Última atualização: 08/07/2018

Capítulo Único

Bem-vindo à pior história de amor, número um: Oh, deus!


Ele estava ofegante, mas bem distante de estar cansado ou algo similar a isso, não pararia por nada, não nesse momento tão gostoso, os arfares da mulher abaixo de si o estimulavam a prosseguir com cada vez mais vontade.

— Vadia. — sussurrou e depois deu o sorriso de lado, cafajeste.

A mulher o acompanhou, embolando os fios da nuca do e o puxando para um beijo quente, lascivo que somente enganavam que teria fim, porque uma vez que iniciavam o contato entre lábios e línguas, os toques seguiam entre mordidas, lambidas e chupões.

Intensidade era o sobrenome de ambos quando estavam a sós.

A mulher arqueou a coluna quando o parceiro acertou um ponto mais sensível em seu interior e com isso permitiu um acesso ainda mais fundo do pau dele em sua cavidade, um gemido arrastado da parte de ambos, o rosto dele procurando a pele entre o maxilar e o ombro dela, se apoiando em uma das mãos quando se achou e metendo forte, a preenchendo e os encaminhando para o ápice do ato, um sexo ótimo, sujo e forte, o que ele queria e como ela gostava.


Isso causou problemas entre nós dois,

agora o cansaço me domina por completo.


— Vamos nos atrasar. — a voz manhosa de o chamou e o homem sentiu um carinho suave em seus cabelos.

O primeiro instinto que teve foi sorrir e não demorou para que despertasse de vez, mas permanecesse da mesma forma, sentindo o corpo seminu de aconchegado ao seu, não pode deixar de imaginar quando teria aquela mulher somente para ele, os dois contra o mundo, porque ele enfrentaria o que fosse por ela e com ela, se ela pedisse o universo, ele o daria sem se importar com o que custaria para si.

— Eu fiz café.

se levantou, indo até um canto do quarto e retornando com uma bandeja em mãos, iludindo o sofrido e calejado coração do homem, no fundo ele sabia que aquilo seria o máximo que teria, mas se deixava levar pela fé inabalável que seus sentimentos seriam retribuídos como merecia que fossem.

Um momento de silencio entre os dois, copos sendo esvaziados e somente migalhas restando nos pratos, não demorou para que terminasse de comer e fosse se arrumar, era sempre assim, se não pior, ela sequer esperava o outro despertar em algumas ocasiões e sem dizer nada, vestia as roupas que estavam espalhadas pelo apartamento e ia embora.

— Viu meu vestido?

— Está na sala.

— Vou te esperar lá. — o informou e saiu do cômodo que dividiu por parte da noite com o .

se trancou no banheiro depois de levar o que sobrou do café para a cozinha junto com os copos e pratos, deixando tudo sobre a bancada mesmo já que um banho era o que ele mais desejava no momento e a ducha de água gelada foi a melhor de suas ideias no momento.

[...]

Cabelos arrumados e a veste social alinhada, um pouco de perfume, estava pronto. Deu passagem para sair e trancou a porta se eu apartamento, verificando os bolsos para checar se não havia esquecido as chaves do carro como era normal acontecer. Ela o esperou se aproximar para chamar pelo elevador que os levariam até o subsolo do local.

escorou as costas no espelho que havia no fundo da caixa metálica assim que entrou enquanto estava a sua frente, se encarando e arrumando os fios que soltavam do coque improvisado que fizera instantes atrás. Ele a observava, era sempre mais quieta pela manhã, não acordava com um humor maravilhoso, mas era mais sentimental, bem diferente de quando anoitecia, gostava das manias e jeitos dela, bem como o modo levava a vida e suas ideias mirabolantes que custavam noites de sono tranquilo, sinalizando em letras garrafais que até os defeitos dela o atraiam, era ridículo. quis rir, era óbvio o quão loucamente apaixonado por ele era e ela não se importava, nem retribuía.

— Vai sair mais cedo hoje? — quebrou o silencio antes que chegassem ao estacionamento do edifício.

— Não sei.

Sem detalhes, como era de se previr.

— Vou mais tarde visitar meus pais. — ele informou — Como está sem carro, se precisar de uma carona, só me avisar.

— Certo, vou ver.

volta na próxima semana, né?

As portas do elevador se abriram e girou em seus saltos no mesmo segundo, caminhando para onde havia deixado seu carro na noite anterior. A mulher respirou fundo mais de uma vez, aproveitando que o outro ainda permanecia as suas costas e nem tão próximo, tinha que mascarar o sentimento que queria transbordar rapidamente ou ele saberia que havia algum problema e se envolveria mais do que o necessário, atrapalhando com tudo. Ela tinha que resolver aquilo sozinha, ou nada sairia como passou boa parte de seu tempo livre imaginando.

era inteligente e estava confiante que daria tudo certo, apesar de não saber o que fazer e da imensa crise de ansiedade que continha desde que o nome de fora citado, lhe trazendo a mente um assunto que lutava para esquecer.

abriu as portas do carro e a mulher entrou velozmente, perdida em seus pensamentos. Ele, ainda sem uma resposta, se acomodou atrás do volante um pouco mais devagar, esperava que ela fosse falar, notara que estava incomodada e embora estivesse curioso, não insistiria, falaria quando quisesse e era claro que não seria naquele momento.

a encarou uma última vez antes de dar partida no veículo e sair da garagem silenciosa para a avenida movimentada em que morava, seguindo por minutos silenciosamente sufocantes até a moradia da mulher que não tirara os olhos da rua por um mísero instante.

— Obrigada. — ela agradeceu depois de desembarcar.

apenas retribuiu com um sorriso, mas não poderia deixar a oportunidade passar e antes que ela entrasse no sobrado a sua frente, o homem a chamou, saindo do caro.

Uma das mãos dele foi parar na cintura de e a outra ergueu, com uma delicadeza demasiada, o rosto da mulher e então ele a beijou. Um selar seguido de outro para passear a língua por entre os lábios da outra e ela ceder, o agarrando e retribuindo da melhor forma que podia, juntando seus corpos e ambos sentindo o quão rápido era para que ficassem quentes.

levou até a porta, deixando um último selar, esse no canto de seus lábios e se despedindo, com um sorriso tímido, a vontade angustiante de dizer as três palavras mágicas e as ouvir de volta.

Ele voltou ao carro com passos acelerados, impedindo que fizesse alguma besteira. Como sempre, esperou que ela entrasse antes de seguir para seu trabalho, acenou antes de fechar a porta e o outro assentiu.


Por que estou ficando assustada? Perdendo as forças?

Porque estou com medo!


se encostou na porta no instante em que a fechou e deixou o corpo escorregar até o piso, não conseguia respirar direito, os olhos turvos não se demoraram em transbordar de uma vez, chorando o que teve vontade e não conseguia mais segurar, desabafando e sendo confortada pelo silencio.

A mulher não tinha capacidade de sair mais, mesmo que precisasse ir ao trabalho, seria entendida quando dissesse que passou mal e preferiria trabalhar de casa, pelo menos pela parte da manhã, tinha que se recompor antes de encarar o que a esperava da porta para fora, ou o que estava para voltar.

— Vai dar tudo certo. — disse com a voz fraca, para si mesma.

Incontáveis minutos se passaram, entre uma tentativa e outra de se acalmar, a mulher se levantou com dificuldade, escorando na parede e no aparador para conseguir se por de pé, ainda com algumas lágrimas escapando de seus olhos e correndo por suas bochechas.

Estava chegando à cozinha quando o toque de seu celular a assustou, sua vontade era de deixar tocando, quem quer que fosse teria que esperar até que pudesse se estabilizar, apesar do bom café da manhã, sentia o corpo fraco e debilitado, precisava de algo a mais para repor suas energias, físicas e mentais, mas a insistência a derrotou e a passos arrastados, a mulher tirou o aparelho da bolsa que havia deixado no hall mesmo.

— Céus, que demora! — a voz de soou alegre do outro lado — Te acordei, princesa adormecida?

arfou pesadamente depois de afastar o celular o suficiente para esconder seu descontentamento, então caminhando em silencio até a sala, se soltou sobre o sofá, sentindo que poderia desmaiar a qualquer instante.

?!

— Oi.

— O que aconteceu?

— Nada. — mentiu e fechou os olhos — Está tudo bem?

— Eu sou o maior especialista em minha noiva, então pode soltar o que quer que seja que está não querendo me contar. — indagou e ela quis rir, contudo, pesarosa, estava mal demais para ficar bem com uma gracinha do outro.

— Não acordei muito bem, amor. — ela pensou em dizer a verdade por um misero segundo — Comecei a ver um filme e era muito triste.

— Meu bem, você não pode ficar triste enquanto eu estou fora, quem vai te dar carinho até que melhore e dizer que era só um filme bobo?! — tentou brincar — Vou estar de volta o quanto antes, para ser mais exato, estou embarcando agora mesmo.

— Sério?

— Eu já menti para você, ?

A mulher negou e o ouviu rir.

— Estou louco para estar com você, céus, que saudade estou de casa!

— Eu vou te esperar.

— Bom saber que não tem nenhuma obra para fiscalizar hoje. — o tom malicioso do outro fora notado, apesar de ser sutil.

— Ter, eu tenho, mas vou ligar para o escritório e dizer que estou passando mal. — confessou, abrindo os olhos e vendo através da cortina o dia cada vez mais claro, já estava mais do que atrasada.

riu do outro lado, o homem que havia conseguido por um anel no dedo de era o que muitos considerariam um cara tranquilo, mas com uma paixão inexplicável por desafios e o maior deles estava conversando com ele no momento.

, ainda bem que eu sou o dono da empresa, mas deveria contar para o as suas mentiras. — advertiu com um sorriso esperto — Ele ia te mandar embora em dois tempos.

Foi difícil não recordar por um momento o que acontecera na noite anterior, tudo ainda muito vívido em sua mente, cada arremate do outro, as estocada na intensidade certa para a enlouquecer. suspirou e a vontade de chorar que mal tinha cessado, retornou.

— Isso deixa claro para qual de nós dois vai a sua preferência. — tentou argumentar, mas a voz saiu falha.

riu novamente, mas não o acompanhou. Ela escutou o noivo conversando, provavelmente com a comissária de bordo e escutou quando a mulher o instruiu a desligar o aparelho, ele pediu mais um minuto e agradeceu quando lhe foi concedido.

— Vocês dois tem que parar de transar quando não estou presente, não é justo só vocês se divertirem e eu só ficar na mão. — o outro reclamou.

— Deixar de ser idiota...

— Fala isso porque não é você que tem que viajar para esses congressos insuportáveis.

— Quem sabe em um próximo, talvez eu vá no seu lugar.

— Podemos ir juntos. — soltou, parecendo um tanto acanhado — Podemos aproveitar um tempo longe de tudo também...

— Seria bom.


Então tudo vem à tona,

a realidade se torna mais cruel comigo.


— Eu te amo, , muito mesmo. — soltou.

— Eu também te amo.

Os dois ficaram quietos por alguns segundos, somente voltou a falar para se despedir, os últimos passageiros estavam entrando na nave e agora teria mesmo que desligar o celular.

— Ah! .

— Eu.

— Jamais duvide que minha preferência é você, meu amor.


Qualquer pessoa se tornaria mentalmente insana ao seu lado.


havia sumido por três dias depois de ligar para e avisar que trabalharia de casa naquela quarta-feira, ele queria ter se imposto e permitido somente o que não fosse atrasar os compromissos da empresa que estava responsável na ausência de , mas ao ouvir a voz da mulher, tão quebrada, não teve controle sobre suas atitudes e somente deixou, tomando para si a responsabilidade do que ela estava a frente naquele dia e nos que veio a seguir.

esteve bastante ocupado que seus planos de ligar para e saber como ela estava fracassaram com sucesso, tinha que ficar por dentro do que ela estava projetando e atender os clientes marcados que a mesma teria, isso demandou um tempo extra, afinal, o homem tinha seus próprios clientes e conciliar tudo foi exaustivo, ao ponto dele deitar no sofá de sua sala quando a noite de sexta-feira chegou e apagar por ali mesmo, com a roupa que passara o dia.

estranhou que não tentou nenhum tipo de contato e até questionou com se ele fizera contato com o amigo desde que chegou, mas o outro também não havia tido sucesso em falar com o amigo nas últimas horas, até tentou ligar quando chegou ao aeroporto, mas a chamada sequer fora completada, indo diretamente para caixa de mensagens.

— Vamos ir até lá. — disse, saindo da cama e seguindo para o banheiro.

ouviu o som do chuveiro sendo aberto e se levantou, juntando as roupas de ambos que estavam jogadas pelo quarto e antes de ir para o mesmo destino da mulher, abriu as janelas do cômodo para o cheiro e a temperatura do lugar amenizar.

O homem entrou para o banho junto de depois de por as roupas no cesto, já estava nu na cama, então apenas acompanhou a noiva na ducha fervendo.

— Vira. — pediu e o fez.

Ele pegou o sabonete e espumou as mãos, levando as duas para as costas da mulher, amava quando fazia isso e dessa vez, ele fora além, lavando também os cabelos dela e depois os penteando, terminou deixando um beijo delicado próximo ao ouvido da mulher e sussurrando que a amava.

Por telefone era mais simples responder, falava no automático para evitar conflitos maiores, já pessoalmente, sabia que o outro sentiria falta de algo, uma dose de verdade, então apenas se virou e selou os lábios do noivo, saindo da área molhada e pegando uma das toalhas que haviam penduradas ao lado do box.


A realidade se torna mais cruel comigo.


A primeira coisa que procurou quando entraram no estacionamento do condomínio de foi o carro do mesmo, assim que o avistou, pediu para estacionasse na vaga do lado e assim ele o fez, ambos saíram do carro em silencio e subiram de mãos dadas, por uma atitude de , até o andar que o apartamento do mais novo se localizava, munidos de comida que ainda tinha que ser preparada dividida em algumas sacolas e nas mãos que estavam livres do casal.

tocou a campainha duas vezes antes de digitar a senha no painel preso a porta, liberando a própria entrada na sequência.

[...]

despertou com um carinho em seus cabelos e ao abrir os olhos e analisar o que estava acontecendo a sua volta, ainda brigando contra a vontade de voltar ao mundo dos sonhos, se viu com a cabeça apoiada nas pernas de e na cozinha andando de um lado para o outro com um pano de prato sobre os ombros.

Uma piscada mais demorada, então tateou os bolsos e tirou o celular no bolso, pouco mais de 13h30 e a coragem de quem precisava de mais algumas horas de descanso, se ergueu do colo da mulher e ainda tentando se situar totalmente do que estava acontecendo a sua volta, escutou o saldar:

— Boa tarde, dorminhoco.

— Faz tempo que vocês chegaram aqui?

— Uns 40 minutos, não quis te acordar antes. — a mulher se explicou — Você parecia estar dormindo tão bem...

apenas assentiu, esfregando o rosto a fim de espantar a vontade de somente se arrastar para seu quarto e apagar novamente, dessa vez em sua cama e com uma veste confortável.

— Toma um banho e vem comer. Depois você pode dormir de novo. — disse como se lesse seus pensamentos e o homem mais uma vez apenas assentiu, se pondo em pé, passando pela cozinha apenas para cumprimentar e pegar uma garrafa de água.

praticamente se arrastou para seu quarto, tirando suas roupas e vendo seu corpo marcado pelas dobras dos tecidos. As vestes ficaram pelo caminho da entrada do quarto até se aproximar do chuveiro e por ali ficar a boxer escura.

Um banho quente que relaxou todos seus músculos depois de deixar a água correr por alguns instantes sobre seus fios e depois pelas costas, como era bom aquele momento em que não havia como que se preocupar, nada importava, apenas relaxar, mesmo que por poucos minutos.

A corrente de água quente cessou depois que não havia mais nada a ser lavado, banho completo, gastou alguns minutos a mais no cômodo após se secar para uma higiene básica e tentar amenizar a cara de cansado que persistia.

estava no quarto quando saiu do banheiro, sentada na ponta da cama com o celular em mãos, entretida que somente notou que se aproximava quando o mesmo já estava perto o bastante para sentir o calor que o corpo dele emanava.

— Se parei uma roupa para você. — ela indicou a poltrona próxima a janela.

— Valeu...

— Desculpa por te faltando esses dias, te deixei sobrecarregado de trabalho. — se desculpou.

— Você não estava bem. — deu os ombros — Acontece, você faria o mesmo por mim, está tudo bem.

Era a verdade, se precisasse, mal dormiria para que pudesse o ajudar no que fosse, acima de qualquer sentimento que um nutria pelo o outro ou da falta de algo a mais do que sexo, existia a amizade e companheirismo, a entrega para se cobrirem no ambiente em que tinham que ser profissionais.

— Isso não deveria ser uma justificativa para os 3 dias, pelo menos, não uma válida. — argumentou enquanto o homem caminhava para onde estavam suas roupas.

abriu um sorriso simples, tirando a toalha presa no quadril e passou pelas partes que permaneceram úmidas.

— Pode ficar me devendo uns favores que serão cobrados, está tudo certo.

— Está abusando da sorte.

— Você que deu abertura para isso.

O se trocou com os olhos de em suas costas, algumas partes do corpo de ainda mostravam rastros da última noite que estiveram juntos, a mulher não teve dó nas unhadas e somente tivera consciência disso naquele momento, mas não se sentia nem um pingo de arrependimento.

terminou de se vestir virando para onde estava passando a camiseta pelo tronco e escondendo atrás do tecido aquele abdômen definido que a tirava dos trilhos. Com passos calmos se aproximou da mulher que ficou em pé com ajuda de uma mão de que lhe era estendida e fora mais forte que ambos a atração que não foi sequer raciocinada a ideia de resistência.

Um selar meigo para os padrões que seguiam quando estavam juntos, se separou com um sorriso que acompanhava e depois voltou a juntar as duas bocas em um contato mais como eram acostumados.


Parece que estamos presos juntos.


estava impaciente esperando que encerrasse a chamada com a mãe de uma vez por todas, a conversa entre eles havia sido interrompida pelo toque alto do celular do noivo e ela queria se atirar da primeira ponte que encontrasse à sua frente quando o homem claramente a deixava em segundo plano.

. — choramingou batendo as palmas das mãos em suas próprias coxas.

O homem fez um gesto para que esperasse mais um pouco e então ela perdeu a paciência, seguindo para cozinha e batendo a porta do cômodo com raiva atrás de si.

Um, dois, três copos de água para se acalmar e não demorou muito para aparecer a sua procura.

— Oi, minha mãe estava convidando a gente para ir à festa dos Colleman. — o homem explicou.

— Eu estou pouco me fodendo para essa feste e muito mais para sua mãe.

— Hei, calma ai que ela não tem nada a ver com o que quer que seja que você queria conversar.

respirou fundo e apenas assentiu, caminhando a passos duros para a sala e parando no ambiente apenas para pegar suas chaves e bolsa.

— Onde você vai? — questionou.

— Não é da sua conta.

saiu sem um rumo certo, caminhando pelas ruas de Marselha até que se viu se aproximando do porto da cidade, sorrindo ao lembrar-se de quantas vezes frequentara o local na companhia do pai. A mulher passou pelo estacionamento, cortando caminho para chegar próximo a um posto da capitania, perto da água e deixando seus pertences nas escadas que havia ali junto a suas sapatilhas, desceu alguns passos na rampa que usavam para jogar novas embarcações na água apenas para que suas canelas fossem cobertas.

levou as mãos para seu abdômen e fechou os olhos por alguns instantes.

O que faria se o teste que estava ainda fechado em sua bolsa alguns dias desse positivo? Assumiria, obviamente, mas sabia que os dias de farra estavam contados, pois ela seria responsável por outra vida em menos de um ano.

Depois de algum tempo ali, a vontade de voltar para casa se tornara mínima, a noite já dava alguns indícios do horário, não queria ir para um bar como fazia quase sempre, só a ideia disso a deixava enjoada. Então como há algum tempo não fazia, seguiu para casa de seus pais.

O trajeto foi rápido, para o alivio de que entrou no imóvel chamando pelos mais velhos e ouviu passos apressados vindo do fundo da residência.

A figura de sua mãe apareceu em sua frente e sem dizer nada, apenas um uma simples olhada, estendeu os braços e largou a bolsa pelo chão mesmo e se abrigou no calor que a senhora passava.

— O que aconteceu?

— Nada...

— Minha menina, você nunca soube mentir bem.

— Mãe. — resmungou manhosa.

— Foi o ? Você sabe que pode voltar para casa quando quiser. — a mais velha indagou acarinhando os cabelos curtos da filha.

não teve que pensar muito, depois de um breve suspiro, soltou:

— Eu acho que estou grávida.

— E por que não tem certeza ainda? Ter um filho é uma dádiva.

— Eu ainda não fiz o teste, estou com ele na bolsa tem uns dias. — confessou — Meu ciclo está atrasado e isso nunca aconteceu antes. Ter um filho é uma dádiva quando você o espera, eu tenho um emprego mediano que mal me sustenta como vou cuidar de um ser que vai ser dependente de mim?

— Você só está assustada.

— Para caramba.

— Você tem que primeiro confirmar se está mesmo grávida, depois de preocupar com as demais coisas. — a senhora disse com a voz calma, transmitindo o mesmo sentimento para a filha — Vamos fazer esse teste? Seu pai daqui a pouco volta e ai você conta para ele também.

E a referência a seu pai fez recuar por um instante, não por medo, afinal, era amiga do pai e sabia que poderia contar o que fosse sem que o senhor fosse a julgar, poderia ficar um pouco bravo, mas jamais a deixaria desamparada.

— Mãe... Eu não sei quem é o pai desse bebê, se houver bebê mesmo em mim. — soltou de uma só vez, pegando a outra de surpresa, a primeira do dia já que esperava que a menina voltasse com tal novidade depois que fora morar com o noivo.

A mais velha conhecia a filha que tinha, sempre fora muito independente e era impossível enxergar sua menina com um relacionamento sério, ela era demais para conseguir controlar sendo que ele era de menos para se contentar, a ideia da mais nova morando com o rapaz não era bem vista pela senhora que sentia que aquilo não daria certo mais cedo ou mais tarde.

— Você tem ideia de quem possa ser o pai além de seu noivo? — perguntou e assentiu.

Por um momento de silencio, contou para mulher que havia conhecido no trabalho e eles acabaram saindo juntos durante uma das diversas ausências de em casa, optando por ocultar a parte em que tinha relações com o noivo e o amante ao mesmo tempo.

— Esse outro rapaz parece gostar de você, se houver chances dele ser o pai, deve saber por você e não apenas vendo sua barriga inchar. — aconselhou e mais uma vez consentiu.

vai querer assumir esse bebê se for dele mesmo, mas tenho medo do que possa acontecer depois.

, deve fazer esse teste de uma vez e depois se preocupar com o futuro. — a senhora se separou de e pegou a bolsa dela no chão, a abrindo e tirando o teste de dentro — Vá fazer esse teste e vamos ver o se há motivo para tanta preocupação.

[...]

demorou mais do que ela mesma achava necessário para apenas fazer xixi no bastão em suas mãos, com medo do resultado, mas não podia mais adiar. Em seu antigo quarto, deitada em sua cama esperando os minutos necessário para a resposta, sabia que depois deveria ir em um hospital e confirmar por exame de sangue e o que era quase certo, não ter mais duvidas.

Pelo relógio sobre a escrivaninha, mais de 10 minutos haviam se passado em um teste que somente 2 eram necessários e não suportando mais a própria demora, se levantou de uma vez e pegou o teste, se apoiando no parapeito da janela ao seu lado.

Positivo.


Sua natureza de duas faces me causa arrepios


voltou para casa no outro dia, um belo domingo que deveria ser aproveitado para uma ida ao parque, ou simplesmente um almoço em família, e fora isso que fez boa parte do dia, ficou em sua casa, com seus pais a mimando e ela sendo a filha carinhosa de sempre.

— Oi. — disse se aproximando e encostando no batente da porta que dava acesso a sala.

— Oi.

— Onde você estava? — ele questionou e sua postura era como se estivesse pronto para uma discussão — Tentei te ligar, mandei mensagem, liguei para o e rodamos a cidade atrás de você

— Pensou em ligar na casa dos meus pais?! — indagou irônica, tirando os sapatos e os deixando pelo hall mesmo, encarou e esperou por alguma resposta que não veio — Pois é.

A mulher seguiu para cozinha com o homem atrás, estava se sentindo leve, mesmo que a ideia de que existia outro ser crescendo dentro de si não houvesse sido completamente assimilada, se sentia bem porque se não tivesse o apoio de ou de , quem quer que fosse o pai, ela teria sua família e seria a melhor mãe do mundo.

respirou fundo e soltou:

, tenho uma coisa seria para conversar com você.

O outro querendo se desculpar, tanto pela atitude do dia anterior bem como a de instantes atrás, a abraçou por trás, apoiando o queixo no ombro da mulher.

— O que foi, meu bem?

— Eu estou grávida.

paralisou e a mulher sentiu o corpo dele ficar tenso, ele soltava o ar em lufadas que acertavam a nuca de e entre o intervalo de uma e outra, ela esperava que ele dissesse alguma coisa, o que quer que fosse, mas diante de mais um silencio do parceiro, ela prosseguiu.

— Eu só fiz o teste de farmácia, vou atrás de um hospital essa semana.

— Então não é certo? Você me assustou.

Ela iria continuar, dizer que seu ciclo estava atrasado, como contou para sua mãe, mas depois da frase do noivo, com uma expectativa que pendia claramente para um falso positivo, preferiu ficar calada. se abateu pela forma que o havia reagido, mesmo que soubesse que talvez não fosse ser uma noticia bem recebida, esperava um mínimo de estima pelo o que ela poderia pensar sobre o assunto e ele percebera a merda que havia feito.

Uma atrás da outra, pensou consigo mesmo.

— Me desculpa. — pediu e apertou a mulher que permanecia envolta em seus braços — Me desculpa, meu amor.

se soltou, apesar de chateada com o noivo pelo comentário anterior, se recusava a aceitar muito mais que ele apenas mudasse de opinião para agradá-la, ela não faria isso e sempre deixou claro que era uma das características que mais odiava, cobrava apenas que ele fosse verdadeiro com o que sentia e o que queria, porque ela foi quando disse que se sentia atraída por e queria estar na cama com os dois ao mesmo tempo.

— Eu vou deitar um pouco. — anunciou e se retirou do cômodo.

...

Mas ela não deu ouvidos, indo para o quarto e trocando de roupa antes de deitar e relaxar o corpo, sentindo o sono tomar conta e por fim, adormecer.

[...]

acordou ainda de madrugada no dia seguinte, consequência de ter ido dormir cedo e quando tomou consciência total de onde estava, sentia cintura presa por um dos braços de e o tórax dele em suas costas, na cabeceira da cama, uma flor e um bilhete pedindo desculpa que a fez sorrir.

— Você vai ser uma mãe incrível. — ouviu sussurrar e a apertou um pouco mais — Desculpa, você realmente me assustou.

— E você, o que seria?

— Um pai incrível. — disse e selou a nuca da mulher.

— Nós temos que fazer o teste.

— É meu...

.

— É meu, amor, esse bebê é meu.

— O tem que saber. Nós não nos cuidamos, ele pode ser...

— Eu vou assumir, não precisamos dele.

respirou fundo.

— Ele tem que saber. — insistiu.

— Ele nos convidou para jantarmos, avisei que você apareceu. — mudou de assunto, encerrando sem um fim concreto — Ele estava bastante preocupado.

— Tudo bem, temos que levar algo?

— Sobremesa...


Não posso mais guardar essas palavras, nossos valores se mancharam.

Você está pior e mais deplorável do que eu.


sentia as pernas bambas, não sabia como seria encarar depois das mensagens que leu, tão atormentado, não havia tocado em seu celular quando chegou na casa de seus pais, voltando a pegar o aparelho somente horas atrás, depois de um banho e ter ido para o sofá e visto quantas chamadas perdidas havia do mais novo, muito superior as tentativas de seu noivo, bem como as mensagens pedindo para que respondesse.

Ele tinha que saber sobre o teste e o resultado, apesar de ter dito que assumiria, merecia saber que fora responsável por criar outra vida caso o teste desse negativo para o outro.

— Você não vai falar nada para o sobre essa gravidez. — disse autoritário como se soubesse o que planejava e ela o encarou — Se ele souber, vou demitir ele e você sabe que ele precisa desse emprego.

— Está me ameaçando?

— Estou te avisando, é diferente.

— Se fizer alguma coisa contra o , pode me esquecer e esse bebê também. — ela retrucou socando o botão para o andar de apartamento de — E não conte comigo naquela merda de empresa a partir de amanhã.

, calma. Pensa o quão ruim vai ser se alguém souber que a noiva do dono da empresa está grávida de outro. — disse com o tom mais ameno — Já realizei o seu capricho de ir para cama com dois, mas não me peça para ver meu filho ser criado por outro.

— Isso não cabe a você e se é tão ruim assim, podemos terminar esse noivado.

O restante do trajeto fora em um silencio incomodo.

Pela primeira vez estava nervosa em ver , sempre foram muito transparentes um com o outro e ela sentia que estava estampado em sua testa que havia alguma coisa acontecendo.

já os espera no corredor e estranhou quando a mulher desviou os olhos dos seus quando se encararam, ela geralmente dava um sorriso esperto e a julgar pela cara de de poucos amigos, havia problemas no paraíso.

A noite se resumiu em procurando um momento para abordar sozinha e na primeira chance que teve, na cozinha enquanto terminavam de lavar os pratos usados no jantar, o silenciou o beijando e correspondeu.

ouviu se aproximando, mas não a soltou e foi rápido depois que o outro viu a cena. O mais velho dentro todos presentes ali poderia culpar por o levar a experimentar como era um relacionamento com uma pessoa a mais na cama, mas jamais poderia dizer que não gostou e ao ver e se beijando, se aproximou e afastou os cabelos da nuca da mulher e colou os lábios ali.

arfou com os dois pares de mãos a alisando em pontos certos.

A blusa da mulher não demorou a ser erguida e entre passos curtos de um lado para outro, se viu já chegando a sala. terminou por si mesma de tirar a camiseta de seu corpo e , que continuava atrás, dessa vez a encoxando e a fazendo sentir o volume que já existia em suas calças, desabotoou o sutiã dela e o tirou pela frente, já abaixando para sugar um dos mamilos enquanto se encarregava de estimular o outro.

Os gemidos de eram como combustível para os dois, o maior prazer que ambos compartilhavam era a ver se desfazer em suspiros e gemidos a cada toque, cada estocada.

[...]

despertou e encontrou apenas em sua cama, o mais novo se levantou e não demorou em encontrar sentada no chão de sua varanda com uma caneca em mãos, provavelmente com café.

— Oi.

A mulher o encarou abrindo a porta e deu um meio sorriso.

— Posso me juntar a você?

— É sua casa.

notou os cílios ainda molhados e os olhos vermelhos da mulher, era fato que há pouco estava chorando.

— O que foi que aconteceu?

— Porque acha que aconteceu algo?

— Eu te conheço, minha linda.

fechou a porta atrás de si e se juntou a no chão, lhe foi oferecido um pouco de coberta que não fora recusada.

Um momento de silencio apenas curtindo o vazio da cidade, morava em uma área movimentada, era estranho para ambos estarem ali e ser possível escutar seus arfares por conta de uma brisa mais forte. Não demorou para que voltasse a chorar, depois da primeira lágrima, fora difícil impedir as demais.

— Vem aqui, amor. — disse carinhoso e não pestanejou em aceitar o colo do outro — Me conta o que é que houve para te deixar assim.

— Eu...

— Fala para que eu possa te ajudar. — a apertou.

— É que...

— Vamos, você consegue, , me conta.

A mulher vacilou ainda mais, mas sabia que o melhor a se fazer no momento era esquecer, então beijou , desejando que a sua própria vontade de falar sumisse, levando a curiosidade do outro com ela.

e ficaram namorando boa parte da madrugada enquanto dormia no quarto como se nada tivesse acontecido.

[...]

fora fazer o primeiro exame sozinha apesar da insistência de sua mãe em acompanhá-la, depois do meio expediente na construtora da família de , estava sentada na recepção com os olhos fixos em um ponto qualquer da parede do consultório.

, por favor, me acompanhe.

A mulher se levantou sem dizer nada e pela primeira vez a ideia de ter tido um falso positivo lhe veio à mente, se fosse esse o seu caso, poderia seguir sua vida normalmente, ela não queria um filho naquele momento, não tinha um relacionamento estável e percebeu isso quando contou da gravidez para o noivo, se amavam de algum jeito bem particular deles, mas depois da noite com , viu que ambos amavam mais a liberdade que o relacionamento lhes davam, um filho seria responsabilidade demais e ela não podia garantir que gostava de o bastante para criar uma criança ao lado dele.

A enfermeira encarou de forma assustada quando a mulher levantou a manga da blusa e viu o pulso com uma marca escura, claramente de amarras.

— Algemas. — explicou diante do olhar da outra e deu os ombros.

— Feche a mão, vai ser rápido. — a enfermeira disse um tanto encabulada e fez todo o procedimento sem encarar nos olhos novamente.

— Vai demorar a ficar pronto?

— Amanhã já estará tudo certo, só retornar e informar o seu nome para a recepcionista. — respondeu a enfermeira — Boa tarde e até mais.

[...]

não precisava mais confirmar nada, tinha certeza que estava grávida por simplesmente ter passado mal com o cheiro de bolo de chocolate, ela jamais negava um pedacinho que fosse e aquilo foi como um veredito final, mas ainda assim seguiu para o consultório depois de mais meio período na construtora, esse que foi gasto se esquivando de e .

Estava focada no assunto de uma mulher com a amiga em que fingia não ouvir, esta tinha a barriga um pouco mais avantajada e tentava se imaginar daquela forma, teria que comprar algumas roupas mais largas e estaria com quase 5 meses quando o verão estivesse a pino, uns vestidos seriam ideais. Estava tão imersa entre o assunto com a outra grávida e seus pensamentos que se assustou quando o toque de seu celular invadiu o ambiente.

?!” a voz de falou do outro lado.

— Oi, , está tudo bem?

“Onde salvou a planta da reforma dos Wash? Estou procurando no servidor...”

— Senhorita , a doutora está esperando. — iria continuar, mas a recepcionista se aproximou e anunciou em um tom que sabia que fora escutado do outro lado.

“Onde você está?”

— Consulta de rotina, está salvo no meu computador, desculpa, esqueci de passar para o servidor antes, a senha é 0621 e está em uma pasta na área de trabalho mesmo. — já estava se despedindo com medo que qualquer som ao fundo pudesse lhe entregar e fora o que aconteceu quando a recepcionista atendera ao telefone em um tom alto o suficiente para que escutasse.

— Clínica Obstétrica Valete.

“Onde você está, ?” questionou sério “Me fala ou eu vou rastrear seu celular e descobrir por mim mesmo.”

— Daqui a pouco eu te retorno, . — desligou sem esperar nada mais e seguiu para o consultório.

Positivo, novamente.

saiu da clínica e sentiu o celular vibrar em seu bolso, retirando e se deparando com uma mensagem de .

[16h43m]:

Pode me encontrar as 8 naquele café perto da empresa e abrir o jogo comigo, pelo menos uma vez na vida não me deixar no escuro, pq eu sei que está acontecendo alguma coisa... Pelo amor, me deixa saber ou vou descobrir sozinho e sei que não é isso que quer, gostaria que confiasse em mim.


Eu me entreguei completamente à você, mas agora você está bloqueando todas as barreiras.


já estava no lugar há quase meia hora antes do combinado, havia pesquisado o nome da clínica que ouvira no fundo da chamada com e pensava demais, antecipando todas as possibilidades que a simples informação lhe dera.

estava grávida, ou estava querendo ficar, mas isso não fazia a cara dela, havia sido acidente, podia ser seu porque eles estavam longe de ser cuidadosos.

Muitos pensamentos que se dissiparam por um instante quando a mulher passou pela porta e ele acompanhou todo o movimento que ela fez o buscando, sorrindo fechado quando o viu ali acenando.

Sem enrolar, depois de pedir um café acompanhado de uma torta, se abriu e despejou em cima de tanta coisa que por lentos segundos ele permaneceu calado, tanto por choque sobre o que havia dito para ela quanto a pontinha de alegria que invadiu seu peito por ter a possibilidade de ser pai daquele bebê, teria um vínculo com que jamais imaginara.

— Você quer esse bebê, está tão nítido em seu rosto apesar de estar assustada. — a leu tão facilmente e a única coisa que a mulher fez foi assentir — Pois bem, não se preocupe com o que falou, estou ainda na empresa só por causa de você. Vamos conversar agora como dois adultos, certo? Eu quero saber se esse filho é meu, porque sabemos que há possibilidades.

vai assumir.

— Estou pouco me importando com o que ele disse, , se for meu, eu vou assumir e pode fazer o inferno na Terra, mas disso eu não abro mão. — disse firme, estendendo uma das mãos e segurando a de por cima da mesa — Confia em mim, se esse bebê for meu e mesmo se não for, vou estar presente se você quiser.

poderia discutir, dizer que não era dele, independente do que achasse e que não precisaria de nada, mas como reagir depois de ter escutado o que precisava? havia restaurado suas energias e ela sentia que poderia enfrentar o mundo se ele a apoiasse.

Depois de mais hora de conversa e querendo saber mais sobre o bebê e ver que ela não sabia de muito mais coisas para sanar a curiosidade do homem, ambos se levantaram e seguiu para o caixa, pagando a conta dos dois e a encontrando na porta.

estava terminando de abotoar seu casaco quando chegou por trás e a abraçou, escondendo o rosto na cursa do pescoço dela e a beijando no local.

— Vamos fazer o teste mais para frente quando esse bebê estiver melhor formado. — disse com a voz abafada — Se for dele, tudo bem, mas se for meu, vou querer assumir e por agora, mesmo não sabendo de nada, quero participar e te ajudar no que precisar, quero estar presente.

...

— Você sabe, é claro o que eu sinto por você, então não me peça para que eu me afaste.

— Isso é ridículo.

— Você me pediu honestidade e estou te dei o que tenho de mais puro, eu te amo e você sabe. — disse pela primeira vez com todas as letras e apertou o corpo da mulher para o unir mais ao seu — Sabe que não me importo, se precisar me arrastar para você, eu me arrasto.


Sem uma palavra, sem uma expressão!

Não brigue comigo.


— Me chamou? — perguntou.

indicou a cadeira a frente da sua e se sentou, incomodada com o que o outro queria com ela, havia pedido as contas na semana anterior e estava pela empresa para assinar alguns papéis, não tinha aguentado o clima pesado e precisa, antes de tudo, proteger aquele que crescia dentro de si, somente um mês depois de descobrir a gravidez, parecia que vivia um inferno dentro do trabalho, com e travando batalhas épicas a cada olhar que trocavam quando se trombavam nos corredores om em reuniões.

— Vai ir mesmo embora daqui?

— Sim. — respondeu e completou — Semana que vem devolvo a chave de sua casa, eu esqueci em cima da mesa.

havia voltado para casa dos pais por um tempo, até que tivesse estabilizada e pudesse alugar um apartamento por conta, sem depender de ninguém, só faltava tirar algumas roupas e objetos pessoais que não deu para levar na última vez que esteve por lá.

— Você sabe que isso não é necessário...

respirou fundo, havia terminado o noivado com quando decidira sair da casa dele e ele dizia que ela podia ficar com o sobrado bem localizado que ele sairia para poder deixa-la com um espaço para o bebê, mas não aceitaria aquilo jamais.

— Eu prefiro dessa forma, você me conhece...

— Como está esse menino?

— Ou menina! — o advertiu — Está tudo bem, semana que vem tem outro exame, estou exausta de hospital e nem passei de 3 meses.

sorriu e se levantou se onde estava, dando a volta na mesa e abaixou para ficar na altura da mulher.

— Se esse bebê for meu, poderíamos casar no outono, depois que ele tivesse nascido. — disse transparecendo toda sua tristeza — Espero que me desculpe algum dia.

— Você não fez nada para ser desculpado, mas não era para ser.

— Era sim se eu não tivesse sido um babaca com aquilo de prejudicar o , não sei onde estava com a mente para soltar uma dessas. — disse rindo amargurado — Mas me explica uma coisa, porque terminou comigo e com o também? Juro que não entendi nada.

gargalhou, quando tomou tal decisão, algo havia feito sentido em sua mente, mas agora não saberia explicar e com isso, apenas negou com um aceno e se levantou.

— Temos que ir...

— Espera! Quando vai fazer o exame para saber se esse bebê é meu ou do ? — questionou.

— Hm, ainda não sei, mas vou fazer depois que ele estiver mais desenvolvido, como o aconselhou. — respondeu e deu os ombros, ela não tinha pressa para descobrir isso, só queria que aquele ser viesse com saúde.

— Ele tem te ajudado bastante, né?!

— Eu te ligo para avisar. — soltou sem se importar com o tom enciumado do outro — Vai ser preciso colher sangue seu e do , então te ligo para avisar qualquer coisa.

, sabe que pode contar comigo para o que precisar também...

— Eu sei. — a mulher deu um beijo no rosto do ex noivo e se afastou — Até mais, .

passou pela mesa de e se despediu dele com um beijo também no rosto, desejando sorte e levando consigo toda esperança que os dois homens tinham de um dia voltar a ser o homem em sua cama.


E você é a louca da história.


A casa dos pais de estava vazia e ninguém sabia para onde eles haviam ido, levando com eles, ou mais coerente, para onde os havia levado.

5 anos se passaram em um piscar de olhos e desde que fora vista na construtora, ninguém teve mais notícias dela e nem de seus parentes mais próximos, ela nunca falara de parentes vivendo em alguma outra cidade francesa, talvez estivesse no bairro ao lado, mas nunca saberiam.

Não haveria final feliz para os dois homens da vida de , mas ela se sentia realizada, com o pequeno correndo com um cachorrinho logo a sua frente, ele ia de um lado para o outro com o olhar atento da mãe o seguindo, algumas vezes, ele parava e acenava.

— Filha, vamos comer. — a senhora chamou — Céus, como ele está idêntico ao .

— Sim, não precisaria de exame atualmente. — a mulher riu.

— Não pensa em voltar para Marselha?

— Não por enquanto, aqui em Nice é mais tranquilo para ele crescer e é somente ele que importa, se um dia ele quiser conhecer o pai. — respirou fundo e soltou o ar pesadamente — Eu o levo até lá, é um direito dele, mas estamos bem só nós dois.

— É um direito do pai conhecer o filho também.

assentiu, tendo a ideia de fotografar o filho brincando sentado nas pedras da praia e abrir um aplicativo de mensagens e enviar para , com a simples legenda:

É seu.





Fim.



Nota da autora: Sem nota.





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