Finalizada em 11/11/2021

Capítulo Único

— São três pratos especiais para a mesa doze!
— E mais um para a dezesseis!
O barulho que ecoava pelo ambiente se misturava com o cheiro dos temperos e o vapor que saía pelas panelas que borbulhavam a todo instante, sem qualquer resquício de descanso e deixando bem claro que aquela cozinha em si, tinha seus melhores ajudantes e chefs. Nada que fosse muito diferente do que estavam acostumados a ouvir por ali, já que os mesmos tinham plena certeza de que o restaurante Flavors fazia jus a seu nome.
Não era surpresa para ninguém que passasse por ali e que conseguisse ver o quanto o local estava cheio, saber que poderia ser nomeado como um dos melhores restaurantes daquele bairro.
E aquilo fazia com que só sentisse ainda mais vontade de cozinhar, afinal, era o que ele mais amava e sabia, como qualquer outra pessoa, fazer muito bem.
Ele deixou que seus olhos passeassem mais uma vez por toda a extensão da cozinha, tendo plena certeza de que tudo continuava nos conformes, exatamente como ele gostava que fosse feito e com isso, dobrou a manga de sua blusa social clara, na altura de metade de seu braço.
O que só fez com que seus funcionários o olhassem de canto e deixou que um sorriso animado surgisse no canto de seus lábios.
O mais novo colocou a última especiaria que decorava o prato de louça apoiado sobre a bancada de inox e com a mão livre, o pegou, caminhando rapidamente em direção a saída e consequentemente, em direção a seu chef e também, amigo.
— Alguém acordou disposto a cozinhar mais do que o normal. — cantarolou passando por e deixou que uma risadinha escapasse entre seus lábios ao ver a expressão que havia tomado conta do rosto do outro.
— E quando é que isso não acontece? , espere aí — indagou, observando o colarinho de seu amigo levantado e o chamou. — Meus funcionários precisam estar sempre alinhados.
— Exatamente como você costuma estar sempre, não é? - abaixou o olhar em direção às mangas amarrotadas da blusa de e ele revirou os olhos, não deixando de sorrir. — Certo, agora me deixe ir. Parece que o casal da mesa doze não vê a hora de provar o prato indicado do dia.
Com isso, o rapaz arqueou uma das sobrancelhas, deixando para trás, não só o observando sair pela porta de duas folhas, mas podendo ter a ampla visão do restaurante que se encontrava superlotado naquele horário, como de praxe. O barulho das vozes inundadas em conversas calorosas e dos talheres que permaneciam frenéticos fazia com que cruzasse seus braços na altura de seu peitoral, se sentindo inteiramente satisfeito com o que havia conquistado até ali. Poder enxergar seu reconhecimento tão transparente daquela forma o fazia se sentir orgulhoso, mais do que já costumava sentir nos dias que adentrava as portas de vidro do enorme restaurante e era recepcionado pela sua equipe, que contava não só com , mas com mais seis auxiliares.
Se dependesse do rapaz, ele poderia passar o resto da noite parado, apenas se lembrando de toda a trajetória que o havia lhe levado até ali, principalmente de toda a dificuldade que teve até ter o título de melhor chef daquele bairro, se não até de toda a Seul.
O que, pelo menos em sua opinião, ele estava bem perto daquela designação.
Respirou fundo, pressionando os lábios e virou o corpo, podendo vislumbrar seus funcionários mais uma vez e sem que pensasse mais, levou uma mão na outra, as esfregando e deixando um sorriso acolhedor tomar conta de seu rosto, exatamente como ele costumava fazer quando iria incentivar os que trabalhavam com ele.
— Quais os próximos pratos da fila? — perguntou, apertando um pouco mais a faixa de seu avental na cintura. — Temos Bulgogi e Gopchang para terminar esse turno, tirando alguns aperitivos para finalizar também.
— Certo. — inclinou a cabeça veemente e assentiu, caminhando em direção à bancada não tão longe de si. — Irei concluir as porções que faltam. Vou pedir para que vocês sirvam os que já estão prontos, ok?
Ye, chef.
— Hendery, conseguiu terminar a porção da mesa sete? — virou o corpo levemente para trás, podendo ver seu auxiliar finalizando o prato que tinha em mãos.
— Sim, chef, saindo agora.
balançou a cabeça, assentindo e voltou a fazer seu trabalho, ainda ouvindo toda a agitação que continha dentro da cozinha. Todos ali trabalhavam com perfeita maestria, sem qualquer detalhe que o fizesse querer melhorar.
Era uma equipe e tanto.
— Perfeito. Vamos continuar nesse ritmo e quem sabe conseguimos fechar o restaurante mais cedo hoje.
Foi impossível não ouvir os cochichos e risadinhas ao seu redor e aquilo fez com que o rapaz deixasse um sorriso discreto escapar no canto de seus lábios, podendo perceber mais uma vez o tanto que seus funcionários gostavam de tê-lo ali.
Ye, chef!

siganeun chungbunhae jigeum uri
(temos tempo suficiente agora)
nunchido boji ma geujeo taste it (taste it)
(não olhe em volta, apenas experimente)


não enxergou muito bem quando passou pelas mesas, agora um pouco mais vazias pelo horário, nem mesmo notou quando a fila do lado de fora se tornou mais amena, depois de ter recebido a ligação no momento em que estava na recepção, apenas para que sua colega de trabalho conseguisse tirar alguns segundos de descanso.
Ele fechou seus olhos com força quando andou um pouco mais depressa, se praguejando por não ter conseguido recusar àquele pedido, já que, se não tivesse ali, não teria tido a notícia que, com toda certeza, faria com que o restante de sua equipe entrasse em um colapso coletivo.
— Que droga, que droga… — murmurou, chegando à parte final do restaurante e assim que adentrou a cozinha, seus olhos bateram de primeira em e sem mais delongas foi até ele, o puxando pelo braço até detrás das prateleiras para que pudesse surtar junto dele.
— Ei, cara! Se nos ver aqui, ele vai me matar! E depois vai matar você. — apontou para o amigo, piscando algumas vezes. — Por que você ‘tá vermelho? Ficou muito perto do vapor da panela, é?
Aish, fica quieto! E eu tenho certeza que antes de matar nós dois, ele vai querer se matar!
— Ih. — engoliu em seco ao ouvir o tom de voz do amigo e estreitou os olhos, tentando entender o motivo de todo aquele alarde. — Você falando assim me deixa preocupado. O que foi?
— Você lembra de que comentou que na próxima semana viria uma crítica culinária para verificar o Flavors?
— Eu lembro disso, mas porque você ‘tá todo nervoso por algo que só vai acont—
— Ela vai vir hoje, , depois desse turno! — o cortou, empurrando o amigo pelo ombro por seu nervosismo. — Acabou de ligar pra cá. Não explicou o que aconteceu e só disse que vai antecipar a visita. Você tem noção disso?! vai ficar maluco! Eu não quero nem ver, essa cozinha vai virar um caos!
ficou estático por alguns segundos, tentando digerir tudo o que seu colega de trabalho havia dito e sentiu o coração descompassar, na medida em que seus olhos iam arregalando gradativamente ao obter toda a informação. Sua boca se abriu em um o perfeito até que começasse a surtar para valer.
— Mas é o que?! Como é que ela simplesmente muda tudo assim? Meu Deus, nós não repomos o estoque, nem mesmo fizemos a contagem na adega… Meu Deus, vamos precisar trocar os pratos e refazer as mesas…
O rapaz ia enumerando em seus dedos enquanto andava de um lado para o outro, quase perdendo a cabeça por completo.
— Eu sei de tudo isso! Aish… Nós estamos ferrados…
colocou uma das mãos na cabeça, andando lentamente em direção a parede mais próxima para recostar seu corpo sobre ela, mas antes que pudesse concluir seu ato, pôde ouvir um pigarro próximo a ele e seu amigo.
E ao levantar seus olhos, pôde encarar os de encarando os dois no mesmo instante em que levava seus braços em direção ao peitoral, os cruzando.
— Vocês estão ferrados com o quê?
— Ah, não é nada…
— É só que…
Os dois começaram a dizer juntos, trocando olhares e sentindo a garganta secar tentando explicar a situação para o chef.
— É só que? — questionou mais uma vez, ainda esperando por uma resposta. — Se não aconteceu nada, acho que vocês podem voltar ao trabalho. Ainda temos muito o que fazer.
sorriu de canto, amarelo e arfou, olhando para uma última vez antes de piscar intensamente, puxando pelo braço. Antes de começar a falar, olhou para trás de seu chef, tendo certeza que ninguém mais poderia ouvir aquilo.
— Antes de tudo, tenta não enlouquecer, ok? — o rapaz levantou o indicador. Respirou fundo novamente e pressionou os lábios. — Nós temos exatamente — abaixou o olhar em direção à seu pulso e verificou as horas, voltando a olhar para . — Menos de duas horas para reorganizar o restaurante e repor o estoque.
— O que? — estreitou os olhos, tentando entender o que ele falava. — Você não pode decidir algo assim tão subitamente…
— Crítica Culinária. Hoje. Daqui há duas horas. — tomou a frente do amigo, colocando uma das mãos no ombro de , este piscou algumas vezes, como se estivesse digerindo a ideia.
Ele endireitou a postura, respirando fundo e colocou uma das mãos na cintura, tentando se manter são.
— Você só pode estar brincando.
— Queria estar. Ela ligou quando eu estava na recepção, informou que está terminando uma avaliação e que não irá demorar a chegar já que está em Gapyeong. — continuava a dizer, mais nervoso do que aparentava.
— Certo. Eu… Droga. Tudo bem, prestem atenção. — passou uma das mãos no cabelo, engolindo em seco. — , você consegue repor o estoque nesse tempo? Vou pedir para te cobrirem enquanto faz isso.
— Ye, chef.
, você reestrutura as mesas, ok? Vou passar como será nossa rotina até o final do expediente hoje para os demais. Conto com a ajuda de vocês.
Os dois auxiliares assentiram, saindo cada uma para seu lado prontos para que começassem a tarefa que foi passada. ficou ali por mais alguns segundos, sentindo a cabeça começar a girar vagarosamente e puxou todo o ar que conseguiu, decidido a iniciar o que deveria ser feito.
Ele só esperava que tudo desse certo e que no final, conseguisse uma consideração notável, a qual sempre havia conseguido com os outros que o visitavam.

*


— Continuem desse jeito, pessoal, estamos indo muito bem.
A voz de ecoou pelo local, mesmo com toda a estridência dos talheres se remexendo dentro dos recipientes. Ele deixou que seu olhar apreensivo vasculhasse cada canto daquele lugar, mesmo tendo ciência de que a crítica responsável estava atrasada o suficiente para que não comparecesse mais naquele dia.
O que, para ser sincero, seria um alívio, por mais que soubesse que as coisas em seu restaurante agora estavam mais organizadas do que o habitual.
aproximou o corpo do chef, limpando uma das mãos no avental e descansou o mesmo ao parar ao lado de .
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
— Você ainda acha que ela vem?
— O expediente ainda não terminou, . Ela pode aparecer a qualquer momento.
respondeu, sem deixar que sua atenção fosse voltada ao seu sous chef. Sua cabeça parecia cheia demais para que entrasse em uma conversa com qualquer que fosse a pessoa.
— Eu sei, é só que… Nós já vamos . Você também não ‘tá com a cara muito boa. — mencionou, arqueando as sobrancelhas. O outro apenas balançou a cabeça, como se aquilo não importasse naquele momento. — Sabe que posso ficar aqui até o final da avaliação, não é? Se ela vier, claro.
— Não será necessário. Você, assim como os outros, fez muito hoje e agradeço por isso.
— É sério, chef. Podemos ficar aqui com você. E se ela não vier, bom, a culpa não é sua.
Ele deixou que uma risadinha fraca escapasse de seus lábios ao ver a mobilização de seus funcionários em apoiá-lo e balançou a cabeça, entendendo a vontade deles.
— Eu agradeço a vocês, mas já estão dispensados. Vão, podem ir e descansar. — rebateu, desencostando o corpo da bancada e ajeitando a faixa de seu avental na cintura. — Vou esperar um pouco mais e depois, quem sabe, vou embora. Agora, vou dar quinze minutos para todos saírem.
Pôde ouvir a risada dos demais ecoarem a cozinha e conseguiu se sentir um pouco mais leve depois de toda a pressão que obteve durante aquele dia. conseguia sentir seu corpo queimando apenas pelo estresse acumulado e se lembrou de que, sempre que havia críticos em seu restaurante, ele costumava ficar exatamente daquela forma.
Inundado em tensão.
Não demorou muito para que o lugar começasse a ficar vazio e assim, conseguiu avistar Hendery se juntando a para fechar as janelas laterais, enquanto os outros seguiam para seus caminhos longe dali.
— Tem certeza que vai ficar aqui? Cara, vai para casa.
fechou os olhos brevemente ao ouvir a voz de invadir seus ouvidos e, antes que pudesse respondê-lo, virou o rosto em sua direção, podendo avistá-lo já com suas roupas informais.
— Eu já te falei. Você mais do que ninguém sabe que nunca saio cedo, de fato, do restaurante.
balançou a cabeça negativamente e sorriu de canto, colocando uma das mãos no ombro do amigo.
— Como eu sei. Não entendo esse seu fetiche estranho por cozinhar e por ficar aqui. Tem quanto tempo que você não… — o rapaz iria continuar, não fosse pela olhada de em sua direção, arqueando uma das sobrancelhas. — OK! Sabe que qualquer coisa é só me ligar. Fui.
— É bom você ir mesmo.
O outro apenas levantou uma das mãos, acenando de costas para ele e saiu pela porta da frente, deixando na pouca luz que ocupava o restaurante naquele momento. Ele deixou que os olhos caíssem pelas janelas já fechadas pelas persianas e até iria em direção à porta para trancá-la, podendo assim ficar em paz para testar uma de suas novas receitas, não fosse pela andar despreocupado da mulher que aparecera do lado externo.
Ele pôde notar o jeito de andar autoritário que ela tinha, os saltos que trajava e o vestido colado e formal que marcava seu corpo. E tudo aquilo sendo complementado pela bolsa que segurava, junto da pouca papelada que tinha em mãos, como se nada daquilo fosse importante o suficiente para ela.
conseguia sentir seu coração palpitar um pouco mais rápido, não só pela intensidade que ela lhe passava, mas por começar a entender quem ela poderia ser.
E foi quando a mesma parou em frente à enorme porta de vidro do restaurante, arqueando uma de suas sobrancelhas ao vê-lo fechado, que quis se praguejar por completo.
Não imaginava que ela fosse aparecer depois daquele horário.
Rapidamente caminhou até a porta, ajeitando a manga de sua blusa social e passou a mão pelo cabelo azulado, de forma descontraída, notando o olhar da mulher queimando sobre si até que abrisse a porta.
No instante em que o fez, abriu um sorriso admirável, o que não a fez fazer o mesmo.
— Você deve ser a crítica gastronômica que estávamos aguardando. — mencionou, cordial. Ela deixou que seus olhos caíssem sobre ele mais uma vez, analisando meticulosamente o rapaz parado em frente a si.
. E você é..?
. Chef responsável pelo Flavors. — ergueu uma de suas mãos em direção à ela, para cumprimentá-la. — É um prazer ter sua presença aqui.
Você é o chef?
pôde perceber uma das sobrancelhas da mulher arqueadas, como se tentasse se convencer de que ele era mesmo o responsável por aquele lugar.
— Sim. Creio que já tenha ouvido falar de mim.
Com isso, deu passagem para que ela entrasse, o agradecendo somente ao acenar e o mesmo fechou a porta, se certificando de que o ambiente estaria agradável para .
— Muitas pessoas falam bem do restaurante, é impossível não ouvir falar sobre, mas… — ela depositou a bolsa em uma mesa mais próxima à cozinha, voltando a olhá-lo. — Não imaginava que teria um chef como você.
O rapaz estreitou os olhos, não captando o que ela queria dizer com aquilo.
— Como eu?
Ela apenas concordou, voltando a olhá-lo por completo. Olhou seus cabelos, o rosto de e suas vestimentas, o analisando por completo. Depois, balançou sua cabeça, como se não tivesse falado nada demais e puxou a cadeira para se sentar.
— Bom, espero não tomar muito seu tempo. Sei que me atrasei, então acho que sua avaliação será rápida e precisa. — mencionou, verificando cada pequeno detalhe da mesa em que estava. O olhar da mulher vagava para todo o lugar que poderia observar bem e conseguia notar o quão objetiva ela conseguia ser. Notou também quando seus lábios quase se curvaram em um sorriso esperto, deixando bem claro que não estava ali para brincadeiras.
Aquilo, de certa forma, o deixou intrigado.
E ele quase sorriu como ela também.
— Não se preocupe. Não farei algo demorado. Aceita um vinho para iniciarmos?
— Com toda certeza. — a mulher voltou a olhá-lo com tamanha destreza.
sentia cada pedaço de seu corpo em puro êxtase, parte daquilo pelo nervosismo já habitual quando aquilo ocorria e parte por não entender ao certo o jeito com que demonstrava ser.
Quando caminhou em direção a adega exposta pelo salão do restaurante, o rapaz conseguia sentir queimar por suas costas o olhar detalhista da mulher e só então quando o mesmo escolheu a bebida que achou por ser a mais adequada, que pôde ouvir a voz da mesma ecoar pelo local.
— O que você me aconselharia nesta noite?
— Temos um prato bem pedido no cardápio que apesar de não ser tão caro, é o mais desejado. Acho que vai lhe agradar. — ergueu uma das sobrancelhas, com o pouco da curiosidade que estampou o rosto da mulher. — Japchae.
o olhou um pouco mais, antes de soltar uma risada fraca.
— Vocês vendem Japchae aqui?
— E por que não? Só porque o Flavors é um restaurante respeitado, não quer dizer que não possamos servir algo um pouco mais simples.
O rapaz terminou de encher uma das taças, erguendo em direção à mulher que pegou e bebericou um pouco do líquido, o saboreando por alguns segundos.
— Muito bem colocado. — murmurou. — Mas só posso ter uma opinião formada após a prova. E você sabe disso.
deixou que um sorriso ladino se formado no canto de seus lábios e ajeitou a postura.
— Acha que estou tentando te comprar, ? — perguntou, achando graça na forma com que ela lhe tentava entender. — Muito pelo contrário, quero que experimente o melhor prato dessa cidade e diga por si só as palavras que quero ouvir. — respirou fundo, ajeitando o avental preso firmemente à cintura.
ainda continuou o olhando em silêncio por alguns segundos, observando o rapaz ajustar o avental no corpo. De alguma forma, a cena que vislumbrava lhe deixava intrigada, se questionando como alguém tão jovem como ele poderia ter tanta ambição e certeza como demonstrava.
Aquele fato quase a fez arfar.
— Preciso preparar um prato agora. Ou você quer me acompanhar? — perguntou direto, deixando que seus olhos caíssem sobre o rosto de . A mulher, ao ouvir suas palavras, pigarreou desconcertada. achou interessante a forma com que ela tentava se portar e deixou um sorriso esperto tomar conta de seus lábios. — Acho que vai querer inspecionar nossa cozinha também, certo?
Ela assentiu, piscando algumas vezes e deixou o corpo ereto outra vez.
— Podemos ir.

neon mwoga gunggeumhae
o que você quer saber?
naneun neomanui chef eu sou seu chef exclusivo
igeon neoreul wihan plate
esse é um prato feito para você
Yeah, naega mat boyeo julge
é, eu te deixo experimentar



olhava para cada pequeno canto daquele lugar com afinco, como se aquilo pudesse tirar toda sua atenção do rapaz que cozinhava a poucos metros de si, parecendo inteiramente despreocupado com o fato de estar sendo avaliado. Ela deixou que seus olhos caíssem sobre ele mais uma vez, sabendo que uma cena daquelas poderia tirar qualquer pessoa dos eixos só por olhar em alguns segundos.
Ela não queria pensar nada daquilo, afinal, estava ali apenas por um objetivo. Mas se sentiu tão intrigada com o fato do rapaz ser tão novo, carregando uma bagagem como aquela que de certa forma se tornava interessante a seu ver.
— Tem algo a dizer?
Ouviu a voz do mesmo a despertando. não havia tirado seus olhos do que fazia.
— A cozinha em si é espaçosa e organizada. Os talheres, mesmo que fiquem no lugar convencional, se tornam de fácil manuseio e…
— E você precisa ter um pouco mais de certeza se eu tenho potencial para tal coisa. — a cortou, afirmando e só assim, erguendo seu olhar sobre o dela. — Certo? Ou vai além disso?
franziu os olhos, tentando decifrá-lo.
— Não sei do que está falando.
— Ora, , acha que não notei as indiretas e a forma com que não tira os olhos do que quer que eu faça?
— Não é isso o que é uma avaliação? — rebateu, encostando o corpo em uma das bancadas. a olhou por breves segundos, observando a expressão que tomava conta de seu rosto. Ela parecia querer desafiá-lo.
— É assim que você costuma fazer? Fica a espreita de alguns chefs para intimidá-los? Ou você tem um truque a mais? Gosta de instigá-los para que errem e você tenha um bom artigo? — o rapaz parou de cozinhar, deixando o talher apoiado no cabo da panela. Com isso, virou o corpo em sua direção, podendo ter uma visão mais ampla da mulher não tão longe de si. tinha seus olhos presos no dele, como se começasse a entender que era quem não estava ali para brincadeiras.
Ele aproximou um pouco mais o corpo, ainda com os olhos da mulher cravados em si.
— O que foi? É tão difícil que alguém te desvende assim?
— O que você pensa que está fazendo? — disse séria, mas deixando vacilar a voz por um instante.
quis responder a altura. Ou até mesmo falar um pouco mais do que achava do tipo da mulher, mas se limitou a apenas uma coisa.
A arquear a sobrancelha, deixando um sorriso contido escapar.
— Quero saber se você quer experimentar o que eu fiz agora. — disse diretamente para ela, podendo sentir uma leve tensão sobre os dois. E não era algo ruim. — Ou prefere me avaliar por um pouco mais?
continuou o encarando, como se não houvesse palavras para responder suas provocações. sabia exatamente o que estava fazendo e mesmo que não quisesse entender, ela entendia.
E não fazia ideia do tamanho da vontade que crescia dentro de si de querer participar daquele joguinho, por mais que o objetivo de estar ali falasse mais alto.
Ela podia sentir o rapaz tão próximo que seu coração dentro do peito chacoalhou só de ter a presença do mesmo assim. Não notou quando ele sorriu uma última vez e não teve tempo para pensar quando as mãos do rapaz tomaram conta de sua cintura, em um afago forte e os lábios macios foram de encontro aos seus, em um beijo saboroso e molhado.
queria muito que seu lado racional viesse à tona naquele exato momento, mas desde que bateu os olhos no rapaz, mesmo duvidando de que ele poderia ser o chef tão conhecido daquele lugar, ela pôde sentir algo queimar dentro de si.
Quase como se fosse uma atração instantânea.

tteugeoun naui feelin' (naui feelin') Meus sentimentos quentes (meus sentimentos)
jigeum neukkyeotji neon Agora você está sentindo
neowa nae sai seonmyeonghi boin Dá para ver claramente que entre nós dois
keojyeoman ganeun yeolgi Esse calor apenas aumenta



Ela podia sentir a língua quente invadir toda a extensão de sua boca, a fazendo soltar um gemido fraco por toda a excitação que sentia. Suas mãos foram de encontro ao peitoral coberto pela camisa social e sem muita demora, conseguiu arrancar parte dos botões, mostrando parte da definição do rapaz. se afastou brevemente, o admirando e deixou que seus olhos caíssem sobre ele antes de continuar.
nunca teve pressa em nada do que fazia na vida. Muito menos ao cozinhar, mas naquele instante, ele não via a hora de poder sentir cada sabor que o corpo de poderia lhe proporcionar.
Beijou seus lábios mais uma vez, distribuindo beijos por sua mandíbula e descendo em direção a seu pescoço, enquanto a mulher apertava e afagava todas as partes acessíveis de seu corpo.
Aquilo fez com que sentisse ainda mais vontade de tê-la contra si, querendo sentir todas as sensações que pudesse.
mordiscava seus lábios, os puxava e brincava com a língua, se sentindo ainda mais animada ao vê-lo tocar o interior de suas coxas expostas pelo vestido colado, apertando e acariciando o local.

Ele a olhou rapidamente antes de voltar ao que fazia.
— O que foi, querida? Está com pressa?
deixou um sorriso diligente surgir em seus lábios, levando seus dedos em direção ao queixo do rapaz.
— Vai depender de você. Isso está contando para sua avaliação.
Aquela havia sido a deixa para que o rapaz retirasse o avental amarrado em sua cintura, o jogando para longe e segurando a de com firmeza, fazendo com que sua intimidade esfregasse vagarosamente sobre a dela.
— Oh, é mesmo? Então acho que vou precisar dar um motivo muito bom para que ela seja boa.
Ele deixou que uma de suas mãos seguissem até o cabelo da mulher, o puxando vagarosamente. Com a outra, seguiu para a parte íntima de , enquanto sua boca grudava novamente à dela.
queria mais do que tudo explodir dentro daquela mulher de uma vez, mas ver a expressão que inundava o rosto de era prazeroso demais para que acabasse com aquilo de uma vez só.
Seus dedos começaram a circular sobre o tecido do vestido, de uma forma que sentisse vontade de abrir suas pernas um pouco mais, só pela forma com que ele a tocava.
O movimento havia se iniciado vagaroso, mas na medida em que o rapaz o intensificava, a mulher o puxava ainda mais para si, deixando transparente o tamanho da vontade que ela estava de tê-lo inteiramente.
As mãos da mulher seguiram até a barra da calça do rapaz, desabotoando a mesma e puxando um pouco para baixo, já podendo ver com nitidez o membro de ereto marcado pela cueca box.
Aquilo só a deixou ainda mais excitada.
aproveitou o olhar sacana que estampava os olhos da mulher e já a sentindo molhada, escorregou os dedos para sua entrada, massageando a mesma antes de penetrá-la.
gemeu. E aquele gemido deixou mais extasiado do que já estava.
— O que você quer, ? O que foi isso, hein? — sussurrou contra os lábios da mulher, molhando-os um pouco mais ao passar sua língua no local.
A mão da mulher segurou o membro ereto do rapaz, o apertando e podendo sentir na medida em que fazia, como ele começava a pulsar. não via a hora de senti-lo por completo.
não se deu ao trabalho de respondê-lo. A única coisa que fez foi soltar mais um gemido, antes de abaixar a cueca do mesmo, deixando seu membro completamente exposto. E ao vê-lo, a mulher arfou um pouco mais.
O olhar que ela havia lhe dado deixou mais que evidente o que precisava fazer e sem demorar muito, a puxou para cima, colocando o corpo de sobre a bancada de mármore.
— Eu já sei sua resposta.
Ele afastou as pernas da mulher mais uma vez, podendo senti-la e observá-la inteiramente molhada, pronta para ele. podia sentir a inquietação tomando conta de si.
Levou uma de suas mãos em direção ao membro inteiramente excitado e a olhou mais uma vez, antes de puxar o corpo de para perto do seu.
E não pensou duas vezes antes de preenchê-la.
deixou um gemido mais alto escapar por seus lábios quando o fez e com os movimentos vagarosos começou a estocar, para frente e para trás. As mãos da mulher seguraram suas costas desnudas, cravando as unhas nas mesmas pela intensidade do que acontecia.
só conseguia sentir cada pedaço de seu corpo entrando em erupção pelos movimentos rápido de vai e vem. Podia ouvir gemer bem no seu ouvido e céus… Como aquilo era bom.
, oh… — dizia enquanto os movimentos iam se intensificando. fechou os olhos.
Quem era aquele homem?
Ela queria mais, muito mais, queria o mesmo.

nan ogameul kkaewo ne mameul kkaewo
desperto meus cinco sentidos, desperto seu coração
teojil geonman gateun ma skill
Minhas habilidades parecem que vão explodir



A cozinha havia sido inundada pelos gemidos dos dois por um bom tempo, até que se encontrassem inteiramente cansados, debruçados um sobre o outro já em outro canto, sem ser a bancada.
conseguia sentir o suor escorrer pela lateral de seu rosto e se encontrava com os cabelos bagunçados, o encarando.
Uma única coisa se passava pela cabeça dos dois: o que havia sido aquilo?
Nunca havia acontecido algo parecido, muito menos na cozinha de um restaurante.
deixou que seus olhos caíssem sobre ela, ainda sentindo o corpo quente da mulher colado ao seu e arfou, deixando um sorrisinho fraco escapar pelos lábios.
— O que foi? — questionou ao vê-la pensativa.
— Não sei se o Flavors vai ter uma nota digna. — soltou, fazendo com que franzisse o cenho.
— E por que não?
pressionou os lábios, ajeitando a postura e o encarou mais uma vez.
— Ainda não tenho certeza se é apto o suficiente para ser um chef de sucesso. — desviou os olhos, voltando a observar a cozinha a seu redor.
continuou a olhando como antes, tentando descobrir o que é que ela estava tentando lhe dizer.
— Não é nada pessoal, você sabe — respirou fundo, levando seus dedos ao queixo do rapaz. — Só que preciso ter um pouco mais de certeza para publicar o artigo.
— É mesmo? — o rapaz sorriu, já levando suas mãos até a cintura da mulher outra vez. Ele podia observá-la nua na sua frente por horas.
— Sim. E para isso… Nós vamos precisar repetir o que acabamos de fazer.
arqueou uma das sobrancelhas, segurando um sorriso malicioso que insistia em surgir no canto da boca e a única reação que o rapaz teve foi puxá-la para si, antes de beijá-la ardentemente como antes e tocá-la exatamente como fez durante toda aquela noite.
— Seu pedido é uma ordem, .
Aquilo havia sido suficiente para que a mulher não tivesse dúvidas em dar a melhor avaliação para o Flavors e, claro, para o chefe que lhe mostrou o melhor prato daquele cardápio.

Hot sauce gipi dip that eh mergulhe isso bem fundo no molho picante, é
nal ttara neon twist that eh você me imita, torce isso, é
Hot sauce taoreul ttae ooh quando o molho picante queima, ooh
immatdaero golla ma dish escolha a seu gosto, meu prato












FIM



Nota da autora: Oi, pessoal! Espero que tenham gostado de toda essa tensão entre nossos principais e principalmente do que rolou na cozinha desse restaurante hahahah

Espero que tenham gostado, vou adorar saber o que acharam! Beijos!
Caso queira ler mais histórias minhas, vou deixar minha página de autora: https://fanficobsession.com.br/autoras/i/isy.html





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