Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Engoli a seco pelo que me pareceu ser a milésima vez desde o momento em que pisei o ambiente onde me encontrava. Minhas mãos nunca tremeram tanto e eu simplesmente não conseguia encontrar um lugar bom o suficiente para colocá-las. Ora eu enfiava nos bolsos da calça, ora eu as posicionava na frente de meu corpo, entrelaçando os dedos e estalando seus nós da forma mais discreta que eu conseguia. Isso quando eu não as passava pelos meus cabelos, trazendo-as até a minha nuca e recebendo mais uma amostra do quanto eu suava frio.
Aquele era o dia mais insano da minha vida e eu tinha plena consciência de que, depois dele, nada seria como antes. E, honestamente, eu nem queria, mas ainda assim sentia aquele peso no estômago e os arrepios que o medo do desconhecido me traziam.
Eu conseguia sentir os olhares sendo direcionados a mim, embora minha mente estivesse ocupada com coisas mais importantes, e conforme a frequência foi aumentando, meus batimentos cardíacos também aceleravam.
Os minutos demoravam uma eternidade para passar. E mesmo quando os ponteiros do relógio apontaram a exata hora que eu tanto desejava, fazendo com que meus olhos se fixassem na entrada daquele ambiente, nada aconteceu.
Mais quinze torturantes minutos se seguiram e, por mais que eu tentasse, não conseguia desviar meu olhar do mesmo ponto.
Senti meu pescoço esquentar quando mais olhares se direcionaram para mim, me avaliando, torcendo para que tudo desse certo, ou era isso que eu esperava.
Respirei fundo, tentando manter a calma. Alguém sussurrou algo no meu ouvido, mas eu estava aéreo demais para prestar atenção.
Droga, os vinte minutos de atraso chegaram.
Por mais que eu lutasse contra, o pânico roubava mais um pedaço de mim a cada segundo e a aflição apertava um pouco mais o nó em minha garganta.
Eu tinha certeza de que não suportaria ser largado daquela forma.
Mas ela jamais faria aquilo comigo, certo?
Desde o momento em que eu a vi pela primeira vez, soube que éramos o encaixe perfeito um do outro. E mesmo ela estando comprometida com outra pessoa, algo dentro de mim sempre dizia que um dia seria minha.
Eu não podia perdê-la daquela forma, não quando estava tão perto de tomá-la em meus braços e gritar para todo mundo ouvir o quanto eu era dela.
Vinte e cinco minutos.
Meu corpo inteiro tremeu e de repente eu me senti até tonto. Me perguntaram se eu estava bem e eu simplesmente não consegui responder, então, segundos depois, um copo de água surgiu na minha frente e eu bebi tudo de uma vez só, com medo de derrubá-lo, caso precisasse firmá-lo em minhas mãos por muito tempo.
Onde é que ela estava?
teria desistido de nós dois?
Teria desistido de mim?
— Merda… — resmunguei para mim mesmo e ameacei afrouxar o nó em minha gravata. — Será que aconteceu alguma coisa com ela? — A pergunta era uma maneira de mascarar a puta insegurança que eu sentia.
— Calma, cara. Ela está a caminho — Jordan tentou me tranquilizar e só então percebi que era ele quem fazia aquilo a cada cinco minutos.
— Faz quase meia hora que ela está a caminho, Tempest. — O encarei, deixando mais evidente a minha aflição e um sorriso torto se formou nos lábios dele.
— Até parece que você não conhece a . — Riu, me fazendo acompanhá-lo.
Sim, era verdade, sempre demorava a se arrumar e na maior parte das vezes isso se devia à sua indecisão para escolher qualquer coisa.
Aquilo poderia incomodar a maioria das pessoas, mas não a mim, muito pelo contrário, era uma das coisas que eu mais amava em .
A indecisão, a gargalhada escandalosa, o jeito como ela sempre colocava uma mecha de cabelo para trás da orelha quando estava envergonhada e o brilho que tomava conta de seus belos olhos.
Por muito tempo, eu tive que vê-la direcionar aquele mesmo brilho para um outro alguém e mesmo sabendo o quanto o outro cara não a merecia, permaneci amando cada detalhe daquela mulher à distância, desejando o que na época me era impossível.
No entanto, o destino mudou o rumo daquela história e eu mal pude acreditar quando bateu à minha porta, dizendo que não era mais comprometida.
A oportunidade de confessar a ela tudo o que eu sentia se apresentou e eu me recusei a perdê-la, assim como eu me recusava ali, diante daquele altar, depois de quarenta minutos de atraso.
— Chega. Eu preciso ir atrás dela, Jordan. — Fiz menção de que ia sair dali, mas dessa vez meu amigo não me impediu, apenas assentindo na minha direção.
Dois passos depois, eu congelei, ouvindo uma movimentação na entrada da igreja e acompanhando quando todos os olhares se voltaram para o lado de fora.
Um carro estacionava e assim que a porta do passageiro foi aberta, eu senti o ar retornar aos meus pulmões em um suspiro de alívio.
Era ela.
Era a minha .
Recuei até meu lugar quase tropeçando em meus próprios pés, tentando me recompor e enxugando uma lágrima teimosa que insistiu em escorrer pela minha bochecha.
— Eu disse que ela já estava chegando, cara.
Um meio sorriso se formou em meus lábios, mas eu não consegui desviar meu olhar até Jordan. Assim como na primeira vez, desde o exato momento em que meus olhos pousaram em , era a ela que pertenciam. Eu era inteiro dela e não conseguia parar de admirá-la, me sentindo o cara mais sortudo do mundo por tê-la conquistado.
Todos se levantaram para contemplá-la e quando segurou o braço de seu pai, permitindo que ele começasse a conduzi-la, as notas de Wonder foram iniciadas pelo violino.
Aquela música era perfeita para nós dois. Ela demonstrava todo o sentimento que eu mantive guardado enquanto éramos apenas bons amigos e como eu me sentia realizado naquele momento.
Finalmente, eu e seríamos inteiramente um do outro.

A caminhada dela por aquele corredor pareceu durar uma eternidade e quando enfim ela estava diante de mim, eu mal conseguia acreditar que tinha mesmo conquistado uma mulher linda e maravilhosa como ela.
— Cuide da minha menina, . — Os olhos de meu sogro estavam brilhantes de emoção e uma risada nervosa ecoou dos lábios de .
— Pode ter certeza de que eu vou. Com todo o meu coração. — Sorri para o homem.
A mão de foi entregue à minha e era incrível como eu sempre sentia minha pele arrepiar ao seu toque.
— Você parece tenso, meu amor. — Ela analisou meu rosto.
— Pensei que você tinha fugido, . — Meus lábios tremeram só de pensar naquilo outra vez.
— Ah, eu prometi que você não iria se livrar de mim, . E agora é até que a morte nos separe. — Sorriu enviesado, me fazendo retribuir na hora.
— Eu te amo tanto, !
— Também amo você, querido.
— Preparada para se tornar a senhora -? — Entrelacei meus dedos nos seus.
— Sempre estive.
Então nos viramos em direção ao altar, onde o cerimonialistapadre nos esperava.
Eu não conseguia parar de sorrir e nem queria.
Tudo o que importava estava bem ao meu lado.




FIM



Nota da autora: Ai, gente, esses dois são tão fofinhos. Eu espero que vocês tenham gostado dessa oneshot, porque eu escrevi com muito carinho!
Comentem aqui para eu saber!
Se quiserem conhecer outras histórias minhas e interagir comigo, me sigam no instagram e entrem nos meus grupos do whatsapp e facebook.
Beijos e até a próxima.
Ste.



Clique aqui para ler minhas outras histórias!


CAIXINHA DE COMENTÁRIOS

O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.


comments powered by Disqus