F.U

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Acho que era a enésima quarta vez que eu via que horas eram no meu celular, e o visor continuava a zombar da minha cara dizendo que apenas dois minutos haviam se passado desde que eu havia olhado da ultima vez quando claramente para mim havia se passado duas horas. O smartphone dizia que eram três e vinte e cinco da manha e nada de chegar. Eu já havia feito incontáveis coisas para distrair minha mente de sua ausência, organizei o meu closet por cores, limpei a manchinha irritante do criado mudo do lado dele da cama, fiz vinte flexões e depois mais vinte abdominais para tentar controlar aquela culpa de ter comido um pote inteiro de Häagen-Dazs de doce de leite enquanto eu assistia a um filme ruim. Naquela altura da madrugada eu já sabia que duzentas e quinze lâminas beges compunham a persiana do meu quarto, e que meu carpete tinha um total vinte e cinco manchas espalhadas por todo ele, meu TOC me dizia para limpar aquilo agorinha mesmo, mas acho que meus vizinhos estranhariam o barulho vindo do meu apartamento àquela hora da madrugada.
Ah se limpeza fosse meu único problema...
O motivo da minha falta de sono forçada tinha mais de um metro e noventa de tamanho, distribuídos por um corpo tão atlético que vê-lo suando enquanto malhava poderia ser considerado uma das maravilhas do mundo moderno, ele tinha cabelos castanhos e sedutores olhos cor de avelã, sua voz era capaz de fazer minhas pernas virarem gelatina, e seu sorriso certamente me dava taquicardia, meu problema se chamava a quem eu tinha o desprazer apaixonado de nomear como meu namorado.
Era pra ele ter chego cerca de seis horas atrás, mas aqui estava eu, como uma louca desvairada olhando do celular para a porta esperando algum sinal que eu sabia que não viria, a última vez que ele me mandou uma mensagem havia sido às nove horas da noite na qual dizia que estava saindo da casa de seu melhor amigo Josh, entretanto, desde então nossa linha de conexão havia se tornado um perfeito silêncio.
É claro que ele não voltaria cedo para casa numa sexta-feira à noite. Se ele fosse um namorado convencional, talvez, mas fugia de qualquer clichê, chegava tarde da noite e ainda por cima bêbado para eu cuidar.
Eu o odiava.
Não, eu realmente o odiava. Odiava sua voz grossa e aveludada, odiava seu cheiro de perfume importado, odiava suas desculpas esfarrapadas, suas mentiras clichês, seus sorrisos falsos e malditamente perfeitos, eu odiava a sua suposta inteligência de homem pré-histórico que achava conseguir me enganar, mas odiava principalmente a forma doce a qual ele me tratava. As flores, os carinhos, as declarações de amor. Eu nem sequer tinha certeza se ele me amava de verdade, mas quando ele dizia “eu te amo”, com aquela voz rouca, com os olhos colados nos meus e com aquela seriedade absoluta, eu podia acreditar que elefantes voavam e que a verdadeira cor do céu era verde.
Eu o odiava, e odiava mais o fato disso só me fazer amá-lo ainda mais.
Infelizmente eu havia me tornado aquela garota que eu jurei para mim mesma nunca ser, a submissa que aceitava as desculpas do namorado traíra. Como eu, uma mulher feminista e segura de si havia me resumido a isso? A resposta é, quando ele assumidamente se tornou um cafajeste e eu não tive forças para deixá-lo ir.

[flashback ON]
Era um sábado qualquer em nossas vidas, Josh nosso amigo de longa data havia resolvido fazer um churrasco na casa nos seus pais, aproveitando que o Sr. e a Sra. Thown haviam saído da cidade por uma semana para comemoras seus vinte e cinco anos de casados. Éramos todos jovens de dezoito a trinta anos, com sede de vida, sexo, bebidas e principalmente de piscina para aplacar aquele calor descomunal que estava fazendo aquele verão.
Não era nem oito horas da manhã quando e eu chegamos à festa, meu querido namorado ia ajudar seu melhor amigo na churrasqueira enquanto eu ia aproveitar e tentar pegar uma corzinha antes que aquela maravilhosa piscina lotasse de gente bêbada e desconhecida. As festas de Josh tendiam a ser épicas.
Considerando que ainda era cedo demais para pessoas da nossa idade estarem acordadas em um sábado, já tinha bastante gente na casa de Josh, eu cumprimentei alguns conhecidos e parei para jogar conversa com um grupo de colegas da faculdade, nada muito profundo porque aquelas pessoas eram superficiais demais para mim.
- Hey vem pra cá! – Ouvi a voz de Bridget e consegui encontrá-la perto da piscina, rapidamente disse tchau pro pessoal e fui ao encontro da minha melhor amiga.
- Late mais alto que eu não tô te ouvindo! – Brinquei assim que cheguei perto dela e ela me deu um tapa ardido na bunda.
- Desculpa, esqueci que as vacas não entendem a língua das cachorras! – Debochou ela e eu ri.
Eu amava aquela bitch. Me sentei ao seu lado na cadeira de sol e peguei seus óculos escuros colocando em meu olhos ignorando os protestos dela.
- Chega e nem me procura sua vadia, o que foi hein, tá me trocando por outra? Eu já não sou mais suficiente pra você? – Eu revirei os olhos e ela me encarou com uma falsa cara de poucos amigos.
- Desculpa meu amor você sabe que só existe você na minha vida! – Eu lhe dei um beijo na bochecha e ela sorriu debochada. – Eu estava só socializando.
- Você não precisa das outras quando tem a mim! – Ela fingiu-se de enciumada e eu ri alto. – Tô falando sério sua vaca, só existe um espaço pra melhor amiga na sua vida e esse espaço é meu!
- Tá bom o possessiva, eu sou só sua, da minha mãe e do , satisfeita?
Ela fez uma careta, bufou e revirou os olhos em uma demonstração clara de tédio.
- Divido você com a tia Carminha, mas seu digníssimo namorado está sobrando, manda ele sair da lista!
Fora a minha vez de revirar os olhos e balançar a cabeça. Bridget era como se fosse uma irmã para mim, eu a conhecia desde bebês, nossas mães eram melhores amigas, nós nascemos no mesmo ano, no mesmo mês, éramos praticamente irmãs de mães diferentes. Não podia existir no mundo duas pessoas tão diferentes, mas que tinham tamanha química do que eu e Bridget, nós éramos inseparáveis.
Antigamente ela era a maior apoiadora do meu relacionamento com o , era legal porque ela namorava o Josh, então éramos os melhores amigos que namoravam os melhores amigos, entretanto, nos últimos tempos ela parecia odiar meu namorado ainda mais, e o ódio parecia recíproco da parte dele, eu não sabia o que houve entre os dois, mas fora o suficiente para que ela evitasse estar no mesmo ambiente que ele. No começo eu até tentei conversar, juntar os dois, fazer com que nós fossemos os quatro mosqueteiros de volta, mas ela parecia irredutível e ele mais ainda, apenas se aturavam por minha causa, e por causa de Josh, caso contrário eles preferiam nem se cumprimentar.
- Brid não começa... – Eu disse cansada, porque na noite anterior eu já havia tido uma discussão com , não queria cutucar ainda mais a ferida exposta.
- Eu não disse nada, apenas fiz uma pequena colocação.
- Aham, sei! Guarda a sua opinião pra você, por favor. – A cara de poucos amigos que ela fez dessa vez fora bastante genuína e eu senti ela morder o interior de sua bochecha para não me dar uma resposta mal criada.
- Ele só pode ter um boneco voodoo seu amarrado na cueca dele, só pode! – Ela murmurou baixinho para si mesma, mas eu acabei ouvindo e rindo das suas besteiras, Bridget era única, e por mais que ela tivesse a péssima mania de falar o que devia e que não devia, eu a amava.
Logo começamos a colocar as fofocas em dia enquanto tomávamos sol na piscina, perdíamos a noção do mundo quando conversávamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo, a música eletrônica soava alto, e pouco a pouco a festa foi enchendo, bebidas foram sendo servidas e as carnes foram rolando, passava das onze quando eu vi de novo, e fora uma visão bastante memorável.
Ele caminhava despreocupado ao lado de um dos amigos dele, ele me viu sentada na espreguiçadeira de longe e me lançou um olhar indecente demais para o horário, e aquele sorriso de lado? Me prometia coisas que estavam me fazendo corar antes mesmo de serem ditas. Bridget podia falar o que quisesse ao meu lado, que eu havia perdido completamente o foco, meu corpo todo estava voltado para ele.
deu um tapinha no ombro do amigo dele se despedindo e voltou a olhar para mim mais uma vez, tinha uma piscina de uns bons vinte metros entre nós, mas isso não pareceu impedi-lo. De roupa e tudo ele mergulhou na piscina e eu apenas me sentei melhor na espreguiçadeira para aproveitar a vista, ele dava braças vigorosas pela água e mesmo com a camiseta branca tampando boa parte de seus músculos, os braços bem torneados, mostravam a boa forma que ele estava. Ele ergueu-se sobre as escadas e saiu da piscina como a personificação do pecado, ele olhou diretamente nos meus olhos quando tirou a camiseta que estava colada ao seu corpo e minha boca salivou de vontade de morder cada gominho daquela barriga bronzeada. bagunçou os cabelos daquele jeito sexy masculino e veio em minha direção como o próprio cavaleiro da luxuria.
Se inclinou sobre mim mal se importando de estar me molhando, o contato da água gelada com meu corpo quente por horas no sol vez com que nós dois nos arrepiássemos e que ele me desse um sorriso ainda mais safado que antes, ele me beijou calma e lentamente, e eu suspirei, porque era só o que eu conseguia fazer quando estava sob o domínio daqueles braços musculosos dele.
- Esse biquíni deixa você ainda mais gostosa do que já é. – Ele sussurrou em meus lábios assim que tivemos que parar o beijo em busca de ar, aquela voz tinha o poder de fazer coisas muito estranhas com a parte mais ao sul do meu corpo. - Guarda pra mim linda? – Entregou-me a camiseta molhada e me ainda teve a cara de pau de mordiscar meu lábio inferior antes piscar para mim safado e se afastar para entrar dentro da casa sumindo das minhas vistas.
- Eu juro que ele faz isso de propósito. – Eu disse mal conseguindo conter a baba que ameaçava esconder da minha boca, eu escutei uma garota ao meu lado suspirar um, “Santa mãe”, e eu não pude concordar mais com ela, chame as divindades, por favor, acho que entrei em combustão espontânea aqui.
- Exibido! – Bridget disse e eu considerei que minha melhor amiga estivesse cega, louca, ou melhor, tivesse virado lésbica. Eles podiam não se gostar, mas estava bem claro para o mundo que era gostoso. – Ele faz isso pra marcar território sua trouxa! E você fica babando que nem uma idiota! Tinha um cara muito gato te secando ali no canto, você não percebeu porque é alheia a qualquer outro cara que não seja o , mas seu digníssimo boy tratou de espantar ele.
- Às vezes você leva esse ódio do a um patamar elevado demais viu! – Preferi ignorar os comentários dela antes que eu me estressasse e brigasse com ela.
- Você quem sabe ! – Ela disse fechando os olhos e voltando a tomar sol quieta.
Depois de um tempo naquele silêncio incomodo eu resolvi que era hora de colocar alguma comida na minha barriga, e hora de beber também, me levantei da cadeira e deixei uma Bridget bicuda para trás, depois que eu trouxesse pra ela uns espetinhos e um copo de cerveja ela se esqueceria da nossa pequena discussão, comida e suas magias.
Tinha uma fila enorme pra pegar as carnes e as bebidas, resolvi que era melhor eu ir no banheiro se quisesse esperar pacientemente até a minha vez chegar. Eu conhecia bem a casa de Josh então sabia que os três banheiros do andar de baixo estariam inutilizáveis, as pessoas tendiam a virar animais em certos tipos de festas, e por dizer isso eu queria dizer, gostava de mijar fora do vaso, literalmente falando. Subi as escadas e passei pelo móvel que Josh havia colocado no topo dela proibindo que as pessoas utilizassem os cômodos de cima, o loiro tinha demasiado amor a sua vida para deixar que alguém estragasse ou quebrasse alguma coisa milionária de seus pais.
O banheiro não era tão longe, de modo que eu logo estava voltando para festa, porém eu escutei um barulho em um dos quartos e logo imaginei que algum casal engraçadinho deveria estar fazendo coisas indevidas na casa de estranhos num quarto que não lhe pertencia, como eu disse, o povo se portava como selvagens nas festas.Como boa amiga que sou fui até o quarto que era de Megan, irmã mais nova de Josh para tirar quem quer que fosse dali, se o casalzinho queira transar que você bem longe das pelúcias da menina de doze anos.
Quando abri a porta encontrei a cena que eu previa, tinha uma garota prensada na parede parecendo feliz demais, enquanto um cara a segurava pela cintura com uma mão e a mantinha cativa com a outra que estava na parede impedindo sua passagem. A coisa parecia boa e eu até me sentia um pouco mal por interromper a pegação alheia, o cara estava com o rosto enterrado no pescoço da garota e ela se contorcia, estavam vestidos ainda, mas eu podia ver que o cara fazia o tipo gostoso com aquelas costas morenas e bem torneadas.
Foi então que a minha ficha caiu rápido demais, eu conhecia aqueles cabelos castanhos, eu conhecia aquelas costas e principalmente a maldita tatuagem na nuca, meus pés vacilaram e eu não pude acreditar naquilo que eu estava vendo.
- Que porra é essa ?
- Barbara! – Ele disse assustado virando se para mim e soltando a cintura da menina tão rápido que parecia que ela estava em chamas.
A menina levou um susto, mas eu só conseguia ver a cara dele e enxergar seu pânico. Ele de virou para mim e tentou se aproximar mas eu dei um passo para trás.
- Eu posso... Eu posso explicar, não é nada disso que você está pensando... Eu juro! – Disse aflito e eu não acreditei em nenhuma das suas palavras.
- Claro, você caiu por acidente no pescoço dessa vadia! – A amargura que saiu no meu tom o atingiu em cheio, pois a cara de pânico logo se tornou numa cara triste, aquela cara de quem sabia que havia feito uma merda gigantesca que estava além do perdão.
- ...
Eu nem deixei ele terminar de falar apenas corri para longe dali sentindo o véu coração quebrar em pedaços. Eu corri escada abaixo, as lágrimas impediam a minha visão, mas eu não deixei de me distanciar, no caminho até o lado de fora da casa eu esbarrei em várias pessoas de modo nem um pouco educado, mas eu era pequena e esguia e fiz meu caminho rápido até o carro, tirei do bolso do meu shorts as chaves do Benz dele e adentrei no carro ainda cega pelas lágrimas, quando finalmente chegou no carro eu já estava acelerando para longe.
- Maldito bastardo desgraçado!
Eu chorava e não sabia pra onde ir, eu dirigi por horas, deixando a raiva, o ódio e a magoa me consumir. Eu nunca esperava aquilo dele, nós éramos melhores amigos, éramos aquele casal que as pessoas idosas sorriam aos nos tachar como “casal bonitinho”, ele era meu melhor amigo, a pessoa que eu mais confiava, a pessoa que eu amava, aquilo só fazia a traição soar ainda pior. Eu queria machucar ele, eu queria bater aquele maldito carro que ele amava, ou melhor, jogá-lo no meio do oceano, mas tudo o que eu fiz, foi estacionar o mesmo na orla da praia e chorar como um bebê.
Não sei quanto tempo passei ali, eu havia desligado meu celular, mas quando eu resolvi voltar para casa já estava noite. Eu havia chorado tanto que meu corpo não tinha mais água pra desperdiçar então meus olhos estavam apenas vermelhos, eu deveria estar horrível, mas me olhou como se eu fosse o próprio anjo da salvação.
Ele estava sentado na porta do nosso prédio, parecendo bastante miserável, ele também tinha os olhos vermelhos, mas eu não queria sentir pena dele quando estava sentindo pena de mim mesma.
- Eu estava preocupado com você... eu... Eu, olha... – Ele não tinha palavras, passou as mãos pelos cabelos nervoso e eu apenas cruzei meus braços.
- Vai me dizer que eu não vi o que eu vi ? – Minhas palavras pareciam machucá-lo e eu queria que ele sentisse a dor que eu estava sentindo, ele era um mentiroso, e eu odiava amar aquele desgraçado.
- O que você viu foi... – Ele me olhou nos olhos, ele ia mentir eu sabia que ia. – Um mal entendido! – Quando ele disse aquilo eu quis chorar ainda mais, mas não conseguia. – Você não viu a coisa toda...
- Você queria que eu estivesse lá para assistir tudo? Não sabia que você gostava de exibicionismo também, além de trair.
- Não foi assim ! – Ele disse convicto, o que fazia sua mentira ainda mais gritante aos meus ouvidos, mas meu coração idiota queria acreditar nas suas palavras, porque doía demais saber da verdade. – Ela estava passando mal, ela ia desmaiar eu só cuidei dela como gostaria que qualquer pessoa tivesse cuidado de você! - Se qualquer pessoa cuidasse de mim do jeito que ele cuidou dela ele provavelmente surtaria de ciúmes, porque não tinha qualquer cuidado naquela cena. – Eu não consegui chamar ninguém pra ajudar porque ninguém iria ouvir com aquela música alta, ela estava caindo quando você chegou e me viu a segurando.
- E você quer que eu acredite nessa mentira , me diz, você mesmo acredita nela? – Eu perguntei e ele se calou, a tristeza ainda estava ali em seus olhos, mas também havia um brilho de determinação.
Ele se aproximou de mim parando a minha frente, bons trinta centímetros maior do que eu ele parecia uva muralha, mas se movimentava de jeito tão suava a minha órbita, seus ombros estavam caídos e ele me olhava fundo nos olhos.
- Eu amo você . – E ali estava a primeira verdade da noite, eu sabia quando ele mentia, e a parte inteligente do meu cérebro sabia o que ele estava fazendo, se não podia me ganhar com a mentira, jogava aquele amor doentio na minha cara para ver se solucionava a questão. – Eu amo você mais do que eu mesmo e essa é a verdade vais absoluta da minha vida! – Suas mãos me tocaram e eu me odiei por querer que ele me abraçasse. – Eu não quero que a gente termine por besteira, merda eu não quero que a gente termine por porra nenhuma! – Ele me abraçou forte e eu o senti começar a chorar, sim, jamais chorava na frente das pessoas, mas ele se permitia chorar perto de mim. – Por favor, não me deixa te perder.
Naquele dia eu tomei a pior decisão da minha vida, eu o perdoei pela primeira vez, eu sei que devo ser a pessoa mais trouxa da história, mas eu o amava demais para deixá-lo ir. Ele deveria ter aprendido com seu erro e que aquela seria a primeira e última vez que eu o perdoaria.
Não sei quem terminou mais enganado, ele ou eu.
[flashback OFF]


A história minha e de era antiga. Fomos melhores amigos quando crianças, nossos pais eram amigos e desde que nos entendemos por gente ele era meu Clark Kent e eu era sua Lois Lane. Na adolescência os hormônios entraram em ação, todos estavam descobrindo seus corpos, e nós não queríamos ficar atrás, fomos o primeiro beijo e a primeira transa um do outro e Deus, eu vi e senti de perto a evolução de sexo medíocre a orgasmos múltiplos conforme fomos crescendo.
Namorarmos era apenas o certo, nossos pais esperavam isso, nossos amigos já sabiam que cedo ou tarde aconteceria, e para sermos sinceros nós também, tudo aconteceu gradualmente de forma natural.
O “eu te amo”, sempre existiu, carinho não era algo que faltava em nossa relação, nem o cuidado. Eu só tinha olhos para ele e acreditava que ele também só tinha olhos pra mim... Como mulher é estúpida e burra, não que a gente nasça assim, mas quando a gente se apaixona um processo químico muito doido acontece dentro do nosso corpo, cérebro e coração que tendemos a tolerar idiotices de uma forma descomunal.

[Flashback ON]
Era domingo e não tínhamos nada para fazer, era aquele típico dia vazio que aproveitávamos para fazer vários nada, que se resumia a ver programas de culinária na cozinha enquanto comíamos alguma comida congelada. Naquele dia, entretanto, resolveu colocar meu avental de cupcakes sorridentes e cozinhar alguma coisa pra gente, era engraçado vê-lo vestido daquela maneira, mas tenho que admitir que era muito sexy também, principalmente quando ele estava cozinhando sem camisa, apenas com sua calça gasta de moletom preta.
- Você vai colocar fogo na minha cozinha! – Eu brinquei e ele me lançou um olhar ultrajado.
- Para seu governo essa cozinha é minha também, eu tenho meus direitos! – Fingiu-se de indignado e virou a cara enquanto mexia o molho de tomate, que eu tenho que dar o braço a torcer, estava cheirando divinamente.
- Mas isso não muda o fato de quem utiliza mais ela sou eu!
- Qualquer namorada normal ficaria feliz de ver o namorado cozinhando, mas não você... – Ele apontou a colher de pau pra mim e eu mordi meu lábio inferior para não rir da cara fofa de bravo que ele vez. – Você quer frustrar todas as minhas aspirações a Master Chef!
- Desculpa. – Levantei minhas mãos em claro sinal de rendição. – Você não vai colocar fogo na cozinha porque é o melhor chefe de cozinha do mundo!
- Assim está melhor e só por isso eu vou deixar você comer a sobremesa mais cedo! – Ele piscou pra mim sorrindo e voltou a mexer a panela enquanto eu suspirei.
- Obá, e o que você tem de sobremesa? – Perguntei curiosa.
- Como você é muito preguiçosa não viu que eu levantei mais cedo que você hoje e não viu que eu trouxe uma surpresa da padaria...
- Não... Você, não... – Pisquei incrédula e ele sorriu com tanto carinho e ternura pra mim que eu quis voar da bancada onde eu estava sentada só para beijá-lo diversas vezes.
- Comprei a sua torta de morango favorita? Sim claro! – Ele disse todo convencido por ter me agradado. – A mulher da minha vida estava merecendo um mimo por ser tão incrível! – Ele veio até a mim e me roubou um beijo apaixonado.
- Você é simplesmente o melhor namorado no mundo!
– A gente se esforça né! – Riu ficando levemente corado pelo elogio, aquela era uma das facetas que as pessoas normais não conheciam do , ele era extremamente fofo e doce comigo, não poupava esforços pra me agradar e cuidava de mim com tanta paixão e delicadeza que às vezes me sufocava. - Vê se está bom de sal... – Ele trouxe até mim a colher de pau para provar o seu molho e quando eu cheguei perto da colher com a boca ele tirou ela de perto de mim. – Não, prova aqui. – Sorriu safado e derrubou o casto molho em seu próprio pescoço.
Eu tive que dar a volta no balcão da nossa cozinha americana para poder ficar perto dele, ele se abaixou um pouco para que eu pudesse alcançar o seu pescoço e eu não me fiz de rogada, lambi aquela parte do corpo dele com o molho de maneira dedicada e mais lenta do que deveria.
- Hum... Está uma delicia! – Eu sussurrei contra a sua pele e me senti poderosa ao vê-lo se arrepiar com a minha caricia.
- Você tem certeza? – Ele perguntou com a voz rouca segurando a minha cintura com uma mão.
- Deixa eu provar de novo. – Atrevida, eu peguei a colher de pau de sua mão e sujei o queixo dele com o molho, jogando a colher na bancada logo depois. Eu mordi o queixo dele de forma suave, provocando, e depois passei minha língua pela região sentindo o agarre dele fincando ainda mais forte na minha cintura enquanto seus olhos se fechavam, ele estava com tesão, eu estava com tesão, a cozinha não ia ser a única coisa a pegar fogo hoje. – Sim, está realmente muito bom.
- Quer ver ficar melhor ainda? – Ele me perguntou, olhando intenso nos meus olhos, com fome, com vontade, seus dentes correram pelo seu próprio lábio inferior e eu me senti umidificar ante a promessa explicita naqueles olhos .
- Quero. – Provoquei-o colando meu corpo mais ao dele.
Ele apenas sorriu safado e tomou minha boca na dele e me beijou com ardor, me pegou no colo e me colocou sentada na bancada, enfiou-se no meio das minhas pernas e começou a fazer loucuras com a boca em meu pescoço. Suas mãos apertavam os lugares certos e nossas roupas sumiram em tempo recorde, e num pequeno momento de lucidez tivemos o bom senso de desligar o fogo, antes de saciarmos nossa outra fome.
[Flashback OFF]


A minha cota de idiotices havia chego no limite quando deu quatro horas da manha e não havia sequer me mandado uma mensagem dizendo que estava bem para que eu não me preocupasse. Eu estava com raiva, mas tinha uma pequena parte dentro de mim que se preocupava com a segurança dele, e eu como boa canceriana que sou já tinha pensado em vários acontecimentos trágicos para justificar a falta dele.
Eu era uma tola apaixonada mesmo.
Cansada de ficar parada, me levantei da cama e fui para a cozinha, sentindo a minha preocupação me consumir mais do que a desconfiança, eu estava pensando mal dele enquanto ele podia estar num hospital ou lugar pior.
Como num passe de mágica a mesa que eu havia posto nosso jantar materializou-se a minha frente e toda a minha preocupação evaporou. Eu havia feito o prato favorito dele, peixe assado com batatas, prato este que eu secretamente odiava. O vinho ainda estava aberto e o refratário que continha nossa refeição ainda estava com o papel alumínio por cima, toda a parafina das velas decorativas havia se derretido e apagado naturalmente, garfos, facas e colheres jamais saíram de sua posição chique e estratégica, toda a mesa estava intocada.
- Chega, essa é a ultima vez! – murmurei para mim mesma sentindo meus olhos queimarem com as lágrimas que se formaram e que não tardaram a escorrer pela minha face.
Fui para o banheiro e mesmo estando sozinha fechei a porta, olhei minha imagem refletida no espelho e fiquei ainda mais triste com o que vi. Uma mulher triste olhava para mim de volta, os cabelos revoltos em um coque mal feito, grandes orelhas roxas embaixo dos olhos devido à privação de sono, olhos vermelhos pelo choro, além do rosto inchado pelas lágrimas e minha compulsão por limpá-las achando que se eu não as visse elas doeriam menos.
Eu era uma bagunça.
- O que você fez com você mesma ? – Perguntei para a minha imagem que pareceu ainda mais miserável.
Eu queria que alguém me abraçasse e me consolasse naquele momento, mas minhas amigas não me aguentavam mais, eu havia cansado a todas com as confissões de um relacionamento falido com um namorado cafajeste, todas sem exceção odiavam . Nem minha mãe, pessoa que deveria me amar incondicionalmente e ouvir minhas lamurias tinha paciência para mim, incontáveis vezes ela havia dito: “ não é mais o mesmo , termina esse namoro antes que ele acabe com você”. E ela tinha completa razão, eu sabia que todas elas tinham, mas terminar com ele era tão difícil.
Terminei de chorar toda a angustia dentro de mim, o que levou uma boa meia hora para acontecer, lavei meu rosto e me olhei no espelho mais uma vez, uma decisão martelava na minha mente e minha convicção estava expressa nos meus olhos. Naquele banheiro eu prometi para mim mesma que nunca mais choraria daquele jeito, que depois de hoje não existiria mais um nós, apenas o eu.
- Você é sujo, desprezível e nojento Alan ! – Comecei a treinar o discurso do fim em frente ao espelho. – Você não é mais aquele garoto pelo qual eu me apaixonei na sexta série. Você mente o tempo todo e sei que está com “ela” quando diz que não! – E aquilo me doía ainda mais, saber que ele estava com outras e ainda ter a cara de pau de voltar para mim dizendo que eu sou a única no seu coração. – Você se acha tão esperto, que acaba sendo a pessoa mais burra de todos os tempos, eu sei que você tem outro celular porque você foi burro o suficiente para me mandar mensagens várias vezes com outro o seu outro número! Pra mim chega, eu quero terminar, quero suas coisas fora do meu apartamento, eu quero você longe da minha vida pra sempre!
Era isso que eu queria falara para ele, era isso que eu tinha que dizer quando ele cruzasse aquela porta a hora que fosse. Eu sentia meu coração sangrar de forma exposta e aberta, era uma dor na alma tão profunda que se tornava física, eu precisava fazer aquilo, eu precisava me escolher, porque escolhendo ele eu estava me perdendo cada vez mais na insanidade.
Quantas vezes eu não havia ficado em casa esperando ele chegar? Quantas vezes eu fiz os pratos favoritos dele e vesti algo legal para esperá-lo como uma ao namorada faria? Eu havia estado ao lado dele em cada pequena parte da história da vida dele naqueles últimos vinte e três anos, eu havia aprendido o nome dele muito antes de eu aprender que meu nome era , eu abri mão de muita coisa para estar com , abri mão da pessoa que deveria ser mais importante na minha vida, eu mesma.
O nosso relacionamento já tinha chegado ao fim e era eu a única que insistia em manter as coisas firmes quando na verdade tudo havia desmoronado fazia um bom tempo.
Quando saí do banheiro vinte minutos depois e fui para o quarto levei um susto ao encontrar a razão de toda a minha dor e sofrimento sentado na ponta da nossa cama olhando para o nada com uma cara perdida, eu travei meus movimentos na porta e logo cruzei meus braços e cerrei meus punhos, em parte para me impedir de correr até ele e enchê-lo de porrada, e em outra para me conter de ir abraçá-lo por ter chego inteiro em casa. Sim, eu era a contradição em forma de pessoa.
- Desculpa. – Fora a única coisa que ele disse. Oito letras, cinco consoantes, três vogais, uma palavra fajuta que nem de perto aplacava a fúria que eu senti no momento em que ela saiu da boca dele.
- É só isso que você tem a me dizer ? – meu tom por si só demonstrava que eu não estava de bom humor e ele sabia que precisaria de muito mais do que pedir desculpas para me acalmar.
Ele me olhou, profundamente nos olhos e eu tive que me concentrar para me manter irredutível, aquele olhar, aqueles cabelos desgrenhados, aquela barba por fazer... Pecado, era a única palavra que descrevia aquele homem.
- Sim e não... – Ele disse e se levantou caminhando em minha direção lentamente, como se soubesse que com o menor dos movimentos eu poderia atacá-lo e não no bom sentido. – Pedir desculpas por ter te deixado esperando a noite toda por mim é o mínimo que eu posso fazer. Eu não liguei, eu não avisei aonde eu ia, eu sou a pior merda de namorado que você vai ter na vida, mas eu te amo . Te amo de verdade e essa é a única verdade que existe pra mim. – Ele suspirou alto quando ele chegou mais perto e eu me afastei, frustrado, ele passou a mão direita no cabelo em frustração. – Se você quiser que eu me ajoelhe no chão eu me ajoelho. – Disse ele fazendo exatamente o que havia dito. – Desculpa por não ser o cara que você merece.
Lindo cafajeste, cretino, filho de uma puta que você é . Eu não tinha como contestar com ele quando ele dizia que me amava, porque era real, eu sentia que era real, os olhos expressivos dele dizia que era verdade.
- Isso não muda muita coisa! – Falei amargamente e me afastando ainda mais dele entrando no quarto e indo me sentar no batente acolchoado da janela.
- Eu te amar não muda nada pra você? – Ele perguntou como se aquilo o ofendesse de maneira profunda, seu olhar para mim agora era ressentido. se levantou do chão e correu os dedos pelos seus fios castanhos mais uma vez.
- Não muda, porque você diz que me ama, mas me trata como se não o fizesse. Você mente, você faz joguinhos, você me manipula e eu já estou cansada disso! – Eu estava chateada, com o coração doendo e cansada, cansada da mesma história e do mesmo discurso barato – O que você quer de mim ? O que você quer desse relacionamento? Ou melhor, porque você insiste nesse relacionamento quando você claramente não quer estar em um?
Eu tive a leve alegria de poder ver a expressão de surpresa no rosto dele, eu nunca nesses anos de relacionamento havia o confrontado daquela forma, eu no máximo o perdoava e dizia que ele não me merecia. Vi os olhos deles ficarem tristes e sua expressão convencida desmoronar assim como seus ombros caindo em sinal claro de desistência. Eu vi seus olhos voltar-se para os meus mais uma vez, com um brilho de convicção no olhar, e em menos de um minuto vi sua confiança voltar.
- O que eu quero de você ? Eu quero apenas que você me perdoe e me dê a chance de ser um namorado melhor, eu sei que vivo dando mancadas com você, e nem eu mesmo sei por quê. – Ele se aproximou de mim tão rápido que fora impossível controlar o arrepio tomar conta de todo o meu corpo quando ele me segurou suavemente pelos braços. – O que eu quero do nosso relacionamento ? Eu quero que nós dois sejamos felizes, eu quero ser o homem que você acredita que eu sou, eu quero ser o meu melhor pra te fazer feliz, eu quero poder amar você, eu quero poder venerar cada parte do seu corpo... – Suas mãos não estavam mais em meus braços, elas haviam descido pelo meu corpo e agora repousavam em minha cintura me apertando a ele como se eu pudesse fugir. Sua testa estava colada na minha e a respiração minha era drenada por ele, me olhava nos olhos com uma intensidade fora do comum e eu estava me esforçando ao máximo para não cair na lábia dele mais uma vez, mas era difícil. – O que eu quero insistindo nesse relacionamento, insistindo em nós ? – Ele continuou a falar e cada vez mais se tornava difícil respirar – Eu quero crescer e ser o homem que você merece, eu insisto em nós porque eu não sei quem eu sou sem você e eu não quero descobrir, você é a melhor parte de mim, você é a pessoa que faz eu ser alguma coisa e eu não sou nada sem você aqui comigo, então, por favor, me desculpa, me perdoa?
Essa é a prova de quando eu digo que ninguém conseguia entender minha relutância em terminar com , era complicado. Sempre que eu dizia que era o fim ele me conquistava de novo.
Eu senti as lágrimas invadirem meus olhos, meu coração batia forte no peito e eu me odiava por ser assim tão fácil, simples palavras faziam com que eu ficasse nas nuvens, a voz dele, aquela convicção fazia com que eu me sentisse a pessoa mais amada na face da terra por causa daquele ser. Eu sabia quando mentia, por mais que eu fosse idiota em me iludir com suas meias verdades, eu sabia quando ele falava sério, algo no jeito que ele olhava revelava o que sua boca não dizia (ou dizia no caso).
- Eu te odeio! – Eu disse de olhos fechados. Meus ombros caíram e eu me dei por vencida, ele me segurou em seus braços forte me impregnando toda com aquele perfume e eu não tinha forças para fazer o “nós” virar apenas eu. – Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio! – A cada palavra minha eu dava um tapa naquela bastardo que me apertava mais forte nos seus braços.
- Eu te amo. – Ele se afastou para me dizer com os olhos colados nos meus, com aquelas malditas orbes que me hipnotizavam ao ponto de me tornar uma pessoa patética. – Eu te amo. – Ele selou os lábios dele nos meus de forma suave e apaixonada – Eu te amo. – Mais um beijo foi depositado em meus lábios e meu peito doía. – Eu te amo.
Eu coloquei minhas mãos em sua face o segurando, o afastando de mim. Abri meus olhos e tenho certeza que ele sabia que estava me machucando, me quebrando aos poucos, ele sabia que era egoísta demais pra me deixar partir. Ele sabia que não ia mudar, mas preferia me ter ali sofrendo ao lado dele do que ser livre sem mim.
- Fuck You .
Não me orgulho de dizer que depois disso fui eu quem encurtou nosso espaço colando nossas bocas mais uma vez, tenho vergonha em admitir que ele me beijou com fúria e paixão, e eu mais do que disposta o beijei de volta na mesma intensidade. Não vou culpar meu corpo por ter se arrepiado quando as mãos dele invadiram a camiseta do meu pijama, nem vou levar a culpa por ter gemido quando ele desceu os beijos pelo meu pescoço e colo, porém, eu aceito a culpa por tê-lo livrado da camiseta que ele vestia para poder arranhar aquele peito esculpido como punição. Ele sorriu pra mim entre o beijo, e eu sorri de volta, ele então me pegou no colo e me jogou na cama e voltou a me beijar de forma louca enquanto seu corpo serpenteava por ima do meu, me atiçando, me excitando, me seduzindo e principalmente, me amando com ardor.
A quem eu queria enganar, eu não sei, só sei que naquela noite (ou madrugada, como preferir) eu e fizemos amor de uma maneira insana, sôfrega e inesquecível. E mais uma fez o que eu deveria ter feito se tornar um ponto final se tornou virou reticências.

Why am I such a fool when it comes to you?
A, B, C, D, E-E-E, F. U


FIM



Nota da autora: Oi Oi Gente! Muito obrigada por terem lido a Ficstape F.U. Nossa cara esto tão orgulhosa de mim mesma por ter conseguido escrever e postar que vocês nem imaginam! Eu sempre tive muitas ideias loucas, escrevi diversas histórias, mas nunca tive coragem de mostrá-las pra ninguém, então foi uma superação e tanto encarar esse desafio de escrever uma história aqui pro Fanfic Obsession. Espero que vocês tenham gostado e, por favor, comentem o que vocês acharam, tá? Isso vai me ajudar demais na escrita dos meus possíveis futuros contos. Beijão!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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