Capítulo 1

Eu era inconstante e ela como ninguém sabia disso. Não era proposital, eu havia crescido assim, naquela inconstância das coisas. Minha família era uma merda, não era pouca merda não, era merda das grandes. Desde que me entendo por gente, via meu pai com varias mulheres. Minha mãe pediu a separação quando eu tinha 12 anos, ele nem se quer pensou duas vezes. Desde daí, nunca mais tive uma residência fixa, ora eu estava com minha mãe, ora com meu pai. Os meses com ele eram os piores. Julian trazia mulheres para casa e eu era praticamente obrigado a ficar trancando no meu quarto escutando gritos noite a dentro. Os únicos dias legais com ele eram quando o irmão gêmeo dele, Richard, aparecia e me levava para sair. Mas meu pai? Meu pai era um filho da puta. Fora o dinheiro que me dava, eu não tinha tantas lembranças boas.
Foi com o exemplo do meu pai que eu percebi que homem não prestava. E eu era o que? Um homem. Filho do maior filho da puta de Manchester. E eu não ficava por baixo dele. Transei pela primeira vez com 14 anos, só namorei sério duas vezes e traí todas as duas. Não me pergunte o nome, só lembro que começava com V ou C. Também não me importava. As mulheres já sabiam: Não se apaixone por , para ele é uma noite e acabou.
Só que aí, o clichê que o filho da puta só aprende quando vem uma mulher e vira a cabeça dele, tornou-se verdade. Com os meus 26 anos muito bem vividos, aquela louca apareceu e fodeu com a minha vida. tinha 20 anos. Ela era caloura no curso de Arquitetura na universidade. Eu já estava no penúltimo ano do curso de História (meu pai que se fodesse com aqueles processos.).
A primeira vez que a vi foi em um pub próximo á saída do campus de artes e humanas. Ela usava um vestido curto da cor vinho, estava com um sapato preto de salto alto, com os cabelos soltos e estava cercada por três caras. Ela pareceu não me enxergar mesmo eu estando apenas quatro metros de distancia e meu corpo praticamente anunciando que a queria. Ela ria e jogava aqueles cabelos ruivos de um lado para outro como se dissesse “eu não estou nem ai para você, idiota". Ela me ignorou naquele dia, na sexta seguinte e nos três meses seguintes. Ela estava fodendo comigo e nem era de sexo que eu estava falando. Ela me deixava louco. Ela e seu lindo cabelo quase fogo, ela e aqueles olhos cor de diamante. Ela e aquele corpo que eu desejava possuir todas as noites. Mas no quarto mês ela cedeu. Na realidade, foi obrigada a ceder.
Foi numa sexta feira, estava usando um vestido colado roxo, seus cabelos pareciam ainda maiores, estava rodeada dos três meninos de sempre, só que algo ali não parecia estar certo. Ela bateu na mesa e apontou o dedo na cara do menino que eu achava que seria , ele riu com desdém e ela estapeou o seu braço saindo da mesa logo em seguida, o cara gritou o seu nome, mas a ruiva dos olhos acinzentados saiu do pub sem nem olhar para trás. Ela só podia ser louca de sair por aquele bairro às três e meia da manhã sozinha. Não aguentei e fui atrás dela. Não a enxerguei por canto nenhum até que escutei um grito, entrei na primeira viela que vi e um cara tentava tirar o seu vestido enquanto ela se debatia. Não pensei duas vezes, o segurei pelo pescoço e pelo susto, ele soltou a menina. O bastardo se soltou e acertou um soco no meu estomago. Eu já estava puto por ele ter tentado abusar da ruiva e só fiquei mais puto por ele ter me batido. Acertei um soco no seu nariz e senti o sangue molhar minhas mãos, ele ficou parado enquanto eu o acertava com socos e chutes. Em menos de cinco minutos ele já estava no chão.
- Você está bem? – perguntou assim que me virei para olha-la.
- Eu que te pergunto, você está bem?
- Estou. – respondeu ainda ofegante. – Obrigada. – falou e me abraçou forte, correspondi mesmo assustado com a proximidade do seu corpo com o meu. Depois de alguns minutos a comuniquei que iria tira-la dali e que se reclamasse, a carregaria a força. nem contestou. Dirigi em direção a minha casa e a única coisa que ela pediu assim que chegamos lá, foi pizza. Comemos pizza às quatro da manhã. Ali foi a primeira vez em que tomou banho no meu banheiro, vestiu uma cueca limpa minha e uma blusa de manga longa, foi à primeira vez em que dormiu na minha cama e eu dormi no sofá.
Quando ela acordou, eu já tinha preparado ovos com bacon. Sua cara de sono era uma coisa engraçada e ela falava mais lento que o normal, como se tivesse sobre efeito de maconha. Depois a levei para o seu apartamento e nós marcamos de nos encontrar numa sorveteria no centro da cidade. Foi o nosso “primeiro” encontro. Passamos dois meses nos conhecendo. O nome dela era , ela ia fazer 20 anos no final do mês, era de Londres, mas mudou-se para Manchester quando a mãe se separou do pai. Ela odiava Nutella e amava beterraba, chorava com os filmes da Disney, escutava MPB e sabia falar fluentemente português brasileiro. Se antes eu queria apenas leva-la para a minha cama, agora queria que ela estivesse comigo o resto de toda a minha vida. sabia coisas sobre mim que nenhuma mulher se quer sonhou em saber. Sabia que meu nome era , sabia que eu fazia 27 anos no inicio de Janeiro, sabia que eu queria ser professor de História. Mas ela sabia que minha cor favorita era azul porque lembrava liberdade. Sabia que eu lia Shakespeare nas horas vagas, sabia que meu filme favorito era Rei Leão da Disney, sabia da minha cicatriz na perna, sabia que minha comida preferida era peixe. Sabia que eu morria de vontade de conhecer o Brasil. E acima de tudo, sabia da minha historia com meus pais. E ela me aceitava mesmo assim.


Capítulo 2

- , minha mãe quer ver você. – falou entrando na cozinha vestindo minha blusa cinza.
- Por quê? – perguntei a puxando pela cintura e selei nossos lábios.
- Porque ela quer saber quem é o cara barbudo, do cabelo grande, sete anos mais velho que a filhinha dela está saindo.
- Saindo não, namorando.
- Certo. Você mudou. Namorando. – falou e riu, sentei no banco e a sentei no meu colo, colocou suas mãos em minha nunca e as minhas foram certeiras em sua cintura. A puxei para mais perto (como se aquilo fosse possível) e aprofundamos ainda mais o beijo, as mãos da minha menina puxavam meu cabelo enquanto as minhas buscavam a barra da blusa que usava. – ... agora não. Estou falando sério. – resmungou e eu beijei seu pescoço. – Temos que ir ver a minha mãe.
- Ah, e o que eu vou falar? Oi, eu sou o e quase transei com sua filha no chão da cozinha. – falei e ela saiu do meu colo rindo igual a uma criança.
- Vai logo tomar banho. – falou parecendo irritada e eu ri baixo, levantei da cadeira, bati na bunda dela e antes que ela pudesse reclamar, corri para o quarto.
Entrei no banheiro e tomei um bom banho, eu estava meio frustrado. Ninguém me negava sexo. Mas ela não era ninguém. Ela era , minha namorada, a mulher que tinha mudado minha vida. Onde eu tinha amarrado meu cavalo, Deus? Na melhor égua do pasto. E na mais difícil também. Sai do banheiro, vesti uma calça jeans e uma blusa, passei perfume e arrumei meu cabelo para trás. odiava quando eu o colocava todo para trás. Passei perfume e quando voltei para sala, estava com um vestido florido acima do joelho e tênis Vans. Única criatura que usava vestido e tênis e ficava linda.
- Não coloca o cabelo todo para trás. Fica feio. – falou assim que me viu, se levantou e o despenteou.
- Fica sexy.
- Você parece um mafioso assim, só faltou o anel grande e um cigarro.
- Posso arrumar isso. – falei e ela riu me puxando para um beijo, ah eu adorava quando era ela quem começava o beijo. Eu sentia coisas a mais, como se ela me desejasse do tanto que eu a desejava.
- Vamos. – falou rompendo o beijo. Eu odiava quando ela rompia nossos beijos.
Saímos do meu apartamento e logo estávamos no carro. me deu as coordenadas e em pouco tempo estávamos na frente de uma linda casa com os portões dourados.
- Então é aqui sua segunda casa?
- É. A terceira é sua.
- Acho que a minha pode passar para a primeira.
- Talvez. – falou e saímos do carro, tocou a campainha e em poucos minutos uma senhora alta apareceu e sorriu assim que viu .
- Filha! Ótimo que você veio. Estava com saudades.
- Não tenho culpa se você não para em casa.
- Não tenho culpa se você me troca pelo seu namorado.
- Mãe. Esse é o meu namorado. essa é a louca que se diz ser minha mãe.
- É um enorme prazer conhece-la. fala muito de você.
- Olá, . Igualmente, minha filha me enche a paciência falando de você. Aliás, você ganhou dez pontos por não me chamar de senhora. Falta os outros 90.
- Mamãe, menos.
- Vamos entrar? – perguntou ignorando a filha. Entramos na casa e ela era maravilhosa, era toda arrumadinha, grande, tinha um sofá enorme na sala bem em frente à televisão que deveria ter 42 polegadas. A empregada serviu suco de laranja enquanto Elizabeth fazia varias perguntas para mim. Parecia uma espécie de interrogatório. Vez ou outra apertava minha mão ou minha coxa como se quisesse dizer para não falar mais nada. – Vocês já transaram? – eu a olhei surpreso, que mãe perguntava aquilo para a filha? se engasgou com o suco e antes que eu pudesse responder, se pronunciou.
- Mamãe, e eu temos que ir agora.
- Mas já? Não vão ficar para o almoço?
- Não. Temos que ir agora. Passamos aqui outro dia.
- Tchau, Elizabeth. – falei ao me levantar do sofá, ela se levantou e me abraçou.
- Tchau, querido. Foi um prazer conhece-lo. Só não engravide minha filha, ok?
- Tchau, mãe.
- Tchau. – Elizabeth respondeu, nós saímos da casa e entramos no carro. A mãe de era louca e eu a tinha adorado.
- Desculpa a minha mãe. Ela é assim, fala tudo o que vem na cabeça.
- Você é louca? Eu amei sua mãe.
- Não. Essa é só a primeira impressão. Ela é horrível. Elizabeth se mete em tudo. Me tira daqui, ok?
- Tudo bem. – falei e dirigi até o parque que ficava afastado do centro. adorava aquele parque. Parei o carro no estacionamento leste e simplesmente ficou calada enquanto olhava para frente quase sem nem piscar.
- Obrigada.
- Não precisa agradecer.
- Porra! Precisa sim. Não é só pela minha mãe! É por tudo, . Você não entende o quanto me faz bem? Você se meteu na minha vida e eu pensava que isso era a pior coisa que podia acontecer, mas eu estava errada. Foi a melhor, . Você acha que eu não falei com você antes por quê? Você pegava todas que vinham até o , o maior quebrador de corações. Eu não queria. Mas você chegou até mim , você chegou e mudou tudo. , você fez da minha vida algo que nem consigo explicar, consegue entender isso? Ao mesmo tempo que você mudou, eu mudei também. E eu não quero saber se você é sete, cinco, foda-se os anos que és mais velho. Eu só quero amar você por um tempo indeterminado.
- , eu te amo. Você foi á única que conseguiu fazer isso. Única e última. Não quero mais ninguém , eu quero só você.
- . – sussurrou e me olhou, a encarei enquanto ela apertava a barra do vestido. – Eu não sei se tenho direito de te pedir algo, mas eu só te peço uma única coisa. Não me machuca, eu não vou aguentar. Não vou aguentar ter que sofrer por você.
- Não fale isso. Eu nunca vou te dar motivos para isso, . Eu te amo. Nunca vou te machucar. – sorriu e em segundos ela sentou em meu colo, me puxou pela nuca e rapidamente selou nossos lábios. Minhas mãos foram em sua cintura e eu separei nossos lábios apenas para beijar seu pescoço. foi para trás e a buzina se fez presente, bati na minha própria testa e ela riu. – Acho melhor passarmos para o banco de trás.
- E se alguém nos pega aqui?
- Eu não estou dando à mínima.
saiu do meu colo e rapidamente já estava deitada no banco de trás, fiquei por cima dela e em meio às trocas de beijos, gemidos e arranhões, nossas roupas estavam no chão. E em segundos, o corpo dela pertencia ao meu.


Capítulo 3

- Você quer sair hoje à noite?
- Não. Eu não quero sair hoje.
- Você quer fazer alguma coisa hoje?
- Não. Eu não quero.
- Então tá. Cansei, eu vou sair hoje, se quiser ficar aqui em casa, beleza. Se não quiser, eu te levo na sua casa ou você pega um taxi.
- Você vai sair com quem?
- Com meus amigos, .
- Você vai beber?
- Sim, .
- Porra, .
- Você quer que eu faça o que? Hoje você está reclamando desde que acordou e eu só estou tentando ser legal com você, mas está parecendo que tudo o que eu estou fazendo é em vão. Não quero me estressar.
- Então você tá falando que eu te estresso? - Não, o que eu estou tentando dizer, é que hoje você está um saco.
- Você é um babaca.
- Eu não tenho culpa de você estar de TPM.
- Eu não estou de TPM. – gritou e eu joguei minha cabeça para trás contando de 0 até 10, céus, o que estava acontecendo com a minha namorada?
- Pare de gritar! Eu não sou surdo. – falei ríspido e cruzou os braços na altura do peito e fez bico. Em poucos segundos seus olhos começaram a ficar vermelhos e ela se levantou e foi direto para o quarto. Merda, eu a tinha feito chorar. estava estressada e eu nem sabia o motivo, parecia que ela tinha dormido com o satanás. Ela estava estranha e tudo aquilo estava me assustando. nunca tinha sido assim, nunca mesmo. Sempre quando nós brigávamos ela tentava arrumar inúmeros argumentos e só desistia quando eu a puxava e selava nossos lábios. Mas hoje não. Hoje estava tudo diferente e para complicar ainda mais as coisas, eu parecia estar errado. Tirei minha jaqueta e fui até o quarto. – Me desculpa.
- Por que você está pedindo desculpas?
- Porque eu gritei com você.
- Mas eu também gritei com você.
- Mas eu não deveria ter perdido minha calma, entendeu? Por isso estou pedindo desculpas.
- Tudo bem, desculpado. – falou e limpou os olhos. – Você ainda vai sair com seus amigos?
- Por quê?
- Porque eu queria que você ficasse aqui comigo. A gente podia assistir um filme, sei lá. Nós dois, entende?
-Talvez eu queira mesmo ficar aqui. – falei, tirei meu tênis e me sentei na cama ao seu lado, colocou sua cabeça em meu peito e logo começou a cantarolar.

"O meu coração
Já estava acostumado
Com a solidão
Quem diria que ao meu lado
Você iria ficar
Você veio pra ficar
Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim..."


- É Marisa, não é?
- Você tá sabendo. – falou e fez carinho na minha coxa.
- Tenho escutado. – falei e a puxei para um beijo – Mesmo sem entender perfeitamente, sei que o significado me lembra você.
sorriu e me abraçou, passámos o restante da noite agarrados, comendo pipoca e vendo um filme qualquer na HBO. Depois de algumas horas, dormiu em meus braços, dormi segundos depois com a esperança que o dia seguinte fosse melhor. Acordamos quase na hora do almoço, fez frango para nós dois só que segundos depois da terceira garfada, ela correu para o banheiro e começou a vomitar.
- Sai daqui, você não precisa ver isso.
- , deixa eu ajudar você. – falei da porta do banheiro.
- Sai, . – falou e abaixou a tampa do vaso, escovou os dentes e em seguida correu para me abraçar. – Será que eu estou doente?
- Deve ser só algo ruim que você comeu meu amor. Vai tudo melhorar. – falei e a beijei na testa.
Não melhorou. Tudo o que comia, ela colocava para fora em menos de cinco minutos. Isso aconteceu por longos três dias, até que no sábado ela melhorou.
- , eu estou bem. Pode sair com seus amigos.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Vou estar no Rock Club como sempre, ok? Qualquer coisa é só me ligar viu? Eu não vou demorar.
- Se divirta. Só não me traia.
- Você é tão idiota. – falei e a beijei rapidamente e sai de casa.
Cheguei ao Rock Club em menos de meia hora e logo avistei meus amigos. , Alex e Richard. era melhor amigo de , era com ele que ela havia gritado na noite em que nós nos conhecemos, e nesses oito meses com ela, ele já havia se tornado importante para mim. Alex era meu amigo de curso e Richard era meu amigo de infância. Aqueles três caras salvavam minhas noites, sempre que eu brigava com ou a faculdade enchia minha cabeça, era com eles que eu saia. Entramos no Rock Club e logo rodadas e rodadas de bebidas foram servidas na nossa mesa, e eu estávamos sóbrios ao contrario dos outros. Enquanto eu olhava meu celular a espera de alguma mensagem da ou ligação, algumas mulheres vieram até nossa mesa. Não sei de onde elas surgiram, tudo acontecia rápido demais e a musica que parecia estar mais alta que o normal não ajudava. tentava empurrar uma morena que tinha sentado em cima dele para longe enquanto eu me desvencilhava da loira que estava praticamente esfregando a bunda no meu pau e foi quando eu a vi.

A desgraça havia começado.
vestia um short com uma blusa larga, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo malfeito, mas para mim, ela ainda estava linda. parecia me procurar e ela me achou. No momento em que a loira colocou a boca na minha. Afastei-me na mesma hora e quando percebi, não estava mais lá. a viu na mesma hora que eu. Empurrei a menina e nós dois saímos em disparada para fora do local.
- ! – gritei e ela parou na calçada. – , volta aqui, por favor. – gritei e ela andou até mim, trovões invadiram os céus e logo uma chuva começou a cair. – Vamos para casa, por favor.
- Eu te pedi, . Eu te pedi tanto. Como você pode?
- , pelo amor de Deus.
- Como você pode fazer isso, ? Eu te amo tanto, eu te amo mais que tudo, por que ? Por que justo comigo? – chorava ao mesmo tempo em que falava e eu começava a chorar também, a toquei no rosto e ela tirou minhas mãos. – Não toca em mim, . Não me procura nunca mais. Acabou tudo entendeu? Não quero te ver nunca mais e se você for esperto, nunca mais vai tentar me achar. Vai viver sua vida, . Volte para suas putas que você ama tanto e não vive sem. Nós acabamos.
- não diz isso. Volte aqui, vamos para casa, está chovendo.
- Eu vou para a minha casa. Não me procure nunca mais entendeu? Adeus, . – falou e saiu correndo enquanto a chuva parecia aumentar cada vez mais.
Eu só queria gritar. Gritar e chorar. Queria entrar no Rock Club e quebrar a cara daquela loira de merda. Mas na realidade, eu só queria me matar. Eu tinha estragado tudo. Tinha estragado tudo o que tinha construído com ao longo daquelas meses. Tanto tempo para fortalecer a confiança e tudo havia sido quebrado em questões de minutos. Sentei na calçada e minutos depois alguém sentou ao meu lado e deu leves batidinhas nas minhas costas.
- Ela me deixou, . Ela foi embora.
- Vocês vão voltar, .
- Não, . Não mesmo, acabou de vez. Ela me pediu tanto e o que eu fiz? Deixei ela sozinha em casa e a machuquei. Eu sou um filho da puta, eu não a mereço.
- A te ama, .
- Acabou, . Acabou tudo.


Capítulo 4

"Last night was the last night you'll ever spend alone, could't wait did it in the living room. Soon as I saw you baby, I had plans.”

Dois meses.

Dois meses sem ela. Sem nenhuma mensagem, ligação, nem nada. Ela tinha evaporado e eu estava destruído. A ausência dela estava me destruindo. Eu a amava e esse tempo todo sem ela, o meu amor só cresceu.
Minha casa estava uma zona, desde que tinha ido embora, as coisas estavam exatamente iguais. As roupas jogadas no chão, louça suja, casa desorganizada. Tudo uma bagunça inclusive minha vida. Minha vida se resumia a ir a universidade e a voltar para casa, comer qualquer porcaria, me jogar na cama e dormir. Nem com os meninos eu havia falado, nem com meu pai e minha mãe. Eu estava literalmente sozinho com meus pensamentos e fantasmas.
Saí do quarto e entrei no banheiro, aquilo estava uma porcaria, eu precisava dar um jeito pelo menos naquele local. Pelo menos eu deveria tentar ser higiênico. Liguei o chuveiro e deixei a porta do box aberta e em alguns minutos o chão já estava todo molhado. Lavei o banheiro todo, pela primeira vez na minha vida. Talvez fosse gostar de ver a casa arrumada quando voltasse.
Mas a realidade era que ela não iria voltar.
Arrumei a estante do banheiro e foi quando algo me chamou atenção. Aquilo não deveria estar ali e se estivesse, não poderia ser real. Era um teste de gravidez, um não, eram três testes de gravidez.
Era por aquele motivo que ela não me ligou, era por isso que ela tinha ido até o Rock Club. Ela queria me dizer pessoalmente que eu iria ser pai, que íamos nos tornar uma família. Sai do banheiro mais rápido que uma bala, peguei a primeira roupa que achei e sai do prédio, agradecia ao horário, não tinha engarrafamento. Pisei fundo no acelerador e fui até a casa do . Ele deveria saber alguma coisa sobre ela. Sobre a minha mulher, sobre o meu filho.
- , onde está?
- Cara, você está péssimo.
- Obrigado pela parte que me toca. Me diga, onde está?
- Ela foi para Londres. O pai dela mora lá. Por quê?
- Eu preciso ir para Londres agora.
- Você sabe quanto dura uma viagem até lá?
- Duas horas de trem. Se eu for de avião vai ser ruim comprar passagem. Me leva até a estação?
- , céus, você não pode viajar até Londres nesse estado.
- presta atenção nos fatos. está grávida isso significa que eu vou ser pai. Eu devo ir para Londres nesse estado sim.
- Eu vou arrumar uma mala para você. – demorou uns dez minutos e voltou com uma mochila nas costas, dei a chave do meu carro para ele e em menos de meia hora, já estávamos na estação, o próximo trem que iria sair era o meu. – Boa sorte, cara. Ela ama você.
- Eu preciso tentar. Obrigado de verdade.
- Qualquer coisa me liga. Você tem dinheiro não tem?
- Tenho. – abracei e entrei no trem, era agora ou nunca.
Aquelas tinham sido às duas horas mais angustiantes de toda a minha vida. Cheguei na estação de Londres e eu emanava ansiedade e nervosismo. havia me dado o endereço do bairro do pai dela, mas não sabia qual era a casa. Nem que fosse preciso eu bater de porta em porta, mas eu iria reencontrar a minha mulher.
Peguei um taxi e logo estava no bairro onde o pai dela morava, desci na esquina da rua e a chuva não melhorava em nada. Odeio inverno. Odeio chuva. Bati em algumas casas e somente uma mulher me atendeu, mas não era . Eu não podia desistir, não agora. Sentei na calçada e realmente parecia que a chuva só piorava, não iria adiantar nada ficar ali e esperar o numero da casa cair dos céus então entrei na primeira cafeteria que vi, pedi um Cappuccino com Waffles e senti meu estomago roncar. Enquanto tomava meu Cappuccino olhei pela janela da cafeteria. Todo mundo da rua usava um guarda-chuva para tentar se proteger. Menos uma pessoa. A mãe do meu filho. A minha mulher. A minha .
Sai da cafeteria como um louco desesperado, gritei seu nome e ela virou como se não acreditasse. Corri até ela e a envolvi em meus braços. Eu não queria solta-la nunca mais.
- O que você está fazendo aqui?
- Eu vim atrás de vocês. – falei e ela me abraçou e percebi que minhas lagrimas se confundiam com a chuva.
- Como você soube?
- Encontrei uns testes de gravidez no banheiro.
- Você nunca olha aquela estante.
- Eu resolvi lavar o banheiro. Depois de dois meses.
- Eu não acredito que você está aqui.
- Eu te disse que não ia desistir de você, . Não adianta me mandar ir embora novamente porque eu não vou. Eu te amo, porra. Eu te amo pra caralho. Você acha mesmo que eu trairia você?
- Eu fiquei louca, . Primeiro eu descubro que estou grávida, depois vou toda feliz te procurar e vejo uma mulher em cima de você. Como acha que eu me senti naquela noite? Parecia que você tinha nos abandonado. Eu nunca senti uma dor tão grande.
- Eu nunca iria abandonar vocês.
- me contou tudo, mas eu já estava aqui com meu pai. Vim na mesma noite.
- Por que você não voltou para mim?
- Eu tinha medo. Medo de você ter me esquecido ou me trocado.
- Eu te amo de verdade, . Você é a mulher da minha vida.
- Eu sei e você provou isso hoje. Eu te amo muito, . – falou e simplesmente selou nossos lábios.
Ali, na chuva, no meio da rua e de toda aquela gente que eu me dei conta de quanto eu a amava, de quanto eu precisava dela para me senti completo. havia me dado tudo, felicidade, amor, uma família. E eu não queria que nada estragasse aquilo.
- Seu pai sabe que você está gravida? - Sabe. E ele quer me matar. Tá um inferno viver ali, Harold grita comigo todos os dias, me sinto numa prisão. Ele quis ligar para minha mãe, mas eu não deixei. - Você vai sair dessa casa agora. – falei já sentindo a raiva passar por todas as veias do meu corpo.
Como um pai pode tratar uma filha assim? Ainda mais quando ela estava carregando o neto no ventre? O pai dela era um filho da puta assim como o meu. concordou e me guiou até onde era a casa do pai dela, uma enorme casa branca com detalhes esverdeados.
- Harold, esse é o pai do meu filho. – falou assim que entramos na sala, ele estava jogado no sofá vendo algum canal de esportes. Levantou-se e me olhou como se eu fosse o último homem que queria que sua filha se relacionasse. - Então você é o moleque que engravidou minha filha? Ela só tem 20 anos. Uma carreira enorme pela frente e você colocou isso dentro dela.
Eu já estava puto e aquele velho estava me irritando mais que o recomendável. Como ele ousava apontar o dedo para a minha menina e chamar o nosso filho de "isso"? Nem se ele fosse o Barack Obama eu iria ficar calado.
- Ele só veio... – começou a falar, mas eu a interrompi. - Moleque não, homem. Sou o homem que vai ser pai do seu neto. E consequentemente, o homem que vai leva-la embora daqui. Não quero saber se sua filha tem 20 anos, ela poderia até ter 15, mas eu sou homem o suficiente para assumir meus atos. Não vai ser porque ela vai ser mãe, que a carreira dela acabou. Como o senhor mesmo disse, ela só tem 20 anos.
- Como você ousa?
- Como eu ouso o que? Sua filha sempre morou com a mãe e agora você vai querer bancar de pai super protetor? Não sou um cara perfeito, mas o senhor não tem moral alguma para falar de mim ou da . Você a largou, abandonou as duas. E eu juro não só porque estou na frente dela, mas juro que vou ser para essa criança e para tudo o que o senhor não foi capaz de ser para sua filha e sua ex-mulher. – falei e o pai de me olhou como se ainda assimilasse todas as minhas palavras.
- Saia da minha casa. Você e ela.
- O senhor nem precisa pedir duas vezes. – respondi, correu até o seu quarto e voltou com uma mochila nas costas. – Me dá isso daqui. – falei e carreguei a mochila, nem acenou para o pai e em poucos minutos já estávamos dentro do taxi.
- Você é louco, né?
- Odeio lições de moral. Principalmente de gente que não tem moral nenhuma. – falei e ela riu baixo colocando sua cabeça em meu ombro. – ?
- Sim?
- Você aceita ser ?


Capítulo 5

"We have a baby, even if the world is crazy, pick some names, boy or girl"

estava com cinco meses. Hoje iríamos no hospital para saber qual seria o sexo do bebê. teve que trancar o curso dela por um tempo, o meu só faltava um mês para acabar. Tivemos que contar para nossos pais sobre o futuro neto. A mãe de ficou doida, só faltou me beijar de tão feliz que ficou com á noticia. Ela passava em duas em duas semanas na nossa casa e trazia várias roupinhas e coisas de bebês. Meu pai ficou feliz, acho que foi a primeira vez que o vi realmente feliz com alguma coisa. Ele me abraçou e falou varias coisas sobre eu ser um homem de verdade e acabou chorando no final. Minha mãe desmaiou. Ela desmaiou assim que abriu a porta do seu apartamento e me viu junto de com uma barriga enorme. Todos os três aceitaram muito bem, tanto que meu pai começou a conversar de novo com minha mãe. Eles estavam começando uma nova relação ou algo do tipo e eu esperava que agora aquele filho da puta fosse um pouco menos filho da puta.
e eu tivemos que mudar várias coisas, tanto o meu apartamento quanto o dela só tinha um quarto, vendemos os dois e compramos um duplex perto da casa do meu pai. Minha mãe praticamente impôs que iria mobiliar o quarto do neto e nós não recusamos. Arrumei um emprego de professor temporário num colégio de ensino médio e ganhava o suficiente, quando me formasse ia ser professor efetivo. Estava tudo se ajeitando. Eu, e nosso filho. Nossa família.
- Acho melhor irmos logo. – falou, eu peguei sua bolsa e fomos para o elevador.
- Tem certeza que é cinco meses?
- Claro que eu tenho . Por que diabos você está perguntando isso?
- Porque sua barriga está enorme. Parece que são dois bebês.
- Como eu vou ter dois bebês se você é filho único e eu também?
- Sei lá. – falei e ela riu baixo.
- Você quer que seja o que?
- Eu vou amar se for menina ou menino. Mas o que eu queria mesmo era que fosse menino. Quero ser pra ele o pai que eu nunca tive.
- E você vai ser o melhor pai desse mundo. – falou e eu lhe dei um selinho, o elevador abriu, saímos do prédio e entramos no carro. Em uma hora estávamos na clínica. O atendimento não demorou muito, em menos de meia hora já estava na maca com o médico fazendo a ultrassom.
- Vocês já escolheram os nomes?
- Vinicius se for menino e Marisa se for menina. – respondi e deu um sorriso, nossa casa era regada de MPB.
- Vocês são estrangeiros?
- Não. – respondeu – Mas temos uma paixão enorme pela música brasileira.
- Entendi. E se forem os dois?
- Vai continuar sendo os mesmos nomes. – respondi e o médico limpou a barriga da .
- Então, que daqui a quatro meses, venham Vinicius e Marisa. - São dois? - praticamente gritei, eu queria chorar, queria pular, correr nu e falar para todo mundo que eu iria ser pai do casal mais lindo desse mundo.
- Como dois? Não era um?
- O Vinicius estava escondido, por isso que não dava para ver muito bem pela ultrassom. Vocês irão ter dois bebês, meus parabéns.
- é logico! Meu pai é gêmeo.
- Como você nunca me contou isso?
- Não achei que fosse importante. Caralho, eu vou ser pai. – falei e a beijei, o medico sorriu e nós saímos dala, fui até a recepção e marquei o retorno. Saímos da clinica e teimou que queria tomar sorvete. Ela comeu duas bananas splits. Chegamos em casa e passamos a tarde toda vendo filmes da Disney. chorou na maioria deles. Quando dei por mim, ela dormia tranquilamente, a cobri com o edredom e logo dormi também.


Capítulo 6

Me arrumei para ir trabalhar. já estava com oito meses e agora as pessoas já me chamavam de Professor . A barriga dela estava enorme e por incrível que pareça, a gravidez dela não era de risco. Antes de sair para trabalhar, ela sempre estava dormindo e eu a beijava na testa em modo de querer protege-la. Eu não queria ir trabalhar. Não queria deixa-la sozinha com uma barriga daquelas. Mas eu tinha que ir. Naquele dia, acordou mais cedo que eu e fez nosso café da manhã.
- Eu te amo. Não vai fazer coisa que não deve, qualquer coisa é só me ligar.
- Tá bom, chefe. Nós amamos você. – falou e passou a mão pela barriga. Eu a beijei e sai para o trabalho. Algo me incomodava e eu não sabia o que era. Cheguei ao colégio e dei as três primeiras aulas e o aperto do meu coração só aumentava. Ás onze horas meu celular tocou.
- Vem pra casa, por favor. – foi a primeira e ultima coisa que ouvi antes de correr para o estacionamento do colégio.

~*~


era teimosa. Disso todo mundo sabia inclusive . E hoje ela teimou que queria cozinhar. Os condimentos estavam na parte mais alta do armário e ela subiu no banco da cozinha para pegar. Mas ela não esperava que iria cair. caiu e sentiu a pior dor do mundo. Ela conseguiu pegar o telefone que se encontrava em cima da mesa esticando o braço e ligou para o noivo. - Vem para casa, por favor. – foi á única coisa que conseguiu falar antes que a dor dominasse seu corpo por inteiro.
pegou algumas multas no caminho para casa. Ele estava perturbado. A voz de pedindo para ele voltar ainda ecoava na sua mente como se ela estivesse falando ao lado dele. Ele sabia que hoje ele não deveria ir trabalhar. chegou em casa e encontrou a noiva no chão da cozinha desmaiada. Ele estava perdido, o mundo dele estava desmoronando. ligou para emergência, transtornado, quase gritava com o desespero e o pânico tomando conta de todos os seus poros. E em menos de dez minutos a ambulância chegou e colocou numa maca, foi ao seu lado até o hospital e não pode entrar na sala de cirurgia.
Foram as piores horas da sua vida. Ninguém dava noticia nenhuma. já tinha chego ao hospital e cuidava para não se alterar mais ainda. tomou um calmante e sentou no sofá.

~*~


Me levantei do sofá assim que dois caras de branco ficaram na minha frente, a expressão deles era péssima.
- Quem é o senhor ?
- Eu, eu sou o . Cadê a minha mulher? Cadê os meus filhos? Eu preciso vê-los.
- Senhor, eu preciso que você se acalme.
- Acabaram de me dar uma porra de um calmante e você quer que eu me acalme? O que aconteceu com a minha mulher e meus filhos?
- , eu posso conversar com os médicos. Você não quer ir para a casa?
- Eu não vou para lugar algum. Eu quero ver os meus filhos, quero ver a minha mulher. Onde eles estão?
- Senhor , é complicado.
- O que é complicado? Dar uma informação é complicado?
- Somente o menino sobreviveu. Sua filha e sua mulher não resistiram.
Se não tivesse o sofá ali, eu iria cair no chão. Aquilo não podia ser real, só podia ser uma brincadeira de mal gosto. Coloquei as mãos sobre minha cabeça e minhas lágrimas vieram, eu queria gritar. E foi isso que eu fiz. Gritei numa porcaria de sala de hospital, mas foi em vão. Nada iria trazer a e Marisa de volta. Nada iria trazer a minha pequena que eu nem cheguei a ver o rostinho, que eu nem cheguei a ouvir o primeiro choro. Nada iria trazer a minha mulher de volta.
Meu mundo tinha desabado. Eu estava um lixo, eu me sentia um merda. Como se me perfurassem com várias facas e no final tivessem arrancado meu coração. A mãe de chegou e me abraçou, meus pais também, mas nada fazia aquela dor parar. Eu estava desmoronando. Mas eu ainda tinha uma esperança para voltar a respirar. Eu ainda tinha o meu menino. Eu ainda tinha o Vinicius. Mas eu ainda não podia vê-lo. Eu queria ver e queria ver minha filha também. O médico me levou até o local onde elas estavam e eu chorei quando segurei suas mãos. Tão geladas. Sem vida. Chorei novamente e senti meu coração aliviar. Eu iria continuar a amando mesmo depois da morte. E se existisse vida após da morte, eu também a amaria. Olhei ao lado e uma bebezinha estava ali, parecia que dormia tranquilamente, num sono profundo. Tão pequena. Tão linda. E mesmo sem saber, já era tão amada. Era a minha pequena Marisa.
O médico me tirou dali e pediu que eu aguardasse. Logo me levou até outra sala e ali minhas lágrimas voltaram a cair. Era o meu filho.
O médico colocou Vinicius em meus braços e eu senti por alguns segundos meu corpo relaxar, ele levou suas mãozinhas até minha face e abriu um sorriso enorme. Seus olhinhos eram acinzentados, iguais os da mãe. Seu cabelinho ralo era uma espécie de mel. Beijei sua testa e prometi a ele e a mim mesmo minha última jura a . Eu seria o melhor pai do mundo.


Capítulo 7

O choro de criança se fez audível e eu me levantei da cama rapidamente esfregando meus olhos.
- É o Vinicius. – ela falou ao se levantar. – Ele deve estar com fome, . – me levantei e a segui para o quarto das crianças. Ela era linda, mesmo levantando às quatro da manhã com a maior cara de sono para ir dar de mamar para nossos filhos. Respirei aliviado por ver aquela cena ao acordar, tudo não passava de mais um pesadelo. Mas agora eu estava de volta a minha doce realidade, com choro de criança, fraldas sujas e minha mulher me acordando às quatro da manhã para eu poder ajudar com as crianças. Eu não trocaria aquilo por nada, eu amava.
Marisa e Vinicius já estavam com três meses. Eles passaram o primeiro mês de vida no hospital e assim como e os dois não desistiram. Eles voltaram para mim.
- Pega a Marisa, por favor? O choro dele acordou ela.
- Logico. – respondi e peguei a minha menininha no colo. Ela era linda, seus olhos eram iguais ao meu, castanho claro. Seus cabelos ralos eram loiros. Os de Vinicius já eram negros e seus olhos eram como o da mãe, num tom de cinza. Balancei Marisa em meus braços e ela dormiu rapidamente, a coloquei novamente no berço e colocou Vinicius no outro.
- Hoje foi rápido. – falou e me abraçou.
- É só o começo, meu amor. – falei e me beijou, a puxei pela cintura e nós fomos aos beijos para o nosso quarto. Beijei no pescoço e quando eu iria tirar sua blusa, fomos interrompidos por um choro de bebê. Agudo e rápido. – É a Marisa? – concordou rindo, sai de cima dela e nós voltamos para o quarto. – Como você esquece de alimentar sua filha mulher?
- Como você faz ela dormir antes homem? – devolveu a pergunta e nós rimos, deu de mamar para Marisa e em vinte minutos já estava dormindo. Voltamos para o quarto e se jogou na cama, ela estava exausta e eu tinha que trabalhar dali a algumas horas. Ficamos abraçados de conchinha e eu beijei seu rosto.
- Eu te amo, . - ela sussurrou e eu a virei para mim.
- Eu também te amo, . – e a beijei calmamente. Aquilo só era o começo da nossa nova história, era só o começo do nosso para sempre.

"It's the beginning of forever, you don't have to end. Keep doing and doing it again"


Fim.



Nota da autora: Oi gente, eu adorei mesmo escrever essa história, foi feita com todo o amor e eu coloquei todo o meu coração nesse casal. Espero que vocês gostem e os amem como eu. Se quiserem falar comigo sem ser através da caixinha dos comentários, meu twitter é @giobandeira e meu tumblr é feitomar, obrigada por lerem até aqui.





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