Parte II
Os meses se passaram e aquela noite permanecia nos devaneios. Igual um bom enredo, que gruda na sua cabeça e nem por nada você consegue tirar. Foi isso que aconteceu com ele, queria mais que qualquer outra coisa ocupasse aquela parte de seu cérebro.
Naquele momento o papel que estava em sua mão não tinha tanta atração igual aquela noite, não lembrava o nome dela, muito menos a placa do carro dela, apenas queria nitidamente voltar um pouco no tempo e lembrar dela.
— Cillian?
— Está tudo certo, podemos começar a gravar. – Disse o diretor. Já tinha saído da cidade onde morava, quase do outro lado do mundo, para simplesmente gravar aquele filme que no momento não tinha toda sua dedicação.
Torcer que ao menos a atuação ficasse boa.
— Pronto? – Todos do set concordaram. – E ação.
Aquela cena foi gravada mais de duas vezes, não só pelas falas erradas mas pelo o diretor não está concentrado no filme, desde quando um diretor não fica concentrado no filme?
O celular dele não parava de tocar, era ligação e mensagem a cada segundo atrapalhava todos.
— Pessoal. – O diretor começou a falar. – Preciso de um momento, podem descansar, retocar maquiagem, arrumar o figurino. – Ele pegou o celular e respondeu uma mensagem bem rápido e ficou olhando para a porta do set.
Cillian sentou na cadeira que estava com seu nome e abriu a garrafa de água que lhe foi servida.
A mulher que se aproximou do diretor chamou a atenção de Cillian, mas não era só ela e sim a criança que estava enrolada em um cobertorzinho roxo em seus braços; O rosto dela estava tão bem gravado em sua memória que seria impossível não reconhecer de longe, podia fazer quase um ano, só não se recordava dela falar que tinha um filho, a não ser que…
— Não. – Balançou a cabeça espantando o pensamento.
Mas a curiosidade falava grande, ele queria saber dela e claro e bebe.
Esperou um pouco, espero ela se afastar do diretor que pegou a criança com muito orgulho e uma cara de bobo e caminhou até a cadeira do diretor e sentou nela como de costume, pegou o celular da bolsa e passou a olhar suas redes sociais apenas para passar o tempo e relaxar um pouco depois de uma dia apenas com o pequeno Brandon. Foi nesse exato momento que ele se aproximou dela.
— Oi.
— Ah, oi. – Disse surpresa em vê-lo. Não lembrava de ver o nome dele na lista. – Como você está?
— Bem, e você?
— Muito bem. – O que não era mentira, o semblante dela estava muito melhor do que do dia que a conheceu. – Quanto tempo não?
— Sim. – Concordou sem jeito. – Eu precisei… – Foi interrompido por .
— Está tudo bem. – Sorriu para ele com sinceridade. – Eu super entendo, além do mais acho que quando voltamos, voltamos em um horário muito tarde.
— Obrigado pela compreensão.
— . – O diretor se aproximou. – Você consegue ficar com o Brandon? Preciso terminar a filmagem de hoje. Cillian algum problema?
— Não, nos conhecemos em um pequeno evento. – Se referiu a ele e .
— Bom, melhor assim não preciso fazer as apresentação. – Entregou o bebe para . – Um minuto e já voltamos a conversar, .
— Claro.
O diretor voltou a filmagem, um pouco demorado mas tudo nos conformes, já havia se acostumado e Brandon se comportou direitinho.
Depois das gravações, pediu para o diretor ficar com Brandon e levá-lo para casa temporária, já que ela queria passear pela Califórnia.
— Hey, . – Cillian a chamou. – Tem planos para hoje a noite?
— Hmm… Eu tinha ideia de ir a um barzinho, e você? – Perguntar o porque ia ser bem tapada.
— Quer dar uma volta? Tomar um vinho. – Ele deu sugestão.
— Pode ser, vamos pedir uma pizza, mas não pode ser na minha casa, o Brandon ta lá. – Deu a deixa.
— Te levo para o apartamento que estou, vamos?
— Vamos. – Um sorriso sincero e repleto de felicidade apareceu em seu rosto.
No carro de Cillian, as duas conversaram mais sobre o filme que estava gravando e não tocaram no assunto sobre aquela primeira noite dos dois e muito menos sobre Brandon, Cillian deixou a garota à vontade para poder falar sobre o bebe quando ela se sentisse confortável.
— Aqui, cortadas. – Cillian levou as fatias de pizza dentro da caixa cortadas. – E as taças, poderia segurar?
— Nem precisa perguntar, eu amo vinho.
Cilian serviu os dois.
— Papai não falou mesmo que você estaria no filme, pior que ele nem se quer não lembrou, mas não havia comentando mesmo, se eu soubesse tinha vindo para Califórnia antes, assim poderíamos conversar por mais tempo. – Disse isso já que faltava duas semanas para as gravações terminarem.
— Seu pai é o, Matthew?
— Sim, o diretor que no estúdio me chama de e em casa me chama de filha, vai entender. – Riu. – Acho que você não fazia a mínima ideia não é?
— Vocês não se parecem. – Ele sorriu. E então sua mente levemente ligou os pontos, será que realmente Brandon poderia ser seu filho?
— É o que mais falam, mas eu me acho mais parecido com ele do que com minha mãe.
— E o Brandon. ele perguntou espontaneamente e deu uma mordida na pizza.
— Com o pai, cem por cento. – Sorriu pegando uma fatia de pizza.
Cillian bebeu um pouco de vinho para ingerir a informação e prosseguiu com a conversa. Depois eles foram para o quarto, deitaram e aproveitaram a noite juntos como da última vez, mas naquela noite ninguém foi embora antes do dia amanhecer.
— Cillian? – Ela o chamou.
— Pode falar. – Olhou para ela.
— Sobre o Brandon, ele é meu irmão eu não sei se você pensou que bom, ele podia ser uma pequena lembrancinha da nossa última noite ou se deixei isso parecer.
— Ah, seu irmão. – Nitidamente ele respirou aliviado. Não que ele queria fugir da responsabilidade, mas queria deixar à vontade para chegar no assunto. E claramente se fosse seu filho iria assumir toda a responsabilidade.
— Eu já compreendi. – Ela riu. – Você achou que fosse seu filho?
— Sim, aquela pequena parte não ficou gravada na memória.
— Eu entendo.
Eles ririam.
Naquela manhã, depois de um café da manhã feito por Cillian, os dois voltaram para o estúdio e trocaram o número de celular, quando podiam e principalmente quando Cillian não estava tão cansado.
As semanas de gravações passaram, o contato entre os dois permaneceram, até o momento que passaram a sair juntos e engatar um romance.