chão com aquele cheiro que beirava algo insuportável causado pelo álcool, do que homens ainda descentes, Adam sempre se encontrava no seu canto observando o movimento do final da noite, enquanto ela atrás do simples balcão de madeira tentava fazer com que o local parecesse menos nojento do que realmente era, era sem dúvidas uma das mulheres mais bonitas que a vila já tinha visto, ela chamava os olhares por onde passava, mas ninguém sabia que apenas um deles lhe importava.
Ambos não saberiam dizer em quantas luas atrás aquilo havia começado, talvez no festival da vila em que os jovens saiam tarde da noite para fazer besteira na floresta, onde a lenda sobre bruxas dominava. Adam não havia deixado uma noite em falta na taverna desde aquele dia, a verdade é que encantava por muitos outros motivos além de sua beleza, ela sempre seguia tudo passado pelos mais velhos, principalmente seu pai que era o dono do local.
— Como está sua noite? – A voz doce dela invadiu seus ouvidos.
— Está agradável como sempre.
A resposta havia vindo em alto e bom tom, duas coisas que foram mudadas ao acontecer a aproximação por parte dele.
— Espero que fique mais agradável ainda.
Ele seguiu o olhar tímido de enquanto ela ajeitava uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e seguiu em seguida o movimento da sua mão até o bolso do avental que ela usava, pegou seu relógio, que continha um pequeno espelho nele.
— Parece que está na hora de fechar.
E era aquela frase, aquela frase que antecedia sempre o passo deles seguirem até o beco lateral da taverna, que naquela hora sempre se encontrava completamente vazio.
O olhar penetrante dele a dominava completamente no meio daquela escuridão somente com a luz do luar, esquecia completamente todos os problemas e se entregava por inteiro, não se importava com o que poderiam falar se encontrasse eles ali, ela sabia que o que tinham era real, como muita coisa na sua vida não parecia, a forma que ele a segurava em seus braços e dominava sua boca, ela sabia que sentiam o mesmo. As vezes suas inseguranças tentavam lhe dominar pelo seu amado ser de uma família rica da cidade, quase como uma família real, mas ela tentava afastar aqueles pensamentos, porque desde da primeira noite que haviam passado juntos, as coisas só pareciam estar caminhando para o que ela sempre sonhou, o casamento.
O dia amanheceu, como se o sol cobrisse a vila com o mais quente dos lençóis, apesar de sempre ir dormir tarde, sempre se levantava cedo para cumprir as obrigações da casa, sempre ajudava seu pai em tudo, seu corpo ficava dolorido pelas noites na taverna e por suas aventuras com Adam no beco escuro, essas que lhe deixavam sorrindo pelos dias afora.
Logo que terminou, resolveu dar uma volta e passar no mercado local, amava o cheiro das coisas por lá, uma mistura dos mais instintos cheiros, algum boato sempre se dominava por lá e ela sempre procurava não prestar muita atenção, eles sempre seguiam algum padrão e o daquele dia era de algum casamento.
Voltou para a casa com a cesta preenchida por algumas frutas, foi se lavar e se preparar para a noite, colocou seu vestido logo após, pegou seu espelho de bolso e foi até o local que sempre estava uma bagunça.
Sempre que terminava o serviço ninguém acreditava na bagunça que estava o local um pouco antes, as vezes ela achava desnecessário tudo aquilo já que não durava nem um dia inteiro, mas ficava satisfeita pela reação de seu pai.
Aquela noite passou mais demorada do que ela esperava, o movimento na taverna estava a todo vapor, parecia que todo homem daquela vila havia decidido beber naquela noite, menos ele, menos aquele que lhe importava, Adam não havia aparecido e aquilo estava longe de beirar o comum e o coração dela já beirava um abismo de preocupação. As horas se passavam, ela perdeu as contas de quantas vezes havia consultado com o olhar os assentos, já chegava perto da hora deles se encontrarem e ela não acreditará ainda que ele não compareceria.
Seguiu para o beco escuro na hora de sempre do encontro, não se sentia confortável em estar naquele lugar sozinha, mas sabia que a solidão ali não duraria muito, ele deveria estar chegando.
tinha ambas as mãos inquietas, sentia o sol querer começar a se mostrar n horizonte distante, mas não queria sair dali, precisava saber como ele estava, o silencio dominava o local, até os bêbados que madrugavam já estavam em suas casas, por isso quando aconteceu o som ela pode ouvir nitidamente, o som da risada, aquela risada que ela saberia em qualquer lugar, sobre qualquer circunstância a quem pertencia, só não imaginava que fosse ser uma assim. A mulher que lhe acompanhava tinha uma risada contagiante, talvez por isso ambos estivessem rindo, o aperto no seu coração que surgiu como uma pequena migalha começou ali, talvez porque sua mente tivesse começado a processar o que tudo aquilo verdadeiramente significava, mas foi quando ele a puxou, disse que a pediria novamente que sentiu que aquilo ia crescendo no seu peito, e então aquilo aconteceu, aquilo que parecia ter causado um barulho de rachadura em seu peito, ela assistiu seus lábios se tocarem, mas para ela era a pior coisa que poderia ver.
ia esbarrando nos galhos da floresta devido ainda ter pouca luz, não tinha amanhecido, o sol apenas começava a surgir, pensava no que havia escutado no mercado no dia anterior, a palavra casamento, festa do pedido, então era aquilo, Adam estava noivo e não era com ela, aquele pensamento lhe dominou, as lágrimas embaçaram seu rosto quando ela se sentiu no chão, havia tropeçado nos próprios sentimentos, como aquilo poderia estar acontecendo? Eles sentiam o mesmo um pelo outro.
— Eu esperei pacientemente pelo meu tempo, mas quando finalmente chegou, ele chamou o nome dela e agora eu sinto essa dor avassaladora.
Ela falava sozinha, chorando na floresta, enquanto chorava cada vez mais.
...
O vento parecia assoprar seu nome por entre as árvores. Ela levantou a cabeça levemente quando se repetiu pela segunda vez. Seguiu a direção que a levou perto do lago, parecia vir lá de dentro, talvez estivesse ficando louca.
... Vejo que está magoada...
— Quem está aí?
— Alguém que já sentiu exatamente o que você está sentindo agora... chegue mais perto...
Mesmo sentindo um leve pavor, a dor que estava lhe consumindo lhe dominou, como se sentisse a necessidade de conhecer quem compartilhava dela, mas ao olhar para dentro do lago só enxergava sem reflexo.
— Mesmo com lágrimas, você é linda...
Seu reflexo parecia estar falando com ela, como uma forma de conexão.
... Não deixe isso que está sentindo se transforme em tristeza, a gente pode deixar isso muito melhor...
— Como?
— O Adam e muitos outros homens merecem sofrer, ele merece sentir isso que você está sentindo agora.
— Eu não sei se...
— Você não gostaria que ele pudesse sentir um pouco da dor que ele está lhe causando... Lembre-se de todos os encontros, de todas as confissões de amor sussurradas no escuro, ele te escondeu dos outros ... Enquanto você estava disposta a lhe amar infinitamente...
A cada frase dita seu olhar olhando algum ponto perdido entre as árvores assumia algo vazio e seu coração ia sendo preenchido, não por amor ou por qualquer outra coisa, mas por uma coisa densa, de um tom que nem a própria escuridão tinha. tirou suas vestes e mergulhou no lago, de encontro com aquele eu que ela não conhecia, sentia que tudo ali lhe dominava, como se águas se mexessem formando uma verdadeira reviravolta dela, sua cabeça surgiu na água escura, era como se um demônio estivesse em seu ombro lhe acompanhando, onde os anjos que ocupavam a áurea de menina costumavam a estar, talvez as histórias de bruxas que rondavam a floresta fossem reais, eles só não sabiam o motivo pelas quais eles viravam, mas ela sabia agora, inclusive como o amor poderia ser perigoso, ela esboçava um sorriso de canto enquanto sua nova forma de se dirigir a si mesma era sussurrada em seu ouvido, agora além de bela, poderiam chamá-la de A Rainha da Maldade.

Tempos atuais...
Alex nem se lembrava quantas doses havia tomado do líquido transparente que colocavam em sua frente, havia decidido sair para beber sozinho naquela noite, sem segundas intenções nenhuma, apenas beber e apreciar sua própria companhia, pelo menos era isso que ele pensava. A mulher parou ao seu lado no bar, vestindo um vestido roxo cintilante com detalhes na cor preta, ela usava um batom vermelho e ele riu baixo pela roupa chamativa e que a junção poderia dar muito errado, mas que nela ficava extremamente combinando, ela pediu algo para o barman, enquanto esperava abriu sua bolsa e tirou dela um pequeno espelho, começou a ajeitar algumas coisas na sua maquiagem, não que ele achasse que precisasse de ajuste, esse espelho menor logo foi substituído por um maior também tirado de sua bolsa, com um aspecto meio envelhecido, ele se sentiu curioso, a garota tinha auto estima, ele se aproximou devagar oferecendo uma das doses da sua vodca, ela lhe ofereceu um sorriso encantador antes de virar a própria bebida que havia pedido.
A noite se seguiu com olhares provocativos, elogios, e como a mulher a sua frente adorava elogios, ele sentia como se estivesse dando algo muito mais valioso para ela, descobriu que ela era nova por ali, ela havia usado a expressão “nova em seu mundo”, ele apesar de achar estranho resolveu ignorar, já estava encantado o suficiente por ela, ela continuava a pegar o espelho de tempos em tempos, era como um ritual, esse que ele já estava prestando completamente a atenção, cada vez que ela fazia menção de seguir sua mão até a bolsa ele acompanhava cada um de seus passos, ela arrumava seu batom vermelho, mas a vontade dele era de deixá-lo cada vez mais borrado, os dois sabiam onde aquela noite iria acabar.
Ela observava tudo em seu apartamento, ele tentava ajeitar algumas coisas no quarto antes de levá-la até lá, ele estava nervoso como nunca havia ficado com uma mulher antes, sempre era o indiferente a esses assuntos, como tudo ajeitado, o clima em seu quarto só foi esquentando cada vez mais, os dois já estavam ofegantes antes mesmos de tirarem duas peças de roupas um do outro, ela fez questão de terminar de se despir fazendo uma dança sensual para ele, ela gostava de atenção sem dúvida, e ele estava disposto a dá-la.
Ele acordou na manhã do dia seguinte tateando a cama e como algo que nunca sentiu antes seu coração doeu ao não a sentir ali, Alex não sabia explicar, mas parecia que seu coração tinha sido arrancado do peito, talvez aquela fosse somente a sensação de tê-lo partido, mas como poderia por alguém que acabou de conhecer? Esse era o poder que ela tinha adquirido da pior maneira possível e talvez ele nunca fosse saber, não era um evento único, onde a mulher que séculos atrás havia tido o seu próprio coração partido da pior maneira possível passava, ficava uma trilha de homens com corações quebrados.


Fim



Nota da autora: Oiii amores, tudo bem? Eu acho que nunca tinha escrito algo dentro dessa temática e confesso que adorei <3 Acho que testei um lado meu dentro da escrita que não imaginava e espero que tenha agradado vocês.
Obrigadaaa para quem leu até aqui <3

Outras Fanfics:
» One Chance
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» De Libro in Medium


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