Última atualização: 17/09/2020

Capítulo Único

Dois mil e dezessete.

Quem diria que um dia e iriam se separar, era o casal mais perfeito de todos, o mais idolatrado, o mais querido. Ambas as famílias planejavam o casamento dos dois, as festas em família era rodeada apenas nisso; E os amigos, até os mais longes mostravam o total apoio para o casal, até mesmo aquele que sempre viajava com a banda, e vire e mexe enviava pequenas lembranças dos lugares que passava.
Mas ninguém esperou que um dia, e anunciariam aquela novidade.
Estavam sentados em cada ponta da sala, o ambiente em cores neutras, a pouca luz que entrava pelas cortinas, e o som da chuva batendo contra a janela, não havia mais nada ali que pudesse dizer que tinha amor, nem mesmo o casal. Tudo acabou de repente, a confiança, a sinceridade, o amor.
se perguntava se foi os tempos que preferiu passar com sua família.
queria saber do fundo do coração se foi as vezes que ele negou os dias para viajar.
E talvez aquele pequeno dia.
Entretanto não era o que eles deixaram de fazer, e sim o destino de cada um, a história de ambos terminavam ali, eles amadureceram juntos, cresceram juntos e aprenderam juntos. Mas claro que a dor do término iria falar alto.
— Então terminamos, não vamos tentar permanecer? – perguntou quebrando aquele silêncio.
— Sim, fizemos tudo o que podíamos nesses quatro anos.
— Podemos tentar, mais uma vez, eu não sei. – Ele chorava. – Podemos achar uma solução.
se levantou e caminhou até ele, seus passos eram silenciados pela meia que usava.
— Eu acho que precisamos mesmo deste tempo, talvez assim conseguimos achar uma solução.
— Você está certa. – A abraçou. – Só que podemos fazer nossa última maratona de Senhor dos Anéis antes? – Ela gargalhou, foi por esse motivo que se aproximaram.
— Nem precisa pedir duas vezes, pega as cobertas, prepara os filmes eu vou fazer pipoca e brigadeiro.
se levantou e foi rumo a cozinha, colocou todos os ingredientes em cima da bancada e preparou primeiro o brigadeiro para assim já ir esfriando e depois fez a pipoca. O sofá estava com o cobertor vermelho, colocou o primeiro filme e só apertou o play quando sua namorada chegou.
Aquela fim de dia foi apenas aquele momento, as últimas horas deles juntos. adormeceu ali mesmo, nos braços de em plena madrugada, foi levada para a cama junto do cobertor vermelho, e enquanto o sol começava aquecer a América do Sul, , como foi apelidado pela família e amigos passou a madrugada todinha acordado, realmente não tinha coragem de deixar tudo o que construiu ao lado dela e deixar a casa de , tinha para onde ir mas sentia o vazio dentro de si.
Seus pensamentos estavam ainda na conversa e na decisão, sabia que tudo aquilo tinha uma parcela de culpa sua não era só o destino que estava fazendo tudo aquilo.
se mexeu na cama e pegou o celular para ver as horas, o papel de parede a fez sentir saudades da praia, e a foto que estava ali tirou toda a atenção das horas – era a mesma que seu amigo havia tirado a alguns anos. Ao se virar ela viu sentado na poltrona lendo um livro qualquer.
— Você passou o dia todo acordado? – Ela se sentou na cama.
— Não, eu dormir. – Mentiu.
— E acordou cedo.
— Pois é, eu vou fazer as malas, na verdade eu já fiz, esperei você acordar para nos despedimos.
— Mas já? E o café da manhã?
— Eu tomei, não se preocupe. – Se levantou e colocou o livro na mochila. – Boa sorte. – Desejou.
— Para você também.
— Eu vou deixar a porta trancada e a chave em cima da mesa.
— Ok, muito obrigada.
Era tão estranho se despedir dele para sempre que até as palavras soavam vazias. Não conseguia distinguir o que era ou não realidade.
se arrumou tomou o café da manhã e depois foi para a produtora, trabalhava no ramo administrativo. Amava o que fazia principalmente o fato de esta rodeada de música e do bom e velho Rock’n’Roll, com isso ela não conseguia pensar em , nas questões que ia aparecer ao falar do término muito mesmo que sua casa estaria vazia no fim do dia.

não conseguia se concentrar nas fotos que precisava fazer, ele fotografava por dois minutos e parava, todos do estúdio estavam estranhando; As fotos precisavam subir para a revista ainda aquela semana e nada delas serem tiradas.
O homem estava sentado no sofá de sua sala, a garrafinha de água aberta e apoiada no braço do sofá, Raquel bateu na porta e espero o fotógrafo responder, mas nada. Preocupada ela abriu a porta e entrou calmamente na sala dele.
. – O chamou. – Está tudo bem?
— Está sim Quel, precisam de mim certo?
— Pelo menos só para finalizar este ensaio fotográfico, depois você volta fica aqui ou vai sair um pouco, ou podemos conversar.
— Não tem conversa que ajude. – Foi sincero. – Na verdade, não a nada que me ajude.
— Talvez sim, eu não preciso falar nada esse nem é o objetivo, eu só quero que você desabafe, coloque tudo para fora todas as dores que você está sentindo neste momento.
se levantou caminhou até a garota de fios claros e parou na frente dela.
— Termino a sessão de fotografia daqui alguns minutos e então conversamos.
— Está bem.
se retirou da sala pegou a câmera em cima da mesa do estúdio e pediu educadamente que as modelos voltassem a posar para as fotos. Com tão pouco ânimo ele concluiu seu trabalho entregou o câmera para o editor e deixou que ele fizesse todo o trabalho com a equipe e sem a presença dele.
Em seu escritório novamente, ele deixou a porta entreaberta para Raquel entrar, o que não demorou muito.
— Oi, cheguei. – Não falou tão alto. – Quer esperar um pouco para poder desabafar ou não?
— Já falei que não vai ajudar muito.
— Se você diz, pode começar. – Ignorou a frase do fotógrafo.
— Eu terminei com a , ou melhor, terminamos. As coisas não estavam mais fluido como antes, não estavam melhores nem piores ficou tão estagnados que eu não soube fazer algo para reverter tudo.
— É só isso?
— Eu acho que talvez aquele dia tenha interferido mas não queria que chegasse a esse ponto.
— Você fez sua escolha sabia que podia acontecer isso.
— Eu tenho a noção disso, mas onde eu errei, ninguém ficou sabendo.
— Calma aí, ninguém virgula, você sabe muito bem o que aconteceu aquela noite, então sim as coisas podem ter escapado e você não percebeu.
— Raquel, você não pode está falando sério.
— E estou, talvez você nem devesse voltar a falar com ela, se ela sabe não quer contar.
— E quando devo voltar a falar com ela?
— Ano que vem, faltam quatro meses pro ano acabar, nesse meio tempo coloque tudo em ordem, ai. – Apontou para a cabeça dele. – E em seu coração. Preciso ir, te vejo mais tarde.
— Até mais.
ficou com aquela incógnita na cabeça, queria ter a certeza que a tal noite não tivesse sido divulgada por outras pessoas, nem por ele mas não queria que soubesse por terceiros.

— Vocês terminaram?! Quando isso, vocês eram felizes juntos, só faltavam casar e mais nada.
— São coisas do destino coisas que nem eu sei explicar. – Ajudava a senhora. – Faz duas semanas já.
— Por isso que você se negava vim aqui em casa.
— Claro, eu sabia da sua reação e imagino quando contar para o papai que logo todos da família iriam saber.
— Não exagera, não vai ser assim.
— Ah claro, eu estou enganada. – Disse ironicamente. – Tudo cortado, eu vou responder a mensagem da produtora.
— Não demore o jantar está quase pronto.
saiu acenando com a cabeça e foi atender as mensagens. Nesse meio tempo, recebeu uma mensagem de , era a quinta já aquele dia ou a décima, já havia perdido as contas, ignorou também e permaneceu focada no trabalho o que também não demorou muito. Como dito, o jantar já estava pronto e as mulheres esperaram o homem chegar do plantão para comerem a sobremesa. contou ao seu pai e foi um tanto diferente.
— E você está feliz com essa decisão? – O homem com alguns fios grisalhos perguntou com serenidade no olhar. Mexia lentamente o café.
— Sim, estamos bem está tudo bem partiu dos dois.
— Rafael! – A mulher advertiu.
— O que foi?
— Eles eram perfeitos um para o outro.
— Ai Elena. – Respirou fundo. – Deixe a , ela é adulta e não mandamos no coração e destino dela.
— Obrigada pai, se vocês não se incomodarem eu vou voltar para casa mando mensagem quando eu chegar.
— Claro, filha. – O pai se levantou no mesmo momento que a filha. – Te vejo em breve. – A abraçou.
— Tchau pai, tchau mãe, eu mando mensagem quando eu chegar em casa. – Abraçou a mulher.
— Tchau filha, se cuida. – A mulher falou.

A garota dirigiu com cautela naquela noite chuvosa, já não gostava muito de dirigir durante a noite e quando chovia com aquela intensidade odiava em dobro. Parou na frente da garagem e no memento que estava prestes a abrir o portão ela viu um homem encapuzado se levantando da frente do seu portão, suas mãos suaram ela sentiu o pior frio na espinha. Ela colocou o farol no alto e tentou enxergar o homem que ela quase atropelou por puro medo.
— Mas que merda você está fazendo? – Abriu o vidro. – Vai para a porta da casa!
Ela havia reconhecido o homem. Abriu a garagem, guardou o carro e de lá saiu com um guarda-chuva transparente, e junto do homem entrou na casa.
— Se enxuga. – Entregou a toalha. – O que você estava fazendo nessa chuva ?
— Eu preciso falar com você, ia deixar para o ano que vem depois de um tempo para poder falar com você mas está difícil. – Colocou a toalha envolta do pescoço. – precisamos conversar.
O celular dela vibrou duas vezes seguidas no seu bolso, ela pegou olhou e leu o nome da pessoa que lhe enviou a mensagem.
“Oi, estou ficamos uma semana de folga, podemos nos encontrar?”
“Talvez sair, tanta coisa aconteceu.”

Leu depois de desbloquear.
— Fala.
— Eu não consigo mesmo ficar sem você , temos que voltar eu não consigo achar um caminho sem você.
O celular vibrou mais uma vez.
“Tem a casa de praia caso queira ir.”
. – Respirou fundo, o convite das mensagens era tão tentador que queria passar um tempo na casa de praia com ele. – Eu sei que pode ser muito estranho, mas não tem como voltar, eu sei que seu coração vai mostrar seu caminho e eu torço do fundo do meu coração. – Segurou a mão dele. – Que você consiga achar seu verdadeiro caminho.
.
— Você consegue, vamos seguir com nossos planos e com planos novos sei que o objetivo de tudo era outro e nunca nem se quer nós dois chorarem, mas depois de um tempo vamos nos encontrar e ver que tudo o que vivemos foi tão maravilhoso. – Olhou para o celular. – Eu vou viajar você devia fazer o mesmo.
— Então é assim? Acabamos aqui.
— Sim, muita coisa ainda vai mudar, e tenho certeza que até lá vamos nos encontrar e apenas recordar dos bons momentos.
— Bom. – Sorriu tristonho. – Esse é o meu preço por deixar você ir.
deu um beijo no rosto da garota e deixou a toalha com ela, saiu pela porta a deixando a garota trancar.
pegou o celular depois de colocar a chave no porta chave, e enviou uma mensagem em resposta.
“Oi! Eu topo vou deixar tudo organizado.”
“Te vejo em breve.”
“Estou ansiosa, eu me mudei então me encontra na casa dos meus pais.”
“Pode deixar, quer que eu fique esperando você lá dentro?”
“Precisa não, eu prometo que chego lá bem rápido, quando vamos?”

O homem estranhou a mensagem, sabia que ela tinha namorado e se questionou se ele havia feito algo para .
“Amanhã mesmo, te encontro seis da manhã?”
“Perfeito! Chego lá cinco para as seis.”

Ela ia chegar mesmo cinco para as seis, ia deixar o carro em sua casa e chamaria um carro para levar até a casa dos pais.
Passou a noite toda arrumando a mala, não levaria mais nenhuma a não ser aquela única de tamanho médio. Dormiu era quase três horas da manhã, já que teve que fazer algumas coisas pro trabalho. No dia seguinte ela chamou um carro e chegou exatamente no horário que havia marcado, torceu que seus pais não saíssem aquela hora.
o carro branco encostou na guia e abaixou o vidro escuro, o sorriso branco do homem deu destaque com os óculos escuros.
— Oi, está tudo pronto?
— Oi, está sim.
— Ok, eu abri o porta malas já.
— Agradecida.
Ela guardou a mala e entrou no carro.
— Estava com saudades de você, vire e mexe eu vejo sua mãe, mas você faz tanto tempo. – O abraçou fortemente antes de colocar o cinto. – O que tem de novo para me contar Le.
— Caramba, você é a única que me chama assim. – A garota riu. – Estava com saudades de você também, tem muita coisa para contar, eu falo melhor quando chegarmos na casa de praia.
— Ih está cheio de mistério. – Gee sorriu olhando para a rua.
— Acho que aprendi com alguém. – Olhou para a garota.
sorriu e colocou o celular no modo avião, antes de sair de casa havia avisado o estúdio que passaria uns dias fora e agora para ninguém ficar desesperado a procura dela, ela iria deixar no modo avião, temporariamente, e depois desligar – bem depois que falar com seus pais.
Passaram o tempo na estrada conversado sobre o trabalho, dos lugares que ele foi, dos lugares que ela trabalhou, das bandas que mudaram a visão do mundo, até mesmo dos bons e velhos tempos.




FIM!



Nota da autora:
Continua no mesmo ficstape, faixa 06. Confidencial. Bom amores, eu realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.


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