Finalizada em: 27/07/2023

Capítulo Único





Estava caminhando pelo corredor da empresa, com ao meu lado, apresentando a proposta do projeto que tínhamos recebido.
— O dono pediu um deck e… ! — protestei quando fui empurrada para dentro de uma das salas vazia do andar. Não tive tempo de falar mais nada, pois ele logo colou os lábios aos meus em um beijo demorado.
— Eu senti tanto sua falta. — ele disse assim que partiu o beijo. Não nos víamos há uma semana, apenas o necessário na empresa.
— Nos vemos todos os dias aqui. — murmurei quando ele deitou a cabeça no meu ombro. Felizmente eu estava mais alta por conta do salto. — E que sorte a sua. Eu não estava de batom vermelho hoje. Como explicaríamos as bocas manchadas?
— Te ver aqui não é a mesma coisa, . Aqui você é só a . A engenheira-chefe, diretora de projetos. — ele beijou meu pescoço. — Eu sinto falta da minha .
— Sua nada. — rebati imediatamente.
— Minha versão da . — ele se corrigiu.
— Sua versão parece aceitável. — selei seus lábios, mas senti meu sorriso murchar. — , seu pai sabe?
— Mamãe sabe. — ele afirmou.
— E seu pai, ? — insisti.
— Papai está ocupado demais para saber da minha vida, . — ele sorriu triste.
— Você precisa contar, . Antes que ele descubra e me demita. — suspirei.
— Eu me demito junto.
— Aí ele te deserda. Você não vai estragar sua vida por minha causa. — selei seus lábios. — Agora vamos antes que alguém entre aqui.

Acordei de repente naquele quarto que era meu, mas eu não reconhecia, cheio das minhas coisas que pareciam já não mais me pertencer. Às vezes as lembranças se tornavam sonhos pesados demais para que eu conseguisse suportar. E eu nem tinha para quem ligar, porque meu alguém estava a uma transferência de distância. Então eu só rolava na cama até que estivesse claro o suficiente para que eu pudesse sair para correr até meus pulmões arderem. Postei um instory no parque e voltei para casa. Me arrumei rapidamente e saí para trabalhar. A coordenadora da equipe de gestão de projetos não podia chegar atrasada. E a que tinha sido transferida não estava com a bola toda. Entrei batendo os saltos e fui direto para os elevadores. Mesmo a uma distância considerável, aquele lugar cheirava exatamente igual à filial de onde eu tinha saído há pouco mais de três meses: tinha cheiro de engenheiros de perfume forte e café da Starbucks mais próxima.
— Senhorita , o senhor avisou que está vindo aqui nos próximos dias. — minha secretária anunciou assim que me aproximei.
— Qual senhor , Misty? — sussurrei a pergunta. Eu esperava mesmo que não fosse o meu senhor .
— O pai, senhorita. — ela riu. — Aparentemente ele quer falar com a senhorita. Mandou até avisar aqui.
— OK, Misty. Obrigada por avisar. — respirei fundo. — Mais algum recado?
— Por enquanto não. — ela sorriu e eu entrei na sala. Antes de começar a trabalhar, postei de novo no Instagram. Era assim que eu estava vivendo ultimamente: com a cabeça cheia de pensamentos, mas sempre postando com algum filtro fofo. Eu estava bem.
Eu tinha que estar bem.



Estava rolando o Instagram até que recebi a notificação: tinha postado. Não sei porque não tinha desativado aquilo ainda. A foto nada mais era que a vista do que deveria ser sua sala na sede da Engineering Enterprise. Igual à foto anterior, que mostrava apenas seus tênis de corrida em um parque qualquer de Nova Iorque.
Ela estava bem sem mim. Bem sem a equipe que ela tinha escolhido a dedo. Bem sem a sede da empresa que ficava desse lado do mundo.
Larguei o celular no sofá e caminhei até o bar instalado perto da cozinha. Precisava de uma dose forte de uísque para apaziguar a dor que eu estava sentindo. Não pela ausência de , ela tinha escolhido ir sem me dizer, mas pela clavícula fraturada por causa de um esbarrão idiota na porta do bar onde eu sempre ia quando precisava esquecer alguma coisa. Assim que servi uma dose generosa, minha porta se abriu e mamãe passou por ela quase correndo.
— Ficou maluco? — ela tomou o copo da minha mão. — Seus remédios são fortes, . Não pode misturar com álcool.
— Uma dose pode fazer bem, mamãe. — eu ri, mas ela não me acompanhou.
— Ou pode lhe matar. — ela derramou o líquido na pia. — Não vai para a empresa hoje de novo, não é?
— Não posso escrever nem desenhar. — apontei para o braço na tipoia.
— E o apoio moral dos funcionários? Eles parecem perdidos sem a e sem você. — ela suspirou. E a simples menção do nome dela me despontou uma pontada de dor de cabeça.
— Eles vão ficar bem. Papai está lá. — fechei os olhos com força para evitar a dor que parecia querer se espalhar.
— Seu pai vai viajar para os Estados Unidos depois de amanhã, . — ela me avisou. — Você precisa se recompor, meu amor. — ela passou a mão fria no meu rosto.
— Eu tô bem, mãe. — assegurei.
— Ah, eu posso ver pela sua clavícula quebrada e pela conta da porta do bar que chegou na empresa. — ela riu.
— Papai vai visitar a sede de lá? — eu quis saber. Mamãe apenas confirmou com a cabeça. — Vai ver se a funcionária fugitiva…
, não fale o que você não sabe. — ela me interrompeu.
— Parece uma fuga, mamãe. Ela estava dormindo do meu lado em um dia e do outro lado do mundo no outro. — suspirei. — Eu perdi mais que uma amante, mãe. Eu perdi minha melhor amiga.
— Você não a perdeu. Acredite. — ela passou a mão no meu rosto de novo.
— Eu fui um idiota de achar que ela era a única mulher para mim. — suspirei novamente.
— E ela é. — mamãe riu. — Pare de remoer isso. A deve estar sofrendo tanto quanto você. Te espero na empresa amanhã. — ela pegou a bolsa e foi em direção à porta.
— Só veio aqui me impedir de beber?
— Vim botar um pouco de consciência nessa sua cabeça dura. — ela sorriu para mim. — E vista uma blusa antes que a tipoia machuque seu ombro. Tchau, baby. — ela soltou um beijo no ar e se foi.
E a menção do apelido carinhoso me trouxe uma lembrança.

— Hey, baby. — cumprimentou e beijou meu rosto quando se aproximou. Ainda estávamos na faculdade, no último semestre. Éramos a dupla de desajustados: ela, a intercambista. Eu, o que parecia asiático, mas que tinha costumes totalmente diferentes.
— Oi. — suspirei. Meu coração estava em cambalhota e eu tinha que disfarçar.
— Tá tudo bem, ? — ela franziu as sobrancelhas para mim.
, se… — desisti de falar e engoli as palavras.
— Se… — ela me incentivou a continuar.
— Nada. — neguei com a cabeça.
— Fala, baby. — ela pediu com um toque de desespero. Odiava não saber as coisas. Odiava quando alguém começava um assunto e o interrompia, como eu estava fazendo agora. Baixei o tronco em direção à mesa e acabei batendo a cabeça. — ! Meu Deus, você se machucou? — ela tirou os cabelos da minha testa.
— Sim. — fiz bico.
— Não ficou vermelho. — ela continuou a analisar minha testa. Já eu estava analisando seu rosto preocupado bem de perto.
.
— Oi, pode falar. — ela respondeu sem me olhar nos olhos.
— Acho que eu gosto de você. — confessei de uma vez. Ela parou por um momento e piscou devagar.
— Eu também gosto de você, . — e sorriu.
— Romanticamente, .
— Ah, assim. — ela disfarçou e olhou para o lado.
— Eu sabia que não…
— Ei, para. — ela apertou meu rosto entre as mãos. — Eu… tô sentindo umas coisas estranhas quando fico perto de você.
, somos adultos. Pode dizer que está gostando de mim. — eu ri.
— Idiota. — ela me soltou. — Eu não sei, . De verdade.
— E se a gente tentar um beijinho sem perder a amizade? — sugeri.
— E se não for isso e a gente perder a amizade? — ela suspirou.
— Não vamos perder a amizade, . Você vai continuar me ligando quando estiver sozinha porque sua colega de quarto te abandonou. — apertei sua mão sobre a mesa. — Somos melhores amigos, baby.
— Só saberemos se tentarmos, né? — ela perguntou incerta.
— Eu posso tentar? — perguntei. ainda hesitou um segundo antes de confirmar com a cabeça. Então me aproximei dela e, segurando seu queixo, selei seus lábios. Foi doce e me causou um arrepio bom. Me afastei minimamente e encarei minha amiga. Ela sorriu e se aproximou, me dando um beijo firme. O nosso primeiro de muitos.

➕➖

Acordei ainda com a lembrança fresca na minha cabeça e decidi ir até a empresa. Vesti uma polo preta (era o máximo que a tipoia e o ombro enfaixado me permitiam), uma calça escura e chamei um carro de aplicativo para me levar até lá (eu definitivamente não podia dirigir). Assim que passei pela porta, todos os funcionários do hall ficaram em silêncio.
— De quem é o velório? Que silêncio repentino é esse? — perguntei. Ninguém se atreveu a responder, sequer a rir.
— Senhor ! — Yuna, minha secretária, sorriu para mim.
— Meu pai chegou, Yuna?
— Sim, senhor. Quer que eu avise? — ela perguntou ainda sorrindo.
— Pode deixar. Quero fazer uma surpresa. — passei pelas catracas da entrada e tomei o elevador direto para a sala do meu pai. Passei por sua secretária sem sequer dar tempo de ela me desejar um bom-dia e entrei na sala. — Por que transferiu a ?
— Eu precisei. — meu pai respondeu sem ao menos me olhar.
— Ela é diretora de projetos, pai. É a pessoa mais importante aqui depois de mim. — suspirei.
— Ela é só uma funcionária, . — ele finalmente me olhou.
— Não para mim. — respondi cansado. — Na minha situação atual, ela era a única que poderia me ajudar.
— Ah sim. Te dando uma mãozinha, tirando as ideias da sua cabeça e colocando no papel. Te dando uma mãozinha em outras coisas também. — ele cruzou os braços sobre o peito. O encarei sem reação. — Não pense que eu não sabia.
— Então… — eu não consegui terminar a frase. Algumas peças pareciam se encaixar.
— Você é o futuro dessa empresa, . — meu pai respondeu como se fosse óbvio.
— E me deixar completamente infeliz longe da mulher que eu amei era a melhor solução? — perguntei. Teria cruzado os braços se pudesse.
— Você mesmo disse: amou. Agora se recupere e siga em frente. — ele se levantou e se direcionou para a saída. — Reunião em 10 minutos.
Assim que meu pai saiu da sala, outra lembrança atingiu minha cabeça em cheio.

, você… vai ficar bem sem mim? — perguntou.
— Por que isso de repente, ? — a afastei minimamente para lhe olhar. Estávamos na minha cama, abraçados, reunindo coragem para um banho depois de, bem, nos amarmos.
— Quando seu pai descobrir sobre nós, ele vai me demitir. — ela riu.
— Meu pai vai ficar feliz por mim. — apertei o abraço ao seu redor. — Ele vai perceber que eu sou feliz com você. Que eu posso ser só o desajustado.
— Não vai, não. — ela murmurou. — Isso é um plot perfeito para dorama. A pobre funcionária atrás do único herdeiro.
— Que conheceu a pobre funcionária na faculdade e se tornou amigo dela antes de tudo. — complementei. — E que é extremamente feliz ao lado dela.
apenas me olhou e se esticou para beijar meu queixo. Sorri em resposta.
— Eu te amo. — confessei.
— Eu te amo, mas acho que…
— Banho, . Vamos. — a interrompi. Não queria deixar ninguém atrapalhar nosso momento de paz.

— Senhor , eu posso ajudar em alguma coisa? — a secretária do meu pai perguntou, me tirando do meu devaneio.
— Avise ao meu pai que eu não vou para a reunião. Estou indo para casa. — levantei e segui para a saída. Estava com uma ideia fixa na cabeça.
Peguei o celular e liguei para a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento: mamãe. Chamei um carro de aplicativo e, assim que bati a porta, outra lembrança me ocorreu.

, são só três dias, por que vai levar tanta roupa? — reclamou enquanto dobrava meus paletós. Ela estava me ajudando com a mala para a viagem que faríamos para fechar uma nova parceria.
— Um para cada. — dei de ombros.
— E mais quatro calças, cinco camisas e seis cuecas. — ela disse em tom de repreensão. — E quando eu não estiver mais aqui?
— Ah, eu espero que você esteja aqui. Não como a gerente de projetos da empresa, mas como mãe dos meus netos. — mamãe respondeu. Ela sabia sobre e eu e também estava lá em casa para me ajudar com a mala, as duas chegaram quase juntas. — E quando vocês forem sair do hotel…
— Eu já sei, senhora . É para eu levar uma cueca do seu filho na minha bolsa. Como se eu estivesse andando com uma criança de cinco anos. — riu.
— Eu confio em você para cuidar de mim. — a abracei pela cintura.
— Eu não sou sua mãe, sua namorada ou sua secretária. Por que eu deveria cuidar de você, ? — ela me perguntou com um ar de desafio.
— Você não a pediu em namoro, ? — mamãe perguntou assustada.
— Pedi! — protestei.
— Eu não lembro de ter dito sim. — ela sorriu.
— Você disse. — respondi fazendo bico. se esticou para me dar um selinho.
— Vocês vão me dar netos lindos! — mamãe nos abraçou pela cintura.
— Isso se o seu marido não me demitir e mandar me deportar quando descobrir sobre nós. — riu sem graça.
— Eu vou atrás de você onde você estiver.



Depois da minha corrida matinal, me arrumei e fui para o escritório. O chefe estava para chegar e eu não podia causar uma má impressão. Peguei um café no caminho e entrei no prédio batendo os saltos. O dia mal tinha começado e eles já estavam me matando.
— Bom dia, senhorita . — Misty me cumprimentou, visivelmente nervosa.
— Ele chegou? — perguntei e ela apenas confirmou com a cabeça. — Como estou?
— Belíssima. — ela sorriu.
— Eu vou precisar de sorte. — respirei fundo e entrei na sala. Mas diferente do homem de cabelo grisalho que eu esperava, encontrei um de cabelo castanho. A cabeça dele passava da altura do encosto da minha cadeira e ele estava de costas para a porta.
— Bom dia, . — a voz grave me cumprimentou e meu corpo arrepiou inteiro, ansiando por mais do que ele tinha a dizer.
— Bom dia, senhor . — respondi tentando parecer firme.
— Como estão as coisas desse lado do globo? — ele perguntou sem virar a cadeira para me encarar.
— Os relatórios só fecham no fim da semana, mas posso dizer que estamos indo bem. — sorri, mesmo que ele não pudesse ver.
— Feche a porta. — não foi um pedido. Andei de volta, soltei meu café na mesa da minha secretária e lancei um último olhar de socorro a ela antes de fechar a porta da minha sala. — E você, ?
— Estou bem, senhor .
— Senhor . — ele repetiu com tom de deboche. Eu o conhecia. — Meses atrás eu era seu .
— Meses atrás eu não era só a . — rebati.
— Você fugiu, . — ele virou a cadeira para me olhar. E era melhor que tivesse ficado de costas. Ele estava com os cabelos compridos que eu não via desde a faculdade, mas o que mais me chamou a atenção foi a tipoia que segurava o braço direito.
— Era ser transferida ou ser demitida. — tirei o salto que estava me matando e andei para perto da minha mesa. — Nem todos nós somos herdeiros.
— Eu achei que você era única, era perfeita para mim. — ele riu sem humor.
— E talvez eu tivesse sido, , se você tivesse contado ao seu pai sobre nós.
— Eu achei que ia ficar bem sem você, assim como você estava bem sem mim. — o sorriso debochado começou a sumir.
— O que aconteceu com seu braço? — perguntei o que estava martelando na minha cabeça. Em todos os anos, eu nunca o tinha visto machucado naquele nível.
— Por que você se importa? — ele olhou o braço na tipoia.
— Porque eu ainda te amo, . — suspirei.
— E por que você fugiu? — ele perguntou.
— Voltou o assunto. — murmurei. — Não ouviu o que eu disse? Era ser transferida ou demitida. Eu preferi a transferência. Você sabe que é esse emprego que paga minhas contas. Pagava as de lá e paga as daqui.
— Você podia ter falado comigo, . — ele formou um bico. Parecia que choraria a qualquer momento.
— Você disse que iria atrás de mim onde eu estivesse, . — respondi tentando não chorar.
— E eu tô aqui. Com a clavícula deslocada porque bati o ombro na porta do bar. — ele tentou sorrir.
— Porque você bebe quando não consegue resolver. — lembrei.
— Eu estava tentando tirar você da cabeça. — ele protestou. Apenas neguei com a cabeça. — Eu queria ficar bem sem você.
— E olha só o que você ganhou. Um braço na tipoia e uma conta, . — suspirei.
— E ainda não consegui te esquecer. — ele murmurou.
— E então veio aqui para quê? — cruzei os braços sobre o peito.
— Para te ter de volta. — ele sorriu triste.
— Perdeu seu tempo. — me mantive firme. Eu queria desesperadamente correr e me jogar nos braços dele, mas era meu emprego em jogo e, no momento, aquilo era mais importante. — Vamos, saia da minha cadeira. Seu pai… — e então uma dúvida me ocorreu. — , seu pai sabe…
— Eu não vou mais deixar meu pai atrapalhar a minha vida, . — ele cortou minha pergunta. — Se ele não nos quiser juntos e na empresa dele, nós fazemos a nossa.
— Bonito seu discurso. — cruzei os braços sobre o peito.
, você… tem certeza de que ainda me ama? — ele hesitou na pergunta.
— Tudo o que eu mais queria agora era te dar um beijo, mas quebraria a barreira que eu levei meses para construir. — suspirei. — Ia começar a doer de novo quando você fosse embora.
… — ele se levantou e se aproximou de mim, colocando a mão boa na minha cintura. — Eu não vou mais embora. Eu preciso de você. Se eu for embora, você vai comigo. — ele sorriu. Apoiei as mãos no peito largo e respirei fundo. — Não fala. Você vai dizer que é difícil, mas não precisa ser.
— Mas é, . — reforcei.
— Só segura minha mão. A gente vai enfrentar isso junto. — ele sorriu.
— Você nem pode mexer a mão. — brinquei.
— E é por isso que eu preciso de você. — ele sorriu ladino, aquele sorriso que me dizia que existiam segundas, terceiras e quartas intenções ali. Ainda sustentando o sorriso safado, ele se aproximou devagar, como que para testar terreno, então passou os lábios nos meus, provocando.
— Seu pai vai chegar aqui a qualquer momento. — o lembrei.
— Mamãe o segurou na Coreia. — ele confessou e me roubou um selar. Um arrepio correu pela minha coluna e eu sorri.
— Não comece o que não pode terminar, .
— Eu aceito ficar com o braço na tipoia por mais quanto tempo for necessário se eu tiver você. — ele roubou outro selar.
— O seu médico não te proibiu de fazer esforço? — perguntei e o sorriso que ele tinha no rosto se alargou.
— Eu só queria te beijar, mas você tá pensando além, . — ele arqueou uma sobrancelha.
— Você não me engana, . — franzi as sobrancelhas para ele. — Esse seu sorrisinho…
E não me deixou acabar a frase. A boca dele se chocou com a minha em um beijo cheio de saudade. A mão na minha cintura tentou me guiar para algum lugar que eu só descobri quando bati a bunda na minha mesa. Ele usou a força que restava para me sentar no tampo, diminuindo nossa diferença de altura. Então eu o afastei minimamente.
— Tá achando que vai me ganhar no beijo?
— Eu já te ganhei há muito tempo, . — ele sorriu. E estava certo.

❤️‍🔥

— Omma! — gritou no apartamento.
— Hoje é seu primeiro dia como presidente interino. Vamos, se apresse. — ela rebateu. E então eu ouvi seus passos se aproximando do quarto e ela abriu a porta. — Ainda bem que você já está pronta.
— Ainda bem que seu marido me aceitou de volta na sede. — eu ri. O fato é que, depois de muita insistência, surtos e gritaria, o pai de havia "aceitado", entre muitas aspas, nosso relacionamento. Então a senhora o fez perceber que ele já estava velho demais e ele finalmente deixou no comando. E lá estávamos nós indo para a posse.
, o nó. — gritou da sala.
— Vamos, senhora . — eu a empurrei para fora.
— Dois menos um é um. Vocês não funcionam um sem o outro. Se um se vai, o outro fica perdido. — ela riu.
— Seu filho fica perdido. — corrigi. Ela me olhou em crítica. — OK, eu fiquei um pouco triste sem ele.
— Eu não quero. — fez bico quando me aproximei. Deixei um beijinho nos seus lábios e sorri.
— Quer sim. Você não tem escolha. — amarrei o nó da gravata.
— Eu te amo. — ele selou meus lábios.
— E eu juro que digo não se você me pedir em casamento na frente de todo mundo. É um aviso. — sorri.
— Tire a aliança do bolso, . — a senhora riu, mas realmente levou a mão ao bolso da calça e tirou uma caixinha de lá.
— Então eu vou ter que fazer isso aqui. — ele sorriu e se ajoelhou. — , você aceita casar comigo?





Fim



Nota da autora: É isto, né? Quem vai dizer sim? Esse ficstape saiu depois de muito surto, choro e gritaria (minha). Obrigada a quem leu e até a próxima!
Beijinhos!.



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