Enviada em: 17/10/2021

Capítulo Único

Estar apaixonado era uma droga, pelo menos para . Ele odiava ficar ansioso com cada coisinha que sua amada poderia fazer. Se preocupava com o mínimo: a forma com que ela reagiria a algo que ele fez, o que ela diria, se ela se importaria ou se seria algo meio tanto faz.
Ele odiava, mas também amava ser apaixonado por . Talvez porque ela sempre superava suas expectativas quando ia elogiá-lo, ou porque suas reações eram tão genuínas que transpiravam animação.
Eram naqueles pequenos detalhes que a garota o conquistava cada vez mais, deixando-o confuso e nervoso. document.write(Jongho) havia decidido, enfim, se confessar. Gostaria de dizer tudo o que estava entalado, talvez por meio de uma música ou num momento romântico que ele criasse. O rapaz só precisava que aquilo acontecesse logo.
Nessa urgência, chamou seu melhor amigo – que ironicamente era o melhor amigo de – para conversarem, suplicando por ajuda. achava graça de seu desespero.
— E é isso, acho que é o suficiente. — parou de olhar para a prancheta, levantando o olhar ao amigo. — Que foi?
— Estou nervoso. — jogou-se sobre o sofá, cobrindo os olhos com as mãos, cansado. Sua cabeça palpitava forte, deixando-o ainda mais tenso.
— Era para eu estar surpreso com isso? — o mais velho soltou uma risada alta, logo pegando uma caneta sobre a mesa de centro. — Você sempre fica ansioso quando o assunto é a .
sentiu todos seus pelinhos se arrepiarem. Ele se sentia patético com o quanto seu corpo reagia ao apenas escutar o nome da garota. sabia como deixá-lo tenso e usava aquilo contra ele.
— E você decidiu se declarar para ela depois de, sei lá, três anos gostando dela? — ele continuou, ainda encarando o amigo.
sentia-se orgulhoso pelo garoto finalmente ter criado coragem de confessar seus sentimentos pela melhor amiga. era próxima de ambos, era como uma irmã caçula para si, mas sabia que o amor e carinho que sentia por ela eram diferentes.
— A não gosta de coisas extremamente extravagantes, você sabe. Não precisa ser nada para chamar atenção, apenas uma coisa simples e direta.
— E se ela não achar o suficiente?
— Eu juro, , se a sente o mesmo por você, isso será muito mais que o suficiente. — largou a prancheta e a caneta, levantando-se do chão e caminhando em direção do amigo, que ainda estava esparramado no sofá.
sentiu o estofado afundar ao seu lado, concluindo que o amigo sentara ali. não disse mais nada, esperando alguma reação do mais novo, mas não obteve resposta.
Ele sabia o quão nervoso estava, por isso, não queria pressioná-lo a nada. Gostava da forma que Jognho se preocupava com sua irmãzinha, mas ficava preocupado de algum dos dois se machucarem.
Já o mais novo ficava encucado enquanto se lembrava de todos os surtos que tivera ao longo dos últimos três anos.
hyung.
— Fala.
— Me desculpa. — Jognho virou a cabeça na direção do outro, tirando as mãos de sobre o rosto.
— Te desculpar por…?
— Pelos surtos de ciúme que tive. — confessou com a voz baixa, sentindo vergonha. riu. — É sério, cara. Acho que fiquei tão louco apaixonado que não sabia medir meus sentimentos, me desculpe mesmo.
— Fique tranquilo, Jognho. é como uma irmã para mim. — sorriu, botando as mãos sobre os joelhos e suspirando. Haviam passado por poucas e boas por conta do ciúmes excessivo de , mas decidiu relevar no momento. pegou o celular rapidamente, ignorando todas as mensagens e notificações nas redes sociais, logo procurando por um vídeo em sua galeria. Não tardou a encontrá-lo, visto que tinha favoritado-o.
A voz de começou a soar no recinto, fazendo com que ele próprio levantasse a cabeça, confuso. Ele não estava cantando, mas por que aquela voz era tão parecida com a dele?
Percebeu que o amigo encarava o celular com os olhos fixos, como se analisasse algo no aparelho. se dirigiu até , curioso com o que ele assistia.
Era um vídeo seu cantando uma de suas composições.
— Nem pense. — adiantou-se, já prevendo o que diria.
— Essa música ficou incrível, mano. A adoraria.
— Eu não vou me declarar para ela por meio de uma serenata, .
— Por favoooor. — o mais velho pediu, juntando as mãos. — Você compôs essa música para ela, por que não se confessar assim? Você pode se sentir mais livre cantando, não é como se nunca tivesse te escutado.
pressionou os lábios, avaliando a possibilidade. Sim, talvez se ele cantasse, fosse até mais fácil. Mas ele não tinha coragem de mostrar a suas composições, não ainda.
— Desencana.
— “Eu te amo, eu gosto de você, eu amo você. É estranho listar assim, são tantas palavras” — cantarolou, fazendo com que o mais novo sentisse o rosto inteiro esquentar. — Eu tenho certeza de que a vai adorar.
— Eu não consigo, amigo.
— Por que não?
— Porque não, ué. — confessou sem paciência, sentindo o nervosismo voltando e suas mãos suando. Olhou para o próprio colo, arrependido de ter sido levemente ignorante. — Desculpa, cara, é que… Eu não me sinto confiante com minhas composições ainda. Acho que a merece tanto mais…
O vídeo já havia parado de rodar, no entanto, as memórias de estavam frescas em sua mente e coração. Quando começara a escrever a letra e montar a melodia simples em seu violão. Quando se frustrou diversas vezes pois achava que era muito mais do que ele havia escrito.
A melodia era como a batida de seu coração, e a letra era a melhor declaração que ele poderia fazer. E, mesmo assim, ele não conseguia.
Sua mente sabotava-o como se aquilo não fosse bom o bastante, como se fosse cobrar por mais e mais – pois ela merecia, mesmo. achava que ela poderia não gostar, e aquilo doeria muito mais do que se ele nunca tivesse tentado.
Hyung, isso é tão difícil. — disse baixo e sem vontade alguma de continuar, mas mesmo assim, prosseguiu. — Eu quero que ela diga que me ama de volta, que gosta de mim. Eu preciso dela. document.write(San) aconselhou, apoiando a mão sobre o ombro do amigo. — Ou cantar. document.write(Haylee). — riu ao notar que não conseguia defini-la. — Ela tem um jeito estranho e mané, mas é tão adorável nela.
revirou os olhos com um sorriso, percebendo o quão apaixonado soara.
— E, mesmo com esse jeito bobo dela, eu ficaria ao seu lado e cuidaria dela com a minha vida. Eu sempre estaria ao lado dela porque… Eu a amo.
olhou em volta, arregalando os olhos em seguida ao notar algo. Ajeitou a postura, colocando a mão sobre a boca.
— E por que você não conta sobre esse segredo para a ?
— Porque eu tenho medo de ela dizer não. — falou quase rindo, sentindo vergonha de si mesmo. — Porque essa seria uma lembrança totalmente horrível e eu só quero ter memórias boas com ela. Gosto de olhar para a e pensar que, nossa, eu só lembro de coisas boas sobre ela.
— Você pode se surpreender.
— Olha para ela, cara.
— Ninguém é perfeito, .
— Mas ela é quem mais se aproxima da perfeição, hyung. — cortou-o rapidamente.
O mais velho sorriu, olhando em volta mais uma vez e sentindo uma vontade imensa de rir.
— Acho que você deveria tentar. — disse, por fim, batendo de forma leve na mesa e ficando em pé. — Pode apenas mostrar o vídeo para ela. vai entender o recado.
Seus olhos se posicionaram fixamente na direção da porta, despertando a curiosidade em .
Por Deus, o que ele tinha acabado de dizer, mesmo?
estava atônita.
— O-o quê? — a voz da garota soou baixa, quase inaudível. poderia jurar que seus batimentos cardíacos estavam muito mais altos e poderosos do que as cordas vocais da amiga.
— Acho que vocês precisam ficar a sós, não?
não esperou por nenhuma resposta, apenas se virou e seguiu pisando fino. queria esganá-lo, mas não conseguia desviar o seu olhar que prendera no de .
Seu coração parecia bater em seu intestino.
— Desde quando você está aí ouvindo?
— Você… Gosta de mim? — ela perguntou com o rosto pegando fogo, ignorando a pergunta do outro. Seus olhos piscavam com mais velocidade que o normal.
, o que você escutou?
— O suficiente. — respondeu com as sobrancelhas arqueadas. — Agora, me responde.
Ele não tinha mais como mentir, né?
— Sim.
sentiu as pernas fraquejarem, precisando urgentemente se sentar. Seu coração batia forte, suas mãos suavam e ela nem ao menos conseguia entender a razão daquilo tudo.
Ela nunca havia imaginado aquela situação: e como um casal apaixonado. Aquilo era demais, inusitado demais.
Mas, ao mesmo tempo, lhe soava bem.
— Desde quando?
— Faz um tempo já… — ele disse baixo, coçando a parte de trás da cabeça. — Olha, , eu juro que estava planejando fazer algo mais organizado para te dizer isso, me desculpa.
— Não tem por qu–
A garota se calou, lembrando-se de algo:
— De que vídeo o estava falando?
— A-ah… — sentiu a garganta ficar seca de repente. — Não é nada importante.
— Eu quero ver. curvou as sobrancelhas ao mesmo tempo que seus braços se cruzavam, demonstrando sua confusão.
— Oi?
— Não vou te mostrar o vídeo, .
— E por que não?
— Vergonha.
— De mim?! — perguntou incrédula. Sua boca permaneceu aberta, indignada. soltou uma risada baixa, não se surpreendendo com o mini drama.
— Para com isso.
colocou a mão no coração, atuando seu sofrimento. Ela estava super curiosa sobre o vídeo, mas não iria pressioná-lo. Preferiu deixar com que se confessasse no tempo dele, e demorasse o tempo que lhe fosse necessário.
Era o tempo do amor, ela poderia esperar mais um pouco – além de poder rever suas sensações esquisitas.
— Eu vou esperar até você ficar pronto, ok? — ela disse enquanto se aproximava, deixando, agora, atônito.
— C-como assim?
— Você pode planejar tudo o que quiser para se confessar para mim, posso até fingir que não me lembro do que aconteceu aqui. — ela riu da careta dele, parando a sua frente. — Não vou te machucar.

Oh

Felidade é

Amor é

Compreender um ao outro
Oh nós estamos, nós estamos, nós estamos

Nós estamos, nós estamos, nós estamos

Nós estamos, nós estamos, nós estamos

Então estamos em tempo de amor




Fim!



Nota da autora: Heyyy! Obrigada por ter lido até aqui! Espero que tenha gostado!
Um cheiroooo
~xoxo

Nota da beta: AAAAAAA, que coisa mais fofa essa história, gente! Confesso que me doeu escrever "fim" ali no final do arquivo HAHAHA nós queremos continuaçãoooo! <3
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